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RIBEIRO, Felipe
Estudo da aplicação de transmissão continuamente variável (CVT) em geradores eólicos
de médio porte / Felipe Ribeiro — Santo André : Universidade Federal do ABC, 2010.
80 fls. il. 29 cm
Ao professor João pela condução inicial, sugestões e pelo apoio indispensável para conclusão
deste trabalho.
Agradeço ao meu orientador, Professor Júlio, pela acolhida, paciência, sugestões e críticas, e
pelas conversas amistosas e ricas em ensinamentos, que quase sempre se estendiam além do
seu expediente.
A minha esposa e filha pela compreensão nos momentos em que precisei me ausentar
À minha avó Isabel, padrinhos Eliete e Antônio e à minha mãe Teones pelo amor
incondicional. Ao meu pai Ismael por compartilhar suas vivências e ao amigo Décio, pela
ajuda nas dificuldades acadêmicas.
À força criadora que nos inspira e nos impulsiona a fazer as coisas sempre bem e melhor.
The variation of wind speed needs adaptation of the wind turbine in order to maximize the
energy availability for the electro-mechanical conversion. The use of a continuously variable
transmission, in these conditions, enables a fixed frequency grid electrical connection. A wind
turbine equipped with CVT and an induction machine was simulated in Matlab. A wind model
and PI controller acting on gear ration were implemented. The gain of energy of this model
and the connection to a weak electrical grid were assessed. The results showed a gain of 10%
in energy and a stable voltage behavior, in agreement with Brazilian net-connecting rules.
1. INTRODUÇÃO 13
1.1. Objetivos 15
1.2. Geração Eólica 15
1.3. Competitividade da geração eólica 20
2. POTÊNCIA EÓLICA DISPONÍVEL 22
2.1. Potência eólica utilizável 23
3. MÁQUINAS ELÉTRICAS PARA CONVERSÃO DE ENERGIA EÓLICA 26
3.1. Máquinas elétricas de indução 26
3.2. Máquinas elétricas síncronas 29
3.3. Considerações sobre a máquina escolhida 31
4. SISTEMA DE TRANSMISSÃO CONTINUAMENTE VARIÁVEL 32
5. MODELOS PARA VELOCIDADE DE VENTO 34
5.1. Modelos para a turbulência do vento 34
6. MODELAGEM MATEMÁTICA E COMPUTACIONAL DO AEROGERADOR 37
6.1. Rotor 38
6.1.1 Parte Aerodinâmica 38
6.1.2 Parte Mecânica 40
6.2. Controlador 41
6.3. Sistema de transmissão continuamente variável 42
6.4. Gerador elétrico 43
6.4.1 Modelo por fase 44
6.4.2 Modelo de equações de estado 45
6.5. Rede elétrica 47
7. SIMULAÇÕES 49
7.1 Ajustes e validação do controle 49
7.2. Comparação do ganho de energia em configuração com o CVT 54
7.3. Análise de transitórios elétricos 56
8. CONCLUSÃO 58
9. PERSPECTIVAS DE TRABALHOS FUTUROS 59
REFERÊNCIAS 60
APÊNDICE: Relatório do Matlab relativo ao modelo utilizado 63
13
1. INTRODUÇÃO
A energia eólica é considerada limpa e renovável no sentido de que uma vez instalado
o aerogerador, durante a operação, não existe emissão de resíduos, sólidos, líquidos ou
gasosos e não se requer qualquer outro insumo que não o vento. A energia eólica produz
energia sem a emissão de gases do efeito estufa ou outros resíduos tóxicos. Os únicos
impactos ambientais durante a operação são: o ruído, perturbação visual na paisagem e
perturbação da biodiversidade da área. Estes impactos podem ser importantes em algumas
regiões e devem ser minimizados pela escolha de locais apropriados.
