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Gistenas para Igrejas Autor: Lonnie Park Tradutor: Homero Sette Silva Patrocinio: Apoio: VATE BcxSnoe [CS www.backstage.com.br www.editorahsheldon.com.br Prefacio do Autor Estava na casa de minha avo, escutando discos com um amigo e, ten- tando ser compreensivo com seu gosto musical, escolhi uma verséo moder- na de um velho hino e coloquei para tocar. Ao final da musica perguntei a minha avo se ela havia gostado daquela interpretagdo de Amazing Grace. Apés uma pausa, durante a qual parecia estar formulando seu parecer a res- peito da pega, pronunciou-se: 0 que significa estar fazendo uvas (making grapes)! ? Até hoje ainda sorrio com essa historia que revela um aspecto muito importante: se o ouvinte nao escutar corretamente, o conteudo da men- sagem perde-se ou é distorcido. Por esse motivo, o sistema de som em sua igreja deve ser o componente mais importante ali existente, pois as pessoas devem entender aquilo que ouvem. Ao longo dos anos venho lidando com muitos e diferentes tipos de pessoas que, provavelmente como vocé, de algu- ma maneira, trabalham com o som de sua igreja. Embora'o tamanho dos templos ¢ os ritos variem significativamente, todos desejam a mesma coisa: som de boa qualidade. Querem que a miisica e o louvor sejam agradaveis Para a congregagao, para os cantores e para os muisicos. Todos devem ouvir e entender a mensagem. E, para isso, necessitam de alguém com conheci- mento técnico: vocé. Esteja certo de que vocé sera notado quando o som estiver ruim, mas passaré despercebido quando o som estiver bom, ocasiao em que sera o herdi oculto. Muitas fontes de consulta dispontveis partem do Pressuposto de que vocé tem conhecimento do ramo e descrevern com grande minucia os detalhes do funcionamento interno de cada botéo em que voc poderd tocar. Esse, no entanto, nao é o objetivo deste livro, cuja finalidade & apresentar o basico a tespeito dos sistemas de sonorizagao e fornecer respostas as mais freqiien- tes perguntas formuladas. Isto vai habilit4-lo a fazer o seu sistema de som funcionar adequadamente. Algumas vezes basta uma pequena dose de infor- magao para tomar o trabalho do técnico muito mais eficiente. 1 Nota do Tradutor: Agradego ao prezado amigo Gordon Gersteimer, da Spectral Balance, que com 0 ‘sou native english mostrou-me o trocadilho com as expressdes Amazing Grace e Making Grapes, que me havia escapade, Prefacio do Tradutor A edigio americana desse livro, h4 muito tempo no metcado, estava desatualizada, nao por culpa do Autor, mas pela velocidade com que a tecnologia avangou neste segmento. Nao teria cabimento langé-lo no Brasil sem fazer meno as mesas digi- tais, aos processadores de sinais e a necessidade do (geralmente esqueci- do, infelizmente) tratamento actistico. Para isso solicitei o concurso dos especialistas Jeferson Mundel, Vitério Felipe Massoni e Walter Ulimann para escreverem novos capitulos, consoan- te suas especialidades, tornando este texto atual e muito mais abrangente. Fiz, também, acréscimos de material novo ao texto original, com a fina- lidade de atualiz4-lo e aprofundé-lo, nos pontos em que me pareceu oportuno. A edig&o em portugués contou com 0 inestimavel concurso de-dois jo- vens técnicos de som: Flavio J. Alvino de Oliveira da EAM e Adilson Victorino da Silva, da New Box. O Flavio colaborou diligentemente com sugest6es es- pecificas ao assunto mixagem. O Adilson atuou com desenvoltura e entusias- mo em diversos setores: foi um critico severo ¢ atento da tradugao, fazendo uma excelente revisdo técnica; criou muitas das ilustragdes — melhorando significativamente o visual da presente edigdo — e contribuiu com inumeras sugestdes e acréscimos ao texto, facilitando a compreensdo dos assuntos abordados. Sinceramente espero que esta obra, de cardter intrinsecamente basico @ introdutorio, seja de grande utilidade para aqueles que iniciam no audio. iNDICE Introdugao: Seu Lugar Neste Mundo .. Parte Um: O Basico — Coisas Que Vocé Deve Saber.. Capitulo 1 - Partes Essenciais do Sistema de Som Microfones (E Outros Dispositivos para Plugar) Padrdo de Captagao de Microfone: Mesas de Mixagén .... Controles que vocé Pode Encontrar em um Canal .. Amplificadores.. Caixas Acusticas. Transdutores que podem ser encontrados em uma caixa actistica Crossover Passivo.. Capitulo 2 - Outros Equipamentos. Crossovers Ativos Equalizadores .. Compressores Gate: Delays Direct Box Dispositivos de Reprodugao e Gravagéio. Monitores Microfones sem Fio Ajuda para os Deficientes Auditivos Medusas Capitulo 3 —- Conectores e Fios; Como Funcionam Cabos.. Conectores Cabeamento.. Parte Dois - Depois do Basico - Usando o que Vocé Aprendeu... Capitulo 4 - Ajustando a Sala Microfonia Ajustando 0 Equalizador. Posicionamento das Caixas Opges para o Posicionamento das Caixa: O Controle do Sistema de Som .. Capitulo 5 - Resolvendo Problemas - Dicas e Truques . Uso e Localizagao do Microfone .... A Mesa de Mixagen .... Equalizadores Graficos ‘Amplificadores.. Mono, Estéreo, e Bridge . Falantes e Caixas Monitores .... Dispositivos de Reprodugao e Gravaga Outras Sugestées..... Capitulo 6 - Onde e Como Comprar seu Equipamenio .... Parte Trés - Manual para um Som Melhor... Capitulo 7 - Manual da Equipe Técnica Para um Melhor Som.. Vocalistas ... Tecladistas Guitarristas Masicos . Técnicos de Som Todo: Parte Quatro - Novas Tecnologias .... Capitulo 8 - Processadores Digitais .. Capitulo 9 - Mesas Digitais ... Capitulo 10 - Tratamento Actstico Glossdrio - Termos Usados no Audio OAutor .. Diagramas de Sistemas Convencionais e Bi-amplificados .. Introdugao: Seu Lugar Neste Mundo Um pastor certa vez disse-me, sinceramente: “Vocé