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Civil 31
Civil 31
SÃO PAULO
2011
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Nome do Orientador
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Nome do professor da banca
Comentários:_________________________________________________________
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SÃO PAULO
2011
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Dedicamos esta pesquisa aos nossos pais, amigos e familiares que nos deram muito
apoio, incentivo e força, nos motivando para que não desistíssemos diante das
dificuldades encontradas. Obrigada por nos fazer acreditar e confiar na nossa
capacidade de vencer e superar os nossos limites para atingir os nossos ideais.
Ao Engenheiro Thomaz Carmona, que contribuiu com informações técnicas
importantes para a realização deste Estudo de Caso, nos recebendo em seu
escritório, contribuindo para enriquecer esta pesquisa.
Dedicamos os resultados deste trabalho como forma de agradecimento pela
paciência e tolerância, nos desculpando pelos momentos de ausência durante o
tempo dedicado para a conclusão dos nossos estudos.
5
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao nosso orientador Prof. Me. Fernando José Relvas, pelo interesse
em nos orientar nesta pesquisa, pela contribuição dada para a realização deste
trabalho e pelo tempo dedicado para nos ensinar e indicar fontes onde pudéssemos
buscar informações que agregassem valores essenciais ao nosso tema.
Agradecemos pelos ensinamentos e pela oportunidade de conhecer e se aprofundar
nas questões relacionadas à esta pesquisa acadêmica.
Agradecemos ao Prof. Me. Wilson Shoji Iyomasa pela realização das aulas de
Desenvolvimento de Pesquisa Científica e pelas orientações que nos ajudaram a
seguir um caminho para conclusão das informações.
Ao Prof. Me. Társis Travasos que fez parte da nossa primeira Banca Examinadora e
nos motivou a continuar com as pesquisas, demonstrando grande interesse e
disponibilidade para avaliar o caso.
RESUMO
ABSTRACT
The research developed focuses on the study conducted for the use of anchors as a
solution due to structural failures occurred in the executive building construction. Also
shows the main pathologies that occur in the implementation of structures and the
most common situations in construction requiring the implementation of structural
reinforcements in order to stabilize the structures and provide security to users. Were
investigated two large executive failures that occurred in 75% of a residential
development consisting of eight towers, each with twelve floors constructed of
structural concrete. It was verified the lack of armor on the link between the slabs and
walls of buildings and plumb in several walls. This situation demanded the execution
of the study structural reinforcement, and after consideration it was decided by the
use of chemical and mechanical anchors. Outlines the different types of anchor bolts
existing applications according to their structural characteristics and aspects of the
base where they are applied, how they are set and the methods of sizing of anchors.
It also addresses standards, guidelines, technical testing and approvals that currently
exist both nationally and internationally. It also deals with the calculations for the
design of structural reinforcements, as well as the analysis of the results presented
after the implementation of release for reinforcements and use of residential
buildings.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 15
4.4 Soluções........................................................................................................ 67
6 CONCLUSÕES .............................................................................................. 87
7 RECOMENDAÇÕES .................................................................................... 89
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 91
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1 INTRODUÇÃO
Por diversas vezes na Engenharia Civil são utilizadas ancoragens que demandam
uma grande quantidade de mão-de-obra, excessivo gasto de materiais e baixa
produtividade. Dentro deste contexto, existem tipos de ancoragens que necessitam
de topógrafos para a locação de onde serão fixados, uma grande quantidade de
grout, embutimentos e tempo de cura que podem chegar a até três dias.
1.1 Objetivos
1.2 Justificativa
1.3 Abrangência
- Definição de chumbador
O quinto capítulo apresenta a análise dos resultados com relação à eficiência dos
chumbadores aplicados na edificação apresentado no estudo de caso.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Chumbadores
Com o avanço da tecnologia na Engenharia, esta cada vez mais difícil executar uma
edificação com apenas um tipo de material base. E devido a essa diversificação,
existem soluções rápidas, baratas e eficazes de ancoragens.
Hoje existe como material base: o concreto, alvenaria (bloco estrutural, ladrilho, tijolo
de barro, bloco celular, etc.), placa de gesso e concreto aerado. Para cada substrato
há uma maneira de ligação entre o chumbador e o material base. Esta ligação pode
ser da seguinte maneira: adesão, base suporte ou por atrito.
