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SUMÁRIO

1. AGRADECIMENTOS........................................................................................................................................4

2. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................4

3. ACIDENTES AQUÁTICOS...............................................................................................................................7
A. SÍNDROME DE IMERSÃO .............................................................................................................................7
B. HIPOTERMIA .................................................................................................................................................7
C. ACIDENTES COM SERES MARINHOS.........................................................................................................7
D. AFOGAMENTO..............................................................................................................................................7
E. CAUSAS COMUNS DE AFOGAMENTO EM PISCINA .................................................................................8
4. CLASSIFICAÇÕES DO SALVAMENTO AQUÁTICO ...................................................................................8
A. QUANTO AO CONTATO COM A VÍTIMA:...................................................................................................8
1)Salvamento Indireto.....................................................................................................................................8
2)Salvamento Direto .......................................................................................................................................9
B. QUANTO AO TIPO DE SOCORRO EMPREGADO: .......................................................................................9
1) Salvamento Simples .....................................................................................................................................9
2) Salvamento com Equipamento .....................................................................................................................9
3) Salvamento com Embarcação .................................................................................................................... 10
4) Salvamento com Aeronave ......................................................................................................................... 10
5) Salvamento Conjugado .............................................................................................................................. 10
5. FASES DO SALVAMENTO AQUÁTICO ...................................................................................................... 10
A. AVISO OU OBSERVAÇÃO:......................................................................................................................... 11
B. APROXIMAÇÃO: ......................................................................................................................................... 11
1) Corrida na Areia ....................................................................................................................................... 11
2) Corrida na Água........................................................................................................................................ 11
3) Golfinhada ................................................................................................................................................ 12
4) Nado de Aproximação ............................................................................................................................... 12
C. ABORDAGEM:............................................................................................................................................. 12
1) Canivete .................................................................................................................................................... 12
2) Virada ....................................................................................................................................................... 13
3) Tomada de Posição ................................................................................................................................... 13
D. RESGATE (REBOQUE):............................................................................................................................... 14
1) Técnicas de Reboque ................................................................................................................................. 14
2) Tipos de Reboque ...................................................................................................................................... 15
E. TRANSPORTE:............................................................................................................................................. 16
F. ATENDIMENTO (REANIMAÇÃO):............................................................................................................. 16
1) Sinais e Sintomas do Afogamento............................................................................................................... 16
2) Observações Importantes........................................................................................................................... 16
3) Posição Lateral de Segurança.................................................................................................................... 17
4) Graus de Afogamento ................................................................................................................................ 17
5) Acidentes com Animais Marinhos............................................................................................................... 18
6) Hipotermia ................................................................................................................................................ 20
6. EQUIPAMENTOS PARA O SALVAMENTO AQUÁTICO .......................................................................... 20

7. SINALIZAÇÃO ................................................................................................................................................ 23
A. VISUAL ........................................................................................................................................................ 23
1) As Placas................................................................................................................................................... 23
2) As Bandeirolas .......................................................................................................................................... 23
B. SONORA....................................................................................................................................................... 23
8. MISSÃO DO GUARDA-VIDAS ...................................................................................................................... 24

9. FILOSOFIA DE TRABALHO ......................................................................................................................... 24


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10. PERFIL DO GUARDA-VIDAS ................................................................................................................... 25

11. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS SOBRE O MAR ................................................................................. 26


A. DIVIZÃO DA ÁREA DE PRAIA: .................................................................................................................. 26
B. SÉRIE DE ONDAS: ....................................................................................................................................... 27
C. CORRENTES DE RETORNO OU VALAS: ................................................................................................... 27
12. NOÇÕES DE MERGULHO ........................................................................................................................ 29
A. ACIDENTES DE MERGULHO ..................................................................................................................... 29
B. EQUIPAMENTO MÍNIMO PARA MERGULHO .......................................................................................... 30
13. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................................... 33

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1. AGRADECIMENTOS

Esta Nota de Aula não é uma criação exclusiva dos instrutores da matéria, mas fruto
da experiência, estudo e dedicação de muitos e seletos profissionais que se empenham na nobre
missão de ser um Guarda-Vidas.
Com o intuito de disponibilizarmos um material didático com informações coerentes
às necessidades da formação profissionais de resgate aquático, iniciando-os nas atividades de
Salvamento Aquático, nós – instrutores – tomamos a iniciativa de plagiarmos diversas fontes
didáticas da área de Salvamento Aquático; fontes estas produzidas por profissionais
de diversos estados do Brasil, e citadas, em sua maioria, na bibliografia.
Nesta oportunidade agradecemos à valorosa colaboração e enfatizamos a importância
da contribuição desses valorosos profissionais do resgate aquático de diversos estados do Brasil, em
nossa formação e na construção dessa nota de aula.

2. INTRODUÇÃO

Com intuito de desmistificar uma antiga impressão de que o Guarda-Vidas é


simplesmente aquele bombeiro de bom preparo físico, envidamos esforços no sentido de preparar um
material que possa servir de ajuda na formação dos futuros profissionais, mostrando que o trabalho
do Guarda-Vidas não é apenas revestido de um excelente preparo físico, mais de nobreza
impar, prevenção e acima de tudo muito conhecimento técnico profissional.
Salvamento Aquático é o conjunto de ações desenvolvidas no meio líquido, tendo
por objetivo à prevenção e/ou a pronta atuação para o resgate de vítimas em iminente perigo de vida.
A atividade de salvamento aquático deve ser realizada, sempre que possível no
mínimo em dupla.
O afogamento é, por natureza, uma das mais sofríveis causas de óbito. Por esta razão,
juntamente com a morte por queimadura, foi bastante utilizada em épocas remotas como instrumento
de inquisição, tortura e punição.
Define-se por afogamento a aspiração de líquido não corpóreo, causada por
submersão ou imersão, que venham a causar danos à saúde da vítima. O termo aspiração refere-se à
entrada de líquido nas vias aéreas, de forma prejudicial.
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MORTALIDADE – BRASIL*
UF MASCULINO FEMININO TOTAL ORDEM
São Paulo 1.161 177 1.338 1º
Minas Gerais 392 76 468 2º
Bahia 352 81 433 3º
Rio Grande do Sul 328 46 374 4º
Rio de Janeiro 315 44 359 5º
Paraná 297 46 343 6º
Ceará 244 31 275 7º
Pernambuco 224 38 262 8º
Santa Catarina 209 26 235 9º
Goiás 182 29 211 10º
Espírito Santo 143 38 181 11º
Amazonas 137 22 159 12º
Pará 124 31 155 13º
Mato Grosso 132 22 154 14º
Mato Grosso do Sul 101 25 126 15º
Alagoas 102 18 120 16º
Rio Grande do Norte 86 15 101 17º
Maranhão 87 14 101 18º
Piauí 84 11 95 19º
Paraíba 72 14 86 20º
Sergipe 68 13 81 21º
Rondônia 50 16 66 22º
Distrito Federal 32 10 42 23º
Amapá 28 8 36 24º
Tocantins 28 7 35 25º
Roraima 29 2 31 26º
Acre 17 3 20 27º
TOTAL 5.024 863 5.887
*Fonte: Banco de Dados do DATASUS

Nos dados supracitados, há de se considerar vários fatores, mas indubitavelmente os


números poderiam ser reduzidos pela operacionalização de medidas razoavelmente simples. Em cada
número retratado refletem-se famílias desfeitas prematuramente. Por tudo isso, precisamos fazer bem
a nossa parte.
Além da morbidez dos dados apresentados, inclui-se o fato que, durante o afogamento
a vítima pressente sua morte, e luta até a exaustão para evitá-la. Entretanto, por vezes, diante do
estresse mental, perde a sua capacidade de raciocínio e toma atitudes ilógicas tais como nadar em
sentido contrário à areia, mergulhar para as profundezas, ou simplesmente entregar-se à morte. É
comum o fato de pessoas se afogarem em lugares em que a água chega-lhe apenas à altura dos
ombros.
Todavia, na maioria dos casos, quando pressente a morte por afogamento, a vítima
mantém-se virada para a areia ou para a segurança (borda, pedra, embarcação etc.), e na posição
vertical, como se quisesse sair da água por cima, esperando que a mão de Deus a puxe da água, só
que, nas águas, o guarda-vidas é a mão de Deus. Por essa razão, é fundamental ao Guarda-Vidas
(GV), conhecer e aplicar corretamente as Técnicas de Salvamento Aquático, entre elas as de
Abordagem, Soltura e Reboque, garantindo-lhe condições seguras de cumprir a mais nobre das ações
exercidas pelo homem: o Salvamento.
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3. ACIDENTES AQUÁTICOS

