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(]TIVEIRA

MÁRCIO PINON DE

FIÁV]A ELAINE DA S tVA I\1ARÏ NS

LETíCIA DE CARVALH(] GIANNETLA

{0RGS )

Dominação e aProPriação na
luta por espaço urbano

coNsEQUÊNCLÁ'
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I 1,..!:rlì1 l- hr|nnÌ091i)
I C..!rLir L ÌLrii.nÌf 9LLc
CAP TUIO B

Dominação e apropriação na produção


do espaço urbano

.trp:// 0 caso do bairro lVlaré, RÍo de Janeiro (RJ)

DaviBovilÌÊÌtÌa
,ruPa-

A prodlrçaÌo deste cìpitrLìo sc inserc em um monìento espaço,tenrporâl


de grande.ompÌeÌjficâcão dâs quesrôes socioespàciaìs c rLrbanas
brasì
leiras. P:ÌrêìelâlìeÌrte euforìâ (razida p€l:Ì realização dâ Copa do X,ILrn
t003. 'ì
do de FLüebol, cÌÌ 101.1. e dos Jogos OÌimpicos c lrâraÌjmpicos, enì 20t6,
rÌlia grândes nìânifestaçò€s ecìodirâìn em 20Ì3, rrazendo âs auesrões sobre.
:: L\ìi 'irorildr. f.,.., ic,t",l.u,.t,,.r . .1,rt:. .a..,,|' ,.,.
ma geraì como cerne de diYersàs insârisfaçôes dì populaçio em suê vi_
: da.Ìe. \.êrìcìc na cidade. taÌ tènônìeno ÌeveÌou a corìrradição estâbeLecidâ
enrre
os vuÌtuosos inlestirÌìcntos pirltìcos nos Ìncgâe|entos (e as promiscuas
::.). o rclâ.òes Èstabi.lecidas coÌì o setor privrdo), que se cortraptLDlìanì coDÌ o
constantc deterìoÌamenro da qrâÌidacle de Íida dâ populâção, tr,ìzeÌrdo
coÌno bandeira a rei\.ìndiciìçrio,ìo dircito à cid.Ìde.
1989. O Rìo de ÌancìÍo, pâr tìculaflìent€, vi\encia de torrna aeudâ ro.la ess.
1,.o.,r,J, .d. \., ,,t,,r^ , p(t,.r,,.., n.,, .. ,.g,,i,,,,. .",.,
tolr se um retorno à pcrspectìvr de reìnocôes de fâ\eÌâs, seDdo o caso
nìàis emblemátì.o a sìrLrâção dâ \riÌa Autódromo, nà zoìÌa oeste.Ìr câDì
ta1, cuja renìoção Jììì nìotìvada pelâ Ììecessìdâde de construçio
do parque
OliÌìpico, deÌÌtrc outros inleresses associêdos à exparrsao e à cspecul.rfao
iÌìrobiÌjária Ììa rcgião. NÍoliyado por rÌma intcnsa crise econôÌni.ã c rob

lst..rtiluir) oriBürou s. do.ÍiE. i nuÌado


.,o..nÌliro.nÌr.
o\ c\f!.os.or.ebnl,,.
ii'
rriJ c.nro tonìr de lÌ,ta pe o llÌrcito ì.nìad., ipkscrÌàdo atÌa,és dc.onìÌ,ni.rcio or!Ì
', h ,"
rolembÌo de 20Ì, e!ì SaÌr'aio'!_\, corsnìuândo as.Íirnar. suqc\trics lo (iÌuDô,Ìe
'Lr , .t ,r ,t ,, r-J.
abonl&Ìa n! minl,âiÌ$cÌtâcào (Ìe nì.Íra.l.
224 D0M N)(i0 E JPB0PR -\)0 ì,1- LUÌr\ P03 E5P1t0 Úi3)Ìl

justilìcatlva de rlteda na àrrecêdâçào tributáÍìa' a sitlÌação âgravou se


con1 a ãprovâção do Decreto n" 45.692, de 17 de junho de 2016, que es-
tàbeÌeceu o estado de caÌamidade púbÌjca no âmbito dâ admiÌristração
finaÌìceira do estado do Rio de laneiro até o fim de 2017, cuja mnis ÌÌotó-
ria ÌÌràteriaÌização se fez exPosta na incapacidade de o Governo do llsta
do realizar o pagamento dos pÍóprios servidores púìrÌicos, eÌìtre outras
obrigaçôes legais. O âumeito da cri inaÌidâde vioÌentÀ e não vioÌentâ, o
número recorde de assãssinatos de poÌiciais miÌitaÌes ao Ìongo dos pri
nÌeiros irês Ììeses de 2018, o crescente nirmeÌo de cÌiaÌìças e adoÌesc€ÌÌtes
morlos em favelas e, mais recentemente, a br!ÌtaÌ execlÌção dâ vereado
Ìa MaÌie1le Franco c a ìnédita intervenção miÌitaÌ fed€ÌaÌ no €stado são
fatores que contriÌruen mais ainda para à agudizaçâo das tensÕes e os
.onflitos sociàis no Rio de TaÌìeiro.
flntretêÌ]to, esse periodo cÍitico e ale crise tanbém se coÌìstitüi como
uma oportunitÌade de se colocar nos esPaços de discussão Politicos,
instltucionais, nos nìovin]entos sociais e espaços êcàdêmicos - as foÌnìas
pelas quais as tensòes sociais podem ser superâdas, e' mais do que isso,
permite colocar o próPrio espâço em discussáo Nesse sentido, trazendo
à tona o tema geraÌ destetrãbaÌho, torna se imprescindivel discutir ques
tões pertinentes à prod[ção do espaço r]rbano' lendo e vista o que co
Ìocà Henri l-efebvie quando âlìrma que, Par mudaÌ âs ÌeÌações sociais'
é necessário tãmbénÌ mudar o espâço (GIANNELLA, 20Ì5) Nessa essen
ciaÌ müdança no âmbito da prodrÌção do espaço, toÍna se fundaÌnentaÌ a
necessìdade de desnâturaÌização de coÍceitos e ideoÌogìas ÌÌegemônicas
que subsitÌiam e balìzam os fènômenos e processos acima Ìnencionados'
principãlnìente no que diz resPeito ao trâtamento estataÌ com reÌâção à
população das faveÌas, principalmente porqrÌe o qLÌ€ geralmente se toÌna
preponderant€ em suas representações hegemônicas, d€ forma geÌal, é
a ideiâ de que são o lócas da vioÌência urbana, do tráfico de drogâs' do
nedo, da marginalitiade e da miséria (SOUZA, 1996; CAÌvlPOS,2004i
RAPOSO, 2012; SILVA, 2015).
:lal estigma é ãindâ mais reforçado peÌas definições técnicas oficiais
âo se referirem à esses espâços sob a persPectiva da precariedâde' dn
subnormaÌidade e da cLaÌìdes!ìnidade No âmbito federaÌ, parã a oPe'
Ìacionalizaçáo do Censo Demográfico, o lÌlstituto Brasileìro de Geo_
tr.ifi lÉ!?r; atÍicr â.ãr fa fi!"r rar
ú |s01r !Íbâi. t2b

grafia c tstarísrìca (ÌBGE) tlefne as


áreas cle favelas corÌÌo setores de
agÌourerados subnorìn:Ìis (um
dos ripos de setores especjais:):

Lonju.lo consÌiruto de, no ÌniDimo, st


unididcs habìta.ionâis, eni su.
mxioriâ. ocupaÌrdo dÌ Ldrdcì ocupado
atË peri.ìdo recentej te.Ìeno de
pro
priedadc aìheja (púbtjca ou paÌrj.utar)
disfosrâs, e,n ge-r, d" to.m" ac
so.dcnadâ e der]sa, benì cono cnÌentes,
eÌìì slÌa DÌâjorja, de seÌviços púbÌi
cos cssen.jajs. (ÌBaiE, t0l0)

AtualneÌìte, o conceìto dc tàveÌa utilizado


pelâ pÌcieirÌÌra X.ÍunicjfaÌ do
Rio de Janeiro é o dctìnido peÌa Lei
Conpìementar n" Ì 1t, de 01" rle feve-
relro .1e 20ÌÌ, que iììstituiu o pÌâno DjÍetoÌ
de Desen'olvimeDto Urbarro e
SlÌstenrá\eÌ no n1unicipìo, eÌÌÌ seu
o ârtigo 2J.1, parágràfo 3"j

[...] áLea p.edonìinaDremenÌ€ habitactonâ1, ceÌicleÌtzâda


cÌarÌdcntna e de baixa reD.ìa, tor ocupaçâo
trecâriedade de infiì*rrutr,- 1,.ba,," c.ae
seftiços púbìi.os, yjas esrÌejras e aÌintìân
.e amen,o cv ücu,"..".,;,;;ïï:J::il:li:ïjï:lï":::,
cr.l- '..to
'òr"'a ,,...t .,. Fe.,r.\ g(,e

Por ìsso, laz se cada vez nìiÌis nec€ssário


contrìbuir coln o debâie
rr-ìr..d,..e.e.p..u. L,- r \Jo,iL .].,
ï:.::.:
,,...u...i..,...r.,hr.1o., ',. ".p,":.-
.f,..Jo,.-.o,,,,,o,,ir^..
rna' ."..nburì. o .., .cr,r, rli3rc, ìo,h.
ft,a.,,,n !oD-ed.-..-
.ro.n, <,. .-r.r,p,u,ru.iu,r.e,r,..u.\ \ r,,. o
ll-lì i1.""... d. urJÌ,.r.e.c.(.d.,o..,,b,
::.:1,,, .". " .e,.d,.r., .eL.,i,, od-,.,;...
l-.,j". r ,o,Ìdrle.,en. ,,r.".,.,p.,o.
.,-r;,.,,
rìecü. <.ì.t \Jnpoìer ....rtrrl n".el.o
o..JU.o.r. er.o.,,. d,... u,ro.r. o,:do...r,o ,.ror
r. ren Lr , n.,uC(
denúncia, de eÌìfrenrâmento,.Ìe r,âÌorização
da idcntida.Ìe e lrlen1óriâ

r(ìutr!. Ì r .l! .-r ft\ !\!r. , . no\..n\o\


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1ocal, dc lutr p.rra a conquistx de direilos, entre ouLÌos, ao s. inscrirenÌ


nr pÍottcr.iitic:Ì clâ lutà pelo espaço. r\ lìipótese iÌ ser \eÌifìc.Ìdr qucdio
na de qLÌe loÌ,ì1x o .nfrcntìmcnto rcaljz:ìdo por delerÌììj)1ad.ìs prátì..ìs
c$a.i Ìs .uÌturìis f.'âliz.ìclâs no b.ìirro pode fiìzer allrsào ì lutâ Pclo
direìto à.nlade.
O nÌétod.r sob o quaÌ èslii.Ìliccrç:Ìdo cslc trâbaÌho está baseedo cì.'.tcor
do com o iá desenrolì'Ldo por Cì.Ìnncllâ i20l5). (:orìrir 'irérodo .Ì.' ilìtcrPre
tâçâo da r€aÌj(lxde ro.i.Ìl e i1.lccquiE:1, o tratraÌho telì coÌÌo fÍessupostll
1ìlosó1ì.o o ]niteì iâlis,ì1o histó.Ì.o e dialético. .LÌlâ perÌrectit â, dc a.ordo
.on1 trlartjns (Ì996), trâ7 .ìo dr'bnte a jmportàn.iô da àn'ilisc dâs contradi
çòes e coÌrfÌilos irì.rcì]t.'s ìs tuìaçò€s sociais aos processos dc produção rìLr
espaço. irs qLÌiis s.'.oÌìstitrLcnì hiÍorj.amcnte lìldiânle.listiÌìtas t€mpo
raÌnlades. lri ro ììììbito dos "méttxÌos tle inlestigdçaÌo', os qLìàis reterenl
s€ às nçòes.ipera.iorì.Ìj\. té.ni.as nc.cssririas à apropr itÌçrÌ., .{â rcaÌidrde
nÌ.ìtcriaÌ, tal.onìo cliscorrcu Nctto (10091, serào utiÌizades rs técni.às de
revisào bjbliogÌ1ilicâ âccrc.ì dos princ+rajs .oÌlccitos 1e(ir jcos tÌ xbalharlos
''produçaìo s.)cl.Ìl do c(pa.o". nas dlneÌìsa)es dos espaçor coÌì.cbido,
'ivido
e peÌcebido. ìLénr do.on.eito dc djreito j.nÌìde", ânìbos pârtiÌrdo das
contribLÌiçoes t.'óri.o nÌetodoÌógi.as do tìlós.,íò Henri Lcri'b1re aÌerÌ de
trabrÌho tÌe crnrpo de caráter etnogrifrco.
O lÌaÌì.ìÌho clc c.rnÌpo reaÌizado no bajno tevc.onìo té.nicx PrirclfiìÌ
x obsêr\.Ìç.Ìo lÌìrticjpaÌìte coll] lislxs a aconrprÌìhar o tlesenroÌr imer trr
das .Ìtivicl.Ìd.s do blo.:ir de carnavrl ":e BeÌìzc qlÌe Dá1" no .ortejo cìe ..Ìr
niÌ\.Ìl dc 2ul7 A escolha por essa lécnj.a .Ìe .ÌproninÌaçrilr c1o espaço ertr
estLÌdo t.1ìì.onìo poÌrto de parlicÌì ì irls€Ìç:Ìo na realjdade c!ÌìcÍeLÌ c{os
grupos.om qLLcnì se tr.rLìilÌrr (CAJÀRÌ)O, 1981, p. ;3 78 rpud CAÌlAR
lì.ÓNr Ì.A\UA,2rl0(ìl e pode.onlÌibuiÌ, sÈgurcto \.aÌladrres (1007), cont
r irte, ìcìo f.]squisadorpesqLrisrtÌo ,rtr.Lr.és d.r Íi!ência praticâ, nà qrâl o
LÌs,r dos scntrdos, dos diáÌogor e d.ì }ìcrccpçâo dos nìomenlos e dâ nì,rtcria
lidâdc âo rccìor sao técnicxs íulìdì1ìì('1ìt.Ìis lì.ìra a .oletiì dos dâdos.
Dadr .Ì .orìtc\tualizâcão Ì]licirl detle tÌ àbalho, que erpÌjcilou sLì,ìs mo
tilaça)es, seLr r)bj.tiïo. rìétodos e lìi}rótese .ì s.r ïcrì1ìc,rla, segue ìr.Ì lìróÌj
ma reçào umabìe\c rcyisâo bìbliográ1ì..1u.eÌcìdosPrin.ìprisr!lèÌÈÌì.1.Ìis
teóricos enÌ queslaio
Lrci' ra!ác tprrtìÍraçao ra pÍ,.d!!;0
e ilr .Íaiú ürlair
22Ì