21
Além da ligação como material base é importante saber quais são as condições do
ambiente da fixação. É necessário averiguar se é um ambiente com as seguintes
condições: Altas temperaturas, umidade superficial ou saturada, local com grandes
agressividades (para a definição do aço do chumbador) e se a peça que receberá a
fixação é nova ou antiga.
Existe também a utilização em algumas obras do chumbador mecânico tipo “J” que
não é citado nessa pesquisa, pois sua execução não oferece a otimização referida
em sua instalação, pois depende da atuação do topógrafo para a demarcação exata
do seu local de instalação, formas com recortes elaborados, atenção em sua
concretagem devido a forma e necessidade de estar perfeitamente posicionado para
que aja conforme projetado.
2.1.2.1.1Tipos de aço
Com relação aos tipos de aços em todas as normas, são divididos em aços de baixa
e alta resistência. A tabela 2.1 apresenta como os aços de aço carbono são
classificados em algumas normas:
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Aços Carbonos são ligas de ferro e carbono e, entre todos os tipos de aço, é o
material mais utilizado na construção civil, restringindo a utilização dos demais onde
este não atende (BISETTO, 2010).
O referido autor explica que o Duplex possui estrutura similar aos Austeníticos e aos
Ferríticos, com características de ambos. Podem ser endurecidos por processo
térmico. São magnéticos e possuem melhor resistência a corrosão sob tensão.
2.1.2.1.2Tratamentos Térmicos
Segundo Bisetto (2011) este tipo de deposição possui espessuras menores de5μm,
ou seja, menor proteção, em contrapartida permite espessuras mais uniformes,
26
Este tipo de deposição possui espessuras grandes, menores que 50μm, o que
garante uma ótima proteção contra corrosão (dependendo da espessura da camada
e do ambiente, pode conferir uma vida útil ao material que pode chegar a 50 anos)
com bom custo/benefício (40% mais cara que a eletrolítica). Possui acabamento
branco/prateado fosco (BISETTO, 2011).
O autor estas citações afirma que apesar do custo elevado, diferencia-se por não
apresentar fissuração na camada eletro depositada, grande poder de penetração e
nivelamento em relação ao banho de Zinco, bem como resistência a corrosão quatro
vezes maior (teste Salt-Spay). Possui acabamento claro, azul ou preto.
pois não tem altos custos, trazendo assim uma economia na ancoragem (BISETTO,
2011).
Chumbador químico é uma ancoragem que necessita de uma perfuração maior que
o diâmetro do chumbador requerido, pois é composto de uma resina que pode ser
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de base poliéster, epóxi e vinylester. Pode ser utilizado juntamente com uma barra
roscada, um vergalhão de construção ou uma barra lisa (NASCIMENTO, 2010).
São chumbadores para altas cargas e grandes vibrações. Não precisam de grandes
distâncias entre si ou até mesmo de borda, porém este tipo de ancoragem exige
uma instalação mais complexa, ou seja, é necessário limpar o furo, dependendo do
modelo da base tem que estar isento de umidade.
A resina a base poliéster possui algumas intervenções que proíbem sua utilização.
Em contato com o concreto ocorre a saponificação, ou seja, a alcalinidade do
concreto que deteriora a resina poliéster, acarretando em uma perda de eficiência do
chumbador. A resina epóxi é muito indicada para reparos leves, portanto sem muita
responsabilidade técnica (BISETTO, 2011).
31
Resinas com embalagens em bisnaga são mais caras que as de lata, porém a
certeza de mistura do componente A e B são maiores, pois a mistura e feita no
próprio bico no momento da injeção da resina. No momento da instalação é
necessária uma limpeza rigorosa do furo para a resina não aderir nas partículas
soltas e sim no substrato (FISCHER, 2010). São encontradas a base epóxi,
vinylester e poliéster, para qualquer tipo de aplicador que se encontra no mercado.