Não obstante ser o afogamento o tipo de acidente aquático mais abordado na


formação dos Guarda-Vidas, são diversos os acidentes proporcionados pelo meio líquido dentre os
quais citamos:
a) Síndrome de imersão;
b) Hipotermia;
c) Acidentes com seres marinhos e
d) Afogamento

A. SÍNDROME DE IMERSÃO

Também chamada de hidrocussão é o popularmente conhecido choque térmico, é


causada por uma arritmia cardíaca resultante da exposição do corpo a água fria, podendo evoluir a
um quadro de parada cardiorespiratoria. Possui origem bastante discutida, sendo sua maior
característica a forma imediata de manifestação, ou seja, a vítima apresenta os sinais e sintomas
segundos após ser exposta à água fria.

B. HIPOTERMIA
Com a exposição da vítima à água fria, observa-se uma redução gradual da
temperatura do corpo o que pode causar, da mesma forma que a hidrocussão, uma arritmia cardíaca
com posterior parada. Ao contrario da síndrome de imersão, a hipotermia e um processo lento, mas
seu mecanismo é muito parecido. Em alguns casos mais graves, o sangue pode ser aquecido fora do
corpo retornando em seguida para a vítima.

C. ACIDENTES COM SERES MARINHOS


Os seres marinhos podem causar acidentes que trazem diversos danos à saúde
humana. Citaremos em momento oportuno as medidas que devem ser adotadas quanto aos acidentes
envolvendo as caravelas e ouriços.

D. AFOGAMENTO
Para o nosso estudo, é o mais importante acidente, já havendo sido conceituado
durante a introdução.
Para as vítimas, as fases do afogamento compreendem o medo ou pânico de se afogar
e uma luta para se manter na superfície, onde ocorrem diversas interrupções na respiração em virtude
da imersão, cujo tempo dependerá da capacidade de cada indivíduo, mais este tempo de imersão
aumentará com o passar do tempo. Nestas imersões ocorre a aspiração de líquido, que em principio
causará irritação nas vias aéreas, que poderá vir a provocar o espasmo na membrana epiglote. Com o
espasmo da glote, a entrada de ar para os pulmões estará interrompida, caracterizando o afogamento
tipo seco, já que a quantidade de água aspirada foi insignificante. Este tipo de acidente é mais raro,
segundo estatísticas, ocorre em 10% dos casos de afogamento. Na maioria dos casos, cerca de 90%,
ocorre uma significativa entrada de água nos pulmões, podendo provocar uma obstrução total ou
parcial das vias aéreas, que irá impedir a passagem do ar até os alvéolos pulmonares, caracterizando
também uma asfixia.
A natureza do meio líquido, se a água é doce ou salgada, não interfere nas medidas
a serem adotadas no socorro pré-hospitalar, sendo, no entanto, um dado importante a ser
repassado para a equipe médica.
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No caso de afogamento em ÁGUA DOCE, a água dos alvéolos pulmonares passa


para a corrente sangüínea. Ocorre a hemodiluição, aumento do volume sangüíneo, passando para a
célula, causando a hemólise. Já no afogamento em ÁGUA SALGADA, o plasma sangüíneo passa
para os alvéolos pulmonares, provocando o edema pulmonar. Diminui o volume de sangue,
ocorrendo a hemoconcentração. Pode ocorrer choque hipovolêmico, os efeitos aparecem de 5
minutos a 4 dias.

E. CAUSAS COMUNS DE AFOGAMENTO EM PISCINA

I – Embriaguez
II – Pouca Habilidade de Natação
III – Infartos e outros problemas cardíacos
IV – Epilepsia
V – Treinamento em apnéia
VI – Desconhecimento da profundidade da piscina

4. CLASSIFICAÇÕES DO SALVAMENTO AQUÁTICO

Inicialmente podemos classificar o Salvamente Aquático quanto ao contato com a


vítima e quanto ao tipo de socorro empregado.

A. QUANTO AO CONTATO COM A VÍTIMA:

Pode ser o salvamento indireto ou o salvamento direto.

1) Salvamento Indireto
É a modalidade de salvamento em que o Guarda-Vidas oferece socorro a distância.
Mesmo sabendo que o Guarda-Vidas possui plenas condições físicas, técnicas e
psicológicas de realizar o salvamento de forma direta, sempre que possível, deve-se evitar o contato
corporal com a vítima, oferecendo-lhe uma maneira segura de sair da água, tal como: uma corda,
uma bóia, um rescue etc.
É comprovado que o afogado sente-se mais seguro apoiando-se numa bóia, que no
Guarda-Vidas. Entretanto, esse método não deve ser uma constante, e, em hipótese alguma, um meio
de omitir-se do seu dever de salvar, mesmo com o risco da própria vida.
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2) Salvamento Direto
É a modalidade de salvamento em que o Guarda-Vidas mantém um contato direto
com a vítima, fato que exige preparo físico, técnico e psicológico.

B. QUANTO AO TIPO DE SOCORRO EMPREGADO:


Pode ser o salvamento simples, o com equipamento, o com embarcação, o com
aeronave, ou o conjugado.

1) Salvamento Simples
É aquele caracterizado pela ação de um ou mais GV sem a utilização de equipamentos
de proteção individual, de flutuação ou de tração, no resgate da vítima. O único equipamento que o
guarda-vidas faz uso neste tipo de salvamento é a nadadeira.

2) Salvamento com Equipamento


É aquele caracterizado pela ação de um ou mais GV com a utilização de
equipamentos de proteção individual, de flutuação ou de tração, para auxiliá-lo no resgate da vítima.
Destacamos entre esses equipamentos as pranchas, as bóias, os tubos de salvamento (flutuação), as
cordas e cabos (tração) e os equipamentos de mergulho (máscara, tubinho, acessórios de neoprene,
entre outros).
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3) Salvamento com Embarcação
É o salvamento realizado com a utilização de embarcação. A aproximação neste tipo
de salvamento deverá ser bastante rápida, entretanto, deve-se ter o cuidado para que o deslocamento
de massa de água provocado pela embarcação, não venha a piorar a situação da vítima, isto sem falar
no risco de choque com a embarcação (casco, leme ou hélice).

4) Salvamento com Aeronave


É o salvamento realizado com a utilização de aeronave. A aeronave mais adequada ao
serviço de Salvamento Aquático é o helicóptero, pois alia velocidade a uma excelente
manobrabilidade, ou seja, deslocamentos verticais e horizontais lentos e precisos.

5) Salvamento Conjugado
É aquele caracterizado pela ação dos mais variados meios e/ou materiais de
Salvamento Aquático, visando facilitar o serviço do GV em sua atividade.

5. FASES DO SALVAMENTO AQUÁTICO


Para o GV, não é o bastante saber nadar todos os estilos, há necessidade que ele
domine perfeitamente o meio líquido, e esteja convenientemente preparado física, técnica e
psicologicamente para realizar o salvamento. A ação do salvamento aquático compreende,
normalmente, 06 (seis) fases:
a. Aviso ou observação;
b. Aproximação;
c. Abordagem;
d. Resgate (reboque);
e. Transporte;
f. Atendimento (reanimação).

