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Diretrizes Sobre o

Humanos
uso da Força,
Diretrizes Nacionais
Direitos

dos Profissionais e
Nome Social
Diretrizes
A Portaria Interministerial n. 4.226/10,
elaborada pelos Ministros da Justiça e
Ministro Chefe da Secretaria de Direitos
Humanos, estabelece diretrizes sobre o
uso da força pelos agentes de segurança
pública.
Diretrizes
Art. 1º: Ficam estabelecidas Diretrizes
sobre o Uso da Força pelos Agentes de
Segurança Pública, na forma do Anexo I
desta Portaria.
Parágrafo único. Aplicam-se às Diretrizes
estabelecidas no Anexo I, as definições
constantes no Anexo II desta Portaria.
Diretrizes
Art. 3º: A Secretaria de Direitos Humanos
da Presidência da República e o Ministério
da Justiça estabelecerão mecanismos para
estimular e monitorar iniciativas que visem
à implementação de ações para efetivação
das diretrizes tratadas nesta portaria.
Uso da Força
1 - O uso da força pelos agentes de segurança
pública deverá se pautar nos documentos
internacionais de proteção aos direitos
humanos.
2 - O uso da força por agentes de segurança
pública deverá obedecer aos princípios da
legalidade, necessidade, proporcionalidade,
moderação e conveniência.
Disparo de Armas
3 - Os agentes de segurança pública não
deverão disparar armas de fogo contra
pessoas, exceto em casos de legítima
defesa própria ou de terceiro contra perigo
iminente de morte ou lesão grave.
Fuga
4 - Não é legítimo o uso de armas de fogo
contra pessoa em fuga que esteja
desarmada ou que, mesmo na posse de
algum tipo de arma, não represente risco
imediato de morte ou de lesão grave aos
agentes de segurança pública ou terceiros.
Veículo
5 - Não é legítimo o uso de armas de fogo
contra veículo que desrespeite bloqueio
policial em via pública, a não ser que o ato
represente um risco imediato de morte ou
lesão grave aos agentes de segurança
pública ou terceiros.
Disparo de Advertência
6 - Os chamados “disparos de advertência”
não são considerados prática aceitável, em
razão da imprevisibilidade de seus efeitos.
Apontar Arma de Fogo
7 - O ato de apontar arma de fogo contra
pessoas durante os procedimentos de
abordagem não deverá ser uma prática
rotineira e indiscriminada.
Outros Instrumentos
8 - Todo agente de segurança pública que,
em razão da sua função, possa vir a se
envolver em situações de uso da força,
deverá portar no mínimo 2 (dois)
instrumentos de menor potencial ofensivo e
equipamentos de proteção necessários à
atuação específica.
Regulamentação
9 - Os órgãos de segurança pública deverão
editar atos normativos disciplinando o uso da
força por seus agentes, definindo
objetivamente:
Regulamentação
a) os tipos de instrumentos e técnicas
autorizadas;
b) as circunstâncias técnicas adequadas à
sua utilização, ao ambiente/entorno e ao
risco potencial a terceiros não envolvidos
no evento;
Regulamentação
c) o conteúdo e a carga horária mínima
para habilitação e atualização periódica ao
uso de cada tipo de instrumento;
d) a proibição de uso de armas de fogo e
munições que provoquem lesões
desnecessárias e risco injustificado;
Regulamentação
e) o controle sobre a guarda e utilização de
armas e munições pelo agente de
segurança pública.
Lesão ou Morte
10) Quando o uso da força causar lesão ou
morte de pessoa(s), o agente de segurança
pública envolvido deverá realizar as
seguintes ações:
a) facilitar a prestação de socorro ou
assistência médica aos feridos;
Lesão ou Morte
b) promover a correta preservação do local
da ocorrência;
c) comunicar o fato ao seu superior
imediato e à autoridade competente; e
d) preencher o relatório individual
correspondente sobre o uso da força.
