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SUMÁRIO
LEI DE EXECUÇÕES PENAIS ................................................................................................................................ 2
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................................................................................ 2
DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA....................................................................................................................... 2
DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO ................................................................................................................... 2
DO TRABALHO ........................................................................................................................................... 3
DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
Deve ser prestada aos presos, com liberdade de culto (Art. 5, VII, da CF1), garantindo local
apropriado e com participação das instituições religiosas no interior dos estabelecimentos
penais.
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada
aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos
serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de
livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos
religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de
atividade religiosa.
DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO
Egresso é aquele que deixou o sistema penitenciário, o ex-detento. A LEP prevê assistência
a essas pessoas para que se possa propiciar sua adequada ressocialização e retorno à vida social
e evitar seu retorno à criminalidade.
A LEP classifica o egresso no Art. 26:
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída
do estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
E traz as assistências de que ele pode usufruir nos Arts. 25 e 27, vejamos:
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
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Art. 5º, VII: é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva.
ATENÇÃO
TRABALHO TRABALHO
FORÇADO OBRIGATÓRIO
Contudo, apesar de ser obrigatório, caso o preso não queira trabalhar, ele não poderá ser
forçado a tanto, todavia pode incorrer em infração disciplinar de natureza grave (Art. 50, VI) e
a perda de benefícios como progressão de regime, livramento condicional, indulto, como
veremos adiante.
ATENÇÃO: O preso trabalhador, diferentemente dos que estão em liberdade,
não é regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas devem ser
observadas as regras relativas à higiene e à segurança.
Por não ser regido pela CLT, o preso não faz jus a alguns direitos trabalhistas como 13º
salário, adicional de férias, férias, horas extraordinárias, etc.
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LVII - não haverá penas: c) de trabalhos forçados;
Contudo, o preso faz jus aos benefícios da previdência social, sendo a respectiva
contribuição descontada de sua remuneração, conforme direito previsto no Art. 41, inciso III,
que estudaremos à frente.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia
tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário
mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que
determinados judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a
manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo
da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte
restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança,
que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
Como é a escravidão já foi abolida há muito tempo no Brasil, é vedado o trabalho sem
remuneração. A remuneração do trabalho do recluso não pode ser inferior a ¾ do salário
mínimo.
Contudo, o preso “trabalha, mas não leva”, pois, a própria LEP disciplina o destino da
remuneração por ele auferida, conforme o §1º do Art. 29. Após deduções, o que sobra é
investido em uma caderneta de poupança, que pode ser resgatada quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à
comunidade não serão remuneradas.
As penas de prestação de serviço à comunidade são alternativas às penas privativas de
liberdade, conforme o artigo 46 do CP, 3 e por óbvio não são remuneradas.
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao
trabalho na medida de suas aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é
obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento.
Como dito antes, o trabalho para o preso é obrigatório. Mas toda regra tem sua exceção e
geralmente é ela que cai nos concursos. São três as exceções à regra do trabalho obrigatório: o
preso provisório (prisão preventiva ou temporária), para ele o trabalho não é obrigatório e só
pode ser realizado dentro do estabelecimento penal. Esse dispositivo é importante e sempre
cai em provas.
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Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses
de privação da liberdade. § 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de
tarefas gratuitas ao condenado.
TRABALHO DO PRESO
CONDENADO PROVISÓRIO
Além disso, o condenado a crime político não está obrigado ao trabalho (Art. 200 da LEP4)
e o trabalho será facultativo ao condenado à pena de prisão simples (contravenções penais) que
não exceda a 15 dias (Art. 6º, §2º, Decreto-Lei de nº 3.688/415).
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a
habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso,
bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem
expressão econômica, salvo nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação
adequada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades
apropriadas ao seu estado.
Aqui começamos a perceber os efeitos das classificações e da individualização da pena.
Para que haja uma relevante reeducação, é preciso levar em conta as condições pessoais de cada
detento.
O parágrafo primeiro visa evitar que os presos fiquem circunscritos àquelas atividades de
baixa relevância econômica, que, ao fim do período de reclusão, pouco terão acrescentado à
vida social do preso.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem
superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho
aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção
do estabelecimento penal.
O artigo trata do horário de trabalho dos detentos. Atenção especial é pelo fato de fugir à
regra normal da CLT. Os presos que trabalham na manutenção do estabelecimento penal, como
faxineiros, cozinheiros, encanadores, etc., podem ter turnos e horários de trabalhos
diferenciados.
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime
fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos
da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde
que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por
cento) do total de empregados na obra.
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Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
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Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção
especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto. § 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede
a quinze dias.
CAUSAS DE
REVOGAÇÃO NECESSÁRIO
FALTA GRAVE
DO TRABALHO PAD
EXTERNO
APENAS
COMPORTAMENT
FUNDAMENTAÇÃ
O INADEQUADO
O
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HC 35.004-DF, 6.ª T., rel. Paulo Medina, 24.02.2005, v.u., Bol. AASP 2438
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STJ, HC 355.674/RS, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 10/11/2016, DJe 21/11/2016
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EP 2 TrabExt-AgR, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/2014