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– Immanul Wallrestein
Premissas
O autor vai discutir o presente momento do sistema mundo, que encontra-se em crise.
Para isso, ele vai partir de quatro premissas básicas:
Premissa Nº3 - Se baseia numa leitura do que aconteceu no sistema mundo moderno
entre 1945 – 2010. O autor divide a sua tese em dois períodos: de 1945 até 1970 e de 1970 até
2010. O primeiro período foi o que teve uma das maiores expansões econômicas ao redor do
mundo da história, que, por sua vez, representou uma das maiores ascensões econômicas
dentro do ciclo de Kondratieff. Por outro lado, quando os quase monopólios entraram em
colapso, o mundo entrou num período de recessão do ciclo. Dessa forma, os capitalistas dos
anos de 1970, mudaram o seu foco da área produtiva para a área financeira e assim, o mundo
entrou na maior onda de bolhas especulativas do sistema mundo moderno. Também vale
ressaltar que esse período de ascensão foi também o da formação da hegemonia dos EUA no
sistema mundo. Mas, a partir do momento de quebra dos quase monopólios, a hegemonia
americana começou a entrar em declínio. Outro ponto para se colocar em questão, foi a
Revolução Mundial de 1968 que também abalou o sistema mundo nos seus três blocos: o pan-
europeu, o socialista e o terceiro mundo.
Premissa Nº4 – Diz como é uma crise estrutural em que o sistema mundo se encontra
atualmente, tendo começado por volta de 1970 e irá até 2050, segundo o autor. Para ele, a
característica primária de uma crise estrutural é o caos, não no sentido de acontecimentos
randômicos no sistema mundo, mas sim em rápidas transformações que impediriam a
estabilidade do sistema. Essas transformações não estariam limitadas apenas ao aspecto
econômico, também atingiriam o sistema entre os estados, culturalmente, a presença de
recursos naturais, condições climáticas e até pandêmicas. Essa instabilidade impossibilitaria,
por exemplo, previsões – mesmo que de curto prazo – pelos agentes econômicos. E essa
incerteza criaria um ciclo vicioso em que haveria uma menor expectativa de lucros, então uma
menor produção, e ,consequentemente, menores salários.
Numa situação de crise na estrutura do sistema mundo, a única certeza que teríamos é
a de que o sistema presente, o capitalista, não pode continuar. Mas então, qual sistema
tomaria o lugar? Para o autor, isto seria impossível, mas ele previu que haveria uma disputa
entre dois grupos: o Espírito de Davos e o Espírito de Porto Alegre.
No Espírito de Davos, há uma divisão interna entre aqueles que acreditam na mão de
ferro como estratégia, em que esmagariam seus oponentes, e aqueles que desejam cooptar
com aqueles que propõe uma transformação pelos falsos sinais de progresso (como o
capitalismo verde e redução da pobreza).
O autor vê cinco estratégias distintas que seriam o caminho certo para resolvermos a
crise estrutural do sistema mundo.
A primeira seira através de uma grande ênfase numa análise intelectual, que abarcasse
a população mundial como um todo, que teria então uma grande abertura e seria dessa forma
inspirada pelas ideias do Espírito de Porto Alegre. Para o autor, mesmo que pareça pouco
eficaz recomendar essa saída, a ausência dela é o que nos limitaria para seguir um fluxo em
que o sistema mundo pudesse prevalecer.
A quarta saída seria uma consequência da importância das autonomias. Desse modo,
teríamos que acabar com qualquer base militar estrangeira em qualquer país, como por
exemplo as do exército americano. Consequentemente, a redução dessas bases diminuiria o
gasto militar ao redor do mundo e poderíamos realocar esses gastos em outros recursos que
seriam mais uteis para a sociedade.
Por fim, a última estratégia proposta por Wallerstein, seria a de acabar com as
desigualdades sociais, sejam de gênero, raça, étnica, religiosa ou de sexualidade, da forma
mais rápida possível.