Ações
11) Quando o uso da força causar lesão ou
morte de pessoa(s), o órgão de segurança
pública deverá realizar as seguintes ações:
a) facilitar a assistência e/ou auxílio médico
dos feridos;
Ações
b) recolher e identificar as armas e munições
de todos os envolvidos, vinculando-as aos
seus respectivos portadores no momento da
ocorrência;
c) solicitar perícia criminalística para o exame
de local e objetos bem como exames
médico-legais;
Ações
d) comunicar os fatos aos familiares ou
amigos da(s) pessoa(s) ferida(s) ou
morta(s);
e) iniciar, por meio da Corregedoria da
instituição, ou órgão equivalente,
investigação imediata dos fatos e
circunstâncias do emprego da força;
Ações
f) promover a assistência médica às pessoas
feridas em decorrência da intervenção,
incluindo atenção às possíveis sequelas;
g) promover o devido acompanhamento
psicológico aos agentes de segurança pública
envolvidos, permitindo-lhes superar ou
minimizar os efeitos decorrentes do fato
ocorrido;
Ações
h) afastar temporariamente do serviço
operacional, para avaliação psicológica e
redução do estresse, os agentes de
segurança pública envolvidos diretamente
em ocorrências com resultado letal.
Perfil Psicológico
12) Os critérios de recrutamento e seleção
para os agentes de segurança pública
deverão levar em consideração o perfil
psicológico necessário para lidar com
situações de estresse e uso da força e
arma de fogo.
Formação
13) Os processos seletivos para ingresso
nas instituições de segurança pública e os
cursos de formação e especialização dos
agentes de segurança pública devem
incluir conteúdos relativos a direitos
humanos.
Descanso
14) As atividades de treinamento fazem
parte do trabalho rotineiro do agente de
segurança pública e não deverão ser
realizadas em seu horário de folga, de
maneira a serem preservados os períodos
de descanso, lazer e convivência sócio-
familiar.
Instrutores
15) A seleção de instrutores para ministrarem
aula em qualquer assunto que englobe o uso
da força deverá levar em conta análise
rigorosa de seu currículo formal e tempo de
serviço, áreas de atuação, experiências
anteriores em atividades fim, registros
funcionais e formação em direitos humanos.
Habilitação de Armamento
16) Deverão ser elaborados procedimentos
de habilitação para o uso de cada tipo de
arma de fogo e instrumento de menor
potencial ofensivo que incluam avaliação
técnica, psicológica, física e treinamento
específico, com previsão de revisão
periódica mínima.
Habilitação de Armamento
17) Nenhum agente de segurança pública
deverá portar armas de fogo ou
instrumento de menor potencial ofensivo
para o qual não esteja devidamente
habilitado.
Habilitação de Armamento
18) A renovação da habilitação para uso de
armas de fogo em serviço deve ser feita
com periodicidade mínima de 1 (um) ano.
Técnicas de Menor Potencial
19) Deverá ser estimulado e priorizado,
sempre que possível, o uso de técnicas e
instrumentos de menor potencial ofensivo
pelos agentes de segurança pública, de
acordo com a especificidade da função
operacional e sem se restringir às unidades
especializadas.
Técnicas de Menor Potencial
20) Deverão ser incluídos nos currículos
dos cursos de formação e programas de
educação continuada conteúdos sobre
técnicas e instrumentos de menor potencial
ofensivo.
Técnicas de Menor Potencial
21) As armas de menor potencial ofensivo
deverão ser separadas e identificadas de
forma diferenciada, conforme a
necessidade operacional.
Técnicas de Menor Potencial
22) O uso de técnicas de menor potencial
ofensivo deve ser constantemente
avaliado.
Comissões Internas
23) Os órgãos de segurança pública
deverão criar comissões internas de
controle e acompanhamento da letalidade,
com o objetivo de monitorar o uso efetivo
da força pelos seus agentes.
Relatórios
24) Os agentes de segurança pública
deverão preencher um relatório individual
todas as vezes que dispararem arma de
fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de
menor potencial ofensivo, ocasionando
lesões ou mortes.
