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JANEIRO | 2020  EDIÇÃO NO 1

I T I N E R Á R I O S

M AT E M ÁT I C A

Nesta edição, apresentaremos


algumas ferramentas que
auxiliam na análise estatística
do desmatamento e da sua
prevenção.
O QUE FALAM
SOBRE O ASSUNTO
DESTA EDIÇÃO?

INPE consolida 7 536 km2 de


desmatamento na Amazônia em 2018
INPE

A
taxa anual consolidada pelo Projeto de Monitoramento do
Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apontou o resultado de
7 536 km2 de corte raso no período de agosto de 2017 a julho de 2018.
O resultado indica um acréscimo de 8,5% em relação a 2017, ano em que
foram apurados 6 947 km2. Também representa uma redução de 73% em
relação à registrada em 2004, ano em que o Governo Federal lançou o Plano
para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm),
atualmente coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O mapeamento utiliza imagens do satélite Landsat, CBERS e ResourceSat
para cartografar e quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25
hectares. O Prodes considera como desmatamento por corte raso a remoção
completa da cobertura florestal primária, independentemente da futura
utilização dessas áreas.
As tabelas abaixo mostram a distribuição do desmatamento para o ano
de 2018 nos estados que compõem a Amazônia Legal, bem como a
comparação com as respectivas taxas consolidadas para o ano de 2017.

Tabela 1

Contribuição por estado na taxa de desmatamento em 2018


Estado Prodes 2018 (km2) Contribuição (%)
Acre 444 5,9
Amazonas 1 045 13,9
Amapá 24 0,3
Maranhão 253 3,4
Mato Grosso 1 490 19,8
Pará 2 744 36,4
Rondônia 1 316 17,5
Roraima 195 2,6
Tocantins 25 0,3
Total 7 536 100,0

2
Tabela 2

Comparação das taxas de desmatamento de 2017 e 2018


Estado Prodes 2017 (km2) Prodes 2018 (km2) Variação (%)
Acre 257 444 73
Amazonas 1 001 1 045 4
Amapá 24 24 0
Maranhão 265 253 –5
Mato Grosso 1 561 1 490 –5
Pará 2 433 2 744 13
Rondônia 1 243 1 316 6
Roraima 132 195 48
Tocantins 31 25 –19
AMZ. Legal 6 947 7 536 8

A taxa consolidada para 2018 foi obtida após o mapeamento de


215 cenas do satélite americano Landsat 8/OLI. Esse valor é 4,61%
abaixo da taxa estimada pelo Prodes em novembro de 2018, que
foi de 7 900 km2. O cálculo da taxa estimada, nessa época, foi feito
com base em 93 imagens do mesmo satélite, que cobriam a área
onde foram registrados mais de 90% do desmatamento no período
anterior (agosto/2016 a julho/2017) e os 39 municípios prioritários
para fiscalização (definidos no Decreto Federal 6.321/2007, atualizado
em 2017 pela Portaria no 360 do Ministério do Meio Ambiente).
A Figura 1 mostra a série histórica do Prodes para a Amazônia Legal.
A Figura 2 mostra a variação relativa entre os anos consecutivos de
1988 a 2018. Finalmente, a Figura 3 mostra a taxa de 2018 separada
pelos Estados da Amazônia Legal.

Figura 1
Taxa de desmatamento anual na Amazônia Legal (km2)
35 000

30 000

25 000

20 000

15 000

10 000

5 000

0
94

96
90

04
92

06

09
91

13
93

95
88
89

00

02
01

10
03

05

08

14
97

16
99

07

12

17
98

11

15

18
20

20
19
19
19
19
19
19
19
19

20

20
19

20
19

20
20
20
20
20
20
20

20
20
20

20
19
20

20

20
19

3
Figura 2
Variação relativa anual das taxas do Prodes no período 2001 a 2018
Taxas Prodes – Variação Relativa na Amazônia Legal (%)
40%