BeÍerenciais teóricos

Os principaìs rclèrenciais t€órìcos


deste trâbaiho se r,ìnculanr à
esvirada
P, -ìpel r.,,,rge,g.,4td.\uir r. ap.dd .e
dr Jenunì nìJa gengrJfrà cítirJ I5tà. -r." ".; ",;;';
.ob." o
',nu:r ""puço,;
o
"ó;r;
r.ul ,.t^d.
;ffi
;,ïi::i:"ïï':::lï:i : *:::1:
' ^rr,.di.oe.. .,ì.c.,.""n,".
socìeciade ao ìongo do processo ".:;;::,rì..:
:,,* * ii.,
hisróricô
.,,".,,,,,,"ì;",ì.^:lil,:,:.::;,::lï:ï:
um processo diâtetico de natcrializacão
tÌas rcÌaru*ll*"," O" rrl"ìÌ.l f"
possivel dcíìnìr o espaço ,,pelo U
moviÌììento quc o sìtua como condìcâo,
e produto .1a reprodLLçâo
Ìneìo
social ao ìonso t civ izâtórìo" rhr pers
p""u" *n"a"'" .ìpir; ;;;*,:ïjl ""ccsso esPâcial fisrcâ parâ âs
rclações sociais, nìas tamoan'
.""r. .o'or]Ïll.base
te c meio peìo qual taìs r€la
çÓes são (re)prodrÌzidas, âo nlesrÌìo tcÌÌDô *e se constilu j conìo produto
á" *."a. j.."'ì".'**;;ï::ïiï:"
ì ci,adâ vìrêda espa.,", i...;.ì,;;;;.ilïï f,llliilí?l;ilii]
.elebr.e qrr.p,.ou l,.rr.,ì r,,ri/,J,.J, r.nJ\oc\ re, -1, rnerod.,tôu,.
.
:, -.- ',.rbiot o" .rrr. , 1,...,.e. ,r.,Je,r,, ",.t",""J"::.": .:;
::-^:: " l.ll, r, c,., iJr'd Je i d,per d.r,.,r,,,u].ìi,,, p,ooL,o oo!,(
',.,
r* -. , . Di J.o J , .onro "r.1, .. ...J p,u,rJ. ju o.^rrF
dimensões dialetìcaÌnente coÌìcctadâsr ..rr ", ",^ 3. |-;,
,i,.!e ep.\.e,,. . . .. .."'d i'p-\o (.po
" a ",a"., .tf"'"'
\ l,,rìcr . di ,r(n\.,i - !orLrto j roc.,o or r,r prunJ..,u .lo e.n,
',i,, -:''.r.'," ìo,- ro,,ed.T,.;. . ;..:;;.""':.ï:i: -
lo ' 'u' ro'esrrpo..,.3e1,n1 \^\.kerlr, .eJ
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froduid^ e d e qJe. d. ìô, ,
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oJ .on,ei L-1,,..1ô o,rlerrlo.er (l .i.rtJl^ r.p\-1r1,^
mapas, planos Ìrbanos
lor ,r\e.Je
€ ìmâgens (HA R\,,Ly, 2012
J20061). Transmitnìdo
â nocâo das reÌações de poder,
cla funcion
producão socia ;.
.\.-,.,.gôri".eôr:. d. JJr iìJ,i,. "*;;;;;;.::":ïï,:ï:::iïiìlíilïJ:
qu.. .cgJrao .ret,, r. ,.o.. ,
í \F'{)\ juro 1-2 c rr"-rr^ .L ,r" o r. .nocr-Jrd-,J, ,
-pL.r
r1 .ç"oh,nr.rn"
sobre o DÌeio nìâterjà1, pode ser
crtcüdida
çòes téc'icas In,,,/ ;
srìbstitrÌi ìâs por seus".,j."
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produtos,,.
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-ìi È\Ì,:rnr.rr,.'.r'if\ !1, r,)r.ìf..11ì lìiìnrìrlr'Ì i'lr)r; o rsp'r'o
rii.',r :r I ,1'i fjiÌ'irì .";r'r l:"' r'r' ci.Irrrt'r' r I irìrrgilrrì':ìo l
iit:ìr)llsrrlr'.Ì,r1.r.1,ìrÌ,rÌr,Ì,Ìr:tniì')"ìÌÌÌ)L'rrirÌìio'ìrÌ\LJr;i'Lrrl "
Lrrr:Ir; i.r.,i" Ltìi \,li:' l l r, rlrr., Ìì.1,1ìl I rsi JjtìcJr5i,o l. ìrr'liir!:i')
...fr',:i.Ì1. q.Ìi ','lr '.' .('L'ì r"rLì!l'.ll:.uro rqircìr r;s'r'rrcìI 'Lr csr'r;o
Lri.l,r!,1ìar:1.,, .,.1,r :... 'rrl,|rrtid,r r" l..r'r'Ja clomi :içlo' 'Lss|'i't :t'
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t!.rifJ,r:ìÌrLìr..,. lr-:ri ]1'.rì,ìir.rrl(ii]aLìrìrLrrJ\iio ' irlioirrr'\,'l1j iì'ro
llrL.l:.r. rl.. :... l'.,lllr
...\riìiì:i.rliL. ,: r l,l, Ì'r,,:r.r r''r. ,-',r sriì. rrÌgrLÌllscrPÌÍ'Pririt'
ìf, r:fì.i,, r:ì: ,.tl ! ì,,'i,:ì:.rili rì l \'r ìr I r'Ì.r. Ìi"cssir1'rLles r ros:ibL
Ìi!Ìi!',r. Ìf l:l lì' Il I rl.r l'r' !1. i' lLl. LÌ'ìdLÌ'.r' ro\\'rl
!o,ìr r'':.r rì::lìr.L.rrs Lr':'r''rìrrìrrrfi'rl'LiÌìlrlirr'r'Ìr1'rr"ì
:,rr,.i . 't.r.:L ì.lri\rri.ìfr ì'rf !'rJi.ìl'lr''1 'Ìrtr! iÌi dLrntfìsi-rr\ '1. '1riì
L.Ìri.:N . \ Lr rr',ì iSlr \ llì \ lrgn |r'drr.d(i '.r !1''r"|ìiÌr'lr rìrì'rrÌ
L ct'r!r
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.r.ì:Ì'rrf,a(,.ì.ri ',r,ì 1i,l!r Ìisl.(ì t J \rÌrjr.'Ì" r1"(rrr'nt"d'rs lr:Lì'rìs

.rfì,f irrr.lrÌ(i!1trç.i,'(lìIi,i.Ì.'r'trr;1,ÌrÌ'Ì.iìllÌtr1";Ììg]lirsrL]]'r'tirrÌl'l'r'1r'
.ì.'\r.ÌÌilnrlrÌ Lruìr-.ìl:: rr,'1l:ri' ri<LcLr r;r'Lrgrllì'Lì r qLr'- r't:' l'soijnJ'Ì'
ìor.rfrÇr): lìrÌ'n'IL.n:.. h r.':]lil'rLir lrrnritLr':1, tìl'oriìo o LLqli do L'rnÌì"
.r f.-r.rr.r:r ìÌ rrìLll.rC. trrirrìr.Ì n.r rritiLìr ' ì(ìr lr'it)ilr\ 'otlJr:ìLìrs
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Il-ll,\rìi,]i,1 .l'l I ( rtr. ',."i.r.rr :lue ÌrtrirlrI 'ol"''ì I rÌ"cii'r'r"
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.-. .rìL,rrfi ,r. rir, I l,: LL:rr lr":r' dir|'l1t"r \cÌ:r'ri iirì ierì!'i'ì !l:ìLliÌ'
,rr rrrdi1| .,r q .' ' r','dr,.,'nr".i lcL':rÌ"'r:r:lì'ìrJ': Lrr riìtìrÌ r-r rrlr'r
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nr,rlr,r. r,r', r-,r.|,' , i':r Lr l( ' t ú'rls 'Ìo fr')'1Lr/l'Ì'rr Èsf'rçrjs ri\l(ì"
ntm lì:i].ãtrLJ at. ril ÍrCriãt úÉs!3!l !.tjnr
tl!
pelas pessoâs c grupos sociais,
sejÂrn eÌcs nâtorna de conlòrnaçào ou
<r ',eirrr- iuJri,.u.- .rJ r(ì( ....u.dedon.,...-o.
l). a.ord ' .r ' Pr. e\ . -S0 .. ,-.. { .-tu!
,lnt{. 2nt,. 2r,,o .
\bt -f,. t.r', e....f oJ ,-,,.,,. .,e.p".uI.,,.h. .l","..,,, .,-

-ï_,. :: "1",o.ro...r..,..r,r.rr.p,a,,.".,"".-.a,:,. ;,,, .,


. ug .. < r. ie.F,..d.ce. rja .rrrrr 1...r, ,ì, .
pitàÌ. A princ4)à1 expressâo .Ìesse processo
éâ rrxnsforÌrÌação do espaço
eÌn mercâdoria, a pêÍir da quaì
deconerão r.ários conflitos diattt;cos. O
deìes é a sobreposicào dos serÌs
.!rinìciro vaÌor"" a".r]iu .nq.,onto on*
"condicão Ììecessárìa à realìzacão dâ vida,, (CAniOS, U ot:, pl l;j
seu yalor de tÌ.oca, cLLjì expressão iÌìser€ .:
- i"ì"
no ânL,ito das rcÌaçoes,i";,;;,;"ì
11973li C,{RLOS, 2013ì.
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,, L.l,,d. p.tJoinher ", 0 "r,,,.
CARì,OS, 20Ì3). Nesse sentido, estabclec€
L,rt ,noi. oou,

