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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA

Centro de Formação em Tecno-Ciências e Inovação Engenharia


Ambiental e da Sustentabilidade
Mecânica dos Solos I – 2021.1

Análise Granulométrica
e Limites de Atterberg
• Prof.ª Bruna Naiane Alexandrino Santos
• Engenheira Civil – PUC Goiás; Mestrado em Geotecnia –UFPE
• E-mail: bruna.naiane@ufsb.edu.br
Itabuna,
2021
Avaliações, Datas e Aprovação
• Avaliações Parciais I= 3 pontos; MÉDIA = AP + PEI1 + PEI2
• Prova escrita e individual I= 2 pontos;
• Avaliações Parciais II= 3 pontos; APROVAÇÃO = Média ≥ 6
• Prova escrita e individual II= 2 pontos.
75% de frequência

DATA AVALIAÇÃO
*As frequências serão tomadas durante o
16/07 PROVA ESCRITA E INDIVIDUAL I horário da aula remota (Google Meet).
13/08 PROVA ESCRITA E INDIVIDUAL II Na impossibilidade de participar no horário, o
aluno poderá justificar e solicitar gravação
*Datas previstas, sujeitas à alteração pelo e-mail bruna.naiane@gfe.ufsb.edu.br,
com indicação da turma e da aula solicitada
*ATIVIDADES DIVERSAS:
-Listas de Exercícios; Para equivalência de presença, deverá enviar
- Testes on-line um relatório sobre o assunto até um dia antes
-Apresentações das resoluções. da aula seguinte.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
• Determinação as porcentagens, em peso, das frações constituintes da fase sólida do solo.
• É prescrita na NBR 7181 e realizada através de peneiramento e/ou sedimentação
• Com os resultados deste ensaio, é possível construir a curva de distribuição granulométrica,
importante para a classificação dos solos e estimativa de alguns parâmetros

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CURVA GRANULOMÉTRICA

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ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DO SOLO
TIPOS DE DISTRIBUIÇÃO
Segundo a forma da curva, o solo pode ser:
• Solo bem graduado ou desuniforme: Os tamanhos
das partículas são distribuídos em uma ampla faixa.
• Solo mal graduado ou uniforme: A maioria dos
grãos de solo possui o mesmo tamanho.
• Solo com granulometria descontínua: Há
combinação de duas ou mais frações com
granulação uniforme.
Diferentes tipos de curvas de distribuição granulométrica.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DO SOLO
Uma curva de distribuição granulométrica pode ser utilizada para determinar três parâmetros de
determinado solo.
3. Coeficiente de
1. Diâmetro efetivo (D10) – diâmetro em mm Curvatura (Cc)
onde apenas 10% em massa da amostra Permite detectar o formato da curva
passa: importante para estimar a granulométrica e identificar eventuais
condutividade hidráulica e drenagem descontinuidades.
através de maciços.
• Cc < 1 ou Cc > 3 – solo mal graduado
• 1 < Cc < 3 – uniformidade média
2. Coeficiente de
Uniformidade (Cu)

Diminui quanto mais uniforme for o material.


• Cu < 5 – muito uniforme
• 5 < Cu < 15 – uniformidade média
• Cu > 15 - desuniforme
material bem graduado: Graduação descontínua: Graduação uniforme:
1 ≤ Cc ≤ 3 (curva suave) Cc < 1 Cc > 3

