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E-book . Vol.

TELEMEDICINA NO BRASIL:
Portaria, resoluções e ofícios
em vigor COMENTADOS

Dr. Diógenes Alcântara e Equipe

EMPREENDER NA SAÚDE 1
ÍNDICE

1. Por que estudar este material? ....................................................05

2. Na dúvida, opte pela segurança ..................................................06


3. A Telemedicina é uma novidade? ................................................08

4. Regulamentação EXCEPCIONAL da Telemedicina no Brasil ..........10

5. Portaria N° 467 comentada .........................................................11

6. O que deve conter o prontuário clínico de uma consulta a

distância? ...................................................................................15

7. Normas para emissão de receita e atestado ...............................17

8. Como emitir receitas e documentos médicos digitais válidos, 100%

online ....................................................................................19

9. Ofício CFM No 1756/2020 com destaques .................................25

10. RESOLUÇÃO CFM nº 1.643 sobre Telemedicina .........................27

11. DECLARAÇÃO DE TEL AVIV SOBRE TELEMEDICINA adotada pela

Associação Médica Mundial ........................................................31

12. Perguntas e respostas .................................................................42

13. Formulários úteis .........................................................................46

14. Atualizações e Colaborações ......................................................48

EMPREENDER NA SAÚDE 2
Grupo Preparatório Saúde EAD

Rua Dr. Pereira de Melo, 54,


Bairro Luxemburgo - BH/MG
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TELEMEDICINA NO BRASIL:
Portaria, resoluções e ofícios
em vigor COMENTADOS

Copyrights®: Alcântara Way Webdesign Ltda (Grupo Preparatório Saúde EAD)

Esta obra é protegida pela lei número 9.610 Em vigor a lei número 10.693, de 1 de Julho
dos Direitos Autoriais de 19 de Fevereiro de de 2003, que altera os artigos 184 e 186 do
1998, sancionada e publicada no Diário Oficial Código Penal em acrescenta Parágrafos ao
da União em 20 de Fevereiro de 1998. artigo 525 do Código de Processo Penal.

Produção Visual: Preparatório Saúde


Capa, identidade visual e diagramação: Renata Nagli
Coordenação: Diógenes Alcântara

EMPREENDER NA SAÚDE 3
AUTOR

Dr. Diógenes Alcântara

É mentor de Health Techs e fundador do


Grupo Preparatório Saúde EAD, pioneiro na
preparação para provas de título. Atua no
ensino médico desde 2002 quando, durante
a faculdade de medicina, criou e patenteou
uma das primeiras plataformas de EAD
do mundo, o LMS Flaaasp® AulaBRasil.
Os primeiros cursos próprios do Grupo,
ainda em 2006, foram o CardioCurso,
OftalmoCurso, Pré Residência MEDaula e
o MEDinvest (atualmente Empreender na
Saúde).

Instagram.com/Diogenes_Saude
Instagram.com/EmpreendernaSaude
Telegram.me/EmpreenderSaude

EMPREENDER NA SAÚDE 4
Por que estudar este material?

Amigo (a) profissional da saúde,

Parabéns pelo interesse no tema. Seus pacientes precisam de você!

Se atentar às diferentes formas de alcançá-los é se importar com a


saúde individual e coletiva e colaborar para a maior adesão às medidas
de prevenção e aos tratamentos.

Independente de ainda não termos sistemas e regulações ideais,


independente das opiniões pessoais a favor ou contra o atendimento
seletivo a distância, acreditamos que é importante começar a estudar
o tema desde já e colaborar para que diretrizes mais robustas e
detalhadas surjam de forma a proteger o paciente e o profissional em
todos os aspectos.

Meu nome é Diógenes, sou médico há 15 anos e empreendedor na área


da saúde e do ensino há 19 anos. Auxiliamos, neste período, mais de
50 mil colegas nos diferentes objetivos da carreira. Espero ajudar você
também de alguma forma com este material gratuito e te desejo uma
ótima leitura.

Os textos estão separados por cores:

• Box de borda PRETA: Reprodução das resoluções e ofícios.


• Box ou marcação AMARELA: Destaque dentro das reproduções.
• Box ou borda AZUL: Comentários e textos originais.

EMPREENDER NA SAÚDE 5
Na dúvida,
opte pela segurança!

Neste material não vamos abordar o que pode ser ou não atendido por
teleconsulta. O bom senso, o juramento e o código de ética já dão o
norte do que é possível ser abordado ou não a distância. Nada substitui
a consulta presencial, em especial a primeira consulta. Com a tecnologia
hoje disponível não é possível aplicar a telemedicina em consultas que
exijam, de forma indispensável, o exame físico. Ainda que já tenhamos
dispositivos diversos de telemonitoramento que permitem a coleta e o
acompanhamento de parâmetros a distância, o critério para a realização
de uma consulta online deve se basear no risco / benefício do uso dessa
metodologia, dentro de um contexto individual e coletivo.

Muitas consultas online, após uma triagem inicial, são convertidas em


consultas presenciais por meio de encaminhamento para o consultório
do próprio profissional, encaminhamento a outras especialidades ou
são finalizadas com indicação de ida imediata à emergência ou pronto
atendimento. Na dúvida, ao se deparar com uma situação difícil de
se compreender ou complexa para se orientar a distância, opte pelo
encaminhamento imediato ao atendimento presencial. Esta conduta
deve ser avaliada e empregada também nas situações onde a situação
do paciente não ficar clara por questões técnicas como limitações da
plataforma utilizada, inconsistências nas conexões, problemas com a
qualidade do áudio ou do vídeo, etc.

Cada paciente é único e cada interação também. Existem diretrizes,


protocolos e orientações formais a se seguir nas diferentes condições
de saúde e o critério médico deve ser usado da forma mais apurada
possível para se definir se, naquela interação específica, é possível ou
não aplicar o que se necessita 100% via teleconsulta. O fundamental é
observar sempre a segurança e proteção do paciente e de sua saúde.

EMPREENDER NA SAÚDE 6
Paralelamente, a própria proteção e a segurança do seu exercício
profissional. A responsabilidade por quase tudo que tange um
atendimento online recai sobre você, da mesma forma quando atende
num consultório ou hospital de maneira tradicional.

EMPREENDER NA SAÚDE 7
A Telemedicina é
uma novidade?

Antes de passarmos para a Portaria que liberou provisoriamente o uso


da Telemedicina, vamos responder a pergunta que dá título a esta seção,
de maneira a alinharmos a consciência do que já fazemos.

Com o advento dos comunicadores gratuitos e da alta inclusão digital


no Brasil, uma grande parte dos profissionais de saúde no nosso país,
já exerce há anos o atendimento a distância. Porém, muitas vezes não
tomamos consciência de que esta assistência “extra” via mensagem
ou áudio pelo whatsapp, ou até mesmo a clássica ligação, se trata de
Telemedicina.

Temos hoje dois dispositivos digitais por habitante no país, planos


de dados acessíveis e uma grande facilidade no uso de ferramentas
como WhatsApp, Facetime, Messenger, etc (diga-se de passagem,
inadequados para uso médico, exceto para Teleorientação).

Para muitas especialidades, se tornou padrão oferecer complementos


do atendimento por mensagens. Isto é mais comum nos últimos anos,
mas este tipo de consulta a distância existe desde que o telefone foi
inventado pelo italiano Antonio Meucci e popularizado por empresas
como a Bell Telephone Company.

Os pacientes em melhor situação de renda já têm acesso a consultas


via telefone e aplicativos de comunicação inespecíficos, porém até hoje,
oficialmente não pagavam por estes serviços extras dos profissionais.

Os pacientes mais humildes em geral não tem esta possibilidade, já que


não é padrão que o médico do SUS passe seu cartão com seu número
pessoal para todos os pacientes.

EMPREENDER NA SAÚDE 8
O fato é que há um acesso ampliado à opinião profissional em saúde para
alguns nichos e um menos ampliado para outros. Nas duas situações, o
profissional da saúde, até então, estava desguarnecido.

