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A pandemia caiu como uma bomba no mundo do entretenimento, que precisou adiar todos

os eventos presenciais para quando tudo já estivesse de volta ao normal – e que


ninguém sabia quando seria. E com o mundo em pausa, o grupo Artplan – nascido da
agência de comunicação de mesmo nome, responsável pelo Rock in Rio – decidiu que
era o momento certo de passar pelo aguardado rebranding. Após 52 anos de história e
muitos novos braços, o grupo foi rebatizado de Dreamers. “O nome gerava ruído até
para os próprios clientes e precisávamos de uma identidade de conglomerado.
Começamos como um grupo de empresas bacanas, com metas e desafios individuais, e
agora nos reconhecemos como um time, com pessoas em empresas diferentes, mas num
mesmo ecossistema”, explica Rodolfo Medina, presidente executivo do Dreamers.

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O grupo engloba 16 empresas, sendo a maioria envolvida com entretenimento e


comunicação. Com suas diversas unidades, oferece desde a criação de projetos até
onde eles serão compartilhados, além da medição de resultados. “Nossa principal
diferença para concorrentes internacionais é que temos cabeça de anunciante e de
cliente ao mesmo tempo. Prestamos serviço, mas também temos marcas proprietárias”,
aponta o executivo. Eles se definem como um ecossistema de experiências.

A aquisição mais recente foi a V4 Company, franqueadora especializada em


potencializar vendas regionais, com o fomento do consumo em e-commerces por meio de
plataformas de mídia. O grupo afirma que algumas de suas empresas e iniciativas já
são conhecidas do mercado e outras ainda serão, mas Medina pontua que fama não é o
que mais interessa. “Queremos ser parceiros de negócios dos clientes, um player
integrador, podendo nos conectar com empresas de dentro ou de fora do grupo.
Ganhamos o jogo se formos relevantes para os parceiros.”

Para o futuro, o grupo está investindo na área de transformação digital e


performance. Medina aposta que os setores digital e de tecnologia ainda têm muito a
oferecer e que, inevitavelmente, o crescimento – do grupo e do mundo – vai passar
por iniciativas focadas no online. “Na pandemia, as marcas assumiram o protagonismo
na busca por soluções para os problemas que estamos vivendo. Nós, do mundo da
comunicação, temos uma responsabilidade muito grande em fazer a diferença. O
marketing precisa se ressignificar e focar no valor compartilhado. Podemos cumprir
as metas de vendas gerando transformação social e deixando um legado ao mesmo
tempo”, afirma.

Com faturamento flutuante por causa dos eventos que não acontecem anualmente – o
festival Rock in Rio, por exemplo, é realizado a cada dois anos –, o grupo viu esse
valor ser impactado por conta da crise sanitária. Em 2019, a então Artplan
registrou R$ 1,5 bilhão. No ano passado, a queda foi de 30%. Medina aposta na
vacinação acelerada para que, no segundo semestre, a economia apresente uma
retomada.

Desde o início das determinações de isolamento social no Brasil, em março de 2020,


a equipe de 700 funcionários da companhia está trabalhando de casa. Enquanto para
algumas empresas o home office já era praticado, para outras o aprendizado foi
forçado, sem preparação. Apesar de confessar sentir falta do encontro presencial
com os funcionários, Medina afirma que os resultados não foram afetados. “Você para
de controlar ponto e horas trabalhadas para cobrar skills e entregas. O digital é
até legal, mas a vida é ao vivo”, diz o presidente executivo.

E de “ao vivo” o grupo entende. Além do festival musical que é referência mundial,
outros eventos foram adicionados ao portfólio do Dreamers ao longo do tempo, como a
Maratona do Rio, o Carnaval de Rua do Rio, o Rio Montreux Jazz Festival e a GameXP.
Depois das edições de 2020 (Lisboa) e 2021 (Rio de Janeiro) do Rock in Rio terem de
ser adiadas para o ano que vem por causa da pandemia, Medina promete eventos
históricos. “Temos a obrigação de fazer o festival de forma única, com toda a
segurança e cuidados necessários, para uma grande experiência depois de vivermos um
período tão duro”, afirma.

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