sabe, 6 muito impor- tante para nds que as pessoas escutem bem”. Entao, respondi: “Ou seja, afinal é para isso que estamos aqui”. Para ser um técnico de som eficiente vocé precisa saber para que est ali. Vocé 6 Parte integrante da equipe e seu servigo vai muito além de girar botées e comutar chaves. A operag&o inadequada do sistema de som pode impedir que a mensa- gem correta chegue até as pessoas. As pessoas esto na sua igreja para orar e ouvir a mensagem do pastor, Qualquer problema com o som nao ape- nas detrata o seu trabalho como distrai e confunde 0 ouvinte. Vocé 6 0 elo de ligag&o entre o miisico, 0 orador e a congregacao. Musicos e cantores do o tom para 0 louvor, o pastor dé a mensagem e fica ao seu encargo fazer com que ela chegue até a congregagao de uma forma agradavel. Para que vocé seja bem sucedido em seu trabalho, recomendo que se retina com todas as pessoas que interajam diretamente com o sistema de som. Isto inclui 0 coral, os pregadores, os cantores e 0 pastor. Deixe claro que vocé esté ali para dar suporte a eles. Isso ajudard a criar uma verdadeira sensagao de equipe e permitira que todos externem e discutam suas preocupagées. Descubra 0 que vocé pode fazer para que se sintam mais confortaveis durante 0 servigo religioso. Eles esta gostando do som ? Existe algum pro- blema a resolver ? Vocé ficara surpreendido como isso vai ajudar a coloca-lo no caminho certo, em diregdo a um som de melhor qualidade. Vocé pode nao saber como resolver esses problemas, no momento, mas assegure-lhes que vai comegar a trabalhar no assunto imediatamente. N&o tenha medo, pois com as informagées contidas nesse livro vocé sera capaz de atender a mai- oria das necessidades. Isso vai também colocd-los no caminho do entendi- mento das tarefas de cada‘um, o que levaré a uma equipe eficiente e coesa. Parte Um: O Basico: “Coisas Que Vocé Deve Saber’ Antes de que possamos ajudé-lo a melhorar ou Projetar seu sistema de som é necessario que vocé tenha um entendimento basico das partes que compéem um sistema de som. Existem conceitos fundamentais que vocé deve dominar. Nesta seco vocé ira familiarizar-se com informagSes e termos que a maioria dos manuais de equipamentos Presume que ja sejam do seu conhe- cimento. Suponha que alguém, em algum lugar, decidiu que voc, 0 operador do sistema de som da igreja, 6 um especialista muito versado em audio. Embora alguns entendam parte dos manuais dos equipamentos, acho seguro afirmar que a maioria no tem todo o conhecimento: necessario. Desse modo, partirei do principio de que os leitores deste livro possuem um pequeno conhecimen- to de audio. Para alguns, estes assuntos poderao até parecer desnecessari- Os, mas mesmo assim poderdo conter algo novo e interessante. Uma vez entendido 0 basico vocé poder obter todas as informagées necessérias a partir das fichas téonicas dos produtos e’de seus manuais. Isso ajudara a diminuir 0 tempo de pesquisa e evitar aquele ar de espanto de quem vé o assunto pela primeira vez. Existem muitas variagdes e configuragdes de um sistema de som. A bem da simplicidade, vamos abordar 0 assunto usando situag6es bastante comuns, Embora cada sistema seja diferente, este livro fornecera informa- des que sao comuns a todos. Lembre-se de que um sistema de som 6 1&0 forte quanto seu elo mais fraco. Capitulo 1 Partes Essenciais do Sistema de Som Microfones (E Outros Dispositivos Para Plugar) Partiremos da premissa de que vocé possui ou necessita de um siste- ma de som. Isso provavelmente significa que vocé necessita amplificar uma informagéo (tomé-la mais audivel). Bem, uma vez que vocé esta em uma igreja, 6 mais do que provavel que havera alguém falando, como também alguém cantando, além da presenga de instrumentos. Suponho que todos eles precisam ser ouvidos ! De alguma maneira temos que fazer com que a voz do orador ou de um instrumento musical entre no sistema de som 6 che- gue até ao publico. Mas, como fazer? Entre com o sinal do microfone. A maioria das pessoas sabe o que 6 um microfone ou, pelo menos, ja viu um na vida. O microfone 6 tecnicamen- te considerado um transdutor de entrada. Isto significa que ele transforma energia actistica (som) em energia elétrica. Em outras palavras, ele conver- te som em eletricidade, que pode viajar por um cabo até a mesa de mixagem onde foi plugado, Breve falaremos a respeito do mixador, aquele dispositive cheio de botdes. Existem intimeras marcas e modelos de microfones pelo mundo afora. “Todos soam um pouco diferentes ¢ sao projetados para diferentes tipos de trabalho. Nao pense em adentrar esta selva até que vocé tenha aprendido alguns conceitos basicos. ‘Além disso, nao compre o microfone errado ou todo o seu sistema de som estaré comprometido. JA amedrontado ? Vamos facilitar as coisas para vocé. Sem detalhar todos os tipos de microfones, aqui vai o que vocé precisa saber. Existem dois tipos mais comuns de microfones que vocé vai encontrar: inamico e condensador. Ambos possuem uma fina membrana interna que vibra ao ser atingida pelas ondas sonoras. Essa membrana recebe o nome de diafragma 6 converte o som em um sinal elétrico que 6 enviado por um fio condutor. O microfone dinamico é provavelmente o tipo mais comum usado em sonorizagao ao vivo. S40 muito duraveis e menos susceptiveis ao dano que ‘os demais tipos, resistindo muito bem ao mau uso, sendo uma tecnologia que ‘continua em evolugao. S40 encontrados para a maioria das aplicagdes @ po- dem apresentar uma sonoridade muito boa. . © segundo tipo mais popular de microfone 6 o condensador. Geralments so excelentes em termos sonoros ¢ 0S melhores para a captagéo de sons a longas distancias. A maioria dos microfones de alta qualidade