Com a versão em plástico pode ocorrer alguns problemas, pois o plástico acaba
sendo um corpo estranho na fixação e pode descentralizar a ancoragem. Deve ser
armazenada em temperaturas refrigeradas, quanto a vazão é difícil de perceber
quanto está vazando e a perfuração deve estar isenta de partículas soltas
(NASCIMENTO, 2010).
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Número da Ano de
Título
Norma Publicação
Chumbadores - Dimensões e características
NBR 10091 1987
mecânicas
Elementos de Fixação - Pino de Fixação por Carga
NBR 14271 1999
Explosiva – Especificação
Elementos de Fixação - Ferramentas atuadas por
carga explosiva, para aplicação de pinos de aço
NBR 14326 1999
em concreto, alvenaria ou aço estrutural - Formas
tipos e características
Chumbadores instalados em elementos de
NBR 14827 2002 concreto ou alvenaria - Determinação de
Resistência à tração e ao cisalhamento
Chumbadores mecânicos pós-instalados em
NBR 14918 2002
concreto - Avaliação do desempenho
Chumbadores de adesão química instalados em
NBR 15049 2004 elementos de concreto ou de alvenaria -
Determinação do desempenho
As normas NBR 14271 (ABNT, 1999) e NBR 14326 (ABNT, 1999), referentes à
chumbadores mecânicos fixados à pólvora, e a norma NBR 10091 (ABNT, 1987)
referente à chumbadores mecânicos pré-concretados, não são discutidos nesta
pesquisa, uma vez que estes tipos de ancoragem não são abordados.
Assim como a NBR 14827 (ABNT, 2002) apresenta a definição dos tipos de
chumbadores, porém com mais detalhes que sua antecessora.
2.2.2 Ensaios
Segundo a ABNT (2002), ensaios estáticos são aqueles no qual uma carga é
lentamente aplicada ao chumbador, de acordo com uma velocidade especificada, de
forma tal que o chumbador sofra um único ciclo de carga.
De acordo com a NBR 14827 (ABNT, 2002) nos ensaios sísmicos aplicam-se ciclos
de carga de magnitude e freqüência variáveis a um sistema de ancoragem e que
pode simular um evento sísmico.
Segundo a ABNT (2002), ensaio de choque é o ensaio que simula cargas de choque
num sistema de ancoragem, com a aplicação de uma carga externa de duração
muito curta.
Ensaio estático, especificado para chumbadores químicos pela NBR 15049 (ABNT,
2004), cujo propósito é determinar o desempenho do chumbador quando submetido
a temperaturas variáveis no tempo de acordo com a curva indicada na NBR 5628
(ABNT, 2001) que trata da determinação da resistência ao fogo de componentes
construtivos estruturais.
Após o término dos ensaios a agência de ensaios deve ser responsável por se
desfazer das amostras, de acordo com normas aplicáveis para destino de lixo
radioativo (ABNT, 2004).
A NBR 15049 (ABNT, 2004) apresenta o procedimento para este ensaio, onde os
chumbadores são mantidos carregados com uma carga de tração durante os ciclos
de congelamento e descongelamento.
Neste ensaio os furos são preenchidos com água potável antes de receber os
chumbadores, e mantidos assim por sete dias. Após este período a água é removida
e os chumbadores são fixados. Depois da cura especificada pelo fabricante,
executa-se o ensaio a tração, comparando os resultados com os ensaios de
referência (ABNT, 2004).
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A NBR 15049 (ABNT, 2004) estabelece os procedimentos para este ensaio que
deve ser realizado em três etapas, onde os dois primeiros já foram abordados
anteriormente: estático à tração, ensaio estático à tração em temperatura elevada e
ensaio de deformação lenta em temperatura elevada.
Exemplo disso está na NBR 14918 (ABNT, 2002) que afirma que as especificações
quanto aos materiais, acabamento de superfície, tratamentos térmicos,
revestimentos superficiais, entre outras, estavam atrelados as instruções dos
fornecedores.
39
Segundo Zattoni (2008), o uso dos chumbadores é cada vez mais freqüente, pois de
fato a sua eficiência é aprovada em ancoragens de peças de concreto, em
ancoragens de peças de aço com o concreto, em reforços de fundações e
estruturas, assim como na implantação de arranque de pilares em estruturas
prontas.