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A. AVISO OU OBSERVAÇÃO:
Solicitação para o emprego do Guarda-Vidas ou quaisquer meios de salvamento
aquático, sendo realizada pessoalmente ou através de um meio de comunicação (rádio, telefone e
outros). Este emprego pode ocorrer também devido à observação feita durante as ações preventivas
e, neste caso, o aviso é suprimido devido à visualização de uma situação que evidencia o perigo
iminente.

B. APROXIMAÇÃO:
É o deslocamento do Guarda-Vidas (GV) e/ou outros meios de salvamento aquático
até alcançar a vítima, podendo ser feito por meio aquático, terrestre ou aéreo.
No caso do salvamento simples ou com equipamento esta fase se subdivide
normalmente em quatro etapas, sendo elas:

1) Corrida na Areia
É a corrida do local onde o GV se encontra até o melhor local de entrada na água.

2) Corrida na Água
É a corrida no meio líquido até que a água atinja a profundidade do nível dos joelhos
do GV. Nesta etapa do salvamento o GV, visando diminuir a resistência de seus movimentos, joga os
pés para os lados (corrida de pato).

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3) Golfinhada
No momento em que a água atinge o joelho ou a parte média da coxa do GV ele
começa a dar mergulhos intercalados com corrida na água. Deve-se ter o cuidado de realizar os
mergulhos com a mão a frete para proteger-se de impactos com bancos de areia ou pedras.

4) Nado de Aproximação
É uma variação do nado Crawl. Consiste no método de natação em que o GV mantém
a cabeça fora da água, com olhar fixo para a direção da vítima, evitando o imperdoável erro de
perdê-la. Muitos bons nadadores têm má percepção de direcionamento, e nadando desta forma o GV
evita desvio, observa as ondas e obstáculos que surgirem em seu trajeto, analisa o possível estado de
consciência da vítima, além de permitir que aquela perceba que chegou o seu socorro, e por isso
tranqüilize-se.
Durante o nado, o militar deve impor velocidade e vigor dosados, considerando que a
pior parte do deslocamento ainda não começou.

C. ABORDAGEM:

É o contato do GV e/ou dos meios de Salvamento Aquático com a vítima. Na


abordagem o GV deve ter o cuidado de não permitir que a vítima o agarre, para tanto o mesmo
deverá abordar a vítima pela suas costas.
Esta fase se subdivide normalmente em três etapas, sendo elas:

1) Canivete
Durante o deslocamento em nado de aproximação, à uma distância aproximada de 2
(dois) metros da vítima, o GV enche o pulmão de ar e executa uma braçada com maior vigor, como
se fosse “plantar bananeira”, dobra o tronco para baixo e eleva as pernas unidas, mantendo-as na
vertical. Essa técnica permite alcançar uma boa profundidade e favorece a etapa seguinte: a Pré-
abordagem.
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2) Virada
Consiste nas manobras efetuadas no preparativo para realizar o salvamento.
Favorecem e facilitam a etapa seguinte: o Reboque.
Considerando que a vítima esteja voltada para a areia, o GV executa o movimento
girando-a em 180°, para que possa realizar o reboque.
Pode ser realizado de três formas, conforme a profundidade, ou a critério do guarda-
vidas: Quadril, joelhos ou tornozelos.

3) Tomada de Posição
Consiste na manobra efetuada no preparativo para realizar o salvamento, colocando a
vítima na posição horizontal, favorecendo e facilitando o início do deslocamento com a vítima.

Caso o GV venha a ser agarrado pela vítima deve fazer uso das Técnicas de Soltura
(Judô Aquático), como abaixo exemplificamos:

A) Vítima Agarra Guarda-Vidas Pelo Cabelo


Este é um dos motivos pelo qual o GV deve ter cabelo curto. Caso ocorra a situação
indicada, o GV dá uma firme batida no dorso da mão da vítima e segura o seu dedo mínimo, anelar
ou ambos e puxa-os em direção ao dorso, simultaneamente empurra o cotovelo para cima, fazendo o
afogado soltar o cabelo; ato contínuo, o GV torce o braço e a mão da vítima, deixando-a de costas
para o socorrista; em seguida coloca a vítima na horizontal e realiza o reboque.
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B) Vítima Agarra Guarda-Vidas Pelo Pescoço
Nessa situação, o GV joga com energia os braços para cima e para fora do elo
formado pela vítima, desvencilhando-se. Em seguida, torce o braço e a mão da vítima, virando-a de
costas e elevando-a, em decúbito dorsal. Ato contínuo, acalmando a vítima, inicia o reboque.

C) Vítima Abraça Guarda-Vidas


Ao ser abraçado, o Guarda-Vidas pode também usar a mais simples das técnicas:
tomar fôlego, abraçar a vítima e submergir com ela. Pressupõe-se que a vítima certamente largará o
GV. A partir de então o GV deve conversar com ela, acalmá-la. E iniciar o reboque.

D. RESGATE (REBOQUE):

É a retirada da vítima do meio líquido. Durante esta fase, o GV deve verificar as


condições gerais mais perceptíveis da vítima, bem como procurar acalmá-la, se for o caso. A técnica
a ser utilizada nesta fase é o nado reboque.

1) Técnicas de Reboque

MOVIMENTO PROPULSOR DO REBOQUE


É o método empregado para conduzir a vítima, em segurança, no meio líquido. Para
maior deslize na água, e com fins didáticos, o movimento propulsor é dividido em 3 (Três) etapas:

Além do esforço para deslocar o próprio corpo, o GV sustentará o peso da vítima, o


que lhe exigirá grande esforço. Por isso, o treinamento intenso das corretas técnicas e
condicionamento físico e psicológico são fundamentais. A técnica a ser empregada será influenciada
pelo estado da vítima, condições do mar, distância a percorrer, entre outras.
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2) Tipos de Reboque

REBOQUE PEITO CRUZADO OU CRUZ VERMELHA


É o método mais comumente empregado pelo GV por permitir um deslize eficiente e
dificultar a perda da vítima. Em caso de nervosismo da vítima, o socorrista consegue manter os
braços dela à distância. Durante o reboque, o GV deve conversar com a vítima e tranqüilizá-la,
orientando-a para que se mantenha olhando para cima e auxilie com os pés.
A vítima é mantida em decúbito dorsal, e durante o deslocamento (conforme descrito
no movimento propulsor do reboque), o GV, através de apoio do quadril, mantém a vítima na
superfície. Pode ser utilizado para transportar vítimas inconscientes e conscientes. Pode se tornar
cansativo, em longas distâncias. Apropriado para águas agitadas, por dificultar perda da vítima.

REBOQUE POR UMA AXILA


Método indicado para transporte de vítimas agitadas, não-participativas ou que
estejam com o corpo impregnado de loção bronzeadora. Após posicionar a vítima em decúbito
dorsal, o guarda-vidas passa o braço sobre a axila da vítima e apóia a mão na sua nuca (Espécie de
chave de braço). Nessa posição o socorrista imobiliza um braço da vítima e mantém o outro
impossibilitado de atrapalhar a locomoção. A cabeça da vítima é mantida fora da água e o GV efetua
o movimento propulsor do nado reboque. Ideal para mar agitado ou bravio, pois permite rápida troca
para o DOUBLE NELSON.

REBOQUE PELO PULSO (DOIS SOCORRISTAS)


Inicialmente indicado para casos em que estejam disponíveis dois socorristas. Estando
a vítima em decúbito dorsal, o reboque é efetuado individualmente, entretanto, o esforço para
realizar a propulsão é dividido entre os dois GV.

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E. TRANSPORTE:

É o deslocamento da vítima, após a retirada do meio líquido, até um local seguro.


Quando houver necessidade, o transporte poderá ser feito até o local de primeiro atendimento
médico, podendo ser executado por um ou mais métodos de transporte. Citaremos a seguir a técnica
do TRANSPORTE AUSTRALIANO e o método de imobilizaçãoGMAR.

