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a 4 “WGL1 S3ZOA VHOLIGS G sriodouiaa wiming 9 ogdeonp3 ‘uni] Op feuoIDeN ovr (© woo ojugauos Ww, op51p9 wz sayuvmino -W oosionvua epeueg ‘vowowps eueqiy ep epepisioaun AdINVIVLUaa NOA SIMaNT SVWALSIS SOG Twus9 VINOSL ne 1 INTRODUCAO OS SISTEMAS ESTAO EM TODA PARTE Se alguém se dispusesse a analisar as nodes correntes na giria e nos meios de comunicaggo de massa. O pen- samento em termos de sistemas desempenha um papel dominante em uma ampla série de campos, que vo das empresas industriais e dos armamentos até t6picos eso- téricos da ciéncia pura, sendo-Ihe dedicadas inumeraveis Publicagdes, conferéncias, ‘Seus executantes so os “novos utopist de nosso tempo (Boguslaw, 1965), que — em contraste capas dos Teoria Geral 7 Sio complexas as raizes desta evolucio. Um de seus aspectos é a passagem da engenharia de produ- ia — ibertaggo de grandes quan- tal como acontece nas maquinas a as — para a engenharia de controle, essos empregando dspositvos de baixa aos computadores e 4 automa Apareceram méquinas autocontrolad: de termostato doméstico autoguiados imensamente foi levada a istemas”. Uma maquina a vapor, um auto- mével ou um receptor de rédio achavam-se’ dentro da ipeténcia do engenheiro treinado na respectiva espe- idade. Mas quando se chega aos misseis.balisticos ou aos veiculos espaciais, estes engenhos tém de ser los pela reunido de componentes originados em 3s heterogéneas, mecanicas, eletrOnicas, quimi- cas, etc. As relacées entre 0 homem e a méqui a ter importancia e entram também em jogo problemas financeiros, econémicos, s € politicos. Ainda mais, 0 tréfego aéreo ou mesmo o de automével ja nao € mais uma questéo de nimero de veiculos em Operacdo, mas formam sistemas que devem ser planeja- dos ou organizados. Assim, sio numerosos os problemas que estio surgindo na produgdo, no comércio e nos armamentos. Deste modo, tornou-se necessério um “enfoqu mico”. Suponhamos que seja dado um certo descoberta dos meios e modos que levem a sua re: ista de sistemas (ou uma equipe de istas), para examinar as solucGes possiveis e es- colher as que prometem ter cardter 6timo com a méxima eficiéncia e © minimo custo numa rede tremendamente complexa de interagdes. Isto’ exige técnicas complicadas € computadores para resolverem problemas que trans- cendem de muito a capacidade de qualquer mat individual. Tanto os equipamentos (“hardware”) dos computadores, da automaco e da cibernética quanto os “programas” (“software”) da presentam uma nova tecnologia. Tem sido chamada a Segunda Revolugéo Indust apenas ha poucos decénios. Estes acontecimentos ndo se ‘que se vem desenvolvendo ‘am ao complexo lentemente reclamam a problemas urgentes, tais como a poluigao do ar e da agua, ‘ionamento a bruma urbana, a deli 1966; Boffey, 1967 ‘Ministro canadense (Manning, 1967) inclui a abordagem por meio de sistemas em sua plataforma p que cadas € necessariamente especi computadores, da engenharia dos lacionados com estas iltimas. Ndo & apenas a tendéncia da tecnologia de fazer as coisas maiores e melhores (ou, no caso oposto, mais lucrativas, destruidoras, ou ambas). Trata-se de uma transformacdo nas categorias basicas de Pensamento da qual as complexidades da moderna tec- nologia sio apenas uma — e possivelmente ndo a mais importante — manifestacdo. De uma maneira ou de outra, Somos forgados a tratar com complexos, com “totalida- des” ou “sistemas” em todos os campos de conhecimento. Isto implica uma fundamental reorientago do pensamen- to ico. xeqdivel fazer a tentativa de resumir o impacto temas” e em uma antecipagzo das sideragdes deste livro, Alguns poucos exemplos, esco- idos_mais ou menos arbitrariamente, bastam para ireza do problema e a conseqiiente reorien- r deveré desculpar um trago nestas citagbes, tendo em vista 0 fato de que a deste livro consiste em apresentar o ponto de vi autor € ndo uma andlise neutra do assunto. a, sabe-se bem que os enormes progressos ealizados nas iltimas décadas engendraram também novos problemas — ou possivelmente uma nova espécie de problemas — que evidenciam melhor aos leigos no niimero indefinido de centenas de particulas elementares das quais a fisica atualmente ndo pode dar explicagses nem razOes. Conforme disse um conhecido representante ia (de-SI 1966), 0 progresso ulterior da fisica nuclear “exige muito trabalho experimental, assim como a criagio de novos e poderosos métodos para o tratamento de sistemas com muitas, mas nio - mente muitas, particulas”. A mesma exigtncia foi ex- Pressa por A. Szent-Gydrgyi (1964), 0 grande fisiolo- gista, de um modo extravagante: {Quando entrei para o Institute for Advanced Study em Prin- tomei esta decisio na esperanca de que esfregando os 8 nesses que revelei que em elétrons, os fisicos ndo quiseram mais falar comigo. Com todos 8 seus ‘computadores nio sabiam dizer 0 que o terceiro elétron poderia fazer. O que hd de notdvel no caso € que o elétron sabe exatamente que tem de fazer. Assim, esse pequeno elétron cconhece uma coisa que todos os sibios de Princeton ignoram, © que 86 pode ser uma coisa muito simples. Bernal (1957), hd alguns anos atrds, formulou da seguinte maneita os problemas ainda sem solugdo: or algum E ilgo radical, que teré de ir do tomo e os amplos espacos do universo. Deverd ter 8 diferentes de todas as anteriores concepcdes do mundo e incluir tendéncias convergentes das