A geração eólica deve ser empregada nos locais onde os mapas eólicos mostram
condições adequadas. A energia eólica tem uma participação ainda pequena no mundo, mas
está crescendo rapidamente. Entre 1996 e 2009 sua participação cresceu de 0,1% para 2% da
1
Abreviação para Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia
14
geração elétrica mundial. A taxa de crescimento de energia elétrica eólica tem sido muito
significativa, cerca de 29 % ao ano. Em 2009, no mundo, atingiu-se a capacidade eólica
instalada de 159 GW com os parques eólicos distribuídos da seguinte forma: Europa com
47 %; Américas e Ásia empatadas em 25,1% e juntas África e Austrália com 2 %. Os
principais parques eólicos encontram-se nos EUA, China, Alemanha, Espanha e Índia.
(WORLD WIND ENERGY ASSOCIATION, 2010) O maior fornecedor de turbinas eólicas é a
Dinamarca, com 35% do mercado mundial, seguido pelos EUA, Espanha e Alemanha, com
15 % cada, e Índia, com 8 % do mercado mundial. (HAYMAN; HEINEN; BRONDSTED,
2008).
1.1. Objetivos
Há várias configurações de geradores eólicos, a mais comum é aquela com três pás
montadas em um plano vertical e com eixo de rotação horizontal. As pás são normalmente
construídas de fibras poliméricas reforçadas com o objetivo de reduzir o peso do conjunto e
fornecer boa resistência estrutural. Um sistema automático de controle deve permitir guinar o
gerador para que este sempre receba o vento frontalmente.
Há também projetos de geradores eólicos com eixos verticais, mas são pouco comuns.
Esses geradores apresentam eficiências de coleta de energia menores e cargas estruturais mais
complexas sobre sua estrutura.
A instalação de geradores eólicos é feita normalmente em grandes altitudes. Os ventos
tendem a ser mais intensos e estáveis em níveis mais elevados do solo devido ao menor efeito
perturbador do relevo da região
16
Uma tendência atual é instalar geradores no mar a certa distância da praia (geradores
offshore) para aproveitar os ventos mais intensos nestas regiões. Parques eólicos offshore
apresentam as vantagens de permitir utilizar áreas muito extensas e que apresentam menores
impactos ambientais que instalações em terra. A localização geralmente remota destes parques
reduz o impacto visual negativo. Nestes tipos de parques as maiores dificuldades são:
fundação do aerogerador, que pode ser fixada no fundo do mar ou instalada em plataformas
flutuantes, semelhantes às de extração de petróleo e gás, e o ambiente corrosivo marinho, que
impõe requisitos adicionais para todo o sistema eólico.
O tamanho das unidades geradoras eólicas tem crescido constantemente devido a
fatores de economia de escala. A potência média de turbinas eólicas vendidas pela empresa
WTG da Dinamarca em 2006 era de 1,4 MW, enquanto que em 2001 era de 0,9 MW.
Atualmente tem aumentado a participação de turbinas eólicas com potência maior e há
algumas que podem gerar até 6 MW com pás de até 126 m. (HAYMAN, B.; HEINEN, J. W;
BRONDSTED, 2008).
Na Figura 1.1 são mostrados os principais componentes de um gerador eólico de eixo
vertical: nacele, torre, pás, cubo, eixo principal, caixa de engrenagem, gerador, anemômetro e
anemoscópio e sistema de controle.
Nacele
Abriga os componentes principais do aerogerador protegendo-os contra intempéries
como chuva, vento, poeira e radiação solar. Geralmente possui base metálica (chassi) onde
são montados os componentes mancal do eixo, caixa de engrenagens e gerador. Sua cobertura
geralmente é feita em fibra de vidro e pode ser grande o suficiente para acomodar uma pessoa
para eventual manutenção.
Torre
Estrutura que posiciona o conjunto nacele-rotor em altura adequada para captação do
recurso eólico (DUTRA, 2009). Junto com a fundação provê suporte estrutural para o
conjunto. São conhecidas algumas configurações:
Tubular – aplicadas geralmente em geradores de grande porte, é constituída por seções
cônicas metálicas aparafusadas;
Treliçada – constituída por perfis metálicos soldados. Em relação à configuração tubular
apresenta significativa redução de material, implicando em conseqüente redução de custo,
porém a aparência é a desvantagem principal. O impacto visual do sistema é a razão que
justifica a não adoção desta configuração nos aerogeradores modernos;
Haste estaiada – configuração utilizada em aerogeradores de pequeno porte. Apresenta
como vantagens baixo peso e custo. O estaiamento pode ser realizado por cabos ou barras
metálicas;
Híbrida – torres construídas combinando as configurações mencionadas anteriormente.
