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A Globalização e A (Des) Construção Da Identidade Indígena
A Globalização e A (Des) Construção Da Identidade Indígena
São Paulo
2015
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 6
A GLOBALIZAÇÃO E A (DES)CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE INDÍGENA
1
. Renato Ortiz, Identidade e Globalização, em www.diariodonordeste.verdesmares.com.br, acessado
em 05/04/2015.
2
. Néstor García Canclini, Consumidores e Cidadãos: Conflitos Multiculturais da Globalização, Rio de
Janeiro, 2005.
5
. Márcio André Braga, Identidade Étnica e os Índios do Brasil, em www.ucs.br, acessado em
05/04/2015.
ícones cristãos, bem como o batismo e a inserção de elementos estranhos à
tradição de cada etnia reforça o caráter intencional de desconstrução das
individualidades em prol do estabelecimento de um panorama hegemônico de
conduta. Para João de Oliveira, as missões conjugam aspectos assimilacionistas e
preservacionistas6, do que se infere que suas ações se configuram como facetas
utilitaristas da globalização enquanto movimentos de homogeneização das
identidades.
Outro mecanismo de fragmentação e descentralização da identidade tem sido
as migrações, especialmente as de comunidades indígenas tradicionais em direção
aos centros urbanos. Segundo Léia Andrade, “esses movimentos migratórios
acabam levando um processo de hibridação da cultura 7”. Nesses centros urbanos, o
contato dos indígenas com uma cultura diversa que não lhes proporciona
oportunidades, mas demanda a padronização como ferramenta de controle social,
distorce o senso de individualismo e identidade. Nesta mesma direção, James
Clifford, ao abordar o conceito de diáspora, a considera causa de “lealdades
contraditórias”, uma vez que o indivíduo se vê preso a duas realidades, aquela de
onde se veio e aquela onde se está 8. Tal vórtice de movimentação desestabiliza os
traços identitários da comunidade; para Stuart Hall “esta perda de um sentido de si
estável é chamada, algumas vezes, de deslocamento ou descentração do sujeito;
esse duplo deslocamento – descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no
mundo social e cultural quanto de si mesmos – constitui uma crise de identidade
para o indivíduo9”. Como resultado, muitos indígenas renegam suas origens, não se
tornando, entretanto, “brancos”, desconstruindo não somente suas identidades, mas
a própria realidade à qual pertencem.
Algumas soluções para a crise de identidades da pós-modernidade são
apontadas por Renato Ortiz. O sociólogo coloca em cheque a “cultura de massa” ao
compreender que a democratização cultural, alardeada como pendão real, por si não
resolve as questões da atualidade, é preciso aceitar a diversidade como base de
6
João Pacheco de Oliveira, Uma Etnologia dos “índios misturados”: Situação Colonial,
Territorialização e Fluxos Culturais, em www.scielo.br, acessado em 06/04/2015.
. James Clifford, Travel and Translation in the Late Twentieth Century, Harvard University Press.
8
em 07/04/2015.
07/04/2015.
REFERÊNCIAS