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DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Mauro Miguel Tomo Salimo, declaro por minha honra que este Trabalho de Investigação
Científica é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu Tutor. O seu conteúdo
é original e todas as fontes consultadas no processo de elaboração, constam devidamente no texto, nas
notas de rodapé e na bibliografia geral.

Declaro que este trabalho não foi apresentado em nenhuma instituição de ensino para obtenção de
qualquer grau académico.

Nampula, aos _______ de _____________________ de 2013

O candidato

_________________________________________
Mauro Miguel Tomo Salimo

(Aspirante - à - oficial)
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DEDICATÓRIA

Dedico em primeiro lugar, ao meu filho Edmilson Mauro Tomo Salimo, que foi um dos grandes
motivos da minha inspiração, convicção e devoção, a fim de lhe proporcionar um futuro melhor. A
seguir dedico aos meus progenitores, Teresa Francisco Moiane e Miguel Ângelo Tomo Salimo por
terem me posto no mundo e por terem me instruido no decorer de toda a minha vida a ser uma pessoa
melhor. Espero que o esforço deles tenha valido a pena, pois sei que eles se orgulharam da minha
futura conquista na busca de ser Engenheiro formado por esta magnifica instituição que não só é
respeitada nacionalmente, mas também internacionalmente.
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AGRADECIMIENTOS

Em primeirissimo lugar, agradeço a Deus pela saúde e prosperidade e pela bênção não só durante a
execução deste magnifico projecto de Monografia, mas ao longo da minha vida até hoje, e em seguida
ao meu tutor que disponibilizou o seu rico tempo a ajudar-me na execusão deste trabalho.

Agradecer também aos meus colegas que de tudo fizeram para me guiar para este caminho em que
hoje vagueio, principalmente aos colegas do curso (Penga, Claudio, Lázaro e outros), e ainda
agradecer à minha irma Nilvia Franscisco Tomo Salimo que deu-me forças quando mais eu
precisava durante a minha formação académica.

Um obrigado à minha namorada Meluna Zandamela pela paciência, dedicação e conselhos que
sempre me deu durante estes longos anos de formação.
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EPÍGRAFE

“A grande tarefa não é ver aquilo que ninguem viu, mas pensar o que ninguem pensou sobre aquilo
que todo mundo vê”

|| Arthur Schopenhauer ||
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RESUMO

A convergência na área de sistemas de comunicação é uma vantagem no que diz respeito a integração
simultânea de tecnologias, podendo assim numa única rede de dados transportarem-se dados e voz,
tecnologia esta denominada VOIP (Voz sobre IP). Este sistema fornece flexibilidade na dessiminação
da informação, economia nos serviços de telefonia e também é aberto à inovações, podendo
configura-lo à situação desejada. O principal objectivo deste trabalho é mostrar de forma clara como
será implementada a tecnologia VoIP em redes sem fio na Academia Militar, equilibrando assim a
relação custo/beneficio. O projecto apresentará a evolução de sistemas de comunicação
implementando a tecnologia VOIP numa infra-estrutura de rede WLAN (Wireless Local Area
Network) que será previamente implementada para suportar a tecnologia de transporte de voz numa
rede de dados, abordando as suas funcionalidades, principais protocolos, equipamentos necessários,
cenários de comunicação, vantagens na sua implementação, o que culminará com um estudo de
viabilidade para execução do mesmo projecto.
Palavras Chaves: Convergência, VOIP, WLAN, Viabilidade
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ABSTRACT

The convergence in the area of communication systems is an advantage with respect to simultaneous
integration of technologies and can thus in a single data network to carry voice and data, this
technology called VoIP (Voice over IP). This system provides flexibility in information
dissemination, savings in telephony services and is also open to innovations and can set it to the
desired situation. The main objective of this work is to show clearly how you deploy VoIP over
wireless networks at the Military Academy , thus balancing the cost / benefit ratio . The project will
present the evolution of communication systems by implementing a VOIP technology infrastructure
WLAN (Wireless Local Area Network ) that will be implemented to support the advance technology
in a network carrying voice data , addressing its functionality , main protocols , necessary equipment ,
communication scenarios , advantages in its implementation , which will culminate in a feasibility
study for implementing the same project .
Key words : Convergence , VoIP , WLAN , Feasibility
ix

ÍNDICE

1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO ............................................ Error! Bookmark not defined.


1.1. Tema e sua delimitação .................................................................................................. 17
1.2. Formulação do problema ................................................................................................ 17
1.3. Justificativa .................................................................................................................... 21
1.4. Objectivos ...................................................................................................................... 22
1.4.1. Objectivo geral: .......................................................................................................... 22
1.4.2. Objectivos específicos:................................................................................................ 22
1.5. População alvo ............................................................................................................... 22
2. CAPITULO II: FUNDAMENTOS TEÓRICOS ................................................................. 23
2.1. Telefonia ........................................................................................................................ 23
2.2. Surgimento da telefonia .................................................................................................. 23
2.3. Telefonia digital ............................................................................................................. 24
2.4. Codificações do sinal de voz ........................................................................................... 25
2.5. Rede de dados ................................................................................................................ 25
2.6. Classificação da rede de computadores ........................................................................... 26
2.6.1. Redes locais ................................................................................................................ 26
2.6.2. Redes metropolitanas .................................................................................................. 26
2.6.3. Redes geograficamente distribuídas ............................................................................ 26
2.7. Protocolo IP (Internet Protocol) ...................................................................................... 27
2.8. Protocolo TCP (Transfer Control Protocol) ..................................................................... 27
2.9. Protocolo UDP (User Datagram Protocol) ...................................................................... 27
2.10. Wireless LAN ( WLAN) ............................................................................................. 28
x

2.11. Tipos de ligação wireless: ........................................................................................... 28


2.12. Tipos de estrutura........................................................................................................ 28
2.13.Padrões 802.11 do IEEE .................................................................................................... 29
2.13.1. Padrão IEEE 802.11a...................................................................................................... 29
2.13.2. Padrão IEEE 802.11b ..................................................................................................... 30
2.13.3. Padrão IEEE 802.11g ..................................................................................................... 30
3. CAPITULO III: METODOS DE PROCEDIMENTOS ....................................................... 31
3.1. Motivação para o uso da rede local wireless no projecto ................................................. 32
3.2. Tecnologia VoIP ............................................................................................................ 35
3.3. Protocolos utilizados em VOIP ....................................................................................... 36
3.3.1. Protocolos de sinalização ............................................................................................ 37
3.3.1.1. Protocolo H.323 ...................................................................................................... 37
3.3.1.2. Protocolo SIP .......................................................................................................... 38
3.3.2. Protocolos de controle de Gateway ............................................................................. 39
3.3.3. Protocolos de mídia..................................................................................................... 39
3.4. Equipamentos ou componentes que possibilitam a tecnologia VOIP ............................... 40
3.5. Codecs............................................................................................................................ 41
4. CAPITULO IV: IMPLEMENTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE REDE ................... 43
4.1. Estabelecimento de router e dos AP’s ................................................................................. 45
4.2. Representação esquemática da localização do router e os Access Point’s nas Instalações da
Academia Militar “MSM” ......................................................................................................... 47
4.2.1. Edifício do bloco A (Rés-do-chão) .............................................................................. 47
4.2.2. Edificio do bloco A (Piso 1) ........................................................................................ 49
4.2.3. Edificio do bloco “B” .................................................................................................. 50
4.2.4. Edifício do comando (Rés do chão) ............................................................................. 51
4.2.5. Edificio do comando (Piso 1) ...................................................................................... 53
4.2.6. Edificio do bloco “C” ( Ciencias economicas, Sociais e Juridicas)............................... 54
4.3. Cabos de ligação ................................................................................................................ 54
5. CAPITULO V: IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA TELEFÓNICO USANDO A
TECNOLOGIA VOIP ............................................................................................................... 56
5.1. Procedimentos para implementação da tecnologia VOIP ................................................ 58
xi

5.1.1. Verificação dos equipamentos a acoplar na rede de dados ........................................... 58


5.1.2. Configuração do Gatekeeper ....................................................................................... 58
5.1.2.1. Configuração dos Codec’s ....................................................................................... 59
5.1.2.2. Configuração do protocolo de priorização de voz .................................................... 60
5.1.2.3. Configuração do plano de discagem ........................................................................ 60
5.2. Procedimento geral para o estabelecimento de chamadas ................................................ 62
5.3. Cenários de comunicação entre terminais ....................................................................... 64
5.4. Estrategia de segurança do sistema VOIP ....................................................................... 64
5.5. Cronograma de implementação do projecto .................................................................... 65
5.6. Previsão dos custos ......................................................................................................... 66
5.6.1. Definição do material .................................................................................................. 66
5.6.2. Definição de equipamentos ......................................................................................... 66
5.6.3. Definição da mão-de-obra ........................................................................................... 67
5.6.4. Resumo orçamental..................................................................................................... 68
5.7. Projectos futuros............................................................................................................. 68
5.8. Conclusão e Sugestão ..................................................................................................... 69
5.8.1. Conclusão ................................................................................................................... 69
5.8.2. Sugestões .................................................................................................................... 70
5.9. Bibligrafia ...................................................................................................................... 71
Anexo 1 .................................................................................................................................... 73
Anexo 2 .................................................................................................................................... 74
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURA

AES - Advanced Encryption Standard

AMMSM - Academia Militar Marechal Samora Machel

AP - Access Point
ATA - Adaptador do Telefone Analógico
CPA - Centrais de Programas Armazenados
dBi/dbm - Decibéis relativos ao radiador isotrópico/ Decibéis relativos a um miliwatt ( 1 mW )
DSL-Digital Subscriber Line
DSSS - Direct Sequence Spread Spectrum

FADM - Forças Armadas de Defesa de Moçambique

FHSS - Frequency Hopping Spread Spectrum


GHz/MHz - Giga Hertz/ Mega Hertz

Gr/Gt – Ganho de recepção/ Ganho de transmissão

IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers


IETF- Internet Engineering Task Force

IP- Internet Protocol


ISP – internet service provider
ITU- International Telecommunication Union
Kbps/ Mbps- Kilobites por Segundo/ Megabites por segundo
LAN- Local Area Network
MAC- Medium Access control
MAN- Metropolitan Area Network
MANET - Mobile Ad-hoc Networks
MCU- Multpointer Control Unit
MEGACO- Media Gateway Control
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MGCP- Media Gateway Control Protocol


MSM - Marechal Samora Machel
OFDM - Orthogonal Frequency Division Multiplexing
OSI- International Organization of Standardization
PABX- Private Automatic Brach Exchange
PC- Personal Computer
PCM- Pulse Code Modulation

Pr/Pt – Potencia recebida/ Potência transmitida

QoS- Quality of Service


RAS- Registration, Admission and Status
RF- RádioFrequências
RFC - Request for Comments
RTCP - Real time Transport Control Protocol
RTP - Real time Transport Protocol
RTPC - Rede Telefónica Pública Comutada
SIP - Session Initiation Protocol
SSID- Service Set IDentifier
TCP/IP - Transport Control Protocol / Internet Protocol
TICs - Tecnologias de informação e comunicação .
TKIP - Temporal Key Integrity Protocol
TVM - Televisão de Moçambique
UDP - User Datagram Protocol
UTP - Unshielded Twisted Pair / cabo blindado de par trançado
VOIP- Voice Over IP

WAN - Wide Area Network


WPA – Wi-Fi Protected Access
WLAN/Wi-Fi- Wireless Local Area Network/ Wireless Fidelity
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LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

Lista de Figuras

Figura 1- Forma bidireccional de conversão do sinal de voz analógico em digital para passar da rede
local sem fio..........................................................................................................................................35
Figura 2 – Estrutura de Protocolos no Sistema VoIP……………………………………………..….36
Figura 3- Alguns protocolos da recomendação H.323.........................................................................37
Figura 4- Posição do SIP na pilha de protocolos Voip……………………………………………….38
Figura 5- Gateway VoIP……………………………………………………………………………...40
Figura 6- Telefone IP e Adaptador Terminal Analogico(ATA)……………………………………...41
Figura 7- Router Wireless.....................................................................................................................46
Figura 8- Acess Point……………...………………………………………………………………....46
Figura 9- Croqui da alocação do AP no Edifício do Bloco A(Res-do-chão)………………………...47

Figura 10- Croqui do Edifício do Bloco A (Piso 1)………...………………………………...……...49


Figura 11- Croqui da alocação do Router e do AP no Edifício do Bloco “B”.....................................50

Figura 12- Croqui da alocação do AP no Edifício do Comando (Rés-do-chão)..................................51

Figura 13- Croqui(2) da alocação do AP no Edifício do Comando (Rés-do-chão).............................52

Figura 14- Croqui do Edifício do Comando (Piso 1)...........................................................................53


Figura 15- Croqui da alocação do AP no Edificio do bloco “C”.........................................................54

Figura 16- Ligação entre Acess Pointer’s através de cabeamento.......................................................55

Figura 17- Interface do Network Strumbler.........................................................................................57

Figura 18– interface da configuração dos codec’s(1)..........................................................................59

Figura 19- Interface da configuração dos codec’s(2)...........................................................................60

Figura 20- Interface da configuração do plano de discagem(1)……………………….......................61

Figura 21- Interface da configuração do plano de discagem(2)...........................................................62

Figura 22- Estrutura da comunicação entre terminais VOIP numa rede.............................................64


xv

Lista de Tabelas

Tabela 1- Caracteristicas dos codec’s………………………………………………………….…..42


Tabela 2: Principais obstáculos e respectivas atenuações................................................................45
Tabela 3- Cronograma de implementação do projecto…………………………………………….66
Tabela 4- Definição do material…………………………………………………………...……….67
Tabela 5- Definição do equipamento……………………………………………………...……….67
Tabela 6- Definição de mão-de-obra……………………………………………………,,,………..68
Tabela 7- Orçamento total.................................................................................................................69
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1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO

A voz é um elemento essencial para a comunicação possibilitando a troca de informação entre


pessoas, próximas ou distantes através de sistemas de comunicação. Um dos primeiros sistemas de
comunicação complexos foi a telefonia, originada pela descoberta de um aparelho que podia
comunicar as pessoas a longas distâncias, pelo ciêntista Alexander Graham Bell, impulsionado com a
invenção do telégrafo pelo ciêntista Samuel F.B. Morse. Este aparelho foi denominado telefone, que
actualmente vem registando avançadas melhorias na transmissão e recepção do sinal de voz com
circuitos menos complexos, conjugando a sistemas baratos na implementação e compra por parte dos
clientes.