Relatórios
a) circunstâncias e justificativa que levaram
o uso da força ou de arma de fogo por
parte do agente de segurança pública;
b) medidas adotadas antes de efetuar os
disparos/usar instrumentos de menor
potencial ofensivo, ou as razões pelas
quais elas não puderam ser contempladas;
Relatórios
c) tipo de arma e de munição, quantidade
de disparos efetuados, distância e pessoa
contra a qual foi disparada a arma;
d) instrumento(s) de menor potencial
ofensivo utilizado(s), especificando a
frequência, a distância e a pessoa contra a
qual foi utilizado o instrumento;
Relatórios
e) quantidade de agentes de segurança
pública feridos ou mortos na ocorrência,
meio e natureza da lesão;
f) quantidade de feridos e/ou mortos
atingidos pelos disparos efetuados pelo(s)
agente(s) de segurança pública;
Relatórios
g) número de feridos e/ou mortos atingidos
pelos instrumentos de menor potencial
ofensivo utilizados pelo(s) agente(s) de
segurança pública;
h) número total de feridos e/ou mortos
durante a missão;
Relatórios
i) quantidade de projéteis disparados que
atingiram pessoas e as respectivas regiões
corporais atingidas;
j) quantidade de pessoas atingidas pelos
instrumentos de menor potencial ofensivo e
as respectivas regiões corporais atingidas;
Relatórios
k) ações realizadas para facilitar a
assistência e/ou auxílio médico, quando for
o caso;
l) se houve preservação do local e, em
caso negativo, apresentar justificativa.
Reabilitação
25) Os órgãos de segurança pública
deverão oferecer possibilidades de
reabilitação e reintegração ao trabalho aos
agentes de segurança pública que
adquirirem deficiência física em
decorrência do desempenho de suas
atividades.
Anexo II - Glossário
O Anexo II apresenta um glossário de
termos utilizados no Anexo I, de modo a
evitar dúvidas quanto à exata adequação
de cada palavra ou expressão.
Anexo II - Glossário
Armas de menor potencial ofensivo: armas
projetadas e/ou empregadas,
especificamente, com a finalidade de
conter, debilitar ou incapacitar
temporariamente pessoas, preservando
vidas e minimizando danos à sua
integridade.
Anexo II - Glossário
Equipamentos de menor potencial ofensivo:
todos os artefatos, excluindo armas e
munições, desenvolvidos e empregados
com a finalidade de conter, debilitar ou
incapacitar temporariamente pessoas, para
preservar vidas e minimizar danos à sua
integridade.
Anexo II - Glossário
Equipamentos de proteção: todo dispositivo
ou produto, de uso individual (EPI) ou
coletivo (EPC) destinado a redução de
riscos à integridade física ou à vida dos
agentes de segurança pública.
Anexo II - Glossário
Força: Intervenção coercitiva imposta à
pessoa ou grupo de pessoas por parte do
agente de segurança pública com a
finalidade de preservar a ordem pública e a
lei.
Anexo II - Glossário
Instrumentos de menor potencial ofensivo:
Conjunto de armas, munições e
equipamentos desenvolvidos com a
finalidade de preservar vidas e minimizar
danos à integridade das pessoas.
Anexo II - Glossário
Munições de menor potencial ofensivo:
Munições projetadas e empregadas,
especificamente, para conter, debilitar ou
incapacitar temporariamente pessoas,
preservando vidas e minimizando danos a
integridade das pessoas envolvidas.
Anexo II - Glossário
Nível do Uso da Força: Intensidade da
força escolhida pelo agente de segurança
pública em resposta a uma ameaça real ou
potencial.
Anexo II - Glossário
Princípio da Conveniência: A força não
poderá ser empregada quando, em função
do contexto, possa ocasionar danos de
maior relevância do que os objetivos legais
pretendidos.
Anexo II - Glossário
Princípio da Legalidade: Os agentes de
segurança pública só poderão utilizar a
força para a consecução de um objetivo
legal e nos estritos limites da lei.
Anexo II - Glossário
Princípio da Moderação: O emprego da
força pelos agentes de segurança pública
deve sempre que possível, além de
proporcional, ser moderado, visando
sempre reduzir o emprego da força.
Anexo II - Glossário
Princípio da Necessidade: Determinado
nível de força só pode ser empregado
quando níveis de menor intensidade não
forem suficientes para atingir os objetivos
legais pretendidos.
Anexo II - Glossário
Princípio da Proporcionalidade: O nível da
força utilizado deve sempre ser compatível
com a gravidade da ameaça representada
pela ação do opositor e com os objetivos
pretendidos pelo agente de segurança
pública.
