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Introdução.......................................................................................................................................2
Objectivo geral................................................................................................................................2
objectivo especificos.......................................................................................................................2
CONCLUSÃO..............................................................................................................................15
Referencias bibliograficas.............................................................................................................16
Introdução
Nesta cadeira de técnicas e metodologia em geografia física quer dizer que toda ciência é
considerada um conjunto de teorias e modelos que visam o conhecimento, a partir da aplicação de
determinado metodologia e busca o seu contínuo processo de renovação de reflexão sobre o
conhecimento científico. Nesta cadeira vou tratar o tema que fala sobre o pensamento geográfico
( na antiguidade clássica, idade media, e idade contemporânea). Desde a antiguidade o homem
vem se preocupando em estudar o espaço em que vive. Entre os povos primitivos, aqueles que
viveram na pré-história mesmo sem conhecimentos da escrita já eram ideias geográficas.
Transmitiam os conhecimentos através da oralidade e dos manuscritos em rochas, demonstrando
ter uma concepção de mundo. Para uma melhor compreensão do avanço das técnicas no nosso
espaço de vivência e no que diz respeito ao desenvolvimento da ciência geográfica, necessitamos
conhecer as origens do pensamento geográfico, desde os tempos mais remotos quando o homem
mesmo sem o desenvolvimento da ciência já tinham ideias geográficas, perpassando por diversas
concepções filosóficas até chegarmos a sua sistematização. Pesquisar, descrever e analisar as
transformações ocorridas no espaço geográfico é de fundamental importância, destacando a
necessidade de retomarmos aos clássicos, a fim de conhecermos a sua história, bem como
refletirmos sobre as contribuições de grandes pensadores como Humboldt e Rittter para a
construção do pensamento geográfico contemporâneo. O presente trabalho tem como objetivo
descrever e analisar essas contribuições para a construção da Geografia como ciência.
Objectivo geral
Comprender importancias das transformações ocorridas no espaço geográfico
objectivo especificos
Descrever e as contribuições para a construção da Geografia como ciência.
Analisar contribuições para a construção da Geografia como ciência
Descrever o histórico do pensamento geográfico
HISTÓRICO DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO
Desde os tempos mais remotos, no período da Antiguidade, os povos viviam em grupos os quais se
deslocavam em busca de meios de subsistência e assim conheciam o espaço em que viviam.
Tinham conhecimento do mecanismo das estações do ano e, através dessas migrações, novos
caminhos eram percorridos. A partir daí, os primeiros esboços com representações da superfície
terrestre eram construídos, surgindo os primeiros mapas. O mapa mais antigo já registrado foi
encontrado na cidade de Ga Sur, na Babilônia, datado de 2500 a.C. Neste mapa havia
representações do vale de um rio que possivelmente representava o rio Eufrates acompanhado de
montanhas, assinalando os pontos cardeais. As civilizações do Egito e Mesopotâmia desenvolviam
a agricultura, e por isso, dependiam das irrigações, servindo de grande importância para o estudo
hidrológico da região.
Ferreira e Simões (1994) relatam que na Idade Média a reorganização do espaço vem com a queda
do Império Romano no Ocidente, já que mudanças territoriais foram ocorrendo, pois por meio das
invasões bárbaras, guerras foram acontecendo e novas fronteiras foram sendo consolidadas. O
pensamento geográfico passa a não ser formalizado em termos científicos. “Neste ambiente, a
Igreja torna-se o maior poder, já que é o único poder central europeu. As respostas às questões
colocadas passam a ser dadas a partir de interpretações bíblicas.” (FERREIRA E SIMÕES, 1994,
p. 45).
O sistema feudal desencadeado a partir da crise romana é instaurado. Este sistema dominou a vida
dos reinos europeus do século X ao século XIII, quando o comércio havia se tornado uma
atividade de muito pouca importância. No final da Idade Média temos importantes relatos de
viagens como as Cruzadas, tendo como consequência a dinamização das relações comerciais entre
Ocidente e Oriente. Segundo Ferreira e Simões (1994), com o ressurgimento das curiosidades pelo
mundo desconhecido, há o renascimento do comércio entre a Europa e o Oriente e as
peregrinações aos lugares santos. Sendo assim, torna-se necessário o desenvolvimento dos
instrumentos de navegação, com a utilização de uma Cartografia denominada realista e não mais
uma Cartografia religiosa como no início da Idade Média quando a busca por respostas se
encontrava numa ordem religiosa.
