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1 INTRODUÇÃO
O projeto de Cadastro Técnico tem o objetivo de montar uma base de informações que funciona
como instrumento de suporte para o planejamento e gestão pública.
Estes objetivos podem ser alcançados mais facilmente se apoiados em instrumental tecnológico
adequado. Os Sistemas de Informação Geográfica, os Bancos de Dados e as ferramentas de rede
locais e internet potencializam a utilização de dados gerando informações e principalmente
disponibilizam-nas para o cidadão, ampliando a sua capacidade de ação.
Sendo assim, este documento não pretende apenas relatar o que foi feito, mas também, balizar
as futuras ações da administração municipal no sentido de transformar os projetos mencionados
em realidade, servindo como referencial técnico e de gerenciamento.
Apresentamos aqui o que entendemos ser o melhor recurso tecnológico para execução das
tarefas propostas, convictos de que estas especificações podem determinar o sucesso ou fracasso
de um projeto.
O trabalho tem início com a elaboração dos Boletins de Cadastro de Logradouros, Imobiliário e de
Atividades Econômicas, com base nos modelos fornecidos pela CAR e devidamente adequados à
realidade local. É feita então, uma apresentação informal do Cadastro aos técnicos da prefeitura
bem como a divulgação do projeto pelos veículos de informação disponíveis na cidade como
rádio, jornal e carro de som.
Em seguida é feito um convênio de estágio entre a empresa e algum Colégio do município, onde
são selecionados alunos para que seja executado o treinamento para levantamento de dados em
campo, oferecido aos candidatos o cargo de cadastrador. O programa do curso é formado dos
seguintes assuntos:
Ao passo que estas atividades avançam, cuida-se da elaboração da base cartográfica, que
normalmente é iniciada com a digitalização de uma base existente no próprio município ou nos
órgãos competentes (EMBASA, IBGE, COELBA, etc...). Porém, nas cidades de grande porte, a base
cartográfica é confeccionada através da restituição da foto aérea feita recentemente,
disponibilizada para as empresas através da CAR, obtendo-se assim um produto muito mais
atualizado e preciso que o anterior.
De posse deste material, os grupos de cadastradores, já treinados e escolhidos, vão a campo
verificar os logradouros da cidade que já constam da planta e acrescentam através de croquis os
novos, concluindo assim o cadastro de logradouros – no caso da cidade não possuir a base
restituída da foto aérea. Verificaram também características de infra-estrutura dos logradouros
1
(pavimentação, iluminação, redes de água e esgoto). Estas informações foram preenchidas no
boletim de cadastro de logradouro (CL), e geraram a primeira modificação na planta básica, que
foi vetorizada1 em programa CAD no momento em que se fazia o cadastro de campo.
No caso do imóvel abrigar alguma atividade econômica, é aplicado, além do boletim de cadastro
imobiliário (BCI), o boletim de cadastro de atividades municipais (CAM).
A planta básica, com os logradouros atualizados, foi impressa para que se iniciasse o cadastro de
imóveis e de atividades econômicas. Nesta fase foram cadastradas as seguintes informações a
respeito dos imóveis:
Codificação do lote
Código de Zoneamento Fiscal
Código de Uso do Solo
Código Tributário Novo
Código Tributário Antigo
Informações do proprietário
Proprietário
Compromissário
Endereço
Bairro
Endereço para Correspondência
Bairro
Cidade
Estado
CEP
Categoria do proprietário
Profissional Liberal
NU
Médico
Funcionário Público
Comerciante
Taxista
Artesão
Outros
Benfeitorias
Calçada
Muro
Gradil
Outros
Serviços
Água
Esgoto
Luz
Telefone
Lixo
1
Vetorizar uma base é transformar suas informações geométricas (pontos, linhas, arcos, etc.), que antes
eram imagens ou desenhos, em equações matemáticas vetoriais com o auxílio de um computador 2 e de
sistemas CAD.
