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É necessário deixar frisado que estes objetos artísticos utilizam materiais recolhidos na
natureza: folhas, frutos, árvores, ossos, dentes e plumas de animais, entre outros.
Além daqueles que são usados na vida comum, alguns são encarados como artefatos
cerimoniais que aproximam os indivíduos do mundo espiritual.
Os cestos indígenas são ricos e variados, feitos com folhas ou fibras de árvores (por
exemplo, a folha de palmeira), o trançado pode ser feito através de diferentes técnicas,
de vários modos, decorando as obras com padrões e figuras.
A pintura corporal é um dos principais elementos desta arte, podendo assumir diversas
técnicas e padrões. Feita maioritariamente pelas mulheres, ela não tem um fim utilitário,
mas carrega muitas mensagens e simbologias. Porém essa pintura corporal muda de
tribo pra tribo não necessariamente possuindo as mesmas representações, o que
representa para uma tribo não representa para a outra.
A grande dificuldade para entendermos a arte indígena esta diretamente ligada à falta de
reconhecimento dessa arte pelos curadores, críticos de arte, museus, enfim, daqueles
que não apenas se “interessam” como também validam as obras.
Fico perplexo com o nosso Brasil um pais rico em arte indígena, mas que ao mesmo
tempo não dá o mínimo valor para essa riqueza de arte preferimos valorizar obras de
Monet, Leonardo Da Vinci, entre outros, (não desprezando os grandes artistas), mas
poderíamos ter uma arte nativa reconhecida internacionalmente se honrássemos os
nossos artistas nativos.
Quero deixar o exemplo da Austrália onde os artistas aborígenes recebem apoio do
governo e de instituições do universo das artes, além do suporte oferecido por
curadores, críticos de arte, colecionadores, antropólogos e arqueólogos. Embora suas
artes não recebam altos valores comerciais, pelo menos o governo e os departamentos
de arte os apoiam.
Precisamos valorizar a arte criada pelos nossos irmãos nativos para que de uma forma
ou de outra, amenizar o triste passado que eles tiveram que enfrentar e poder ajudar
financeiramente suas comunidades.