Sendo assim, a consulta aos fornecedores de fixação é cada vez mais comum, já
que em seus manuais técnicos são encontradas informações para o
dimensionamento de um chumbador e em para qual caso será adequado o seu uso.
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Entre estas empresas existem muitas diferenças em relação ao custo dos produtos e
à metodologia de aplicação e utilização. As empresas nacionais abordam o básico,
se baseiam em fórmulas para realizar o dimensionamento, sem possuírem
responsabilidade técnica pelas possíveis falhas que possam vir a ocorrer, tratando
apenas da venda e da especificação dos materiais.
A diferença básica entre estas aplicações é que para a montagem simples, existe a
possibilidade de execução de furos com diâmetros menores, que por outro lado,
requer maior precisão na aplicação e a montagem passante, é possível exigir menor
precisão na locação dos furos, com furos de diâmetros maiores.
Tabela 2.3 - Relação entre o chumbador e tempo estimado para sua aplicação
Tabela 2.4 - Distância mínima para aplicação do chumbador de expansão por percussão
DISTÂNCIAS MÍNIMAS
X = 10 VEZES O DIÂMETRO DO FURO DISTANCIA ENTRE CHUMBADORES
Y = 5 VEZES O DIÂMETRO DO FURO DISTÂNCIA DO CHUMBADOR À BORDA
Fonte: Tecnart (2008)
Para sua aplicação é necessário fazer um furo com o diâmetro ligeiramente maior
que o diâmetro do chumbador na profundidade exata da peça, pois o chumbador
deverá entrar ajustado no furo. Assim como qualquer outra aplicação, a superfície
deverá estar limpa e sem partículas soltas.
O tipo de chumbador com bucha cativa possui uma resistência ainda maior que os
chumbadores fixados por percussão e bem maior que chumbadores de expansão
controlada. A aplicação é feita com furadeira ou martelete, pode ser usado com
parafuso tipo máquina, estojo ou com barras roscadas.
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Tabela 2.6 - Distância mínima para aplicação do chumbador de expansão com bucha cativa
DISTÂNCIAS MÍNIMAS
X = 10 VEZES O DIÂMETRO DO FURO DISTANCIA ENTRE CHUMBADORES
Y = 5 VEZES O DIÂMETRO DO FURO DISTÂNCIA DO CHUMBADOR À BORDA
Fonte: Tecnart (2008)
“Para aplicação faça um furo com broca e diâmetro ligeiramente maior que o
diâmetro do chumbador. O chumbador deverá estar ajustado no furo. Retire
toda a poeira do furo e introduza a peça. Fazer a expansão do chumbador
por meio de percussão (pancadas com um martelo) com auxílio do batedor.”
(TECNART, 2008).
Uma das principais vantagens deste modelo é possuir a capacidade de carga maior
que os modelos semelhantes de bucha externa.
2.4.1.3 Cloretos
A corrosão por ação de cloretos ocorre principalmente com o contato de água que
possui cloreto em sua composição, areia do mar ou aditivos aceleradores. As
regiões próximas à costa marítima são as mais atingidas, pois os cloretos penetram
diretamente pela rede de poros do concreto (GRANATO, 2010).
2.4.1.5 Sulfatos
Este tipo de anomalia ocorre pela ação do íon sulfato, presente freqüentemente nas
águas industriais residuais, nas águas de esgoto e do subsolo.
O sulfato reage com o hidróxido de cálcio, formando o gesso, que por sua vez reage
com o aluminato de cálcio do cimento formando sulfoaluminato de cálcio hidratado
(etringita). Este processo causa a expansão do concreto e conseqüentemente, gera
fissuras na sua superfície (GRANATO, 2010).
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2.4.1.7 Lixiviação
Outro grave problema das estruturas de concreto que reduz sua resistência é o
surgimento de trincas e fissuras que ocorrem sempre que a deformação à tração do
concreto excede a sua resistência. Alguns fatores interferem na gravidade deste
problema, entre eles a agressividade do ambiente onde se encontra a construção e
a qualidade do concreto (GRANATO, 2010).