A escolha da altura da torre está diretamente ligada a fatores como custo por metro, o
quanto o vento varia e sua disponibilidade acima do solo e o custo da energia adicional que
pode ser conseguida (DANISH WIND INDUSTRY ASSOCIATION, 2008)
Pás
Estruturas aerodinâmicas responsáveis pela transformação da energia cinética do vento
em energia rotacional no eixo do gerador. Pode apresentar formas e configurações distintas
bem como, construtivamente, utilizar os mais variados materiais. Os compostos sintéticos,
madeira e metais são os mais promissores. As principais características destas configurações
são descritas a seguir:
Compostos sintéticos – Os mais empregados nas pás são os compostos poliméricos ou
plásticos reforçados com fibra de vidro, em razão da sua robustez, resistência à fadiga,
facilidade de moldagem, baixo custo relativo e leveza. Os plásticos reforçados com
18
Cubo
O cubo é o componente estrutural onde são acoplados o eixo principal e as pás. É
responsável por transmitir as forças aerodinâmicas geradas na pá em torque no eixo principal.
Em razão da grande magnitude dos esforços aos quais é submetido, assim como o seu formato
complicado, geralmente são fabricados em ferro fundido ou alumínio, quando em
equipamentos de pequeno porte (ANCONA; VEIG, 2001). Seu tamanho e complexidade
também estão relacionados à utilização de sistemas acessórios de controle de passo.
Eixo Principal
O eixo principal é responsável pela transmissão do torque gerado pelo rotor para caixa
de engrenagens. Geralmente é fabricado em aço submetido a tratamentos térmicos para
melhora das suas propriedades mecânicas.
Caixa de Engrenagens
Também conhecida como caixa multiplicadora, tem como função aumentar velocidade
de rotação fornecida pelo rotor, tornando viável o aproveitamento pelo gerador elétrico.
Recebem classificação de acordo com a disposição das engrenagens que a compõe. Nos
geradores eólicos são comumente observadas as de eixo paralelo e planetárias.
19
Gerador
O gerador é o elemento que converte a energia mecânica de rotação do eixo em
energia elétrica. Normalmente são utilizados dois tipos básicos de geradores, os assíncronos e
os síncronos.
Os geradores assíncronos, ou por indução, requerem manutenção mínima, tem vida
longa em operação e custo reduzido. No entanto a parcela reativa necessária para excitá-lo
caracteriza um dos problemas principais, devendo ser tratada por sistemas auxiliares.
(BARROS; VARELLA, 2008, CASTRO, 2007; WEKKEN; KEMA, 2006).
Os geradores síncronos ou alternadores são empregados em grande parte dos sistemas
de energia de médio e grande porte atualmente. Possuem alta eficiência, podendo ser ligados
diretamente à rede, desde que mantida velocidade de rotação constante. Neste sistema a
frequência fornecida depende intrinsecamente da constância da velocidade de rotação,
podendo apresentar problemas de instabilidade caso essa relação não seja mantida.
O conceito CSCF do inglês “Constant Speed, Constant Frequency” vem sendo
substituído pelo VSCF, “Variable Speed, Constant Frequency”. Nele não é necessário
controle rígido da velocidade de rotação, permitindo maior aproveitamento do potencial
disponível. De modo geral os geradores que trabalham com este conceito derivam dos
geradores síncronos e assíncronos, porém com auxílio de eletrônica embarcada, podendo citar
o DFIG, “Doubly Fed Induction Generator” e “Direct Drive Synchronous Generator”.
(WEKKEN; KEMA, 2006).
Anemômetro e Anemoscópio
Fornecem dados do vento como velocidade (anemômetro) e direção (anemoscópio),
pertinentes ao controle de passo e de guinada (BARROS; VARELLA, 2008).