co d,minui se a poss,b'i'il;";;;;ï: Xi"l,::Ëï"ï'"tiiïll :ïi


, J..ìJ,. J,ru..r..ú.rì.,ro"c<-..r.
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rr Ìelt d..rrJ,e\(i r. I |l . (...ú._ l. ú.op.i.droê., " ";,,,,
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':l' j "'r'",'|d'd'"'o
esprcrnt lLluc Ì.ìmbcm \c
r<'.'|\noe.<!rlr.d.
tôrniÌ 5n(Ì,il)
Aiém disso, ressaÌta se, Ìressa coruadirória
produção capiralisra do €s-
paço, o cnbâte entre âs dirncüsôes
leËbvriânas clos espaços concebido
c
vnido. O espaço coÌìcebìdo é aquelc qLLe
atua conìo unr meio e un fim
re,..o..,ì<proor,,.,o rq<r.ar rç. rrrL,oì':/..\ju
]'l: -ï:o:,". ô1""f^. e,u.- J, . 1J( "e/-. \e a -\ .,.J! \ 'ìc!erìur i. .
:-,-i f. ,,
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' '" 1 rd,, o do e., ir L ,. r.oo. r.rrrr. !uìì i .
i
vido, o quaÌ repÌeseDrâ a pÌodLLçào rìão
hegeürôDìcê
e a possibiÌìrlarie cÌe
aproprìação, baseado na esfonranei.Ì:Ìde
e nos simboÌisn os, <l.re transcen
de a forma urbana.
No ânìbito dà produçào dc esfaços concebidos,
o Estâdo destâcê se
'.1.l-.,..':,. .,, .Iodo,o!.r.i , ..".,.,,;^
.li']
\ui,!pru,lr.i, .,r.i .rl-. ",-,r,
orr.r,e,ui..t,.,.,o j.,uaL\-^ .,,,.,\
capilaÌìsta do eslìaço na quâl a àçâo púbÌica
contribui ,,eferrvanente para
231 00M Ì,lAlA0 tAPB0PBÂÇÁ0 NÀ LUrA P0RtseÀÇo URBANLi

a construção diferenciada do espaço, provendo áÌeas de interesse do ca


pital e das cÌasses dominantes de beneficios que são negados às denìà]s
classes e setores da socìedade" (ABRÈU,20Ì3 [19871, p.
Ì6). TaÌ perspec-
tivâ tânbéÌn é fortaÌecidâ por Cârlos (2015), pâra queÌn o Istado é fisto
como um sujeito de dominação polítìcâ, intervindo no espaço através das
jnstitlrições (apoiadas Ììa técÌÌica, no conhecìmento e üas Ìeis), garantindo,
âssiÌÌ, â reprodução das reÌações de produção. Alvàrez (2013), por sua vez,
destaca outros eÌenìerìtos reÌativos ao papel do Estâdo na produção do es
paço urbano, tais coÌno o monopólìo dafiolênciâ, da coação edo território
este como â expÌessão das reÌações de podeÌ projetadâs em determinaclo
espàço cono meios para direcionar o uso dâ cidade cle acordo com os
interesses dâs clâsses dirigentes. À autoÌa também ressalta o papel do ur
banisÌro (eüquaüto ciéncia e enquaÌÌto prática socioespacial domìnante)
nesse processo, na Ìnedida em que se Ì€gitìnìa "o discurso técÌtico e as so
luções que delimitâm os usos Geja para mantêlos ou renová los) ejustilìca
â segregâçâo, ocultando iÌlteresses económicos e a Íazâo dominadorâ do
Estado" (ALVARË2,2013, p. 118).
Historicâmente, os modos peÌos quais a produção câpitalista do espâ
ço se estâbeleceu, enì suas formas econòmìca e espacial, se concretizârâÌü
êtrêvés dos fenòmenos de industrialização e rirbadzação, respectivêmen
te, processos esi€s que levarâm a lógica industriaÌ empresariaÌ da produ
ção de mercadorlas para a pÍodução do espâco e da cidade (LEFEBVRE,
2008 lÌ9681). Dessâ forma,

t...l o uso do/no espâço, sob a ésìde da proprìedade privada dos meios de
pÌodL!ção e da teÌÌâ, supôe a nediaçáo da troca e do valor de troca. Neste
sentido, nâ urbânização capitâlista, a âpropriàção do espaço que envolve
a presença do corpo, os Ìnovimentos, o uso, i possìbìlidade da sociâbììida
de, daidentidxdc, dapolitização, da centraLidade lúdicâ supõeo momeD
to do confÌilo. (ALVAREZ,20Ì3, p. ÌÌ2).

Dito isso, o estudo de determjnadas práticas espâciâìs cultuÍâis na


Maré, tendo como foco o Jrloco de carnaval "Se Ilenze que Dáj", se coloca,
portanto, como uma exemplilìcação da produção de um espàço vìvìdo qu€
se constitui como uÌna prática de enfrentanìento às ações de domìnação
iÌnpostaspeÌa produção de espaços concebìdos. Tem-se como hipótese que
esses enfrentaÌÌìentos podem apresentâr elementos qlÌe fìzem à1üsào à lutâ
D0'r ìaçioeirt.0lÍâqã!naÍr0!iã0úÈpaçt!rraro
231

peÌo "direito à cidade". Ì)e acordo com Lefebvre (2008


[19631), o direiro à
cidade se estabelece enquâúo ur]] dìr€lro à vida urbana a pârriÍ de unÌa
perspectiva de cidade cono Ìugar do encontro e da Ësra, da sinLrltanei_
dade, na quaÌ o vaÌor de uso s€ sobrepõc ào vaÌoÍ de trocâ, do consuÌno
inprodÌ1tì\'o, do presrlgio e do prazer atÌâyés dâ aproprìação e do tazeÌ a
cidade por .lu€nì de fato â viverÌcjâ.
Na medida que ês práticês culrurâú se àpropriân do espâço da Maré
eÌìquânto espaço vi\'ìdo e que abordarn, em suas manifèstaçôes, questões
reÌacionàdas ao dìreito de ir e vir, à \,ìoÌaçào de direiios hunÌanos e sociaìs,
ao combâle à estigmatizaçào do espâço faveÌâdo e de seus moradores e, no
linììte, ao direito à vida, supõe s€ que podenì ser idenrilìcados eLeneÌìros
qu." estcjànl Ììo âmbiro dos conl]iros diaÌétìcos dominaçãojf aproprìaçàoj
\'âÌores de uso rvâlores de trocai a produção do espaço do bairro enquanto
obra r a produção enquanto mercacÌoÌìê; e, por fiìÌì, â pÌodução de espaços
vividos -r produção de espàços concebidos, conflitos esses que caracteÍi
zaln as contradìções exisrentes na produção câpìtalistà do espaço € câtâ1i
sâ.n os pÌocessos de luta peÌo espaço e peÌo dlreito à cìdâde.
Dadâs âs coÌìsideràcòes teóricas sobÌe os prìÌrcipais conceitos utilizados
ncste trâbâ1ho, segue nâ próriìmâ seção uÌl]a breve caÌâcterizacão sobÌe o
espâço em estudo, o bâirro Iíâré.

CaracterizaÇã0 nicia do espaÇO [,/]aré

O baìrro Nlaré, espaço de âproximadaìnenre 4,3 liÌn) (RAPOSO,20Ì2)


pert€nceüte à zonâ ÌìoÌtc dâ cidâde do Rio de laneiro. foi criado ueÌa pre
.(.J-d \l-ri.rp. I '.r.\e.,iJ ei n ai afl.Ì 1 l. t,ì d< t" o. j.n,rror"
199.1, e incorporiÌdo à XXX Região Adminìsrrativa (RA)r CompÌexoó da
tuaré, .le nìesmo llnite administÌatlvo,
que forê estabclecida pelo decreto
n" 6.0ÌÌ, de 4 de âliosto de I986 (ÀLEM,20Ì5). Esse €spàço é lìnìitrofe a

I R.giào Âdnjnjstntila Ìcrire uÌÌ n trtt


se â de subdirúão gc.Srítì.ì oric.raaa p.ra pÌâ
Dcj!Ìrnto adnì n s(râtivo d. cideìe d. R o de lan.ìÌo,â !ualÉ toír&la pcÌo igírpâncn.
n) de !nr Òu.ìris tìàiÌros c te'ì !Òr objern.o unÌa nì.nrr en.iòrcii nà (bÌde;.crìo dos
s.ri+r !úbli.os locris da pÌerèirura (Ar rV,201t.
6 ÂccÌ.r do tcnì. conplcro , a con.ciruâçio Ì€ati7&1. pcÌo l.srfturo lcrejr. !as$s
(2012) o de1ìnc oìo espií)s tunÌâdús porfaleÌâs gue,
!or sua proxin ad., confonÌanì
uma ÌÌândh urbân. Ì1nÌ.a ouguanlaÌÌ joÍs.elaír$ hiÍó.ì.as ertrè si.
nrnc r,ìs 1ì.rir ro\ d. aÌ.rrin. Rìrììos. liin\tr..!so, \1.Ìrì31ÌiuÌìor . P.nhrÌ: 'Ì
lrnÈ t.lì lìri:r dr (,tt.ìn.rb.r ,Ì. f.h l]d.rtì. l. Ìrrl ersì{.Ìri.ri c l \Ìti f.io CrÌìtr
TcJì .(irìo dcllfrÌ1,ìd1ìrr! Ír(i.oi \enlJì llr.ì\il x orsir" r LiìrÌìâ \tnrìêlh'ì
'r
..\r..L)(1.ìrrÌ dr. l frL., .Lo sLrÌ, c a "r..1(rn.d(i 1)cl.r .\eÌìi.ìiL lrjg ciÍJ
TÌof,to1's,ii r t.h Ì-iÌr1., :Lìrì:Ì,r.
Ì). r.nrd,Ì.orì r, (..rìso Dlnl(igÌiiÌì.o de l0Ìl), o briÌÌ(] \lrrr'to( il,
n.!LÌ.lr.ìn,). .!r.r Je llll rìriÌ hrìbìtrÌìt.s e ll rniÌ a!nri.iL1()s' 'Ìor qLÌtìl'
.rlì,r\iÌìr.ìl.rü'.Ìrt. óÍl"r i,r.1r. rst,rr lÌlrr Lo..ìÌjr,Ì(l(]s enl tn..Ì d. igìrrìcrrLìo'
srbno,,lris, r\f.ì+r esìi qtr. porÌr srr consiJerrLìo..Ìi.Ì.oftìo 'onì () Sii
terlr clc \s:rrrrrlìrerr:.' (. N.ìl\r Rcndr (SAFlRl\l c1o IrsliLrÌo PercÌriì
Ìrr$or tÌPPr, rnrn(i (, ì,ì1ioL .('ìì1'1.rio rl. l:ì1r'Ìrs d. lrìLlni(rfi' Po5sriÌ'
c,ììpl.',Ìer, ., rcr:r., .Ì,':'.\il..]iÌ.ÌrÌìr.'rìtc lllt .ic nir foPrÌ.'ìr' ' fc 5'J\
Llo,,ricllLo. t,,, iì,.tl (Lr,1)Lrì,r'.rrjtÌ.Òrrìo fLrLÌÌr.rl, senrl(r.cÌr torrrcn4ìrrÌrs
.rfLlS.ì(:1ir.s rÌrdLrjirlÌli r (.Lrr .Lnr trrt{r\ ÌriÌÌrit:ì.rorlìs. for ererrÌ'lo
O n.j., (,) trLì..!\,) J. Lì.1Ì|.r.ì. d.ì regì,ìo. .rié efraìo frrìlrLrìos.ì e dd
ì|.ìÌrgLrc: rìr\ Ì.rÌqrrì' .1.ì lii:Lì il. ( ìu:ìnl;rrr I c que hoìe sr conrìg:un ct'no
r \.\\ iì.1 lìrn]ìtrL, d.r Ilrr.. t.ìirro \l.ìra, (]rlr.tc Ì'110. l,rri(J!L' tÌr
rìrr1i]r e\fiÌÌ,, ìrì ,;. rr rliÌj nl irrLì. ..1f:t.rÌ lidrr,rì € \!is ìno5 rrlr's 'lì c.rìr
Lr trç:ìÌr (lr ìi:rÍll Bì'.ì{Ll, rcl l7ì!ü rm l91íi ll.\CQLll\, lll0lr' -\ÈLr 'Ì'r'r
rÌÌ.rnr r r\rrnra.o r!ti\r'l.ìm rrrr,:rlfu]o" n.Lo sonenÌ. rì PrqìÌrr 'onslÌu''nì
.Ì.Ì.ì1cr:(ìiL i:l1lìÌ\, l(li)Si SOI l.\, .l(lÌ 1. Lrì.ìi sc'brctLL.lo ao ÌìÌì'rmerÌi) dr
rrì.:,Lr\1riÌil/.ìr:.ìo ,Ì'r srtìLrLL.ì,, cì.r tLLlr,le, rIrìro .r'.srqu.ìn.ji ulì irÌ1'Lrso
'l'
rììo\ irì.f Lo rìrìqr ì1.r1., fr jr'Ìr'.Ìllìr.ntr ! Ìì.'rclcslìrio. d.! Ì(l(' ì for!lL'lÌi!1iìdc
dL t,.rlìrlh1, []\ i:r..r'nirr rÌrjid:ì!lc\ Lirl)Ìls. iÌ1drÌstri.ì! ÌÌìfl'ìrn'r(liÌ! Ìr' iLr
lìirÌìriiJì(l(lliÌl\.l(l(1.} \llRl L-, -ltll.ì lrlSll; SOl,Z.\. 2111; ì
{'onr : rl:ì.io ì.r ìstitLrì',1) trrÌ).rr1ÌsLi.,Ì d:ì lLìr a. rcs!.rilrÌrìì sct'rrrL''Ìhi5
t.ri..r fÌ(i.tu.io J.ri ì,,Lrrrìì,rs I pr:t:r ,Ì,r connrLLi.i(] de ritìlìÌ'ìs {ÌÌìr dor
.l.urerrl(i\ .rrlirÌi\ frr'irrtes Lr il1rrgirri: ro dr ci.Ì.Ìdr i r].s r'irs ir'ì)itârter
iÌ t.,rLl: d.'Lrrr .iì].1) tÌÌrg:ì.1iç. i1ì!ìììdo l-1rÌ nungLr':r' bcfi ro1ìIr LÌos
(.r.c!!i\(-ì(.tirr.s d. rLr\1.ÌrÌ]!-irì r.ì117.Ìlos f.Ìo( 'rr(Ì)r;'rs nror'Ldtrte' tro
r Lr'.Ìo,Ì!t.i' rì o.r.sÌ, !]r,).Lf r.ao l).' li'r
Ììì,Ì .onÌ'lcnì'nt'rr,'rrdcN' iì n'
t.r ìlb.rÌi r r.rrii, l.ì1.. tl. lstrJ,r rìì tro(lrr.io r'splclrrl rlo L'al.ro, ï'rzrrrciLr
.1.Ír Ìrì, Lr\ :,,1'Ll Jc 'rrl:di rìrrrrrrdrclc de rnorioìogiì( LÌrbrnl\ e LÌp'jo