Por um lado, se ao “atender” pelo whatsapp, ele retém pacientes


particulares, por outro ele diminui, em alguns casos, as consultas
presenciais remuneradas. Nas consultas não particulares e de pacientes
sem planos, muitas vezes o profissional não tem condições de oferecer
uma assistência ampliada. Isto leva a menor adesão desses pacientes
e menos renda para si próprio, já que, até então, não havia meios legais
para cobrança destes tipos de consultas.

Finalizando esta parte, menciono que o Whatsapp, apesar de sua ampla


disponibilidade e criptografia ponta-a-ponta, não é recomendado para
atendimentos, mas pode ser utilizado para Teleorientação.

EMPREENDER NA SAÚDE 9
Regulamentação
EXCEPCIONAL da
Telemedicina no Brasil

Já ocorreram tentativas de se regulamentar a Telesaúde no Brasil,


porém, aparentemente por necessidade de mais debates e consensos,
as medidas foram suspensas.

Veio então a Portaria número 467 do Ministério da Saúde, de 20 de março


de 2020, que foi a responsável por autorizar o exercício da Telemedicina
de forma oficial neste período de pandemia. Não se sabe como ficará
após a pandemia da Covid-19, visto que a portaria não é definitiva e tem
caráter de reforço ao distanciamento social no contexto das medidas
para achatar a curva de contaminação.

O fato é que, por já ser utilizada e regulada em diversos países, existe a


possibilidade de que a tendência avance com maior ou menor velocidade
também no Brasil. Quanto mais profissionais colaborarem para o debate
em relação a se regulamentar ou não, prós e contras dos dois cenários,
melhor será para toda a sociedade.

Independente da futura progressão desse importante debate, seguimos


aqui trazendo os documentos básicos para o entendimento do que está
regulado neste período.

EMPREENDER NA SAÚDE 10
Portaria N° 467
comentada

Abaixo, reprodução da Portaria e em azul comentários e


possíveis interpretações:

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 23/03/2020 | Edição: 56-B | Seção: 1 - Extra | Página: 1
Órgão: Ministério da Saúde/Gabinete do Ministro

PORTARIA Nº 467, DE 20 DE MARÇO DE 2020

Dispõe, em caráter excepcional e temporário, sobre as


ações de Telemedicina, com o objetivo de regulamentar
e operacionalizar as medidas de enfrentamento da
emergência de saúde pública de importância internacional
previstas no art. 3º da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de
2020, decorrente da epidemia de COVID-19.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições


que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do
art. 87 da Constituição e o art. 7º da Lei nº 13.979, de 6 de
fevereiro de 2020, e

Considerando a Emergência em Saúde Pública de


Importância Nacional (ESPIN) em decorrência da Infecção
Humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV), declarada por
meio da Portaria nº 188/GM/MS, de 3 de fevereiro de 2020;
Considerando a necessidade de regulamentar e

EMPREENDER NA SAÚDE 11
operacionalizar as medidas de enfrentamento da
emergência de saúde pública de importância internacional
previstas no art. 3º da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de
2020, com o objetivo de reduzir a circulação de pessoas
expostas ao coronavírus (COVID-19);

Aqui a portaria reforça seu caráter excepcional em vigor


apenas durante a pandemia, como auxílio ao combate da
mesma.

Considerando o teor da “Declaração de Tel Aviv sobre


responsabilidades e normas éticas na utilização da
Telemedicina”, adotada pela 51ª Assembleia Geral da
Associação Médica Mundial, em Tel Aviv, Israel, em outubro
de 1999;

Aqui a portaria norteia o documento básico a ser estudado


pelo profissional da saúde que queira praticar a telemedicina.
A declaração está reproduzida na íntegra neste e-book com
suas principais diretrizes destacadas.

Considerando a possibilidade de prescrição, por parte do


médico, de tratamento ou outros procedimentos sem exame
direto do paciente em casos de urgência ou emergência
previsto no Código de Ética Médica;

Aqui a portaria se apoia no código de ética para liberar


a prescrição a distância. O médico deve se atentar ao
código de ética médica de forma integral para nortear seus
atendimentos em todos os meios. Profissionais da saúde
não médicos devem se atentar aos códigos de seus próprios
conselhos de classe.

Considerando a Resolução nº 1.643/2002 do Conselho


Federal de Medicina, que define e disciplina a prestação de

EMPREENDER NA SAÚDE 12
serviços através da Telemedicina; e

Terceiro documento básico e fundamental para estudo antes


do teleatendimento médico. Esta resolução deve ser seguida
integralmente e está também reproduzida neste material.
Profissionais da saúde não médicos devem se atentar às
resoluções e ofícios sobre teleatendimento emitidos pelos
seus órgãos específicos neste período.

Considerando o Ofício CFM nº 1756/2020-Cojur de 19


de março de 2020, que reconhece a possibilidade e a
eticidade da utilização da Telemedicina, em caráter
de excepcionalidade e enquanto durar as medidas de
enfretamento ao coronavírus (COVID-19); resolve:

Este é o ofício do CFM reconhecendo a possibilidade e a


eticidade da utilização da telemedicina, além do disposto na
resolução CFM n° 1.643. Basicamente é o documento que
permitiu a publicação da portaria 467 no dia seguinte, sem
maiores polêmicas, já que oficializou o alinhamento entre o
Ministério e o CFM no tocante ao tema no momento. O ofício
restringe o uso da telemedicina às seguintes ferramentas:
• Teleorientação
• Telemonitoramento e
• Teleinterconsulta
As definições destes serviços estão abaixo, após esta
portaria.

Art. 1º Esta Portaria dispõe, em caráter excepcional


e temporário, sobre as ações de Telemedicina, com o
objetivo de regulamentar e operacionalizar as medidas
de enfrentamento da emergência de saúde pública de
importância internacional previstas no art. 3º da Lei nº
13.979, de 6 de fevereiro de 2020, decorrente da epidemia
de coronavírus (COVID-19).

EMPREENDER NA SAÚDE 13
Parágrafo único. As ações de Telemedicina de que tratam
o caput ficam condicionadas à situação de Emergência em
Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), declarada
por meio da Portaria nº 188/GM/MS, de 3 de fevereiro de
2020.

Aqui o MS deixa claro a utilidade da telemedicina em situações


de emergência na medida em que compõe uma medida de
enfretamento a epidemias e pandemias. A portaria citada é
a que institui a situação de emergência: “declara emergência
em saúde pública de importância nacional (ESPIN) em
decorrência da infecção humana pelo novo coronavírus
(2019-ncov)”. O novo coronavírus foi rebatizado após esta
portaria, passando a ser chamado de SARS-CoV-19.

Art. 2º As ações de Telemedicina de interação a distância


podem contemplar o atendimento pré-clínico, de suporte
assistencial, de consulta, monitoramento e diagnóstico,
por meio de tecnologia da informação e comunicação, no
âmbito do SUS, bem como na saúde suplementar e privada.

Uso liberado para atendimento público e privado.

Parágrafo único. O atendimento de que trata o caput deverá


ser efetuado diretamente entre médicos e pacientes, por
meio de tecnologia da informação e comunicação que
garanta a integridade, segurança e o sigilo das informações.

Os dados do paciente não podem ser repassados a quem


quer que seja sem consentimento do mesmo. Nem mesmo a
outros profissionais da saúde.
O parágrafo não especifica qualquer plataforma a ser usada.
Ou seja, qualquer tecnologia de comunicação que garanta
integridade, segurança e sigilo das informações pode ser
utilizada, tendo o médico a responsabilidade de verificar e
identificar se a mesma atende aos critérios.

EMPREENDER NA SAÚDE 14
Art. 3º Os médicos que participarem das ações de
Telemedicina de que trata o art. 2º, deverão empregar esse
meio de atendimento com objetivo de reduzir a propagação
do COVID-19 e proteger as pessoas.

Parágrafo único. Os médicos que realizarem as ações de


que trata o caput deverão:
I - atender aos preceitos éticos de beneficência, não-
maleficência, sigilo das informações e autonomia; e
II - observar as normas e orientações do Ministério da Saúde
sobre notificação compulsória, em especial as listadas no
Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus (COVID-19),
disponível no endereço eletrônico do Ministério da Saúde.