para uso em pédio © com corais 40 condensadores. Tipicamente apresentam uma res- posta muito plana € natural. Devido a natureza da sua construgao s&o mais sujeitos a dano. Desse modo, nao os deixe cair nem pegar chuva. . Esses microfones também necessitam de uma fonte de energia para funcionar. Muitos modelos possuem compartimentos para baterias. Uma fon- te de energia muito comum é o phantom power, (fonte fantasma) muitas ve- 10 zes embutida na mesa de mixagem. Vocé também pode comprar um phantom power separado caso sua mesa nao possua esta caracteristica. Outra caracteristica importante dos microfones é 0 seu padrao de capta- go, também denominado diagrama polar, que descreve a area em torno do. microfone em que é mais sensivel & captac&o das ondas sonoras. Existem trés tipos mais comuns de diagramas polares. Como cada aplicagao de um microfone 6 diferente, torna-se importante entender as diferengas dos pa- drdes de captagdo para que se escolha o microfone certo, Padrées de Captacao de Microfones PADRAO CAPTAGAO INDICADO PARA | NAO INDICADO PARA | Omni Diresonal Em todas as Captar grandes | Tudo mais devido a diregdes Areas e uso na /serem muito sujeitos lapel. ‘a microfonia. Cardo Unisrensena) | Emm uma regizio Pulpito, corais, voz, |Captar sons por tras. |" frontal, com lapela, instrumentos. formato de Boa rejeigdio de coracao. microfonia. “oectindiaeins)"*°** [Em uma Area estrelta|Palpito, corals, voz, |Evitar miorofonia por ina frente e um pouco |lapela, instrumentos. tras, Lembrar disso or tris. Boa rejeigao lateral [quando usar com ide realimentagao, —_|monitores. |Ajuda a isolar a fonte desejada quando ‘apontado diretamente para ela. ahi Outros Dispositivos. Para Plugar Existem situagdes onde nao se usa um microfone para gerar 0 som para © sistema. Algumas vezes, instrumentos e equipamentos eletrOnicos possu- ‘em saidas de audio. Teclados, minidiscs, reprodutores de CD e outros dispo- sitivos eletrénicos com saidas de dudio que permitam que sejam plugados no sistema de som. Direct box é uma caixa de plastico ou metal com entradas para essas fontes sonoras. Use 0 direct box quando necessitar plugar qualquer uma des- sas fontes em uma entrada XLR (3 pinos). Mesa de Mixagem ‘A mesa de mixagem 6 a parte do seu sistema de som onde tudo 6 plugado. Todos os microfones, instrumentos, gravadores so ali conectados misturados para a obtengéo de um som resultante. Podem ser também chamados de mesa, misturadores ou console. Os tipos mais simples possuem um botao de volume para cada fonte sonora que for conectada e um controle de volume master. Modelos mais sofisticados oferecem muito mais opgdes de controle. Por exemplo, algu- mas mesas ndo apenas possuem volume master como também controles de volumes separados para subgrupos. E 0 que 6 um subgrupo, vocé pode perguntar? Bem subgrupos permitem que vocé ajuste 0 volume de um de- terminado grupo de entradas. Por exemplo, vocé pode fazer com que todos os microfones do vocal estejam em um mesmo grupo e@ todos os instru- mentos em um outro. Desse modo o volume de todo um grupo de entradas pode ser controlado com um nico botao ou controle deslizante, geralmente chamado de fader. A primeira vista uma mesa de mixagem pode parecer como a cabine de um. jumbo. Botées e faders por todo lado | Nao se atemorize. Com umas poucas dicas vocé vai sentir-se confiante. Olhe para a mesa e encontre os terminais de entrada e de safda; sao os orificios onde vocé pluga os cabos de ligagdo. Na parte frontal estao os botdes © os faders. Cada entrada e seu correspondente conjunto de controles recebe o nome de canal. Existem me- sas que possuem de 4 a mais de 40 canais, Em uma mesa de 12 canais vocé pode conectar até 12 fontes de programa. Conforme dito anteriormente, mesas mais simples podem oferecer ape- nas um controle de volume para cada canal. Outros modelos podem dispor de muitos ajustes para cada canal. Esses coritroles normalmente estéo dis- postos verticalmente. Se vocé entender: como um canal funciona, entéo vocé entendeu toda amesa. Agora, vocé esta prestes a des- cobrir como a mesa funciona. 12 I Controles que vocé pode encontrar em um canal 1. Ganho/Ajuste - Este controle pode ser comparado com uma valvula que fornece a quantidade adequada de sinal para a mesa. Se estiverem abertos demais, vocé produzira distorgao. Se fechados em demasia, o sinal ser fraco e possivelmente acomipa- nhado de rufdo (hiss ou hum). 0 objetivo 6 obter o maximo possivel de sinal sem distorgo (clipamento). O procedimento de ajuste dé ganho no sistema recebe o nome de estrutura de ganho. 2, Botées de Equalizagao - Permitem o ajuste da tona- lidade (timbre) de cada canal. Mesas mais simples oferecem ape- nas controles de graves e agudos enquanto que modelos mais sofisticados dispéem de miultiplos controles de freqiéncias bai- xas, médias e altas (graves, médios e agudos). Alguns desses controles sao até acompanhados de um outro botao que permite varrer a faixa e escolher as freqiiéncias que deseja reforgar ou atenuar (controles paramétricos). Um bot&o nao esta afetando.o processamento do som quan- do ajustado na posigéo “0” (geralmente para cima). Este ajuste é chamado flat (plano), Girando 0 botao para a esquerda ou direita vai atenuar ou reforgar as freqtiéncias selecionadas. Tenha cuida- do com o reforgo na equalizagdo, pois pode causar microfonia (aqueles desagradaveis apitos ou roncos que se ouve algumas vezes no sistema de som). 3. Auxiliares - Algumas vezes chamados de mandadas de monitor, de efeitos ou retomo. Esses controles permitem o envio do sinal para outros locais, como sistemas de monitor, unidades de efeito e gravadores. Vamos discutir as vantagens desse recur- so posteriormente, com mais detalhes. 