Controlador
Monitora continuamente o funcionamento do aerogerador, controla os mecanismos
atuadores de controle de passo e de guinada. No caso de falha de algum item para o bom
20
Freio
Um disco de freio que pode ser acionado por dispositivos mecânicos, elétricos, ou
hidráulicos para parar o rotor em emergências.
Os geradores eólicos são dispositivos que convertem a energia cinética do fluxo de ar que
passa pela área varrida pela pá em torque mecânico no eixo do rotor. Com o auxílio de um
gerador elétrico, este torque é transformado em energia elétrica.
A potência gerada por um gerador eólico pode ser determinada a partir da taxa de
variação da energia cinética do vento, E,
1 2
E mv (1)
2
com m igual à massa de ar e v, à velocidade do vento. A potência disponível no vento para
condições de velocidade de vento constante é dada pela equação 2.
dE 1 2 dm 1 2
Pvento v v m (2)
dt 2 dt 2
m é a vazão mássica de ar
m Av (3)
onde ρ é a densidade do ar (kg/m³) e A é a área varrida pelas pás do gerador eólico (m²).
Substituindo a Eq. 3 na Eq. 2 temos para a potência eólica disponível.
1
Pvento Av 3 (4)
2
16
C p C PBetz 0,59 (5)
27
1
Putil C p AV 03 . (6)
2
rotor rpá
v (7)
com:
rpá: raio da superfície coberta pelo giro das pás do aerogerador (m)
Nas outras velocidades, a conversão da energia cinética do vento ocorre com menos
eficiência, produzindo inclusive vibrações.
Ainda na figura 2.1, observa-se que turbinas eólicas de eixo horizontal tipicamente
utilizada em parques eólicos, com duas ou três pás, λ apresenta valores na faixa entre 7 e 10
(CARLIN et al., 2001).
Figura 2.1 – Característica do Cp para diversas configurações de rotores, adaptado de Hau, (2005).
Os principais tipos de máquinas elétricas com aplicação em geradores eólicos atuais são
as trifásicas de indução e as síncronas (WEKKEN; KEMA, 2006). Neste item discutiremos os
princípios de funcionamento destas duas tecnologias, destacando suas características quando
aplicadas a sistemas de geração eólica.
60
s 2 f (rad/s) (8)
p
Onde:
ωs: velocidade angular síncrona do campo magnético rotativo
s ger
S
s
(9)
Onde:
S: escorregamento;
ger s (1 s )
(10)
Figura 3.1 - Circuito equivalente por fase do motor de indução, adaptado de Fitzgerald, (2006).
A partir deste circuito por fase (figura 3.1), Fitzgerald (2006) deduz a equação 11 para
cálculo de torque da máquina elétrica em regime.
28
2
1 3V1eq R' 2 / S
Tel (11)
s R1eq ( R ' 2 / S ) 2 X 1,eq X ' 2
2
Onde:
V1eq tensão sobre a reatância Xm, para I2 =0;
R1eq resistência de estator;
R’2 resistência de rotor referida;
X1eq reatância de dispersão do estator;
X’2 reatância de dispersão do rotor referida;
Xm reatância de magnetização da máquina.
Outro sistema utilizado em geração eólica que aproveita o acesso aos enrolamentos do
rotor é o DFIG, “Doubly Fed Induction Generator”. Nele, o estator é alimentado com a tensão
da rede e o rotor com a tensão do conversor. A freqüência das tensões geradas pelo rotor é a
soma da frequência do eixo da máquina com a da tensão do conversor. (HAU, 2005,
ACKERMAN, 2005)
Outra característica interessante é que apenas parte da potência elétrica (“S” vezes a
potência que flui pelo estator) flui no circuito do rotor, o que reduz os custos relacionados ao
dimensionamento e perda de potência no inversor. O dimensionamento deste componente está
relacionado à faixa de velocidade de escorregamento, apresentando custos, volume e peso
maiores para as maiores faixas de operação.
Num motor síncrono, assim como num motor de indução, o enrolamento do estator é
alimentado com tensão em corrente alternada produzindo um campo magnético rotativo. Ao
contrário do motor de indução, o campo magnético do rotor é gerado por uma fonte externa de
corrente contínua, ou por meio de ímãs.