30%

20%

10%

0%

–10%

–20%

–30%

–40%

–50%
2000- 2001- 2002- 2003- 2004- 2005- 2006- 2007- 2008- 2009- 2010- 2011- 2012- 2013- 2014- 2015- 2016- 2017-
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Var. Relativa 0% 19% 17% 9% –32% –25% –18% 11% –42% –6% –8% –29% 29% –15% 24% 27% –12% 8%

Figura 3 – Taxa de desmatamento anual na Amazônia Legal (km2)

Taxas Prodes – Estados (km2)


12 000

11 000  AC
10 000  AM
9 000  AP
8 000  MA
7 000  MT
km2

6 000  PA
5 000  RO
4 000  RR
3 000  TO
2 000

1 000

0
19 8
1989
19 0
19 1
1992
19 93
19 4
1995
1996
19 7
19 8
20 9
20 0
2001
2002
20 03
2004
20 5
06
20 07
2008
20 9
20 0
20 1
20 2
20 13
20 4
2015
20 6
20 17
18
9

0
9

1
1
9

1
9

1
8

9
9

1
20
19

Por meio do Prodes, o INPE realiza o mapeamento sistemático da


Amazônia Legal e produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento
na região. Essa série histórica é usada pelo governo brasileiro para
avaliação e estabelecimento de políticas públicas relativas ao controle do
desmatamento e ações voltadas à temática de REDD+.

Além do uso governamental, os dados do Prodes embasam iniciativas


bem-sucedidas no setor privado como a Moratória da Soja e o Termo
de Ajuste de Conduta (TAC) da cadeia produtiva de carne bovina, entre
outras. A série histórica do Prodes é ainda usada em centenas de trabalhos
científicos na área ambiental, demonstrando sua importância para toda a
sociedade brasileira.
INPE. INPE consolida 7.536 km2 de desmatamento na Amazônia em 2018. Disponível em:
<http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=5138>. Acesso em: 4 nov. 2019.

4
A estatística do
CONHEÇA A
OPINIÃO DE
verde: quando o que
resta das florestas
QUEM ESTUDA
O ASSUNTO.

são apenas dados


Gustavo Tondinelli

O Brasil e o desmatamento

O
Brasil é o lugar com uma das maiores diversidades de flora e fauna do
mundo, o que traz grande relevância ao país no cenário mundial. Por
esse fato, é de extremo interesse a preservação dos biomas brasileiros
e o cuidado com os animais que aqui vivem.
Lar de espécies únicas de animais e com uma flora extremamente
privilegiada, a Amazônia, um dos biomas mais ricos do planeta e com a
capacidade de gerar seu próprio clima, é a região que mais tem despertado a
preocupação ao redor do globo.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento
na Amazônia cresce a uma taxa de 20 000 km2 ao ano. Para se ter uma ideia,
essa área de crescimento da destruição é maior do que a área de cerca de
250 municípios do Brasil, de acordo com o portal do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).