O outro sistema de comunicação que vem ganhando motivos de interesse para as organizações é o
sistema de redes de computadores, que, devido a alta capacidade e fiabilidade que o computador tem
de comprimir tarefas do homem, executando-as com maior rapidez e eficiência e também com
recurso a utilização da rede de Internet, redes de computadores são muito usadas em quase todas
organizações. A Internet, sendo uma rede mundial, apresenta problemas de segurança,
congestionamento devido ao maior trafego , etc. Dai, surge a necessidade de se estudarem formas
de implementação de redes locais (redes não dependentes da rede Internet) para as organizações.
Essas redes locais podem ser implementadas usando cabos ou fios, denominando-as LAN (Local
Area Network) ou sem fios, usando ondas de rádio ou infravermelhos, denominadas WLAN
(Wireless Local Area Network).

Na tentativa de integrar esses dois sistemas de comunicação acima descritos, cria-se um sistema de
comunicação que agrega as duas funcionalidades: transmissão de dados e de voz no mesmo enlance 1
usando como plataforma de transmissão WLAN.

Essa convergência na área de comunicações utiliza a partilha de recursos através de uma única rede
capaz de trafegar dados e voz, tecnologia esta, demominada VOIP (Voz sobre Protocolo de Internet),
criando assim um novo conceito de telefonia.

1
enlance- caminho por onde os dados passam
17

VOIP surge em Israel no inicio da década de 90, quando um determinado grupo de engenheiros de
redes, conseguiu desenvolver um sistema que utilizava todos os recursos de multimédia do
computador para a comunicação de voz utilizando rede de internet, sendo esse sistema sem grandes
qualidades de comunicação. Este foi o berço desta tecnologia, e após se vulgarizar, vários
pesquisadores aprimoraram a tecnologia até aos dias de hoje em que a qualidade de serviço (QoS) é o
recurso fundamental para o mérito do mesmo.

VOIP, é uma tecnologia que nos permite fazer ligações telefónicas usando o computador ou
equipamentos específicos numa mesma rede seja ela rede de internet ou intranet (rede local). Esses
equipamentos específicos podem ser ATA (Adaptador de Telefone Analógico), telefones IP ou
simples, Gateways de voz e softwares para ligações por computadores. Softwares estes, conhecidos
por Softphones.

Esta tecnologia tem o objectivo de permitir o utilizador a estabelecer chamadas telefónicas através de
uma rede de dados, convertendo o sinal de voz analógico num conjunto de sinais digitais e
posteriormente enviados através da mesma rede de dados sob forma de pacotes de voz.

1.1. Tema e sua delimitação

Projecto de sistema de comunicação para ligações telefónicas internas na Academia Militar Marechal
Samora Machel apartir de 2015.

Caso: 1° Acampamento

1.2. Formulação do problema

O objectivo da formulação do problema é torná-lo individualizado e específico para aquisição de


estratégias de modo a contornar o mesmo problema. Formular um problema consiste em dizer, de
uma maneira clara qual a dificuldade com que nos confrontamos e o que pretendemos fazer para
resolver, com base numa questão, que sera respondida no desenrolar ou no final do projecto.
18

A Academia Militar, depara-se com o problema de telecomunicação interrupta, segura e eficiente


entre gabinetes e secções, por usarem na maior parte das vezes a rede telefónica móvel, por algumas
vezes existir casos de falta de cobertura por parte das operadoras e também, ja que todas as chamadas
efectuadas e recebidas passam primeiro da central telefónica da operadora, sendo estas chamadas
por um lado limitadas pela disponibilidade de rede da operadora, e por outro a política dos seus
custos pela distância do emissor e receptor não ser muito satisfatória. Prova que não é muito
viável o uso de telefones celulares pelo facto de ser uma instituição militar em que a eficiência na
rapidez e dissimulação da informação segura, é a chave para o sucesso dos seus objectivos.

Então surge a necessidade de se criar um sistema de comunicação fechado (local) e eficiente, onde as
chamadas são geridas por uma central local (Gatekeeper). Para tal criar-se-á um sistema telefónico
local a partir da tecnologia VoIP (voz sobre IP). Desta feita, levanta-se a seguinte questão:

“Que vantagens haveriam na implementação de um sistema telefónico local a partir da tecnologia


VOIP ?”

De modo a fundamentar a necessidade de execução do projecto, o proponente realizou entrevistas a


um grupo de militares afectos na mesma instituição tendo como amostra as diferentes categorias
(oficiais, estudantes e praças), sendo 5 oficiais, 3 estudantes e 2 da praças, totalizando 10.

Assim, apresentam-se a seguir as questões com as respectivas respostas de 4 entrevistados a cerca da


da abrangência dos serviços informáticos e a necessidade de se criar um sistema telefónico na
instituição:

1. Como avalia a cobertura da rede internet na instituição? é abrangente a toda instituiçã

Entrevistado “A”: Eu acho que a Academia devia melhorar a abrangência da rede de dados, visto
que é uma instituição de ensino, os estudantes precisam da Internet para fazer as suas consultas.

Entrevistado “B”: A cobertura da rede internet é péssima, pouco veloz e não chega as casernas
sabendo que as salas de informática a noite permanecem fechadas para o uso.
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Entrevistado “C”: Para mim, acho que a Academia devia investir mais nessa área de computação. O
mundo está modernizado e nós temos que acompanha-la. A cobertura pelo menos para mim como
professor desta instituição acho que é satisfatória.

Entrevistado “D”: A rede de internet não chega em todos os pontos, veja só, eu trabalho no bloco
“C”, também preciso de internet tão quão aquele que trabalha no bloco “B”, então eu acho que há
uma necessidade das pessoas competentes olharem para esta situação.

2. Acha necessário a implementação de uma rede local, de preferência rede wireless nesta
instituição?

Entrevistado “A”: Sim acho, com a rede sem fio maximiza-se a abrangência da rede, e sendo uma
rede local, ficamos pouco dependentes da rede internet e podemos trocar informações entre nós.

Entrevistado”B”: Sim, para além de se limitar em usar o computador como recurso, também
poderíamos usar os nossos telefones, ipads e outros. E talvez quem sabe a rede chegaria em nossas
casernas e assim a preparação nocturna que nós fazemos nos quartos e salas de estudo seria eficiente.

Entrevistado “C”: Acho sim. Para além da partilha de informações que este tipo de rede nos oferece,
também, sendo ela uma rede wireless ela fica mais abrangente e acessível a maior parte dos
indivíduos desta instituição.

Entrevistado “D”: Claro que sim, assim esta rede se expandiria para mais longe dentro da instituição
e serviria de caminho para a rede internet, logo, a Academia estaria completamente ou minimamente
com boa cobertura de rede.

3. Como avalia a situação de não se ter telefones da instituição nos gabinetes ou secções? Que
implicações tem?

Entrevistado “A”: Sendo uma instituição com o porte que tem, até hoje não entendo o porquê dessa
situação. Os telefones servem para facilitar o nosso trabalho, evitando deslocações desnecessárias,
acho eu. Mas acabamos usando o telefone celular.
20

Entrevistado “B”: Eu acho que é por causa disso que as coisas nos gabinetes e secções são morosas,
por falta de equipamentos para agilizar situações que ocorrem naquele ambiente. com telefone eles
não precisariam abandonar o serviço no seu gabinete para ir perguntar algo no outro gabinete.

Entrevistado “C”: A maior parte de organizações ou instituições tem tido além dos computadores,
os telefone. Então acho que é necessário criar-se mecanismos para a inserção dos telefones nesta
instituição para viabilizar a comunicação rápida e eficiente entre indivíduos com interesse mutuo na
mesma organização.

Entrevistado “D”: Acho muito crucial a utilização de telefones. Me encontrando a trabalhar no


último bloco (bloco “C”), as vezes quando não tenho crédito no celular, tenho que me deslocar 150
metros ou mais para ir tratar algo que pelo telefone poderia fazer. É um transtorno!

4. Então, acharia necessário a criação de um sistema telefónico local nesta instituição?


Porque?

Entrevistado “A”: Sim acho que seria necessário. Uma vez criadas essas condições, a informação
seria disseminada rapidamente evitando abandono do posto.

Entrevistado “B”: Acredito que seja necessário. Vejo em outras instituições a utilização do telefone
como meio de comunicação interno.

Entrevistado “C”: A criação de um sistema telefónico é uma excelente ideia, visto que a maior parte
de nós, trabalhadores desta instituição usamos o celular para a comunicação, mesmo sabendo que não
é viável por ser uma instituição militar e as informação na maioria das vezes apresentam-se no
formato confidencial.

Entrevistado “D”: É obvio que é necessário, assim evitaríamos gastar o nosso pobre credito e
também sei que falar ao telefone celular assuntos militares não é bom porque a operadora pode gravar
as conversas (se-ê que não faz!) para posterior uso, e isso não é bom.
21

Após a execução da entrevista, viu-se que de certa maneira os entrevistados tiveram as respostas
semelhantes, ajustadas com a observação directa do proponente no terreno.

1.3. Justificativa

Os sistemas de comunicação actualmente têm vindo a melhorar a sua performance, no que diz
respeito a qualidade de serviços, integração simultânea de tecnologias, miniaturização dos circuitos
complexos em circuitos simples, e mais, contribuindo assim para custos baixos na compra e na sua
implementação.

A tecnologia VoIp (Voz sobre IP) é um exemplo típico da evolução dos sistemas de comunicacão por
integrar numa rede IP pacotes de dados e pacotes de voz em simultâneo, isto é, o Protocolo de
Internet (IP) outrora criado para suportar pacotes de dados, ja suporta também pacotes de voz,
garantindo assim a partilha económica de recursos ou seja, essa tecnologia faz o aproveitamento da
rede de dados para a transmissão de voz.

Na maior parte das instituições governamentais e privadas, é muito usual a utilização do telefone,
seja ele celular ou fixo para ligações telefónicas internas (dentro da instituição) entre gabinetes,
secções, departamentos ou até individualidades, a fim de trocar informações em tempo real, para o
bom desempenho dos objectivos da instituição, sem haver deslocações relativamente desnecessárias
do pessoal.

Tratando-se de uma instituição militar, onde a segurança das informações contidas nela é
fundamental, surge a necessidade de se criar um sistema de comunicação (neste caso para ligações
telefónicas) robusto a captação das informações por parte dos que não estão autorizados a consumi-la.
22

1.4. Objectivos

1.4.1. Objectivo geral:

 Projectar um sistema de comunicação eficiente para ligações telefónicas internas com recurso
a integração de tecnologias (Telefonia e Rede de computadores).

1.4.2. Objectivos específicos:

Nesta projecto, os objectivos específicos a serem cumpridos para o alcance do objectivo geral são:

 Alocar os Acess Pointer’s de modo a maximizar o acesso à internet em quase todos os pontos
da instituição;
 Criar uma rede local sem fios (WLAN) para partilha económica de recursos;
 Reduzir o uso de telefones celulares para comunicação interna.

