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Mãos Que Viram Artes
Mãos Que Viram Artes
CAMPUS ARAPIRACA
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ARAPIRACA
2018
RHUAN NICOLAS DA SILVA SANTOS
ARAPIRACA
2018
A Deus, que é o autor da minha vida do
meu destino.
Aos meus pais, Rosa e Clênio, maiores
incentivadores, por todo amor e
dedicação.
AGRADECIMENTOS
Culture being one of the components that includes everyday practices, beliefs and
other aspects, being these passed down from generation to generation in several
ways, with the identities of each person or group being connected, thus the
popularization of culture, through its practices and of cultural spaces, with the
purpose of producing and keeping it alive, becomes more and more accessible.
Located in the municipality of Junqueiro, the Manoel Pereira Cultural Center is the
only building to serve the sector and host cultural events. Currently, the building is
associated with a lack of adequate space and meets the current demand of the
sector, that is, being suffocated to better meet the demands. Thus, there is a need for
a new space to accommodate the demands of the sector, where it is functional, with
quality and that provides users and visitors with a common well-being. For this, a
theoretical study will be carried out on culture, popular culture and mass culture and
the relationship between architecture and culture. Subsequently, a study will be
made of design references of cultural spaces that are references in the segment, with
the purpose of elaborating a proposal of architectural design of a cultural pavilion for
the city of Junqueiro / AL.
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
2 CULTURA POPULAR
também destaca o sentido negativo do termo, como sendo uma cultura não oficial,
ou seja, não reconhecida por uma parcela “dominante” da sociedade. Sendo assim,
Burke (1989) caracteriza a cultura popular como sendo problemática, pela existência
de muitas culturas populares ou variações da mesma. Ele acredita que a cultura é
um conjunto de limites indistintos, de modo que se torna impossível de afirmar onde
termina uma e começa a outra.
Bosi (1992, p. 319) define cultura popular como sendo o: “conjunto de
modos de ser, viver, pensar e falar de uma dada formação social”. Para ele, a
cultura popular é o agrupamento de práticas e modos, pensar e falar de um grupo ou
comunidade. Nessa concepção, Bosi (1992) traz duas reflexões, a primeira de que a
cultura não é sinônimo de arte, e a segunda de que não existe nenhum grupo social
que seja privado da mesma.
Lina Bo Bardi (1994) difundia sua visão de cultura popular não como
folclore, mas como práticas diárias. A cultura popular para Lina Bo Bardi pode ser
definida através de exposições próprias, projetos autorais, de expedições pelo
nordeste brasileiro, entre outros pontos. Para ela a cultura popular está no cotidiano,
em objetos como enfeites de casa, fifó de lâmpada queimada, utensílios de madeira,
boizinhos de barro, carrancas, jarros, vasos, tigelas, utensílios de cozinha, entre
outros tantos objetos, ver Figura 01. É neste contexto, com este amplo conjunto de
objetos, que é diverso entre si, que se encontra as mais distintas proporções de
agrupamento e de interpretação, a respeito da cultura popular.
De acordo com Bardi (1994) o folclore estava fora de causa, ele servia
apenas aos turistas e às senhoras que acreditavam em sua beneficência. Para ela o
folclore era uma palavra que deveria ser eliminada da sua grande cultura central. No
tempo em que a produção cultural se petrificava em folclore, as verdadeiras raízes
culturais de um país secam o que é indício de que interesses internos tornaram o
poder central, e onde as possibilidades da cultura do lugar são substituídas por
frases feitas.
O Nordeste com toda a sua força cultural, com base no sofrimento e nas
solicitações da grande massa popular e na subida do movimento popular, refletindo
sobre as grandes lutas do passado, com a estabilidade de uma cultura que nunca
menosprezou os costumes, a alma nacional. O Nordeste é original.
Considerando a cultura e suas homenagens, as vestes de couro, as panelas
de barro, o carro de boi e os alimentos mais dignos como: a mandioca, mandacarus,
água, rapadura, milho, cajarana e tantos outros frutos e cereais que mal alimentam.
Piores habitações, choupanas de sopapo, palafitas e buracos na caatinga, e a casa
grande e a senzala, formavam a imagem do Nordeste.