4. Panoramico (pan) - Tipicamente esse controle 6 usa- do em sistemas estereofénicos e controla a quantidade de sinal que sera enviada para os canais esquerdo e direito. Em uma mesa com multiplos subgrupos este controle sera também usado com essas informagdes. 5. Boto Solo - Usualmente monitorado com fones de ouvido, permite que seja escutado apenas o canal que corresponde a0 botdo pressionado. Este recurso é excelente para solucionar problemas surgidos durante o servigo. Para voltar a escutar tudo, basta desativar o botéo solo, quando terminar de usa-lo. 6, Botdo Mute - Desliga completamente o canal. Muitas vezes possui uma indicacao luminosa para indicar que 0 canal foi mutado (muted). 7. Bot’o de Enderegamento de Canal - Usado em mesas com miitiplos subgrupos. Permite que 0 canal seja enderegado para determinado subgrupo (ou subgrupos) e/ou para a safda. 8. Botdo ou Deslizante (Slider) de Volume — Ajusta o volume de cada canal, individualmente. O sinal 6 enviado para 0 controle de vo- lume master (safda) ou para o subgrupo enderecado. A segao master, da mesa de mixagem, é onde o ajuste geral se efetua. Geralmente situa-se fisicamente na extrema direita do console. Da mesma maneira que te- mos controles para cada canal individual, existe um controle geral para todos eles. Nele vocé encontra o controle master de volume, os enderecadores para envio e retorno de sinal, 0 conirole solo, o volume para o fone de ouvido, e muito mais. E por ali que todo 6 som processado | 6 mandando adiante, para os demais equipamentos. Se a sua mesa pos- | sui subgrupos, vocé também encontraré ali esses controles.Bem, faga- mos uma analogia hidraulica: 1) Vocé abre a valvula no patio para permitir que a Agua entre na casa (bot&o de ganho). | 2) Ent&o a agua passa pelos filtros e atenuadores, para tornd-la mais adequada ao uso (equalizacao). 3) Parte da agua vai para a segdo de aquecimento (o controle send, de efeitos) e parte dela é desviada para aguar 0 jardim (0 monitor do send). Agora, as porgées de agua quente e fria fluem para a cozinha onde a torneira (volume master) controla a quantidade de agua fornecida (safda master). -De modo semelhante ao que aconteceu com a agua, 0 sinal de audio vai de um lugar para outro, O sinal flui em uma diregao. E por esse motivo que todos os equipamento eletrénicos possuem terminals de entrada e terminais de saida. O sinal 6 aplicado no equipamento, sofre o processamento e vai paraa saida. AMPLIFICADORES Os amplificadores 40 a “bomba” do sistema de sonorizagao (N. do T.- sem nenhuma conotagao pejorativa !). Pegam o sinal de audio e o enviam para as caixas acisticas, uma vez que as mesas, em sua grande maioria, nao tém poténcia suficiente para comandar, diretamente, as caixas. Por de- finig&o, um amplificador 6 um dispositivo eletrénico usado para aumentar a poténcia do sinal. Representa para um sinal de Audio o que o espinafre é 14 para o Popeye..Toma o sinal poderoso o suficiente para excitar, diretamente, os alto-falantes, Quanto maior a poténcia do amplificador, mais energia ele poderd aplicar nos falantes. E importante conhecer a especificagao de po- téncia de safda do amplificador, medida em Watts. Se vocé tiver que levar o amplificador além dos limites de sua capacidade, para conseguir 0 volume de som que vocé necessita, ele Provavelmente vai se danificar e, por sua vez, danificara os falantes. Os amplificadores podem ser do tipo mono ou estéreo. O amplificador mono 6 um dispositivo dotado de um amplificador, enquanto, que 0 modelo estéreo possui dois amplificadores dentro do gabinete, cada um deles com suas entradas de sinal e respectivas saidas para as caixas de som, totalmen- te independentes. Algumas empresas fabricam uma combinagao de mesa com amplifi- cador, chamada de mesa amplificada (powered mixers). Sendo, algumas vezes, a melhor opcéo para pequenos sistemas. Os niveis de sinais de Audio, bem como as tensGes, correntes e poténcia elétricas podem ser ex- pressas em decibéis (dB), em homenagem a Alexander Graham Bell, 0 in- ventor do telefone. O decibel é algo dificil de ser explicado em poucas pala- vras, sem a ajuda da matematica, . Podemos afirmar que alguns profissionais do ramo possuem ape- nas um limitado entendimento a’esse respeito. Da mesma maneira que o metro 6 uma medida absoluta de distancia, o decibel 6 uma forma de expressar uma quantidade (geralmente actistica ou elétrica) relativamente a uma outra, do mesmo tipo, escolhida como padr&o de comparagaio ou teferéncia. Embora usado para expressar a relacdo entre tensdes, cor- tentes, poténcias ou pressdes actisticas (SPL) 0 decibel nao 6 uma uni- dade de medida. Suponhamos que uma mesa Possua 1,5 m de comprimento (sua me- dida absoluta). Comparada com um lapis de 15 cm, a citada mesa mediria 150 cm / 15 cm = 10, ou ‘seja, teria um comprimento igual a 10 vezes aquele do lapis. © decibel foi originalmente criado para expressar as quantidades elétr- cas envolvidas no resultado sonoro das linhas telefénicas de grande distancia quando ficou evidenciado o carater logaritmo da audig&o humana. Assim, 0 decibel (décima parte do Bell -como 0 decimetro o 6 para o metro) tem um carater logaritmo, sendo expresso por: P, 10- Log,.( p+ Jou 20-Log,( E Jou 20-Log, {12 respectivamente para poténcias, tensdes ou correntes, onde as grande- Zas com indice igual a 1 s&0 0s padres de comparagéio, como 0 lépis o foi no caso da mesa. . 