GMAR

TRANSPORTE AUSTRALIANO

F. ATENDIMENTO (REANIMAÇÃO):

São as técnicas de primeiros socorros, executadas pelo GV, visando à manutenção ou


o restabelecimento dos sinais vitais da vítima. A reanimação, havendo possibilidade, poderá ser
executada também durante as fases de abordagem e transporte.
O objetivo desse atendimento é promover o menor número de complicações,
provendo-se o cérebro e o coração de oxigênio até que a vítima tenha condições para fazê-lo sem
ajuda externa, ou até esta ser entregue a um serviço médico especializado.

1) Sinais e Sintomas do Afogamento


 Em um quadro geral pode haver: hipotermia (baixa temperatura corporal), náuseas,
vômito, distensão abdominal, tremores, cefaléia (dor de cabeça), mal estar, cansaço, dores
musculares.
 Em casos especiais pode haver: apnéia (parada respiratória), ou ainda, uma parada
cárdio-respiratória.

2) Observações Importantes
 Em Primeiros Socorros as alterações eletrolíticas e hídricas decorrentes de diferentes
tipos de líquidos (água doce ou salgada) em que ocorreu o acidente não são relevantes, não havendo
tratamentos diferentes ou especiais. Os procedimentos em Primeiros Socorros devem adequar-se ao
estado particular de cada vítima, no que se refere às complicações existentes.
 Vale frisar que o líquido que costuma ser expelido após a retirada da água provém do
estômago e não dos pulmões por isso, sua saída deve ser natural, não se deve forçar provocando
vômito, pois pode gerar novas complicações.
 Caso o acidente não tenha sido visto pelo socorrista, ele deve considerar que a vítima
possui Traumatismo Raquimedular(TRM) e deverá tomar todos os cuidados pertinentes a este tipo de
patologia.
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3) Posição Lateral de Segurança
É a posição mais adequada para a vítima esperar e/ou se recuperar da situação de
afogamento. Esta posição mantém o corpo apoiado de forma segura e confortável, além de impedir
que a língua bloqueie a garganta, também facilita a saída de líquidos, permitindo uma respiração
mais eficiente, favorecendo o restabelecimento da vítima.

4) Graus de Afogamento
GRAU SINAIS E SINTOMAS PRIMEIROS PROCEDIMENTOS
SEM presença tosse, nem espuma na
boca n/ ariz, nem dificuldade na
Resgate 1. Avalie e libere do próprio local do afogamento
respiração ou parada respiratória ou
PCR .
1. Repouso, aquecimento e medidas que visem o conforto e
Presença de tosse, SEM espuma na
1 tranqüilidade do banhista;
boca ou nariz.
2. Não há necessidade de oxigênio ou hospitalização.
Presença de POUCA espuma na 1. Aquecimento corporal, repouso, tranqüilização;
2
boca e/ou nariz. 2. Observação hospitalar por 6 a 48 h.
1. Aquecimento corporal, repouso, tranqüilização;
Presença de MUITA espuma na
2. posição lateral de segurança sob o lado direito,
3 boca e/ou nariz e COM pulso radial
3. Ambulância urgente para melhor ventilação e
palpável.
4. Internação hospitalar para tratamento em CTI.
1. Observe a respiração com atenção - pode haver parada da
Presença de MUITA espuma na respiração, aquecimento corporal e repouso;
4 boca e/ou nariz, SEM pulso radial 2. Posição Lateral de Segurança sobre o lado direito;
palpável. 3. Ambulância urgente para melhor ventilação e
4. Internação em CTI com urgência.
1. Ventilação boca-a-Boca;
Parada respiratória, COM pulso
2. Não faça compressão cardíaca;
5 carotídeo ou sinais de circulação
3. Após retornar a respiração espontânea - trate como GRAU
presente.
4.
1. Reanimação Cárdio-Pulmonar (RCP) (2 boca-a-boca + 30
6 Parada Cárdio-Respiratória (PCR). compressões cardíaca);
2. Após sucesso da RCP - trate como GRAU 4.
PCR com Tempo de submersão > 1
cadáver h, ou Rigidez cadavérica, ou Não inicie RCP, acione o Instituto Médico Legal.
decomposição corporal e/ou livores.
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5) Acidentes com Animais Marinhos

OURIÇOS
Endêmicos em várias regiões do mundo são encontrados principalmente nas áreas
costeiras, como os costões e praias, em especial nas rochas, no lodo e na areia. O corpo, que na
grande maioria tem de 6 a 12 cm de diâmetro (sem contar os espinhos), é esférico e sua superfície
apresenta pés ambulacrários, utilizados na apreenção e locomoção, brânquias (pápulas pequenas e
moles), pedicelárias e espinhos pontiagudos. Os espinhos são móveis e estão dispostos com relativa
simetria, sendo um pouco maiores no equador e diminuindo para os pólos. Um espinho comum,
formado por um único cristal de calcita, é afilado, oco, quebradiço e não apresenta nenhuma
glândula produtora de peçonha, mas pode possuir uma capa mucosa protetora contendo uma
substância irritante. O contato brusco é acompanhado normalmente pela penetração do espinho na
pele, produzindo desde uma ferida semelhante à ocasionada por uma "farpa" até uma lesão dolorosa
e grave. As pedicelárias (pedúnculo longo e flexível cuja ponta apresenta três mandíbulas opostas e
articuladas), características de todos os ouriços, apresentam-se de vários formas. O tipo mais
__
perigoso, chamado de globífera, possui glândulas de peçonha sua função principal é a defesa. As
mandíbulas são rodeadas por sacos de peçonha e, após cravá-las em algo, podem inocular sua vítima
exercendo rápido efeito paralisante sobre pequenos animais.

Prevenção
A penetração dos espinhos é algo bastante familiar para os mergulhadores que
costumam, ao olhar as tocas, apoiarem-se nas pedras do fundo. Roupas de neoprene, luvas e
nadadeiras não dão proteção efetiva contra os espinhos em um contato brusco. Por isso, os
mergulhadores devem observar atentamente as pedras do fundo antes de se apoiar. Os mesmo
cuidados devem ter os banhistas ao andarem descalços nas áreas habitadas pelos ouriços. Ao
manusear um ouriço procure sempre usar luvas, pois apenas a pele nua é capaz de sofrer uma picada
de uma pedicelária.
Tratamento
O tratamento da ferida ou lesão provocada pela penetração de um espinho varia de
acordo com a profundidade da penetração e área do corpo envolvida. Por quebrarem facilmente, a
tarefa de removê-los pode tornar-se complicada, sendo por vezes necessário procedimentos
cirúrgicos com anestesia local. Outras vezes, os espinhos podem permanecer no local por meses ou
mesmo migrar para outros locais, sem apresentar maiores reações do organismo. A primeira medida
a ser tomada, quando a penetração é superficial, é tentar remover os espinhos como se faz com uma
farpa qualquer. O debridamento cirúrgico deve ser realizado quando a penetração é profunda, devido
à friabilidade do espinho. Se houver penetração em uma articulação, ou próximo dela, deve-se tirar
uma radiografia e removê-lo cirurgicamente. Do contrário, poderão ocorrer complicações futuras
como processos inflamatórios crônicos. Após a remoção de todo o espinho deve-se então fazer uma
cuidadosa limpeza da ferida, lavando e esfregando-a bem com sabão. (A mancha roxa ou preta que
muitas vezes permanece no local, após a remoção do espinho, pode não significar necessariamente a
existência de um pedaço do mesmo, uma vez que pigmentos soltos pelo espinho podem impregnar a
ferida, sem maiores conseqüências.)
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CARAVELAS
A caravela é uma colônia flutuante formada por pelo menos quatro pólipos
polimórficos. São encontradas em todos os mares. Vivem em águas claras, quentes e não muito
profundas. No Brasil são encontradas do maranhão até Alagoas e do sul da Bahia até Santa Catarina.
Na espécie mais comum do Atlântico, o flutuador, usado como uma verdadeira vela pode atingir até
30 cm de comprimento e mudar de forma por contrações. Seus inúmeros tentáculos, longos e
transparentes, podem atingir até 30 metros de comprimento e conter até 80.000 nematocistos a cada
metro. A caravela é uma das mais temidas criaturas que se pode encontrar flutuando na superfície da
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água nos mares quentes sua maior incidência, em nosso litoral, ocorre no outono e no inverno.
Seus tentáculos são capazes de provocar acidentes com sérias lesões, grande irritação e intensa dor.
Alguns podem ser fatais.