5
Motivos para o desmatamento e como
ele é medido
Acesse o link
e verifique a
Segundo pesquisas realizadas por professores pesquisadores da
dimensão dos Universidade Federal do Pará, entre os principais motivos para o
municípios desmatamento destacam-se:
brasileiros.
• Expansão estatal: construção de estradas e processos de ocupação, com
criação de povoados e moradias.
• Expansão privada: empresas que exploram, como forma de aumentar
seus lucros, seja pela extração de madeira pelas madeireiras, que, em
muitos casos, desmatam ilegalmente, ou pela derrubada de florestas
<http://ftd.li/77jdbk>
para a criação de gado ou plantação de grãos, que requerem o corte e
a queimada da vegetação com o objetivo de limpar o solo para a sua
utilização.
É importante entender que as queimadas em regiões como a Amazônia
acontecem naturalmente, dependendo da intensidade do calor em alguns
períodos ano. Porém a floresta tem mecanismos próprios de defesa que
De 2004 a 2017, o
Deter emitiu mais impedem que o fogo se torne perigoso para ela.
de 70 000 alertas
de alteração da Assim, para monitorar o avanço do desmatamento, por causas naturais ou
cobertura florestal, ocasionado pelo ser humano, criou-se o Deter, projeto que desde 2004 faz
totalizando levantamentos que geram imagens importantes para a obtenção de dados
aproximadamente
estatísticos sobre a alteração da cobertura florestal na Amazônia.
88 000 km2 de área
impactada. Acesse
o link e consulte
Ele foi desenvolvido como um sistema de alerta para dar suporte à
o acervo gerado fiscalização e ao controle do desmatamento e da degradação florestal
pelo projeto até realizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
dezembro de 2017. Naturais Renováveis (Ibama) e demais órgãos ligados a essa temática.
Observe que a análise estatística oferece uma estrutura sólida para a
criação de políticas públicas voltadas para a preservação do meio ambiente.
O objetivo do Deter é, com base nos alertas, mobilizar entidades que
tenham a capacidade de combater o corte ilegal de árvores e controlar
<http://ftd.li/ft2pci> incêndios naturais ou criminosos.
O vídeo “Programas monitoram o desmatamento na Amazônia”,
produzido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), fala um pouco mais sobre os instrumentos de preservação da
natureza usados no Brasil, e está disponível em: <http://ftd.li/gq3dpg>.

Uma análise econômica


Por que para uma empresa é mais vantajoso desmatar ilegalmente do que
seguir as leis de preservação?
Observe este exemplo: um tempo atrás, a região do Centro-Oeste do
Brasil tinha terras muito baratas, o que possibilitou o aumento das áreas
agrícolas e para a criação de gado. Com isso, houve o crescimento das
exportações, que gerou a necessidade de mais terras para a ampliação das
atividades. Isso fez que as terras da região ficassem mais caras. Por conta
disso, as empresas agrícolas começaram a buscar opções mais baratas,
mesmo que ilegais.
Segundo dados coletados pelo portal AgroLink, um dos maiores portais
sobre a agricultura brasileira, já em 2017 era muito mais caro comprar terras

6
ao norte do Mato Grosso do que na região Sul do país, gerando dificuldades
no aumento da escala das produções no estado. Dessa forma, por causa da
competição econômica, as empresas passaram a desmatar descontrolada
e ilegalmente, com o pagamento de propinas e a expulsão de indígenas de
suas terras.

O desmatamento e a situação indígena


O desmatamento gera consequências aos povos que habitam a região das
florestas, principalmente aos indígenas, situados em reservas protegidas
por lei, demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Por meio das
imagens de satélite da região Norte, é possível observar as terras indígenas
sendo comprometidas, cercadas por áreas de intensa destruição causadas
por queimadas ou derrubadas das florestas.
Entre 2001 e 2016, aproximadamente, 46 milhões de hectares de floresta
foram devastados pelas atividades de madeireiras, da indústria turística, de
imobiliárias etc.
Isso gera conflitos, desde ataques dos grupos indígenas aos grupos de
madeireiros ilegais até genocídios por parte de grileiros em busca de posse
de terra, que servem como dados estatísticos para análises das ocorrências
na região.

Amazônia Legal é a denominação que o Governo Federal instituiu à região de nove estados
brasileiros (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima
e Tocantins), que pertence à Bacia Amazônica, com o intuito de unificar e facilitar o
planejamento dos projetos de desenvolvimento social, político e econômico, já que esses
estados têm problemas característicos semelhantes.

É possível acompanhar diariamente os focos de incêndio, não só na


Amazônia, e a sua proximidade com vilarejos indígenas pelo mapa
alimentado pelo Inpe e pelo ISA (Instituto Socioambiental),
disponível em: <http://ftd.li/u93yo2>.