Além do uso do protocolo de atendimento da Covid-19 (página


31) é obrigatório que o médico notifique os atendimentos de
casos confirmados ou suspeitos de Covid-19.

Art. 4º O atendimento realizado por médico ao paciente por


meio de tecnologia da informação e comunicação deverá
ser registrado em prontuário clínico, que deverá conter:

I - dados clínicos necessários para a boa condução do caso,


sendo preenchido em cada contato com o paciente;
II - data, hora, tecnologia da informação e comunicação
utilizada para o atendimento; e
III - número do Conselho Regional Profissional e sua
unidade da federação.

Todos os teleatendimentos precisam ser registrados em


prontuário, seja em papel ou eletrônico. O médico pode usar
o mesmo sistema que usa no consultório ou, na ausência
do mesmo, ao menos um documento tipo Word, desde que
tenha todos os dados acima listados.

EMPREENDER NA SAÚDE 15
O prontuário deve ser impresso como backup em caso de
perda, furto ou dano do notebook ou computador, ou pode
ser passado para o sistema do consultório posteriormente,
caso o mesmo seja offline.
Apesar de não ser obrigatório, há a possibilidade de gravar
a consulta para ter mais fidelidade nas informações ao
transcrever para o prontuário. A gravação requer uma
responsabilidade extra de armazenamento do vídeo ou áudio,
exclusiva do médico. Cabe ao mesmo avaliar o risco em
relação aos benefícios que são basicamente sua proteção
por meio de um registro completo e a documentação mais
precisa da situação do paciente. O arquivo também permite
uma aferição mais precisa do tempo de consulta.

Art. 5º Os médicos poderão, no âmbito do atendimento


por Telemedicina, emitir atestados ou receitas médicas em
meio eletrônico.

Art. 6º A emissão de receitas e atestados médicos a


distância será válida em meio eletrônico, mediante:

EMPREENDER NA SAÚDE 16
I - uso de assinatura eletrônica, por meio de certificados
e chaves emitidos pela Infraestrutura de Chaves Públicas
Brasileira - ICP-Brasil;
II - o uso de dados associados à assinatura do médico de
tal modo que qualquer modificação posterior possa ser
detectável; ou
III - atendimento dos seguintes requisitos:
a) identificação do médico;
b) associação ou anexo de dados em formato eletrônico
pelo médico; e
c) ser admitida pelas partes como válida ou aceita pela
pessoa a quem for oposto o documento.

Há uma complexidade no uso da assinatura eletrônica


pelo médico e o assunto merece uma seção específica
neste material. Ela está na página 19. Lá coloquei 5 passos
ou etapas básicas para o fluxo da produção, emissão e
conferência de uma receita válida 100% online.

§ 1º O atestado médico de que trata o caput deverá conter,


no mínimo, as seguintes informações:
I - identificação do médico, incluindo nome e CRM;
II - identificação e dados do paciente;
III - registro de data e hora; e
IV - duração do atestado.
§ 2º A prescrição da receita médica de que trata o caput
observará os requisitos previstos em atos da Agência de
Vigilância Sanitária (Anvisa).

EMPREENDER NA SAÚDE 17
Para obtenção de uma Chave ICP-Brasil é necessário
agendamento para emissão via videoconferência ou ida até
uma autoridade certificadora após a quarentena. Consulte a
lista para agendar: www.iti.gov.br/certificado-digital/57-icp-
brasil/77-estrutura
O CFM tem parceria com três das certificadoras que permitem
emissão com valor bem inferior ao praticado anteriormente
para não médicos. Para mais informações, consulte a
seção “COMO EMITIR RECEITAS E DOCUMENTOS MÉDICOS
DIGITAIS VÁLIDOS, 100% ONLINE” na página 19.

§ 3º No caso de medida de isolamento determinada por


médico, caberá ao paciente enviar ou comunicar ao médico:
I - termo de consentimento livre e esclarecido de que trata
o § 4º do art. 3º da Portaria nº 356/GM/MS, 11 de março
de 2020; ou
II - termo de declaração, contendo a relação das pessoas
que residam no mesmo endereço, de que trata o § 4º do art.
3º da Portaria nº 454/GM/MS, 20 de março de 2020.

Baixe os dois termos aqui:


1- Termo de Consentimento Livre:
www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-356-de-11-de-
marco-de-2020-247538346
2- Termo de Declaração de Pessoas que Residem no Mesmo
Endereço: www.planalto.gov.br/ccivil_03/portaria/prt454-
20-ms.htm

Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua


publicação.

LUIZ HENRIQUE MANDETTA

EMPREENDER NA SAÚDE 18
Como emitir receitas e
documentos médicos
digitais válidos
100% online

A forma mais segura de um médico emitir uma receita, pedido ou


atestado relativos a uma consulta online é por meio de certificação
digital.

Aqui vamos nos ater a este tema de forma resumida.

O profissional precisa possuir um certificado digital emitido por


empresas (autoridades certificadoras) credenciadas pelo Instituto
Nacional de Tecnologia da Informação - ITI, nos padrões ICP-Brasil.

São o E-CPF ou E-MÉDICO. Eles podem ser usados para validar suas
receitas. De forma simples, este certificado é um conjunto de chaves
digitais em arquivos que são lidos no computador e reconhecidos no
momento da assinatura eletrônica por programas específicos ou um
Token em formato de cartão ou pendrive que é lido no momento do uso.

Exemplos de sistemas usados por meio de certificados: ICP-Brasil


que permite acesso online à receita federal (e-cac), CNH Digital, Dmed
(declaração de serviços médicos e de saúde), Decom digital (meio
jurídico), E-social, Nota Fiscal Eletrônica, entre outros.

A portaria não esclarece como o certificado digital poderá ser utilizado


na prática para emissão de receitas e não lista sistemas de telemedicina
específicos que permitam o uso.

No entanto o CFM juntamente com o ITI e o CFF (Conselho Federal de


Farmácia) já disponibilizaram um sistema de validação de receitas com
assinaturas digitais.

O CFM já disponibilizou também modelos dos receituários, atestados, etc


em PDF (Adobe) que podem ser preenchidos e assinados digitalmente.

EMPREENDER NA SAÚDE 19
De forma resumida, na prática o médico deve:

1. Emitir seu Certificado Digital (E-cpf ou E-médico) tipo PF A3 que


vem em um Token físico ou cartão (smartcard) com validade de
até 3 anos;
2. Baixar os modelos de documentos digitais que podem ser
assinados com o Certificado;
3. Preencher e assinar digitalmente com seu Token ou Cartão,
utilizando a senha criada durante a emissão do certificado;
4. Enviar este documento (receita, pedido de exames, etc) em PDF ao
paciente por e-mail ou comunicadores.
5. A etapa final é o paciente mostrar na tela do celular ou enviar ao
farmacêutico a receita.

O mesmo a validará no sistema do ITI disponibilizado no link:


assinaturadigital.iti.gov.br/

Detalhando das etapas:

ETAPA 1

O médico que já possui o E-Cpf ou E-Médico já salta a etapa 1, pois


poderá usar este mesmo certificado.

O médico que não possui deve fazer seu certificado PF A3. O CFM
providenciou parceiros com condições especiais para este período de
pandemia que podem ser encontrados aqui:
portal.cfm.org.br/crmdigital/como-obter-cert.html

EMPREENDER NA SAÚDE 20
Observação: Vale lembrar que se você está acessando este material após
o período de quarentena, as condições ou parcerias podem ter mudado
e até mesmo os sistemas aqui relatados podem ter sido evoluídos ou
substituídos.

Como emitir meu primeiro certificado?

Uma notícia muito boa, para o profissional que ainda não possui seu
certificado digital, é que o ITI regulamentou no dia 24 a emissão online
deste certificado.

Ou seja, para manter distanciamento social, as empresas credenciadas


indicadas no link do CFM acima, poderão atender o médico via
videoconferência em substituição ao procedimento presencial. Assim,
com uma simples “call” via vídeo, envio anterior de documentos por
e-mail e pagamento online do serviço, o médico emitirá e definirá a
senha do seu certificado digital.