Prevenção
É importante lembrar que os tentáculos de algumas espécies podem atingir uma
distância considerável do corpo do animal e, por isso, deve-se evitar sua aproximação. Roupas de
neoprene, apropriadas para o mergulho, são úteis para evitar a inoculação da peçonha. Os
trabalhadores de águas tropicais devem estar adequadamente vestidos para evitar os acidentes com
estes seres. Mesmo aparentemente morta e jogada em uma praia, os tentáculos da água-viva podem
grudar na pele e, visto que os nematocistos descarregam-se por reações involuntárias, infligir graves
lesões. Após uma tempestade um nadador pode sofrer sérias lesões ao entrar em contato com
tentáculos que ficam boiando na água. Assim, deve-se evitar a natação em locais habitados pelas
águas-vivas e caravelas. Cobrir o corpo com óleo mineral, ou similar, pode ajudar a evitar apenas
que os tentáculos grudem na pele. Ao remover os tentáculos de uma vítima, nunca use as mãos
desprotegidas. Nematocistos ainda carregados podem inocular a peçonha nas mãos do socorrista e
torná-lo outra vítima.
Tratamento
Ao ser inoculada, a vítima deve se esforçar ao máximo para sair da água o mais
rápido possível devido ao risco de choque e afogamento. Os primeiros socorros e o tratamento
devem ter quatro objetivos principais: minimizar o número de descargas dos nematocistos na pele,
diminuir os efeitos da peçonha inoculada, aliviar a dor e controlar sua repercussão sistêmica. O
contato inicial com os tentáculos resulta primeiramente em uma modesta inoculação. Os esforços
subseqüentes para desvencilhar-se dos tentáculos podem resultar em um considerável aumento nas
descargas dos nematocistos. Porém, quanto mais tempo um tentáculo permanecer em contato com a
pele, mais nematocistos serão descarregados. Daí a necessidade da remoção cuidadosa dos tentáculos
aderidos à pele sem esfregar a região atingida, o que só pioraria a situação. A dor é em geral
controlada através do tratamento da dermatite. A rotina no tratamento de uma vítima deve seguir os
seguintes passos: A primeira medida é lavar abundantemente a região atingida com a própria água do
mar para remover ao máximo os tentáculos aderidos à pele. Não utilize água doce, pois ela poderá
estimular quimicamente os nematocistos que ainda não descarregaram sua peçonha. Não tente
remover os tentáculos aderidos com técnicas abrasivas, como esfregar toalha, areia ou algas na
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região atingida. Para prevenir novas inoculações ao desativar os nematocistos ainda íntegros e
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também neutralizar a ação da peçonha , banhe a região com ácido acético a 5% (vinagre) por pelo
menos 30 minutos ou até que se tenha um alívio da dor. Remova com uma pinça os restos maiores
dos tentáculos e tricotomize o local com um barbeador para retirar os fragmentos menores e
invisíveis. Aplique antes um pouco de espuma de barbear, talco ou mesmo farinha branca. Não
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havendo disponibilidade dos utensílios ou produtos citados para a tricotomia, utilize uma pasta de
areia ou lama misturada com a água salgada e raspe o local com uma concha ou um pedaço de
madeira com a borda afiada. Reaplique novos banhos de ácido acético. Caso a dor continue, use
substâncias sedativas sistêmicas ou bolsas de gelo locais para reduzir os sintomas alérgicos.

6) Hipotermia

· Temperatura corporal < 35º C.


· Perda de coordenação motora, tremores e sensação de frio.
· Confusão mental, apatia, sonolência, reações lentas até a inconsciência.
· Parada cardíaca pode ocorrer.
Tratamento (mesmo tratamento para a Idrocussão)
· Retire a vítima da água, vento, ou outro agente que possa ter originado o fato.
· Exame primário - ABC da vida.
· Remova roupa molhada e envolva com cobertores secos, jornais, ou revistas.
· Aqueça a vítima com o calor corporal dos socorristas.
· Se o paciente estiver consciente - forneça líquidos aquecidos.
· Nunca dê bebidas alcoólicas a vítimas com hipotermia.
· A sala de máquinas de embarcações são locais aquecidos.
· Inicie sempre RCP em vítimas hipotérmicas mesmo que você acredite que o paciente está "morto"
há várias horas.

6. EQUIPAMENTOS PARA O SALVAMENTO AQUÁTICO

A) Nadadeira
Vulgarmente conhecida como Pé-de-pato. É o prolongamento do Guarda-vidas.
Permite ao mesmo uma maior velocidade no deslocamento aquático, porém dificulta o deslocamento
terrestre. É o material mais elementar do salvamento aquático. Para o serviço de salvamento
aquático, o modelo mais indicado é a nadadeira para surf ou natação, entretanto pode-se utilizar a de
pala mais longa (Mais indicada para mergulho)

B) Pranchão
Equipamento de flutuação empregado no esporte aquático surf e adaptado para o
salvamento, em virtude de sua possibilidade de manter uma ou mais vítimas acima da linha d’água,
com segurança. Além disso, com a prática do socorrista, possibilita a saída rápida do mar com a
vítima.
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C) Pocket-Mask
Equipamento de proteção ao GV. Permite a realização da ventilação de suporte
artificial (Boca à boca ou boca-nariz) impedindo contato com os fluídos (sangue, saliva, tosse) da
vítima. Permite a proteção contra doenças graves, tais como a AIDS e Hepatite.

D) Binóculo
Equipamento que permite a visualização de vítima de afogamento ou vítimas em
potencial, à distância, agilizando o salvamento e reduzindo a gravidade do afogamento.

E) Bóia
Equipamento de flutuação bastante utilizado em embarcações e piscinas. Possui
flutuabilidade reduzida. Ideal para salvamento indireto, permitindo seu lançamento à distância,
através de uma corda.

F) Apito
Tal como a nadadeira é um equipamento básico. Permite chamar a atenção dos
banhistas em risco de afogamento, realizando a prevenção. Indica a posição de um GV em relação a
outro.
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G) Recue-can
Equipamento de flutuação especialmente criado para o serviço de Salvamento
Aquático. Mundialmente difundido devido ao programa americano “SOS Malibu”. Consiste em uma
bóia rígida de plástico ou fibra de vidro resinada com 3 opções de alças para o afogado, corda e alça
para o GV. Por ser de material rígido, se não for utilizado com cautela, pode machucar o afogado ou
GV.

H) Rescue-tube
Edição aperfeiçoada do rescue-can. É uma bóia flexível de salvamento, vulgarmente
conhecida como salsichão. Possui boa flutuabilidade e não machuca o afogado, em caso de impacto.
Indicada para vítima inconsciente, tem uma alça que prende o tórax da vítima.

I) Cinto Salva-vidas
Ideal para salvamento direto, Equipamento similar ao Rescue Tube. Consiste em um
prolongamento com várias seções de material flutuante (Isopor ou similar), tornando o equipamento
ajustável ao corpo da vítima. Possui uma alça que é presa ao tórax da vítima. Indicado para vítimas
inconscientes.

H) Salvamento com cordas:


Ideal para salvamento indireto,
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7. SINALIZAÇÃO

É um conjunto de sinais codificados, que sintetizam mensagens. Na praia se utiliza


de diversos tipos de sinalização, dentre elas a sinalização visual e a sonora.

A. VISUAL

A sinalização visual é feita através de placas e bandeirolas.