7
Um exemplo de como o mapa funciona pode ser observado na imagem a seguir:

O mapa mostra em números e com manchas a quantidade de focos de incêndio


entre os dias 31 de outubro e 1o de novembro de 2019, no Brasil e em alguns
países da América Latina. Além disso, é possível observar as terras indígenas,
representadas pelos contornos vermelhos, e a proximidade dos focos de
incêndios em relação a elas.

Obtendo e processando dados para pesquisas


O Inpe, criado na década de 1960, impulsionado principalmente pela corrida
espacial, é um dos institutos responsáveis pelo recolhimento de dados.
Desde os anos 1970, foi um dos pioneiros no estudo do desmatamento da
Amazônia e de outras regiões do país, por meio da análise de imagens de
satélite. As imagens captadas por esse projeto estão disponíveis em:
<http://ftd.li/j3dh9k>.
A análise de imagens captadas durante anos permite a realização de
estudos estatísticos e, consequentemente, a produção de gráficos, como os
exemplificados a seguir, retirados do Portal do ISA.

Terras Indígenas com mais focos de incêncio


Amazônia Legal (Brasil), 20/7/2019 a 20/8/2019
800

700

600

500

400

300

200
O gráfico mostra a
quantidade de focos de 100
incêndio nas dez terras
indígenas (ou parques 0
indígenas) mais afetadas
entre 20 de julho e 20 de PI Araguaia TI Apyterewa TI Areões TI Pareci
agosto de 2019. Ao todo,
TI Pimentel Barbosa TI Marãiwatsédé Ti Kanela PI Xingu
foram 3 553 focos nas
148 terras indígenas da TI Parabubure TI Kayapó TI Munduruku Ti Inãwébohona
Amazônia nesse período.
Fonte de pesquisa: ISA mostra Terras Indígenas mais afetadas por incêndios na Amazônia
brasileira. Instituto Socioambiental. Disponível em: <https://www.socioambiental.org/pt-br/
noticias-socioambientais/isa-mostra-terras-indigenas-mais-afetadas-por-incendi-
os-na-amazonia-brasileira>. Acesso em: 1o nov. 2019.

8
Focos de calor na Amazônia Legal
Por dia, entre 20/7/2019 a 20/8/2019
2 600
2 400
2 200
2 000
1 800
1 600
1 400
1200
O gráfico mostra a 1 000
quantidade de focos de
800
calor na Amazônia Legal
de cada dia entre 20 de 600
julho e 20 de agosto de 400
2019. É possível observar 200
que na segunda semana 0
de agosto a quantidade
2 2 9
3 /2 9

4 2 9
5 2 9
6 /2 19
7 2 9
8 /2 19
9 2 9
0 /2 19
1 2 9
1 /2 19

2 /2 9
3 /2 19

/8 0 9
5 /2 19

6 /2 9

7 2 9
8 /2 19
9 /2 19
0 2 9

1 2 9
2 2 9
3 2 9
4 2 9

5 2 9
6 /2 9
7 /2 9
8 2 9

9 2 9
0 /2 19
/2 19

9
de focos aumentou,
2 7/ 1

2 7/ 1
2 7/ 1

2 7/ 1

2 7/ 1

3 7/ 1

4 /2 1

1 8/ 01

1 8/ 1
1 8/ 01
1 8/ 01
1 8/ 01

1 8/ 1
1 8 01
1 8 01
1 8/ 01

1 8/ 1

1
0
/7 0

0
0
/7 0

0
/7 0

0
/7 0

0
/7 0
/8 0

/8 0
/8 0

/8 0

/8 0
/8 0
/8 0

0
/8 0
/8 0

0
1 /2

aproximadamente, 1 200%

/
2 /7
/

/
/
/
/
/

/
/
/

/
0

em relação ao primeiro dia


2

2
2

2
de julho analisado.
Fonte de pesquisa: ISA mostra Terras Indígenas mais afetadas por incêndios na Amazônia
brasileira. Instituto Socioambiental. Disponível em: <https://www.socioambiental.org/pt-br/
noticias-socioambientais/isa-mostra-terras-indigenas-mais-afetadas-por-incendios-na-
amazonia-brasileira>. Acesso em: 1o nov. 2019.