irr.L,t,Lir,ì.,rìJrìi'.ì:r,rrÌfì.rnilrr.Ìirfitr\Ìrrl.ì..,:flltrr..i.i.rt..ì.
.rr ,, lr!' ,rrrril.r ì :iÌ Jr L:.1|rlÌr'1.I i
DÍÌrtu.ão:'rrÍ00 a!àú ra cr0d!!40 d. ?s!3cD úÍban.

gjâs arqritctônicas (IACQUES, 2002). A paÌtir dâ décâdâ de 1980, destêcou


-se na cidadc do Rio de Iâneiïo, no ânbito de Lrm Íìovo pa.adignâ estâtaÌ
parã âs favelâs,r as inierlenções rcalizâdÂs no conjunto de fâvelâs da l!ÍaÌé
peÌo PrograÌna de Erradicação da SrÌb-Habìiaçâo (Promorar), conhecido no
Rìo de laneiro conÌo Proj€to Rio. Essâ âção cle produção do espaço pcìo po-
der público reaÌizou iÌÍeÌ\.€nçôes d€ infraestrutura urbanâ, tais conÌo urìra
nìzâção, implantação d€ red€s d€ águn, elctricidâde, sanitáriâ € dr€nagenì,
construção de âteÌros paÌa ÌeassentânÌentos aos ÌìaÌrìtantes das palafitas e a
construção de coniuÌìtos popLÌÌares Ììo fornìato de blocos coÌìdonìiÌìiais (lÀ
CQUES, 2002; RAPOSCI, 2012i GONÇAL\rlS, 2013r SOUZA, 2017).
Atuâìmente o bairro é formado, de acordo com as cÌassiíìcações o1ì
ciais da PÌeËìtLrra IÍurìc4,al do Rio de JaÌìeìro, por quiÌìze fê\'eÌâs, aÌél]1
de uma considerár.el extensào de área denominada como "fonnal", que
ìnclui sete conjLrntos habitâcionais'(IPP, 2012). CorÌì reÌação às principâis
ÌocaÌidades do bêirÌo, tem se corno faleÌas de produção e ocupação espor
tânea o Nlorro do l ìììbâu (i910), Baixa do Sêpêteiro (19'17), Parque Maré
(1953), P,ìrque Rubens Vàz (1954), Pêrqu€ Roquete Pinto (1955), P.Ìrque
Uüião (1958) e Prâiade Râmos (1962).lá aNova HoÌândà constÌLÌída€m
1962 iÌìiciêÌnìeÌìte corno um Cenlro de Hêbitcçào l)ÌovìsóÌja paÍa ci.ladãos
renovidos de oulÍas favelas dà cidade foì produzida pelo GovcÍno do
ÈÍâdo. ColÌo conjuntos habitàcionais const.uldos pelo Coverlìo Fedcrâ],
lem s€ o ConjLLnto Esperançâ (1982), a ViltÌ do joão (1982), a Vìlâ do Pi
nheiro (1989) e o Conjunto Pinh€iro (1989), todos no àmbìto do PÌojeto
Rio. Por fim, produzidos pelì Prelèìtrra N,ÍunicipÀ1, icÌn se o Conjunto
tsento Ribeiro l)arìtâs (1992), o ConjLÌnto Hàbitacìonâl No\.a ìUaré (Ì996) e
o Novo PinheiÌo (2000) os dois primeiros no.onteÌto do Projeto N{oraÌ
Selrl Risco do P.ogÍânìa nrunicipâl de urbanização dc favelas, FaveÌa Bair
Ìo (NUNFIS. 2007i SELDIN, 2008: SOUZA.2017).

! De..ordo corn Go!ç!hts (l0lll, destlca{e i$se f.Ìi.do uÌÌ nri.nr mais eteti\o dr
.Ìregld. de {u1pi!ìentos e seNiços túblicos nas &rclls.aìnìca\ cujas Ìegislaçóes eíiio
rapoÍrs ün GÒrçàl!$ (2|ì1, | 102)
j lddrs lrrlc de Ranr.s, a.n,unidadc viÌa d. Pinhcno, Paraibrm, Ioâna Nrs.i,ìíüo,
11.ré (Ru. Gui heÍnre Ir.tâ1,IÍon. do Tüìbân, Baira do sapatejro, rarqueNlrré, Nov!
ilol.nd!. r.qE Ruhens 1:â2, PaÌqu. UDião, AvcDida (lanaÌ, -{venüà Canâl ll, Pât! Cho
ca € Roqu.t. rlrto conjunt$ habìta.nman Nora \'lara, Benro RibeirÒ Dd t.s, Vih li
rheiÌo5, Pinhelu, Noro Pi!ìhcirc (salsa. \lc.cnguO. Vila d. João e (ÌDìunto Ësperârçi.
F.nte: <htqì //\rl{rirnììairnriaÌ.org/tcrinÌnx/ììarc cÌÌ o pa.aol).
,/...J..

DOMINAÇAOIAPFOPÂÁÇAO NÁ LUÌA Pl]R ESPA!O URBAI.]O

A partir dessa breve exposição sobre as principais características acerca


do proce*o ,:e lu na.ro dr \4,i e. ,egue r". ,e. ôc5 .egÌì n(e\ a . rÌd(:terì
zação daproduçâo do espaço do baiÍro na sua dimensão do concebido, que
o representa cono um espaço de determinadas açòes históricâs de doni
nação, cuja produção coÌÌflita, no àmbito do processo de Ìuta pelo espaco,
com os espaços vividospeìa população, estes representando o bairro como
um espaço de apiopriâção.

Bairro Maré c0m0 espaç0 da dominação

No âmbito da produção dos espaços concebidos, enquanto represen


têções dos espâços produzidos poÌ conceituações e sr.rjeitos ÌÌegemôni
cos, pode-se identi6car diveÌsês caracteristicas que se coÌìstitrÌem como
eÌementos de dominação do espaço no bairro Maré. O prim"-iro deÌes,
conforme exposto na intÍodução, refere,s€ às pÍópÌiâs deÊnições hege-
mônicas e técnicâs dos espacos de favela, que os representên'Ì enquanto
espâços dê precariedade, da falta e da subnormalidade (SOUZÀ, 1996;
CAMPOS,2004; SILVA,2015). Tâis representaçôes, que se constituem
como espaços concebidos, potencializaÌn o pÌocesso de esllgmatização
desses espaços, a justilìcar e legitimar os processos de domjnaçáo es
pacial e fundarnentar "políticas públicâs de segurança que ignoram os
direitos dos cidadãos Ìocais (SILVA, 2015, p. 199).
Nesse contexto, o que se torna o mais notório Ììo senso comum na pro
dução histórica desses espaços é â presençâ dos crupos CÌiminosos Arma
dos conl Dominio de TerÌitórlo, tâl como denominado por Souza e Silva,
Fernandes e Braga (2008). Exemplilìcàdos peÌo jogo do bicho, peÌo tÌálico
de drogas e peÌos grupos milicianos, cujo foco desta seção será os dois
últimos, âproducào socioespacial desses fenômenos tÌata de compÌexas Ìe
1ações que "eÌ1voÌÍelml o uso de armas de fogo, negócios ilicitos ou irregu
lâres e o coütroÌe de áreas geográ6cas: (SOUZA E SÌ1,\A; FERNANDISj
BRACA, 2008, p. 22), as quâis privatizam o espâço atrâvés de relaçôes de
dominação, tendo corno intuito desenvolver atìvidades econômicas pâra o
hÌcro dos seus sujeitos (SOUZA E SILVAi FERNANDES; BRÀCÂ,2008).
Ddr m!ir p iÍnrrÍaiãi 12 FÍijL!40 ic:srãl0 ü0ar 23,

Na sua dinensão local,L. o lènône1ìo do trá1ìco d€ drollàs PcÍceìrido nês


fa\-elas é denonììn:Ìdo corno 'tráfLco r1e drogas de larejo", qrc, scguÌìdo Soú
za (Ì996), Souz.Ì c Sìh,ì, FernêDdes c Braga (2001ì), reÍère se a um processo
no quaÌ grupos ligados a facçÕes crimjnosas donìiüânr espâços Para realizar,
principaÌmeì1te, o ârmazeÌìaDlento e a conÌerciaÌização locâl de produlos ili'
citos. tais conìo maconÌrâ, cocainâ, crack, entre outros. O íènômeno dâ nÌi
licia, por sua r,ez, é caracterizàdo como uÌÌì processo de donÌimção espaciaÌ
realizado por cìdadãos civis juntâment€ com integrantes ou ex jntegrantes
rlo Estado, ressahan.lo a pârtìciPação de poÌiciaìs nìilitares, policiàìs civis'
bombeiros mìlitares, agenles penìteÌìciários, glLârdas municipàis e denìais re
pÌeseÌÌtantes dâs Forç.rs AÌìnàdas e do Poder JLrdìcìárjo (ZÀLUARj CONCI-I
ÇÃo, 2007r RËLAToRlo frNAL DA cPl DAs À,ÍÌLÍcÌÀs, 2008). sob jusli
6câtiÍa de combatc aos grupos de traficantes de d.ogâs, t!Ì ferôlÌeno possui
corno prálìcàs socioespaciàis a cobrança de tê\!Ìs nìensais e/ou senìânaìs peÌa
ofèrta, de foÍlnà irreguÌar partir da coaçào, de um roÌ de "serviços"
e ìÌeg,ìle a

aoshabìtàììtes qu€ €nvdvenì â olcrta de segrirânçâ privâda, cdrtìo]e.lo trans


porte âlteÍnâtjvo. vendiÌ de gás. acesso à T\r e internet, aÌénì da cobÍança de
tariÌs ro processo de coÌìpra, r.enda e aÌLrgueis de imóveis (ZALUARi CON
ctÌÇ,{o, 2007i REL{fÓRIO FÌNÀL DÀ CPI DAS MILÍCIÁS,2008).
ALuaÌmente, destaca sc o i'rercicio da dominação no bÀirro tanto PoÍ
grupos vin.ulados ao tÌ'Í6co d€ drogas quànto Pela miÌiciâ No que diz Ìes
peilo Âo trálìco de \aÌejo, as facçòes Conrando VermeÌho (CV) e Terceìro
Corìàndo Puro (TCl)) clisputâÌn o Ììronopólio do conìércìo dc entorpecentes
na NÍaré, sendo que o pÍimeiro, colrfòrn1e ÒiPôe o I'lapâ l, Ìealizâ o domíìio
dâs ìocâlidâdes ParqLLe UniÀo, Par.Ìue Rrbcns \raz, Nora HoÌanda e Parquc
Ilaré, e o segundo das localjdades Ìlaìxr do SâPateiro, Nlorro do Timbau,
No\,à MâÍé, B€nto Rìbeiro DaÌìtas, Vila Pìnhciro, Parque Flcológìco, Conìun-
to PiÌ1heìro, \riÌa do loâo e Conjunlo Èlsperânça. À nìiliciâ, Por sua vez, reâ
Ìiza o pro.esso de doÌninio €spacial enì Roqu€te Pinto e na Praia de R.ìmos