Categoria de Ocupação
Arrendamento
Aforamento
Próprio
Aluguel
Informações do Imóvel - Lote
Não Construído
Com Ruínas
Construção Paralisada
Construção em Andamento
Natureza Temporária
Construído
Sem
Particular
Público Municipal
Público Estadual
Público Federal
Religioso
Informações do Imóvel - TSU
Sim
Não
Informações da Imóvel - Utilização
Sem
Residencial
Comercial
Prestação de Serviços
Serviço Público
Industrial
Religioso
Mista
Informações da Edificação - Tipo
Casa
Construção Precária
Apartamento
Loja
Galpão
Telheiro
Meio de Quadra
Esquina / Mais de Uma Frente
Vila
Encravado
Gleba
Aglomerado
Informações da Edificação - Topografia
Plana
Aclive
Declive
Irregular
Informações da Edificação - Pedologia
Inundável
Firme
Alagado / Brejo / Mangue
Informações da Edificação
Frente
Fundos
Superposta Frente
Superposta Fundos
Sobre-Loja
Sub-Solo
Galeria
Nenhuma
Externa
Interna
Mais de Uma Interna
Informações da Edificação – Parede
Sem Parede
Taipa
Alvenaria
Madeira Simples
Concreto
Outras
Informações da Edificação - Cobertura
Palha / Zinco
Telhado Amianto
Telha de Barro
Laje
Outros Cob
4
Informações da Edificação - Revestimento da Fachada
Principal
Nenhuma
Emboço
Material Cerâmico
Reboco
Principal Especial
Pintura
Informações da Edificação – Estado de Conservação
Bom
Nova / Ótimo
Regular
Mau
Luxo
Grande Porte
Médio Porte
Popular
Medidas do Imóvel
Testada Principal
Área do Lote
Área do Lote de Vila / Cond. Hor.
Área Construída da Unidade
Total de Unidades no Lote 5
Área Total Construída
Valor do m2 do Terreno
Código de Cobrança
Zona Fiscal – A cidade foi dividida em quatro grandes zonas fiscais. As zonas identificadas foram:
Camamu (CA), Centro (CE), Mulunguns (MU), Muritiba (MT), Apaga Fogo (AF), Batatan (BA) e
Conceição (CO).
Uso do Solo – Os usos do solo na cidade foram classificados em: Baldio(B), Comércio(C),
Industria(I), Misto(M), Residência(R), Instituição(S), Religião(G), Prestação de Serviço(P) e
Serviço Público(U).
ZONA FISCAL
(MU)MULUNGUNS
(AF)APAGA FOGO
(MT)MURITIBA
(BA)BATATAN
(CA)CAMAMU
(CE)CENTRO
CONCEIÇÃO
USO DO
SOLO
Baldio
COB CAB CEB MUB MTB AFB BAB
(B)
Comércio
COC CAC CEC MUC MTC AFC BAC
(C)
Industria
COI CAI CEI MUI MTI AFI BAI
(I)
Misto
COM CAM CEM MUM MTM AFM BAM
(M)
Residência
COR CAR CER MUR MTR AFR BAR
(R)
Instituição
COS CAS CES MUS MTS AFS BAS
(S)
Religião
COG CAG CEG MUG MTG AFG BAG
(G)
Prestação
de Serviço COP CAP CEP MUP MTP AFP BAP
(P)
Serviço
Público COU CAU CEU MUU MTU AFU BAU
(U)
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Código do Logradouro – O código dos logradouros é estabelecido antes do início dos trabalhos
de campo. Uma primeira numeração é dada utilizando como referência a planta básica original
(ainda desatualizada), esta, é complementada após verificação da situação real dos logradouros
(quantidade e posição). Cada logradouro existente recebe um número, que é único dentro de uma
mesma zona fiscal, iniciando no 001 em acrescendo uma unidade a cada novo logradouro2.
Código do Lote – A numeração dos lotes é feita durante a pesquisa de campo. As testadas são
medidas e automaticamente numeradas, obedecendo a critérios técnicos (por exemplo, o lado
direito do logradouro recebe numeração par e o esquerdo, impar).
Segue-se aplicando boletins de cadastro imobiliário e atividade econômica, que são preenchidos
pelas equipes de campo através de entrevistas aos proprietários; análise visual dos materiais e
das condições físicas do imóvel; medição, com a utilização de trenas, das testadas; medição dos
lotes e das edificações e cálculo de suas respectivas áreas.