Veja aqui a matéria oficial sobre esta regulamentação: www.iti.gov.br/


component/content/article?id=4150

Dependendo de quando esteja visualizando, acesse a home do site


acima para ver se houve alguma modificação nesta regulamentação ou
se ela já expirou.

Ela é válida enquanto “perdurar o estado de emergência de saúde


pública de importância internacional”. Como exclui a necessidade de
coleta de digitais, os certificados emitidos por este meio não poderão
ser renovados e terão a validade limitada a um ano. Possivelmente,
a renovação então se dará pelo método tradicional com futuro
agendamento e ida presencial ao credenciado.

No momento desta publicação (24/04/2020), o valor cobrado com


desconto pelas certificadoras indicadas no site do CFM pelo PF A3 é
de R$ 130,00.

ETAPA 2

Você pode baixar os modelos de PDFs neste link, seção “Documentos


Médicos”: prescricaoeletronica.cfm.org.br/

EMPREENDER NA SAÚDE 21
ETAPA 3 e 4

Após preencher o documento baixado no site acima do CFM, o médico


assinar digitalmente o PDF dentro do software que acompanha seu
E-Cpf ou seu E-Médico.

Ele salva o arquivo assinado e o envia para o paciente.

ETAPA 5

Para garantir a autenticidade do médico e que o documento não sofreu


qualquer alteração, o farmacêutico utiliza o sistema abaixo para validar
o documento.

O próprio médico também pode utilizar o sistema para verificar receitas


e outros documentos médicos digitais do paciente emitidos por outros
profissionais: assinaturadigital.iti.gov.br/

EMPREENDER NA SAÚDE 22
OPÇÕES NÃO DIGITAIS

• Não tenho certificado digital e tenho pacientes em grupos de risco


com urgência em receber uma receita. O que fazer?

Realmente, mesmo com a liberação da emissão dos certificados por


vídeo conferência, o procedimento não é automático.

É necessário envio dos documentos do médico por e-mail para análise


manual dos funcionários da certificadora e posterior agendamento.Há
ainda o tempo de processamento do pagamento da taxa.

Neste intervalo, pode ser necessário emitir uma receita de controle


especial, por exemplo. A opção que sobra, para não expor um idoso ou
um paciente com alguma doença que eleva o risco de letalidade em caso
de infecção pelo SARS-CoV-19, é a confecção da receita tradicional em
papel, com carimbo e assinatura a mão e envio ao paciente por meio
de serviço de entrega. Além de apps de motoboys, pode-se lançar mão
por exemplo da opção “qualquer coisa” do app Rappi. Ali, preenchendo
o campo como “envelope” é possível enviar uma receita por meio de um
envelope lacrado a uma paciente na sua cidade usando os entregadores
deste serviço.

EMPREENDER NA SAÚDE 23
• E o envio por meio de fotografia em enquadramento 3:4?

Por questões de economia e agilidade alguns médicos enviam por meio


de foto uma receita que não será retida ou outros documentos para que
o paciente imprima em casa. Esta prática às vezes traz a dificuldade
da impressão pela falta do equipamento, baixa resolução, iluminação
ou enquadramento da imagem. Expõe ainda o paciente a validação
informal do farmacêutico que pode ou não aceitar a cópia impressa,
onde a assinatura é notadamente não original. Por já estar disponível
agora a assinatura digital como visto acima, não se justifica mais o uso
desta prática e é aconselhável iniciar o quanto antes a adoção da forma
indicada pela Portaria #467.

Mais opções para o uso da assinatura eletrônica do médico serão


desenvolvidas ou evoluídas como já previu o CFM ao lançar o CRM
Digital.

Na medida em que forem sendo disponibilizadas, o time do Empreender


na Saúde espera trazê-las para os leitores nos canais deste movimento.

Se você conhece a fundo outros métodos válidos e opções convenientes


para os profissionais e pacientes, ficaremos gratos em analisar e, se for
o caso, trazer a público de forma a levarmos cada vez mais segurança
e conforto aos médicos.

EMPREENDER NA SAÚDE 24
OFÍCIO CFM NO
1756/2020 – COJUR

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA


OFÍCIO CFM Nº 1756/2020 – COJUR

Em resposta, mencione este ofício


Brasília,19 de março de 2020.
A Sua Excelência o Senhor Luiz Henrique Mandetta Ministro
de Estado da Saúde

Exmo. Sr. Ministro,

1. Tendo por fundamento que o Brasil já entrou na fase


de explosão da pandemia de COVID-19 e que estamos
a frente a uma das maiores ameaças já vivenciadas
pelos sistemas de saúde do mundo, com risco real de
sequelas e mortes na população;
2. Tendo por fundamento o posicionamento da
Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a
pandemia e a decretação de estado de calamidade
pública pelo Estado Brasileiro;
3. Tendo por fundamento a situação criada pela
propagação descontrolada da COVID-19, que pode
ser efetivamente combatida com isolamento social e
eficiente higienização e, finalmente;
4. Tendo por fundamento a necessidade de proteger tanto
a saúde dos médicos, que estão na frente de combate
dessa batalha, como a dos pacientes;

EMPREENDER NA SAÚDE 25
5. Este Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu
aperfeiçoar ao máximo a eficiência dos serviços médicos
prestados e, EM CARÁTER DE EXCEPCIONALIDADE
E ENQUANTO DURAR A BATALHA DE COMBATE AO
CONTÁGIO DA COVID-19, reconhecer a possibilidade
e a eticidade da utilização da telemedicina, além do
disposto na Resolução CFM nº 1.643, de 26 de agosto
de 2002, nos estritos e seguintes termos:
6. Teleorientação: para que profissionais da medicina
realizem a distância a orientação e o encaminhamento
de pacientes em isolamento;
7. Telemonitoramento: ato realizado sob orientação e
supervisão médica para monitoramento ou vigência a
distância de parâmetros de saúde e/ou doença.
8. Teleinterconsulta: exclusivamente para troca de
informações e opiniões entre médicos, para auxílio
diagnóstico ou terapêutico.
9. Toda essa normatização caminha no mesmo sentido do
trabalho conjunto realizado por todas as autoridades
públicas competentes para se manifestar sobre o tema
e ressalta, novamente, o papel do CFM como Autarquia
Federal apoiadora das políticas públicas de saúde
estabelecidas em prol da população brasileira.
10. Sendo o que se apresenta para o momento, renovamos
nossos votos de elevada estima.

Atenciosamente, MAURO LUIZ DE BRITTO RIBEIRO

EMPREENDER NA SAÚDE 26
RESOLUÇÃO
CFM Nº 1.643/2002

Esta é a resolução do CFM, mencionada pela Portaria 467 do


MS e pelo Ofício 1.756 acima, do próprio CFM que reconhece:
“a possibilidade e a eticidade da utilização da telemedicina”.

A sugestão é a leitura completa seguida da releitura dos


trechos destacados!

(Publicada no D.O.U. de 26 de agosto de 2002, Seção I, p.


205)

Define e disciplina a prestação de serviços através da


Telemedicina.
O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições
conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957,
regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de
1958, e

CONSIDERANDO que cabe ao Conselho Federal de Medicina


disciplinar o exercício profissional médico e zelar pela boa
prática médica no país;

CONSIDERANDO o constante desenvolvimento de novas


técnicas de informação e comunicação que facilitam o
intercâmbio de informação entre médicos e entre estes e
os pacientes;

EMPREENDER NA SAÚDE 27
CONSIDERANDO que a despeito das consequências
positivas da Telemedicina existem muitos problemas éticos
e legais decorrentes de sua utilização;

CONSIDERANDO que a Telemedicina deve contribuir para


favorecer a relação individual médico-paciente;

CONSIDERANDO que as informações sobre o paciente


identificado só podem ser transmitidas a outro profissional
com prévia permissão do paciente, mediante seu
consentimento livre e esclarecido e sob rígidas normas
de segurança capazes de garantir a confidencialidade e
integridade das informações;

CONSIDERANDO que o médico tem liberdade e completa


independência para decidir se utiliza ou não recomenda o
uso da Telemedicina para seu paciente, e que tal decisão
deve basear-se apenas no benefício do paciente;