15 ee Gextho N Tog.) | WLog,@) | 20-Log.t 0 - S Ss 1=10° 0 0 0 2 0,3010 0,3010 60206 3 04771 47712 9,5424 4 0,6021 6,0206 120412 3 0,6990 6,9897 13,9794 6 0,782 71815 15,5630 7 08451 4510 16.9020 g 0,9031 9,0309 18,0618 9 0,9542 9.5424 19,0849 10 = 10" 1 10 20 100 = 10° 2 20 40 1000 = 10° 3 30 oo 10000 = 10* 4 4 80 ‘100000 = 10° 5 50 ~ 100 1000000 = 10° 6 Ey 120 en * ‘Averuagio N Log.) | 10-Logw@) [| 20-Loge QD 0 Sj 00 -20 1-10" 1=10° =0 -0 12 =6,5 12=05 =3,010 = 6,0206 72-0333 | 18=0,3333 | -4,7712 =9,5424 1/4 = 0,25 1/4= 0,25 = 6,0206 = 12,0412 15 =0,2 16 =0,2 = 69897 ~ 13,9794 16=0,1607 | i6=0,l667 | -7,7815 =15,5630 17-0149 | 17=0,1499 | - 84510 = 16,9020 18 = 0,125 = 90309 ~ 18,0618 ie=Olit | -9,5424 ~ 19,0849 TAO = 10" -10 =20 1/100 1/00 = 10° =20 = 40 A000 = 10° | 1/1000 = 10" -30 -60 10000 = 10% | 1/0000 = 10* 40 - 80 1.00000 = 10% | 17100000 = 10° = 50 -100 171000000 = 107]1/1000000 = 10°} -60 -120 Log 6 0 logaritmo comum ou base 10. Assim, Log,, (2) = 0,301 @ 10% = 2, © que pode ser comprovado com uma calouladora cientifica, Como AeLog(x") igual a n*A+Log(x), ¢ @ poténcia é proporcional ao quadrado da tensdo ou da Corrente. Assim explica-se a mudanga no coeficiente de 10 para 20 ao apli- carmos o decibel para representar uma relacao entre poténcias ou entre ten- sdes ou correntes. 0. significa que o sinal de entrada 6 igual ao sinal de saida, e no a auséncia de sinal, que é representada por ~~». Valores positivos em dB indicam que o sinal de safda foi maior que o de entrada (ganho) enquanto que sinais negativos indicam que o sinal de safda foi menor que o de entrada (atenuagao). Nao existem logaritmos de numeros negativos. Caixas Acusticas Caixas actisticas so os equipamen- tos que reproduzem o som. Todo sistema de som as possui. Variam em tamanho, aparéncia e projeto. Dentro das caixas exis- tem diversos componentes. Esses com- Ponentes s&o chamados transdutores eletro-actisticos (pois convertem energia elétrica em actistica) e podem ser woofers, drivers ou tweeters, por exemplo. Além dos transdutores podemos encontrar, também, divisores de freqliéncia (crossovers passi vos) que tém a finalidade de separar o es- Pectro de audio em faixas de freqiiéncias ¢ encaminhé-las para o transdutor adequado. Transdutores que podem ser encontrados em uma caixa actistica ‘A faixa de dudio vai de 20 Hz até 20000 Hz (que pode ser expresso como 20 kHz, pois kilo = 1000). Uma faixa, com toda essa extenséio, néo pode ser reproduzida, adequadamente, por um Unico transdutor, uma vez que as bai- xas freqliéncias exigem alto-falantes de grandes diémetros, que tm um con. junto mével dotado de grande massa, enquanto que as freqtiéncias mais cle. vadias exigem cones ageis, para poder acompanhar.a rapidez do sinal musi. cal @ que, por esse motivo, devem ser o mais leve possivel, sendo esto um dos fatores quo impede a utiizago de grandes didmetros, nessa regiao do espectro de audio, 17 Sub-woofers - Alto-falantes destinados a reproduzir.o ex- tremo inferior da faixa de audio (de 20/40 a 120 Hz). Embora possam ser encontrados em diametros compreendidos en- tre 8 e 18”, devem ser preferidos os maiores diametros possi- veis pois as freqiéncias baixas, para serem ouvidas, exigem ‘© deslocamento de grandes volumes de ar, o que obrigaria um falante de pequeno diémetro a excursionar excessivamen- te seu cone, com sério risco para sua integridade. ° Woofer - Alto-falante de diametro geralmente compreendi- do entre 8” e 18”, cuja finalidade 6 reproduzir as baixas fre- qliéncias (de 40 a 1200 Hz, em sistemas de 2 ou 3 vias e de 40 a 350 Hz em sistemas de 3 ou mais vias). Mesmo com 0 uso generalizado do sistema métrico, os falantes ainda sdo comercializados em polegadas (”). Uma polegada equivale a 2,54 cm. Mid Bass (Médio-graves) — Reproduzem as freqléncias que se situam entre os graves e os médios (120 a 350 Hz, por exemplo). Embora nao seja seu uso indispensavel, é muito recomendavel em sistemas de maior porte (3 ou mais vias), de modo que os transdutores possam ser melhor aproveita- dos dentro de suas caracteristicas. “Geralmente sao falantes de, no maximo, 10 ou 12” de diametro, nao sendo recomen- davel o uso de falantes maiores, para essa finalidade, em beneffcio da quali- dade sonora (timbre). Muitas caixas que vocé vai encontrar néo utilizam falan- tes de médio-graves. Driver de Compressao — Transdutores especializados na reprodugdo da faixa de médias freqiiéncias, onde se con- centra a voz, tradicionalmente usavam diafragmas fendlicos @ trabalhavam em conjunto com os tweeters, que reproduzi- am as freqiiéncias acima de 8 kHz. Com 0 advento do uso do titanio, os diafragmas tor- naram-se mais leves, sendo possivel a reproducdo até 20 kHz, o que dis- pensa 0 uso de tweeters, 0 que & muito vantajoso, sob 0 ponto de vista actistico e da qualidade do timbre. Os drivers normalmente sAo utilizados acoplados a cornetas. Tweeter - Tipicamente montados na posi¢ao mais alta da caixa, esses transdutores sao especializados na reprodu- 0 dos sinais de altas frequéncias (de 5 kHz, ou menos) até 20 kHz). Modernamente, estao sendo sistematicamen- 18 te substitu(dos pelos drivers de titanio, em beneficio da qua- lidade sonora (timbre) da melhor cobertura angular, menor interagao indese- jével entre vias, e simplicidade do crossover, principalmente em sistemas de 2 vias, Além dos modelos eletrodinamicos, existem os tweeters Piezelétricos, que s&o muito baratos e eficientes na reprodugao das altas freqiiéncias, em- bora alguns técnicos critiquem o timbre produzido. Como sao dispositivos de alta impedancia (excetuando os que usam transformador acoplado) podem usar um simples capacitor para filtrar as baixas freqiiéncias, dispensando um crossover mais elaborado, o que leva a sistemas duas vias de custo extrema- mente baixo, mas, certamente, com algum sacrificio da qualidade. Cornetas - Acopladores actisticos que podem ser utili- zados em conjunto