Ì! De icoÌito nnÌ Souzà (l99ri) e (tun,iâLt$ (:iì3), o rráIìco de dÌog sé GÍôtìe.o nul
ries.ili' È, scgundÒ -u.chrdo (2008 [Ì996]), t.$ui nârurez! s stênìi.a e.âr.ter tÌan$a
.nÌr l, oÌr.Ìando eú es.ih global Desa rotnra, Souza (1996, f l06t).oÌo.d o tranco de
varejo..nro a nl(Àn. r nrcn.\ri.ae$1ìsti.rda.teumlenóÌìen. ilut!.i!Ìritoalam d.
que se obrcrvr n. suà e\fÌcssao escâLâ das falcÌâs Dà Ìncsmâ iÌn erfòe Çtnrç!Ì!$
(21)l:1, p. -rrl) quirdo Ì.lata que os Poito\ dcvcnda dÀ drogâ nas fr!eÌâssio, tr!ddade,
unra Dinús.uÌa pontiil! i.cbcrgdes. stÌutua,ì s, da nesìànÌrú !ueo i.eÌrcrg t!
isl.c.to mris !isiYel"
:rÊ
i i: ,;.ì i,r_ L ,' .!: rJ. .i _r!i.
iiiÌti I l!,,! ?: a rt!il,Llit1:r5 flLr l,ìt riiitis
ríritìr :riAiri: itiìt:i irLìs !:
!;ilii; jì_ì r?li.i lÊ it,!ila!.1ri ,fl!Ít!i ìlr a il,i i!aaii::
ir,r ìi Lr|]r.! j,,'ítii 2!lli
i n r . iÍi! r L C !\ ri 23i

loc.ì1, o direiro de ir c r'ìÍ eo


cotìdiano dos ÌìroÍà.lores, râl conìo discor
rerânì Sjh r
í20Ì5), Sorìzâ í1996) c Raposo (20Ì2), derìdo ao processo de
nornìatü.Ìção s€oe+).ì.iaÌ jr]1posros peÌa âruação dos
grulìos crnnìno
sos. hr trabâìho etnográtìco reêlizàdo corn prarjcâDtes
de &rcdl dír.cL:
de Ì3 a 311 aÌìos ni \laré, Raposo (2012) ressaÌta tàÌ conseqüêncÌâ,
cLÌjâ
princjpal cvidê1ìcià seria â vì\-êncirÌ de uma erperiêÌrcìa
de,,con1ìnaìren
lo tcrritorìâÌ ' peÌos seus Ììâbitantes (SlL\A, 2008 apud RAPOSO,
2012, p.
320). Ì)e acordo com o auror,

O med.i se rcilì.à, c lìntÌirÌes que rt!.nì elr tados dtJcrcntes das frcìrretÍas
(do trál.o) er irafì ieqlcÌllir as resÌrcr'!$ .rsasi o percuro parâ .c.tàs re
ciôes do biirrcì Ë àìrcrado de Dìodo à não àrÍavessaÌ árcas i.ronr.n.tcasi
rràdi
.i" . /- . t. .,.. t ..r. ... do .,
rcdes dc.o[,ivia]idt{e e d.rizurhârìca. (RÀpOSO, 20Ì2, 320).
Ìì

Sjtuação essâ rarìbém constataclì pelo relaro .le uma


rnoridorâ da
\lnrc, erÌr entr.\'isra Ìealìzadâ por Silvr (20151:

N(is ,ìqni dc \orr noÌtìrì.lâ, pir!u. \taÌa e Rohe,ìs \ à2, onde lenr o Co
rìrindo \eürÌelho, tÌatnanìcn(e nìo ticquenttìmos r vila Oljjìrpica.
fu
Ììio dciÌo .ì.us lillos trcrÌr Ìá lazer rìe.hum esporte.
toii cu teniìo fìcdo
d..o.lìrnLìlr.nì. m.ÌrrrcrÌì eÌ.sj so por!u. ÌroriÌìos aquÌ. ln otr.te icÌr
\'ÌÌx OlinrpiLi qucDr .omànd. é LÌüi. fac.it. il }lorâaor.Ì
,r
de \oÌ.a
Holandtì, ìrà. (le rris.ÍtaÌrças,2008 íStÌ.\Á, t0Ì5,
t00). Ìì
Alu.ìlnente, a nìêjr norórìâ blrreira ítnr.isiveì) decorrentc
rìn prLrdu_
ção de espaço5 concebidos pcÌos grupos rìvâis do tráiìco dc rìrogas no
baìrro XIarc localiza se na rLriì tl'ariÌclo AÌves, ctenominatÌa..dn,ìsa,.oLL
"l.aìxa de Gaza" petos rÌoracjores (,vI,rpì 2). A ,,.ìi\isa,,está
ìocalizìda eÌì
Lre as fìr'clas da lJajxa do Sairati.iro, parquc Maré
e Noya Xlìré, eìì] árciÌ
de ÍroÌúclra ertre o C\. c o TCt,, o que cstigÌnâriza r locìlidade
p€los
corstantes.onllìros arnìâdos, ìestrjìrgindo à.irculaçio locaÌ
c o direjn)

ll
. ,l i ,8. o.r. -r.
!
D]]ÌúINAQÁO IAPROPRIAÇÀONALUTAPl]R ISPAÇO UBBANO

Aves Íf0nteira entre as lacÇões C0mand0 Velmelh0 e ÌelcelÍ0


l\,4apa 2. Rua EvaniLdO
0omando P!ro. denominada "divisa 0u Íaixa de Gaza" (BairÍo lr,4aré, 2018)

n1iÌÍú l-inìiles de lalÉhs lPPl


!oDte:ÌllrhÒrxçà.PrópÌirâPrÌtúicÌ'Ògradouros Limit's 'ìe
e

lrata.Rioilinìitesd.LlPPseC.nirnior !liP/Rio+So'iâh lrìagerì


GoogleEàrlhiSouza(201t)

Sob justilìcativa de combate à criminalidade


no âmbito dâ châma
do bairro Maré
tÌa "guerra às drogas", d€staca se tâÌnbém na produção
utìì ..puço d" dominação â atuêção braços ârmados do EstaiÌo'
"o-ã 'los com reÌâçâo à Policia
ta1 como denominou SiÌva (2015), principalmente
sobre o
Àlilitar e ao Exército siÌva (20Ì5) realjzou um resgate histórico
e das poÌíticas públi-
alesenvoÌvimento das instituições poìiciais no Brasil
câs ale segurança Pública no estado do Rio
de Jâneiro no periodo pós re_

de-ocruilzaçao, os processos de vioÌência e de vioÌâção de


""pli.itândo espaços segregados
rÌireitos vivenciados peÌos habitântes de periferias e
pe1âs foÌ
a". abordagens autoritárias e arbitrárias Praticadas
"i-"0.
a" ."gurortço. Ã irtcursões policiais' foite caúter bélico e sob
çnlj 'om
ao tráfico de drogas' evidenciam o processo de
lustifrcuti,a d. c-rtbate
e ÌesuÌtando não so
estigrnatização dos espaços fâvelados, contÌibuindo
desconfrânça üa reÌàção entre popuÌaçáo
-.,rlte .ro .llstan.iumertto e na
Drn r a!ii :|Írt.ir!:rú :i r,0l!çj0 t!ì 4r:!l Lúr0

epolicj,ìls, como t,rnìbém na ÌnoÍte de nìorâdores e dos próprios agentcs


d0 Estado (SÌL\/A, 2{ll5ì.
Contuclo, no ÍìnaÌ <1os anos 2000 € através de Lrúr discurso de modan-
ça rÌos parâdigmàs da ÌìoÌiri.â de segLrrânca públìca paÌâ o estado do Rìo
de Jâ.eiro, é Ìarçêdo o prograrìâ dns UrÌiclìdes de poÌicia pacificadora
(UPP). sob unìâ b.n.Ì.iÌa que pÌivìlegiou os coÌìceilos.1€
potìcjaÌnc1ìto
conìLLnjtário e.1e policia de proximidade na reÌaç:io entÍe policiais
lni
Ìitàres e pofrlação.r,Aiìrda segundo o sjte {)1ìcial do gor.erÌro.lo
estì.Io,
o prin.ipâl objetno desse prograrna era o dc entìenrar as êcôes de dô
1.i r .j, d. .... i, F \ rof. r',.rir a.Ì r!-o J. .et^.ìÌ.,ü"
reconquista de unr rerritório que sc eÌrcontrarìa, a pâÍÌir dc
então, sob o
dominio do L.stado, de tirrrna â possibilirar o desenvoÌvìmento socìoc
coÌìómico, x eÌìrrnda de seÌviços púbÌìcos, intìacstrutura e projeÌos
so
.io.uliurais. [ntre 2008 e 20t4 tbÌâÌn insla]âdas 3; Uppsìr na cldade
do
RiLr dc laneiro, a narorìa delas nas zonas SuÌ c Nortc,
e unìa unìclade eln
D,,,,r,e J( | ,vi".. B,i\r, ,I run r. ,*
Corno forma clc preparaçâo à irsÌalàçao d€ quarro Uptrs nâ XIaré
(dcnonìlÌrcdo por Fràì1co 120l4l como peÌiodo pré
Upp), tendo tâÌnbém
coÌro justifi.àliva o reforço na segurança pribÌica para â rcalìzaçâo
da
Copa do \lundo dc Z0Ì.1 e soLr uÌì contexto d€ âcirrâmento
dos conflì
tos entre os gÍupos c.imj1ìosos e a polícìa MilitaÍ, o bai.ro
tòi ocupado
pclas Forças ,{rnadas entre abrìl d€ 20U e jLrnho de 2015 (liRA\CO,
2(11.{j SOUZ,{,20Ì7; SÌL\A,20ì7). N€ssa âção, reguÌadâ
pelo D€cÍeto
Ìr.7.97.1 de Ì'de aÌ)ril de 10t3, que csrâbelÈceu a cârarìria
dà Lei c da
Ordenì (CLO) para a operação rniÌjtâr Da Mdré, tòram gastos
cercâ de
R$ 600.riÌhôes e utjlizatlos, dc acordo con Souza (2017).
cerca de très
mil agcnles clâ Marinha, do Erércjro e da Aeronáuticâ, contâìrdo conì
o àpoìo das poÌiciâs Civil e NIìljtiÌr no
frocesso de ocupncão, cujas pÌ1i
'r" .i .p. ,h"r e:rr o..rl"r .,.r ,. r.\ r.,p.
rìâs, prìsões en1 fÌagrante e iDcur\ões àrüaclìs (FRANCO,20Ì1i
SIL\rA,
1017i SOUZr\,20Ì;).
Fnìxljzadâ a ocupação ìniÌitarj eÌìtretnnto, â instaÌâç.-Ìo das L,pps no
baìrro Niaró 11ão sc coÌl.rcrizou, sob justiflcarLya cìc ÍìÌta de |ecursos orça

''. l' 9 ,. .\ ,. u. 19
rl Pr r
..t, ".t.p
l
00trlÌ,1ÀÇÁD EAPg0PBAiÁ0 ÌlÀ LUtA P0F €SPlÇ0 UFBÁli0

mentários diante da crise econômica vjvenciada pelo estado do Rio de Ia


üeiro (FRÀNCO, 2014; SOUZA. 2017) De todo modo, o MaPa 3 eriplìcita
o qrc seriam qüatro espâços concebidos pelâ instaÌaçào das unidades de
os
poÌíciâ pacificadorâ no bairro Maré:

N/lapa 3. EspaçOs c0Ìrcebjdos pelas quaÍo Llnldad,s de P0 ícia PacillcadOra (UPP)


p anejadas para seren inslaladas Ì10 bairÍ0 [i]alÉ

Forl. l]]ab.raçro!rópfarFrrtldcl.ogÍrd. ros,linite\deBiiÌÌosèI-irites{lclsvel$ IPP/

Dârx.Rroi l-nnitèsdc UPPseCorlunto\ llP/Rio+S..ialilúâg.o G.ogleÌi.rth

É interessante que a produção dos esPaços concebidos peÌa óticâ


Ììdar
das forças de segurança segLLiria a lógica das cisões e baÍeiÍas estabele-
cìdâs peÌã produçâo de outros esPâços concebidos no bairio. P€rcebe se,
primeirãDreni€, que âs delimitações do que seriam âs áreas de atuaçào das
fòrças poÌiciais de cada UPP convergem se com os espaços dominados pe
Ul'P Praia de RâmoyRoquete Pinto coÌìvergiria
las facções crimiÌ1osas: a
com o espaço de atuação da niÌicia no bairro; a UPP Nova HoÌanda/Par'
que União s€ estabeleceriô no espaço de domiÌÌaçào do Comân'lo VeÌme-
Lr0: lalaú i ati|pí i!:i ripr.rjriir jt $Êa!i] rÍbii. 141

ìho; e, no que diz r€speiro âo espaço concebìdo peÌo-t,erc€jro ConìaÌldo


Puro, haveria a abrangérÌcja das UPps Baixâ clo Sapâreìro/Tinìbau e Vil.
J' lo ', Pi ìl . .. , Li. Ì . .. .1..rr, o. .,o 1,^ ,J. \.. .. d, I r ..rorill
partir da pro.lução de outro espaço concebido: à LnÌhâ Anìareìa.
Con1 relaçào às jnteÌìcioüaÌìdâdes e às pÌáiicas socìrrespaciaìs cìcsenvol,
vidas peÌo Eslado, nâ figura de scos bÌaços nrmâdos, ÌraÌìco (2014) c
Souza
(2017) Ì€ss.Ìltam à perspecti\? conì qrÌc
são tratrxìos os espaços rìe tàveìa, tÌc
iorma gcraÌ, eo birirro \{àré, enì partìcuÌêr:a parrìr cla ótìca.lâ nìilitarìzacão.