citncias_bio € sociais, nas quais um modelo regular se entrosa com a histéria de sua evolucio. igo genético, as consecutivas na evolucio, em medicina, fisio- ‘outros campos tornaram-se co- fo comum. Mas, a despeito de — ou justamente por causa de — uma percep¢fo aprofundada conseguida Pela biologia “molecular”, tornou-se visivel a necessi- dade de uma biologi forme o autor vem advogando hd mais de quarenta anos. A biologia no tem de ocupar-se apenas com 0 nivel fisico-quimico ou molecular, mas também com os niveis mais elevados de organizagao da matéria viva. Como teremos ocasiio de discutir em seguida, tem sido estabelecida com reno- vada intensidade a exig@ncia de considerar estes aspectos nos fatos e no conhecimento recentes. Mas no foi acres centada nenhuma argumentagSo que j& no tivesse sido anteriormente discutida (von Bertalantfy, 1928 a, 1932, 1949 a, 1960). Assim, a concepcao basica em psicologia costumava ‘modelo robs”. O comportamento tinha de ser ido pelo esquema mecanicista estimulo-resposta {E-R). O condicionamento, de acordo com o padrio das experitncias em animais, er dade do comportamento humano devia ser negad A psicologia da ). expressamente suas concepcdes com a lantfy sobre os sistemas gerais” (Hah Talvez ainda mais do que a psicologia, a psiquiatria assumiu 0 ponto de vista dos sistemas "(por exemplo ‘Menninger, 1963; von Ber 1966; Grinker, 1967; Gray € no prelo). Menci Gricker: ). ‘iono aqui as palavras de Entre a8 chamadas fois lobaisaqula gut fol inimente nuncada'e dlnisa por Betaanly'tm 187 80> 6 ale “Teoria geral dos sistemas” Se cote aguet alor reainn ta sciade para “unin a ord gea Public um Gen Systems Yearbook Mato ci man apena sigue poate, paras sue , esta serd a do olviment 2 atecutisten do desenvolvimento de um: 2 © informe de uma recente reunido (American Psy- chiatric Association, 1967) traga uma sugestiva imagem: Quando uma sala com 1.500 pessoas esti tai centenas ficam de pé durante toda uma sesso m: Geve ser de tal natureza que desperte agudo i i io sobre 0 uso de uma teot ee realizada_em Detroit pela (Damude, 1967). © mesmo acontece nas ciéncias sociais. Uma iinica concluséo segura pode tirar-se do largo espectro, da espalhada confusio e das contradig6es das teorias so- ciolégicas contemporaneas (Sorokin, 1928, 1961 ber que os fendmenos sociais devem ser consid como “sistemas”, por mais que sejam atualmente as definigdes das entidades sécio- culturais. Existe a sa- uma perspectiva. cis mento de Pesqu ‘de principios, idéias e concepgdes qi grau de ordem ¢ de compreenséo cie Biologia, psicologia e algumas cignc dos sistemas pode fornecer a base d capaz de fazer jus ‘complexidades e propriedades dindmicas do sistema sécio-cultural (Buckley, 1967). trouxeram um alto tas dreas da © curso dos acontecimentos em nossa época sugere uma concep¢io semelhante na hi levan- do-se em conta que, afi sociologia em agio ou em um e: Sto as mes- mas as entidades sécio-culturais que a sociologia in- vestiga em seu estado atual e a histéria em seu mo- vimento, Os primeiros periodos da histria podem ter-se con- solado acusando de atrocidades e estupidez os maus reis, os nefandos ditadores, a ignorancia, a supersti¢ao, as caréncias mat € fatores semelhantes. Em con- seqiiéncia, a hist6ria tinha o cardter de “quem fez isto”, a3 inevitabilidade hi , de acordo com Sir Isai The. Rise of the West (1963), que ja no titulo indic sua posi¢ao anti-spengleriana, € contudo uma historia dos sistemas hist6ricos. Esta concepgéo penetra em campos aparentemente situados fora dela, e 6 assim ja se disse que a “escola arqueolégica do processo’ rou 0 embrido de seu desenvolvimento da concep¢do de Ludwig von Bertalanffy, segundo a qual os sistemas desencadeiam 0 comp. liogratico”, como era tecnicamente chamado. Assim, a Guerra dos Trinta Anos foi conseqiéncia da supers- tigdo religiosa e das rivalidades dos principes alemies, Napoledo subverteu a Europa por causa de sua desen- freada ambigio, a Segunda Guerra Mundial pode ser atribuida & maldade de Hitler e as tendéncias guerrei- ras dos alemies. Perdemos este conforto intelectual. Num estado de democracia, educago universal e abundancia geral estas desculpas anteriores para a atrocidade humana fracassam miseravelmente. Contemplando a historia con- temporanea no préprio ato de se desenrolar, ” (Flannery, 1967). (e presumivelmente a histéria) formais, outro recente desenvol- cracia, uma empresa comet t dada em uma filosofia que adota a premissa de que a nica maneira in de estudar uma organizagio & estudé-la como sistema”, uma vez que a andlise dos sistemas trata “a organizagZo como um sistema de ridveis. mutuamente dependentes”. Por conseguinte, teoria moderna das organizagées conduz quase inevita~ velmente a discussio da teoria geral dos sistemas’ (Scott, 1963). Conforme as palavras de um profissio- icamente as decisbes e acdes iduais, sendo determinados mais por sécio-culturais, quer sejam precon os de pressio, tendéncias sociai io igdes ou seja 14 0 que for. Conhecemos precisa -amente quais vo ser os efeitos da poluicao, da devastago dos recursos naturai lacional, da corrida armame um incontavel mimero de do argumentos irrefutav cionais nem a sociedade Pazes de fazer alguma ito desta situacao. Se nao aceitarmos uma explicagao teista — Quem Deus erdere vult dementat — parece que seguimos uma trd~ gica necessidade histérica. da explosio popu- Todos os