A Cartografia foi reformulada, passando a ser produzidos os chamados portulanos, que para
Ferreira e Simões (1994, p. 52) “O nome portulano vem provavelmente da designação <<mapas de
piloto>> (do italiano portolano)”, que são os mapas que tinham a capacidade de descrever com
detalhes as rotas marítimas. Descrições de viagens entre o Ocidente e o Oriente eram feitas,
trazendo importantes informações das regiões desconhecidas. Ao mesmo tempo em que o
conhecimento do espaço geográfico vinha sendo ampliado, o relacionamento entre sociedade e
natureza era estabelecido.
Segundo Andrade (1992) o desenvolvimento das ciências acelerou-se nos séculos XVIII e XIX.
Com o desenvolvimento do capitalismo comercial a partir do século XV, o interesse por matérias-
primas e a conquista de territórios para a produção de alimentos pelos países europeus que eram os
detentores dos meios de produção promoveu a expansão económica e territorial desse continente.
Para Kant, dados empíricos eram necessários, pois, a ciência vem das experiências dos homens.
Este filósofo assume uma grande e singular importância ao levantar questões sobre a natureza do
conhecimento geográfico. Segundo Moreira (2008a), Kant, mesmo não sendo geógrafo de
formação, percebe que o avanço da ciência encontra-se na interpretação da natureza, com isso, a
Geografia ganha sentido por meio do olhar humano e da descrição, gerando o registo dos lugares
de forma coreográfica.
Para os geógrafos do século XIX, levantar questões sobre as características dos lugares,
distribuição no espaço e problemas de ordem espacial, eram aspectos fundamentais. Portanto, a
Geografia encontra-se inserida neste campo científico, pois a ciência consiste em dar explicações
às indagações do homem.
Ferreira e Simões (1994) descrevem que esta corrente filosófica está firmada em três regras ditas
como essenciais, que são Segundo Moraes (1992), a concepção filosófica em que os geógrafos do
século XIX vão buscar suas orientações é o Positivismo, no qual a Geografia Tradicional está
fundamentada. Moraes (1992, p. 21) diz que “Os postulados do positivismo (aqui entendido como
o conjunto das correntes não-dialéticas) vão ser o patamar sobre o qual se ergue o pensamento
geográfico tradicional, dando lhe unidade.” Na Geografia tradicional, a descrição, enumeração e
classificação são elementos presentes neste dado momento histórico.
Neste momento, as máximas geográficas vão sendo elaboradas e transmitidas, sendo tratadas como
elementos principais do pensamento geográfico. Eram traçados como princípios fundamentais,
como a citada por Moraes (1992, p. 23) “A Geografia é uma ciência de contato entre o domínio da
natureza e o da humanidade”. Através da leitura desta máxima geográfica, verifica-se que o
homem não está inserido nos estudos geográficos como indivíduo, apenas através de dados
numéricos como estudo populacional, sem uma visão social, mas como um elemento da paisagem.
Para Moraes (1992), a Geografia só conquista sua sistematização no início do século XIX, pois, até
então
[...] trata-se de todo um período de dispersão do conhecimento geográfico, onde é impossível falar
dessa disciplina como um todo sistematizado e particularizado. Nélson Werneck Sodré denomina
esse período de “pré-história da Geografia”. (MORAES, 1992, p.34).
A Geografia passa a ser interpretada através das relações entre o homem e a natureza, relacionando
os aspectos sociais ao meio ambiente. Segundo historiadores e pensadores, Alexander Von
Humboldt e Karl Ritter são os fundadores da ciência geográfica moderna. A Alemanha é o berço
das primeiras metodologias e correntes do pensamento geográfico. A partir do início do século
XIX temos a sistematização do conhecimento geográfico. O território alemão até meados do século
XIX não era unificado, e com isso, a Geografia surge para atender a duas necessidades, sendo
estas: a unificação territorial e a sua expansão de domínio. A Alemanha só vem unificar-se em
1870, considerada uma unificação tardia. Segundo Moraes (1992), devido a esta falta de
constituição de um Estado Nacional neste território, fez-se necessário uma discussão geográfica no
século XIX, fazendo com que a Geografia percorresse novos rumos.
É nesta temática que irão surgir dois pensadores alemães membros da aristocracia prussiana e
estudiosos da época. Humboldt e Ritter, sendo o primeiro, naturalista e o segundo, filosófico e
historiador.
Alexander Von Humboldt (1769-1859) nasceu em Berlim, na Alemanha, dedicando-se aos estudos
da Botânica foi considerado um naturalista. Estudou Geologia, Física, Astronomia, entre outras
ciências e, por pertencer a uma família aristocrata, fez inúmeras expedições por todos os
continentes, fazendo excelentes observações na América Latina. Através dessas expedições, ele
pode observar os diferentes climas e paisagens e registrou-os em suas obras, nas quais temos ricas
informações através dos seus relatos. Para Gomes (2007), Humboldt descrevia os fenômenos, e
pela sua grande cultura, proporcionou um novo modelo à ciência geográfica, fazendo com que se
realizassem novas descobertas, descrevendo-as.