ì .r' l \..J \r R \\r ,,


''. .rd.
201'1, p.57), cujâ prirc4ral calacrerhlica, de acordo com Cerqueirâ (Ì99S
êpud SOLÌZA, 20Ì7, p. l10, "é adoçio de prriticas nrilitarcs err a|vìdades
de
natureza polìciaÌ, daudo assìrìì, urì1â fejcio rnilitar às questa)es de sesurâìr
..'.l-.".r,i\. tJ Le. ,r. r h. .\.,. J,.. ,,i r , . tiJ,d. .-.p,:,i.-
socioespìcirLis â cÌâ \.ìnculadrs, ua meclida enr que se objetir,À .,pacincar,,
.Ìc
tcrlnjÌìados espaços e, consequcnteÌrìcÌrte, as reÌacòcs socjâìs â eles iner€ntL,s,
sob iustìíìcatir.a cla denomrnada "guerra, às drogas e do corìbate e enfr€nt:Ì
ÌììeÌìto ao tráfico. A respeito.:Ìas açôcs miÌjt:Ìres dc pacilìcâcào, Souza (2017,
p. Ì87) ìdeDrificà qLrc, enbor.r sob ap.rréncia de..ação teoricàn€nte posiriïa
do Est.Ìdo, lclâs esconde[m] en sua essêrciâ o sienilìcado de que o locâl a
.e r. fi.J, <.r. ì ref , ....F,...o.e.e1rr.., n,.,r1ì.ot ..,.,..e,
vençoes qlÌc suspc.denÌ or direitos dos irldìvjcllÌos nas comunidatÌes,,.
Ou
seia. os espacos faveÌados são rrâtados como hostis € ìnjÌìisos.
tidos de ii)r
r,..q! \í...r. i\J,J '\.,e,.J ., r..,...t",,: ilr rrd,..,.rr.
iffeüsâo, portano, de sc "Ìerar â paz" (LRANCO, 2{1t.1).
No âmbito dâ idcntiiìcação dessa lòrca reguladora caracterisiica dâ
aluação dos bÍâços aïmados do Estado nâ À,laril, Souzâ (2017) p,rÌtnì
do da hipirtcse de qLLe o tstâdo. coÌìr srÌas prátìcas racìonaÌizacloras que
represeÌìtanì o criercicio da dorÌììn.Ìçào socioespaciaÌ desc,:)nhecedoras c1.r
dìnârrica colÌunitáÌ ia Ìessâltas a coÌìscquêncìâs da mìÌitarìzâção Ììo d€
senvoÌvjmento dâs práticàs espaciajs.rÌltLrrais e no cotidiano c1e moraclo
rcs do brjrÌo.,{lì1ando sobretudo a ju\.entudc, clesracou se Ììa épocâ
da
oclÌpnçào do bâirro pelas Forcas Ármadas a pÌoibiçio rÌe rcâÌizacào.los
trailes funks. bem como a nornarizaçào, atrÂvés .Ìo estabelecirÌìento de
soììclt.Ìção pri\ ia às foÍçxs dc pe.ificacão, parê r€âlìzação .ìe quaisquer oLr
lÌas pftitic,rs cuÌturais de rua. l.Ìì prárjca, seguÌrdo Souzã (201t, p. l8] tg,l),
lez con] !ue as forcâs de prcìfìcaçào se qüalitìcalsseml como agenres cul
lurâis diÌs conrunìdâdes ocupàdas, l...l que [Íìzessem] a g!.Ìéncjâ dà .uttlr
Nl]M Ì.]AOÀl] EAPBl]PRAQÀ' Ì.]A IUÌA Pl)i TSPA!O ]NBAI]X

rê, coÌl1o outrorâfrzerâm Da ditâdura ÌìÌìÌitar, desÌegiti ando a auto[oÌnia


comuüitáda", processo este que a autorê quaÌificou como un1a teÌltativa de
domesticaçào dâ fiÌvela atÍàvés de.epressão cuiturâI.
Dìante da prodlÌçáo dos espaços concebidos, a produção dos espaços
vividos se colocâ como o contÍâponto, como â ação não hegemônica na
produção do cspaço urbano, conllito esse que câracteriza a Ìuta peÌo espa
ço dlante das contrâdiçõ€s estabeÌecidas pela produção capitaÌista. Dessa
forma, tendo corÌìo iÌìtuiio caracterìzaÌ pÌocessos de enfreÌìtâneÌìto lÌen
tc aos processos de doÌninação, as práticas espaciais cuÌturais se colocâm
como possibiÌidade de perceber ê apropriação do espaço e, em seu limite, a
luta pelo direito à cidade. Segue na próxìmà seção, poÍtanto, informações
relativas às atividades do bloco Se llenze que Ilál como prática exemplifi-
,.rnor" oa pr.ou,,io de <.paçú ir rJo nr MJie.
'

Bairr0 Maré c0m0 espaço da apr0priaçã0

Como forma de enlrentam€nto dos processos de dominação ÌeÌatados, co


loca-se no campo de confronto a pÌodução de espaços vn'idos. [, é na "l...]
plLrralìdade de convivências de sujeìtos sociais, em suas diferençâs cultu-
rais, simbólicas e huÌnanas' (SOUZA E SIL\rA, 2009, p. 96 97), tal como
propõe a defrniçào para o espaço faveÌa do ObservatóÍio de Favelas, qlÌe
se er'ìdenciam as práticas cuÌturais reaÌizadas por sujeitos desses e ness€s
Ìocais e que nìaúèn1 forte vinculação com o espàço ao qual pertencem, tal
coÌÌìo discorreranr Vaz e SeÌdin (2008, p.03):

A Íesistência das âçÕes culturàis eÌn te.nÌos espaciais troDsfarece aLravés


do próprio noràr nâ faveÌa' [...]. lrata se de una nâneirâ de fortàlecer
o se.tine.!o de perteDcimento a pârtes dâ cidade desprezadâs c estigma
tizadàs, b s.ândo a Legitimaçìo dc urÌa idcntidade social e cuÌturàl que
passa peìa vaÌo.izaçÀo do cotìdiâno e dos costu]ÌÌes locàis.

Nesse seÌìtìdo, conlo càso eriemplilìcador no ârÌÌbito da iÌìvestigação dâ


pÌodução de espâços vividos no bairro, destacam se as êtividâdes do Se Ben
ze que Dá|, bloco cârnâvalesco de embalo formado eÌn 2005 por moradores
do bêirro Maré, dentre outràs pessoas c âmigos dos pa icipantes que com'
partiÌham dos objetivos do movjmento. O bloco nascerÌ coÌn o intuito pÌìn'
cipaÌde discutir adiflcuÌdade do iÌevirtendo em vistaâs barreiras impostas
D0r rdç10!ap'ütrâ!.i nãrÍi.úiãr ú Èsrralf !rlanr

pelaatuação do lráfico cle drogas epeìàs oPeraçô€s poÌiciais n.Ì NIâré, dertre
oütros ieÌÌìas poliricos, sociais e cuìtLrïais e d€ resgêle da nìemória e lòrta-
lccimeÌÌto da ìdentidade ÌocaÌ íÌRAr-CO, 20Ì4r SOUZA. 20Ì7) O nonre c1o
gnÌpo faz aÌusão a uma prálica .!'làtìva ao ato de be zìnìento (oferecìnìcnto
de proteçaÌo, àlàstameÌìto de el'entlrais maÌes) que scria necessário para a
circulação ìnteÍna na l]lâré, devido aos coDsl!Ìntes conlÌitos enlïe os sujeitos
produtoÌes dos csp.ìços conccbldos Por isso, o bloco teÌì em scu sinÌboìo
a arruda, plant:r popuÌarnrentc conhecida conro um elenento de Proteção
\rale ressrìtâÍ o !ue expõe LÌnìa das integràntes e fundadoras do bÌ,.rco, enr
eÌìtre\'ìstì à Souza (2017), â reweito dâ lòÍmaçào e dâs Ìììotil'açôes do bloco'
que peÌp.Ìssâ a nec€ssLdâde de apropÍinçáo do €sPaço:

Nâo é 1:iciÌ diTer par. tìs pcssoàs, e fÌa nós rìIcsrnos, que essa taveÌâ Dos
pert€Dcc. Delerir nor pcrlencer. Nxo é da Policla, nro é d., landido é
nossâ. T!'nìos direinr . cla. E lssu é DnÌilo dìij.il, rÌras nós nos pÍopusen!)s
a jsso. De.idiÌnos quc rìi'jànros, qu€ tÌtìti.Ìnros ,nãis geDte co.os.o L fa
iaÌr)os isso àtravés dafeÍa, rtrrrésdo sarrba, atrevésda alcgÍiâ (ì!la.iiu.j
NasclÌìento eÌn eÌrtrcviste .on.edidâ â SOUZÂ, 20li P 201J.

A prnÌcipaÌ l,Ild entoada pelo bloco taÌìto nos càrtazes de di\'rlgação


dos deslìÌes quanto nos sambàs cnr€do é o "Vem pta rr.rê, moràdorl"' fa
zendo aÌusirì direta à importância da aPropriação da rua e do espaço
IocaÌ como iorma de enlÌentânìcnto às barreir,ìs cxìstentes làl fâla tanì
bénÌ teln o obl€tivo de se contrapor à fa1à "Sai da rua, noÌadoÍ1", enìitìda
por polìcìàis cir.is e nìilitâres quando eslio conduziÌrdo os vcicuÌos blin-
dados, os d€nonÌinados "câ\.eiròes", nâ Ìealizaçâo de operações nìililares
no bairro (SOLÌZÀ,2017). De acordo conì â autora, "é o grito que lìcâ
engasg;Ldo nâ gargânla a cada oPeração polìcial, a cada troca de tiros cn
tre varejjstìs de drogâs, a cada vìdâ ceifaclâ. É uÌn convite à insurgência
faveÌada, à rebeÌdia, à luta" (SOUZA,2017, p. 203).
Vale dcrtacar, nesse momento, as âçòes de enftentaÌneÌìto reâliz.ìdas eìn
dois deslìles do bloco: o de 2015, a paltir dos Ìelatos €tnográÍìcos de Souza
(2017), pcriodo no quaÌ â Ntaré esteve ocuPadâ pelas Forças Armadas; e o
deslì]e do carnavaÌ ,.tc 2017, ano eÌn que Participei das ativjdâdes do trupo
sob à foÌnÌa de observação partìcìpante.
O coÌteio do blo.o eÌì 2015 não soÌicitoú àLÌtorização pÍévia, taÌ como
foÍa Ììornatizado peÌ.rs lòrçàs d€ segurãnçà quc assumiram um papel de
reguÌadoras das :Ìtiridêdes cuìturais no bàiÍro (SOUZA, 2017) Naquelc
244 0cM À11,0 EÀPF0P ,rlÁ0 Ì,t,r LúÌA P0F isrAio uRBlti0

ano, confòrÌne destacou a autora, o gÌupo decidiu passarcoÌn o cortejo €rn


uÌna das trincheiras estabeÌecìdas pelas forças mìlitares, bâse nâ quêÌ se
concentravam bârri.âdas, ÌnìììtaÌes armados e taÌìques, locâlizndâ enbai
xo do 1.ìaduto de ligação eúÌe as Ìinhas AnàreÌa e YermeÌÌra.
Souza (20ì7) narra conl mâestrìa a intcnsidade coll1 .lue o grupo vjveu
esse lÌ]omeÌìto de €nfr€ntâmento expÌicito às àçôes de doÌniÌìaçào impos-
tas â partir do espaço concebìdo pelas fõrças militares, beDr coÌììo as es
t.atégias utìÌizadãs, entre outros eÌenentos que colocam a produção desse
espaço vivido carregando o aspecto orgâÌìico, clândestino, simbólìco,
lúdico e dos sonhos na prodrÌção social do espaço enquanto potêncla
nâ lúa pela âpropriação do espaco e pela necessidade da insurgêrÌcjâ dos
valor€s de uso nesse processo:

ltl cra noite e. àntes de o bloco chegâÌ embai\o do !iaduto, dc ÌcpcDre, suÌ
giran] dois tânques de guerra do ExéÌcib. À partir dos tanques lorrm fro
jetados ctìnhÕes de lLrzes nNito forÌes sobre o cortejo, eÌes rcnlavtìn rÌos
cegàÍ. TâÌìbcrÌ doi tâtiques ecoàrnm sirerÌes ensurdecedoras, eles Ìcnrâ,
vanr nos siÌc cjar. ÀssinÌ, seguinros até a lrincheira lo.â1ìzadà e mbaixo do
riadukr aÌi parn,nos. E, sob os oÌhâres atentos c Denosos tlos números
e
Ìnilitares àr ados dc fuzis e eDtrnrcheìrãdos. crârn mais de Ì00, volr.mos
a gritar: Não, rão, nào/ Não qu.ro trnque, .ão , poÍ ceÌca de Ì0 niirutos.