2
T p R F f sen RF (12)
2
Onde:
p par de pólos.
30
Com base na equação do torque, observa-se que é possível aumentar o torque máximo
em sincronismo, elevando-se a corrente de campo e, consequentemente, o fluxo do entreferro.
Contudo, isso não pode ser feito de maneira ilimitada, pois o aumento da corrente aumenta as
perdas em forma de calor, que é limitada pela capacidade de refrigeração do rotor. Outro
ponto é que para altas correntes o fluxo do entreferro é saturado por limitações da material
ferromagnético da máquina. (FITZGERALD, 2006)
Neste trabalho, optou-se por estudar o gerador de indução com rotor em gaiola de
esquilo, pelas suas vantagens associadas ao baixo custo, manutenção e robustez. O CVT e seu
controle deverão ser estudados para compatibilizar a frequência da rede com as necessidades
de variação da velocidade do eixo da turbina para maximizar a potência eólica disponível em
condições de vento variáveis.
32
Figura 4.2 – Posições típicas do eixo que controla a relação de velocidade de um CVT de esferas,
(FALLBROOK, 2009)
Dois modelos diferentes de velocidade do vento foram necessários para este trabalho. O
primeiro representa flutuações de curto intervalo de tempo, chamados de turbulência,
tipicamente na faixa de segundos.
O valor médio determina a quantidade de energia que pode ser extraída do vento em um
longo período. Assim é um dado importante na definição de um local para instalação de um
aerogerador.
35
Onde:
fase(i): fase adotada como um número aleatório entre 0 e 2.π, gerada pela função
randômica do software Matlab;
Com:
df: intervalo entre duas frequências consecutivas utilizadas (adotado 0,01 Hz);
nk (i ).z. 2
S (i ) V (15)
1 .5 nk (i ) 5
0.2.3 (1 . )
2 V
Onde:
Na figura 5.1 observa-se variação da velocidade entre 5 e 13 m/s com valor médio de 8
m/s. Como a potência eólica disponível é proporcional ao cubo da velocidade, a variação de 5
m/s para 13 m/s modifica a potência disponível em cerca de 18 vezes. O objetivo do sistema
de controle não é aproveitar esta variação extremamente elevada em curto espaço de tempo,
mas apenas variações que sejam sustentadas por alguns segundos, mantendo a estabilidade do
sistema nestas condições turbulentas.
37
Pvento (v, rotor ) Pger ( ger ) J rotor rotor rotor (16)
6.1. Rotor
O modelo foi elaborado com base em uma modelagem simplificada de uma turbina
eólica apresentada no MATLAB®. Nela admite-se que a rigidez dos acoplamentos é infinita e
que tanto o coeficiente de atrito quanto a inércia precisam ser combinados com os do gerador
acoplado.
39
AV03 c p ( , )
Trotor (17)
2 rotor
Onde:
c5
c
c p ( , ) c1 ( 2 c3 c4 )e i c6 (18)
i
Com
1
i (19)
1 0.035
3
0.08 1
Onde:
Trotor Tel ict icvt J rotor rotor (20)
Tres J rotor rotor (21)
Tres
rotor (22)
J rotor
Onde:
6.2. Controlador
ótimov
ótimo (23)
rpá
t
ref k P e(t ) k I e(t )dt (25)
0
Neste sistema, com a razão entre a velocidade de referência (ωref), fornecida pelo
controle e a velocidade de entrada do CVT, (ωCVT), obtém-se a relação de transmissão do
CVT, (iCVT).
Para considerar os limites de operação do CVT, (iCVT) é multiplicada por uma função de
saturação, f1, equação (27), que limita a relação de transmissão nos valores máximos e
mínimos de (0,52 e 1,8), fornecendo uma relação de transmissão saturada, (iCVT sat ). Esta
relação saturada é multiplicada por uma função de limitação variacional (f2) que implementa o
tempo de varredura de um extremo a outro (de cerca de 60ms no CVT simulado). Como
resultado obtém-se a relação de transmissão real do CVT, (iCVT real), equação (28).
ref
iCVT (26)
CVT
Na figura 6.4 quando a chave está na posição iCVT real, o CVT está ligado, permitindo a
variação da relação da relação de transmissão. Caso contrário, o sistema funciona com uma
relação de tranmissão fixa.
torque. Com base nas variáveis de entrada, velocidade angular do rotor (ωrotor) e torque do
CVT, (Tcvt), as relações que determinam as saídas da caixa de transmissão são:
Onde ω CVT e Tel. rotor representam a velocidade de entrada do CVT e o torque de entrada
do rotor, respectivamente. Para a relação de transmissão, ict, adotou-se 35,09.