Sistemas [a eram estudados Md steulos mas a Screentado. A tendlncia a enudar os stenas como uma a mais se a0 ame das inteaciea » lave vex maiores, Sob a égide da pesg ‘merosos sindnimos) assistimos também a convergéncia de muitas criagées mais especializadas da cigncia contemporinea... Est Pesquisa prossegue e muitas outras esto sendo entrelagadas em compreendendo a vagueza de conceitos tais ivilizagao © as deficitncias das “grandes teorias” do tipo das de Spengler e Toynbee, a questo das re- i é dos sistemas (e seus nu- idades ou das leis dos sistemas socio-cultur dotada de sentido, embora nio signifique necessari ciedade tecnolégica contemporanea de que inhamos partido. Dessas consideragdes — embora ape- — emerge a nogdo de que na gama das ci moderna exigem-se novas ializagées, novas idéias e categorias, e que estas, de uma maneira ou de outra, estao centralizadas no tema”. Ci A AiiBihcio de métodos especiticos para a sistemas, € a tendénci do conhecimento.cien concentragéo primordial da aten¢éo na elaboracio de formas e rocessos elementares na natureza (Lewada, em Hahn, 1967, p. 185), Os perigos desta nova criagio (1967) nao se refere a pessoas mas a homem torna-se substituivel e consumivel. Para os novos utopistas da engenhari istemas, usando uma frase de Boguslaw (1965), € 0 “elemento humano” que se revela ser precisamente o componente f criagdes, Este elemento ou tem de ser el de ser tornado to digno de coi isto & mecanizado, conformista, controlado e padr zado. Em termos mais asperos, 0 homem no Grande um idiota amestrado ou tamente treinado em alguma est agZo ou entdo tem de ser simples parte da maquina. esta de acordo com um pi bem conhecido esses privados sob a cortina de fumaca das ideologias 1966, pp. 558 ss.). Quer consideremos a expansio positiva do conheci- mento € 0 controle benéfico do ambiente e da quer vejamos no movimento dos Brave New World e do 1984, 0 fato é que este movi- mento merece intenso estudo e temos de aceité BIBLiote Har @ Ciencia Hon HISTORIA DA TEORIA DOS SISTEMAS Aetes eres abresitade Feder: to ?erend Como vimos, ha acordo em todos os principais campos dade da reorientagao da ciéncia, As nologia moderna reforgam esta tendéncia. Tanto quanto & possivel saber, de uma “teoria geral dos sistemas” foi pela primeira vez introduzida Por este autor, anteriormente & cibernética, a engenha- dos sistemas e a0 surgimento de campos afins. A istéria da maneira pela qual foi conduzida a esta nogdo ‘ha-se narrada resumidamente em outro lugar deste fo (p. 12688), mas parece conveniente fazer-se uma ages da tec- Tal como se da com qualquer nov: idade, 0 conceito de esse sido empregado, a historia deste con ago de lau de Cusa, com sua a de Paraceso 4 visio da historia de Vico e ibn-Kaldun, considerada como uma série de 7 entidades ou “sistemas” culturais, & ica de Marx Hegel, para ndo mencionar mais do que alguns poucos nomes dentre uma rica pandplia de pensadores. O apre- ciador de literatura pode lembrar 0 De ludo globi de Nicolau de Cusa (1463, cf. von Bertalanffy, 1928 b) 0 Glaspertenspiel de Hermann Hesse, ambos vendo a construgéo do mundo refletida em um jogo abstrato habilmente planejado, Houve algumas obras. prel temas. As do problema em toda a sua generalidade, as Gestalten em fisica (e nos fendmenos psicologicos presumivelmente interpretaveis ne ; Em: uma publicagdo posterior (1927), Kohler levantou © postulado de uma teoria dos borar as propriedades mais g ganicos comparadas as dos si certo ponto esta exigencia foi satisfeita pela teoria dos sistemas abertos. A_obra_classica_de Lotka (1925) foi a que mais se aproximou do objetivo e por mos-Ihe algumas formulagdes.b: tratou do conceito geral de io, como Kohler, aos si istemas (nio tendo se nismo individual, Lotka, de modo um concebeu as comunidades como sistemas, ao mesmo tempo em que considerava 0 organismo individual como uma soma de células. Entretanto, s6 recentemente se tornou cessidade e a exeqii A necessidade das séries causais iso ela ne- lade da abordagem dos si do fato do esquema mecani is e do tratamento por partes nte para atender aos problemas cos, especialmente nas ciéncias bio~ © aos problemas praticos propostos pela moderna tecnologia. A viabilidade resultou de varias novas criagdes — teér 28 3, matematicas, etc. — que, embora ymaram progressivamente realizdvel ainda no comego, fo enfoque dos © autor deste gado com as evid lacunas existentes na pesquisa € na teoria da biologia. O enfoque mecanicista entio prevalecente, que acabamos de mencionar, parecia des- prezar ou negar de todo exatamente aquilo que é essen- cial nos fendmenos da vida. O autor advogava uma con- cepgio organismica na biologia, que acentuasse a consi- idade ou sistema € 1925-1926, a0 passo que a filosofia do organico” de Whitehead foi publicada em 1925. O tra- balho de Cannon sobre a homeostase apareceu em 1929 e 1932. A concepgéo organismica teve como grande pre- cursor Claude Bernard, mas sua obra era pouco co- nhecida fora da Franga, e mesmo agora ainda espera sua completa val Bernal, 1957, p. 960). O aparecimento simult&neo de idéias semelhantes indepen- dentemente umas das outras e em diferentes co era_um_sintomatics io de uma nova tendénci ‘aria porém de tempo para chegar a ser a observacdes por importantes. biologistas americanos (Dubos, 1964, 1967; Dobzhansky, 1966; Commoner, quais porém nao mencionam 0 do presente Sautor, embora