com falantes, drivers e tweeters, tm a finalidade de aumentar a eficincia dos transdutores e alterar sua dispersaio sonora, concentrando o som onde desejado. Em baixas freqiéncias assumem grandes di- mens6es, 0 que inibe um Pouco sua utilizacéo, embora sejam usados artificios Para contornar isso, como as cornetas dobradas e o empilhamento, para se conseguir a area de boca ne- cessaria a partir do acoplamento de diversas unidades. Além do parametro eficiéncia, as cometas Caracterizam-se pelos angulos de cobertura horizon- tal e vertical, sendo classificadas, nesse aspecto em: Curto alcance: 120° x 60° (Hx V), tipicamente; Médio alcance: 60° x 40° e Longo alcance: 40° x 20°. Full Range — Muito Populares antigamente, hoje se restrin- gem as caixas de custo muito baixo ou aos sistemas distribu. {dos (teto ou paredes). Como devem reproduzir todas as fro. giiéncias, nao constituem a melhor opgao, em termos de qua- lidade. Resumindo, sao normalmente empregados em siste- mas onde o baixo custo 6 0 fator de maior importancia. Crossover Passivo crossover (divisor de freqiiéncia), que manda as baixas freqiiéncias para o woofer, as altas para o tweeter 6 assim por diante. Podem ser de dois tipo: ativo ou passivo. Os ativos, ou eletronicos, s40 equipamentos digi tais ou analégicos, que usam filtros ativos. Os passivos utilizam resistores, indutores @ capacitores, que séo-montados em placas de circuito impresso, instaladas dentro das caixas. Vocé nao pre- cisa saber exatamente como ele funciona, mas sim, o que ele faz. Ano utilizagdo de crossovers ou 0 uso do tipo inadequado, certa- mente 6 uma das mais freqtientes causas de danos para os transdutores, especialmente os de altas freqiiéncias, 19 Capitulo 2 Outros Equipamentos Existem alguns equipamentos que embora .n&o sejam obrigatérios em todos os sistemas, so indispensaveis para alguns e desejaveis para outros e, por isso, podem ser encontrados. Podem néo ser necessérios para os sistemas mais simples mas, se usados, podem melhorar significativamente seu desempenho. A tecnologia vem fornecendo ao técnico mais e mais ferra- menias que ajudam a prevenir e resolver problemas, bem como melhorar 0 nivel de qualidade do sistema. Devemos notar que uma ferramenta é tao boa quanto quem a usa, ou seja, exige conhecimento por parte do usuario. Dare- mos, a seguir, alguns exemplos de férramentas titeis, algumas chamadas de processadores de sinais. Crossovers Ativos Ja falamos a respeito daquilo que faz um crossover passivo, no interior de uma caixa actistica. Como vocé deve lembrar, serve para separar as freqiiéncias em bandas e envid-las para o transdutor adequado. Os siste- mas de maior porte ou aqueles projetados para melhor desempenho, utili- zam crossovers eletrénicos, que séo equipamentos geralmente instalados fora da caixa. Os crossovers passivos, além de introduzirem perdas, devido a trans- formagao de energia elétrica em calor, apresentam outros problemas, como a interagdo entre os transdutores das diversas vias, através do amplificador comum. Por exemplo, a distorgaéo produzida no amplificador, pelo elevado consumo dos woofers, produz distorgao harménica (a criagao de freqiiéncias nao existentes no programa original) que vao atingir as vias mais altas, onde estado os drivers e tweeters, exatamente os componentes mais delicados, que sofrem uma sobrecarga, aquecem em demasia e falham (“queimam”). Os crossovers eletrénicos levam a multiamplificag&o, ou seja, os transdutores de cada via possuem um amplificador em separado. Assim, um woofer e um driver de titanio formam um sistema duas vias, que sera biamplificado, ne- cessitando de dois amplificadores separados; um sistema composto de woofer, mid range e driver de titanio, seria triamplificado, necessitando de trés ampli- 20 ficadores separados, um para cada transdutor (via). Occtossover eletrénico 6 quase que indispensavel no caso de subwoofers, uma vez que as bobinas usadas no tipo passivo, nessa faixa de freqUéncia, exigem uma quantidade de cobre excessivamente elevada, que torna seu custo © dimens6es proibitivas, no caso de um projeto adequado, o que implica indutores de baixa resisténcia 6hmica (fio de grande diametro). Equalizadores Equalizadores so usados por duas razGes principais: para resolver pro- blemas de resposta de freqiiéncia do ambiente e corrigir o timbre, tornando o som mais agradavel. O equalizador do sistema so-deve ser empregado para eliminar freqiiéncias problematicas (ressonancias no ambiente, por exem- plo). Na mesa de mixagem existem equalizadores individuais, em cada canal que devem ser adequados para ajustar o timbre, individualmente, para cada microfone ou fonte de sinal. __ Em pequenos sistemas vooé deverd ter ao seu dispor um controle geral de graves e agudos. Em sistemas maiores provavelmente existirao disponi- veis equalizadores graficos. Um equalizador grafico 6 composto por uma sé- tie de potenciémetros deslizantes (faders), dispostos lado a lado, cada um correspondendo a certa freqiiéncia, geralmente comegando em 20 Hz ¢ ter- minando em 20 kHz. Devem ser usados com cautela uma vez que 0 reforgo ©m alguma banda de freqiiéncia pode provocar microfonia, distorgao e sobre- carga em algum transdutor. Os equalizadores, dependendo do Modelo, dividem a faixa de audio em bandas que véo de 3.31. Uma banda é um grupo de freqiiéncias controladas Por um Unico potenciémetro deslizante, que possui na posicao central um Pequeno batente (click), indicando sua posigao,0 dB. Levantando o fader re- forga aquele grupo de frequéncia e abaixando-6 provoca atenuagso. Embora parecidos com os modelos usados m casa ou no carro, nao devem ser usados da mesma maneira. Nao 6 aconselhavel posicionar os faders acima de 0 dB. O Ponto 0 indica uma resposta plana, ou seja, sem reforgo ou atenuagao, numa Posigao em que o controle nao afeta o sinal Adiante veremos como ajustar adequadamente o equalizador., Nao podemos esquecer que este equipamento destina-se a remover ou atenuar frequiéncias problematicas para o sistema e evitar microfonia. 