1) As Placas
As placas são usadas para limitar áreas e indicar locais perigosos, como valas, valões,
limites de banho, etc. As placas indicativas de perigos possuem fundo vermelho e letras brancas ou
amarelas.
 Risco - possibilidade de ocorrência de acidente.
 Perigo - Sinal utilizado para identificar situação que pode levar a risco imediato de vida se
não evitado.
 Cuidado - Sinal utilizado para identificar situação que pode levar a risco leve a moderado de
gravidade se não evitado.

2) As Bandeirolas
As bandeirolas são utilizadas para informar a situação de banho do local e a presença
do guarda – vidas.
Possuem as seguintes cores e significados:

 Bandeira Branca mar calmo, oferecendo boas condições de banho e com assistência de
Guarda-Vidas;
 Bandeira Amarela: mar perigoso, com restrições de banho embora com assistência do
Guarda- Vidas;
 Bandeira Vermelha: mar muito perigoso, não oferecendo condições de banho, apesar da
presença de Guarda-Vidas.

B. SONORA

Feita através do apito, tendo a emissão de sons com diversos significados podendo
estar associados a gestos. Estes sons podem ser padronizados pelas guarnições de serviço (apesar de
existir um código padronizado internacionalmente).
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8. MISSÃO DO GUARDA-VIDAS

Durante seu turno de serviço o Guarda-Vidas, não deverá esperar que o público venha
a ele, e sim, ele deve ir até o público; a isto chamamos de prevenção, daí o nome de Guarda-Vidas e
não Salva-Vidas.
Deverá trabalhar como orientador dos banhistas no seu Setor, e verbalmente fará as
explicações necessárias, principalmente quando se tratar de um grupo de TURISTAS que revele não
familiaridade com o mar; deve procurar reunir a todos, fazendo uma breve explanação sobre as
peculiaridades e riscos do local, e sobre a segurança que poderão receber.
Orientações como estas são dadas com o grupo de costas para o mar e o Guarda-Vidas
com a sua frente voltada para as águas e nunca ao contrário.

As orientações mais freqüentes são:


 Não ingerir bebidas alcoólicas antes de nadar;
 Consultar um GV quanto às condições para o banho;
 Nunca nade sozinho;
 Nunca simule uma necessidade de socorro;
 Ter o máximo de cuidado com objetos flutuantes;
 Procure sempre nadar em área supervisionada por GV.

O Salvamento Aquático é uma missão muito desgastante e exige muito do Bombeiro, tanto do
ponto de vista físico, técnico quanto do psicológico. O GV deverá está pronto a atuar “A
QUALQUER TEMPO, A QUALQUER HORA, EM QUALQUER MAR, realizando o seu serviço
de patrulhamento, reconhecimento, orientação aos banhistas, auxilio a crianças perdidas,
preocupando-se sempre com sua apresentação pessoal e principalmente sua missão fim, O
SALVAMENTO.

9. FILOSOFIA DE TRABALHO

Mesmo depois da criação do Grupamento de Salvamento Aquático (GSA), o zelo e o


cuidado com a conservação dos valores da Atividade ainda foram deixados em segundo plano; pois o
Incêndio e o Salvamento de Emergência Médica por vezes são vistos como prioridades.
Esta mentalidade aos poucos vem mudando, e investimentos vêm sendo destinados a
melhorar as condições de trabalho dos homens aquatilizados, competentes e necessários para o
SERVIÇO DE PRAIA.
No ano de 2004 o GSA, no Comando do Ten Cel BM CRUZ, realizou o 1º Curso de
Salvamento no Mar (CSMar) do nosso Estado, onde os três oficiais possuidores do CURSO DE
SALVAMENTO NO MAR DO RIO DE JANEIRO (Ten Cel BM CRUZ, Maj BM Medeiros e Cap
BM Jack Emerson), Ten BM Galvão, auxiliados pelos praças (Sgt BM Casado, Rosael, Diniz,
Gouveia e Clezivaldo), também especializados em outros estados, repassaram seus conhecimentos e
permitiram que o serviço de Salvamento Aquático Especializado começasse a ser uma realidade em
nosso estado.
Esses profissionais trouxeram também a idéia de se adotar o Novo Uniforme, nas
cores e nos padrões internacionais de proteção; já que o Uniforme utilizado até então era inadequado
à atividade. Na Prevenção Ativa, ou seja, com a presença do Guarda-Vidas na Orla da Praia, a
identificação pelo uso do UNIFORME é fator fundamental. Todas essas iniciativas proporcionaram
um salto de qualidade no serviço de salvamento aquático.
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(Cap BM Reinaldo 1º Oficial formado em Alagoas).

Novo uniforme GUARDA-VIDAS Ten BM Cavalcante-CSMar/2006


(Sendo sugado pelo Cap BM Reinaldo)

Guardar tem sentido bastante amplo, significando também “vigiar” com o fim de defender,
proteger ou preservar. É assim que o GSA, vê, nos dias de hoje, sua principal missão: Prevenir a
ocorrência de acidentes para preservar Vidas, essencialmente. Essa verdadeira Filosofia de trabalho
vem se aprimorando desde 2002, abandonando-se as tendências antes existentes de “deixar acontecer
- para depois ver o que fazer”; deixar ocorrer o Princípio do Acidente Aquático na sua maioria
Afogamentos, para depois correr e nadar vigorosamente para Salvar a Vítima.
Daí, com a mudança dessa tendência, a 02 (duas) décadas atrás, a expressão HOMEM
‘SALVA-VIDAS’, foi substituída por HOMEM ou BOMBEIRO ‘GUARDA-VIDAS’ pois esta
última tem conotação inteiramente preventiva.
O GUARDA-VIDAS que atende a determinado Setor de Praia, a princípio não deve permitir
que o AFOGAMENTO aconteça. Por isso mesmo deve estar vigilante, sempre com vistas para o
Setor a Guarnecer. Não deve esperar ser chamado diretamente no POSTO DE BOMBEIROS
MARÍTIMO (pessoalmente ou pelo telefone 193) para atender a uma ocorrência na Orla da Praia,
principalmente os casos de Afogamento, pois esses se concretizam rapidamente, isto é, em apenas 5
(cinco) minutos poderá haver a MORTE DA VÍTIMA.
O BOMBEIRO “GUARDA-VIDAS” faz sim, prevenção na Orla da Praia, bem junto aos
banhistas. A Prevenção antecipa-se a tudo. A Prevenção evita que o BANHISTA tenha que ser salvo,
bem como evita que o GUARDA-VIDAS arrisque-se para salvá-lo.

Prevenção na orla (Praia da Sereia)

10. PERFIL DO GUARDA-VIDAS

O Guarda-Vidas deve ser um ESPECIALISTA POR EXCELÊNCIA, chegando a


possuir um “Perfil Próprio”.
A prática tem demonstrado que nem todos os componentes da Corporação
naturalmente se adaptam às “Atividades Aquáticas” desempenhadas pelo Corpo de Bombeiros,
mesmo, às vezes, sabendo nadar.
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.

11. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS SOBRE O MAR

O campo de trabalho, Área de Atualização ou a Área Ocupacional do Bombeiro


Guarda-Vidas é aquele limitado pela Praia e pelo Mar. É aí que ele vai operar, embora possa atuar
também nos Rios, Lagos, Lagoas, Represas e Piscinas.
Preocupação existe em se conhecer esse Mar e essa Praia, pois é necessário
ambientar-se com esses dois meios que possuem aspectos atraentes, mas às vezes, com caminhos
traiçoeiros. Constantemente esses Ambientes se apresentam com fisionomias diferentes, dadas às
movimentações normais da NATUREZA, através de fenômenos conhecidos tais como MARÉS,
ONDAS, VENTOS, CORRENTES MARINHAS, CORRENTES OCEÂNICAS, ATRAÇÕES DOS
ASTROS (Sol e Lua) etc.
Não conhecer esse MEIO AMBIENTE onde se vai trabalhar ou não estar
familiarizado com as mudanças sazonais da região onde trabalha; não estar certo de algumas
alterações que a NATUREZA pode produzir neles (do dia para noite), ou não levar em conta os
fenômenos acima enumerados, juntamente com muitos outros, é “perder terreno”, logo à primeira
vista em Assuntos de Prevenção a Vidas Humanas na Orla das Praias.
Muitas são as pessoas que afirmam ser o MAR um “mistério”; que ele é impiedoso e
que tem feito sucumbir, sem trégua alguma, grandes e pequenas embarcações, pessoas, e até mesmo,
experimentados e audaciosos nadadores. Isso não deixa de ser verdade. Mas por outro lado, o MAR
deixa de ser esse misterioso e traiçoeiro inimigo à medida que o conhecemos um pouco mais, o
respeitando ao invés de subestimá-lo ou teme-lo.