1.5. População Alvo


Propõe-se que o projecto benefecie de uma maneira generalizada à toda comunidade desta
instituição, tendo em foco o pessoal que trabalha em gabinetes e secções, porque para além da
ligação telefónica que o projecto esta virado, há partilha de informação mesmo que não haja
cobertura da rede de internet pelo facto do uso de uma rede local.
23

2. CAPITULO II: FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1.Telefonia

A maior parte das actividades humanas depende do uso da informação, esta vem com uma grande
variedade de formas, tais como: a voz humana, documentos escritos e impressos e dados de
computadores, etc. A informação pode ser processada, armazenada, transportada, tendo sido
desenvolvidas tecnologias para executar todas essas operações.

Um dos mais importantes meios de transportar informação é converte-la em sinais eléctricos e


transmiti-la sobre uma distância, isto é telecomunicações (Sitolino, 1999).
As comunicações eléctricas começaram com a invenção do telégrafo independentemente de Morse
em 1844. Sistemas telegráficos consistiam principalmente em linhas separadas ponto a ponto,
enviando informação numa direcção de cada vez (half duplex 2). Com o surgimento da telefonia
tornou-se necessário que as linhas fossem conectadas em conjunto, de maneira a permitir conversação
em ambos sentidos (full duplex3) (Sitolino,1999).

2.2.Surgimento da telefonia

A invenção do Telégrafo em 1844, pelo cientista Samuel Finley Breese Morse foi o fulcro do
surgimento do telefone a partir da descoberta de um sistema de comunicação em que transmitia-se a
mensagem em sons convertidos em sinais eléctricos através de ondas electromangnéticas dum ponto
para o outro. Estes sinais são recebidos em forma de traços e pontos, Morse associou-os e formou um
código baptizado pelo seu nome (Codigo Morse) para descodifica-los na mensagem original.

A telegrafia despertou muito interesse na época, foi quando o cientista Alexandre Graham Bell na
tentativa de montar um sistema telégrafo, estranhamente o aparelho com que ele trabalhava transmitiu
um som totalmente diferente do esperado, e após a análise verificou que a parte da recepção estava

2
half duplex- quando existe dois ou mais interlocutors mas não é possivel transmitir e receber simultâneamente
3
full duplex- quando é possivel transmitir e receber simultâneamente
24

mal montada, porem conseguia produzir corrente eléctrica e cuja variação acontecia na mesma
intensidade que o ar variava de intensidade junto ao transmissor (Colcher et al, 2005).

Este feito fez com que Bell despertasse de que podia transmitir um sinal de voz a partir do mesmo
circuito. Foi ai que ele inventou o telefone em 1876, e a primeira central telefónica em New Haven,
Conecticut foi inaugurada em 1878.

2.3.Telefonia digital

Até a década de 1950 as redes telefônicas existentes eram totalmente baseadas na tecnologia
analógica. Em 1948 três pesquisadores do laboratório da Bell inventaram o transistor e o evoluíram,
até que Roberto Noyce em 1958 realizou a produção do circuito integrado, trazendo mudanças nos
sistemas computacionais e impulsionando a indústria de telecomunicações, possibilitando dessa
forma a criação de novas centrais telefônicas mais robustas, rápidas e também mais baratas
(Colcher, 2005).

As redes telefônicas começam a presenciar a introdução de circuitos para a transmissão de sinais


digitais nas linhas entre as centrais, que duas décadas mais tarde começam-se tornando
predominantemente digitais, excepto pelas linhas dos assinantes (Colcher, 2005).

Em 1960, amparada pelas invenções do transistor e do circuito integrado, surgem às primeiras


centrais automáticas digitais, baseadas nos sistemas Pulse Code Modulation (PCM), trazendo
serviços como: chamada em espera, conferência a três, siga-me, identificação do número da linha,
entre outros. (Colcher et al, 2005).

Os sistemas PCM permitem que sinais analógicos de voz possam ser transformados em sinais
digitais, e, posteriormente reconvertidos em sinais analógicos na sua recepção. Os sinais analógicos
recebidos são similares aos sinais analógicos originalmente transmitidos.
Nessa época surgiram também centrais telefônicas baseadas em sistemas computacionais, conhecidas
como Centrais de Programa de Armazenamento (CPA) com diversas vantagens, como termos de
operação, manutenção e provisão de serviços de telefonia. O modo de configuração e programação
25

das centrais tornaram-se mais flexíveis, facilitando alterações de parâmetros de configurações através
de ferramentas e programas (Xavier et al, 1995)

Com o sucesso da digitalização, presente nos sistemas telefônicos e em paralelo a tecnologia digital
nos sistemas computacionais, começava a motivar a idéia de que a convergência dessas duas áreas
traria benefícios incomparáveis.

2.4.Codificações do sinal de voz

A digitalização de um sinal de voz, permite que seu armazenamento e transmissão seja feito de forma
mais eficiente. A primeira codificação digital da fala data de 1928 (por Homer Dudley), mas apenas
na década de 70 teve uso fora da área militar.

As redes telefônicas adotaram inicialmente a técnica de codificação PCM (Pulse Code Modulation –
Modulação por Codificação de Pulsos), que consiste em 8.000 amostragens do sinal de voz contínuo,
por segundo, representando o valor discreto amostrado em 8 bits. Isto implica na necessidade de um
canal digital de 64Kbps para transmissão de cada canal de voz.
Este tipo de codificação procura reproduzir o sinal amostra por amostra. Possui baixo atraso para o
processo e pequena complexidade, mas requer uma taxa de transmissão elevada.

2.5.Rede de dados

De acordo com Peterson (2003), “uma rede de computadores é um sistema de comunicação de dados
constituído através da interligação de computadores e outros dispositivos, com a finalidade de trocar
informações e partilhar recursos”.
26

2.6.Classificação da rede de computadores


Existem três tipos diferenciados de redes de computadores: As redes locais, redes metropolitanas e as
redes geograficamente distribuídas. A seguir um pouco das descrições de cada uma delas segundo
(Tanenbaum, 2003).

2.6.1. Redes locais


São redes de pequena dispersão geográfica que ligam computadores numa mesma sala, prédio, ou
campus com a finalidade de partilhar recursos associados aos computadores em rede, ou permitir a
comunicação entre os usuários da mesma rede. É conhecida como Local Area Network – LAN e
podem ocupar distâncias até 2 Km.

2.6.2. Redes metropolitanas


São redes que interligam os computadores na região de uma cidade, chegando, às vezes, a interligar
até computadores de cidades vizinhas próximas. Essas redes são usadas para interligar computadores
dispersos numa área geográfica mais ampla, onde não é possível a interligação usando a tecnologia de
redes locais. Sendo conhecida como Metropolitan Area Network – MAN e podem ocupar distâncias
até 100 Km.

2.6.3. Redes geograficamente distribuídas


Também conhecida como Wide Area Network – WAN, esse tipo de rede apareceu devido à
necessidade de partilha de recursos entre usuários geograficamente dispersos, é usada para interligar
computadores localizados em diferentes cidades, estados ou países. Sendo que seu custo de
comunicação é elevado, uma vez que ela trabalha com enlaces de micro-ondas, satélites, etc. Devido
a isto, elas são geralmente de propriedade pública e podem ocupar distâncias até 10000 Km.
27

2.7.Protocolo IP (Internet Protocol)

Conjunto de regras que possibilita a comunicação entre computadores interligados em uma


determinada rede, ou seja, os computadores necessita de uma determinada linguagem em comum para
se comunicarem, denominado protocolo. Ele permite a comunicação de um computador com outro
independentemente do fabricante de hardware ou software.

O Protocolo IP se encontra na camada de rede, ou camada 3, do modelo de Referência OSI (Open


Systems Interconnection). O Protocolo contém informações de endereçamento e controle que
possibilitam que os pacotes sejam roteados e entregues ao destino através da técnica do melhor
esforço (best-effort), que não assegura se determinado pacote é entregue ao destinatário, pois, durante
um congestionamento na rede os pacotes podem ser perdidos.

2.8.Protocolo TCP (Transfer Control Protocol)

O Protocolo IP (camada de rede), envia dados para rede sem preocupação de verificar a chegada dos
respectivos datagramas.
Os protocolos da camada de transporte, especificamente TCP definem a maneira para tratar
datagramas perdidos ou corrompidos. Além disto, TCP é responsável pela segurança na
transmissão/chegada dos dados ao destino e também define todo o processo de inicio de conexão e
multiplexação de múltiplos protocolos da camada de aplicação numa única conexão, optimizando
assim a conexão múltipla de aplicações com o mesmo destino. Diz- que o TCP assegura a
transmissão fiável de dados.

2.9.Protocolo UDP (User Datagram Protocol)

Existem situações em que o dispositivo de origem não precisa da garantia de chegada dos dados no
dispositivo de destino. Nestes casos, o TCP é substituído pelo UDP.

Na realidade o Protocolo UDP empacota os dados e os envia para a camada inferior (camada de rede)
para que o protocolo IP possa dar prosseguimento ao envio dos dados. Estes pacotes ou segmentos,
apesar de serem enumerados antes de serem enviados, não sofrem nenhuma verificação de chegada
ao destino.
28

2.10. Wireless LAN (WLAN)

É uma tecnologia de redes de computadores, que estabelece a comunicação por meio de ondas de
rádio ou infravermelho, não usando assim fios ou cabos para a interligação de computadores na rede.
Tem as mesmas funcionalidades das redes de computadores com fios. Sendo os dados transmitidos
através de ondas electromagnéticas, várias ligações podem existir no mesmo ambiente sem que uma
interfira na outra, basta que as redes operem em frequências diferentes.

2.11. Tipos de ligação Wireless:

 P2P ( Peer-to-peer) ou Ad-hoc

A Ligação par-a-par é efectuada somente por dois computadores na rede, sendo assim uma
comunicação centralizada. A modalidade ad-hoc permite que os dispositivos-clientes wireless dentro
de uma certa área se descubram e se comuniquem na forma do par-à-par sem envolver pontos de
acesso centrais.

 Wireless Distribution System:

A modalidade Wireless Distribution System permite a interligação de Access Points (AP) sem a
utilização de cabos ou fios. As redes sem fio do tipo LAN ou WLAN (Wireless Local Area Network)
referem-se a comunicação de equipamentos em áreas restritas (sala, edifícios), objectivando a partilha
de recursos computacionais.

2.12. Tipos de estrutura

 Independente (Ad-hoc4)

 Sem nenhum equipamento de controlo centralizado

 Só suporta o modo de acesso DCF (Distributed Coordination Function)

4
ad-hoc - redes que não possuem centralização, todos os terminais funcionam como roteadores
29

2.13. Padrões 802.11 do IEEE

Para se estabelecer uma rede de comunicação sem fios que cubra uma determinada área geográfica é
necessário ter em conta as frequências que serão usadas, logo, é necessário verificar a tecnologia que
vai ser usada pois estas estão limitadas a certas bandas de frequências, cabendo aos projectistas da
rede efectuar as escolhas mais convenientes, observando atentamente as condições de atenuação do
sinal, obstruções e interferências que podem ser sofridas. É importante definir um ponto de acesso
(AP), que diz respeito a um dispositivo que providencia cobertura numa dada área.
As tecnologias usadas no projecto são baseadas nos padrões 802.11 do IEEE (Institute of Electrical
and Electronics Engineers) que diz respeito as redes Wi-Fi, e são:

2.13.1. Padrão IEEE 802.11a:

Este padrão possibilita a propagação de sinais que operam com frequência de portadora que varia
desde 5GHz até aproximadamente 5.9 GHz. O sinal da informação é dividido em até 52
subportadoras, 4 das quais são piloto, usadas para o deslocamento de fase do sinal durante a
transmissão, as restantes 48 são usadas para providenciar canais de transmissão separados para o
envio paralelo da informação. Opera segundo as taxas de transmissão de 6, 9, 12, 18, 24, 36, 48 e 54
Mbps. Dá possibilidade de conectar até 64 utilizadores por ponto de acesso (AP). Este padrão possui
uma alta performance no que diz respeito a largura de banda que é efectivamente alocada ao
utilizador final o que adequa o seu uso em aplicações onde a velocidade é preponderante tais como
transmissão de vídeo, voz e outros ficheiros (desde que as placas de rede também o permitam), ou
para repetição de um dado sinal com alto rendimento espectral. Usa o modo de espalhamento
espectral OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing).
30

2.13.2. Padrão IEEE 802.11b:

Permite a propagação de sinais com frequência de portadora que varia desde 2.4GHz até
aproximadamente 2. 483GHz. Usa o modo de espalhamento espectral (que serve para diminuir
interferências e possibilidades de terceiros detectarem este sinal) FHSS (Frequency Hopping Spread
Spectrum) e possibilita o uso de 75 canais de 1MHz de espaçamento e DSSS (Direct Sequence
Spread Spectrum) que possibilita o uso de 22MHz de espaçamento, realçando o facto de que estas
técnicas não operam conjuntamente. A escolha da técnica de espalhamento espectral é dependente da
simplicidade e taxa de transmissão requerida. Assim FHSS é usada para configurações mais simples e
a velocidade máxima que se pode obter é de 2Mbps.