CONSIDERANDO que o médico que exerce a Medicina a


distância, sem ver o paciente, deve avaliar cuidadosamente
a informação que recebe, só pode emitir opiniões e
recomendações ou tomar decisões médicas se a qualidade
da informação recebida for suficiente e pertinente para o
cerne da questão;

CONSIDERANDO o teor da “Declaração de Tel Aviv sobre


responsabilidades e normas éticas na utilização da
Telemedicina”, adotada pela 51ª Assembléia Geral da
Associação Médica Mundial, em Tel Aviv, Israel, em outubro
de 1999;

CONSIDERANDO o disposto nas resoluções CFM nº


1.638/2002 e nº 1.639/2002, principalmente no tocante às
normas para transmissão de dados identificados;

EMPREENDER NA SAÚDE 28
CONSIDERANDO o disposto na Resolução CFM nº
1.627/2001, que define e regulamenta o Ato Médico;

CONSIDERANDO o decidido na sessão plenária de 7 de


agosto de 2002, realizada em Brasília, com supedâneo no
Parecer CFM nº 36/2002,

RESOLVE:

Art. 1º - Definir a Telemedicina como o exercício da


Medicina através da utilização de metodologias interativas
de comunicação audio-visual e de dados, com o objetivo de
assistência, educação e pesquisa em Saúde.

Art. 2º - Os serviços prestados através da Telemedicina


deverão ter a infraestrutura tecnológica apropriada,
pertinentes e obedecer as normas técnicas do CFM
pertinentes à guarda, manuseio, transmissão de dados,
confidencialidade, privacidade e garantia do sigilo
profissional.

Art. 3º - Em caso de emergência, ou quando solicitado pelo


médico responsável, o médico que emitir o laudo a distância
poderá prestar o devido suporte diagnóstico e terapêutico.

Art. 4º - A responsabilidade profissional do atendimento


cabe ao médico assistente do paciente. Os demais
envolvidos responderão solidariamente na proporção em
que contribuírem por eventual dano ao mesmo.

Art. 5º - As pessoas jurídicas que prestarem serviços de


Telemedicina deverão inscrever-se no Cadastro de Pessoa
Jurídica do Conselho Regional de Medicina do estado
onde estão situadas, com a respectiva responsabilidade

EMPREENDER NA SAÚDE 29
técnica de um médico regularmente inscrito no Conselho e
a apresentação da relação dos médicos que componentes
de seus quadros funcionais.

Parágrafo único - No caso de o prestador for pessoa física,


o mesmo deverá ser médico e devidamente inscrito no
Conselho Regional de Medicina.

Art. 6º - O Conselho Regional de Medicina deverá


estabelecer constante vigilância e avaliação das técnicas
de Telemedicina no que concerne à qualidade da
atenção, relação médico-paciente e preservação do sigilo
profissional.

Art. 7º - Esta resolução entra em vigor a partir da data de


sua publicação.

Brasília-DF, 07 de agosto de 2002

EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE, Presidente


RUBENS DOS SANTOS SILVA Secretário-Geral

A seguir a declaração de Tel Aviv com destaques em amarelo.


A sugestão é a leitura completa seguida da releitura dos
trechos destacados!

EMPREENDER NA SAÚDE 30
Declaração de TEL AVIV
sobre responsabilidades
e normas éticas na
utilização da telemedicina

(Adotada pela 51ª Assembléia Geral da Associação Médica


Mundial em Tel Aviv, Israel, em outubro de 1999)

Introdução

1. Durante muitos anos, os médicos têm utilizado a


tecnologia das comunicações, como o telefone e o
fax, em benefício de seus pacientes. Constantemente
se desenvolvem novas técnicas de informação
e comunicação que facilitam o intercâmbio de
informação entre médicos e também entre médicos e
pacientes. A telemedicina é o exercício da medicina a
distância, cujas intervenções, diagnósticos, decisões
de tratamentos e recomendações estão baseadas em
dados, documentos e outra informação transmitida
através de sistemas de telecomunicação.
2. A utilização da telemedicina tem muitas vantagens
potenciais e sua demanda aumenta cada vez mais.
Os pacientes que não têm acesso a especialistas, ou
inclusive à atenção básica, podem beneficiar-se muito
com esta utilização. Por exemplo, a telemedicina
permite a transmissão de imagens médicas para
realizar uma avaliação à distancia em especialidades
tais como radiologia, patologia, oftalmologia,
cardiologia, dermatologia e ortopedia. Isto pode
facilitar muito os serviços do especialista, ao mesmo

EMPREENDER NA SAÚDE 31
tempo em que diminui os possíveis riscos e custos
relativos ao transporte do paciente e/ou a imagem de
diagnóstico. Os sistemas de comunicações como a
videoconferência e o correio eletrônico permitem aos
médicos de diversas especialidades consultar colegas
e pacientes com maior freqüência, e manter excelentes
resultados dessas consultas. A telecirurgia ou a
colaboração eletrônica entre locais sobre telecirurgia,
faz com que cirurgiões com menos experiência realizem
operações de urgência com o assessoramento e a
ajuda de cirurgiões experientes. Os contínuos avanços
da tecnologia criam novos sistemas de assistência
a pacientes que ampliarão a margem dos benefícios
que oferece a telemedicina a muito mais do que existe
agora. Ademais, a telemedicina oferece um maior
acesso à educação e à pesquisa médica, em especial
para os estudantes e os médicos que se encontram em
regiões distantes.
3. A Associação Médica Mundial reconhece que, a despeito
das conseqüências positivas da telemedicina, existem
muito problemas éticos e legais que se apresentam
com sua utilização. Em especial, ao eliminar uma
consulta em um lugar comum e o intercâmbio pessoal,
a telemedicina altera alguns princípios tradicionais
que regulam a relação médico-paciente. Portanto, há
certas normas e princípios éticos que devem aplicar os
médicos que utilizam a telemedicina.
4. Posto que este campo da medicina está crescendo
tão rapidamente, esta Declaração deve ser revisada
periodicamente a fim de assegurar que se trate dos
problemas mais recentes e mais importantes.

EMPREENDER NA SAÚDE 32
Tipos de Telemedicina

5. A possibilidade de que os médicos utilizem a


telemedicina depende do acesso à tecnologia e este
não é o mesmo em todas as partes do mundo. Sem
ser exaustiva, a seguinte lista descreve os usos mais
comuns da telemedicina no mundo de hoje.
●5.1 Uma interação entre o médico e o paciente
geograficamente isolado ou que se encontre em
um meio e que não tem acesso a um médico local.
Chamada às vezes teleassistência, este tipo está em
geral restringido a circunstâncias muito específicas
(por exemplo, emergências).
5.2 Uma interação entre o médico e o paciente, onde
se transmite informação médica eletronicamente
(pressão arterial, eletrocardiogramas, etc.) ao médico,
o que permite vigiar regularmente o estado do paciente.
Chamada às vezes televigilância, esta se utiliza com
mais freqüência aos pacientes com enfermidades
crônicas, como a diabetes, hipertensão, deficiências
físicas ou gravidezes difíceis. Em alguns casos, pode-
se proporcionar uma formação ao paciente ou a um

EMPREENDER NA SAÚDE 33
familiar para que receba e transmita a informação
necessária. Em outros casos, uma enfermeira,
tecnólogo médico ou outra pessoa especialmente
qualificada pode fazê-lo para obter resultados seguros.
●5.3 Uma interação onde o paciente consulta
diretamente o médico, utilizando qualquer forma de
telecomunicação, incluindo a internet. A teleconsulta
ou consulta em conexão direta, onde não há uma
presente relação médico-paciente nem exames
clínicos, e onde não há um segundo médico no mesmo
lugar, cria certos riscos. Por exemplo, incerteza a
relativa à confiança, confidencialidade e segurança da
informação intercambiada, assim como a identidade e
credenciais do médico.
●5.4 Uma interação entre dois médicos: um fisicamente
presente com o paciente e outro reconhecido por
ser muito competente naquele problema médico. A
informação médica se transmite eletronicamente
ao médico que consulta, quem deve decidir se pode
oferecer de forma segura sua opinião, baseada na
qualidade e quantidade de informação recebida.
6. Independente do sistema de telemedicina que utiliza
o médico, os princípios da ética médica, a que está
sujeita mundialmente a profissão médica, nunca
devem ser comprometidos.