se} teratura da Europa e dos Ungerer, 1966; Blan 1960; Tribifio, 1946; mnaev, 1966; Kamaryt 1963; Bendmann, 1963, 1967; Afanasjew, 1962). Pode-se dec que as recentes’discuss6es do assunto (por exemy Nagel, 1961; Hempel, 1965, Beckner, 1959; Si 1956; Schaffner, 1967), embora referindo-se natural reconhecido na tas (por exem- de Schaxel foi inaugurada pelo autor, mas teve de ser GKcpensa durante a guerra), Tornou-se aparente a se- Atihanga estrutural desses modelos e seu isomorfismo tin diferentes campos, e justamente revelaram-se centrais Gs problemas de ordem, organizaclo, totalidade, teleo- fogia, etc, que eram excluidos dos programas da Géncia mecanicista. Esta foi, portanto, a idéia da “teoria geval dos sistemas”. "A época no era favordvel para esta realizagio, A biologia era interpretada como idéntica ao trabalho de Jaboratorio e 0 autor esteve em apuros quando publicow Theoretische Biologie (1932), outro campo que $6 re- centemente tornou-se academicamente respeitavel. Hoje fem dia, quando h4 numerosas revistas e publicagdes de- mente aos progressos da biologia nos iiltimos quarent anos, ndo acrescentaram qualquer ponto de vista nov a0 que tinha sido feito pelo trabalho deste autor. Em filosofia, 0 autor foi educado na tradigéo d neopositivismo do grupo de Moritz Schlick, que veio al ser conhecido mais tarde como Circulo de Viena. Evi dentemente porém 0 interesse do autor no mi alemdo, no relativismo histérico de Spengler, na historia] da arte ¢ outras atitudes ndo ortodoxas tornaram ‘Mais fortes eram suas ligagdes com o grupo de Berlim da “Sociedade de Filosofia Empirica” existente na década de 1920, naj qual tinha papel proeminente 0 filésofo € fisico Hans} Reichenbach, 0 psic6logo A. Herzberg, 0 engenheiro Parseval (inventor da aeronave dirigivel). Em conexdo com o trabalho experimental sobre o metabolismo e 0 crescimento, de um lado, e 0 esfor-| 0 para concretizar 0 programa organismico, do outro, a teoria dos sistemas abertos foi proposta, baseada no} fato bastante trivial de que o organismo & um sistema| aberto, embora na época nao existisse nenhuma teoria| desse tipo. A primeira apresentagdo, que se seguiu al alguns ensaios de experiéncia, acha-se incluida neste] volume (Capitulo 5). A biofisica aparecia assim uma expansao da teoria fisica convencional no sentido da_generalizaco dos principios cinéticos e da teoria termodinamica, sendo esta iiltima conhecida mais tardel como termodinamica irreversivel. Nessa_ocasiao, porém, aparec zacdo. Em muitos fendmenos biolgicos e também nas} cigncias sociais e do comportamento sao aplicaveis_os| modelos e as expressdes matematicas. Estes, evidente-| mente, nao se incluem entre as entidades da fisica da; quimica e nesse sentido transcendem a fisica como} paradigma da ia exata”. (Digamos de passagem que a série Abhandlungen zur exakten Biologie depois dos anteriores Abhandlungen zur theoretischen Biologie uma outra_generali-| dicadas a essa disciplina e a construgo de modelos tornou-se um esporte ca financiado, é : idéias. A afirmacao do conceito de teoria geral dos sis- de moda e generosamente ificil imaginar a resist¢ncia feita a estas ente pelo falecido professor Otto Potzl, ira_vienense, ajudou 0 autor a vencer um comunicado (reproduzido 0). Mais uma vez 0 destino inter- no Capi veio. © artigo (na Deutsche Zeitschrift fiir Philosophie) chegou ao estagio das provas, mas 0 niimero da revista que devia conté-lo foi destruido na catastrofe da ultima guerra, Depois da guerra, a teoria geral dos sistemas foi apresentada em conferéncias (cf. Apéndice), ampla- mente discutida com os fisicos (von Bertalanffy, 1948 a) € discutida em conferéncia e simpésios (por exemplo, von Bertalanffy e col., 1951). ‘A finalidade da teoria dos sistemas foi recebida com incredulidade, sendo julgada fantastica ou presun- cosa, Além do mais — objetava-se — a teoria era trivial, porque os supostos isomorfismos eram simples- snte exemplos do truismo segundo 0 qual a matema- ‘a pode aplicar-se a todas as espécies de coisas ¢ nto ndo tem maior peso do que a “descoberta” de que 2+2=4 € igualmente verdadeira para magis, n délares e galaxias. Dizia-se também que era uma teori falsa e desnorteadora, porque as analogias superficial — como na famosa similitude entre a sociedade e ur “organismo” — escamoteiam as diferengas reais € assit conduzem a conclusées erradas € mesmo moralment inaceitaveis. Ou, ainda uma vez, dizia-se que a teori era filoséfica e metodologicamente infundada, porque alegada “irredutibilidade” dos niveis superiores aos in feriores tendia a i dugdo da quimica aos principios fisicos ou dos fen menos da vida a biologia molecular. ‘Aos poucos foi-se compreendendo que estas objegde nao atingiam 0 alvo no que diz respeito a natureza d teoria dos sistemas, a saber, a tentativa de uma inter Pretagdo e uma teoria cientifica em assuntos nos quai anteriormente nao existiam, e chegar a uma generali. dade mais alta do que a das cigncias especiais. A teori geral dos sistemas atendia a uma secreta tendéncia de . Uma carta de K. Bouldi mista, datada de 1953, resume bem a situagio: Parece qu cheguel a uma conclusio muito semelhante & sua ‘ria geral dos sistemas", com larga aplicagdo em muitas dis- Tenho’ a certeza de haver muita gente em| undo que chegou essencialmente a posicio que tem excelente terminologi ciplinas diferentes. todo 0 ‘0 ano do Centro de Estudos Superiores