2.13.3. Padrão IEEE 802.11g:

Este padrão resulta da combinação dos padrões apresentados na medida em que opera na banda de
frequências 2.4GHz – 2.483GHz, opera com taxas de transmissão até 54 Mbps e com o modo de
espalhamento espectral OFDM.
31

3. CAPITULO II: METODOS DE PROCEDIMENTOS

Neste capítulo, para o presente trabalho de intervenção, mensionar-se-á como foi feita a pesquisa e
em quê se baseou para a execução do projecto. Focará ainda alguma parte teórica relevante á
implementação do projecto final, começando com os motivos para a escolha de uma rede local sem
fio para servir de plataforma de transmissão em vez da rede mundial internet. E em seguida falar-se-á
da tecnologia VOIP, bem como os seus protocolos usados para a possibilitação da passagem da voz
numa rede de dados.

A execução do projecto parte da ideia de que a comunicação telefónica eficiente e segura na


AMMSM é o objectivo principal deste projecto, então, o proponente baseou-se na análise das
entrevistas feitas e a sua observação, para fundamentar a necessidade de se criar o sistema por ele
proposto, e usou das pesquisas bibliográficas encontradas em alguns livros e na internet para executar
este trabalho.

A escolha de uma rede local para a plataforma do projecto de comunicação VOIP em vez da rede
internet, deve se ao facto da rede internet ser mais vulneravel a ataques e detectar-se muito
congestionamento, oscilação e até interruptibilidade tanto na tramitação de dados como na de voz,
então preferiu-se usar uma rede local que possibilita a comunicação local na Academia Miitar
Marechal Samora Machel sem muitos problemas.

A interruptibilidade da rede internet além poder ser pelo facto das condições climatéricas,
interferências com o meio, pode ser por falta de pagamento, ja a rede local só é dispendiosa na
instalação, devido aos equipamentos disponibilizadores e expansores de sinal (Acess pointer’s e
routers), cabos para as ligações entre eles, bem como os conectores de rede, que também a rede
internet numa organização necessita dos mesmos gastos em equipamentos, adicionado de um modem
DSL para conexão a internet pelo ISP (Provedor de Serviços de Internet).
32

3.1.Motivação para o uso da rede local wireless no projecto

As redes locais de computadores cabeadas(wired), usam um meio físico para interligar seus terminais
entre si usando dispositivos de rede, ponte (bridge) e switch’s, sendo o protocolo usado nesta
tecnologia, o protocolo Ethernet (802.3).
Já as redes locais sem fio (WLAN) aumentam o acesso das redes cabeadas através do AP (Access
Pointer), que liga o backbone da rede cabeada ao usuário movel utilizando o espectro de rádio. Além
desta rede sem fios, ampliar a cobertura de uma rede cabeada, apresenta várias outras vantagens:

 Facilidade de instalação
A velocidade e simplicidade de instalação em redes sem fios elimina a necessidade de “puxar” cabos
através de paredes e tectos. Não necessita de homologação para actuar na sua faixa de frequência,
podendo ser criada e desfeita por pessoas leigas, bastando para isso uma estação com interface
adequada e um software instalado que lhe dá os passos para a sua configuração.

 Flexibilidade
A retirada e a colocação de estações ocorre de forma dinâmica, ficando a cargo do protocolo de
controle de acesso ao meio (Media Access Control – MAC) as respectivas comunicações.

 Mobilidade
É a possibilidade de sair de um local para o outro, por exemplo, de um escritório e ir para uma outra
sala, continuando ligado à rede, permitindo maior produtividade e oportunidades de serviço que não são
possíveis numa rede cabeada.

 Escalabilidade
Trata-se da capacidade da rede em ampliar a sua área de cobertura, formando uma rede ainda maior
através do uso de pontos de acesso, podendo ser configurado para qualquer topologia. As
configurações são facilmente mudadas e englobam desde redes fim-a-fim, ideais para um pequeno
número de usuários, até uma infra-estrutura de rede completa com centenas de usuários e
movimentação dentro da área de cobertura do sinal.
33

A seguir irão definir-se alguns conseitos importantes para a implementação de uma rede local usando
a ligação sem fios e também falar-se-á da tecnologia VOIP, a saber:

Antenas: são dispositivos capazes de irradiar ou captar ondas electromagnéticas no espaço, conforme
o princípio da reciprocidade.

Derectividade: Exprime a forma com que o sinal de uma antena é dirigido para uma determinada
direcção, ou seja, como a potência da mesma é concentrada, como em uma lanterna ou farol de um
carro. Assim como uma lâmpada pode ter sua luminosidade direccionada, uma antena também pode
direccionar a sua onda electromagnética.

Antena isotrópica: Uma antena utilizada como modelo para outras é a isotrópica. Ela, na verdade, não
existe. A antena isotrópica irradia suas ondas em todas as direcções em todos os planos.

Antena omnidireccional: A antena que mais se aproxima da isotrópica é a omnidireccional. Esta


transmite em todas as direcções, porém somente em um plano. É muito utilizada em carros,
radiotransmissores portáteis e equipamentos que necessitam de transmissão e/ou recepção de sinais
de todas as direcções com a mesma intensidade.

Ganho: Uma antena é um elemento passivo e que portanto não possui amplificação. No entanto,
quanto mais uma antena concentra seu feixe, mais longe vai o seu sinal. Baseado nisso diz-se que
uma antena possui ganho. Na verdade, o ganho exprime o quanto o sinal é mais forte em um
determinado local recebido quando se substitui uma antena de referência transmitindo uma
determinada potência pela antena em questão. Deve ser considerado o ponto onde a antena dirige sua
potência com maior intensidade ao fazer esta comparação. Normalmente a antena de referência é uma
isotrópica ou dipolo.

Atenuação: O sinal, ao sair do transmissor, percorre um caminho até chegar à antena. Quanto mais
distante esta antena estiver do transmissor, maior o comprimento do cabo e cabos mais compridos
possuem maiores atenuações. Em sistemas onde o cabo precisa ser muito longo devido ao facto das
antenas estarem bastante distantes do transmissor, a potência que chega nas antenas será bem menor
34

que a que sai do transmissor. Para minimizar este problema adotam-se, nestas instalações, cabos de
menor atenuação.

Polarização: As ondas electromagnéticas são compostas por uma combinação de variações de ondas
eléctricas e magnéticas. Ao sair de uma antena elas se propagam de maneira oscilatória e periódica.
Se o campo eléctrico varia sempre no mesmo plano para cima e para baixo dizemos que a antena
utiliza polarização vertical. Por um outro lado, se o campo eléctrico se manifesta de um lado para
outro em um plano horizontal, dizemos que a antena opera com polarização horizontal .
Em situação de visada directa e sem reflexões, para duas antenas se comunicarem adequadamente
elas precisam estar operando com a mesma polarização, caso contrário haverá uma atenuação muito
maior do que a esperada no sinal recebido.

Conexão Wireless: é qualquer forma de conexão entre dois sistemas transmissor e receptor de dados
que não requeira o uso de fios. Para tanto são utilizadas frequências de rádio ou sinais luminosos,
geralmente na faixa de infra-vermelho. Utiliza como meio de transmissão o ar ou o vácuo. Sistemas
de comunicação wireless podem permitir o tráfego de voz, dados, ou ambos.

Router: é um computador dedicado à tarefa de tratar o tráfego de toda a informação que circula em
uma rede de computadores. Um PC comum pode ser transformado em um router (Apontamentos da
disciplina de Sistemas de Computadores ).

Access Point Wireless (AP - ponto de acesso): é dispositivo electrónico que permite conexão entre
uma rede com cabeamento e outra rede wireless, composta de sistemas de notebook, computadores de
mesa, print servers (servidores de impressão) e outros equipamentos.

O AP fornece cinco modos de operação: Access Point, Client, Repeater, Bridge (point to point),
Bridge (point to Multi-point). o modo de operação Repeater é que nos é importante para
implementação da rede.
35

Repeater (repetidor): Um AP wireless repetidor é um AP com seu próprio BBS (bulletin board
system – quadro de avisos do sistema), que retransmite dados para um AP raiz ou um router, com o
qual é nomeado. O repetidor wireless retransmite o sinal entre suas estações e o AP raiz ou router
para aumentar o alcance wireless.

3.2.Tecnologia VOIP

VoIP (Voz sobre IP) é uma tecnologia que possibilita a transmissão de voz, fax, ou aplicações de
mensagens de voz em forma de pacotes, através de redes IP ou seja via Internet (IP é o protocolo
utilizado na Internet que fornece os endereços e funções de roteamento de pacotes de dados quando
seguem uma rota de origem para o destino) de forma a substituir a utilização da Rede Telefônica
Pública. Essa tecnologia agrega características direcionadas em qualidade, segurança e redução dos
custos.

Para efectuar uma ligação telefónica utilizando a tecnologia VoIP, é necessário a conversão do sinal
analógico de voz para dados, isto é, sinais digitais, que trafegam numa rede IP. E quando a
informação é entregue ao destino, o sinal digital é novamente convertido em sinal analógico para que
possa ser compreendido a saida. Portanto a ideia básica é estabelecer uma comunicação entre origem
e destino através de uma rede IP, e trocar pacotes de dados em tempo real com a informação de áudio
(voz), de forma bidirecional.

Figura 1- Forma bidireccional de conversão do sinal de voz analógico em digital para passar da rede
local sem fio.
Fonte: Adaptado pelo autor
36

3.3.Protocolos utilizados em VOIP

Os protocolos são responsáveis pela comunicação entre os equipamentos utilizados na tecnologia


VoIP, essa comunicação é estabelecida a nível computacional, para resultar na comunicação a nível
de usuário, ou seja, nas ligações telefónicas.
Há basicamente dois processos simultâneos que ocorrem numa comunicação em VOIP:
 Sinalização e controle de chamadas telefónicas: estabelecimento, acompanhamento e
finalização.
 Processamento da informação a ser enviada e recebida: controle e transporte da mídia (voz
e/ou vídeo).

Para que a tecnologia VOIP alcance o seu pleno funcionamento possibilitando a comunicação entre
os diversos terminais, é preciso que esses processos ocorram. E para que eles sejam realizados, os
protocolos de VOIP são implementados cada qual com a sua função específica nos processos
correspondentes.

Além da utilização dos protocolos básicos IP/TCP/UDP como transporte na infra-estrutura de rede, o
sistema VOIP deve também contar com os protocolos de sinalização, controle de Gateway (opcional)
e os de mídia, como mostra a Figura 2

Figura 2 – Estrutura de Protocolos no Sistema VoIP


Fonte: BLOG:ccna.com.br
37

3.3.1. Protocolos de sinalização


A funcionalidade dos protocolos de sinalização e o de enviar sinais para um determinado nó de
destino. Os sinais, por sua vez podem estar indicando um pedido, resposta ou apenas um aviso.
O Sistema VoIP é composto de dois principais protocolos de sinalização. São eles: H.323 e SIP que
estão descritos abaixo.

3.3.1.1.Protocolo H.323
H.323 é uma recomendação criada pela ITU para o estabelecimento, controle e término das
chamadas, ou seja, é uma recomendação que especifica os protocolos de sinalização e controle das
ligações. Ela tem como características:
 Suporte a conferência ponto a ponto e multiponto: estabelecimento da chamada entre dois ou
mais usuários.
 Heterogeneidade: o equipamento com H.323 obrigatoriamente deve dar suporte a
comunicação de áudio. Vídeo e dados são opcionais, porém aplicáveis.
 Suporte a contabilidade e gerência: prevê a contabilidade para a tarifa dos serviços e bloqueio
de chamadas.
 Segurança: autenticação dos usuários.
 Serviços complementares: transferência e redirecionamento de chamadas.

A recomendação contém um conjunto amplo de protocolos. A figura 3 mostra alguns deles:

Figura 3- Alguns protocolos da recomendação H.323


Fonte: BLOG:ccna.com.br
38

A pilha H.323 firma-se no protocolo de rede Internet Protocol (IP) e nos protocolos de transporte
Transport Control Protocol (TCP) ou User Datagram Protocol (UDP).