Andrade (1992,) relata que “Apesar de ser naturalista, tinha grande curiosidade pelos homens e
pela sua organização social e política, achando que esta tinha relação íntima com as condições
naturais.” Sendo assim, Humboldt fez relações entre o uso da terra e o homem, das mais diversas
formas, pois acreditava que através destas relações poderia obter os recursos disponíveis.
Segundo Gomes (2007), “Seu olhar tinha por objeto os elementos mais variados do meio físico,
mas não se limitava a eles, Humboldt observara também a sociedade local”. Através das suas
observações estabelecia relações com tudo o que estava inserido no espaço geográfico.
Este pesquisador a partir de suas viagens escreveu obras como Cosmos (1845) um livro contendo
cinco volumes, sendo que um deles foi publicado posteriormente a sua morte. Para Humboldt, a
Terra tem uma ordem estabelecida, constituída de uma totalidade de todas as coisas deste Universo
de forma ordenada; nestas obras o pesquisador descreve os fatos concretos e paisagens detalhadas.
Dessa forma, Moraes (1992) descreve que a ciência geográfica seria uma disciplina sintética
dotada de métodos, pois
A Geografia, como uma ciência sintética e metodológica, procurava buscar uma relação entre os
objetos observados e a razão, propondo a ideia de que tudo que é apreciável deve ser pensado e
construído pelo sujeito.
Karl Ritter (1779-1859), discípulo e amigo de Humboldt, foi um grande pesquisador e estudou
Filosofia, Matemática, História entre outros ramos do conhecimento. George et.al (1975, p. 10)
descrevem que Ritter “Propõe determinar as relações entre a Geografia e História, entre o meio e
as características originais das sociedades e das civilizações.”
A formação de Ritter é bem diferenciada da de Humboldt, mas tinham fatores comuns: são
contemporâneos e pertenceram ao seleto grupo de pesquisadores que viveram a Revolução
Francesa, contribuindo para os ideais revolucionários da época, formulando ideias de nível
intelectual e filosófico e proporcionando a busca pelo conhecimento, levando a Geografia a
conquistar sua sistematização. Pereira (1993, p.118) descreve que “Para ele, a geografia é
essencialmente uma disciplina histórica que tem o seu próprio centro no estudo das relações entre
o ambiente natural e o desenvolvimento dos povos.”
Humboldt e Ritter morrem em 1859, já final do século XIX. Para Morais (1992, p.51), “[...] a
Geografia seguia constituída de levantamentos empíricos e enumerações exaustivas sobre os
diferentes lugares da Terra.” Segundo Andrade (1992) a obra destes dois pensadores alemães
correspondeu ao desafio em que a Europa vivia naquele século, mais precisamente na Alemanha,
onde aspiravam à unificação nacional e política. A partir destes dois pensadores, ficou estabelecida
a metodologia da Geografia descritiva, proporcionando maior desempenho na propagação e
ampliação do conhecimento.
O Pensamento Geográfico Na idade média
A Geografia sofreu um retrocesso na idade média. o estabelecimento do feudalismo e o
fortalecimento político da igreja católica mudaram a dinâmica dos estudos que vinham sendo feito
até então. Do ponto de vista do feudo, o espaço visível passou a ser muito reduzido, as pessoas
tinham uma limitação geográfica de seus espaços conhecidos, uma vez que, nasciam, viviam e
cresciam em função das relações feudais.
A crise dos sistema feudal impulsionou a atividade comercial na Europa. Era fundamental ampliar
os horizontes geográficos para conquistar novos mercados por meio de ofertas e de novos
produtos. Essa necessidade, levou muitos comerciantes a investir nas expedições marítimas.
Nascia assim, o período das grandes navegações e da expansão Ibérica, o que foi fundamental para
o renascimento da geografia.
Entre os séculos II e o VI da era cristã, a representação do mapa-múndi desapareceu de cena,
retornando numa forma muito diferente e redefinido de acordo com o Cristianismo. Pelo fato da
Bíblia ter sido considerada o padrão para a reinterpretação da História e do Mundo, os mapa múndi
obedeceram à descrição do Gênesis da divisão do mundo entre os três filhos de Noé, daí três
continentes. A imagem do mundo tripartido foi a base para a representação mais comum na Idade
Média:
Os mapas num segundo período medieval (século VIII.XIII) mantiveram o seu contexto
Não existe evidência de que o pensamento medieval acreditasse numa terra plana, 4 pois não havia
qualquer interesse acerca do formato da Terra, e além disso, as representações não devem ser
confundidas com as idéias a este respeito. A forma da Terra não era considerado um problema
intelectual, e sim um mistério religioso, cujo exemplo de representação é o Mapa do Salmo (1225-
1250 ?)5. A mentalidade religiosa trouxe para si a representação do mundo ecumênico como
espaço da cristandade mas como meras ilustrações de obras escritas.