das Ciéncias do Comportamento (Palo Alto), encontraram- se Boulding, 0 biomatematico A, Rapoport, 0 fisiolo- gista Ralph Gerard e o presente autor. O projeto de uma Sociedade da Teoria Geral dos Sistemas foi real zado na reuniao anual da Associagao Americana para 0 Progresso da Ciéncia em 1954. O nome mais tarde foi fade pata a expresso menos pretensiosa “Sociedade mutpeoquisa Geral. dos Sistemas”, atualmente filiada a GGAS, tujas reunides tornaram-se um apéndice bem fre~ vntado das convencdes da AAAS, Estabeleceram-se Giios grupos locais da Sociedade em varios centros dos Unidos © posteriormente da Europa. O progra- al da Sociedade nio precisou reviséo: lade de Pesquisa Geral dos Sistemas foi organizada ra impulsionar 0 desenvolvimento dos sistemas departam (1). investigar 2 campos € pro- de um campo para outro; (2) enco- G30 de modelos tedricos adequados em camy fe no existem; (3) reduzir 20 minimo a tedrico em diferentes campos; (4) pro ‘cigncia mediante a melhoria da comunicagio entre os jo da Sociedade, General Systems, eficiente- mente dirigido por A. Rapoport, tem sido desde entéio seu rgao. Deliberadamente General Systems nao segue uma orientagdo rigida, mas ao contrario oferece lugar ‘os de intencao diferente, conforme parece ade- guado em um campo que precisa de idéias e exploragao. Grande mimero de pesquisas e publicagdes comprovam esta tendéncia em varios campos. Apareceu uma revista, Mathematical Systems Theory. Enguanto isto, outra linha de desenvolvimento teve lugar. Apareceu em 1948 0 livro Cybernetics de Norbert ja dos computadores, da teoria da informagao € (quinas auto-reguladoras, Ainda uma vez, foi uma incidencias que ocorrem quando as idéias esto Mo ar o fato de trés contribuigdes fundamentais terem aparecido aproximadamente no mesmo momento, bet. Cybernetics de Wiener (1948), a teoria da mado de Shannon e Weaver (1949) e a teoria iegos de von Neumann e Morgenstern (1947). Wiener dessas Teoria Gert... 82388 — 3 33 Tevou os conceitos cibernéticos de retroagdo e informa, ao muito além dos campos da tecnologia e gener os nos dominios biolégico e social, E’ verdade que a ci bernética tinha precursores. O conceito de homeostast de Cannon foi uma pedra angular nessas consideracées| Modelos menos conhecidos mas detalhados de feedback} de fendmenos iisiolégicos tinham sido elaborados_pelo| logista alemao Richard Wagner (1954) na décadal de 1920, pelo detentor do prémio Nobel o suigo W. Ry Hess (1941, 1942) e no Reafferenzprinzip de Erich von| Holst. A enorme popularidade da cibernética na ciénciay na tecnologia e na publicidade geral é sem diivida de- vida a Wiener e & sua proclamagdo da Segunda Revo- lugdo Indus A estreita correspondéncia entre os dois movimentos| estd_bem documentada no enunciado programético del L. Frank na introdugao a uma conferéncia sobre ciber- nétice Os conceitos de ecmportamenta finalista e de teleologia desde| muito eram associados a uma misteriosa capacidade de auto- aperfeigoamento, ou de procura de um fim, ou uma causa final, em geral de origem sobre-humana ou sobrenatural, Para poder| prosseguir no estudo dos acontecimentos o pensamento cienti feve de rejeitar essas crencas na finalidade e estes con de operagies teleoldgicas, substituinda-os por uma concepcao da natureza estritamente mecanicista e determinista, Esta concepcdo} mecanicista tortiou-se firmemente estabelecida com a demonstra-| de que 0 wniverso baseava-se na operacio de particulas| ndnimas que se movem so acaso, de maneira desordenada, dando origem, por sua multiplicidade, a ordem e a regularidade| de uma natureza estati omo na fisica clissica e nas leis dos gases. O indiscutivel sucesso desses conceitos e métodos| ica € em astronomia, e mais tarde em quimica, deram a ot taoiogia orientagdo. Este enfoque problemas dos orge ais. AS. st Ss € as persistentes ime abordar partes ou ide que det ‘ecma causas poderosas. Dai decorre nossa preocupacdi 4 suir da relacho de duas vardveis. Assistimos hoje a procura vvas shordagens para. novos e mais amplos conceitos e s capazes de fratar de grandes totalidades de organismos alidades. O coneeto de mecanismos teleoldgicos, sejam Gitas que agora se mostram jg fecundas concepedes e metodologias mais eficazes para estu- sessos_auto-reguladores, s e personalidades que se © exame do desenvolvimento da cibernética na_tec- ia e ma ciéncia excederia os limites deste livro, senco desnecessério em vista da extensa literatura sobre assunto, Entretanto, a presente sintese histérica é con- veniente porque surgiram certas incompreensdes e inter- pretagdes errdneas. Assim, Buckley (1967, p. 36) de- clara que “a moderna Teoria dos Sistemas, embora aparentemente tenha surgido de modo original do realizado na dltima guerra, pode ser considerada inagéo de um amplo movimento na_perspectiva tendia a tornar-se dominante desde os Embora a segunda parte da proposi- seja_verdadeira, a primeira nao & A teoria dos as no “surgiu do esforgo realizado na tttima guerra", mas remonta a tempos muito anteriores e fem aizes inteiramente diferentes dos equipamentos militares € real ages tecnolégicas afins. Tampouco houve uma mergéncia da teoria dos sistemas partindo de recente: na andlise dos sistemas de engenharia’ 1965), exceto em um sentido especial da Tam- incorreto. A cibernética enquanto teoria dos mos de controle na tecnologia e na natureza, conceitos de informagao e retroagao, 