Os demais protocolos mostrados na figura 3 são:


 H.245: negoceia aspectos de ligação, como taxa de bits e algoritmos de compactação de voz
(codecs);
 H.225 (RAS): comunica-se com o gatekeeper, sendo responsável pelo registo, admissão e
status dos equipamentos de rede. As mensagens RAS podem ser trocadas entre os gatekeepers
e os terminais, gateways e MCU (descrita ainda nesta seção). A troca de mensagens RAS
também ocorre entre gatekeepers de zonas distintas;
 H.225 (Q.931): estabelece e encerra ligações, fornece tons de discagem e gera sons de
chamada;
 H.235: estabelece autenticação e segurança para os terminais VOIP;
 H.450: estabelece transferência e redirecionamento de chamadas, atendimento simultâneo,
chamada em espera, identificação de chamadas entre outros.

3.3.1.2.Protocolo SIP
O Session Initiation Protocol (SIP) foi padronizado pela IETF e é descrito na Request for Comments
(RFC) 3261. O SIP é um módulo projetado para interoperar bem com aplicações da Internet já
existentes para a utilização da tecnologia VoIP.

Com o SIP é possível efetuar chamadas entre computadores, entre telefones IP, e de um computador
para um telefone comum, havendo o gateway apropriado entre a Internet e o sistema de telefonia
tradicional neste último caso.

Figura 4: Posição do SIP na pilha de protocolos Voip


Fonte: BLOG:ccna.com.br
39

3.3.2. Protocolos de Controle de Gateway


Os protocolos de controle de Gateway têm a finalidade de manter a comunicação entre redes de voz
através de gateways de mídia complementando os protocolos de sinalização em um sistema VoIP.
O Sistema VoIP é composto de dois principais protocolos de controle de Gateway, são eles: MGCP e
MEGACO.

 MGCP (Media Gateway Control Protocol)


O protocolo MGCP foi desenvolvido pelo IETF e é utilizado em gateway ou controladores de
gateway para estabeler, controlar e finalizar uma determinada chamada.

 MEGACO (Media Gateway Control Protocol)


Megaco foi criado pelo IETF em conjunto com o ITU e tem a mesma funcionalidade do protocolo
MGCP, podendo também ser utilizado por controladores distribuídos de gateway, controladores
multiponto e unidades interativas de resposta audível.

3.3.3. Protocolos de Mídia

Os protocolos de mídia são responsáveis pelo transporte e o controle de pacotes de voz entre
terminais. Os dois principais protocolos de mídia do sistema VoIP são: RTP e RTCP que estão
descritos abaixo.

 RTP
O RTP é um protocolo que funciona no espaço de usuário do sistema operacional,vinculado à camada
de aplicação, porém é um protocol genérico e independente de aplicações, comum aos protocolos da
camada de transporte, por isso pode ser definido como um protocolo de transporte implementado na
camada de aplicação. (Tanenbaum, 2003)

O protocolo RTP (Real-Time Transport Protocol), é considerado como sendo o principal protocolo
utilizado pelos terminais, em conjunto com o RTCP, para o transporte de dados em tempo real.
40

O RTP é muito utilizado em aplicações multimídia (voz), que não necessitam de um serviço confiável
e sim rápido, por isso usa como protocolo de transporte o protocolo UDP.

 RTCP
O protocolo RTCP (Real-time Transport Control Protocol) tem como função controlar o transporte de
voz realizado pelo RTP em uma aplicação do sistema VoIP. Este controle é realizado através do
envio de pacotes periódicos contendo informações sobre a rede, como congestionamento, largura de
banda, retardo, etc. Outra função deste protocolo é o de manter a sincronização do fluxo entre os
terminais além de informar qual é a origem das informações.

3.4.Equipamentos ou Componentes que possibilitam a tecnologia VOIP

 Gateway
Equipamento que conecta a Internet (ou uma rede IP), a rede de telefonia tradicional. Ele é ao mesmo
tempo de mídia e de sinalização, ou seja, um conversor que realiza operações de repasse de fluxo de
voz entre as duas redes e também faz o tratamento das solicitações de estabelecimento de chamadas
telefônicas. O gateway trabalha com os protocolos VoIP no lado da rede IP, e com os protocolos da
telefonia tradicional, no lado telefônico. Também pode ser chamado de softswitch no âmbito VoIP.

Figura 5: Gateway VoIP


Fonte: www.comprevoip.com.br

 Gatekeeper
Gerencia os demais equipamentos envolvidos na comunicação VoIP. Um gatekeeper controla de
forma centralizada o sistema com Voz sobre IP, pois os equipamentos se registram nele, para que ele
admita e gerencie a largura de banda solicitada para uma chamada telefônica.
41

 Terminais
São os equipamentos de comunicação, como telefones comuns (anexados a um ATA-Adaptador do
Termimal Analógico), telefones IP, e os próprios computadores, configurados com software
(softphone) específico para a VOIP.

Figura 6- Telefone IP e Adaptador Terminal Analogico(ATA)


Fonte: www.comprevoip.com.br

 MCU (Multpointer Control Units - Unidade de Controle de Multiponto)

Um MCU H.323 é responsável pela administração de três ou mais de três terminais H.323. Havendo
participação de terminais na conferência, deve ser estabelecida uma ligação ao MCU, o qual irá
garantir um nível comum de comunicação entre os mesmos. O MCU será responsável também pelo
controle de recursos de conferência e pela determinação de que codificador/descodificador (codec -
vídeo ou áudio) deverá ser utilizado entre terminais; podendo oferecer de forma opcional o
processamento centralizado de corrente de informação de media conferência.

3.5.Codecs
Os codecs podem ser classificados como codificadores de forma de onda, dos quais codificam o sinal
apenas baseando-se na sua forma de onda, desprezando outras características.
Eles são necessários na tecnologia VoIP para codificação e decodificação dos dados analógicos (voz
humana) em digitais (bits) para que a comunicação ocorra na rede IP. Eles são protocolos extras que
adicionam funcionalidades e maior qualidade na comunicação. Além da conversão, os codecs
também realizam a compressão dos sinais de voz.
42

De acordo com o nível de compressão, atinge-se um equilíbrio entre largura de banda e qualidade de
voz para o sistema VoIP. Os equipamentos suportam sempre mais de um codec, para que haja a
negociação de qual será utilizado na comunicação.
Os tipos de codecs de audio mais frequentes sao: G.711 , G.722.1 , G.723.1 , G.726, G.728 e G.729

Caracteristicas
Codec G.711 Padrao do ITU (união internacional de Telecomunicações),Usa o padrão
PCM, usa dois metodos de compressão lei a e lei u, transmite 8000
amostras por segundo a uma resolução de 8 bits, resultando 64 Kbps
Codec G.722.1 Padrão do ITU para taxas de codificação abaixo de 64 Kbps
Codec G.723.1 Este codec pode trabalhar com taxas de 5,3 e 6,3 Kps, requer licença
para o uso comercial.
Codec G.726 Padrão ITU, codificador que trabalha na faixa de 16 a 40 Kbps,
qualidade semelhante ao G.711 mas com economia de banda
Codec G.728 Codec de audio em canais de 16 Kbps
Codec G.729 Algoritmo utilizado para compressão de voz e supressão de silêncio de
um sinal digital, que consegue converter um sinal PCM de entrada de 64
kbps em uma saída de 8 kbps. Usa pouca banda e possui uma qualidade
de áudio impressionante, requer licença para uso comercial

Tabela 1- Caracteristicas dos codec’s


Fonte: Adaptado pelo autor
43

4. CAPITULO IV: IMPLEMENTAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE REDE

A transmissão de dados em redes sem fio é feita por RF (RádioFrequências), ou seja, o meio de
transmissão é o ar. Tal afirmação é suficiente para indicarmos o quão importante são os testes de
campo para aferirmos os efeitos do ambiente sobre os dados transmitidos numa rede wireless. Tais
verificações e testes de campo para mensurar os efeitos do ambiente sobre a rede sem fio chamam-se
Site Survey. O Site Survey é um procedimento indispensável para detectar e superar problemas de
desempenho na implantação da infra-estrutura de uma rede wireless.

Durante a verificação (inspeção), devem ser levantadas todas as condições técnicas do local da
instalação, que inclui verificar a existência ou não de obstáculos que possam dificultar o
posicionamento dos AP’s, facilidade de pontos de energia, aterramento (se necessário), ventilação,
segurança, entre outros. A inspeção deve contemplar a análise de possíveis interferências de RF,
níveis e condições de propagação do sinal, servindo como fonte adicional de informação para o
projecto de localização dos AP’s.

Não existe uma fórmula específica para realizar um Site Survey. A melhor receita é a prática, pois
cada caso apresenta uma situação única. Os procedimentos envolvidos na metodologia visam
dimensionar adequadamente o local para a instalação dos APs permitindo que todas as estações
possam ter qualidade nas conexões e obtenham total acesso às aplicações disponíveis na rede.

A Academia Militar “Marechal Samora Machel” é uma instituição militar de ensino superior das
Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) localizada no Norte de Moçambique
exactamente na Cidade de Nampula na Avenida das FPLM número 501. Ao redor da mesma, tem
prédios e casas que possuem antenas parabólicas e antenas Yagi, e a 200 metros (Avenida 25 de
Setembro) este prédio da ARJ que no terraço tem antenas da operadora Movitel e a 600 metros a
norte encontra-se emissora da Televisão de Moçambique (TVM). Estes dispositivos influênciam de
certa maneira a propagação de ondas naquele ponto. Mais como a Academia apresenta um IP para
ligação a internet e o sinal é expandido por Acess Pointer’s sem problemas, então conclue-se que é
possivel criar uma rede local sem fios nesta instituição.
44

Para projectar uma rede de computadores deve se ter em conta alguns aspectos como:

 Meio de transmissão;
 Equipamentos de transmissão;
 Equipamentos de roteamento;
 Tipos de antenas (direccionais ou omnidireccionais);
 Área de cobertura;
 Ganho de transmissão e recepção;
 Alcance máximo;
 Atenuação;
 Potência máxima;

Responder estas especificações constitui o principal objectivo do projecto de implementação da rede.

A rede pode ser organizada a partir de uma base central de controlo ou de forma espontânea, sem
controlo central, e neste caso é chamada uma rede ad-hoc, ou simplesmente MANET (Mobile Ad-hoc
Network).

Deste modo para implementação deste projecto vamos usar uma rede do tipo ad-hoc, porque
naturalmente a área que pretendemos cobrir (instalações da Academia Militar “MSM”) não excede 2
km de diâmetro. E escolhemos a frequência de 2,4 GHz para a transmissão do sinal, de acordo com as
especificações do padrao IEEE 802.11g.

Como foi proposto, para uma comunicação sem fio deve se ter em conta uma das grandes
caracteristicas deste tipo de sistema, que é a atenuação do meio devido vários factores.

Para o caso concreto do AMMSM as ondas sofrem atenuação ao atravessarem obstáculos como as
paredes, tectos, as superfícies metálicas ou de madeira, etc. Com efeito deve se usar um transmissor
com alcance suficiente para penetrar as paredes que é um dos maiores desafios deste projecto.
45

4.1.Estabelecimento de router e dos AP’s

Para o estabelecimento de AP’s a ligação já não se dá entre dois pontos em linha de vista, mas entre
um ponto (que actua como servidor) e vários outros (clientes), cada um deles com seus próprios
parâmetros. A escolha dos AP’s (ganho da antena) deve ter em conta a atenuação de RF sofrida pelos
principais obstáculos que encontram num ambiente indoor5.

Uma vez estudada a atenuação sofrida pelo sinal no local de implementação do projecto, o ganho das
antenas para as atenuações sofridas pelo sinal nos piores casos, e para valores de sensibilidade
relativamente abaixo da média, ainda seja possível captar um sinal suficientemente estável para o
estabelecimento duma conexão fiável.

Os principais obstáculos e respectivas atenuações que se podem encontrar num ambiente de conexão
sem fios, a frequência de 2.4GHz são os listados na tabela seguinte:

Tabela 2: Principais obstáculos e respectivas atenuações nas frequências de 2.4 GHz


Fonte: Adaptado pelo autor

Primeiro para concretizar este projecto é necessário um router com duas antenas omnidireccionais.
Escolheu-se um router de 5dBi da marca TP-link TL-WR841N, modelo N, largura de banda de
54Mbps, potência de 100mW.

5
indoor- interior, dentro de quarto paredes, interno
46

Figura 7- Router Wireless

Fonte: www.comprevoip.com.br

Em seguida, escolhe-se o Acess Point a usar, que para este projecto usa-se o SMC WEBT-G, que
apresenta algumas especificações muito importantes para determinar-se a distância de um AP em
relação ao outro de acordo com a atenuação que os obstáculos exercem sobre o sinal na ligação AP
para AP. Tais especificações foram tiradas no “Anexo 2” do projecto.