21 Compressores O compressor 6 um equipamento utilizado para comprimiro som. Isto é necessario uma vez que a intensidade dos sinais de voz ou aqueles forneci- dos pelos instrumentos musicais, variam acentuadamente. O compressor 6 usado para evitar que os valores maximos ultrapassem um determinado pa- tamar. Deve ser ajustado criteriosamente e usado como uma protecdo para o sistema, na maioria dos casos. Ajuste o compressor de modo que ele possa manter em um nivel seguro para o sistema qualquer exploséo sonora que possa ocorrer, geralmente extremamente perigosa para os transdutores, que podem danificar-se facilmente nessas situagdés. Além disso, apés 0 ajuste, 0 som deve continuar e agradavel, mas prote- gido contra incidentes eventuais. Os parametros principais de um compressor séo: Limiar (threshold) — Ajusta o nivel a partir do qual o sinal passara a ser comprimido. Taxa de Compressao (ratio)— Determina a proporgao em que o sinal sera atenuado. No caso de uma taxa de compress&o igual a 4:1, sempre que osinal de entrada exceder 0 nivel ajustado no limiar, o sinal de entrada apare- cera na saida quatro vezes menor. ~ Tempos de Attack e Release — O tempo de attack indica quanto tempo o compressor vai esperar, apds 0 sinal de entrada ter excedido o limiar, para iniciar a compressao. Se for ajustado muito pequeno provavelmente produzira altera- Ges audiveis no sinal. O tempo de release indica por quanto tempo a compres- Ao seré mantida mesmo depois do sinal de entrada cair abaixo do limiar. Gates O gate (porta) é usado para, automaticamente, desligar uma entrada assim que 0 sinal a ela aplicado caia abaixo de um determinado valor, previa- mente ajustado. Podem ser usados em microfones ou instrumentos individu- ais bem como podem controlar todo o sistema. Ajudam a evitar a percepgao de ruidos com hum (baixa freqiiéncia), hiss (chiado de alta freqiiéncia) e rui- dos de fundo. Sao caminhos eletrénicos por onde o sinal passa quando tem intensidade suficiente ou quando é barrado, se a amplitude do sinal for consi- derada insuficiente. O limiar (threshold), ponto em que o gate abre ou fecha deve ser ajustado pelo operador do sistema. Caso seja ajustado inadequada- mente, vai cortar 0 som indevidamente, quando isso n&o deveria acontecer. 22 Delays Os equipamentos capazes de gerar um retardo (delay) no som devem ser usados em sistemas que empregam diversas caixas acusticas, distantes entre si. O.som se propaga no ar a uma velocidade de aproximadamente 343 metros por segundo (dependendo da temperatura) e, desse modo, leva certo tempo para sair de sua origem e chegar até seu destino. Caso um ouvinte escute os sons produzidos por caixas situadas em distancias diferentes, re- cebera sucessivos sinais, referentes a uma mesma informagdo, mas distan- ciados no tempo,.o que causard sérios problemas. E claro que o som da caixa mais préxima vai preponderar, mas os que vém das demais caixas tam- bém serao percebidos (e isso sem falar no som direto, oriundo dos oradores ‘ou dos instrumentos). Isto produziré uma mistura sonora indesejével que em muito prejudicara a inteligibilidade da informagao. A finalidade do delay 6 fazer com que esses sons, que.percorreram diferentes distancias, cheguem todos no mesmo instante de tempo (em fase). Direct Box O direct box 6 um equipamento que tem por finalidade transformar um sinal desbalanceado (vindo de um instrumento, por exemplo) em outro balanceado, 0 que me- lhora a relag&o sinal/rufdo ao enviar esse si- nal para a mesa de mixagem ou outro lugar distante. Pode ser passivo-ou ativo. No caso dos modelos passivos, fazem uso de transforma- dores, que precisam ser de excelente qualida- de para nao prejudicar a resposta. No caso dos ativos, atualmente usam circuitos integra- dos lineares (amplificadores operacionais) e podem oferecer mais recursos e apresentar melhor desempenho que os passivos. Dispositivos de Gravagao e Reprodugao 23 Os tipos mais comuns sao os minidiscs e os gravadores/reprodutores de CD que sao usados para reproduzir musica e gravar 0 culto. Evite usar a mesma unidade para reproduzir e gravar, uma vez que esta pratica pode pro- duzir microfonia. Com o advento da era digital surgiram intimeras outras op- des de equipamentos, inclusive software e hardware para computadores. Monitores Os monitores ajudam os vocalistas e musicos a ouvirem eles mesmos e tudo o mais que precisarem ouvir. Como muitos muisicos dirao para voc6,isso 6 um elemento de vital importancia para garantir a qualidade de apresentag4o.Os tipos mais comuns sao aqueles usados no.chao, existindo também a possibilidade de serem montados em pedestal. Normalmente os monitores so alimentados por amplificadores independentes daqueles do sistema principal. Recentemente os chamados monitores in-ear (dentro-do ouvido) comegaram a ganhar muita aceitagdo por parte dos artistas e técni- cos de som. Uma mixagem adequada para o monitor dé conforto aos musicos e aos vocalistas, uma vez.qué permite a eles ouvirem o desempenho de seu traba- Iho com precisao e conforto. Alguns sistemas permitem a realizagao de dife- rentes mixagens, para diferentes monitores. Embora sejam necessarios am- plificadores separados para cada mixagem, isto é algo que realmente com- pensa ser feito. Como exemplo ilustrativo citaremos. um grupo vocal que necessita de mais