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SUMÁRIO
LEI DE EXECUÇÕES PENAIS ................................................................................................................................ 2
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................................................................................ 2
DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA....................................................................................................................... 2
DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO ................................................................................................................... 2
DO TRABALHO ........................................................................................................................................... 3

MUDE SUA VIDA!


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LEI DE EXECUÇÕES PENAIS


DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Engloba todo o serviço de amparar o preso e prepará-lo ao retorno social.
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o
internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas
e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas
temporárias;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a
recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento
da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da
Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do
internado e da vítima.

DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
Deve ser prestada aos presos, com liberdade de culto (Art. 5, VII, da CF1), garantindo local
apropriado e com participação das instituições religiosas no interior dos estabelecimentos
penais.
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada
aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos
serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de
livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos
religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de
atividade religiosa.

DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO
Egresso é aquele que deixou o sistema penitenciário, o ex-detento. A LEP prevê assistência
a essas pessoas para que se possa propiciar sua adequada ressocialização e retorno à vida social
e evitar seu retorno à criminalidade.
A LEP classifica o egresso no Art. 26:
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída
do estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
E traz as assistências de que ele pode usufruir nos Arts. 25 e 27, vejamos:
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;

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Art. 5º, VII: é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva.

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II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em


estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser
prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do
assistente social, o empenho na obtenção de emprego.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para
a obtenção de trabalho.
Cumpre observar que o egresso pode receber alojamento pelo prazo de até dois meses
prorrogável por igual período, além disso será ajudado pela assistência social para obter um
novo trabalho.
DO TRABALHO
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de
dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as
precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação
das Leis do Trabalho.
O trabalho para o preso tem um valor duplo. Trata-se de um direito como veremos mais
adiante no Art. 41, II e um dever, Art. 39, V.
O trabalho do preso é obrigatório. Isso mesmo, todo preso definitivo é obrigado a
trabalhar, conforme o Artigo 39, V, da LEP. Não se pode confundir trabalho obrigatório com
trabalho forçado. Este último é vedado pela Constituição Federal2 (Art. 5º XLVII, “c”).
Mas qual seria a diferença? Explico. Trabalho forçado é aquele em que é exigido por meio
de castigos, ex. acorrentado, sob tortura, como vemos em filmes americanos. Além disso, é
aquele em que o preso não recebe nenhum tipo de remuneração ou benefício pelo trabalho
realizado.

ATENÇÃO

TRABALHO TRABALHO
FORÇADO OBRIGATÓRIO

Contudo, apesar de ser obrigatório, caso o preso não queira trabalhar, ele não poderá ser
forçado a tanto, todavia pode incorrer em infração disciplinar de natureza grave (Art. 50, VI) e
a perda de benefícios como progressão de regime, livramento condicional, indulto, como
veremos adiante.
ATENÇÃO: O preso trabalhador, diferentemente dos que estão em liberdade,
não é regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas devem ser
observadas as regras relativas à higiene e à segurança.

Por não ser regido pela CLT, o preso não faz jus a alguns direitos trabalhistas como 13º
salário, adicional de férias, férias, horas extraordinárias, etc.
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LVII - não haverá penas: c) de trabalhos forçados;

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Contudo, o preso faz jus aos benefícios da previdência social, sendo a respectiva
contribuição descontada de sua remuneração, conforme direito previsto no Art. 41, inciso III,
que estudaremos à frente.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia
tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário
mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que
determinados judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a
manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo
da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte
restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança,
que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
Como é a escravidão já foi abolida há muito tempo no Brasil, é vedado o trabalho sem
remuneração. A remuneração do trabalho do recluso não pode ser inferior a ¾ do salário
mínimo.
Contudo, o preso “trabalha, mas não leva”, pois, a própria LEP disciplina o destino da
remuneração por ele auferida, conforme o §1º do Art. 29. Após deduções, o que sobra é
investido em uma caderneta de poupança, que pode ser resgatada quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à
comunidade não serão remuneradas.
As penas de prestação de serviço à comunidade são alternativas às penas privativas de
liberdade, conforme o artigo 46 do CP, 3 e por óbvio não são remuneradas.
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao
trabalho na medida de suas aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é
obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento.
Como dito antes, o trabalho para o preso é obrigatório. Mas toda regra tem sua exceção e
geralmente é ela que cai nos concursos. São três as exceções à regra do trabalho obrigatório: o
preso provisório (prisão preventiva ou temporária), para ele o trabalho não é obrigatório e só
pode ser realizado dentro do estabelecimento penal. Esse dispositivo é importante e sempre
cai em provas.