De posse dos valores estabelecidos pela Comissão Municipal de Valores, finaliza-se a Planta
Genérica de Valores, adotando-se codificação através de cores para determinar o valor venal do
metro quadrado de cada logradouro.
Após uma visita final ao município, foram feitas as últimas correções no Banco de Dados e nos
mapas CAD. Depois de conclusas estas alterações, foram refeitos os links entre os centróides da
planta básica e o banco de dados a fim de geo-processar as informações do cadastro municipal,
atualizando, assim, as plantas temáticas.
Procedeu-se, então, uma avaliação final de todo o trabalho, gerando, desta forma, as cópias dos
arquivos digitais e as plotagens das plantas básicas, temáticas e de quadras.
De posse desse material, a CAR foi ao município fiscalizar e verificar a veracidade das
informações entregues, para que depois as mesmas sejam disponibilizadas à Prefeitura Municipal
de Nazaré.
V. Cadastro de Logradouros
Banco de dados elaborado em Access extraído dos Boletins (CL) preenchidos em campo
pelos cadastradores, contendo informações sobre a infra-estrutura dos logradouros.
VIII. Geoprocessamento
Foi entregue, além dos produtos do termo de referência, a entrega dos arquivos do geo-processamento em meio
magnético.
8
1.5 TREINAMENTO
O treinamento dos técnicos da Prefeitura, realizado nos dias 21 e 22 de Setembro de 2000, foi um
evento intermediado pela CAR, onde foram reunidos representantes de várias prefeituras
que fazem parte do PRODUR, bem como as empresas de consultoria que executam os
cadastros nas mesmas.
Foi feita uma dinâmica de grupo, onde foram discutidos vários aspectos do cadastro,
apresentando a experiência de cada município e enfatizando a importância de mantê-lo
sempre atualizado.
Logo depois, os representantes de cada prefeitura foram para a empresa relacionada a mesma,
onde recebeu todas as informações necessárias de como manusear e atualizar os produtos
entregues no cadastro, em especial, o Banco de Dados elaborado em Access.
Foi entregue na ocasião, uma apostila de treinamento para cada membro da prefeitura com os
seguintes conteúdos:
Para se calcular o IPTU, deve ser considerado o valor venal dos terrenos e edificações, bem como
os fatores de correção apresentados no item 1.7 deste relatório.
Quanto ao valor venal, formou-se uma Comissão Municipal, que definiu os valores do metro
quadrado por logradouro nas diferentes áreas da cidade, a serem aprovados pela Câmara
Municipal.
Em relação aos fatores de correção, cabe à prefeitura de Nazaré definir, no seu código tributário,
os fatores de correção relacionados no item 1.7 deste relatório, levando-se em
consideração a realidade local do município.
A seguir está relacionada a tabela dos valores venais do município de Nazaré, dividida por bairros
e logradouros.
TABELA DOS VALORES VENAIS - NAZARÉ
BAIRRO - CENTRO
BAIRRO - CAMAMU
BAIRRO - MULUNGUNS
BAIRRO - MURITIBA
BAIRRO - BATATAN
A avaliação de lotes será feita através do cálculo do valor venal do terreno, que será obtido em
função do preço do metro quadrado previamente estabelecido pela Comissão Municipal de
Valores.
Conhecida a área do terreno, segue-se o cálculo do valor venal do terreno, através da seguinte
formula:
Onde:
TAB 01 - FC1
1. Toda Quadra
2. Esquina/ mais de uma frente
3. Meio de Quadra
4. Vila
5. Encravado
6. Gleba
TAB 02 - FC2 13
Topografia FC2
1. Plana
2. Aclive
3. Declive
4. Irregular
TAB 03 - FC3
Pedologia FC3
1. Normal
2. Inundavel
3. Alagado
4. Rochoso
5. Arenoso
Para ser mantido o valor estabelecido, é necessário que a edificação atinja 100 pontos (máximo),
que serão obtidos com base no material de construção empregado, de acordo com as
tabelas 05, 06, 07, 08 e 09.
O preço de mercado do metro quadrado estabelecido, será corrigido pelo levantamento dos
custos do material empregado na construção.
