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TRATADO SOBRE UNIDADE?

João 17…
Não adianta fazer força, pois, unidade entre pessoas, genuína unidade, fruto de
amor e tolerância, não se manifesta pela força do homem, embora seja simples
como respirar...; isto quando se respira amor de Deus.
Jesus não deu um método e nem postulou uma Unidade Oficial ou Institucional.
Não havia tal coisa...
Os que ouviram Jesus sabiam que Unidade era o mesmo que amor em exercício,
com todas as suas implicações...
E mais:
Os que ouviram Jesus dizer tais palavras sabiam que se Ele não vivesse neles...
tudo aquilo seria totalmente impossível...
Afinal, com Jesus entre eles..., eles ainda brigavam... Imagine só eles sem Jesus,
mas fazendo tudo em nome de Jesus, e sem o amor de Jesus em seus corações —
o que sobraria da experiência se não aquilo que hoje chamamos de
“Cristianismo” e de “Igreja”?...
Sim, nesse sentido o “Cristianismo” é coerente consigo mesmo e com sua
fundação no Século IV da “Era Cristã”...
Digo isto porque o “Cristianismo” é a tentativa de organizar a fé sobre bases e
fundamentos humanos de poder, de institucionalidade e de intelectualidade
capaz de explicar Deus e demonstrar a superioridade da tese cristã sobre o resto
da humanidade perdida...
Jesus, todavia, disse que a Unidade a qual Ele fazia referencia era um milagre...
Sim, teria e tem a ver apenas com aquilo que Ele pediu ao Pai: “Eu neles; tu em
mim; eles em nós; para que sejam aperfeiçoados na unidade”...
E disse que a única apologia que o Evangelho teria no mundo seria a do poder e
da evidencia simples do amor!...
Ora, tal realidade ganha contornos objetivos e históricos na manifestação do
amor, e apenas do amor; pois, do contrário, tudo mais que se crie é confraria, é
maçonaria, é clube santo, é “igreja”, é o que se tem visto... — e que é tudo,
menos manifestação de amor no mundo, e, menos ainda, pelo mundo...
Entretanto, tal Unidade não espera acontecer...
Quem ama e vive com Ele, Nele, e Ele no Pai — esse não espera encontrar
comunhão intelectual com ninguém, mas, sobretudo, busca servir, não
importando a identificação...
Sim, pois tal Unidade se baseia em amor e não em acordo de opiniões...
Se o outro conhece o Senhor mesmo, a unidade acontece como a vida ou como o
nascimento... Se, porém, o outro não conhece o Senhor, será mesmo assim e,
sobretudo, servido...; pois amor tem como seu Dogma único o servir e o se dar...
Assim, onde há amor, há unidade; e onde não há amor, pode-se ter tudo,
inclusive acordo doutrinário, mas jamais haverá unidade segundo Deus.
Ora, a grande manifestação do amor que testemunha a unidade no mundo e
entre os homens somente é de serviço...
Sim, o que Jesus chamou de Igreja teria e tem que ser o povo do amor em
serviço, uns pelos outros e pelo mundo inteiro...
Mas a “Igreja” não quer servir, quer ser servida; não quer amar, quer ser amada;
não acredita no silencio esmagador das obras de amor, mas apenas em
discursos; não pode nem mesmo se imaginar servindo aos pagãos da Terra, mas
apenas sonha com os pagãos em submissão à “igreja”...
Desse modo, com tal espírito, com esse animo de “Alexandre, o Grande”, com
essa vontade soberana dos Casares, com esse fervor mulçumano
fundamentalista, e com esse surto de importância histórica que assomou a
“igreja”—o resultado tem que ser o que foi e o que é; posto que não haja em tal
“igreja” nada do Espírito de Jesus, nada do Servo de Todos,
nada daquele que disse que nossa vida seria entregá-la todos os dias, em amor e
serviço à vida e ao mundo perdido...
Toda tentativa humana de unidade apenas acentua as diferenças e abisma os
homens...
Sim, pois Unidade é apenas unidade... — e isso só nasce do amor que não faz
perguntas, mas apenas se dá como Jesus se Deus...
Agora leia João 17 e veja que a suma de tudo é o que está dito acima!
Nele, que não escreveu um Tratado sobre Unidade, mas ensinou o caminho do
amor,
Caio

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