Anexo II - Glossário
Técnicas de menor potencial ofensivo:
Conjunto de procedimentos empregados
em intervenções que demandem o uso da
força, através do uso de instrumentos de
menor potencial ofensivo, com intenção de
preservar vidas e minimizar danos à
integridade das pessoas.
Anexo II - Glossário
Uso Diferenciado da Força: Seleção
apropriada do nível de uso da força em
resposta a uma ameaça real ou potencial
visando limitar o recurso a meios que
possam causar
ferimentos ou mortes.
Diretrizes Nacionais
dos Profissionais de
Segurança Pública
Policiais
Policiais e profissionais de segurança
pública devem ser reconhecidos em sua
condição de trabalhadores e cidadãos
titulares de direitos e, especialmente,
sujeitos de direitos humanos.
Romper Preconceitos
A ideia de construir uma aproximação
positiva entre gestores de direitos humanos
e profissionais de segurança pública, com o
franco compromisso de romper
preconceitos.
Conhecimento
Profissionais de segurança pública
descobrem que profissionais de direitos
humanos defendem direitos de policiais. E
profissionais de direitos humanos
constatam que profissionais de segurança
pública não devem ser rotulados como
agentes da violência e do arbítrio.
Respeito aos Direitos
Para formar policiais garantidores e
promotores de direitos humanos, vocação
ideal da polícia em regimes democráticos,
é preciso que profissionais de segurança
pública sejam treinados e trabalhem em um
ambiente onde seus próprios direitos sejam
respeitados.
Conquistas
As Diretrizes de Promoção e Defesa dos
Direitos Humanos dos Profissionais de
Segurança Pública nascem vocacionadas a
estimular a participação democrática e a
conquista de direitos pelos próprios
profissionais de segurança pública.
Adequação Constitucional
1 - Adequar as leis e os regulamentos
disciplinares que versam sobre direitos e
deveres dos profissionais de segurança
pública à Constituição Federal de 1988.
Valorização Profissional
2 - Valorizar a participação das instituições
e dos profissionais de segurança pública
nos processos democráticos de debate,
divulgação, estudo, reflexão e formulação
das políticas públicas relacionadas com a
área.
Liberdade de Expressão
3 - Assegurar o exercício do direito de
opinião e a liberdade de expressão dos
profissionais de segurança pública,
especialmente por meio de internet, blogs,
sites e fóruns de discussão, à luz da
Constituição Federal de 1988.
Escala de Trabalho
4 - Garantir escalas de trabalho que
contemplem o exercício do direito de voto
por todos os profissionais de segurança
pública.
Equipamentos
5 - Proporcionar equipamentos de proteção
individual e coletiva aos profissionais de
segurança pública, em quantidade e
qualidade adequadas, garantindo sua
reposição permanente, considerados
desgaste e prazos de validade.
Equipamentos
6 - Assegurar que os equipamentos de
proteção individual contemplem as
diferenças de gênero e de compleição
física.
Treinamento
7 - Garantir, aos profissionais de segurança
pública, instrução e treinamento continuado
quanto ao uso correto dos equipamentos
de proteção individual.
Instalações Dignas
8 - Zelar pela adequação, manutenção e
permanente renovação de todos os
veículos utilizados no exercício profissional,
bem como assegurar instalações dignas
em todas as instituições, com ênfase para
as condições de segurança, higiene, saúde
e ambiente de trabalho.
Verbas
9 - Considerar, no repasse de verbas
federais aos entes federados, a efetiva
disponibilização de equipamentos de
proteção individual aos profissionais de
segurança pública.
Combate ao Preconceito
10 - Adotar orientações, medidas e práticas
concretas voltadas à prevenção,
identificação e ao enfrentamento do
racismo nas instituições de segurança
pública, combatendo qualquer modalidade
de preconceito.
Respeito Integral
11 - Garantir respeito integral aos direitos
constitucionais das profissionais de
segurança pública, considerando as
especificidades relativas à gestação e à
amamentação, bem como as exigências
permanentes de cuidado com filhos
crianças e adolescentes.
Integração Familiar
12 - Proporcionar espaços e oportunidades
nas instituições de segurança pública para
organização de eventos de integração
familiar entre todos os profissionais, com
ênfase em atividades recreativas,
esportivas e culturais voltadas a crianças,
adolescentes e jovens.