Figura 8- Access Pointer


Fontewww.comprevoip.com

Especificações da antena de router e APs:


Frequência = 2.4Ghz
GT= GR= 5dBi
PT=20dBm
47

4.2.Representação esquemática da localização do Router e dos Access Points nas instalações da


Academia Militar “MSM”

4.2.1. Edifício do bloco A (Rés-do-chão)

Para afixação dos AP’s, escolhe-se um ponto que ao mesmo tempo se situe no centro do edifício,
(para boa eficiência e aproveitamento da omnidireccionalidade da sua antena) e também garanta
segurança e comudidade do equipamento. Entao escolhe-se o sala de informática dos oficiais como
mostra o croqui da planta do mesmo edificio.

Figura 9- Croqui da alocação do AP no Edifício do Bloco A (Res-do-chão)

Fonte: Adaptado pelo autor

Como podemos ver, o AP1, para cobrir toda plataforma, o sinal supera na horizonal no máximo 4 paredes para
sair do edificio em causa.

Para dimensionar a distância que o sinal disponibilizado pelos AP’s pode abrangir considerando as
atenuações que ele sofrerá no percurso, escolhe-se aleatoriamente as distâncias no pior dos casos e
fazem-se os testes de ligacão de acordo com os cálculos para ver se haverá possibilidade do sinal ser
48

recebido pelos computadores em toda a parte do edificio, tendo em conta a sua sensibilidade na
recepção dum sinal wireless nos computadores em causa.

É de salientar que foram feitas simulações de testes de distâncias para escolher as distâncias abaixo
mensionadas e não se demostrou no projecto. Para o referente projecto escolheram-se as respectivas
distâncias:
Dmax=30 metros na horizontal
Dmax=12 metros na vertical

Fórmula de atenuação no meio:


𝐴𝑜(𝑑𝐵) = −[32.44 + 20 log 𝑑 [𝑘𝑚] + 20 log 𝑓 [𝐺ℎ𝑧]]

Tendo a distância na horizontal de 30m, ou seja 0,03Km e a frequência de 2.4GHz, podemos calcular
a atenuação do meio:
Ao(dB)  32.44  20 log 0.03  20 log 2.4  9.59dB

Para o sinal sair do indoor, tem de atravessar quatro(4) paredes de tijolos/blocos, então atenuação
devido as paredes será:
AP  4  P  4 12  48dBi
P- é a atenuação devido as paredes, mostrada na tabela 2.

Desse modo pode-se calcular a potência de recepção por parte dos computadores no ponto extremo:
PR (dB)  PT (dB)  GR (dB)  GT (dB)  Ao(dB)  Ap(dB)
PR (dB)  20dBm  5dBi  5dBi  9.59  48dBi  27.59dB

Análises feitas em função da sensibilidade dos computadores sem antena adicional na captação e
recepção de um sinal wireless indicam -85dBm. Logo faz-se a comparação entre a potência de
recepção (calculada acima) e a sensibilidade de recepção por parte do mesmo computador no pior dos
casos, sendo lógico que a potência de recepção tem de ser maior que a sensibilidade do receptor.
49

Com uma antena (Acess Pointer) situada no centro do edificio a uma frequência de 2.4 Ghz, sofrendo
atenuação sob efeito de paredes, tem uma potência de recepção no pior dos casos (depois de
atravessar todas paredes do ambiente indoor até outoor6) de -27,59dBm que é muito maior que a
potência de recepção dos computadores (-27.59dB>> -85dBm), de acordo com a sensibilidade dos
receptores. Significando assim o acesso a rede nos quatro cantos do edificio (Rés-do-chão)

4.2.2. Edificio do bloco A (Piso 1)


Por outro lado, o edificio apresenta um piso, podemos usar o mesmo AP (considerando que ele tem
uma antena omnidireccional) e refezer os cálculos para verificar se o sinal chegará ou não em
perfeitas condições atravessando o tecto:

Figura 10- Croqui do Edifício do Bloco A (Piso 1)


Fonte: Adaptado pelo autor

Com a antena situada na região central a 12m analisado na vertical.


𝐴𝑜(𝑑𝐵) = −[32.44 + 20 log 𝑑 [𝑘𝑚] + 20 log 𝑓 [𝐺ℎ𝑧]]
Ao(dB)  32.44  20 log 0.012  20 log 2.4  1.63dB

6
outdoor- exterior, espaços abertos
50

AT  2  T  2  25  50dBi
T- Atenuação devido ao tecto grosso, mostrada na tabela 2

desse modo podemos calcular a potência de recepção num dos pontos de alcance do sinal na vertical.
PR (dB)  PT (dB)  GR (dB)  GT (dB)  Ao(dB)  At(dB)
PR (dB)  20dBm  5dBi  5dBi  1.63dB  50dBi  21.63dBm
Conclui-se que -21.63dBm>> -85dBm, logo, a uma distância de 12m (da superficie terrestre até a
cobertura da estalação) com obstáculos do tipo tecto grosso pode-se receber o sinal transmitido a uma
frequência de 2.4Ghz sem problema.

4.2.3. Edificio do bloco “B”

Figura 11- Croqui da alocação do Router e do AP no Edifício do Bloco “B”

Fonte: Adaptado pelo autor

É a partir deste bloco que a nossa rede de computadores tem origem, devido ao facto do nosso
disponibilizador de sinal (Router Wireless) se encontrar neste bloco. A escolha do lugar a colocar o
nosso router tem a ver com a segurança do local juntamente com alguns factores, como a temperatura
ambiente que o local se apresenta, se existe ventilação (ar-condicionado), devido a sensibilidade do
equipamento. É mais eficiente colocar o AP um pouco distante do router wireless, uma vez que ele
51

também realiza a função de ponto de acesso (acess point), ampliando assim a largura espectral da
captação do sinal.

Como visto nos cálculos anteriores, a influência do número de paredes iguais ou inferiores a quatro
(4) que o sinal deve atravessar para sair do ambiente indoor para outdoor não é suficiente para barra-
lo. Logo, não é necessário repetir os cálculos feitos acima.

4.2.4. Edifício do comando (Rés do chão)

Figura 12- Croqui da alocação do AP no Edifício do Comando (Rés-do-chão)

Fonte: Adaptado pelo autor

Para o sinal do AP sair do indoor, tem de atravessar ao maximo dez (10) paredes de tijolos/blocos, e
entao a atenuação devido as paredes sera:
AP  10  P  10 12  120dBi
52

Desse modo, podemos calcular a potência de recepção no ponto extremo:


PR (dB)  PT (dB)  GR (dB)  GT (dB)  Ao(dB)  Ap(dB)
PR (dB)  20dBm  5dBi  5dBi  9.59dB  120dBi  99.59dBm

A potência de recepção é menor que a potência da sensibilidade do receptor (-99.59dBm<-85dBm),


logo verifica-se que é necessário colocar mais um Acess Pointer neste edificio devido a atenuação de
10 paredes ser suficiente para barrar o sinal.

Então refaz-se o posicionamento do AP e acrescenta-se mais um AP neste edificio

Figura 13- Croqui(2) da alocação do AP no Edifício do Comando (Rés-do-chão)

Fonte: Adaptado pelo autor

Onde do lado direito temos o AP3 e do lado esquerdo temos AP4. o sinal dos dois AP’s supera ao
maximo 6 paredes para o sinal cobrir todo o edificio (rés-do-chão). Refazendo os calculos fica:

AP  6  P  6 12  72dBi
53

PR (dB)  PT (dB)  GR (dB)  GT (dB)  Ao(dB)  Ap(dB)

PR (dB)  20dBm  5dBi  5dBi  9.59dB  72dBi  51.59dBm

Logo, desta vez, o sinal dos AP’s cobre todo o edificio (rés-do-chão) devido ao facto de
-51.59dBm > -85dBm,

4.2.5. Edificio do comando (Piso 1)

Figura 14- Croqui do Edifício do Comando (Piso 1)


Fonte: Adaptado pelo autor

Em semelhança ao caso do bloco A, este edificio também apresenta um piso, logo não é necessário
fazer os cálculos pois levar-nos-iam aos mesmos resultados.
54

4.2.6. Edificio do bloco “C” ( Ciências económicas, Sociais e Jurídicas)

Figura 15- Croqui da alocação do AP no Edificio do bloco “C”

Fonte: Adaptado pelo autor

Neste edificio, a atenuação das paredes também não é suficiente para barrar o sinal do router repetido
pelo AP5, logo não é necessário repetir os cálculos feitos atendendo que os Acess Ponter’s usados são
da mesma marca e mesma referência. Escolheu-se colocar o AP no Gabinete de Ciencias
Economicas, Sociais e Juridicas pelo facto de ser o compartimento com maior segurança nesse bloco
em relação as salas de aulas.

4.3.Cabos de Ligação

Devido a que deverão ser usados vários Access point que vão funcionar como repetidores, então para
optimizar a rede deve-se usar o sistema de cabeamento para não reduzir a velocidade de transmissão,
pelo que deve se ter em conta o casamento de impedâncias entre a antena e o cabo, menor atenuação
possível do cabo, robustez mecânica adequada (deve suportar a operação a temperaturas locais em
particular, que variam em média de 10 a 45° C), blindagem contra interferências externas, velocidade
de propagação do sinal, uso em ambiente indoor ou outdoor.

Para a ligação ponto-a-ponto entre AP’s e também entre AP e Router, serão necessários cabos que
possuem uma protecção extra que não permite a quebra da presilha e o desgaste acidental do cabo,
aumentando a sua durabilidade. São também usados as braçadeiras, parafusos, calhas grandes e
55

pequenas dependendo do local. Com estas considerações, o melhor tipo de cabo é o UTP CAT 5
(categoria 5) com conectores RJ-45.

Figura 16- Ligação entre Acess Pointer’s através de cabeamento

Fonte: Adaptado pelo autor

Igualmente aos AP’s, o Router também tem mais de uma saida LAN, significando que pode se ligar
com mais de um AP. São necessários 15 metros de cabo para ligar o AP1 ao Router, 25 metros para
ligar o AP2 ao Router, 30 metros para ligar o AP1 ao AP3, 30 metros para ligar o AP3 ao AP4 e 200
metros para ligar o AP2 ao AP5, totalizando 300 metros de cabo UTP (categoria 5) com 10
conectores RJ-45 para ligar as portas LAN’s.
56

5. CAPITULO V: IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA TELEFÓNICO USANDO A


TECNOLOGIA VOIP

Neste capitulo, como o tema refere, abordar-se-ão os mecanismos para a implementação da


tecnologia VoIp na rede implementada no capitulo anterior. Primeiramente definiremos os
equipamentos a serem montados na rede e em seguida será a implementação dos mesmos na rede de
dados possibilitando a passagem de voz, bem como os cenários de ligação VOIP que podem ocorrer.

Basicamente no planeiamento para implantação de um ambiente VOIP é necessário verificar se a


rede irá ou não suportar VOIP. Quando a comunicação por voz deixa de passar em circuitos
dedicados (comutação de circuitos) e passa pelo protocolo IP (comutação de pacotes), a voz é, de
algum modo, forçada a disputar um espaço na rede, pela diversidade de informação que nela circula.
Para evitar estes conflitos entre voz e dados, a rede precisa ser ajustada de forma a priorizar os
pacotes de voz e acomodar a largura de banda destinada aos outros serviços que utilizam a rede.

Por isso, é fundamental determinar o estado actual da rede para acomodar VoIP. Essa avaliação
ajudará a determinar quais segmentos de rede precisam ser reconfigurados ou actualizados para
suportar os requisitos de voz.

Nessa ordem de ideias, podemos medir o nosso sinal wireless da rede implementada outrora e
verificar as condições aceitaveis para implementação da tecnologia VOIP.

Para medir um sinal wireless é necessário somente num dos computadores ligado à rede, instalar-se a
aplicação Network Strumbler. Alem de medir a velocidade e a largura de banda da rede, esta
aplicação também verifica se a rede pode ou não suportar VOIP, permite verificar a correcta
configuração da rede sem fio, identificando zonas com má cobertura e detecta AP´s não autorizados.
57

Depois de instalado e executado, esta aplicação apresenta-se da seguinte maneira:

Figura 17- Interface do Network Strumbler

Fonte: Google/networkstrumbler/como configurar n%tworkstrumbl%r

Considerando que o som da voz esteja entre 3400Hz à 4KHz, sendo um sinal digitalizado, segundo a
teoria de Nyquist , para se conseguir reconstruir o sinal original à saida, deve-se digitaliza-lo no
mínimo 2 (duas) vezes a maxima frequência do sinal original, isto é:

2*Freq.Max. = 2*4 KHz = 8 KHz

Cada amostra da frequencia digitalizada é representada por 1 byte (8 bits), logo teremos:

8 KHz  8000 amostras (1/s)

1 amostra  1byte  8 bits

logo: 8000*8 = 64 Kbps

Para a voz atravessar a rede de dados necessita 64 Kbps de largura de band a na rede. Usando codec’s
faz-se a compressão da voz para taxa mais baixas ainda de largura de banda ocupada.
58

5.1.Procedimentos para implementação da tecnologia VOIP

5.1.1. Verificação dos equipamentos a acoplar na rede de dados


Para que a nossa rede de dados possibilite a passagem de voz são necessários os seguintes
equipamentos ou protocolos de aplicação:
 Um Gatekeeper (GK)
 Terminais, que podem ser computadores instalados a aplicação Softphone para suportar a
tecnologia, telefones IP, telefones comuns anexados a um adaptador (ATA) para liga-los a
rede.

