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INTRODUÇÃO

Música é a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com ordem,


equilíbrio e proporção dentro do tempo.
A música vem sendo cultivada desde as mais remotas eras. Os chineses, três mil
anos antes de cristo, já desenvolviam teorias musicais complexas como, por exemplo, o
círculo das quintas.
A música, escrita pelo compositor, para ser percebida pelo ouvinte, necessita de
um intermediário, ou melhor, de um intérprete. A música não é apenas uma arte, mas
também uma ciência. Por isso os músicos (compositores ou intérpretes) precisam, além
de talento, uma técnica específica, bem apurada; e esta se aprende durante longos anos
de estudo. Para alcançar nível profissional competitivo, o músico precisa ter talento,
força de vontade e perseverança. Alguns instrumentistas limitam-se apenas a dominar a
técnica do seu instrumento. Estes nunca irão atingir a perfeição, pois além da habilidade
mecânica, o músico precisa ter o domínio de toda ciência musical, que se estruturam
em várias disciplinas, as mais importantes são: Teoria (básica) da música, solfejo, ritmo,
percepção melódica, rítmica, tímbrica e dinâmica, harmonia, história da música, análise
musical, composição e técnica específica do instrumento que se propõem a estudar.
Estas disciplinas, também chamadas de Teoria Geral da Música, são um meio e não um
fim. No entanto são um meio indispensável.

Característica da Música e do Som


As principais partes de que a música é constituída são: Melodia, Harmonia e
Ritmo.

Melodia é o conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva.


A melodia pode ser cantada, ou tocada por qualquer tipo de instrumento e a obtemos
quando executamos um som após o outro.
Harmonia é o conjunto de sons dispostos em ordem simultânea.
A harmonia trata dos sons que são cantados ou tocados ao mesmo tempo, dentro de uma
ordem preestabelecida.
Ritmo é a ordem e a proporção em que estão dispostos os sons que constituem a
melodia e a harmonia.
Podemos concluir que o ritmo é muito mais que um simples acompanhamento de um
instrumento de percussão.
O ritmo está presente em uma melodia, mesmo quando esta é executada isoladamente.
Isto é, quando ouvimos a melodia de uma música qualquer, podemos identificar o seu
ritmo pelo simples “balançar” dos sons.

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SOM é a sensação produzida no ouvido pelas vibrações de corpos elásticos. Uma


vibração põe em movimento o ar na forma de ondas sonoras que se propagam em todas
as direções simultaneamente. Estas atingem a membrana do tímpano fazendo-a vibrar.
Transformadas em impulsos nervosos, as vibrações são transmitidas ao cérebro que as
identifica como tipos diferentes de sons. Conseqüentemente, o som só é decodificado
através do cérebro.
A Vibração Regular produz sons de altura definida, chamados sons musicais ou
notas musicais. Por exemplo, o som do Teclado, do Baixo, da Guitarra etc.
A Vibração Irregular produz sons de altura indefinida, chamados de barulhos.
Por exemplo, som de avião, de automóvel, de uma explosão, etc.
Na música são usados não somente sons regulares (instrumentos musicais com
nota definidas), mas também sons irregulares (instrumentos de percussão).
As características principais do som são: Altura, Duração, Intensidade e Timbre.

Altura é determinada pela freqüência das vibrações, isto é, da sua velocidade. Quanto
maior for a velocidade da vibração, mais agudo será o som.

Duração é a extensão de um som; é determinada pelo tempo de emissão das vibrações.

Intensidade é a amplitude das vibrações; é determinada pela força ou pelo volume do


agente que as produz. É o grau de volume sonoro.

Timbre é a combinação de vibrações determinadas pela espécie do agente que as


produz. O timbre é a “cor” do som de cada instrumento ou voz, derivado da intensidade
dos sons harmônicos que acompanham os sons principais.
Todo e qualquer som musical tem, simultaneamente, as quatro propriedades.

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*Notas*
Embora sejam inúmeros os sons empregados na música, para representá-los bastam
somente sete notas:

Ascendente: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI
Descendente: DÓ – SI – LÁ – SOL – FÁ – MI – RÉ

*Cifras*
Cifras são símbolos criados para representar acordes, e são compostas de letras,
números e sinais.
Em cifra substituímos os nomes LÁ, SI, DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL pelas sete
primeiras letras, maiúsculas, do alfabeto, respectivamente.