Os batLrq es do bÌoco e.oàÍan d€ DrÂneira ìrdescriti\.el con] x âcústic.


do viaduto, o que aumentou, cxponenciâlnerte, ã sensâçto dc tcnsào e
criìcDlamento com a nossa principâl arna. o soÌn, o grlto, a indignaçào
de estarnos subnetnl(x ao reginÌe Ì]'ìilitaÌ. EnÊm, seguiÌnos o nosso cnmi
nho c conemoramos corro se tivésscrnos yerÌcido unÌa verdadeirà guerra
coDtÌ14 DiLitaÌizacão de Ììossàs \,idas. Não cala.ão
som, nào scn resistaDcja. (S(lUZÂ,20r2 p.209)

).tro carnì\?l de 20Ì7 prrtìcipei das atil.idades do bÌoco, como uma das
etêpas do trabalho de cìnpo virrculada ao desen\,-olvìm€nto da disscrtàção
de Ìnestrado. PeÌa pÌim€irâ r'ez os iffegrêÌrtes resoÌveram cancelar o desfilc
que seria reaÌizado no diâ Ì8/02/20i2 sábado ant€rior ao 1ìnâÌ de semanl
de camêvêÌ, em viÌtude dos lntensos corlÌitos eÌìtre as facções do tráfico.
Souzâ (2012 p.210)r€lata qu€ estc momento seestâbeÌeceu coÌÌìo unÌa dificil
contradição pârê âs êtividades do bÌoco, na medida eül que sua e-.ristêrcia é
pâutâcla nà importância de "justamentc ult.apassar e eüftentar a vioÌència
fisicì e simbólicê Ìepresentada peÌo cerccamellto do direito de ir e Íir".
Lú tulr rdlr T 1iú ipÍuLl \ 0lLr pdlo ÍJ_r.

No sábado posterior ao feriado de carnavaÌ, no dia 04/03/20ÌZ conseguì


mos reàÌizar o coÌt!'jo do ìrÌoco Se Berze qrÌe DáI, rìo qLral paÌticjpei roctrndo
tr,,hur'r ,,gr p...ú ,po\ônJr.po\ n,d, nerr, .rpe-",,. ir ."r,..
ativìdâdes nà Roça, no \4orro do TimbaLL, sede de um coletir-o de pessoas da
X{aré que atua üa áreâ de €conomia soÌidáÌia, conl r€r.enda de prodLLlos orqâ
r .o . oL io 1J tâ r(. /-!o, oee.e rto..rltr i. u.,r . J ,\utro .atd.\
e cìnecÌubes (SOUZA, 2017), sc es!êb€Ìecendo como unÌ Ìno!iÌnenio social
rÌìais mârginâle criti.o às ONGS Ìocais qrc aluaÌn hegemonìcaÌneÌìte no bâir
ro. Após unìâ hora e 30 rrirrut(x de ens.lio, apronìmadânìentc, e conÌ peque
nas mudas cÌe:rrrLrdo colocìdês em nossas orclhas quc forarn compartiÌhadas
por umì das integraÌìtes do bloco, ìniciaÌnos o correjo pelas ruas do bairro. O
tr{apa 4 expõ€ csse percrrso reaÌizado, evidercjando o cruzãnìcnlo dos cs
paços concebìcìos peÌas facções ligadas ao tráfico de drogàs âtu:ntc nâX{aré:

l,4apa 4 Peri!rso realizadr pe 0 b 0c0 Se Befle q!s Dál


no desÍ Ê d€ caÍnala d€ 2017

.,:::'"..--.
'':":
t
.. Ë
!t"
l :'.1 :"'"" .. rli
LQ--::,rrL::-rté-_r - -t
Iort. llhbônli.lÌòtrirrprrÌr!.L.grrd.!Ìos.Linitèrdrnri.o\eLmilèrdeFaÌrlis t?ptDarx.
Ri.ìl.rmiÌesdcL PP:.4ônrufros ttttRrr rSoürl,InrâSenì C.Í)qLr ljrrrtìr kâbr hod..ì.ìp.
Jltf,l hÁcÀc ÉÀPFoPB ÀÇÃ0 hÁ L'jÌÀ P0È tsPÀ10 uÊBAÌi0

cortejo' dil'ersos poÌìtos


Foi noÍório, ao Ìongo do traieto percorrido peÌo
de homens arnìados' que nos
de venda rle rÌrogas com presença ostensiva
oLfruuo,tt ,tu. com tlesconlìança e' incÌusive' deixÀndo eÌÌì al
" "-rt."ruuoà ao não informar e/
sul]s momeÌìtos ês ãrDlas a nós tlirecionadas O bloco'
o tráIìco a autorizeção
ou negoclar previamente com ê PrefejtrÌÌa oü 'om
nirá\eu.orlero.rcIr::ol un_ lorle erlr<flrn' ìlo ' bJ'_e
r''s e\''len e'
\e
;;;" ,." À uun\oo\srtrPo'rrrrÌ 'lo' r'or.rJo' oecebend"' pa'
e4o- oo q l.fo .olo."trm 'c btn' ueiì(ro 4 Lr'ì
pc'" ' urì e't_t'n_o'
.-.,1" N-..'.' nor.!r'r.' - c\'' r'eË r Llrl /JJ" u'' a frrr- br' er'rêÌrÌ'
nosso câmilìhâr e contìnuar a caÌÌtàr e tocar o
sãrìba-eÌÌredo' mostlando
expÌicita
qu. o tto.o p"rt"n.i" i Maré e que iriamos passâr' Àssinì como
muiro notória âÌuta
iu pn, So.,rn (zOfZ) rot re o corieio do ano de 2015' foi
o
p.li *po* qt. t" naquele mon'ento nÌedjrÌìte o conlÌìto e
.u"beÌecia
(Produzindo
.rrl",rt"nt.nto eÍabelecidos entre os gr!ÌPos de tÍâfrcântes
cìa domìrìâçào) e a prática cultural
(pÍoduzindo um
um espaço concebido,
.rp*o a^ evocando o dir€ito de se aproPriâÌ daque-
'ì'ta., "p-priação)' enredo de
f"'""pa.. p.i,t.lp"ft"""te t€ndo eÌn vista os cÌizeres do samba
2005, que cantávaÌìlos nâqlÌeÌe momento:

t...1 recendo as redcs / PeÌàs lâies dès rinas


divisas
Ronìpendo as baÌreiras / Deconpondo as
Ì1o Povo / Na ìula do polo
^creditando
Esse di:ì há de ch€gàr'.
Benze que DáÌ/ PrâPãssâr (ô)
Se

CoÍì eslc sambâ / Essa é à gaÌera da NÍ'ìré' nleu iÌnor


Só tcm gente banba
( izabclth, Lconardo l. MeÌo e Josiàs LinÌa' 200s' grifos meus)L'

nìuito semelhênte
NÍinhà experiência pode ser caract€rizada de forÌnÂ
âo deslìÌe de 2015 O enfrenta
à descrita pur Sou"u (zOlZ), com relação
coDtra os grupos vincuÌados
menro, dessa vez reaÌizado mais diÌetamente
âo tÌáfrco de drogas, foi materiâlizâdo
tanto peÌo próprio desenvoÌvimento

''oa bn .ôPUi "''-'" '''' "li


"'"" ,.' i oP o !g r,oo''d '
" t,"rrir'''re '"np' no ai! dô desrte atrèvts d' rolhcto
,*;il;.;il..;';'"o
pàrnorienÌxÌn.sso.anto
Dim fri:-i::lÍú a!ã ri ! N" rlirú4rr!r LÍh .

dà prática culturaÌ Ènì si (pelo cìnro e pclo toqrÌ€ dos iÌìstrumeDtos rmÌsì
c:Ìis) quanto peìa apropriaçâo dô espaco ao longo do cortejo, fornìado
lìor
dois eÌenÌentos lnuito cxpliciros:primeiranìente porperten.er a unì grupo
de pessoas, .Ì uln coletìvo, o que fortaÌecia a todos e a iodasr e o seguDdo
concretizando se Ììo próprio exercicio da pLilica cultural, sem â quaÌ (se
estivéssemos sin\tesmenic trênsirândo pelas Í!rês do bairÌo, por excmplo)
muito provâ\,'elneDte o diÍeÌto de iÍ e rir não se concrctizâÍia.
lioi er.posti neÍ.ì scçâo, poúânio, a produçâo de rÌm espaço r.ivido
como formâ de erlì€ntânìento às acões de doÌniì1açào inìpos!ês pelâ pro
dLrção de espaços coÌìceÌridos,denÌonÍradas aquipelas atìvidâdes do ìrloco
dc caruavaì Se lÌenze quc Dá1, que apoDtou para a possibilidad€, por Yjr
práticâ espncjâl cultural, dc se estabclecer acòcs de enfìentaÌìlento tânio
sob o conterio de dominaçào do espaço reaìizada pelas tòÌçâs miììtàÌes
quanto peÌos grLços arnìâdos viÌìculados ao rráÍìco de drogas, nÌovjmerìro
estc qLLe possuì cono prin.ìpaÌ bancleiÌâ a lutâ peÌo dìrciio de ir c vjr 11âs

Considerações Íinais

F.sle câpiilìÌo leye coÌno jì1t!iro vâlorizaÌ â produçào do vivido na produ


ção sociaì do espaço urb.rno da \Iaré, coÌocando o como tòrna dc, i.nfrer
talrleÌìto aos pÌocessos de dürjnaçâo do espaço, crlui erempli6cados peÌâs
dejinições té.nico adnìi1ììstrarir.as, pela aruâçio dos gropos criminosos
ârmêdos conr donÌjnìo d. território e p€los braços armndos dcì tÍado. Os
coütÌìtos diàÌéticos exisrentes Ììa produ.ão sociâÌ do €sp.Ìço urbano dos
quâis se dcstàcxÌn a doÌÌiì1ação Í âpÌoprìaçâo. os valorcs de uso _r r.alores
cìe troca, a produção do espâco do bai.Ìo €nquanto obra jr a prodLrçâo cn
qlrrÌìto nÌercxdoria, no ânìbito do modo de produção capitâ1is[a cìrâlì
sxrn pÌo.essos de Ìlrtn pcÌo espaço, os quais podeÌn se €stabeÌeccÍ enquânto
po!êÌìcia na 1u[d peÌo dìrcìto à cidade.
Como resultados prilrios. destaco prineiramcrte que, ao Ìoneo do de
setvoÌvirÌìento da prátì.â espacial cuìrlrral Se B€nze que Dát, pôde seÌ cons
tàtadê de fornìa bâstante notória a apropriâção do espaço Ìocal a partir dos
seus vaÌores de uso. Não lÌâvià, DaqrÌeÌc nroDÌento, jnteÌrcões qlÌnntilativâs,
monelârizadas oLÌ tratarìdo-o e[quanto Ìner.adorìa na produção daquele
espàço, o que releìiÌ, assim, uÌr1d produção espacial baseada na apropriação,
248 DaÌ/ traÇ10 !Átn0pF ÀÇÀ0 t LlÌa F0R tstìÀt0 uF6ar,t0

