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2012
Artroscopia do Joelho
INSTRUMENTAÇÃO
CIRÚRGICA
Técnica Artroscópica
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joelho
O joelho é a maior articulação do corpo, estando bastante
susceptível a lesões, o que contribui para a alta incidência de
lesões do Ligamento Cruzado Anterior (LCA).
O ligamento cruzado anterior, faz parte da articulação do
joelho, estando localizado na parte central da cápsula
articular, fora da cavidade sinovial. Durante a flexão o feixe
ântero-medial tenciona-se e o feixe póstero-lateral relaxa
sendo que esse processo é invertido durante a extensão.
Possui ligamentos (ligamento cruzado anterior e ligamento
cruzado posterior) que estabilizam a articulação, auxiliados
pelos meniscos (lateral e medial) que estabilizam o joelho e
amortecem os impactos sobre as cartilagens. Os ligamentos estabilizam a articulação para
movimentos anteriores e posteriores e os meniscos para movimentos de um lado para outro.
Com a ruptura do ligamento cruzado anterior o joelho perde a atuação referente a este
ligamento. A lesão deste ligamento leva a uma evidência de instabilidade do joelho,o que
impõe uma solução terapêutica que seja bem sucedida, uma vez que esta lesão pode trazer
consequências desagradáveis para as atividades da vida diária.
Como é feita a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior?
O LCA rompido não pode ser suturado, ele tem que ser substituído por um novo. O tecido de
reposição é chamado enxerto, que pode vir do próprio corpo do paciente.
Os tendões são fibras de tecido conjuntivo, que ligam os músculos aos ossos. O enxerto mais
frequentemente usado nesta cirurgia é o que é retirado do ligamento patelar. Este ligamento
conecta a patela ao osso da perna (tíbia). O enxerto é feito do terço central do ligamento
patelar.
Outra opção de enxerto bastante utilizada vem do tendão dos músculos semitendíneo e grácil,
que estão na parte posterior da coxa.
Lesões
LCA impede que a tíbia deslize anteriormente em relação ao fêmur (gaveta anterior).
LCP impede que a tíbia deslize para trás em relação ao fêmur (gaveta posterior)
LCM protege a parte medial do joelho (estresse em valgo – extensão )
LCL protege as laterais do joelho (estresse em varo)
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Reconstrução de LCA Com Flexores:
Endobutton CL
4mm diâmetro
12mm comprimento
CL – looping Continuo
Loop – 100% poliéster
Medidas dos laços:
15mm / 20mm / 25mm / 30mm / 35mm /40mm
Endobutton CL
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PERFURAÇÃO DO TÚNEL TIBIAL
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Para passar o Endobutton:
Marca 1
Fazer uma marca (caneta de codman ou azul de metileno) com, a medida que irá entrar
dentro do túnel femoral, e após marcar 10mm. (12-15mm)
Marca 2
Aplicar tração aos fios de sutura na saída do túnel tibial até que a marca (1) fique visível
novamente.
A perfuração femoral se refere a distância entre o ponto ‘A’ (abertura do túnel) e o ponto ‘B’
(cortical femoral).
Cálculo cotidiano:
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Reconstrução de LCA Patelar:
Endobutton BTB
04 mm diâmetro
12 mm comprimento
CL – looping Continuo
BTB – Osso – Tendão – Osso
Loop – 100% poliéster
Medidas dos laços: 20mm / 25mm / 30mm / 35mm /40mm / 45mm / 50mm / 55mm
*Retirada de enxerto:
O médico ira fazer a incisão na pele da patela até a tíbia para retirada do enxerto patelar.
Retira-se 1/3 da parte inferior da patela. Sendo que o mínimo necessário é 20mm, sendo que a parte
retirada da patela é o que vai ser colocada no fêmur.
Monta – se a broca de 2 mm no perfurador, e a serra com a lâmina.
Após o médico ter retirado o enxerto. Deve-se preparar, medir o comprimento total do
enxerto e medir o diâmetro.
Deve-se medir o plug ósseo que vai no fêmur para ver qual o tamanho desse plug, lembrando
que no mínimo deve ter 20mm. Preferencialmente.
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Túnel tibial:
Guias tibiais: Elbow / Tip
Obs: há uma exceção `a regra acima, quando o enxerto der 7mm e o medico for utilizar a
técnica trans-tibial, por dentro da tíbia que a técnica mais utilizada. Iremos utilizar
sempre o guia femoral 3mm pois é o único que passa no túnel 7mm o restante dos guias
travam e podem enroscar dentro do túnel tibial.