Cultura da Não Discriminação
13 - Fortalecer e disseminar nas
instituições a cultura de não discriminação
e de pleno respeito à liberdade de
orientação sexual do profissional de
segurança pública, com ênfase no combate
à homofobia.
Troca de Experiências
14 - Aproveitar o conhecimento e a vivência
dos profissionais de segurança pública idosos,
estimulando a criação de espaços
institucionais para transmissão de
experiências, e equipes de trabalho
compostas por servidores de diferentes faixas
etárias para integração intergeracional.
Aposentadoria
15 - Estabelecer práticas e serviços
internos que contemplem a preparação do
profissional de segurança pública para o
período de aposentadoria, estimulando o
prosseguimento em atividades de
participação cidadã após a fase de serviço
ativo.
Acessibilidade
16 - Implementar os paradigmas de
acessibilidade e empregabilidade das
pessoas com deficiência em instalações e
equipamentos do sistema de segurança
pública, assegurando a reserva
constitucional de vagas nos concursos
públicos.
Saúde
17 - Oferecer, ao profissional de segurança
pública e a seus familiares, serviços
permanentes e de boa qualidade para
acompanhamento e tratamento de saúde.
Saúde Mental
18 - Assegurar o acesso dos profissionais
do sistema de segurança pública ao
atendimento independente e especializado
em saúde mental.
Saúde Mental
19 - Desenvolver programas de
acompanhamento e tratamento destinados
aos profissionais de segurança pública
envolvidos em ações com resultado letal ou
alto nível de estresse.
Políticas de Prevenção
20 - Implementar políticas de prevenção,
apoio e tratamento do alcoolismo,
tabagismo ou outras formas de drogadição
e dependência química entre profissionais
de segurança pública.
Políticas de Prevenção
21 - Desenvolver programas de prevenção
ao suicídio, disponibilizando atendimento
psiquiátrico, núcleos terapêuticos de apoio
e divulgação de informações sobre o
assunto.
Núcleos de Apoio
22 - Criar núcleos terapêuticos de apoio
voltados ao enfrentamento da depressão,
estresse e outras alterações psíquicas.
Exames Clínicos
23 - Possibilitar acesso a exames clínicos e
laboratoriais periódicos para identificação
dos fatores mais comuns de risco à saúde.
Prevenção de Doenças Profissionais
24 - Prevenir as consequências do uso
continuado de equipamentos de proteção
individual e outras doenças profissionais
ocasionadas por esforço repetitivo, por
meio de acompanhamento médico
especializado.
Prática de Exercícios
25 - Estimular a prática regular de
exercícios físicos, garantindo a adoção de
mecanismos que permitam o cômputo de
horas de atividade física como parte da
jornada semanal de trabalho.
Reeducação Alimentar
26 - Elaborar cartilhas voltadas à
reeducação alimentar como forma de
diminuição de condições de risco à saúde e
como fator de bem-estar profissional e
autoestima.
Reabilitação e Reintegração
27 - Promover a reabilitação dos
profissionais de segurança pública que
adquiram lesões, traumas, deficiências ou
doenças ocupacionais em decorrência do
exercício de suas atividades.
Readaptação e Reintegração
28 - Consolidar, como valor institucional, a
importância da readaptação e da
reintegração dos profissionais de
segurança pública ao trabalho em casos de
lesões, traumas, deficiências ou doenças
ocupacionais adquiridos em decorrência do
exercício de suas atividades.
Readaptação
29 - Viabilizar mecanismos de readaptação
dos profissionais de segurança pública e
deslocamento para novas funções ou
postos de trabalho como alternativa ao
afastamento definitivo e à inatividade em
decorrência de acidente de trabalho,
ferimentos ou sequelas.
Prevenção de Acidentes
30 - Manter política abrangente de
prevenção de acidentes e ferimentos,
incluindo a padronização de métodos e
rotinas, atividades de atualização e
capacitação, bem como a constituição de
comissão especializada para coordenar
esse trabalho.
Acesso à Informação
31 - Garantir aos profissionais de
segurança pública acesso ágil e
permanente a toda informação necessária
para o correto desempenho de suas
funções, especialmente no tocante à
legislação a ser observada.