Resfriamento precoce
Retração plástica
Antes do Plásticas
endurecimento Assentamento plástico
Movimento do concreto
Movimento durante a fresco
execução
Movimento da sub base
Areias com retração
Físicas Retração de secagem
Perda de água
Corrosão do aço
Químicas Reação álcali-agregado
O reforço de peças com chapas de aço coladas com resina epóxi ou perfis metálicos
é uma técnica usada em casos onde há deficiência de armadura, sem haver
deficiência nas dimensões dos elementos estruturais. Outra alternativa é a adição de
compósitos armados com fibra de carbono ou fibra de vidro, que são utilizados para
aumentar a ductilidade e a resistência de pilares de pontes e viadutos, e de
aumentar a capacidade resistente à flexão e à cortante de vigas e lajes, processo
este que requer estudos detalhados para a escolha do sistema de ancoragem e
análise das tensões (PUC – Rio, 2010).
Figura 2.26– Modelo para cálculo de área de interface entre viga e reforço
Figura 2.29– Reforço em laje pela face inferior com utilização de chumbadores
Além das utilizações acima, ainda ocorre o emprego de chumbadores para reforços
de fundações e na execução de consolos nas estruturas de concreto armado.
Também se faz sua utilização para interligação das peças de concreto com
elementos de reforço como chapas metálicas (PIANCASTELLI, 1997).
Outra utilização dos chumbadores, que não é abordada neste trabalho, mas vale a
pena ser citado, é a utilização como reforço provisório ou permanente em solos
grampeados executados para estabilização de taludes e contenções de solos que
permitam a utilização deste método (DYMIDAG, 2011).
3 MATERIAIS E FERRAMENTAS
E para iniciar o estudo de caso, foi feita uma entrevista com o Engº MSC Thomas
Garcia Carmona da Exata Engenharia e Assessoria, pois ele desenvolveu a solução
para o estudo de caso abordado nesta pesquisa.
4.1 Localização
Desta forma, a aderência desses elementos ocorria somente pelo atrito entre as
peças, sem qualquer ancoragem, correndo o risco de gerar movimentação nas
peças e até entrar em colapso a qualquer momento, principalmente depois que o
edifício recebesse o acréscimo de carga devido ao revestimento e o carregamento
acidental do uso da edificação.
4.4 Soluções
Mesmo com esta solução, foi fixada abaixo da laje, uma cantoneira com
chumbadores químicos a cada 50 cm.
Este chumbador químico foi a solução mais delicada do estudo de caso, pois teria
que reforçar a laje para não ocorrer um colapso da estrutura.
Laje
Parede
Para corrigir os problemas gerados pelo desaprumo das paredes, foram feitos
contrafortes, que são pilares normalmente utilizados para reforço estrutural de muros
e muralhas para suportar esforços laterais.Neste caso, foram aplicados para
reforçarem os pilares e atuar também na correção estética do imóvel. Foram
utilizados chumbadores químicos para uni-los.
70
Na parte inferior da laje foi instalada uma cantoneira fixada com chumbadores
químicos Fischer injetável “FIS EM 3905” com barra de Ø 10 mm.
Para resistir aos esforços das forças cortantes e de tração foi obrigatória a execução
desses chumbadores a cada 50 cm.
72
Entre uma laje e outra, foram executados furos para a colocação da armação
positiva e negativa que foi travada pelos estribos complementares.
Figura 4.17– Execução dos furos nas paredes para a instalação das armaduras
Após fixação da armação nos blocos, foi executada a concretagem dos contrafortes
em etapas.
Após reuniões com projetistas e responsáveis técnicos pelas soluções aplicadas, foi
possível concluir que não houve nenhuma patologia causada pelo reforço das lajes,
pela execução dos contrafortes e pelo reforço da fundação devido aumento de
carga.
Com relação ao custo da obra, a construtora não informou os valores reais, mas este
reforço trouxe para o projeto um aumento de custo de quase 30% e um atraso na
entrega de quase 6 (seis) meses, o que gerou um desconforto por parte da comissão
dos moradores.
O reforço adotado não estava previsto no orçamento inicial e com isso, seu custo foi
colocado com um adicional, já que não haveria nenhuma possibilidade de inviabilizar
o projeto naquela etapa da construção. Como todas as unidades foram vendidas na
fase de lançamento e o problema foi detectado na execução da sexta torre, o valor
não foi repassado aos compradores, pois este foi um problema de execução.