Esses números foram extraídos da análise de dados recolhidos na


observação das áreas afetadas por incêndios, principalmente na Amazônia.
Por meio desses números, consegue-se estudar por que a quantidade
de focos vem aumentando tanto e quais as melhores medidas a serem
tomadas para controlá-los, além de poder fiscalizar e penalizar as pessoas
responsáveis pelos atos ilegais.

A estatística do verde
A estatística vale-se de imagens de satélite, observação de dados históricos,
coleta de informações econômicas para então criar modelos que possam
verificar o crescimento do desmatamento, criar políticas públicas de modo
a combatê-lo e fiscalizar as regiões onde o desmatamento afeta social e
ambientalmente.

Gustavo Tondinelli é licenciado


em Matemática pela Universidade
Federal do ABC, bacharel em Ciência
e Tecnologia, pedagogo e mestrando
na área de Matemática. Leciona
Matemática há 8 anos e coordena
núcleos de debate. Também
trabalha com produção de materiais
didáticos.

9
Sistema de Alerta
de Desmatamento GEOGRAFIA DO DESMATAMENTO MUNICÍPIOS CRÍTICOS

Julho de 2019 Em julho de 2019, a maioria (55%) do desmatamento ocorreu em áreas


privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi
registrado em Assentamentos (20%), Unidades de Conservação (19%) e
1
6 Municípios Rank

Terras Indígenas (6%).


8 Altamira (PA) 128 1
4 3
São Félix do Xingu (PA) 96 2
Considerando o calendário de desmatamento 2019, que compreende o período de
9
5 2
Porto Velho (RO) 78 3

agosto de 2018 a julho de 2019, o desmatamento na Amazônia Legal foi de 7


Lábrea (AM) 77 4

5.054 quilômetros quadrados, o que corresponde a um aumento de 15% em


10 Feijó (AC) 46 5
Itaituba (PA) 42 6

relação ao mesmo período do calendário anterior. Novo Progresso (PA)


Apuí (AM)
32
31
7
8

Em julho de 2019, o SAD detectou 1.287 quilômetros quadrados de Boca do Acre (AM) 31 9
Oceano Colniza (MT) 28 10
desmatamento na Amazônia Legal, um aumento de 66% em relação a AP
julho de 2018, quando o desmatamento somou 777 quilômetros RR
Atlântico 0 20 40 60 80 100 120 140 km2

quadrados. Em julho de 2019, o desmatamento ocorreu no Pará (36%),


Amazonas (20%), Rondônia (15%), Acre (15%), Mato Grosso (12%) e
ASSENTAMENTOS
Roraima (2%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 135
quilômetros quadrados em julho de 2019, enquanto que em julho AM
de 2018 a degradação florestal detectada totalizou 356 9
8
Assentamentos Rank

quilômetros quadrados, uma redução de 62%. Em julho de 2019 PA Rio Juma (AM) 29 1
5

a degradação foi detectada no Pará (44%), Rondônia (18%), MA 2 4


7 1
6 PAE Antimary (AM)
PA Margarida Alves (RO) 7
12 2
3

Amazonas (16%), Roraima (11%), Mato Grosso (8%) e Acre (3%).