Punições Cruéis
32 - Erradicar todas as formas de punição
envolvendo maus tratos, tratamento cruel,
desumano ou degradante contra os
profissionais de segurança pública, tanto
no cotidiano funcional como em atividades
de formação e treinamento.
Assédio
33 - Combater o assédio sexual e moral
nas instituições, veiculando campanhas
internas de educação e garantindo canais
para o recebimento e a apuração de
denúncias.
Punição Fundamentada
34 - Garantir que todos os atos decisórios
de superiores hierárquicos dispondo sobre
punições, escalas, lotação e transferências
sejam devidamente motivados e
fundamentados.
Jornada de Trabalho
35 - Assegurar a regulamentação da
jornada de trabalho dos profissionais de
segurança pública, garantindo o exercício
do direito à convivência familiar e
comunitária.
Seguro e Auxílios
36 - Apoiar projetos de leis que instituam
seguro especial aos profissionais de
segurança pública, para casos de
acidentes e traumas incapacitantes ou
morte em serviço.
Seguro e Auxílios
37 - Organizar serviços de apoio,
orientação psicológica e assistência social
às famílias de profissionais de segurança
pública para casos de morte em serviço.
Seguro e Auxílios
38 - Estimular a instituição de auxílio-
funeral destinado às famílias de
profissionais de segurança pública ativos e
inativos.
Assistência Jurídica
39 - Firmar parcerias com Defensorias
Públicas, serviços de atendimento jurídico de
faculdades de Direito, núcleos de advocacia
pro bono e outras instâncias de advocacia
gratuita para assessoramento e defesa dos
profissionais de segurança pública, em casos
decorrentes do exercício profissional.
Assistência Jurídica
40 - Proporcionar assistência jurídica para
fins de recebimento de seguro, pensão,
auxílio ou outro direito de familiares, em
caso de morte do profissional de segurança
pública.
Habitação
41 - Garantir a implementação e a
divulgação de políticas e planos de
habitação voltados aos profissionais de
segurança pública, com a concessão de
créditos e financiamentos diferenciados.
Cultura e Lazer
42 - Conceber programas e parcerias que
estimulem o acesso à cultura pelos
profissionais de segurança pública e suas
famílias, mediante vales para desconto ou
ingresso gratuito em cinemas, teatros,
museus e outras atividades, e que garantam o
incentivo à produção cultural própria.
Cultura e Lazer
43 - Promover e estimular a realização de
atividades culturais e esportivas nas
instalações físicas de academias de polícia,
quartéis e outros prédios das corporações,
em finais de semana ou outros horários de
disponibilidade de espaços e
equipamentos.
Cultura e Lazer
44 - Estimular a realização de atividades
culturais e esportivas desenvolvidas por
associações, sindicatos e clubes dos
profissionais de segurança pública.
Formação Continuada
45 - Estimular os profissionais de
segurança pública a frequentar programas
de formação continuada, estabelecendo
como objetivo de longo prazo a
universalização da graduação universitária.
Adequação Curricular
46 - Promover a adequação dos currículos
das academias à Matriz Curricular
Nacional, assegurando a inclusão de
disciplinas voltadas ao ensino e à
compreensão do sistema e da política
nacional de segurança pública e dos
Direitos Humanos.
Aprimoramento
47 - Promover nas instituições de
segurança pública uma cultura que valorize
o aprimoramento profissional constante de
seus servidores também em outras áreas
do conhecimento, distintas a segurança
pública.
Ensino a Distância
48 - Estimular iniciativas voltadas ao
aperfeiçoamento profissional e à formação
continuada dos profissionais de segurança
pública, como o projeto de ensino a
distância do governo federal e a Rede
Nacional de Altos Estudos em Segurança
Pública (RENAESP).
Aperfeiçoamento
49 - Assegurar o aperfeiçoamento
profissional e a formação continuada como
direitos do profissional de segurança
pública.
Produção de Conhecimentos
50 - Assegurar a produção e divulgação
regular de dados e números envolvendo
mortes, lesões e doenças graves sofridas
por profissionais de segurança pública no
exercício ou em decorrência da profissão.
Vulnerabilidades
51 - Utilizar os dados sobre os processos
disciplinares e administrativos movidos em
face de profissionais de segurança pública
para identificar vulnerabilidades dos
treinamentos e inadequações na gestão de
recursos humanos.