O Brasil se industrializou, devidamente ou inadequadamente, mas o
importante é a continuidade e o notável conhecimento de sua história, e a defesa do
patrimônio cultural que não permite ter fraturas. A indiferença e o esquecimento são
características das classes médias e altas, que resulta nas fraturas culturais. O povo
não esquece, ele é capaz de se erguer numa continuidade histórica sem fraturas.
Lina Bo Bardi, previa o resgate da herança cultural tradicional popular e a promoção de troca de
experiencias e integração entre alunos universitário e mestre artesões, em Salvador – BA. Disponível
em: site www.acasa.org.br. Acessado em abr. 2018.
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Figura 16 - Localização do Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas (antiga feira de
São Cristovão), em relação Antigo ao Museu do Amanhã.
vindo de Sergipe, que mais tarde ficou conhecido como pai Felix. Seu nome é
apontado como um dos destaques no desenvolvimento de Junqueiro, segundo
informações do site da Prefeitura Municipal de Junqueiro (2018).
De acordo com o Plano Municipal de Cultura (2017) contava os mais antigos
que no tronco do ingazeiro foi encontrado uma cruz com um pequeno desenho da
Divina pastora em um dos braços. Mais tarde foi transformado numa capela e após
algum tempo, na igreja matriz, como pode ser visto na figura 29, que tem hoje como
padroeira, Nossa Senhora Divina Pastora.
Anos mais tarde, o município que até então pertencia a Limoeiro de Anadia,
passou a ser totalmente independente governada por um prefeito interino, enquanto
se providenciava uma eleição oficial que ocorreria no ano de 1948. Assim o
município foi sendo construído, culturalmente e politicamente.
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5 PROPOSTA ARQUITETÔNICA
5.1.1 Terreno
5.1.2 Legislação
6 Junco planta marginal de crescimento rápido, de folhas afiladas e cilíndrica, em forma de lanças de
verde intenso, contudo, se plantada juntamente com outras plantas ou em solo com pouca umidade,
pode não se desenvolver satisfatoriamente. Disponível em: <https://www.jardineiro.net/plantas/junco-
juncus-effusus.html>. Acessado em: 01 mai. 2018.
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Sendo assim, a forma primária do trançado de junco irá compor toda coberta
do pavilhão, utilizando-se o aço, como material dos componentes estruturais, e do
bambu, nos elementos de vedação, elemento natural que simbolicamente
representará o junco.
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5.3.3 Paisagismo
formas simples construídas com tijolinho adobe e uma coberta simples de telha de
fibra vegetal, priorizando a funcionalidade do espaço.
Um dos acessos ao setor é marcado com uma escultura de madeira que, de
forma simbólica, também remete ao antigo engenho. Cada tipo de quiosque abrigará
um segmento do setor comercial: o quiosque tipo 1 será destinado à alimentação, e
quiosque tipo 2, à comercialização de produtos variados. O conjunto dos mesmos
formam uma espece de feira gastronômica, assim como acontece no Centro
Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas. O espaço ainda pode contemplar
pequenas apresentações musicais ao vivo e outras atividades referentes às
manifestações populares. O setor ainda conta com um bloco de banheiros e o seu
entorno contém mesas e bancos de madeira de alpina, possibilitando aos usuários
uma permanência agradável.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARDI, Lina Bo. Lina Bo Bardi. São Paulo: Empresa das Artes, 1993.
BARDI, Lina Bo. Tempos de grossura: o design no impasse. São Paulo: Instituto
Lina Bo e P. M. Bardi, 1994.
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das letras, 1992.
BURKE, Peter. Cultura popular na idade moderna. Trad. Denise Bottmann. 2. ed.
São Paulo: Companhia das letras, 1989.
SILVA, Daniela José da; MEDEIROS, Ana Elisabete de Almeida. Arquitetura por
escrito: ideias sobre o patrimônio construídas em dois textos de Lina Bo Bardi.
Disponível em: <http://www.shcu2014.com.br/content/arquitetura-escrito-ideias-
patrimonio-construidas-em-dois-textos-lina-bo-bardi>. Acesso em: 18 mar. 2018.