PA Monte (AM) 7 4
10
3 PA Acari (AM) 6 5
PDS Terra Nossa (PA) 5 6
PAD Marechal Dutra (RO) 5 7
PA PA Paraíso (PA) 5 8
PDS Divinópolis (PA) 4 9
PROPORÇÃO DE DESMATAMENTO E DEGRADAÇÃO POR ESTADO PA Japuranomann (MT) 4 10

DEGRADAÇÃO JULHO DE 2019


AC 0 5 10 15 20 25 30 35 km2

TO
RO
3% 8% 11% 16% 18% 44%
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
(3 km2) (11 km2) (15 km2) (22 km2) (24 km2) (60 km2)

Acre Mato Grosso Roraima Amazonas Rondônia Pará


Amazônia Legal
DESMATAMENTO JULHO DE 2019
Desmatamento
SAD Julho 2019 MT 6
Unidades de Conservação
APA Triunfo do Xingu (PA) 82
Rank
1
1 Florex Rio Preto-Jacundá (RO) 40 2
2%
(28 km2)
12%
(159 km2)
15%
(187 km2)
15%
(188 km2)
20%
(253 km2)
36%
(470 km2)
Degradação 10
2
7 Resex Jaci-Paraná (RO) 25 3
SAD Julho 2019 4 Resex Chico Mendes (AC) 16 4
5 8
9 Flona do Jamanxim (PA) 14 5
Roraima Mato Grosso Acre Rondônia Amazonas Pará 3
Flona de Altamira (PA) 11 6
APA do Tapajós (PA) 8 7
Rebio Nascente da Serra do Cachimbo (PA) 7 8
Estado Jul 2018 Jul 2019 Variação Ago 2017 a Ago 2018 a Variação APA Rio Pardo (RO) 7 9
EVOLUÇÃO DO DESMATAMENTO E DEGRADAÇÃO NA AMAZÔNIA (km2) (km2) (%) Jul 2018 (km2) Jul 2019 (km2) (%) Flona do Bom Futuro (RO) 5 10

8000 Oceano Acre 2 3 75 3 8 -194 0 20 40 60 80 100 km2


Amazonas - 22 - 25 76 -205
7000 Pacífico
DEGRADAÇÃO

Mato Grosso 10 11 11 5220 362 93


6000 Pará 338 60 -82 5813 138 98
5000 Rondônia 6 24 269 84 51 39
4000 Roraima - 15 - 97 146 -51
2000 Tocantins - - - 722 - 100
Amapá - - - - - -
1000
900 TOTAL 356 135 -62 11964 782 -93 TERRAS INDÍGENAS
800 10

700
600 Terras Indígenas Rank
Estado Jul 2018 Jul 2019 Variação Ago 2017 a Ago 2018 a Variação
(km2) (km2) (%) Jul 2018 (km2) Jul 2019 (km2) (%) 3 TI Apyterewa (PA) 28 1
500
6 2 TI Trincheira Bacajá (PA) 15 2
400 DESMATAMENTO • Agosto 2017 a Julho 2018
Acre 35 187 434 104 371 257 9 TI Ituna/Itatá (PA) 9 3
Amazonas 164 253 54 836 1010 21 1
TI Karipuna (RO) 9 4
300
DESMATAMENTO

DEGRADAÇÃO • Agosto 2017 a Julho 2018


Mato Grosso 136 159 17 1157 955 -17 4 5 TI Kayapó (PA) 1 5
200 7
DESMATAMENTO • Agosto 2018 a Julho 2019 Pará 289 470 63 1482 1792 21 TI Araweté/Igaraé Ipixuna (PA) 1 6
100 Rondônia 152 188 24 641 760 19 TI Serra Morena (MT) 1 7
DEGRADAÇÃO • Agosto 2018 a Julho 2019 8
0 Roraima 1 28 2700 161 160 -1 TI Uru-Eu-Wau-Wau (RO) 1 8
AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL Tocantins - - - 4 2 -50 TI Deni (AM) 1 9
TI Raposa Serra do Sol (RR) 1 10
Amapá - 2 - 2 4 100
Link para download dos dados: https://imazongeo.org.br/#/ 0,0 5 10 15 20 25 30 35 km2
TOTAL 777 1287 66 4387 5054 15