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Entregamos ao médico o guia femoral já calculado e
montado no cabo.
O médico introduz o guia femoral por dentro do túnel
tibial até encostar no côndilo femoral posicionando o
guia no local correto para fazer a perfuração no fêmur.
Após posicionar o guia manter a perna do paciente na
flexão em que o furo foi feito.
E perfuramos o fêmur com o fio 4 furos ou fresa. Temos
que fazer a perfuração no fêmur da 1ª cortical e da 2º
cortical, em seguida retiramos o guia e montamos a
broca do diâmetro do enxerto.
Para sabermos quando será colocado de enxerto dentro do fêmur, precisamos marcar na
broca femoral o tamanho total do enxerto ex: 100 mm
Quando o médico começar a perfurar ele terá que furar até a medida do 100mm encostar-se à
1ª cortical da tíbia, quando chegar à medida o médico ira olhar pela ótica e ver quando de
broca femoral entrou dentro do fêmur ex 25 mm, essa medida é marcada no enxerto e o
médico continua perfurando (12-15)mm a mais para dar o tombo do endobutton. Visualizar a
imagem abaixo.
Em seguida retira-se a broca femoral e colocamos a broca do endobutton de 4.5mm
perfuramos até a segunda cortical, em seguida é feito a medição do túnel femoral para
sabermos quanto iremos colocar de endobutton CL BTB.
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Passagem do Endobutton BTB no enxerto patelar
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Endobutton Direct
O projeto original do dispositivo direto Endobutton permite a fixação direta do enxerto para o
botão, maximizando a quantidade de enxerto no túnel femoral. Esta tecnologia oferece uma
solução revolucionária para a realização de menores túneis femorais,usados nas técnicas
anatômicas de reconstrução do LCA,tanto para banda única ou dupla banda.
Como este benefício adicional, este versátil dispositivo continua a utilizar a técnica conhecida
lançada pela Smith & Nephew ,a técnica da família Endobutton. O dispositivo Endobutton
Direct está disponível em cinco tamanhos de 5 mm a 9 mm, para acomodar uma ampla gama
de tamanhos de enxerto e túneis.
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Técnica
Túnel femoral
A cirurgia começa pelo fêmur. Passa-se o fio guia e após fazer a perfuração com a broca
com diâmetro do enxerto. (enxerto + endobutton).
Medir o comprimento total dos túneis femoral e tibial e assegurar que você tem bastante
enxerto para preencher tanto o fêmur quanto a tíbia.
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Subir o fio guia com um fio de Ethibond, que ficará dentro do túnel, ele será usado para subir o
enxerto.
Túnel Tibial:
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Feito todos os túneis:
Pesca-se o fio Ethibond com um probe pelo portal medial e pelo túnel tibial com grasper
vamos trazê-lo para fora.
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Passar um fio Ethibond 5 no orifício da extremidade fechada do Endobutton
Passar um fio Ethibond 2(ou até outro 5) pelos orifícios da extremidade aberta do Endobutton
Direct.
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Foto interna e externa no mesmo momento, quando a primeira marca atinge a parede é o
início da saída do Endobutton.
Quando a segunda marca atinge a parede a situação externa é esta e ´o momento em que se
deve começar a dar o tombo que será completado quando a terceira marca estiver na parede.
Tombo
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.
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Lesão do Ligamento Cruzado Posterior:
O ligamento cruzado posterior (LCP,é um dos ligamentos centrais da articulação do joelho
localizado posteriormente ao ligamento cruzado anterior (LCA). Promove em conjunto com o
LCA, a estabilização da articulação no plano ântero-posterior, sendo também um importante
estabilizador das forças rotacionais que atuam no joelho.
O LCP possui em média 4 cm de comprimento e aproximadamente 1,3cm de largura, sendo
portanto mais espesso e mais resistente que o LCA. Tem sua origem no fêmur no lado aposto
do LCA,no côndilo femoral medial.
Enxertos:
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Obs. O enxerto quadricipital poderá ser preparado com pontas separadas ou juntas.
Dica: Para realização das cirurgias de LCP, perguntar para o cirurgião que técnica ele irá
utilizar (Flexores ou quadricipital). Se o cirurgião, prefere sutura única (Único feixe) no
quadricipital ou separadas (feixe duplo).
(O uso de avental de chumbo é importante para essa cirurgia, pois geralmente é feita
utilizando escopia.)