Como definido na seção 3.3 será realizado a modelagem de uma máquina de indução
com rotor em gaiola de esquilo, devido à sua maior robustez.
Foi necessário desenvolver dois modelos distintos para tornar mais rápido o processo de
desenvolvimento do controlador. Estes modelos possuem como entrada a rotação do eixo e
como saída seu conjugado em uma determinada rotação e tensão de alimentação.
O primeiro modelo é o modelo por fase com tensão constante proposto em diversos
livros textos (equação 32). Este modelo foi utilizado para ajustar o controlador de forma mais
rápida, pois o tempo de sua simulação é relativamente reduzido.
2
1 3V1eq R' 2 / S
Tel (32)
s R1eq ( R' 2 / S ) 2 X 1,eq X ' 2
2
R1,eq 0.0302 Ω
R’2 0.0172 Ω
X1,eq 0.1067
X’2 0.1067
d qs
Vqs Rs .I qs se qs (33)
dt
d ds
Vds Rs .I ds se ds (34)
dt
d qr
Vqr Rr .I qr ( se p. ger ) dr 0 (35)
dt
d dr
Vdr Rr .I dr ( se p. ger ) qr 0 (36)
dt
qs Ls .I qs Lm .I qr (38)
ds Ls .I ds Lm .I dr (39)
qr Lr .I qr Lm .I qs (40)
dr Lr .I dr Lm .I ds (41)
Ls . Lls Lm (42)
Lr Llr Lm (43)
46
Onde:
se 2f (44)
E:
Neste modelo, devido à configuração do rotor em curto circuito, suas tensões do eixo
diretoVdr e em quadratura Vqr resultam em zero.
2 pares de polos;
Rs =0,0302 Ω
Rr = 0,01721 Ω
Quando o gerador foi simulado pela equação 23, representação monofásica, a rede foi
considerada de impedância zero, capaz de manter a tensão nos seus terminais constante, no
valor nominal, independente da carga utilizada. Isto se reflete em manter a tensão V constante,
independentemente da potência transmitida.
Figura 6.6 – Gerador de indução por equação de estados e rede implementados no Matlab/Simulink
Já para simular o gerador a partir das equações de estado, como observado na figura 6.6,
a rede foi simulada por três fontes de tensão de impedância zero, em série com uma linha de
transmissão de impedância de curto-circuito de 10 MVA (100 vezes a potência do gerador).
Uma carga resistiva de 100 kW foi colocada próximo ao gerador de indução. Um banco de
48
capacitores trifásico com a potência reativa igual à necessária para magnetizar o gerador em
vazio foi colocado em paralelo com a carga resistiva.
Na parte esquerda da figura 6.6 observa-se esquema de controle para evitar que o gerador
elétrico motorize. O bloco histerese é inserido para evitar ressonância do sistema durante o
chaveamento durante a ligação e interrupção da rede, que por sua vez é apresentada na parte
direita da figura. As chaves ligadas ao bloco resistores (carga) e capacitores servem para
acionar ou desligar estes componentes durante a simulação.
49
7. SIMULAÇÕES
O ajuste foi realizado utilizando-se o modelo do gerador elétrico por fase, não linear,
tendo em vista a necessidade de um grande número de simulações e, portanto, um menor
tempo de processamento dos resultados.
Com base na característica não linear do sistema, utilizou-se como método de ajuste
testar combinações de ganhos P e I em uma região onde a constante de tempo do controlador
fosse da ordem de um segundo. Considerou-se este tempo compatível com o perfil de
variação da velocidade do vento estudada. O limite superior do ganho proporcional foi
escolhido para evitar potenciais oscilações devidas a ruídos dos sinais.