Ve = A x V x Fc4 x Fc5
Onde:
Ve = Valor Venal da edificação
A = Área Edificada CIM / BIC
V = Valor do metro quadrado de área construída CMV - Comissão
Fc4 = Fator de correção Tab 05, 06, 07, 08 e 09 nº pontos obtidos / 100
Fc5 = Fator de correção Tab 10 Estado de conservação
O fator de correção quanto ao número de pontos obtidos pelos componentes da edificação Fc4
será conhecido pela aplicação da seguinte fórmula:
Nº de
Fc4 = pontos
100
TABELAS DE VALORES PARA EDIFICAÇÕES
TAB 04
Tipo Valor do m²
Piso
1. Madeira
2. PVC
3. Pintado
TAB 06
TIPO DE CONSTRUÇÃO - APARTAMENTO E SALA
Piso
1. Madeira
2. PVC 15
3. Pintado
TAB 07
TIPO DE CONSTRUÇÃO - LOJA
Piso
1. Madeira
2. PVC
3. Pintado
TAB 8
Tipo de Construção - Galpão e Telheiro
Estrutura Parede Cobertura Instal.
Sanitária
Piso
1. Madeira 16
2. PVC
3. Pintado
1. Nova/ Ótimo
2. Bom
3. Regular
4. Mau
Categoria do Imóvel
Categoria do Imóvel Valor m²
1. Luxo
2. Grande Porte
3. Médio Porte
4. Popular
2. GEOPROCESSAMENTO
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Não se trata apenas de manter estas informações juntas em um único programa. Este sistema
permite também a captura, o gerenciamento, a manipulação, a análise, a modelagem e a
visualização espacial de dados georreferenciados3, de acordo com critérios de pesquisa definidos
pelo usuário.
3
Dados georreferenciados ou dados geográficos são dados que descrevem fatos, objetos e fenômenos do
globo terrestre associados à sua localização sobre a superfície terrestre, num certo instante ou período
17 de
tempo – Câmara et al. Cit.:37
Ao longo do tempo, estes sistemas tornaram-se importantes, tanto para a gestão privada, quanto
para a pública, uma vez que possibilitam um rebatimento espacial das mais variadas situações.
Apenas saber o que está acontecendo nem sempre é suficiente; pode ser necessário também
identificar onde e com que frequência determinada situação ocorre.
2.2 POTENCIALIDADES
Nos últimos dez anos, algumas prefeituras municipais têm envidado esforços para geoprocessar
suas informações, utilizando-se de um SIG para auxiliar na elaboração de análises espaciais de
situações presentes, na simulação de cenários alternativos e no planejamento de intervenções
nas mais diversas áreas.
“Segundo o IBGE, 70% a 80% das informações utilizadas na administração das cidades têm uma
referência espacial, o que denota a importância deste sistema” (Rocha, 1999)4. Suas vantagens
são refletidas em diversas experiências bem sucedidas na utilização desta tecnologia na gestão
pública. Secretarias de educação, saúde, planejamento, finanças, obras, entre outras já testaram
o potencial destes sistemas.
Um programa testado com sucesso na área de educação foi o de vincular a matrícula dos alunos
da rede pública à proximidade e facilidade de acesso entre sua residência e a escola. O sistema
identifica a residência do aluno no mapa da cidade, busca as escolas mais próximas (dentro de
raios sucessivos) e depois analisa os prováveis caminhos entre elas. Processando fatores de
correção previamente cadastrados5, o sistema indica a escola que o aluno deve freqüentar, sob a
condição de disponibilidade de vagas.
O SIG tem uma aplicação importante no planejamento de sistemas de transporte urbano. Ele
pode sugerir rotas com maior facilidade de fluxo (de acordo com o cadastro físico do sistema
viário da cidade e a definição dos fatores de correção relacionados), identificar concentrações
populacionais para locar pontos de ônibus, cuidar para que nenhum cidadão fique a uma distância
de um meio de transporte maior do que um determinado valor, etc.