Entregar para a cirurgião o guia tibial em 65º juntamente com tambor (protetor) no guia.
Após passar o fio guia, passa-se a broca do diâmetro do enxerto, é importante a colocação da
cureta angulada na ponta do fio guia, que irá na caixa de PCL, para proteção da artéria e partes
moles.
Para realização do túnel femoral, colocar o guia Femoral em 45º, e deixar o fio guia na ponta
para que ele fique mais comprido.
Passar, a broca no mesmo diâmetro do enxerto. Os túneis devem estar bem limpos para que
na hora da passagem do enxerto, o mesmo não enrosque e não fique travado no túnel.
Para a limpeza dos túneis podemos usar as raspas que estão dentro do caixa de PCL e o Gore
Smoother
O diâmetro do Gore Smoother é de 7.9, por isso,se o enxerto tiver o diâmetro abaixo de 7.9, o
Gore Smoother não conseguirá passar dentro do túnel.
Após fazer o túnel femoral e tibial, passa-se dentro do túneis. Para sua passem passe um fio de
Ethibond 5 na extremidade de cor (azul), fazendo um loop
Com auxilio de uma pinça artroscópica,(grasper)o cirurgião irá pescar a ponta do Ethibond
passando pelos túneis.
Coloca-se o enxerto no fio de ethibond que está ligado ao Gore Smoother.
O enxerto poderá passar primeiro pelo fêmur e depois ir para a tíbia ou passar da tíbia para
depois ir para o fêmur Nesse momento é importante oferecer ao cirurgião o empurrador de
enxerto que fica na caixa de PCL.
Para a fixação do enxerto no fêmur técnica: (parafuso –parafuso), coloca fio guia após passe o
parafuso.
O tamanho do parafuso é escolhido pelo cirurgião, na maioria das vezes ele joga um número a
mais. Geralmente também se coloca dois números a mais para tendões flexores e um numero
a menos se o enxerto for quadricipital, devido o plug ósseo ficar na parte tibial.
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Menisco
Os meniscos
são duas estruturas semi circulares em forma de meia
lua que possuem como função principal o
amortecimento articular assim como a distribuição do
peso exercido sobre a articulação. São estruturas
fibrocartilaginosas curvas e ficam entre as superfícies articulares opostas e estão ligados
entre si e a cápsula articular.. São formados predominantemente de colágeno tipo I. O
colágeno tem o formato circunferencial, padrão este ideal para a absorção de cargas
compressivas.
Os dois meniscos do joelho são importantes por dois motivos: (1) funcionam como uma
vedação para espalhar a força do peso do corpo sobre uma área maior de superfície, e (2)
contribuem de forma secundária com a estabilidade articular.
Os meniscos são triangulares em sua secção transversal, sendo de periferia espessa, convexa e
fixa `a cápsula articular. O oposto (região central) é afilada e apresenta a borda livre. O corno
posterior do menisco medial é maior quando comparado ao corno anterior. Já o menisco
lateral apresenta os dois cornos de tamanho semelhante. As superfícies proximais dos
meniscos são côncavas e apresentam-se em contato com os côndilos femorais. Distalmente
são planas e descansam sobre o platô tibial. O menisco medial cobre aproximadamente 64%
do planalto tibial medial. O menisco lateral cobre aproximadamente 84% do platô tibial
lateral.
Anatomicamente e didaticamente divide-se os meniscos em três regiões: corno anterior,
corpo e corno posterior.
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MENISCO MEDIAL e LATERAL
Funções Meniscais
1.Transmissão de Carga- trabalhos demonstram que até 50% da carga compressiva é transmitida
pelos meniscos. Estes aumentam a área de contato do fêmur distal com a tíbia proximal. Como
carga é aplicada, os meniscos tenderão a serem expulsos da superfície articular. A fim de resistir a
esta tendência, tensão circunferencial é desenvolvido ao longo das fibras colágenas do menisco. A
continuidade do aro circunferencial periférico do menisco é imprescindível para a manutenção
dessa função. A meniscectomia parcial consegue preservar essa função desde que este aro
circunferencial periférico seja mantido. Inversamente, se uma lesão radial estende-se para a
periferia e interrompe a continuidade do menisco, a transmissão de propriedades de carga do
menisco são perdidas. Sob cargas de compressão axial do fêmur, o pico máximo cisalhamento e
estresse na cartilagem articular aumentam mais de 200% depois de uma meniscectomia lateral em
relação a medial. Este aumento explica em parte porque ocorre uma maior degeneração após uma
meniscectomia lateral.