www.imazon.org.br • www.imazongeo.org.br Fonte de imagens: Sentinel-1, Sentinel-2, Landsat-8. Equipe: Antônio Fonseca, Marcelo Justino, Dalton Cardoso, Júlia Ribeiro, Rodney Salomão, Raissa Ferreira, Frederic Kirchhoff, Carlos Souza Jr. e Adalberto Veríssimo. Agradecimento: Apoio:
1.  Projetos como o Prodes e o Deter são essenciais para a coleta e a análise
de dados. É por meio de órgãos como esses que são tomadas decisões para a
criação ou manutenção de políticas públicas de preservação ambiental.
A Matemática apresenta-se de maneira discreta, porém, de forma
ARTICULANDO
IDEIAS E PRÁTICAS extremamente importante na execução dessas decisões. Relacione a
Matemática a esses órgãos, dando exemplos e reunindo mais informações sobre
como a estatística é utilizada nesse meio.
2.  Discuta com os colegas qual o papel da matemática na divulgação
científica. É possível utilizá-la em outras áreas que demandam atenção
social? Pesquise e elabore um trabalho sobre algum órgão social, que não os
citados, que utilize essas ferramentas a fim de incrementar seus projetos.
3.  Os povos indígenas são a população que mais sofre diretamente com os
desmatamentos. Indique, com base em reportagens e dados do governo, de
IC MIS
fundações, de ONGs e da mídia, as consequências que o desmatamento pode
ter para esses povos e para outras populações.
4.  Com as informações oferecidas pelo texto e outras pesquisas, construa
PC EMP
com os colegas um painel descrevendo como se desenvolve a análise
estatística dos dados do desmatamento, de modo a comprovar sua
> Investigação existência, como foi feito ao longo do texto. Para auxiliá-los, consultem os
Científica sites do Inpe, do ISA e do IBGE para coletar imagens de satélite e dados.
> Mediação e 5.  A Matemática é uma ciência que pode ser dita como ferramental, uma
intervenção vez que se relaciona com outras áreas do conhecimento, servindo de
sociocultural base para a estruturação de seus conteúdos. Relacione a Matemática com
outras disciplinas, apresentando como a estatística ou outros conteúdos
contribuem com cada uma delas.

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1.  A análise de imagens, tanto de satélites quanto as realizadas por
sobrevoo, leva anos para ser feita e não é somente pontual. Não se pode
dizer, por exemplo, que, pelo fato de em uma região o desmatamento
ter diminuído, significa que o problema foi sanado ou que a redução
POSSIBILIDADES DE aconteça no país inteiro. Dessa forma, os dados estatísticos servem como
DESENVOLVIMENTO fundamentação para serem planejados projetos amplos, que tenham a
capacidade de englobar todas as variáveis necessárias para o combate do
desmatamento e a prevenção ambiental. Programas e órgãos como o Deter
e o Prodes são frutos do estudo estatístico que o Inpe e o IBGE realizam
por meio de pessoas dedicadas a interpretar os dados. A estatística, que
pode ser vista apenas como a mera apresentação de dados na forma de
gráficos, constrói modelos da realidade, que auxiliam no entendimento
dela e preveem os próximos acontecimentos, permitindo a antecipação de
medidas.
2.  Espera-se que os alunos cheguem ao consenso de que a Matemática é a
principal ferramenta para análise e processamento dos dados. Sem ela, seria
difícil criar soluções ou verificar a eficiência de planos de ação e políticas
públicas, da mesma maneira como a necessidade real da implementação.
3.  Resposta pessoal. Espera-se que, entre outras conclusões, os alunos
percebam que as consequências do desmatamento são: perigo de vida aos
povos indígenas, mudanças climáticas, mudança no hábitat de animais
silvestres e na qualidade do ar e da água, o que gera mudanças na flora e,
consequentemente, na produção de alimentos da população.
4.  Construção de painel. Uma sugestão de montagem seria uma linha
cronológica, feita com base em gráficos e imagens, em que os alunos
poderiam mencionar os projetos criados para medir o desmatamento e os
passos que seguem para o refinamento e a divulgação dos resultados, entre
outras informações que julgarem importantes.
Na BNCC:
• EMIFCG01
• EMIFCG02
5.  A estatística é utilizada em quase todas as áreas do conhecimento. A
• EMIFCG07 Geografia, por exemplo, a utiliza para análises populacionais, geológicas
• EMIFMAT03 etc. A Biologia, para análise de populações, crescimento de flora e fauna,
• EMIFMAT07
• EMIFMAT08 acompanhamento de espécies etc. A Química, para a comparação de
resultados de experimentos diversos.
A Matemática também serve como base de estruturação para as disciplinas
exatas fora do campo da estatística, como a Física e a Química, que utilizam os
conteúdos matemáticos para os estudos e as análises necessárias.
Conteúdos abordados:
• Desmatamento Números e formas geométricas: uma construção da humanidade
• Estatística No ano de 2020, o Articulação Itinerários MT terá como tema principal “Números
• Análise de dados e e formas geométricas: uma construção da humanidade”. Nessas publicações, pretende-se
de imagens
desenvolver textos que tragam entendimentos sobre as construções dos conceitos
matemáticos, relacionando-os com seus usos na atualidade, como forma de desmistificar
a presença da Matemática no cotidiano e de promover ações que ampliem o letramento
matemático.
Para isso, a Matemática apresentada será desenvolvida com base em outros vieses que
não aquele que aborda apenas números e fórmulas, para possibilitar a compreensão da
ciência sob outra ótica.