80
Os cálculos foram feitos primeiramente pelo Engº MSC Thomas Garcia Carmona da
Exata Engenharia e Assessoria, empresa responsável pelos cálculos, projetos de
execução e consultoria da solução de recuperação do empreendimento, contando
com a experiência que o mesmo possui em projetos e o suporte oferecido pelo Eng.
Cesar Bisetto da Fischer Brasil.
Para conhecer essa nova carga, foi utilizada a seguinte equação (01):
eq.(01)
Onde:
– Carga cortante em cada chumbador
– carga por metro de laje
- distancia entre os chumbadores
81
eq.(02)
eq.(03)
Onde:
- é a tensão de tração atuante no chumbador
– carga por metro de laje
- braço do momento da força atuante
- distancia entre os chumbadores
eq. (04)
82
3,8
eq.(05)
Onde:
– força de tração admissível no chumbador
– força cortante admissível no chumbador
eq. (06)
eq. (07)
Onde:
– coeficiente de utilização da cortante, que deve ser menor que 100%.
– coeficiente de utilização da tração, que deve ser menor que 100%.
Coeficiente combinado
eq.(08)
Onde:
- coeficiente combinado de tração e força cortante de utilização do
chumbador, que deve ser menor que 100%.
eq. (09)
eq. (10)
eq. (11)
eq. (12)
Onde:
- tensão de tração admissível no chumbador
- força cortante admissível no chumbador
eq. (13)
85
eq. (14)
eq. (15)
O chumbador M10x90 atende aos requisitos dos cálculos, porém foi escolhido o
M10x130 por questões de segurança na execução, devido a profundidade de fixação
que deveria ser de no mínimo 90 mm para atender aos esforços solicitantes, e
contando que a cantoneira, porca e arruela utilizam cerca de 30 a 40 mm, o corpo de
130 mm desse chumbador atende o necessário.
No software foram feitas mais hipóteses com diferentes valores de fck somente para
análise dos casos mais críticos, chegando a tais resultados:
Eq. (16)
Com relação aos chumbadores fixados na parte superior da cantoneira, não houve
um dimensionamento detalhado, pois foram somente utilizados por questões
86
6 CONCLUSÕES
A cada dia os chumbadores químicos e mecânicos vêm ganhando cada vez mais
espaço no mercado da construção civil, por serem soluções produtivas e
econômicas, com baixa produção de resíduos, alinhando-se as novas diretrizes de
cronograma e sustentabilidade que dominam o mercado da construção.
Já nos chumbadores químicos, sua escolha esta ligada, além da carga, a exposição
à altas temperaturas e material onde serão aplicados, implicando em diferentes tipos
de base (epóxi, poliéster e vinylester). Além disso, para o caso das ancoragens
químicas, podemos ter três tipos de embalagem (lata, bisnaga e ampola), de acordo
com a forma com que estes serão aplicados.
Alguns cuidados na instalação dos chumbadores são muito importantes, tais como
distância mínima entre chumbadores, limpeza e escarificação dos furos para
chumbadores químicos, entre outros, devendo seguir rigorosamente as instruções
dos fabricantes para a instalação dos mesmos.
7 RECOMENDAÇÕES
Como no Brasil a ABNT cita somente significados dos materiais, ensaios e testes,
necessita-se de uma revisão, pois mesmo com a grande eficiência do chumbador
muitos profissionais deixam de recomendar soluções com chumbadores pela falta de
suporte técnico da Norma Brasileira.
Essa falta de bibliografia pode trazer até mesmo soluções superdimensionadas que
geram um elevado custo, podendo inviabilizar o próprio projeto por falta de
informações e confiança no sistema de fixação.
Distâncias entre os chumbadores devem ser levadas em conta devido aos cones de
tensão que cada chumbador gera ao ser carregado. Mesmo com todas as
conferências anteriores citadas na pesquisa, uma especificação fixação perfeita
pode não ser proveitosa caso o peça onde foi executada se deteriorará em poucos
meses, por isso a agressividade do ambiente deve ser analisada.
REFERÊNCIAS