Foram realizadas diversas simulações, a partir das quais foi elaborada uma tabela com
pares de ganhos P-I, com ganhos proporcionais de 100, 75, 50, 25 e 12,5 e integrais de 250,
200, 150, 100 e 50. Um gráfico foi traçado e apresentado na figura 7.2. Para sua representação
incluíram-se curvas de nível com os diversos tempos de resposta medidos.
Com o objetivo de validar o controlador em sistema, o mesmo foi interligado a uma rede
com impedância de curto circuito de 100 vezes a potência do gerador. Uma carga igual à
potência do gerador é colocada na sua saída.
Inicialmente, foi feita uma comparação entre os resultados obtidos pelos dois modelos de
gerador, respondendo a degraus de redução de velocidade do vento a partir de 10 segundos.
Os dados de vento e os seus respectivos degraus podem ser observados na figura 7.3.
Figura 7.3 – Gráfico comparativo do tempo de resposta de sistema configurado com modelo por fase e modelo
por equações de estado.
Estes resultados indicam que os modelos dos geradores são equivalentes nas regiões
centrais do controlador. Já para os limites de relação do CVT, o comportamento dinâmico
passa a ser dependente do modelo utilizado. Desta forma, o modelo deve ser o mais preciso
possível para permitir conclusões sobre a estabilidade deste e de outros controladores
propostos pela literatura.
Uma vez que o ajuste do PI mostrou-se adequado até este momento para o modelo mais
completo do gerador, estudou-se o seu comportamento de forma mais aprofundada, buscando
validá-lo.
52
Optou-se por validar o sistema provocando variações em degrau em toda a faixa dentro
do limite de operação do CVT, tanto com perfis crescentes como decrescentes de vento. Em
seguida condições de turbulência foram agregadas aos degraus
Nos primeiros segundos desta simulação, o gerador foi acelerado a partir da velocidade
de rotação zero. Na condição de vento crescente, observa-se que inicialmente o controlador
foi desconectado, bem como o gerador. Assim, o sistema foi acelerado com uma relação de
transmissão fixa. A partir de 15 segundos, o gerador entrou em funcionamento, e o
controlador foi capaz de aproximar a rotação do eixo da turbina à rotação de máxima
transferência de potência (ótimo).
Para baixas velocidades de vento, ou seja, baixas potências eólicas disponíveis, o alto
ganho do controlador produziu oscilações, mas o sistema permaneceu estável. Um tempo
53
maior entre os degraus de vento mostraria com mais facilidade este fato. A amplitude das
oscilações do erro se reduziu à medida que as velocidades de vento aumentaram.
O sistema foi projetado para funcionar com ventos de até 13 m/s. Para ventos de 14 m/s o
sistema não foi capaz de manter o erro em zero. Assim, a velocidade do rotor não permaneceu
no seu valor ótimo que maximizaria a potência eólica disponível. Mas permitiu que o gerador
não disparasse de forma a que, nestas condições, parte da potência continua sendo
transmitida, permitindo um desligamento adequado da turbina, caso necessário.
Esta distribuição foi adicionada ao vento, resultando na curva da figura 7.6. Observa-se
que a cada 10 segundos o valor médio do vento foi modificado aleatoriamente. Devido ao alto
nível de turbulência este efeito foi pouco visível, mas o controlador acompanhou corretamente
esta variação.
Figura 7.6 – Curva característica do vento acrescido de sinal com distribuição Weibull (em tracejado)
Figura 7.7 – Gráfico comparativo da potência do rotor com variação da velocidade do vento em torno de 8m/s,
em configuração com relação de transmissão fixa e variável.
Ainda na figura 7.7 observa-se que este ganho é obtido particularmente pelas condições de
vento afastadas da velocidade de 8 m/s, tanto para velocidades inferiores quando superiores à
de projeto. Nestas situações o CVT passa a ter papel fundamental no sistema. Espera-se que
nas condições reais este ganho possa ser ainda maior, pois a velocidade do vento, em média,
deve se afastar do valor de projeto por um maior período que o simulado.