no espaço tido enquânto bem hurÌìano e objerjvaÌ1do,se conquisraÍ (ou pelo


n ello!rur'r.r oLol.ot u nrrc.e.*droel,ìr< e.oo.rclodc r E\ jl
A evocação desse direito con1o nìote prìncipâÌ das ativldêdes
do bloco
associâ-se tâmbém à Ìuta por outÌos direitos huÌnanos
e sociais básicos.
taìs como o direiro às poliricas púbÌicâs de habìtâção,
mobilìdade, infraes
trlÌturâ urbana, seguÌ.ança pirblica, entre outÌos, e, em ser liÌnite. o dì
reìto à vida - este associado à conscquênciê mais delìcada da produçâo
dos espacos concebidos pelo trá6co de drogas e pelas forças,ìe
segurarìca
.r- . rtrJe d,,.o r.r.rr r.. rror'te. ,..,.lu d. DúDUtJ.â^ro..l<1:ar r" a,,.
próprìos agentes de scguranca) ocoÌricÌas ÌÌos coìÌflilos entre esses sujehos.
LJ rr rtu. .1ro, -r.ìiu.pe.l/h(.<ç.,nr e.t, r.iìc'ìr!.onr.. i...ro
de eln suâ perspectiva teoÌicaÌnente Ìnais revolucìonária,
", cr
o langenciam, üa
medida eÌll que foram e aìnda são hisroricamente regÌigeÌìciâdos
à popu
Ìação far,.elada e, nesse sentìdo, podem se associar ao processo
de Ìuta peÌo
direito à cidade.
CoÌìtrapondo se à ideologiâ bâseâdâ Ììo iÌìdjvidualismo. â Drárlcâ
--s
p..,,.,r l r,r. l . ì. r r..ru'n. i -.r...ro.rte ;,a .anrber p.cì. .. ."t". I
conìo umì poténcia pâra a col1quista do dirci!o à cidade. i)e
acordo coü
Carlos (201;). os Ìnovinlentos socìâìs e iÌs rÌìanifestações púbÌìcas
se cons
titueÌn como motores para as lutas e como fòrçâs diferenciàdoras que
rea
lizarào os qu€stioDâmentos e as confronlacões no plano rio vìvido,
reve
ÌaDdo a consciénciâ de que o ser Ìrumano se encoÌìrÌa eÌì un,r processo
.le
reproduçào social baseado em privações (proccsso de
alìenâção). A âutora
aindâ expõe qu€,

[. .l eÌì sua diÌneDsáo Ìeaì, os .ortos Ìeun {]s ntìrÌifestâni sutì fòrçâ dis
cLrtjl€ì: injciàÌürenie, Diostranì â tndignação e o descoÍìtenraÌrìento
corì a
v a na netrópole e o nodo coDro se co.stÌóio espaço urbaro, que sepan
e cxclui uìÌrâ par.eta signrÍìcerivâ da sociedtìde peÌa lnposicào
dc direttos
dlfeÌen.iâdosi e, en outÌâs octìsia,es, exigem ÌrudaIças concreias. (CÁR_
LOS,20Ì7; P..1ì).

Ouuo importanre elenrento jdentìfrcado é o esrâbeÌecineÌìto da espa


ciaÌidade da rua conto o ÌocaÌ do eÌriìentam€nto dcssâs mtrnifèstações,:o
nesnìo tempo €rn {}Le tâmbérÌì se estabeÌece eÌìquânto ÌocâÌ do e[contro,
clâ fèst.ì, do consumo improdutivo e do prazer, tâl como
o conceito de
djreito à cidade propõ€. A inÌposiçâo do espaço concebido no lerjodo
Drì ,a!:ÌD ! atiipí it!. n: t 0 .:r !. e5lja!..Íta.

de ocupação pcias íorças de pacjficàção nâ Maré. segondo SorLTâ (20t2 p.


2Ì2), loi receÌrida conì eÍraDÌìamcn[o e iúerpretada co]ììo ìn\.asora, rüna
yez que se impôs r partìr de uma série de reg.âs, enquadramcntos e ordc
ranìentos. I isso Íenrltou en di\rrsos coÌÌllitos direios...,,. N€ssc seÌìtido,
constatì se a importâÌìcìa clà,ìpropriÀcão dì r lLa na prodrLção do vi\.jdo Ììa
nedìda em que'!e conlìgur-a como o espaço das trocâs reàjs e simbólicas,
da convi\'êÌìcìa, dàs discussôes, das fcsrâs, do encoÌrtro e dà parrilhâ coÌìr
outro..." (SOUZA, 20t; p. 92), e é â pâÍtìr dai que eÌìr€ndo que a potêrcirÌ
do djrcito à cida.le taÌnbém pode se.oÌìcÌetizìr.
Djânie da agrÌ.1à necessìd.ì.1e de discLújr a conrpÌeridnde socioespacial
.ÌtLraÌmcnle \.i!enciadâ ]1o Rjo de Jan€iro, est€ capitu]o brÌscoll cortrìblrìr
conì qlÌeslões pertineì1tes
!ìrodução do espaço urbeno, er.ìdenciando que.
à
rnais do que coìocar o espaco enì pauta üos espaços de dìsclLssão, a sua
própria froduçào pode se estabelecer comr:r umâ dâs formas de supcrâçáo
das .ontradicões c clos contlltos sociocspaciais c .omo potência para â corr
quista.Ìo direito à cìdad€.

ReÍeÍências

ABREU,I1. A. À evolução urbanâ do Rio de târeiro. .1. ed. Rio dc Jàneiro:


lnstitLrto MLLri.ilìàl de UrbânisÌno per€jrâ Piìssos (Ìpp), 20Ì3
ll987j.
r\LEÀ1, À. Bri.\'e relaro sobre a tormacào.Ìâs Divìsõcs Adll]inìstràtiyas
nâ Cidadc do Rio de Jaüeìro: pcriodo dc 1961 a 201S. Coleção Estu
dos Cariocâs, Rio de Iâneiro. n. 20Ì5ÌÌ02, nov.20Ì5. l)ìsporìivcl €n1r
< h I tpr/lì o rtrlgeo. rio. r.i. go\:br/c st udoscâr joc as/conìpleta2. a sp>.
Aces
so eÌn: Ìil abr.l0Ì8.
,C.L\/AREZ, Ì. P. À segreg.ìçào como coìlteirdo dd prodrÌçào do espaço or
bàNO. IÌ1: CORREA, R, Ì-.] \,{SCONCELOS, P, Á,; PÌNTALÌLII. S. \I.
(Orgs.). A cidade corternporânea: segregação espâciaì. Sâo pauÌo: Con
te{lo,1013. p. 111 126.
ÁSSE\,ItsLEÌA Ì,}GÌSLÀTÌ\A DO ESTAI)O DO RIO DL ÌANFìRO REI',
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tigar a açâo de niliciâs no âmbiro do estado do Rio de Taneiro. 2008.
DìsporìiïeÌ enì: <http:/ !.r!s.nepp,.lh.Lrrìj.bÌkelàlorio nìiticiâ.pdf>.
r\.esso enì:28 maÌ. 20Ì3.
C,{NIPOS, A. Do quiÌonÌbo à fãÍeÌa. Rio de laÌì€iro: Ìlertrând Bràsil, 2004.
(lARl O-\, À f. \-{ .ondicào esPa'ial l 'd Sio ir'ìulo: CoÌìt'Ìì(ì -ili)L-ì
(idrd!'
.\ túiii..Ì e\1'r.ì.Ì1 Lrrb.ìnr 'oÌìo ce.cìcgiìc'Ìo e ' 'dìÌtito ì
.onÌr) lÌ)rìronl. ulóft.o lnr
(lOlìRÈ'\' R l I\'{Sllo\(iÌrÌ l' ì i
')\'
PÌN LìL Ì)1, 5. Il. lorgr.l ]\ .: Ìde contenPoriÌìea:
scgÌcgação esPa

.irl Si0 P.ìLrlo:(l.iìte\to l0ll P 9i ll0


,\ tür.ì.ão.l{r rÌÌììaÌro e do "dir'iiii ì cLd'rde cm Hef iLclib\'Ì'
lìli CÂRLOS. À l À i,\t\'l-:. Gr Pi\l)L'\' R li
(Oigsl Justiçaespê
ciâi e o direito:\ cidnde sio Ìr'ìulor C'!ìtcr1o'
l0l; Ì) 3-l 6l
1l'ì ì)ìsrìÌrrznç:li' 'r'prodLrclLr' rlo esirrt'o no Ììo1irìÌenLo
d' fet
,",l1,, gl1,g,"rì.,, 1r:: CARI OS' ì F A ; SOLIT-'\'
\1 l i SI)OSÌ l(l'
\i",t ll. Ì1. i prorÌLrçao clo espêço urbanor âgcrúes ' pro'e5sos êscrÌ'ì( e
(le\.11io\. Sì1rPìrlo:(.(ìÌrt'rtu llìlÉÌ P 51
-l
rÌnì3 tÌrìiÌis' diÌ
FRÁ\{i(1. trì. Uì'P À reduçâo da irì\'elâ a très lctrds:
rh Rio de Jìn'iro DisserÌ'ìçi'i
foÌiti.r Llc s€gütrÌirç.ì r'uL'Ìi':'r do cçtldo
irr"*r,'.tn .,,, r\.ln1iliiÌrxctur) I'rogrrrrr de Pós gra'1urçìo eÌìì .\d
ììrinis1r,ì.i,.t.Ìrcr:idld' lcd'rrl l:ÌunriÌì'Ììs' Nitcroi l0l'l'
ll,\ll.\RRON. l R.r IÀNl)À, J ' tÌ O qLÌe l lì pcsqLrìstL Pârri'\ìÌ111c?
l'r:

BR,\\DtO,. tÌ.. \lRE( K, l). R. lorgì.ì Pesquisâ PìÍti.iPaì1tc: Ì


SÌr: I.:ì'i:ìi & Ì.clr'Ìs 1006 t' 9i Ì2r'
|.ìLLllhr L|, s,L{-c: .\tuÌc'j(Lì
(ll:\\NLÌ.1.\, Ì.. (l Reviranclo o "PoÌto )târâvìlÌri": ÌÌÌtr Pelo ccfrço È
, Ì)ftÌ,ìcì1.ò{rs L)Ì1)arrs na roÌrì foÌtüáÌiì
(lo Rnr de ltÌnciÌo lesc ill'LÌ
(]]ìclLrrçio Ccogr'rílì'
1.rr(Ìo dfì G.og:tÌhal Progr'rrì].ì Jc Pós '1ÌÌ
t-hì\crsidìdc Fed.Ì'rÌ lrlunìr1ìcnsc'\lLcf'ri 20l5
e dneúo Rro de
G(ìNç.{L\'fS, R S Favelas cìo Rio tÌe lanèiror hisl{"'ir
Ì.ncLroi P.,lÌ.ì(' PLrC Rirr' l0Ì-r'
( ;(f\' Ì Rì.la) D(l L! f.\l)O llO ÌtÌO lìl lr\\ElRO LIPP
Llnidrd's d' P!
(.lì :htlf:rrN\\11'üPÌìrr'
Ìi.i.ì l).ì.ìli.rJori Âs Ul)Ps: o qLLc c Diip'irìi\rÌ
.or in(le\'lìrpr! rlue c tÌPf) A'es\o 'nì: Ì 'ÌLìr l{)Ls
I ÌAR\ lI. tl. À iusliç.ì sociaÌ c a cidâdr' Sìo
frulo: HLÌcìLc'' l9S0 tI9;31
. -sp,,.",,s L"r,',,,tl l ü: CÀ-\l R EL'
\'r li Rl GOR\'' D' ioÌg l l)a\ id
"
-,",r.1," crrrlc:,Ì rer'ler' \1rl(len OìlìiJ: Blr'k('lL' 1006 e
Trìc1Lrç:1o
HrcsLìr'rÌ lirÌi'Ìrì'ì
Ì;,re, i.ctr,i,r (ìirrncÌl.r' Rerrsio tccrìi" Rogórìo
. (,r Lrir.rr'l r' '! -
ÌNSTÌ I'I I' TIi,ISILI'IHtI L)F TìEOGRÂFI: E Ì''SIÂIÌS ì'ÌCA' CCNSO
jtigc go\'LÌr
1010. (,lo'i.iìii l1l1(l l)isL'rìÌìL\el tìni ''ÌìrtPs:rr'enso2010
nr:neriìi\rgrÌi.Ì .1r lÌ1ìììÌ> Àcc\so enr: -10 ÌÌrar' l01s
'cnsorglos\rrio
DDm mliio e âpÍd!Í aiãi na jÍr0j$0 i0 espaçN !:Li 0 251

IACQUES P Iì. Cartogralìas da Maré. In: VARELLA, D. Maré: vida nâ


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