voz em seu monitor do que os musicos..As diferentes mixagens seraéo feitas utilizando as safdas de monitor ou auxiliar da mesa de mixagem. Para enviar o som de um canal para o monitor basta girar 0 botéo daquele canal até conseguir 0 volume desejado. Antes de ligar os monitores nos amplificadores, leia o manual para certi- ficar-se da impedancia minima (carga maxima) suportada pelos amplificado- res. No caso de uma impedancia minima admissivel igual a 4 Ohms, na ligue mais do que duas cargas de 8 Ohms, em paralelo, por canal do ampli 24 3 cador. No caso de 2 ohms, pode-se ligar até 4 monitores de 8 Ohms, cada um, em paralelo. Consulte a secao Associagao de Falantes e Impedancia, na pagina 39. Microfones Sem Fio Microfones sem fio oferecem uma li- berdade de movimentos que os modelos tradicionais, com fio, nao permitem. Exis- tem muitos modelos disponiveis no merca- do, distfibufdos em uma grande faixa de pre- gos. Mas, este 6 um caso onde vocé real- mente recebe por aquilo que paga. Nada po- deria ser pior do que uma comunicagao in- \terrompida devido & ma qualidade de um sistema de microfone sem fio, Devernos ressaltar que os microfones sem fio nao melhoram a qualidade do som. Apenas pro- porcionam liberdade de movimento. A se- guir vamos fornecer mais detalhes a esse respeito. Um sistema de microfone-sem fio 6 composto por um microfone, um transmissor e um receptor. O transmissor pode estar alojado em uma pequena caixa, presa ao cinto do artista, onde 6 Plugado 0 microfone. No caso dos modelos de mao, o transmissor esta aloja- do no corpo do microfone. O receptor é a unidade com uma ou duas antenas, de onde sai a informagéio para o sistema'de som. . Os sistemas sem fio estéo disponiveis nas bandas de VHF (Very High Frequency) e UHF (Ultra High Frequency), Como ha menos trafego na banda de UHF temos ali menos possibilidade de interferéncia externa: Os sistemas em UHF apresentam melhor desempenho. quando.usados em uma linha de visada direta, ou seja, quando nao existem obstaculos entre o transmissor eo receptor, Embora os sistemas de VHF sejam mais susceptiveis a interferén- Cia, s4o mais tolerantes quanto & existéncia de obstaculos, como paredes, pedras e multido, entre o transmissor e 0 receptor, Atualmente, a qualidade de som nao é diferente entre os modelos VHF e UHF. Apenas o prego. Os sistemas sem fio esto disponiveis nas modalidades com diversida- de e sem diversidade. Um sistema tipo diversidade na realidade possui dois receptores; cada um com sua prépria antena, O sistema vai escolher, auto- maticamente, o sinal do receptor que estiver mais forte. Isto 6 titi para minimizar © efeito de rufdos e de quedas na Frecepcao. Como os modelos sem diversi- dade possuem apenas um receptor, custam mais barato. 25 Ajuda para os Deficientes Auditivos Para aqueles que possuem problemas de audio, o sistema de som pode nao ser suficiente. Os sistemas de ajuda auditiva permitem que essas pessoas sentem em qualquer lugar do templo, com um receptor e um tipo de fone de ouvido. O transmissor distribui o sinal colocado no sistema de som € os usuarios do sistema de ajuda auditiva possuem seu proprio con- trole de volume, no receptor individual. Esta pode ser a solugao para aque- les que se esforcam para ouvir mesmo quando o sistema de som funciona adequadamente. Medusas Uma medusa é uma bandeja de conectores ligada a um longo cabo mullti- vias. Permite que todos os microfones ¢ instrumentos sejam plugados na bandeja, ficando esta no palco. A outra extremidade do cabo, com seus diver- sos plugs, vai para a mesa de mixagem. Isto permite-que os cabos de sinal sejam organizados com comodidade, evitando aquilo que seria uma verda- deira confusao. A medusa pode possuir, também, duas ou quatro vias de re~ torno, usadas para ligar a safda da mesa nas entradas dos amplificadores de poténcia. Isto é muito util quando esses equipamentos ficam perto do palco, e distantes da mesa de mixagem. 26 Capitulo 3 Conectores e Fios: Como Funcionam Milhas e pilhas de cabos formam uma intrincada e indispensdvel teia. Infelizmente, para ligar todo o equipamento, cabos sdo necessérios, muitos cabos. E preciso conhecer os diferentes tipos disponiveis, de modo a evitar erros na escolha e os problemas daf decorrentes. Acredite que 6 muito mais fdcil fazer certo da primeira vez do que tentar pescar o problema naquele emaranhado. Se vocé estiver ouvindo, em seu sistemas de som, estagdes de rAdio, ruldos e chiados, é muito provavel que vocé tenha cabos com proble- mas ou escolhidos inadequadamente. CABOS Cabos para Caixas Ee Conectam as caixas aos amplificadores ou outras caixas (split). Esses cabos possuem dois"fios isolados e nenhuma blindagem. Algu- mas vezes parecem um fio paralelo do tipo usado em tomadas ou lampadas mas também podem ser revestidos por uma capa externa, de protegao, Cabo de Microfone Terra »/E.——— Usado em microfones e ligagdes balanceadas entrée equipamentos. Possuem dois fios isolados e uma malha de blindagem. Esse tipo de cabo pode ser usado em grandes lances sem captar interferéncia significati- va. Evite os tipos baratos onde a blindagem ao invés de ser uma malha tran- gada, resume-se a uma espiral de fios enrolados, uma vez que a protecdo eletro-magnética fica prejudicada. Cabo desbalanceado para Instrumentos e Patches (ligagées) 1 era Sa Usado para conectar equipamentos de audio e instrumentos musicais. Possuem um condutor interno e uma malha de blindagem. Nao devem ser confundidos com cabos para caixas. A blindagem desempenha um im- Portante papel na protegao contra ruidos. Use, sempre, cabos de boa qualida- de @ blindagem adequada. 27

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