Não se mensionou o Gateway na lista de equipamentos pelo facto do nosso sistema não se ligar a
Rede Telefónica de Comutação Publica (RTCP) e também não se usou o MCU pelo facto do projecto
estar destinado à ligações telefónicas ponto-a-ponto e não conferências.

5.1.2. Configuração do Gatekeeper


Como foi referido anteriormente, é no GK onde há permissão do controlo centralizado do sistema,
tendo por isso, como principais funções o controlo de adição de chamadas, gerenciamento da largura
de banda e tradução de “alias” (Apelidos) numa rede IP. Então é no GK onde se configura a
inteligência da tecnologia (configuração dos codec’s, configuração do protocolo de priorização da
voz e configuração do plano de discagem).

Igualmente ao AP e o Router, o GK usa uma das portas LAN (que possue na traseira) para conectar a
rede, e esta ligação pode ser feita por AP-GK ou Router-GK. Devido a boa localização do nosso
Router nas instalações da Academia Militar, escolhe-se a opcão ligação entre o Router e o
Gatekeeper, ficando assim o GK e Router na mesma sala.
59

5.1.2.1. Configuração dos Codec’s


De acordo com o nível de compressão, o codec faz com que se atinja um equilíbrio entre a largura de
banda e a qualidade de voz para o sistema VOIP. Os equipamentos suportam sempre mais de um
codec para que hajam opções para a utilização eficiente da largura de banda pelos dados.
Para o projecto, o GK usado suporta três tipos de codec’s dispostos em categorias (principal,
secundária e terceária).

Assim sendo, escolheu-se como base o codec G.729 por apresentar um bom desempenho MOS
(Mean Opinion Score-_-Anexo 1), baixa taxa de transmissão da voz em 8 Kbps e supressão do
silêncio. Alternativamente foram também escolhidos os codec’s G.723.1 e G.726.

Figura 18– interface da configuração dos codec’s(1)

Fonte: Adaptado pelo autor

Para o projecto,a caixa de diálogo do GK em referência, é repetida três vezes (fazendo-se um clic em
“aplicar”) pelo facto dele suportar três codec’s (principal, secundário e terceário) respectivamente,
com a prioridade do codec a usar em diferentes taxas do sinal no exacto momento.

Para o caso do codec G.729, o campo de “taxa de transmissão” permanece imutável pelo facto da
taxa de transmissão ser constante,ao contrário dos codec’s G.723.1 e G.726. Os três codec´s
apresentam um dectector de actividade de voz (VAD) para supressão do silêncio, isto é, aloca-se uma
largura de banda para voz no exacto momento em que ela passa, aproveitando o tempo de pausa
(silêncio) numa conversação.
60

Figura 19- Interface da configuração dos codec’s(2)

Fonte: Adaptado pelo autor

5.1.2.2. Configuração do Protocolo de priorização de Voz


O Protocolo direccionado a priorizar a voz numa rede de dados tem a ver com a qualidade de serviço
(QoS) acima descrita e denomina-se de INTSERV ou Hard QoS, em que se fornece garantia absoluta
na alocação dos recursos (voz) na rede. Este protocolo vem sempre acompanhado de um outro
protocolo denominado DIFFSERV ou Soft QoS, em que se realiza o tratamento diferênciado em
determinados tipos de fluxos, podendo ser usado para escolher que tipo de codec a usar em diferentes
casos, de acordo com a disponibilidade do sinal no preciso momento. No GK que usaremos para o
projecto, o INTSERV e DIFFSERV ja vem no pacote, isto é, ja estão instalados pelo fabricante.

5.1.2.3. Configuração do Plano de discagem


Um plano de discagem ou plano de numeração descreve os aspectos de endereçamento e roteamento
na rede de telefonia. O plano identifica números telefônicos ou “alias” (apelidos) atribuidos a cada
terminal de acordo com a programação do projectista.
61

Cada terminal tem o seu endereço físico (MAC) e automaticamente terá o endereço lógico na rede,
então configura-se a um nome ou número que facilmente identifica o terminal. Já que o projecto é
referente á ligação telefónica entre gabinetes da AMMSM, então o nome (alias/apelido) estará
relacionado com o gabinete em causa onde o terminal estará.

O endereço da rede usado no projecto é 192.168.0.0., dado pelo fabricante do Router Wireless que foi
usado no projecto da infra-estrutura de rede. Entao, ao configurar o plano de discagem no
Gatekeeper, este dará 2 (dois) campos, um para pôr endereço MAC do terminal e automaticamente
ele atribui o endereço lógico na rede, e o outro campo será para por o alias (apelido) para
caracterizaçao do terminal no ponto de vista do usuário.

Figura 20- Interface da configuração do plano de discagem(1)


Fonte: Adaptado pelo autor

Como execução, temos 2 (dois) endereços fisicos de terminais de 2 (dois) gabinetes a serem
introduzidos no plano de discagem para que a nossa central (GK) possa autorizar a ligação telefónica
entre elas.

Eis os endereços MAC’s:


00-1C-BF-A5-51-F4, do Gabinete de Engenharias Civil e Electrónica
00-1E-37-7C-3C-90, do Gabinete de Estatística
Para o Gabinete de Engenharias Civil e Electronica, pode-se denomimar o “Alias/username” de
“@GAB.ENG.CIV.ELEC” e para o Gabinete de Estatística pode-se denominar “@GAB.EST”,
sempre deve-se começar por “@” para a aplicação softphone reconhecer, logo:
62

Figura 21- Interface da configuração do plano de discagem (2)

Fonte: Adaptado pelo autor

Para terminais com a caixa telefónica, basta que se digite o número do endereço da rede sem espaço
dos pontos. Como exemplo, se quizessemos fazer uma ligação telefónica para o Gabinete de
Estatística com o endereço de rede número:192.168.0.1 com o terminal telefóne, deveriamos digitar o
número todo junto sem pontos (19216801), e dai efectuar-se-ia a ligação.

Os terminais com caixa telefonica IP seriam ligados ao AP mais próximo por cabos UTP CAT 5
(categoria 5) com conectores RJ-45 nos dois pontos. Enquanto para o caso de um caixa telefónica
comum, agrega-se um adaptador telefónico analógico (ATA) com conector RJ-11 do telefone para o
adaptador e RJ-45 do adaptador para o AP.

Devido ao facto dos telefones IP serem consideravelmente muito caros, em comparação com a caixa
telefonica comum juntamente com o seu adaptador de rede (ATA), é mais viável o uso deste último.
E para o caso das entradas LAN’s dos AP’s, pode-se maximizar usando Balloon’s (adaptadores de
rede).

5.2. Procedimento geral para o estabelecimento de chamadas


Fase 1: Um terminal quer fazer uma chamada. Ele envia um pacote UDP de difusão para descobrir o
gatekeeper na rede. A seguir o terminal envia ao gatekeeper (GK) uma mensagem “Admission
Request” originado pelo RAS do protocolo H.225 solicitando largura de banda. Esta mensagem
contém apelido do destino, nome ou número telefônico do usuário chamador. O GK pode aceitar o
63

pedido, enviando em retorno uma mensagem. “Admission Confirm”, contendo o endereço de


transporte associado à chamada ou rejeitar, enviando uma mensagem “Admission Reject” contendo o
motivo (ex.: falta de banda);

Fase 2 : Esta fase é derivada da sinalização de estabelecimento de chamada fim-a-fim da RDSI (Rede
Digital de Serviços Integrados). Provê a ligação lógica entre os pontos chamado e chamador. Sendo a
largura de banda desponível, inicia-se o estabelecimento da ligação telefónica com uma mensagem
SETUP de Q.931 do H.225 com o número do telefone do destino. E o terminal destino envia de
volta uma mensagem CONNECT de Q.931 informando ao terminal origem que a chamada teve
início.

Fase 3: Tão logo que a fase anterior tenha terminado, os pontos de origem e destino trocam
informações sobre a natureza do tráfego (voz e/ou dados ) e seus formatos. Quando a ligação termina,
o terminal origem manda uma mensagem RAS para o gatekeeper disponibilizando a largura de banda
que recebeu para uso.

Figura 22- Estrutura da comunicação entre terminais VOIP numa rede


Fonte: Adaptado pelo autor
64

5.3.Cenários de comunicação entre terminais


Para o referente projecto temos os seguintes cenários de comunicação entre os terminais:
 Entre Computadores
Para o estabelecimento de uma chamada telefónica (VOIP) entre computadores, é necessário
primeiro que eles tenham kit multimédia neles instalado, isto é, placa de som e microfone, ou até
pode se recorrer ao uso de um auricular (escuta/fala). Em seguida deve estar instalado o programa que
possibilita a ligação em VOIP designados Softphone, onde ja agrega todas funcionalidades da mesma
tecnologia. Os computadores usam a ligação wireless para se ligarem a rede.

 Entre Computador e Telefone comum


Como foi dito acima, o computador precisa estar equipado de placa de som e microfone ou auricular,
enquanto o telefone comum precisa de um adaptador (ATA) e cabo UTP Cat 5 para se ligar a rede.
Este adaptador tem entrada do conector RJ-11 para se ligar a caixa telefónica comum, e saida RJ-45
para se ligar ao AP.

 Entre Telefones comuns


Esta ligação necessita de dois ATA’s, Cbos UTP’s e os conectores em causa, um para cada lado do
terminal telefónico.

5.4. Estratégia de segurança do sistema VOIP


Tendo em conta que o sistema VOIP usa como plataforma uma rede local, então, se se deseja
proteger o sistema contra invasores (pessoas não autorizadas ao uso) uma das formas é proteger a
rede. A rede local em causa é wireless em que o sinal é espandido por ondas electromagnéticas,
possibilitando a qualquer um capta-la desde que esteja na área de cobertura (hotspot).

O IEEE 802.11 oferece pacotes de autenticação para protecção da rede wireless:

 Autenticação por chave partilhada;


 Chave de encriptação de sessão dinâmica (mudança de chave durante uma sessão);
 Protocolo de segurança TKIP (Temporal Key Integrity Protocol);
 Utilização do AES (Advanced Encryption Standard).
65

Pelo facto de se configurar o plano de discagem no gatekeeper, também se garante automaticamente a


segurança do sistema, porque o GK não autorizará a passagem do roteamento de qualquer chamada
pelos terminais que não foram configurados.

5.5. Cronograma de implementação do projecto

Actividades/Periodo Jan-Mar Abr-Jun Jul-Out Out Nov Dez


2015 2015 2015 2015 2015 2015
Recorreção e aprovação X
do projecto
Planificação e X
requisição do material
Montagem da X
infraestrutura de rede
Avaliação Parcial X
Pagamento do Pessoal X
responsavel pela
montagem da
infraestrutura de rede
Implementação da X
tecnologia VOIP sobre a
rede
Avaliação geral do X
projecto
Pagamento do Pessoal X
responsavel pela
implementação da VOIP

Tabela 3- Cronograma de implementação do projecto


Fonte: Adaptado pelo autor
66

5.6. Previsão dos Custos


Esta previsão de custos foi feita na base da facturas pró-forma Nº: 0004274 adquirida na
INARA INFORMATICA,LDA e com base na internet no site: www.mercadolivre.com.br (acessado
em 30/10/2013). Os custos deste projecto estão avaliados em Meticais

5.6.1. Definição do Material

Material Unidade Qtd Unitário Valor Total


Rolo do cabo UTP (categoria 6) Caixa 7 4500 31,500
Conectores RJ-45 (macho) Peça 100 10 1000
Conectores RJ-11 (macho) Peça 50 10 500
Calhas Pequenas Pecas 100 185 18,500
Acessórios para calhas Caixa 8 370 2,960
Conjunto de esticadores, ganchos, Caixa 1 1800 1,800
posteletes, braçadeiras, grampos, braquetes
Total 56,260

Tabela 4- Definição do material


Fonte: Adaptado pelo Autor

5.6.2. Definição de Equipamentos

Equipamento Modelo Qtd Unitário Valor Total


Gatekeeper Cisco AS5350 1 40366.54 40,366.54
Router TP-LINK 1 2550 2,550
TL-WR841N
Acess Pointer’s SMC WEBT-G 5 1200 6,000
67

Caixas Telefonicas Comuns - 5 336.5 1,682.5


Ataptadores de telefoone Analogico 5 1073.5 5,367.5
Adaptadores de rede (BALUN’s) 5 25 125
Software: Softphone - 1 1335.5 1,335.5
Software: NetStrumbler - 1 376.88 376.88
Total 57,803.92

Tabela 5- Definição do equipamento


Fonte: Adaptado pelo autor

5.6.3. Definição da mão-de-obra

Serviço Previsão de tempo (horas) Custo/Hora Valor Total


Grupo de instalação do Bloco A 10 100 1,000
Grupo de instalação do Bloco B 12 100 1,200
Grupo de instalação do Bloco C 15 100 1,500
Grupo de instalação do Bloco do 24 100 2,400
Comando
Grupo de teste de conexão (ping) 2 100 200
Total 6,300

Tabela 6- Definição de mão-de-obra


Fonte: Adaptado pelo autor
68

5.6.4. Resumo Orçamental

Item Valor
Material 56,260
Equipamento 57,803.92
Mão-de-obra 6,300
Sub-total 120,363.92
Contingência (5%) 6,018.196
Total 126,382.116

Tabela 7- Orçamento total

Fonte: Adaptado pelo autor

5.7.Projectos Futuros
O presente projecto de intervenção visa implementar ligações telefónicas internas entre gabinetes e
secções na Academia Militar usando uma rede local para a transmissão da voz.