Produção de Conhecimentos
52 - Aprofundar e sistematizar os
conhecimentos sobre diagnose e
prevenção de doenças ocupacionais entre
profissionais de segurança pública.
Produção de Conhecimentos
53 - Identificar locais com condições de
trabalho especialmente perigosas ou
insalubres, visando à prevenção e redução
de danos e de riscos à vida e à saúde dos
profissionais de segurança pública.
Produção de Conhecimentos
54 - Estimular parcerias entre
universidades e instituições de segurança
pública para diagnóstico e elaboração de
projetos voltados à melhoria das condições
de trabalho dos profissionais de segurança
pública.
Produção de Conhecimentos
55 - Realizar estudos e pesquisas com a
participação de profissionais de segurança
pública sobre suas condições de trabalho e
a eficácia dos programas e serviços a eles
disponibilizados por suas instituições.
Educação em Direitos Humanos
56 - Constituir núcleos, divisões e unidades
especializadas em Direitos Humanos nas
academias e na estrutura regular das
instituições de segurança pública.
Educação em Direitos Humanos
57 - Promover a multiplicação de cursos
avançados de Direitos Humanos nas
instituições, que contemplem o ensino de
matérias práticas e teóricas e adotem o
Plano Nacional de Educação em Direitos
Humanos como referência.
Educação em Direitos Humanos
58 - Atualizar permanentemente o ensino
de Direitos Humanos nas academias,
reforçando a compreensão de que os
profissionais de segurança pública também
são titulares de Direitos Humanos e devem
agir como defensores e promotores desses
direitos e precisam ser vistos dessa forma.
Educação em Direitos Humanos
59 - Direcionar as atividades de formação
no sentido de consolidar a compreensão de
que a atuação do profissional de segurança
pública, orientada por padrões
internacionais de respeito aos Direitos
Humanos, confere-lhes credibilidade,
respeito social e eficiência superior.
Valorização Profissional
60 - Contribuir para a implementação de
planos voltados à valorização profissional e
social dos profissionais de segurança
pública, assegurado o respeito a critérios
básicos de dignidade salarial.
Qualidade de Vida
61 - Multiplicar iniciativas para promoção
da saúde e da qualidade de vida dos
profissionais de segurança pública.
Atenção Biopsicossocial
62 - Apoiar o desenvolvimento, a
regulamentação e o aperfeiçoamento dos
programas de atenção biopsicossocial já
existentes.
Gestão Profissional
63 - Profissionalizar a gestão das
instituições de segurança pública,
fortalecendo uma cultura gerencial
enfocada na necessidade de elaborar
diagnósticos, planejar, definir metas
explícitas e monitorar seu cumprimento.
Formação de Gestores
64 - Ampliar a formação técnica específica
para gestores da área de segurança
pública.
Valorização Profissional
65 - Veicular campanhas de valorização
profissional voltadas ao fortalecimento da
imagem institucional dos profissionais de
segurança pública.
Indicadores
66 - Definir e monitorar indicadores de
satisfação e de realização profissional dos
profissionais de segurança pública.
Políticas Públicas
67 - Estimular a participação dos
profissionais de segurança pública na
elaboração de todas as políticas e
programas que os envolvam.
Nome Social
Nome Social
É o nome pelo qual pessoas trans e
travestis preferem ser chamadas
cotidianamente, em contraste com o nome
oficialmente registrado que não reflete sua
identidade de gênero.
População LGBTI
Grupo vulnerável de pessoas que sofre
muitas violências e discriminações. O Brasil
é líder mundial de assassinatos de pessoas
travestis e transexuais por motivo de ódio.
Lésbica
Mulher que tem preferência sexual por ou
mantém relação afetiva e/ou sexual com
outra mulher.
Gay
Homem que tem preferência sexual por ou
mantém relação afetiva e/ou sexual com
outro homem.
Bissexual
Pessoa que tem preferência sexual por ou
mantém relação afetiva e/ou sexual com
ambos os sexos.
Travesti
Pessoa que não se identifica com o gênero
biológico e se veste e se comporta como
pessoas de outro sexo.
Transexual
Pessoa que tem uma identidade de gênero,
ou expressão de gênero, diferente de seu
sexo atribuído.