LÁ SI DÓ RÉ MI FÁ SOL
A B C D E F G

O acorde maior é representado apenas pela letra (exemplo: A); quando menor
coloca-se um “m” (minúsculo) ao lado direito da letra (exemplo: Am).
Os sinais de alteração, sustenido (#) e bemol (b) aparecem imediatamente depois da
letra maiúscula indicando a nota fundamental (baixo ou bordão) alterada, podendo,
também, aparecer antes do número que indica o grau a ser alterado.
Exemplos:
C#; Ab; F#m; Bbm; G7(b13); Db7(#11), etc.
A cifra estabelece o tipo de acorde, com eventuais alterações, e a inversão do
mesmo. A cifra não estabelece a posição do acorde (a ordem vertical, dobramento e
supressões de notas).
A notação de cifras ainda não está mundialmente padronizada, razão porque
encontramos um mesmo acorde anotado de maneiras diferentes, como é o caso do
acorde de sétima maior: C7M, C7+, C maj7, etc., diminuto: Aº, A dim, etc., e outros, que
veremos mais adiante.

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*Intervalo*
Intervalo é a diferença de altura entre dois sons, consecutiva ou simultaneamente,
relacionada. Ao tocar duas notas consecutivas (ex: primeiro “C” e depois “E”) tem-se
um intervalo melódico. Tocando essas notas simultaneamente (“C” e “E” ao mesmo
tempo) tem-se um intervalo harmônico. Em ambos os casos, a nomeação do intervalo é
igual, pois se usa a mesma regra para defini-los.
Os intervalos são classificados com o auxílio de um número (1ª, 2ª, 3ª,...) e um
nome: maior (M), menor (m), justo (J), aumentado (aum), diminuto (dim). A
classificação é feita entre a tônica da escala (1º grau da escala) e os demais graus da
mesma escala.

Um intervalo é calculado a partir da nota mais grave (referencial) para a nota


mais aguda.

A nomenclatura dos intervalos se dá numericamente, baseada na principal escala maior


diatônica, conforme a posição original de cada grau e de acordo com a distância em
relação à primeira nota. Medindo o tamanho de um intervalo a partir da tônica, obtemos
os seguintes intervalos melódicos:

oitava
sexta
quarta
segunda

C D E F G A B C
terça
quinta
sétima

O intervalo mais importante é o de oitava, pois determina a primeira e a última nota da


escala.
Quando soarem duas notas de mesma altura, ou então separadas pelo intervalo de
oitava, é denominado de Uníssono.

*Classificação dos intervalos*


Os intervalos são classificados como justos, maiores, menores, aumentados e
diminutos.

□ Justos (perfeitos): Uníssono, quarta justa, quinta justa e oitava justa.


□ Maiores ou menores: segunda, terça, sexta e sétima.
□ Aumentados: Elevando em um semitom, qualquer intervalo maior ou justo.
□ Diminutos: Abaixando em um semitom, qualquer intervalo menor ou justo.
Obs.: Posteriormente aprenderemos mais sobre intervalos, quando estudarmos a matéria
propriamente dita.

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*Semitom, Tom, Alterações*


Semitom ou Meio Tom é o menor intervalo adotado entre duas notas na música
ocidental (no sistema temperado). Abrevia-se ST ou MT.

O Semitom pode ser: natural, diatônico e cromático ou artificial.


O semitom natural é formado por notas naturais. Só existem dois semitons naturais:
MI-FÁ, SI-DÓ.
O semitom diatônico é formado por notas de nomes diferentes:
DÓ-RÉb, LÁ#-SI, MI-RÉ#, etc.
Obs.: Os semitons MI-FÁ e SI-DÓ, além de serem semitons naturais, são também
semitons diatônicos.
O semitom cromático é formado por notas de nomes iguais:
SOL-SOL#, LÁ-LÁ# etc.

O menor intervalo entre dois sons é, na verdade, a diferença de uma vibração (por
exemplo, entre uma nota com setenta e outra com setenta e uma vibrações por segundo).
O sistema musical ocidental utiliza somente uma seleção semitonal dos sons existentes.
Algumas culturas orientais (japonesa, chinesa, árabe, hebraica, indiana, etc.) utilizam
em seu sistema musical frações menores que um semitom (um quarto de tom, um oitavo
de tom, etc.).
O Sistema Natural, fundamentado em cálculos acústicos, define com precisão o
número de vibrações para cada nota e as relações entre elas (por exemplo, Sistema de
Zarlino, Sistema de Pythagoras). Nesse sistema existem tons maiores e menores e
semitons maiores e menores. O tom é dividido em nove comas.
Coma (do grego koma) é a nona parte de um tom. De DÓ/DÓ# são cinco comas e de
DÓ#/RÉ são quatro comas, de DÓ/RÉb são quatro comas e de RÉb/RÉ são cinco
comas.
O Sistema Temperado iguala os semitons em partes perfeitamente iguais, ficando
cada um com quatro comas e meia.
DÓ/DÓ# e de DÓ#/RÉ = 4 ½ comas.
DÓ/RÉb e de RÉb/RÉ = 4 ½ comas.
O sistema temperado representa o abandono da perfeição da afinação absoluta
no sistema natural em favor do uso do sistema cromático; é uma “renúncia” aos cálculos
físicos, à acústica pura, para facilitar as projeções harmônicas.
A Escala temperada consiste na divisão da oitava em doze semitons iguais.