A. DIVIZÃO DA ÁREA DE PRAIA:

Podemos dividir uma praia em três regiões: face praial, antepraia (também chamada
de estirâncio ou estirão) e pós-praia, de acordo com sua localização em relação às alturas das marés.
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A face praial compreende a região que vai do nível da maré até além da zona de
arrebentação.
Antepraia é a região entre marés, ou seja, entre o nível da maré baixa (baixa-mar) e o
da maré alta (preamar). É, portanto, a porção da praia que sofre normalmente a ação das marés e os
efeitos do espraiamento e refluxo da água.
A região pós-praia localiza-se fora do alcance das ondas e marés normais, pode ser
chamada apenas de “areia da praia”, e somente é alcançada pela água quando da ocorrência de
marés muito altas ou tempestades. Nesta região formam-se terraços denominados bermas.
É no pós-praia,também, que pode ainda aparecer uma região com maior inclinação,
denominada escarpa praial, causada pela ação de ondas normais de maré alta que cortam a praia,
originando essa abrupta mudança em sua inclinação. A berma e a escarpa não se formam na
antepraia devido a continua passagem das ondas, não permitindo assim qualquer feição permanente.

Pós-praia berma localização da escarpa praial

B. SÉRIE DE ONDAS:

Representa a seqüência de ondas que quebram no litoral, num mesmo intervalo de


tempo, também chamadas de seriado ou grupo de ondas. De uma série para outra, as ondas são
consistentes em tamanho, podendo variar ligeiramente. Em um seriado de três ondas, por exemplo,
existirá uma menor, uma intermediária e a maior de todas, que é chamada de “rainha”.
O jazigo, também chamado de calmaria, é o intervalo entre uma série e outra, quando
não quebram ondas. Durante o jazigo, ondas menores poderão surgir, porém não farão parte da série.
O número de ondas em uma série e a duração da calmaria entre elas é, normalmente, consistente.
Durante a calmaria os freqüentadores das praias geralmente caminham mais para
dentro do mar, pois o volume de água dos bancos de areia diminui. Quando a nova série de ondas
retorna, o volume de água aumenta rapidamente, podendo conduzir o banhista diretamente para a
vala. Essa é mais uma das causas dos inúmeros afogamentos ocorridos nas praias rasas e
intermediárias.
Conhecendo-se o tempo de calmaria entre os seriados, o GV poderá entrar ou sair no
mar usando o mínimo de esforço.

C. CORRENTES DE RETORNO OU VALAS:

É um tipo de movimentação de água no sentido perpendicular a linha de areia,


verificada com freqüência em praias rasas e intermediárias.
A existência desta corrente pode depender da topografia do fundo além da altura e
período das ondas. Uma das principais causas para a sua ocorrência é a convergência de duas
correntes laterais para um mesmo ponto, ao longo da praia, fluindo em direção ao mar, na forma de
uma corrente estreita e forte, denominada “fieiro”.
Outra causa para a existência da corrente de retorno ocorre quando ondas mais altas
que a media se rompem em sucessão rápida e elevam o nível da água dentro de um banco de areia. A
água pode voltar tão energicamente ao mar que, algumas vezes, rompe o banco em um lugar estreito,
formando um sulco, e produzindo uma corrente em sentido oposto à praia.
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As correntes de retorno provocadas pelas valas são as maiores causas de
afogamentos e resgates executados pelos GV, sendo perigosas para os banhistas, por fluir, algumas
vezes, com velocidade superior a 4 nós (mais de 7 km/h).
Apresentam os seguintes sinais e características:
a) Água marrom e descolorada, devido à agitação da areia do fundo, causada pelo retorno
das águas;
b) Água com tonalidade mais escura, devido a maior profundidade, sendo atrativas para
banhistas desavisados;
c) Ondas quebram com menor freqüência ou nem chegam a quebrar, devido ao retorno das
águas e a maior profundidade;
d) Nas marés baixas, formam ondas buraco, alimentadas pela água em seu retorno;
e) Pequenas ondulações na superfície da água causando um reboliço, em virtude de água
em movimento (pescoço da vala);
f) Espuma e mancha de sedimentos na superfície, além da arrebentação, onde a vala perde a
sua força (cabeça da vala);
g) Ocupação de uma faixa maior de areia, devido ao maior volume de água, provocando
uma sinuosidade ao longo da praia (boca da vala);
h) Escavações na areia, formando escarpas praias em frente às valas;
i) Perpendiculares à praia, podendo apresentar-se na diagonal;
j) Delimitam ou são delimitadas por bancos de areia;
k) Mais difíceis de serem identificadas em dias de vento forte e mares agitados;
l) Mais evidente em marés baixas;
m) Perda da força de 05 a 50 metros após a linha de arrebentação;
n) Composição em três partes: boca ou entrada, pescoço e cabeça.
COMPOSIÇÃO DA VALA

Como Escapar das Valas


Se cair em uma vala, não entre em pânico. Um nadador cansado ou com habilidades
limitadas deve flutuar para dentro do mar, até a cabeça da vala, nadar paralelo a areia por 30 ou 40
metros e então prosseguir em um trajeto perpendicular a praias, pelo baixio, onde as ondas facilitarão
a saída do mar. Nadadores fortes devem traçar um ângulo de 45° graus a favor da corrente lateral e
nadar em direção à praia. Mesmo os melhores nadadores não devem nadar contra as correntes se
retorno. Deve-se sempre observar as ondas e encher os pulmões de ar, prendendo a respiração,
quando não houver como escapar delas.
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OBSERVAÇÕES
1-Praia rasa ou dissipativa
É formada normalmente por areia fina e a profundidade aumenta suavemente. Por
causa desta inclinação muito suave, as ondas começam a quebrar relativamente longe da ante-praia,
de modo deslizante e em grande quantidade. Quase sempre apresentam uma sinuosidade ao longo de
sua extensão, ocupando uma faixa maior de areia nos locais de acúmulo de água, provenientes das
ondas ou correntes laterais.
Principais perigos: correntes laterais, correntes de retorno e buracos escavados na
areia pela ação das ondas.
Ex.: Praia do Francês, Praia do Pontal etc.
2-Praia intermediária
Este tipo de praia pode ser identificado como uma combinação de características da
praia rasa e de tombo, apresentando os mesmos perigos, só que de forma mais branda. Embora o
perfil tenha uma inclinação notável, possui uma face praial estreita e rasa, com ondas quebrando
próximas da ante-praia (beira d’água). O tamanho das ondas que se rompem nestas praias é quase
sempre menor do que as que ocorrem nas praias rasas e de tombo.
Ex.: Praia da Jatiúca (Posto 7).

12. NOÇÕES DE MERGULHO

Por vezes o Bombeiro poderá se depará com a atividade de mergulho em seu dia-a-
dia, devendo, portanto, possuir um mínimo de conhecimento sobre o assunto, o que o possibilitará
prestar algum tipo de apoio durante essas operações, sem, contudo, realizar o mergulho
propriamente dito, pois para isto precisa ser habilitado através de um Curso de Mergulho
Autonomo reconhecido pelo CBM/AL.
Esta matéria NÃO O HABILITA para a realização de mergulho autonomo.