Uma das aplicações mais importantes e de interesse imediato para as prefeituras refere-se à área
de finanças. O sistema permite o controle da cobrança de IPTU a partir de uma base de dados do
cadastro imobiliário da cidade. Assim, é possível observar a distribuição espacial dos adimplentes
e inadimplentes, além do valor total arrecadado em determinada área. Desta forma, o mapa
ajuda o gerenciamento do espaço, possibilitando um maior controle e direcionamento do capital
4
Rocha, Maria Célia Furtado. Aprendizagem e novas tecnologias: o caso do sistema de informações
geográficas da Prefeitura de Goiânia. Tese de Mestrado, NPGA-UFBA, Salvador, 1999.
5
Se, por exemplo, o caminho é asfaltado, o fator de correção é 1, se é terreno natural, o fator passa a ser
1,2, etc. Uma sinaleira, buracos na pista, declividades no terreno, são fatores de resistência ao caminho e
tem seu valores relativos fixados. Ao final do cálculo, os valores das distâncias são multiplicados pelos
fatores de correção referentes às resistências encontradas e são determinadas as distâncias relativas18 para
cada escola.
no sentido de atender às políticas determinadas pelo planejamento urbano, possuam elas maior
teor compensatório ou características de consolidação de espaços.
“Conforme dito, o SIG tem se mostrado uma valiosa ferramenta de gerenciamento de dados
espaciais e cruzamento de informações para geração de novos mapeamentos. Proporciona, ainda,
a realização de análises complexas através da integração de dados provenientes de fontes
diversas. (...) Por fim, trata-se de ferramenta que pode ser apropriada a baixo custo, em áreas tão
diversas como cartografia, arrecadação, análise de recursos naturais, transportes, comunicações,
energia e planejamento urbano e regional.”(Rocha,1999)
Devido às potencialidades descritas, o SIG possui grande utilidade para uma série de instituições
governamentais e privadas que tenham seus negócios amplamente correlacionados com o
espaço. Como exemplo, pode-se citar as concessionárias de serviço público, tais como Embasa,
Coelba, Telemar, Correios, Detran, dentre outras.
Além da associação dos diversos bancos de dados ao mapa da cidade, deve-se organizar um
processo que permita uma alimentação e atualização de dados pelos diversos parceiros. O
geoprocessamento de uma cidade não pode ser encarado de forma estática, sendo necessária
uma manutenção constante para se corrigir alguns erros que por acaso venham a aparecer, bem
como a sua atualização contínua para que os dados representem com fidelidade a realidade local.
Vale notar que, após firmado o convênio, é a prefeitura que vem conduzindo os processos de
implantação e manutenção da base de dados espaciais. Qualquer elemento que compõe essa
base é propriedade das quatro conveniadas, o que significa que qualquer uma delas pode
atualizá-lo, embora a responsabilidade formal e legal para fazê-lo seja da prefeitura. Contudo,
como a prefeitura não tem a mesma agilidade que a Celg para atualizar postes, por exemplo, tal
concessionária atualiza a base, utilizando o mesmo padrão do convênio, e entrega estes dados à
prefeitura para que ela possa redistribuí-los. Assim, todos se responsabilizam pelo envio de
informações para atualização do banco de dados.”
A ESTRUTURA DE GEOPROCESSAMENTO
A idéia básica é que o geoprocessamento seja parte integrante de um sistema de informações da cidade, que auxilia tanto a
prefeitura, quanto as concessionárias de infra-estrutura e, garanta ainda, a democratização das informações. O modelo seria
calcado em quatro bases, com níveis diferentes de interação, para servir com efetividade:
P R E F E I T U R A C O N C E S S I O N Á R I A S
S I S T E M A D E I N F O R M A Ç Õ E S
I N F O R M A Ç Õ E S G E R TA EI S C N O L O G A I PA L I C A Ç Ã O
G E O P R O C E S S A M E N T O
I N F O R M A Ç Ã O
B A L C Ã O D E
I N F O R M A Ç Õ E S P Ú B L I C O I N T E R N E T 19
O desenvolvimento do trabalho deverá ocorrer com o estudo de três elementos fundamentais, apresentado na figura acima:
Visto que a Prefeitura de Nazaré, assim como a maioria das prefeituras municipais do interior da
Bahia, deverá passar por um processo inicial de informatização, é prudente pensar em
estabelecer um período de amadurecimento e consolidação de conceitos básicos das novas
tecnologias que estão por vir.