Instrumentos Temperados são instrumentos de som fixo (piano, violão, teclado,


baixo, guitarra, etc.) que produzem as notas da escala temperada.
Instrumentos não temperados são instrumentos que não têm som fixo (violino,
trombone, canto, etc.) e por isso podem produzir as notas da escala natural.
O sistema natural é mais afinado, mas é por outro lado, bastante complexo. O sistema
temperado, por sua vez é menos afinado, porém mais prático.
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Tom é a soma de dois semitons. Abrevia-se T. Entre as notas “MI-FÁ” e “SI-DÓ” há


um semitom. Entre as notas “DÓ-RÉ”, “RÉ-MI”, “FÁ-SOL”, “SOL-LÁ” e “LÁ-SI”, há
um tom.
No teclado, um semitom (ST, ½ T, MT) equivale a distância de uma tecla, e 1 Tom (T)
equivale a distância de duas teclas.

Acidente ou Alteração é o sinal que, colocado diante da nota, modifica sua entoação.

Alterações ascendentes: Sustenido (#) – eleva a altura da nota em 1 ST (semitom).


Alterações descendentes: Bemol (b) – abaixa a altura da nota em 1 ST (semitom).

Podemos ter ainda: Dobrado sustenido (##) – eleva a nota em 1 T (um tom). Dobrado
bemol (bb) – abaixa a nota em 1 T (um tom).
Ex.: C ## ou D (notas enarmônicas), D bb ou C (notas enarmônicas*).
Obs.: Em cifra, não se usa ## e/ou bb.
Existe também o Bequadro ( ), ele serve para anular os acidentes.
Obs.: Normalmente usa-se o bequadro apenas em partituras.

*Enarmonia
A palavra “enarmônico” tem origem grega e significa “um som”.
Enarmonia é quando se tem nomes diferentes para um mesmo som.

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Dedilhação

OBS: As mãos devem trabalhar como se fossem conchas, sendo que o que toca a
tecla é a ponta e não a digital dos dedos.

Exercícios
Coloque seu dedo Mínimo (5) da mão esquerda no primeiro Dó do teclado. Vá com sua
mão direita até o 3 º Dó do teclado, que será chamado Dó Central e coloque sobre esta
tecla o Polegar (1) da mão direita, conforme a figura identificada abaixo:

5 4 3 2 1 3 2 1 1 2 3 1 2 3 4 5

Procure fazer primeiro a mão esquerda, depois a mão direita, e por fim juntar as duas.
Faça lentamente e conforme for ganhando firmeza nos dedos vá aumento a velocidade
do exercício gradativamente.
Ao fazer o exercício mantenha os dedos levemente dobrados, sobre as teclas e o pulso
erguido. É importante também executá-lo diariamente.

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Escala Maior Natural (diatônica)

A escala maior ou diatônica é uma seqüência de 7 notas diferentes e consecutivas,


onde a oitava nota é a repetição da primeira.
A palavra “dia” (do grego) significa “através”, “entre”. A palavra “diatônico”
(do grego) significa “através da sucessão de tons”.
Nas escalas, suas notas representam graus, e estão separados por intervalos
convencionados. Cada tipo de escala possui uma característica melódica própria que a
identifica e a individualiza.
A melodia de uma escala é definida pela disposição dos intervalos e por sua
quantidade de graus.
Graus é o nome dado as notas que formam a escala. Numeram-se por algarismos
romanos. A primeira nota da escala é considerada o grau I, a segunda o grau II, etc.

Exemplo:

C D E F G A B C
I II III IV V VI VII VIII

A escala diatônica tem 7 graus onde o oitavo é a repetição do primeiro.


Toda escala é construída sobre uma “nota base” que passa a ser o seu primeiro grau. A
função deste grau fundamental é denominada Tônica.
O sistema diatônico é constituído somente por intervalos convencionados em tom
e semitom.
Semitom (ST, MT ou ½ T) é o menor intervalo entre duas notas na música ocidental,
conhecido também como meio tom; no teclado equivale a distância de uma tecla.
Tom (T) é o intervalo formado por dois semitons, resultando num tom “inteiro”, no
teclado equivale a distância de duas teclas.
As escalas diatônicas possuem 5 intervalos de tom e 2 de semitom, dispostos
entre seus 8 graus.
O “modo” como esses intervalos são organizados gera uma melodia própria para cada
escala. No caso da escala maior natural (diatônica), a configuração de seus intervalos
refere-se ao modo jônio e, a classificação maior, refere-se ao intervalo entre a tônica e
o terceiro grau, que é de dois tons (terça maior).
Obs.: Quando a terça é maior o modo-escala é maior, quando a terça é menor (intervalo
de um tom e meio) o modo-escala é menor.

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