Foi a partir do século XIII que o mapa deixou de ser apenas um complemento ao texto escrito e
ganhou uma liberdade para conter idéias, imagens, criaturas maravilhosas, cenas da Bíblia, povos
distantes, animais e plantas, todos sob o poder de Deus, como no mapa de Hereford 6, porém com
um objetivo didático e evangelizador, daí alguns deles serem grandes painéis expostos aos fiéis.
Não havia ainda o interesse da pesquisa empírica e da incorporação destes elementos nos mapas.
Naquela época, se há algo que poderíamos chamar de geográfico em relação ao espaço, foi o
modelo de obra literária sobre a Imagem do Mundo (Imago Mundi). Seu caráter era muito
subjetivo e regrado pela concepção religiosa. Os seus mapas eram produzidos pelos eclesiásticos
dedicados à reprodução de obras que davam importância às sedes religiosas como Roma,
Jerusalém, Egito e a lugares descritos na Bíblia, por exemplo, o Éden ou Paraíso Terrestre.
O descobrimento de novas terras trouxe uma nova imagem do mundo e novas formas de
representá-lo, e muitas vezes esta imagem foi criada como uma utopia. Pouco a pouco, mas não de
uma vez por todas, os monstros e os povos estranhos deixaram de povoar os mapas, mas não sem
antes serem transferidos de um continente para outro.
Atualmente os mapas ainda exercem uma atração sobre as pessoas: o ícone dos navegadores
(browsers), nas propagandas, até nos chocolates.
A principal dificuldade que o geógrafo atual enfrenta é analisar, de forma cartesiana, esses
processos de transformações espaciais, determinadas pela inter-relação sociedade/natureza, uma
vez que não são processos estáticos; são extremamente dinâmicos e complexos. Muitos geógrafos
consideram que aí reside a dificuldade de se estabelecer, de forma precisa, qual vem a ser a
definição e o objeto da Geografia como ciência. Daí a existência de tantas divergências entre seus
profissionais quanto a esse objeto e a essa definição.
No âmbito da ciência geográfica, Andrade (2002) chamou a atenção para a categoria “tempo”, que
vem sendo analisado como se fosse uma sucessão linear que se divide em três etapas: passado,
presente e futuro:
Nessa discussão, acrescento que “o movimento ecológico tem grande importância, pois tem se
preocupado com a destruição do planeta em conseqüência do uso indiscriminado de tecnologias
predatórias que não só dilapidam os recursos como destroem recursos naturais indispensáveis”
(ANDRADE, 2002, p. 22). Esse autor afirmou que, no caso da Amazônia, há uma campanha feita
por pessoas lúcidas, que defendem uma exploração racional, não-predatória dos recursos e das
populações indígenas, mas por outro lado, temos os grupos econômicos internacionais que se
apossam de imensos latifúndios graças aos favores obtidos através de uma política neoliberal e de
defesa da economia de mercado.
Além da Amazônia, temos o caso das florestas tropicais do mundo que estão sendo destruídas de
forma irracional, trazendo os impactos mais nocivos sobre as condições climáticas e pedológicas.
Além disso, o interesse pelas transformações sociais no mundo tropical, naturalmente leva o
geógrafo a refletir sobre problemas catalogados artificialmente como de Geografia Física, tais
como, as variações climáticas, com repercussões em toda a superfície da terra; o processo de
escoamento das águas pluviais e sua conseqüência na aceleração da erosão nas encostas, etc
ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia, ciência da sociedade: uma introdução à análise do
pensamento geográfico. 2.ed.São Paulo: Atlas, 1992.
FERREIRA, Conceição; SIMÕES, Natércia. A evolução do pensamento geográfico. 8.ed. Lisboa:
Gradiva, 1994.
GOMES, Paulo César da Costa. Geografia e Modernidade. 6.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2007.
FERNANDES Mariane de Oliveira: O Histórico Do Pensamento Geográfico E As Contribuições
De Hummboldt E Ritter Para A Construção Da Geografia Como Ciência Centro de Ensino
Superior de Juiz de Fora
ANDRADE, Manuel Correia de. A Geografia e a sociedade. In: SOUZA, Maria Adélia de A;
Santos, Milton; et. all., (orgs.) O novo mapa do mundo – natureza e sociedade de hoje: uma leitura
geográfica. São Paulo: Hucitec, 2002