38 apenas uma parte da teoria geral dos sistemas cibernéticos sAo um caso especi portantes, dos sistemas que apresentam auto-regulacio. RUMOS DA TEORIA DOS SISTEMAS Numa época em que qualquer novidade, por trivial qu seja, é aclamada como revoluciondria, estamos. cansado: ou remédio lancados pel farmacéutica so anunciados com este titulo, a palavra converteu-se num slogan de propaganda qu a faz dificilmente merecer pode ser usada em sentido estritamente té as “revolugdes cientificas” podem ser certos critérios de diagnéstico. De acordo com Kuhn (1962), uma revolugao cienti fica define-se pelo aparecimento de novos esquemas ot “paradigmas” conceituais. Estes poem em evidéncia as pectos que nao eram anteriormente vistos nem percebi+ dos, ou eram mesmo suprimidos na ciéncia “normal”, isto a ciéncia geralmente accita e praticada no mo mento, Por conseguinte, ha um deslocamento nos pro blemas observados e estudados e uma mudanca da regras da pratica cientitica, compardvel a troca nas ges talten perceptiveis nas experiéncias psicolégicas, quando} por exemplo a mesma figura pode ser vista como cons-| tituida por dois perfis ou por uma taga, um pato ou uum coelho. E' bem coimpreensivel que nessas fases criti] cas seja acentuada a importincia da an que nao é sentida com a mesma necessidade em periodos de crescimento da ciéncia “normal”. As pri s6es de um novo paradigma sdéo na maioria das vezes toscas, resolvem poucos problemas e as solugdes dadas aos problemas individuais estio longe de serem per- feitas, Hé uma profusdo e competic’o de teorias, cada das quais limitadas no que diz respeito ao nimero « problemas a que se referem e a solucao elegante que sao levados em consideracéo, Contado, © paradigma abrange novos problemas, especial- $ que anteriormente eram rejeitados como “me- em fisica e quimica, mas so excelente descrigio das transformagées.realizadas 10s de organismo e de sistema, elucidanda Especialmente, mas nao de modo surpreendente, ia dos sistemas abrange um certo diferentes quanto ao estilo e as final © problema do sistema é essencialmente o problema Jas limitagées dos procedimentos ana to costuma ser expresso em enumtciados semimetafisi 1s, tais como evolugéo emergente ou “o todo € mais ue a soma de suas partes”, mas tem uma clara igniticagao operacional. “Procedimento ani nifica que uma entidade pode ser estudada resolvendo- se em partes e por conseguinte pode ser const reconstituida pela reunido destas partes. Estes procedi- tos so entendidos tanto em sentido material quanto sentido conceitual. Este € 0 principio fundamental da ciencia “classica”, que pode ser apresentado de di- versas_maneiras, a saber, resolugdo em séries causais wveis, procura de unidades “atdmicas” nos varios etc. O progresso da ciéncia mostrou iramente por Galileu e Descartes — tém grande amplo dominio de fendmenos. A primeira é ou no existam ou sejam suficientemente Guas condigées as “parte cas para poderem ser desprezadas nas finalidades de ipo de pesquisa. $6 com esta condicao as partes n ser “esgotadas” real, logica e matematicamente, que as interagdes entre 37 sendo em seguida “reunidas”. A segunda condicao é que as relagdes que descrevem o comportamento das partes sejam lineares, pois s6 entio € dada a condicdo de aditividade, isto é uma equagdo que descreve 0 com- portamento do todo ¢ da mesma forma que as equa- Ges que descrevem o comportamento das partes. Os Processos parciais podem ser sobrepostos para obter 0 Processo total, etc. Estas condigées nao sdo satisfeitas pelas entidades chamadas. sistemas, isto & consistindo de partes “em interagao”. 0 proté 0 de sua _descrigZo é um conjunto de equacdes diferenciais simultaneas (p. 84s), néo neares no caso geral. Um sistema ou “‘complexidade organizada” (p. 57) pode ser definido pela existéncia de “fortes interagdes” (Rapoport, 1966) ou de interagdes “ndo triviais” (Simon, 1965), isto & nao lineares. O pro- blema metodolégico da teoria dos sistemas consiste por- tanto em preparar-se para resolver problemas que, com- Parados aos problemas analiticos e somatdrios da ciéncia clissica, séo de natureza mais geral Conforme dissemos, ha varios enfoques para tratar esses. problemas. Usamos intencionalmente a expresso um tanto vaga “enfoques” porque estes so logicamente no homogéneos, representam diferentes. modelos con- ceituais, técnicas matematicas, pontos de vista gerais, etc., concordando porém na qualidade de serem “teorias dos sistemas”. Deixando de lado os enfoques da pes- quisa aplicada dos sistemas, tais como os sistemas de engenharia, a pesquisa operacional, a programacdo linear e no linear, etc., 08 enfoques mais importantes sio os seguintes (para uma boa compilagio veja-se Drische!, 1968.) A teoria “clissica” dos sistemas aplica a matematica classica, isto & 0 célculo, Tem por abertos), fornecer téci crigdo e’ aplicar estas t para sua investigacdo ¢ des- "a8_aos casos concretos. De- vido 4 generalidade desta descri¢ao pode-se afirmar que certas propriedades formais se aplicario a qualquer enti- dade enquanto sistema (sistema aberto ou sistema hie rarquico, efc.), mesmo quando sua natureza particular, suas partes e relagSes sejam desconhecidas ou néo pes- wuisadas. Como exemplo podemos mencionar os princi- pios generalizados da cinética aplicéveis a populagdes de molgculas ou a entidades biologicas, isto é, a sistemas quimicos e ecolbgicos; a difusdo, cujas