PRINCÍPIOS: Relação Médico-Paciente

7. A telemedicina não deve afetar adversamente a relação


individual médico-paciente. Quando é utilizada de
maneira correta, a telemedicina tem o potencial de
melhorar esta relação através de mais oportunidades
para comunicar-se e um acesso mais fácil de ambas
as partes. Como em todos os campos da medicina, a
relação médico-paciente deve basear-se no respeito

EMPREENDER NA SAÚDE 34
mútuo, na independência de opinião do médico,
na autonomia do paciente e na confidencialidade
profissional. É essencial que o médico e o paciente
possam se identificar com confiança quando se utiliza
a telemedicina.
8. A principal aplicação da telemedicina é na situação
onde o médico assistente necessita da opinião ou
do conselho de outro colega, desde que tenha a
permissão do paciente. Sem dúvida, em alguns casos,
o único contato do paciente com o médico é através
da telemedicina. Idealmente, todos os pacientes que
necessitam ajuda médica devem ver seu médico na
consulta pessoal e a telemedicina deve limitar-se a
situações onde o médico não pode estar fisicamente
presente num tempo aceitável e seguro.
9. Quando o paciente pede uma consulta direta de
orientação só se deve dar quando o médico já tenha
uma relação com o paciente ou tenha um conhecimento
adequado do problema que se apresenta, de modo que
o médico possa ter uma idéia clara e justificável. Sem
dúvida, deve-se reconhecer que muitos serviços de
saúde que não contam com relações pré-existentes
(como centros de orientação por telefone e certos tipos
de serviços) em regiões afastadas são considerados
como serviços valiosos e, em geral, funcionam bem
dentro de suas estruturas próprias.
10. Numa emergência em que se utilize a telemedicina,
a opinião do médico pode se basear em informação
incompleta, porém nesses casos, a urgência clínica da
situação será o fator determinante para se empregar
uma opinião ou um tratamento. Nesta situação
excepcional, o médico é responsável legalmente de
suas decisões.

EMPREENDER NA SAÚDE 35
Responsabilidades do Médico

11. O médico tem liberdade e completa independência


de decidir se utiliza ou recomenda a telemedicina
para seu paciente. A decisão de utilizar ou recusar a
telemedicina deve basear-se somente no beneficio do
paciente.
12. Quando se utiliza a telemedicina diretamente com
o paciente, o médico assume a responsabilidade do
caso em questão. Isto inclui o diagnóstico, opinião,
tratamento e intervenções médicas diretas.
13. O médico que pede a opinião de outro colega é
responsável pelo tratamento e por outras decisões
e recomendações dadas ao paciente. Sem dúvida, o
tele-consultado é responsável ante o médico que trata
pela qualidade da opinião que dar e deve especificar as
condições em que a opinião é válida. Não está obrigado
a participar se não tem o conhecimento, competência
ou suficiente informação do paciente para dar uma
opinião bem fundamentada.

EMPREENDER NA SAÚDE 36
14. É essencial que o médico que não tem contato direto
com o paciente (como o tele-especialista ou um
médico que participa na televigilância) possa participar
em procedimentos de seguimento, se for necessário.
15. Quando pessoas que não são médicas participam da
telemedicina, por exemplo, na recepção ou transmissão
de dados, vigilância ou qualquer outro propósito,
o médico deve assegurar-se que a formação e a
competência destes outros profissionais de saúde seja
adequada, a fim de garantir uma utilização apropriada
e ética da telemedicina.

Responsabilidade do Paciente

16. Em algumas situações, o assume a responsabilidade


da coleta e transmissão de dados ao médico, como
nos casos de televigilância. É obrigação do médico
assegurar que o paciente tenha uma formação
apropriada dos procedimentos necessários, que é
fisicamente capaz e que entende bem a importância de
sua responsabilidade no processo. O mesmo princípio
se deve aplicar a um membro da família ou a outra
pessoa que ajude o paciente a utilizar a telemedicina.

O Consentimento e Confidencialidade do Paciente

17. As regras correntes do consentimento e


confidencialidade do paciente também se aplicam
às situações da telemedicina. A informação sobre o
paciente só pode ser transmitida ao médico ou a outro
profissional de saúde se isso for permitido pelo paciente
com seu consentimento esclarecido. A informação
transmitida deve ser pertinente ao problema em
questão. Devido aos riscos de filtração de informações
inerentes a certos tipos de comunicação eletrônica,

EMPREENDER NA SAÚDE 37
o médico tem a obrigação de assegurar que sejam
aplicadas todas as normas de medidas de segurança
estabelecidas para proteger a confidencialidade do
paciente.

Qualidade da Atenção e Segurança na Telemedicina

18. O médico que utiliza a telemedicina é responsável


pela qualidade da atenção que recebe o paciente e não
deve optar pela consulta de telemedicina, a menos que
considere que é a melhor opção disponível. Para esta
decisão o médico deve levar em conta a qualidade, o
acesso e custo.
19. Deve-se usar regularmente medidas de avaliação da
qualidade, a fim de assegurar o melhor diagnóstico
e tratamento possíveis na telemedicina. O médico
não deve utilizar a telemedicina sem assegurar-se
de que a equipe encarregada do o procedimento seja
de um nível de qualidade suficientemente alto, que
funcione de forma adequada e que cumpra com as
normas recomendadas. Deve-se dispor de sistemas
de suporte em casos de emergência. Deve-se utilizar
controles de qualidade e procedimentos de avaliação
para vigiar a precisão e a qualidade da informação
coletada e transmitida. Para todas as comunicações
da telemedicina deve-se contar com um protocolo
estabelecido que inclua os assuntos relacionados com
as medidas apropriadas que se devem tomar em casos
de falta da equipe ou se um paciente tem problemas
durante a utilização da telemedicina.

EMPREENDER NA SAÚDE 38
Qualidade da informação

20. O médico que exerce a medicina a distância sem


ver o paciente deve avaliar cuidadosamente a
informação que recebe. O médico só pode dar opiniões
e recomendações ou tomar decisões médicas, se
a qualidade da informação recebida é suficiente e
pertinente para o cerne da questão.

Autorização e Competência para Utilizar a Telemedicina

21. A telemedicina oferece a oportunidade de aumentar o


uso eficaz dos recursos humanos médicos no mundo
inteiro e deve estar aberta a todos os médicos, inclusive
através das fronteiras nacionais.
22. O médico que utiliza a telemedicina deve estar
autorizado a exercer a medicina no país ou estado onde
reside e deve ser competente na sua especialidade.
Quando utilizar a telemedicina diretamente a um
paciente localizado em outro país ou estado, o
médico deve estar autorizado a exercer no referido

EMPREENDER NA SAÚDE 39
estado ou país, ou deve ser um serviço aprovado
internacionalmente.

História Clínica do Paciente

23. Todos os médicos que utilizam a telemedicina


devem manter prontuários clínicos adequados dos
pacientes e todos os aspectos de cada caso devem
estar documentados devidamente. Deve-se registrar
o método de identificação do paciente e também
a quantidade e qualidade da informação recebida.
Deve-se registrar adequadamente os achados,
recomendações e serviços de telemedicina utilizados
e se deve fazer todo o possível para assegurar a
durabilidade e a exatidão da informação arquivada.
24. O especialista que é consultado através da telemedicina
também deve manter um prontuário clínico detalhado
das opiniões que oferece e também da informação que
se baseou.
25. Os métodos eletrônicos de arquivamento e transmissão
da informação do paciente, só podem ser utilizados
quando se tenham tomado medidas suficientes
para proteger a confidencialidade e a segurança da
informação registrada ou intercambiada.

Formação em Telemedicina

26. A telemedicina é um campo promissor para o exercício


da medicina e a formação neste campo deve ser parte
da educação médica básica e continuada. Deve-se
oferecer oportunidades a todos os médicos e outros
profissionais de saúde interessados na telemedicina.