Intersex
Termo usado para designar uma variedade
de condições em que uma pessoa nasce
com uma anatomia reprodutiva ou sexual
que não se encaixa na definição típica de
sexo feminino ou masculino.
Nome Social
O reconhecimento do nome social é um
direito conquistado por pessoas travestis e
transexuais, contra o constrangimento de
ser chamado(a) pelo nome que representa
um gênero com o qual a pessoa não se
identifica.
Nome Civil
Segundo o art. 16 do Código Civil, toda
pessoa tem direito ao nome, nele
compreendidos o prenome e o sobrenome.
Nome Social
O nome social passou a ser adotado para
adequar o senso de identidade da pessoa
àquilo que ela representa socialmente.
Nome Social
Diversas entidades já regulamentaram o
uso do nome social, independentemente da
autorização judicial para troca de nome nos
documentos civis (OAB, Conselhos de
Psicologia, Administração Pública Federal,
Estado do Rio Grande do Sul).
Nome Social
O Decreto n. 48.118/11, do Rio Grande do
Sul, dispõe sobre o tratamento nominal,
inclusão e uso do nome social de travestis
e transexuais nos registros estaduais
relativos a serviços públicos prestados no
âmbito do Poder Executivo Estadual.
Decreto
Art. 1º: Nos procedimentos e atos dos
órgãos da Administração Pública Estadual
direta e indireta de atendimento a travestis
e transexuais deverá ser assegurado o
direito à escolha de seu nome social,
independentemente de registro civil, nos
termos deste Decreto [...]
Decreto
Parágrafo único: Para fins deste Decreto,
nome social é aquele pelo qual travestis e
transexuais se identificam e são
identificados pela sociedade.
Decreto
Art. 2º: O nome civil deve ser exigido
apenas para uso interno da instituição,
acompanhado do nome social do usuário, o
qual será exteriorizado nos atos e
expedientes administrativos.
Decreto
Art. 3º: Nos casos em que o interesse
público exigir, inclusive para salvaguardar
direitos de terceiros, será considerado o
nome civil da pessoa travesti ou transexual.
Decreto
Art. 4º: A pessoa interessada indicará no
momento do preenchimento do cadastro,
formulário, prontuário ou congênere, ou ao se
apresentar para o atendimento, o prenome
pelo qual queira ser identificada, na forma
como é reconhecida e denominada por sua
comunidade e em sua inserção social.
Decreto
§ 1º. Os servidores públicos deverão tratar a
pessoa pelo nome social constante dos atos
escritos.
§ 2º. O prenome anotado no registro civil
deve ser utilizado para os atos que
ensejarão a emissão de documentos oficiais,
acompanhado do prenome escolhido.
Decreto
§ 3º. Os documentos obrigatórios de
identificação e de registro civil serão
emitidos nos termos da legislação própria.
Decreto
Art. 5º: É assegurado ao servidor público
travesti ou transexual a utilização do seu
nome social mediante requerimento à
Administração Pública Estadual direta e
indireta, nas seguintes situações:
Decreto
I - cadastro de dados e informações de uso
social;
II - comunicações internas de uso social;
III - endereço de correio eletrônico;
Decreto
IV - identificação funcional de uso interno
do órgão;
V - lista de ramais do órgão; e
VI - nome de usuário em sistemas de
informática.
Decreto
§ 1º. No caso do inciso IV (identificação
funcional), o nome social deverá ser anotado
no anverso e o nome civil no verso da
identificação funcional.
§ 2º. Nos Sistemas de Recursos Humanos,
será implementado campo para a inscrição
do nome social indicado pelo servidor.
Decreto
Art. 6º: As escolas da rede de ensino
público estadual ficam autorizadas a incluir
o nome social de travestis e transexuais
nos registros escolares para garantir o
acesso, a permanência e o êxito desses
cidadãos no processo de escolarização e
de aprendizagem.
Decreto
Art. 7º: O descumprimento do disposto
neste Decreto por servidor público estadual
fica sujeito às penalidades previstas na Lei
Complementar n. 10.098/94 (Estatuto dos
Servidores RS).
Diretrizes Sobre o
Humanos
uso da Força,
Diretrizes Nacionais
Direitos

dos Profissionais e
Nome Social

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