A. ACIDENTES DE MERGULHO
Os acidentes de mergulho são classificados, de acordo com a sua etiologia (causa),
nesta seção abordaremos os causados pela variação de pressão, conhecidos como barotraumas, além
do apagamento.
Barotrauma de ouvido externo
Este tipo de barotrauma ocorre quando transformamos o conduto auditivo externo em
uma cavidade fechada. Isto se dá pela utilização inadequada de tampões utilizados na prática de
natação, capuzes de neoprene muito apertados, ou pela existência de uma rolha de cerúmen. Neste
caso a pressão da água não pode ser exercida contra o tímpano e, na medida em que o mergulhador
se expõe a uma pressão ambiente crescente, o mesmo vai se abaulando para fora.
Barotrauma de ouvido interno
Este barotrauma constitui-se num acidente grave se não for corretamente identificado
e tratado. Ocorre devido à diferença de pressão entre o ouvido médio e o ouvido interno, devido à
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dificuldade de equalização das pressões no ouvido médio. Para evitar este tipo de acidente o
mergulhador deve realizar a manobra de VALSALVA.
Barotrauma facial
Durante a descida, o mergulhador, utilizando máscara de mergulho, terá que
compensar a diminuição do volume de ar exalando pelo nariz. A não realização deste procedimento
irá determinar o barotrauma facial, pois após a compressão máxima do ar dentro da máscara, só
restará o mecanismo de sucção da pele e mucosa, geralmente dos olhos para equalizar as pressões.
É proibido o mergulho com óculos dede natação, uma vez que não há possibilidade de
realizar a sua equalização.

Síndromes de hiperdistensão pulmonar (SHP)/ETA


A Síndrome de hiperdistensão pulmonar decorre do escape do ar dos alvéolos por
ruptura dos mesmos. Este acidente acontece quando o mergulhador está respirando ar ou outra
mistura gasosa sob pressão em uma determinada profundidade, e sobe sem exalar. O ar contido em
seus alvéolos, obedecendo a lei de Boyle, vai se expandindo à medida que a pressão ambiente
diminui, rompendo os mesmos.
Hipóxia (Apagamento)
O Apagamento é o acidente que conduz ao maior número de mortes na atividade de
mergulho, quando se inclui o mergulho livre nesta atividade. Nada mais é do que a perda da
consciência debaixo d’água, conduzindo à morte por afogamento.
Existe, normalmente, uma correspondência inversa entre o CO2 e o O2 sangüíneo, de
maneira que, a uma pressão parcial de CO2 (PPCO2) elevada corresponde uma pressão parcial de O2
(PPO2) baixa e vice-versa.

B. EQUIPAMENTO MÍNIMO PARA MERGULHO

 máscara facial;
 conjunto de respiração. (cilindro de alta pressão com válvula reguladora);
 snokel;
 cinto de pesos;
 colete equilibrador (próprio para mergulho);
 faca;
 profundímetro (um por dupla);
 relógio (um por dupla);
 um par de nadadeiras;

1. cilindro de alta pressão


Existem ampolas de diversos volumes. Os volumes mais comuns são os de 72 e 80
pés cúbicos, todas com a mesma pressão de carga.
As ampolas de alumínio deverão ser submetidas a teste hidrostático a cada três anos, as
de aço a cada cinco anos e jamais deverão ser recarregadas com pressão superior a de carga. A pressão
de teste, número de série do fabricante, data de fabricação, teste inicial, capacidade, volume interno,
estão normalmente gravadas nas ampolas, onde são também gravadas as datas de todos os testes
hidrostáticos realizados.
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2. Válvula Reguladora 1º e 2º estágio
Tem por função reduzir a alta pressão fornecida pela garrafa 200 bar para 8 a 10 bar
acima da pressão ambiente para o 2ºestágio (local onde o mergulador respira ).O segundo estágio é
constituído por uma válvula controladora de demanda que libera o ar disponibilizado pela valvula de 1º
estágio. Octopus conhecido como válvula alternativa e/ou reserva . Basicamente com as mesmas
características das válvulas normais de 2º estágio .Geralmente em cores mais chamativas ,tamanho um
pouco reduzido e mangueira maiores que as do 2º estágio.

3. Máscara Facial
A máscara facial é uma peça importante para o mergulhador e a escolha do modelo
adequado é uma questão de preferência pessoal. Alguns pontos, entretanto, deverão ser levados em
conta na seleção de uma boa máscara.
1- uma boa vedação com o rosto, já que sua principal finalidade é manter os olhos e o nariz
isolados da água.
2-volume interno da mascara(pequeno);
3- vidro temperado ;
4- fácil compensação ;
5- aderência perfeita ;
6- bom campo visual.

4. Respiradores (snorkel)
Consiste de um bocal de borracha, ao qual está presa uma seção de tubo plástico.Existem
muitos tipos, mas a escolha deverá recair sobre os de bom diâmetro e sem complicações desnecessárias,
como válvulas de descarga.
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5. Nadadeiras
São peças importantes e deverão ser escolhidas com cuidado. Nadadeiras muito
flexíveis ou de palmas pequenas não proporcionarão boa impulsão. Não deverão também estar mal
ajustadas aos pés, pois causarão desconforto e até cãibras ou feridas. Normalmente, sua palma deverá
fazer um ângulo com o pé, de modo a não exigir esforço demasiado para distendê-lo.

6. Colete equilibrador
Também conhecido BC (BUOYANCY COMPENSATOR)é um equipamento
indispensável para o mergulho autônomo ,sua função é prover um controle de empuxo ao mergulhador
e também permitir que flutue com toda segurança e conforto na superfície.

7. Cinto de Pesos
O mergulhador equipado possuirá normalmente flutuabilidade positiva e terá que fazer
esforço para descer. Uma conveniente quantidade de pesos de chumbo, adicionada por meio de um cinto,
lhe proporcionará a condição adequada ao trabalho que pretende fazer.

8. Profundímetro
O profundímetro mede a pressão da coluna d'água acima do mergulhador e é calibrado
para permitir a leitura direta da profundidade em pés ou metros. A leitura poderá ser realizada mesmo
em condições de limitada visibilidade.
A segurança do mergulhador dependerá da sua precisão. O seu uso é obrigatório,
devendo cada dupla possuir no mínimo uma unidade. Alguns tipo, como os de bolha, não oferecem
segurança.

9. Relógio
O relógio, necessariamente à prova de pressão, possui, normalmente, coroa roscada e aro
luminescente e de fácil leitura.
FL.:33 DE 33

10. Faca
A faca de mergulho deverá ser resistente a corrosão, como as de aço inox, e possuir
punho de plástico, borracha ou madeira. A faca é uma ferramenta para o mergulhador e deverá estar
presa em local de fácil acesso e que não interfira com seus movimentos. Ela nunca deverá estar presa ao
cinto de pesos.

13. BIBLIOGRAFIA

CORREIA, João Henrique de Medeiros. Oceanografia, O Mar e sua Relação. 69 f. Apostila -


Curso de Salvamento no Mar, Corpo Bombeiros Militar de Alagoas, Alagoas, 2004.

CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, Manual - (Atividades


de Bombeiros - MABOM), Belo Horizonte. Ed. Academia de Polícia Militar, 1990.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Manual (Salvamento


em Praias) - Rio de Janeiro. Ed. Universidade Federal Fluminense, 1986.

DA FONSECA, Luciano Alves B. Estudo Técnico de Salvamento Aquático, 27 f. Apostila – Curso de


Formação de Oficiais, Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, Pernambuco, 2001.

MENDONÇA, Marcos. Projeto Oceano, 32f. Apostila - (CBPDS/CMAS), Alagoas, 2003.

Salvamento Aquático. Disponível em :< http:// www.Sobrasa.org.br. htm>.


Acesso em janeiro. 2007.

Salvamento Aquático. Disponível em :< http:// www.datasus.gov.br. htm>.


Acesso em janeiro. 2007.

VIANA, Jack Emerson. Técnica de Abordagem e Soltura, 14 f. Apostila - Curso de Salvamento no


Mar, Corpo Bombeiros Militar de Alagoas, Alagoas, 2004.

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