equagdes podem aplicar-se em fisico-quimica e no espalhamento de boatos; a aplicagio de modelos de estado estavel e de mec&nica ‘ao fluxo do tréfego (Gazis, 1967); andlise a de sistemas biolégicos e sociais. Computacdo e simutagdo. Os conjuntos de equagdes diferen: ultaneas como meio de “modetar” ou de- fema so, quando lineares, de soluc3o fati- mesmo no caso de haver poucas varidveis. Quando ineares 40 insohiveis, exceto em casos especiais (Tabela 1.1). TABELA 1.4 CLASSIFICAGAO DE PROBLEMAS MATEMATICOS * E SUA FACIIDADE DE SOLUGAO, POR METODOS. ANALITICOS ‘Segundo Franks, 1987 Equnsden no Trews Vivien Matas auagdo Eeweptee erica ‘epossive xsencal- Muito ImpossivelImpossivl_Impossivel Impossivel Feit Imgoesivel “impos ivet biti Inpossivel * Genieze de Electronic Associate, In. Por esta razo, os computadores inauguraram um novo enfoque na pesquisa dos sistemas, nao somente por fa- rem 08 célculos que, a néo ser assim, excederiam © tempo e a energia disponiveis, substituindo a engenho- sidade matemética por procedimentos de rotina, mas também abrindo campos onde ndo existiam teorias ma- fematicas ou meios de solugdo. Assim, sistemas que ex- cedem de muito a matemética conven ferenciais no lineares, As andlises deste tipo sio agora| rotineiras em economia, na pesquisa de mercado, etc. Teoria dos compartimentos. Um aspecto dos sistemas que pode ser considerado separadamente devido a alta complexidade alcangada neste campo é a teoria dos com- Partimentos (Rescigno e Segre, 1966), isto é, a teoria segundo a qual o sistema consiste de’ subunidades com! certas condigdes de fronteiras entre as quais podem Ocorrer processos de transporte. Esses sistemas de com- Partimentos podem ter, por exemplo, estrutura “cate- néria” ou “mamilar” (cadeia de compartimentos ou um Compartimento central em comunicagao com um certo ‘nimero de outros periféricos). Compreende-se bem que as dificuldades matematicas tornam-se proibitivas no caso de sistemas de trés ou mais compartimentos. As trans- formagées de Laplace, a introdugdo das redes ¢ dos gré- ficos tornam a andlise possivel. ) , Teoria dos conjuntos. As propriedades formais gerais \ humana pode ser concebi novas_ Se Ponentes com fortes (ndo despreziveis) interagdes (cf. em uma maquina de Ashby, 1964). Para ia preciso uma fita de isto & que excedesse nio s simples exempl grafico ontos (Rapoport, 1959). Entre cada leragdo das transformagdes sociais esta ela propria se 46 a7 ordem hierarquica & expressa pela “drvore” podendo os dessa maneira. Mas 0 problema é muito mais ai profundo. A questio da ordem hierarquica est mente relacionada com as questées da diferenciacéo, da evolugdo ¢ com a medida da organizaao, que nao parece ser adequadamente expressa em termos quer da energé- tica (entropia negativa) quer da teoria da informacao . Em altim cia, conforme dissemos, a ordem hierarquica e a dinamica podem ser a mesma coisa, con- forme Koestler exprimiu graciosamente em sua imagem da “A drvore e a Vela”. 3s operacionais. a natureza do caso e os TABELA 1.2 VISTA GERAL INFORMAL DOS PRINCIPAIS NIVEIS NA HIERARQUIA DOS SISTEMAS Parcialmente de Conformidade com Boulding, 1956 b vat Eure 7 wear Aelojoare Mocanisme Ciberétice: retroagto cele ‘eorantormante haa, ctuas orga falta aunse tere @ mo omen sera les nt icos. dirigem-se lade e por conse- 2 O SIGNIFICADO DA TEORIA GERAL DOS SISTEMAS A PROCURA DE UMA TEORIA GERAL DOS SISTEMAS A citncia moderna é caracterizada por sua crescente es- acho, determinada pela enorme soma de dados, pela complexidade das técnicas ¢ das estruturas tebrica is em entidades atémicas © pro- cessos parciais. O organismo vi ia-se em células, 08, © comportamento reduzia-se a reflexos o substrato da heredi mo carater de parti 148 que geram con! . Em conseqiléncia, 0 fisico, psicblogo eo cientista social esto, por assim encapsulados em seus universos privados, sendo conseguir que uma palavra passe de um casulo para outro, ‘A este fato porém opde-se outro notavel aspecto, Exa- minando a evoluggo da ciéncia moderna encontramos um surpreendente fendmeno. Independentemente uns dos ‘outros, problemas e concepgbes semelhantes surgiram em campos amplamente diferentes. da fisica cldssica era resolver finalmente os fendmenos naturais em um jogo de unidades elemen. ares governadas pelas leis “cegas” da natureza. Isto foi expresso no ideal do espirito laplaciano que, partindo da posi¢éo e do momento das particulas, pode predizer idamente, mas também trados na organizagdo e na ordem que , resultante da interagdo dindmica das partes, omportamento das. partes damente e quando trat gicos, por as sntares © coisas set as sensagdes hantes, a psicologia da Gestalt modelo das entidades e forcas interatuantes é diferente. Tomando outro exemplo, os fi abertos, ue trocam matéria com o ambiente. A dear a 80 08 e somente nos iiltimos anos & que a teo ‘superordenado as suas estendida para incluir processos irreversiveis, si ‘os e estados de desequilibrio, Se no entanto qu 5 aplicar 0 modelo dos sistemas abertos, digam: mento animal, chegamos automatica- ¢ a uma generalizagao da teoria que se refere nao idades fisicas mas a unidades biolbgicas. Em outras lavras, estamos tratando com sistemas gencralizado: A mesma coisa 6 verdade nos campos da cibernética e da teria da informacao, que conquistaram tanto interesse planejada, da deificago da nagao ¢ do estado, mas tame him reflete novos