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I T I N E R Á R I O S

JANEIRO | 2020  EDIÇÃO NO 1


M AT E M ÁT I C A

Diretor de conteúdo e negócios Coordenador de eficiência e analytics


Ricardo Tavares de Oliveira Marcelo Henrique Ferreira Fontes
Diretor adjunto de Supervisora de preparação e revisão
Sistema de Ensino Adriana Soares de Souza
Cayube Galas Preparação e revisão
Gerente editorial Equipe FTD
Júlio César D. da Silva Ibrahim Coordenadora de imagem e texto
Gerente de produção e design Márcia Berne
Letícia Mendes de Souza Pesquisa
Editoras Equipe FTD
Cláudia Pedro Winterstein Coordenadora de arte
Denise Favaretto Daniela Máximo
Editoras assistentes Supervisor de arte
Ana Olívia Ramos Pires Justo Fabiano dos Santos Mariano
Susi Aparecida Reis Gil Noaves
Projeto gráfico
Colaborador Bruno Attilli
Lucas de Souza Santos
Editora de arte
Adriana Maria Nery de Souza

Créditos das imagens:


p.1. NASA/SPL/Fotoarena; p.2. PARALAXIS/Shutterstock.com; p.5. NASA/SPL/Fotoarena; p.7. Desmatamento de terras indígenas na
Região Norte de 2017 a 2018, Instituto Socioambiental, site https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/
desmatamento-em-terras-indigenas-cresce-124-mas-segue-concentrado-em-areas-cri; p.8. Fogo nas últimas 24 horas
em Terras Indígenas visualizadas em 01/11/2019, Instituto Socioambiental, site https://mapa.eco.br/v1/?lang=
pt-br&layers%5B%5D=jurisdicao.amlegal&layers%5B%5D=queimadas.focosDensidade&layers%5B%5D=queimadas.focos;
p.9. Arquivo Pessoal; p.10. Fonseca, A., Justino, M., Cardoso, D., Ribeiro, J., Salomão, R., Souza Jr., C., & Veríssimo, A. 2019. Boletim do
desmatamento da Amazônia Legal (julho 2019) SAD (p. 1). Belém: Imazon. Disponível em www.imazon.org.br;
Gráficos ilustrados nesta edição: Edição de arte

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