EMPREENDER NA SAÚDE 40
RECOMENDAÇÕES

27. A Associação Médica Mundial recomenda que as


associações médicas nacionais:
27.1 Adotem a Declaração da Associação Médica
Mundial sobre as Responsabilidades e Normas Éticas
na Utilização da Telemedicina;
27.2 Promovam programas de formação e de avaliação
das técnicas de telemedicina, no que concerne à
qualidade da atenção relação médico-paciente e
eficácia quanto a custos;
27.3 Elaborem e implementem, junto com as
organizações especializadas, normas de exercício que
devem ser usadas como um instrumento na formação
de médicos e outros profissionais de saúde que
possam utilizar a telemedicina;
27.4 Fomentem a criação de protocolos padronizados
para aplicação nacional e internacional que incluam
os problemas médicos e legais, como a inscrição e
responsabilidade do médico, e o estado legal dos
prontuários médicos eletrônicos, e
27.5 Estabeleçam normas para o funcionamento
adequado das teleconsultas e que incluam também
os problemas da comercialização e da exploração
generalizadas.
28. A Associação Médica Mundial segue observando a
utilização da telemedicina em suas distintas formas.

EMPREENDER NA SAÚDE 41
Perguntas &
Respostas

COMO DEVE SER REALIZADA A TELECONSULTA?


Deve ser realizada respeitando-se o que está disposto na
Portaria 467/2020 do Ministério da Saúde e na Resolução
CFM 1643/2002.

QUAL PLATAFORMA DEVO UTILIZAR?


O atendimento deverá ser efetuado diretamente entre
médicos e pacientes, por meio de tecnologia da informação
que garanta a integridade, a segurança e o sigilo das
informações. Pode ser realizado por meio de qualquer
plataforma, desde que respeite o disposto acima.

POSSO REALIZAR TELEMEDICINA POR WHATSAPP?


O WhatsApp não preenche os pré-requisitos contidos na
norma, podendo ser utilizado para orientação, conforme
Parecer CFM 14/2017

COMO IDENTIFICAR O PACIENTE?


Solicitar envio eletrônico de documento com foto.

TENHO QUE GRAVAR O ATENDIMENTO?


Não.

COMO DEVO REGISTRAR O ATENDIMENTO?


O atendimento deve ser registrado em prontuário clínico
que deverá conter:

EMPREENDER NA SAÚDE 42
1. Dados clínicos necessários para a boa condução
do caso, sendo preenchido em cada contato com o
paciente;
2. Data, hora, tecnologia da informação e comunicação
utilizada para o atendimento;
3. Número do conselho regional profissional e sua
unidade de federação.

PODE SER UTILIZADA PARA PRIMEIRA CONSULTA?


Sim, desde que, a critério do médico assistente, não seja
imprescindível a realização de exame físico para conclusão
diagnóstica e terapêutica.

POSSO PRESCREVER SEM EXAME DIRETO DO PACIENTE?


Sim, desde que o exame físico não seja imprescindível para
a conclusão diagnóstica e terapêutica.

POSSO EMITIR ATESTADO E/OU RECEITA A DISTÂNCIA?


Sim. A emissão de receitas, atestados médicos, relatórios
e solicitação de exames complementares a distância será
válida em meio eletrônico mediante:
1. Uso de assinatura eletrônica, por meio de certificados e
chaves emitidos pela infraestrutura de chaves públicas
brasileira (ICP-Brasil);
2. O uso de dados associados à assinatura do médico de
tal modo que qualquer modificação posterior possa ser
detectável; ou
3. Atendimento dos seguintes requisitos
a. identificação do médico;
b. associação ou anexo de dados em formato
eletrõnico pelo médico;
c. ser admitida pelas partes como válida ou aceita
pela pessoa a quem for oposto o documento.

EMPREENDER NA SAÚDE 43
O atestado deve conter:
1. Identificação do médico, incluindo nome completo e
CRM;
2. Identificação e dados do paciente;
3. Registro de data e hora do atendimento;
4. Tempo de afastamento.

A prescrição da receita deve observar os requisitos previstos


em atos da vigilância sanitária (Anvisa). No caso de medida
de isolamento determinada por médico, caberá ao paciente
enviar ou comunicar ao médico: Termo de consentimento
livre e esclarecido (Portaria 356/GM/MS/2020) ou Termo de
declaração, contendo a relação das pessoas que residam
no mesmo endereço (Portaria 454/GM/MS/2020)

O ATENDIMENTO POR TELEMEDICINA PODE SER FEITO


POR QUAIS ESPECIALIDADES?
O atendimento por telemedicina pode ser feito por todas as
especialidades.

O ATENDIMENTO POR TELEMEDICINA SÓ PODERÁ SER


FEITO PARA PACIENTES PARTICULARES?
O atendimento por telemedicina poderá ser feito para todos
os pacientes, no âmbito público ou privado.

POSSO COBRAR PELO ATENDIMENTO POR TELEMEDICINA?


Sim. A negociação é livre entre as partes nos casos de
paciente particular. No caso de serviço público, a negociação
devera ocorrer entre os médicos e os gestores de saúde.
Nos casos de pacientes conveniados, o pagamento será
regulamentado pela ANS com à operadora de plano de
saúde.

EMPREENDER NA SAÚDE 44
A TELEMEDICINA ESTÁ REGULAMENTADA PARA USO
REGULAR A PARTIR DE AGORA?
Não. A telemedicina nestes moldes é uma medida provisória
e em caráter de excepcionalidade. Estará em vigência no
período do enfrentamento da epidemia de Covid-19.

QUE TIPO DE ATENDIMENTO POSSO REALIZAR POR


TELEMEDICINA?
Qualquer tipo de atendimento em que o exame físico
presencial não seja indispensável para conclusão
diagnóstica e terapeutica.

COMO VIABILIZAR A ASSINATURA DIGITAL?


Por meio da aquisição do certificado A de pessoa física nas
entidades certificadoras, conforme legislação específica
vigente.

O PACIENTE TERÁ DIREITO A “RETORNO”?


Sim. O “retorno” ou reavaliação do atendimento deverá
respeitar a necessidade de cada caso e não poderá ser
cobrado. (resolução CFM 1958/2010)

Fonte: Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais

EMPREENDER NA SAÚDE 45
Formulários para
atendimento online de
síndrome gripal

Formulário de identificação e acompanhamento através de


teleatendimento de pacientes com síndrome gripal:
https://www.conasems.org.br/wp-content/uploads/2020/03/20200323_
Formulario_IdentificacaoTeleatendimento_001.pdf

FORMULÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO E
CORONAVÍRUS ACOMPANHAMENTO POR MEIO DE
C O V I D - 1 9 TELEATENDIMENTO DE PACIENTES
COM SÍNDROME GRIPAL | Versão 1

TÉCNICO(A) DE ENFERMAGEM

Nome do paciente:____________________________________________________________________________________
Data de Nascimento:________________ Idade:_________ Sexo:_______________ Tel/cel: ( ) ____________________
Endereço: __________________________________________________________________________________________
CPF:__________________________________________ Cartão SUS:__________________________________________

Apresenta ou apresentou febre nos últimos 2 dias? ( ) SIM ( ) NÃO

Apresenta sintomas respiratórios (tosse, dor de garganta ou desconforto respiratório)? ( ) SIM ( ) NÃO

Apresenta outros sinais e sintomas relevantes: ( ) SIM ( ) NÃO


Se sim, descreva: ____________________________________________________________________________________

CASO SUSPEITO DE SÍNDROME GRIPAL? ( ) SIM ( ) NÃO

MÉDICO(A)

Avaliar comorbidades que indicam encaminhamento para centro de referência.

ACOMPANHAMENTO NA UBS? ( ) SIM ( ) NÃO


Realizar manejo clínico apropriado (medicamentos sintomáticos, prescrever oseltamivir para pessoas com condições
de risco para complicações etc.) e dar orientações de isolamento domiciliar. Fornecer atestado médico de 14 dias para
propiciar o isolamento domiciliar para paciente (CID 10: J11 - Síndrome Gripal) e seus contatos da casa (CID 10: Z20.9 -
Contato com exposição a doença transmissível especificada).