Figura 7.8 – Tensão eficaz de linha em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento turbulento.
Figura 7.9 – Corrente instantânea em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento turbulento.
57
Figura 7.10 – Erro, em rad/s, do controlador em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento
turbulento.
Figura 7.11 – Relação de transmissão em aerogerador configurado com CVT e sujeito a perfil de vento
turbulento.
Nas figuras 7.8 e 7.9, observam-se transitórios de tensão e corrente nos intervalos de 50 e
60 segundos e 70 e 80 segundos. Nestes intervalos a queda da tensão é justificada pelo
aumento da potência fornecida pelo gerador de indução para a carga, com a conseqüente
perda de capacidade de magnetização do circuito pelo capacitor.
Contudo, no maior afundamento a tensão apresentou variação de 1%, valor que atende aos
requisitos que constam na resolução n° 505/2001 da ANEEL, que prevê faixa de variação de –
5 a 3%, para sistemas com tensão nominal entre 1 kV e 230 kV. (PINHEIRO, et al., 2003)
58
8 CONCLUSÃO
A energia eólica é renovável e natural, considerada também uma fonte com baixíssimos
impactos ambientais e em fase acelerada de crescimento. Por outro lado, o regime inconstante
dos ventos e as limitações físicas da conversão eólio-mecânica são barreiras que aos poucos
são superadas por novas tecnologias tornando cada vez mais economicamente viável a
utilização desta fonte.
Finalmente, o teste experimental do controle utilizado é uma fase a ser realizada para
validar o presente estudo. Neste caso, deverão ser estudadas formas de garantir as condições
de limite das potências fornecidas pelo gerador com sistemas de proteção adequados ao
sistema.
60
REFERÊNCIAS
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CARLIN, P. W.; LAXSON, A. S.; MULJADI, E. B. The history and state of art of
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Capital Costs, 47th AIAA Aerospace Sciences Meeting Including The New Horizons Forum
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Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) Boise State University. 2007
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application in wind turbines, 2003, Report number: DCT 2003.90.
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Variable Transmission, 2007 Second IEEE Conference on Industrial Electronics and
Applications, pp 2603-2005, 2007
63
APÊNDICE
Simulation Sample Disable Snubber Disable Ron Disable Vf Sw Hook Display Function Enable Use Of
Name Frequency SPID Interpol Frequencyindice Echomessages
Mode Time Devices Switches Switches Tol Port Equations Messages TLC
powergui Continuous 50e-6 60 off off off off 0 off 60 off off off off off
X0status Restore Links Frange Ylog Xlog Show Grid Save Variable Display Style Fundamental Freq Axis Max Frequency Frequencyindicesteady Rms Steady Display Ts Methode
blocks warning [0:2:500] off on off off ZData 1 60 off 1000 1 1 off 0 off
Tabela 9. RateLimiter Block Properties
Name Rising Slew Limit Falling Slew Limit Sample Time Mode Linearize As Gain
Rate Limiter1 2 -2 continuous on
Rate Limiter5 100 -100 continuous on
Tabela 10. Relay Block Properties
Name On Switch Value Off Switch Value On Output Value Off Output Value Out Min Out Max Out Data Type Str Zero Cross
histerese -.0001 -.0002 0 1 [] [] Inherit: All ports same datatype on
Tabela 11. Repeating Sequence Interpolated Block Properties
Out Out Out Out Data Output Data Type Out Data Out Lock
Name Time Values Look Up Meth Tsamp
Values Min Max Type Str Scaling Mode Type Scaling Scale
120/size(vy,1)*[0:1:size(vy,1)- Interpolation-Use End
rajada vy .001 [] [] double double float('double') 2^-10 off
1] Values
69
Icon Bus Out Out Out Data Type Source Of Initial Output Output When Initial Dimensions
Name Port Used By Blk
Display Object Min Max Str Value Disabled Output Mode
lig 2 Port number BusObject [] [] Inherit: auto Dialog held [] auto SwitchControl
System - motor_inducao_v20_para_impressao/capacitores
Gain1 30/pi
pi Gain5 pi/30
Gain3 pi/30