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2. Aumento da área de contato articular- o contato femoro-tibial diminui até 75% após a
realização de uma meniscectomia.
Para utilização de fio Ticron é feita uma técnica de sutura de dentro para fora.
É feita uma através do portal que o cirurgião usa para fazer a artroscopia auxiliar, as cânulas
do ticron (instrumental) é passada pela incisão e penetra na articulação.
Passagem da agulha (ti-cron) com fio por dentro da cânula, saindo pela pele
Passagem da agulha (ti-cron) com fio por dentro da cânula, saindo pela pele
Dar o nó com tensão suficiente para reduzir o menisco sob visão artroscópicas.
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Mecanismo Extensor-Problemas Patelofemorais
Condropatia patelofemoral (condromalácea)É uma patologia
extremamente comum, acomete principalmente as mulheres.
CIRURGIA
É feita por via artroscópica. Usualmente se usa os materiais de uma artroscopia simples:
O médico fará uma “raspagem” das áreas afetadas com a lâmina de shaver procurando
regularizar as bordas das lesões, diminuir a altura dos “degraus”.
Posteriormente fará uma “selagem” da cartilagem doente com a ponteira de ablação, isto faz com
que a cartilagem apresente menos sensibilidade e consequentemente menos dor.
E por fim, em caso de patelas lateralizadas, subluxadas, será feito um release lateral, um corte da
retinácula lateral, ”soltando” a patela fazendo com que ela fique mais congruente a tróclea
evitando novos atritos e recidiva do quadro, este release pode ser feito com o uso da ponteira de
ablação por via artroscópica ou com uma tesoura curva usando o portal lateral.
Em casos mais severos, além da retinácula, devem ser liberados os ligamentos patelofemoral
lateral e patelo-tibial lateral.
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LUXAÇÃO DA PATELA
O que é?
E o mais importante: há a lesão do ligamento patelo femoral medial, as vezes associada a lesão da
retinácula medial e até do vasto medial oblíquo.
CIRURGIA
Como a luxação provoca lesão de cartilagem na patela,inicialmente é feita uma artroscopia
semelhante `a feita para a Condropatia Patelofemoral,regularizando a cartilagem com a lâmina
de shaver e com a ponteira de ablação(VULCAN) e também,se necessário,a retirada de corpos
livres(pedaços de cartilagem soltos).
Usaremos então:
-Lâmina de shaver
-ponteira de ablação(VULCAN)
Este ligamento tem suas inserções no epicôndilo femoral medial e na borda medial/proximal da
patela.
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No caso 1-fixação com âncora
Não há desinserção da patela!!Ele deve ser mantido na patela e solto em sua porção proximal.
Feito isso, limpa-se o enxerto e faz-se uma sutura igual `a feita no enxerto para LCA na ponta
solta e mantidos os fios para manuseio.
Depois disso será feita uma pequena incisão sobre o epicôndilo femoral medial que será palpado
e confirmada a localização da colocação da âncora.(também podemos usar escopia).
Passaremos um Kelly introduzido nesta incisão passando-o por baixo da musculatura medial e
saindo pelo espaço deixado pelo enxerto retirado,abre-se o Kelly e coloca-se nele os fios da
sutura no enxerto e trazemos de volta o Kelly para a incisão medial, passando o enxerto sob a
musculatura e exteriorizando sua ponta e a sutura.
E por fim faremos a sutura do enxerto com os fios da âncora fixando o novo ligamento no
epicôndilo medial. Esta sutura deve ser feita a 60 graus de flexão.
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TÉCNICA USANDO ENXERTO DE FLEXORES
Após a artroscopia faz-se a retirada do enxerto do tendão escolhido com o extrator de tendão
Smith&Nephew.
Passaremos um fio guia de 2.0 mm pela patela de medial para lateral com ou sem auxílio de
escopia.
Nova incisão sobre o epicôndilo medial ou afastada a primeira incisão até lá e colocação de fio
guia 4 furos no epicôndilo medial com ou sem escopia.
Fazer o furo com a broca do diâmetro no fêmur e recolocar o fio guia 4 furos
Depois passar o enxerto já colocado no Endobutton de lateral para medial e passar os fios da
sutura do enxerto nos furos do fio guia.
Tracionar os fios até que a patela esteja no local desejado e com auxílio do fio guia calibrado
colocar o parafuso de interferência.
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