É necessário fazer uma análise cautelosa dos aspectos que concorrem para o sucesso da
implementação do projeto antes de tentar aplicar tecnologias que, no momento, têm custo
elevado e são pouco “amigáveis” aos usuários comuns. O desafio neste trabalho é o de implantar
um sistema que atenda às necessidades com eficácia e corresponda à realidade do município, ou
seja, possua custo e grau de complexidade proporcional à capacidade de operação do pessoal
alocado ao projeto, a curto e médio prazos.
Para as prefeituras que fazem parte do PRODUR, uma opção interessante para o geo-
referenciamento seria a utilização o AutoCAD Map, pois apresenta uma boa relação custo-
benefício, tendo em vista que as mesmas necessitam adquirir o AutoCAD normal, e o AutoCAD
Map possui todos os recursos do AutoCAD normal e custa apenas um pouco mais, não sendo
necessário a utilização de um software específico para o geoprocessamento.
Este produto tem também a vantagem de se relacionar facilmente com outros sistemas, sendo
fácil migrar para outras tecnologias se necessário, pois gera suas bases em arquivos de extensão
DXF (universais). Ou seja, após uma fase inicial de contato com o geoprocessamento, é possível
migrar facilmente para outra tecnologia, o que é fundamental pois o ciclo para surgimento de
novos programas é bastante curto.
Por fim, com o objetivo de democratizar as informações deixando-as disponíveis na rede internet,
uma opção seria o Map Guide, da AutoDesk, por ser compatível com o AutoCAD Map e exclusivo
no mercado. Este programa facilita ainda o estabelecimento de convênios com parceiros de
poucos recursos para gestão da estrutura do geoprocessamento, por oferecer, com um custo
muito baixo, a possibilidade de utilização desta estrutura através de um servidor da internet.
2.4.2 APLICAÇÕES
20
O Sistema de Informações Municipais tem três aplicações básicas, quais sejam:
a. disponibilizar informações para o planejamento e gerenciamento do espaço urbano;
As atividades desenvolvidas pela estrutura administrativa da prefeitura, bem como pelas
concessionárias de infra-estrutura possuem forte rebatimento espacial. Assim, a gestão fiscal,
assim como o planejamento, podem ser fortalecidos por este importante instrumento de auxílio à
tomada de decisões.
Um exemplo poderia ser a cobrança do IPTU, onde seria possível definir a massa de arrecadação
de cada área e estabelecer políticas públicas. Assim, uma área já consolidada pode gerar recursos
para urbanização de uma área de expansão, ao tempo em que outras poderão financiar sua
melhoria em termos dos equipamentos urbanos. Uma área com elevado índice de inadimplência
poderá ser objeto de uma fiscalização mais ostensiva ou de sanções.
Por outro lado, o uso destas ferramentas pode ajudar a manter atualizado o banco de dados, bem
como pode facilitar a participação dos cidadão na defesa da cidade, seja através de um canal
para sugestões e reclamações, seja pela disposição de participar de algum programa em
andamento.
c. prover serviços com melhor qualidade, mais rápidos e eficientes para os cidadãos.
Devido a possibilidade de comunicar-se com o poder público, seria mais fácil identificar carências
da população e envidar esforços no sentido de sanar os problemas e prestar melhores serviços.
Isto facilitaria também a própria avaliação de demandas, contribuindo para o planejamento.
2.4.3 INFORMAÇÕES
É importante chamar a atenção para o fato de que as informações disponíveis e o seu grau de
atualização dependerão de como será alimentado o sistema. Ou seja, é fundamental a definição
de rotinas de coleta de dados para que se traduza a realidade da forma mais fiel possível.
Os planos existentes também poderão ser divulgados através desta ferramenta, não limitando a
informação apenas ao existente.
Outro fato importante, refere-se ao acesso a informações, que seria totalmente controlada,
fazendo com que cada tipo de cliente do sistema tenha acesso apenas a determinados tipos de
informações.
22