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Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses
de privação da liberdade. § 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de
tarefas gratuitas ao condenado.

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TRABALHO DO PRESO

CONDENADO PROVISÓRIO

OBRIGATÓRIO NÃO OBRIGATÓRIO

PODE SER INTERNO OU EXTERNO SOMENTE INTERNO

Além disso, o condenado a crime político não está obrigado ao trabalho (Art. 200 da LEP4)
e o trabalho será facultativo ao condenado à pena de prisão simples (contravenções penais) que
não exceda a 15 dias (Art. 6º, §2º, Decreto-Lei de nº 3.688/415).
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a
habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso,
bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem
expressão econômica, salvo nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação
adequada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades
apropriadas ao seu estado.
Aqui começamos a perceber os efeitos das classificações e da individualização da pena.
Para que haja uma relevante reeducação, é preciso levar em conta as condições pessoais de cada
detento.
O parágrafo primeiro visa evitar que os presos fiquem circunscritos àquelas atividades de
baixa relevância econômica, que, ao fim do período de reclusão, pouco terão acrescentado à
vida social do preso.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem
superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho
aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção
do estabelecimento penal.
O artigo trata do horário de trabalho dos detentos. Atenção especial é pelo fato de fugir à
regra normal da CLT. Os presos que trabalham na manutenção do estabelecimento penal, como
faxineiros, cozinheiros, encanadores, etc., podem ter turnos e horários de trabalhos
diferenciados.
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime
fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos
da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde
que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por
cento) do total de empregados na obra.

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Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
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Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção
especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto. § 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede
a quinze dias.

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§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa


empreiteira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do
consentimento expresso do preso.
O trabalho externo do preso é exceção. A regra é o trabalho interno. Pode-se ter o trabalho
externo tanto no regime fechado, quanto no regime semiaberto, contudo com condições
distintas. Para que haja trabalho externo, devem ser observadas as regras do presente artigo.
Atenção: no caso de trabalho para entidade privada, deve haver consentimento expresso do
detento.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela
direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e
responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto)
da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao
preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por
falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos
estabelecidos neste artigo.
Não é todo preso que pode exercer trabalho externo. É necessário o cumprimento de pelo
menos 1/6 da pena, bem como demostrar que tem aptidão, disciplina e responsabilidade para
tanto.
Observe que não há nenhuma vedação para condenados por crimes graves ou hediondos.
Inclusive isso já foi objeto de decisão do STJ.6
ATENÇÃO: O trabalho externo pode ser autorizado a condenado em regime
semiaberto sem a necessidade de ter cumprido 1/6 da pena. Esse é o entendimento
do STJ 7 e STF 8.

O parágrafo único traz a regra da revogação automática da autorização para o trabalho


externo no caso de prática de crime, falta grave ou quando se perceber que o detento não tem
os requisitos comportamentais.
Não há necessidade de trânsito em julgado ou mesmo processo no caso de cometimento
de fato criminoso. Já no caso de infração disciplinar, é necessário o processo administrativo e a
efetiva punição.

FATO NÃO É PRECISO


CRIMINOSO PROCESSO

CAUSAS DE
REVOGAÇÃO NECESSÁRIO
FALTA GRAVE
DO TRABALHO PAD
EXTERNO
APENAS
COMPORTAMENT
FUNDAMENTAÇÃ
O INADEQUADO
O

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HC 35.004-DF, 6.ª T., rel. Paulo Medina, 24.02.2005, v.u., Bol. AASP 2438
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STJ, HC 355.674/RS, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 10/11/2016, DJe 21/11/2016
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EP 2 TrabExt-AgR, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/2014

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