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Escola Secundária de Camões

Sociedade, Tecnologia e Ciência - ECO


Introdução
Democracia vem da palavra grega “demos” que significa povo e da palavra “kratós”
que significa poder e governo. É um regime governamental onde os cidadãos detêm
o poder de tomar importantes decisões políticas, quer indirectamente através da
eleição de representantes, quer directamente por votos. Pode existir num sistema
presidencialista, parlamentarista, republicano ou monárquico. O conceito de
democracia representativa surgiu em grande parte a partir de ideias e instituições
que se desenvolveram durante períodos históricos como a Idade Média europeia,
a Reforma Protestante, o Iluminismo e as revoluções Americana e Francesa.

Em Portugal significou a oposição ao totalitarismo e à Ditadura Nacional, Estado


Novo que foi apelidado de salazarismo, em referência a António de Oliveira Salazar,
o seu fundador e líder, este regime que tem como base a liberdade dos cidadãos,
dando hipótese a todos de terem o direito de existir, independentemente da opinião
e dos seus ideais.
A democracia portuguesa foi de génese revolucionária com manifestações pela
liberdade de informação, lutas laborais e camponesas, protestos, incidentes, golpes
e contragolpes que deram origem a Revolução de 25 de Abril 1974.

Neste trabalho vamos poder ver a evolução da Democracia Mundial e Portuguesa


até aos dias de hoje.

Ditadura Militar/Nacional

A Ditadura Militar pôs fim à Primeira República apôs um Golpe movido e chefiado
pelo General Gomes da Costa em Braga, tendo como principais razões as
demissões do Governo e as dificuldades económicas sentidas pela população entre
1926-1928.
A Ditadura Nacional foi a denominação do regime português saído da eleição por
voto do presidente da República Óscar Carmona a 25 de Março de 1928.
Contudo com este novo regime veio a censura onde a impressa passa a ser
controlada, foi proibido greves, manifestações ou oposição ao governo, não se
realizavam eleições para o Parlamento e os Governos passaram a ser escolhidos
pelos militares. Durou até 1933, ao ser referendada uma nova Constituição, que
deu origem ao Estado Novo.

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Estado Novo

O Estado Novo de Salazar e Marcelo Caetano foi o regime político


autoritário, autocrata, com poder absoluto e inquestionável. Corporativista, ou seja,
um Estado que finge que se preocupa com os interesses do cidadão e que vigorou
em Portugal durante 41 anos sem interrupção, desde a aprovação da Constituição
de 1933 até ao seu derrube pela Revolução de 25 de Abril de 1974. Neste regime o
Governo tem o poder executivo e legislativo, com fortes inclinações fascistas,
parcialmente católico e tradicionalista, de cariz antiliberal, antiparlamentarista,
anticomunista e colonialista.
O regime criou a sua própria estrutura de Estado, um aparelho repressivo chamado
PIDE, ou seja, colónias penais para presos políticos característico dos chamados
Estados policiais, apoiando-se na censura, na propaganda, nas organizações
paramilitares como a Legião Portuguesa, nas organizações juvenis como a
Mocidade Portuguesa que era um sistema educacional controlado pelo regime, no
culto do líder e na Igreja Católica.

Primavera Marcelista

Foi um período inicial do Governo do Marcelo Caetano, entre 1968-1970, em que


deu alguma modernização económica e social e uma liberalização politica
moderada, criando a expetativa de uma verdadeira reforma do regime em Portugal
em determinados setores.

 Economia - Fim do condicionalismo industrial, abrindo-se o país ao


investimento estrangeiro, lançamento de grandes obras públicas, e
aproximação à então Comunidade Económica Europeia (CEE).
 Sociedade - Melhoria da assistência social, ensaio de algumas propostas
de democratização do ensino
 Politica - registaram-se medidas de descompressão sobre as oposições
legais ou semilegais, sendo autorizado o regresso de alguns exilados, foi
eliminado algumas restrições à atividade sindical, abrandamento da vigilância
dos serviços de censura, redução dos poderes da polícia (PIDE)

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Revolução 25 de Abril 1974

A Revolução de 25 de Abril, também referida como Revolução dos Cravos,


resultante de um movimento social ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o
regime ditatorial do Estado Novo, sem derramamento de sangue e sem grande
resistência, vigente desde 1933 iniciou um processo que viria a terminar com a
implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da
nova Constituição a 25 de abril de 1976, com uma forte orientação socialista na sua
origem.
Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças
Armadas (MFA), o movimento confiou a direção do País à Junta de Salvação
Nacional (JSN), que assumiu os poderes dos órgãos do Estado a 15 de maio de
1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República.
Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como
o PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado por manifestações,
ocupações, governos provisórios, nacionalizações, confrontos militares que
terminaram com o 25 de Novembro de 1975.

A Constituição de 1976

Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia


Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25
de Abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova
República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado
nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da Liberdade".

A Constituição de 1976, antes de mais pós-revolucionária, tem como principais


fundamentos a democracia representativa e a liberdade politica, reflete uma
preocupação relativa aos direitos fundamentais dos cidadãos e exprime um
principio de separação de poderes, tendo como inspiração a Doutrina de
Montesquieu que sistematizou o princípio fazendo uma doutrina sólida  reafirmando
de modo categórico a concentração de três poderes num só órgão de governo,
sendo eles, o Executivo, Legislativo e o Judiciário. A Constituição da República
Portuguesa está em vigor há 41 anos.

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Democracia atual e conclusão


O Estado português é uma república constitucional unitária semipresidencial sendo
que existem quatro Órgãos de Soberania: o Presidente da República, a Assembleia
da República o Governo e os Tribunais.
Após a revolução, foi feito um esforço no sentido de construir uma democracia
social efetiva, através da consolidação das liberdades fundamentais como o direito
à greve e à liberdade sindical, a implementação do salário mínimo, redução da
carga horária de trabalho, férias pagas, subsídio de doença e de alimentação,
nacionalização de diversos organismos importantes para a consecução da
cidadania, generalização da Segurança Social, acesso ao Sistema Nacional de
Saúde (SNS) e à educação e à cultura.
Mas nem tudo correu ou corre bem. A prevalência de fenómenos de corrupção
enfraquece a imagem do poder político, o crescimento de partidos, a ineficácia no
combate às desigualdades e à pobreza, as fragilidades da nossa independência
financeira, o desacreditar dos portugueses perante a sua representação política são
sinais de que nenhuma democracia pode ser considerada adquirida sem um
contínuo esforço com uma dimensão política, mas também cultural, económica
e social. A democracia não é um regime “natural”, não existe inscrito na natureza
das coisas, mas é uma escolha cultural, no sentido lato, que só sobrevive quando
os homens e mulheres que fizeram essa escolha não duvidam dela e estão
dispostos a defendê-la. Olhando os anos de génese da nossa democracia, é muito
nítido que é assim, quer para estes anos de revolução, quer para os dias de hoje.

Fonte: https://www.google.pt/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

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