Propõe-se como parte dos projectos futuros, a ligação telefónica entre o 1° e o 3° acampamento
usando a mesma LAN, também usando como plataforma de rede a Internet e criando sobre ela uma
rede virtual privada ( VPN-Virtual Private Network), pode-se implementar ligações telefonicas entre
a Academia Militar e o Estado Maior General com alta confiabilidade e eficiência esperada pelos
usuários. Assim, usando a Internet e aplicar sobre ela a VPN, o sistema tera além da maior cobertura,
acesso remoto a rede em qualquer parte do mundo por parte do usuário autorizado, podendo se
comunicar com o sistema usando os diferentes terminais para a efectivação da chamada.

Também pode se fazer a ligação deste sistema (VOIP) à rede telefónica pública comutada (RTPC)
usando o aplicativo Asterisk, programa este direccionado a ligação de uma rede de dados a uma
RTPC.

Pensando desta maneira, porquê não dizer que com esta tecnologia podem se fazer ligações entre os
ramos das FADM e o Estado Maior General.
69

5.8.Conclusão e Sugestão

5.8.1. Conclusão

Por tratar-se de um assunto relativamente novo, algumas dificuldades foram encontrados no


desenvolvimento deste trabalho. Uma delas foi a pouca bibliografia existente e por este motivo
utilizou-se artigos, tutoriais, monografia e páginas disponíveis na Internet sobre o assunto, a outra
dificuldade encontrada pelo proponente foi a fraca cobertura da rede de dados existente na Academia
Militar e a falta de uma rede local para evitar a interruptibilidade do sistema proposto (VOIP).
Sendo assim, o proponente teve que implementar uma infra-estrutura de rede de dados que serve de
canal para transportar a voz dum ponto para o outro.

Na parte de implantação, tentou-se de maneira possível, ilustrar como configurar os sistemas, tanto na
infra-estrutura de rede como na implementaçao da tecnologia VOIP usando o protocolo H323. As
ilustrações foram executadas no programa JAVA e também no PAINT de modo a facilitar a
percepção por parte do leitor.

Implementar esta tecnologia (VOIP) num ambiente de rede sem fios foi um desafio a se ter em
consideração não só pelo facto de redes sem fios apresentarem certas vulnerabilidades na transmissão
e segurança da informação, mas também pelo facto de nunca ter se montado uma LAN do género na
Academia Militar, exigiu muito empenho por parte do proponente na projecção desta rede.

Verifica-se que ao implementar a tecnologia VOIP, implementou-se primeiro uma rede local sem fios
que, de certa maneira vem resolver o problema da eficiência na cobertura de rede internet, porque,
criada a LAN, para conectar à internet basta um modem DSL ligado ao ISP (internet service
provider). Deste modo conclue-se que o projecto cumpriu com os objectivos acima referidos.

Os custos serão verificados na compra dos equipamentos e na sua montagem. Uma vez montadas, o
custo nas chamadas é zero, logo vê-se que o projecto é viável economicamente, pois o valor investido
na sua implementação é absorvido pelos pelos benefícios ou vantagens, destacando-se entre elas:
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 Muito mais fácil de instalar e configurar e não há necessidade de fiação telefónica;


 Redução significativa de custos pelo uso da rede local;
 Melhor visão geral do status do sistema e das chamadas;
 Uso de infra-estrutura comum para voz e dados;
 Operação e manutenção única tanto para as redes de voz como para dados;
 Mobilidade, permitindo que os usuários possam acessar todas as facilidades configuradas em
qualquer ponto da rede e em qualquer localidade;
 Novos serviços podem ser implementados, de acordo com as necessidades da instituição, que
permitem compartilhar serviços de voz, dados e até imagens no mesmo terminal..

5.8.2. Sugestões
Na implantação de um sistema de voz sobre IP, devem ser criteriosamente analisados todos os
factores que efectivamente impactam na disponibilidade e na qualidade de serviço, além das ameaças
à segurança da rede e da comunicação.
Espera-se que este trabalho sirva como base para estudos e principalmente para implantação da
tecnologia VoIP na Academia Militar Marechal Samora Machel por meio de uma rede local sem fio.

Dicas gerais de protecção de uma rede wireless:

 Alterar a senha padrão que vem no ponto de acesso;


 Ocultar ou alterar o SSID;
 Utilize criptografia WPA/WPA2;
 Desactivar propagação SSID;
 Activar a filtragem de endereços MAC;
 Limitar o número de equipamentos para se conectar;
 Desabilitar o ponto de acesso quando não estiver em uso;
 Monitorar computadores que estão autorizados para a AP.
71

5.9. Bibligrafia

As referências bibliográficas retiradas nas páginas web são dinánicas, isto é, são suceptives a
actualizações, podendo assim se consultar a mesma página e não existir ou conter outras informações.

1. Alecrim, E. (2004). Monografia: Tecnologia VoIP. Disponível em:


http://www.infowester.com/voip.php: Acessado em: 20/06/2013

2. Al-Karaki, J. N. e Kamal A. E. (2004), Routing techniques in wireless sensor networks: a


survey IEEE Wireless Communications. Disponivel em: google/tutorial/tutorialwireless.anc
Acessao em 21/01/2013.

3. Amaral, W. (1994). Guia para apresentação de teses, dissertações e trabalhos de graduação.


UEM. Maputo.

4. Asterisk: An Open Source PBX and telephony toolkit. (2007). Disponível em:
http://asterisk.org/support/about: Acessado em: 15/02/2012.

5. BLOG:cisco@/3quip%m3ntos.voip/%tcc.com: Acesso em 02/02/2013

6. BLOG:ccna.com.br/cenarioVoip: Acesso em 02/02/2013

7. CC2520 (2008). Datasheet: 2.4GHz IEEE 802.11/ZigBee RF Transceiver, Texa Instruments.


disponível em : http://focus.ti.com/lit/ds/symlink/cc2520.pdf : Acessado em 21/01/2013

8. Colcher, S. (2005). VOIP: Voz sobre IP. (1ª ed). Rio de Janeiro: Campos. Disponivel em:
http://www.counterpath.com/index.php?menu=Products&smenu=xlite: Acessado em:
15/02/20013

9. Colcher S., et al. (2005). VOIP: Voz sobre IP. (2ª ed). Rio de Janeiro: Campus. Disponível
em: http://www.counterpath.com/index.php?menu=Products&smenu=xlite: Acessado em:
15/02/20013
72

10. Datasheet: Acess Pointer SMC WEBT-G. Disponivel em: www.smc.com/index.cfm: Acessado
em 10/10/2013

11. Doringom, R. L.; Pescone, O. (2000). Voip e suas aplicações. (1ª Ed) Brazilia Editora

12. Frobase, T. L. (2001). Wireless Solutions for supervisory control systems. Disponível em:
http://www.periodicos.capes.gov.br : Acessado em: 21/01/2013.

13. Gonçalves, F. E. A. (2007). Monografia: Guia de Configuração para o Asterisk PBX.


Disponível em: http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialtelip: Acessado em: 19/07/2013

14. LINKSYS: Produtos/Rede com fios/VoIP/Routers VoIP/ATA-PAP2. (2007). Disponível em:


http://wwwbr.linksys.com/servlet/Satellite?c=L: Acessdo em 23/02/2013.

15. Peterson, L.; Davie, B. (2003). Computer Networks: A Systems Approach. (3ª edição). Morgan
Kaufmann Series.

16. Proença Jr, M. L. (2002). WIRELESS LAN. Disponível em: http://proenca.uel.br/curso-redes-


especializacao : Acessado em: 20/12/2012

17. Sitolino, C. L. (1999). Voz sobre IP: um estudo experimental. Disponível em:
http://www.inf.ufrgs.br/pos/SemanaAcademica/Semana99/sitolino/sitolino.html: Acessado
em: 14/04/2013.

18. Tanenbaum, A. S. (2002). Redes de computadores. (4ª edição). Editora Campus.

19. Xavier, C.M.S et al. (1995) Projectando com Qualidade a Tecnologia de Sistemas de
Informação. Livros Técnicos e Científicos Editora.
73

Anexo 1

PONTOS DEFINIÇÃO DESCRIÇÃO


1 Inaceitavel Impossível endender a mensagem,
diversas interrupções
2 Pobre Interrupções, necessário esforço para
compreeder
3 Regular Qualidade ruim, sem interrupções mais co,
degradações
4 Bom Qualidade agradável, degradações sem
atrapalhar a compreenção
5 Excelente Qualidade perfeita e sem degradações

Fonte: Adaptado pelo autor

Como cada tipo de codificação trabalha com uma técnica e exigência de banda diferentes, a qualidade
do sinal de voz analógico resultante apresenta diferentes níveis de qualidade, devendo ser classificado
segundo algum critério. O método de classificação mais empregue usa uma pontuação entre 1 e 5,
onde um grupo de pessoas escuta várias amostras de voz decodificada (sendo o mais variado possível
e envolvendo vozes masculinas e femininas em igual quantidade). É tirada a média das pontuações,
gerando um valor denominado MOS (Mean Opinion Score).
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Anexo 2

yes


Broadband Hardware

SMC SMCWEBT-G
2.4GHz 108 Mbps Wireless
details:
Ethernet Bridge and Access Point
hardware type: Wireless Access Point
date added: 2006.03.18
updated: 2012.09.03

SMCWEBT-G Features
General
Availability: currently available
LAN / WAN Connectivity
WAN ports: 0
LAN ports: 1
LAN ports type: 10/100 Base-TX (RJ-45)
Router
MAC Address clone:
Wireless
Maximum Wireless Speed: 108 Mbps
WiFi standards supported: 802.11b (11 Mbps)
802.11g (54 Mbps)
802.11g+ (108 Mbps+)
Wifi security/authentication: WEP
WPA (TKIP)
WPA2 (AES)
802.1X (EAP-MD5/TLS/TTLS/PEAP)
Wireless MAC Address filtering
SSID Broadcast disable
WiFi modes: Access point
Wireless client
Wireless bridge (PtP)
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Repeater mode
internal antenna(s): 1
external antenna(s): 1
ext antenna(s) removable ?:
Antenna connector: RP-SMA (Reverse SMA)
Antenna gain: 5 dBi
Transmit Power: 20 dBm
Receiver Sensitivity: -85 dBm
Default SSID: SMC
Multiple SSID:
WDS compatible:
Device Management
Default IP address: 192.168.2.25
Default admin username: n/a
Default admin password: smcadmin
Administration: Web-based (LAN)
Remote configuration (WAN)
Quick Setup Wizard
Telnet / CLI
TFTP (RFC 1350)
Firmware upgradeable:
Configuration backup/restore:
Misc hardware info
SNMP support: SNMP v.1, SNMP v.2, SNMP v.3
Power over Ethernet (PoE):
Links
Product page: http://www.smc.com/index.cfm?event=viewP...
Datasheet: http://www.smc.com/files/AY/DS_WEBT_G.pd...
Manual: http://www.smc.com/files/AB/MN_SMCWEBT-G...
Quick Install Guide: http://www.smc.com/files/AO/QIG_SMCWEBT-...

Fonte: www.smc.com/index.cfm

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