modos de pensar. principios cognoscitivos gerais| nda mais impressionante quando! dera 0 fato de que estes desenvolvimentos ocor- reram independentemente uns dos outros, casos sem qualquer conhecimento do trabalho e da pes+ jzados em outros campos. importante aspecto da cienci tempo, a ciéncia exata, o corpo das wa-se quase inteiramente com a fisica terica, Poucas tentativas de enunciar leis exatas em campos n&o fisicos ganharam reconhecimento, Contudo, 0 impacto do progresso nas ciéncias biolégicas, soc mento parece tornar necessaria a expansio de nosso esquemas conceituais, de modo a permitir 0 estabeleci mento de sistemas de leis que 0s compoem e as relagdes ou “forcas” que entre eles, Parece legitimo exigir-se uma teoria istemas de um tipo mais ou menos especial mas de principios universais aplicaveis aos sistemas em geral. Deste modo, postulamos a chamada ia Geral dos Sistemas. Seu contetido & a formulaca rivagdo dos principios validos para os “sistemas' em geral significado desta disciplina pode ser definido da se- guinte mancira. A fisica trata de sistemas de diferentes niveis de generalidade. Estende-se dos sistemas m especiais, como os aplicados pelo engenheiro na constru- de uma ponte ou de uma maquina, as leis especiais jieas, a mecanica ou a éptica, as lei idade, como os principios da termodina- mas de natureza intrinseca- ‘0S ou outros. temas tradicional- podemos aspirar Este rumo no sent ocorrendo em muitos campos € et modos. Por exemplo, uma complexa teoria da dinamic a luta pela existéncia e teve inicio com os traball gicas, tais como individu , coeficientes competicao, etc, Processos semelhiantes estio sendo ap cados na economia quantitativa e na econometria. Os la obriga a por um termo aos si tratados em fisica, Ao contrari so sen hantes aos de Lotka ou, aos da cinética quimica, 54 55 a princfpios aplicaveis aos sistemas em geral, quer sejam Se estabelecermos esta questo e definirmos de modo conveniente 0 conceito de sistema, verificaremos que exis- odelos, principios e leis que se aplicam aos sistemas elementos e “forca Uma conseqiiéncia da existéncia de propriedades gerais dos sistemas é o aparecimento de semelhangas estruturais ou isomorfismos em diferentes campos. Ha correspon- déncias entre principios que governam 0 comportamento de entidades que sao intrinsecamente de todo diferentes. Para dar um exemplo simples, uma lei exponencial de crescimento aplica-se a certas células bacterianas, a po- pulagdes de bactérias, de animais ou de seres humanos € a0 progresso da pesquisa cientifica, medida pelo nimero de publicagdes em genética ou na ciéncia em geral. As entidades em questdo, bactérias, animais, homens, livros, ete, so completamente diferentes © 0 mesmo se da com ‘os mecanismos causais em acéo. Contudo, a lei matema- tica é a mesma, Ou ainda, ha sistemas de equagdes que descrevem a competicao das espécies animais e vegetais na natureza, Mas parece que os mesmos sistemas de equagdes aplicam-se a certos campos em fisico-quimica ¢ em economia também. Esta correspondéncia € devida ao fato das entidades consideradas poderem ser interpreta- das, sob certos aspect isto €, com- plexos de elementos em © fato dos campos mencionados, e também outros, relacionarem-se com os istemas”, conduz a correspondéncia nos pri gerais e mesmo nas leis especiais, quando as condigées correspondem nos fenOmenos examinados, De fato, conceitos, modelos e leis similares apareceram muitas vezes em campos bastante diferentes, independen- temente e com base em fatos totalmente diferentes. Ha muitos casos em que principios idénticos foram desco- bertos varias vezes porque os pesquisadores que traba- Thavam em um campo ignoravam que a estrutura exigida estava bem desenvolvida em outro campo. A teoria fal dos sistemas terd de percorrer um longo caminho de evitar esta desnecessaria duplicagéo do trabalho. Os isomorfismos dos sistemas aparecem também em problemas aos quais nao se aplica a andlise quan sendo entretanto de grande interesse intrinseco. Ha, por exemplo, isomorfias entre os sistemas biolégicos (Gerard), como as comunidades ani- mais € as sociedades humanas. Que principios sio comuns 's podem ser consideradas como Parece portanto que capaz de f serem usados em diferentes campos e transferidos de Para outros, salvaguardando ao mesmo tempo do 0 das analogias vagas, que muitas vezes prejudi- caram 0 progresso nesses campos. Existe porém outro e ainda mais importante aspecto da teoria geral dos sistemas. Pode ser parafraseado numa feliz formulagdo devida ao famoso matematico e fun- dador da teoria da informagéo Warren Weaver. A fisica clissica, disse Weaver, teve grande sucesso em criar a ‘eoria da complexidade desorganizada. Assim, por exem- plo, © comportamento de um gas resulta dos movimentos desorganizados e individualmente imp. de tragar lréveis moléculas. Como um todo, € governado da termodinamica. A teoria da’ complexidade ganizada em ultima instancia tem suas raizes nas leis do acaso e das probabilidades e na segunda lei da ‘ermodinamica, Em contraposi¢ao, 0 problema funda Mental hoje em dia é 0 da complexidade organizada. Con- Ceitos como os de organizacao, totalidade, direcao, teleo ia € diferenciagdo so estranhos a fisica convenci entanto surgem por toda a parte nas citncias bi Bicas, sociais e do comportamento, sendo na verdade in 7

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