NOTIFICAR imediatamente via formulário pelo FormSUS2 http://bit.ly/notificaCOVID19.

Anotar informações no prontuário.

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

Receitas/atestados entregues do caso do paciente? ( ) SIM ( ) NÃO

ENFERMEIRO(A)

Reavaliação por telefone a cada 48hs.

Data:___________________________________

Apresenta piora clínica ou febre persistente desde a última avaliação? ( ) SIM ( ) NÃO
Apresenta sinais de gravidade desde a última avaliação? ( ) SIM ( ) NÃO

Conduta:
( ) Seguimento ( ) Reavaliação presencial ( ) Encaminhamento para emergência

Use dois dedos ou a ferramenta ZOOM para ampliar!

EMPREENDER NA SAÚDE 46
Fast-Track de Teleatendimento para a Atenção Primária:

https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/pdf/59

FAST -TRACK DE
CORONAVÍRUS TELEATENIMENTO PARA
C O V I D - 1 9 A ATENÇÃO PRIMÁRIA
FLUXO RÁPIDO | Versão 1

ALVO | Todos os serviços de APs/esF

OBJETIVO EQUIPE | Composição da equipe FAsT-TRACK COvid-19


• AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE (ACS)
orientar o teleatendimento de casos de síndrome Gripal na APs, incluindo
• enFerMeirA(o)
os casos de Covid-19, com objetivo oferecer agilidade e segurança para as
• MÉdiCA(o)
equipes e reduzir o fluxo de pacientes na UBS.
• AUXILIAR OU TÉCNICA(O) DE ENFERMAGEM

PACIENTE COM SINTOMAS DE SÍNDROME gRIPAL


OU CUIDADOR LIgA PARA UBS

TÉCNICO DE ENFERMAgEM ATENDE

nÃo IDADE INFERIOR A 5 ANOS? siM

AvAliAçãO e suspeiçãO dO CAsO

CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE CASO

Febre
nÃo Orientações gerais
e
de prevenção do Covid-19
Tosse OU dor de garganta OU difculdade respiratória

siM

APRESENTA SINAIS DE gRAVIDADE

SINAIS DE gRAVIDADE ADULTO SINAIS DE gRAVIDADE DA CRIANÇA


• Falta de ar em repouso ou com pequenos • Cuidador acha que a criança está muito doente
movimentos (dispneia) • Falta de ar em repouso ou com pequenos
• sensação de desmaio (hipotensão) movimentos (dispneia)
• sensação de desmaio (hipotensão)

nÃo siM
ORIENTAR MEDIDAS DE
PRECAUÇÃO E
TRANSFERE ChAMADA PARA ORIENTAR MEDIDAS DE PRECAUÇÃO AgENDAR ATENDIMENTO
ATENDIMENTO MÉDICO E PROCURAR EMERgêNCIA OU
RÁPIDO NA UBS
ChAMAR SAMU

AVALIAÇÃO DE COMORBIDADES QUE


INDICAM AVALIAÇÃO PRESENCIAL

CONdiçÕes Que iNdiCAM AvAliAçãO pReseNCiAl


• Febre há mais de dois dias
• doenças cardíacas crônicas descompensadas siM
• doenças respiratórias crônicas descompensadas
• doenças renais crônicas em estágio avançado (grau 3, 4 e 5)
• imunossuprimidos
• Portadore de doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica
• Gestante de alto risco

nÃo

NOTIFICAR CASO

orientar precauções de contatos


emitir receita médica de sintomáticos para paciente, se necessário
emitir receita de oseltamivir para grupos de risco
emitir atestado para paciente e contatos domiciliares, se nescessário

ACS leva receita e atestado para Enfermeiro (a) reavalia caso por telefone a
paciente e reforça orientações de cada 48h até completarem 14 dias do início
precaução de contato dos sintomas

nÃo

Piora da condição clínica


ou febre persistente?

siM siM

Apresenta sinais de gravidade?


nÃo

Use dois dedos ou a ferramenta ZOOM para ampliar!

EMPREENDER NA SAÚDE 47
Atualizações e
Colaborações

PARABÉNS E AGRADECIMENTOS

Parabenizo você pelo interesse neste assunto e neste material. A


evolução da comunicação digital é um fato e sua aplicação na medicina
é inevitável, como cita o CFM em um de seus pareceres:
“...O Parecer Cojur deixa clara a legalidade e inevitabilidade da
incorporação de novas tecnologias nas comunicações entre médicos e,
entre estes e seus pacientes.” [PARECER CFM nº14/2017]

Gostaria de agradecer à nossa espetacular equipe pela inestimável ajuda


em todas as etapas de confecção deste e-book.

AUMENTANDO O ACESSO AOS DOCUMENTOS ESSENCIAIS

O objetivo deste material foi chamar a atenção para o tema e aumentar,


por meio da nossa grande rede de cadastrados, clientes e colegas, a
circulação dos documentos oficiais que estão norteando neste momento
(24 de abril de 2020) a prática excepcional da Telemedicina.

Acredito que se atentando para a telemedicina, o médico e os demais


profissionais da saúde podem evitar que os pacientes que mais
necessitam fiquem ainda mais isolados e desamparados em relação à
orientação e auxílio profissional neste difícil período.

Este é um material totalmente independente e não tem caráter oficial.


Como qualquer publicação é passível de erros ou alterações das opiniões
ou sugestões, a partir da data da publicação. As resoluções e publicações
oficiais aqui reproduzidas (boxs brancos) estão diferenciadas das
opiniões e comentários (boxs azuis). Como colocado anteriormente,
aqui também na parte final reforço a atenção ao seguimento reto à

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legislação em vigor, regulações e códigos de ética de cada classe.

Extinções ou Atualizações

ATENÇÃO: Dependendo do dia em que tiver acesso a este material,


uma ou mais resoluções ou portarias aqui reproduzidas podem NÃO
estar mais em vigor, tendo sido extintas ou atualizadas. Neste caso,
desconsidere a parte em questão do material.

NOVAS COLABORAÇÕES

Tecnologia tem tudo a ver com Empreendedorismo e eficiência. Espero


atualizar e ampliar este material em breve, já que o assunto aqui
abordado não se trata de algo “pronto” ou “definitivo”.

Nas próximas edições ou em outros materiais incluirei plataformas


específicas para a Telemedicina, na medida em que colher informações
mais completas sobre a disponibilidade de uso delas. Se você utiliza e
tem boa experiência com algum sistema de Teleatendimento, que não
seja de uso restrito a profissionais vinculados a uma instituição ou
plano específico e que siga todas as regras definidas nas resoluções e
portarias, fique à vontade para enviar informações e opiniões, para que
possamos incluir nos próximos estudos sobre a aplicabilidade prática
da Telemedicina. Sei que desta forma levaremos juntos o máximo de
opções aos interessados.

CONVITE

Me despeço lhe fazendo aqui um convite, doutor e doutora! Se gostou


deste E-Book ou se parte dele te ajudou, siga o movimento Empreender
na Saúde nas redes sociais.

Estamos no início da produção de materiais gratuitos para este


projeto e já temos dicas importantes disponíveis. Nesta etapa, além de
interessados em empreendedorismo, investimentos e temas que vão
além dos que estudamos na faculdade, espero receber o máximo de
comentários nos posts e sugestões de temas inbox. Foi por sugestões
de alunos do MEDinvest e pedidos de alunos de todos os nossos cursos

EMPREENDER NA SAÚDE 49
do Grupo Preparatório Saúde que nos motivamos e alocamos tempo e
esforços para a criação deste movimento.

Sem você ou sem os colegas para os quais irá indicar, o impacto não
será o mesmo!

Nosso Telegram é o: t.me/EmpreenderSaude

O Instagram é: instagram.com/empreendernasaude

E o canal no YouTube, onde você encontra vídeos com mais profundidade


é: bit.ly/EmpreendedorimoSaude
Por favor, invista 1 minutinho clicando acima e seguindo cada um para
continuar evoluindo como um profissional cada vez mais completo.

Abraços,

Diógenes

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Siga o Empreender na Saúde para atualizações
sobre este tema e muitos outros:

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