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ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DO SOLO
QUANTIDADE DE AMOSTRA
• Passar uma fração da amostra na peneira 76 mm,
desprezando-se o material retido.
• Do material passante tomar uma quantidade,
função da dimensão estimada dos grãos maiores.
Qtde de amostra para análise granulométrica
Dimensões estimada dos Quantidade mínima a
Ensaio de peneiramento para
grãos maiores (mm) tomar (kg)
partículas com diâmetros maiores
que 0,075 mm e ensaio de <5 1
sedimentares para partículas com 5 a 25 4
diâmetros menores.
> 25 8
Procedimento:
PREPARAÇÃO DA AMOSTRA DE SOLO 1. Determinar a massa total da amostra seca.
1. Secagem parcial das amostras 2. Passar material na peneira 2 mm (# 10).
2. Destorroamento 3. Lavar a parte retida na peneira de 2 mm – eliminar o
3. Quarteamento material fino aderente e secar em estufa (105°C a 110°).
4. Pesagem 4. Do material passado na peneira de 2 mm, tomar cerca
5. Peneiramento de 120 g, pesar (precisão de 0,01 g).
5. Lavar na peneira de 0,075 mm (# 200) o material obtido
vertendo-se água potável à baixa pressão.
ENSAIO DE PENEIRAMENTO – NBR 7181/84
Consiste em agitar uma amostra do solo em um
PENEIRAMENTO GROSSO
conjunto de peneiras que possuem aberturas
progressivamente menores.
• Pesar material retido na peneira de 2,0;
• Utilizando-se o agitador mecânico, passar nas peneiras 50; 38;
25; 19; 9,5 e 4,8 mm. Anotar as massas retidas em cada peneira.
CÁLCULOS
a) Determinar a massa de solo retida em cada peneira (M1, M2,
... Mn) e no fundo (Mp)
b) Determinar a massa total do solo (M1 + M2 + ... + Mi + Mn +
Mp = ΣM)
c) Determinar a massa acumulada de solo retida acima de cada
peneira. Para a i-ésima peneira é de M1 + M2 + ... + Mi
d) A massa de solo que passa na i-ésima peneira é ΣM – (M1 +
M2 + ... + Mi)
e) A porcentagem de solo que passa pela i-ésima peneira, ou
percentagem passante, é:
PENEIRAMENTO FINO
• Secar o material retido na peneira de 0,075 mm em
estufa (105°C a 110°), até constância de massa;
• Utilizando-se o agitador mecânico, passar nas peneiras
1,2; 0,6; 0,42; 0,25; 0,15 e 0,075 mm. Anotar com
resolução de 0,01 g as massas retidas em cada peneira.
EXEMPLOS RESOLVIDOS
1)
Massa acumulada
Nº da Abertura Massa de solo retida % passante em
retida em cada
Peneira (mm) em cada peneira (g) cada peneira
peneira (g)
4 4,750 0 0 100,0
10 2,000 40 40 94,5
20 0,850 60 100 86,3
40 0,425 89 189 74,1
60 0,250 140 329 54,9
80 0,180 122 451 38,1
100 0,150 210 661 9,3
200 0,075 56 717 1,6
Fundo - 12 729 0,0
729
ENSAIO DE SEDIMENTAÇÃO NBR 7181/84
1. Do material passado na peneira de 2,0 mm tomar cerca de 120 g, no caso de solos arenosos, ou 70
g, no de solos siltosos ou argilosos, para sedimentação.
2. Transferir material para um béquer de 250 ml e juntar o hexametafosfato de sódio como agente
defloculante (125 ml). Agitar o béquer até que todo material fique imerso e deixar em repouso 12 horas.
3. Manter a mistura no copo de dispersão e agitar por 15 min.
4. Transferir a dispersão para a proveta de 1L e completar com água destilada até a marca de referência.
5. Agitar a proveta por 1 min e colocar na mesa, acionando o cronômetro, mergulhando o densímetro.
6. Leituras do densímetro: 30 s, 1, 2 min.
7. Leituras subsequentes: 4, 8, 15, 30 min., 1, 2, 4, 8, 24 horas, sempre lendo a temperatura.

• Realizado para a porção fina da amostra.


• Baseado na Lei de Stokes, relaciona o diâmetro de uma partícula
e a sua velocidade de sedimentação em um meio líquido de
viscosidade e peso específico conhecidos.

De acordo com a Lei de Stokes as partículas cairão com


velocidades proporcionais ao quadrado de seus diâmetros.
ENSAIO DE SEDIMENTAÇÃO – NBR 7181/84
• Lei de Stokes Conhecendo-se a quantidade de solo em suspensão, L e t, pode-se
Onde: calcular a porcentagem de solo por peso mais fino que um diâmetro dado.
Z = distância Onde:
t = tempo Z1 = distância ao longo do densímetro do topo do bulbo até a
K = varia com a marca para leitura do densímetro (cm).
temperatura de ensaio Z2 = comprimento do bulbo do densímetro.
e densidade dos grãos. VB = volume do bulbo do densímetro.
A = área seccional cruzada do cilindro de sedimentação.
Valores de K:

Z1 Z

Z2

O densímetro mede o γ da vizinhança do seu


bulbo a uma profundidade L. O γ é função da
quantidade de partículas de solo presentes por
unidade de volume de suspensão naquela
profundidade.
EXEMPLOS RESOLVIDOS
2) Ensaio de Sedimentação
EXEMPLOS RESOLVIDOS
2) Ensaio de Sedimentação
Leitura do Defloculante: 1,00329
Correção: Leitura do Defloculante – 1,00
Correção: 1,00329 – 1,00 = 0,00329

Leitura Corrigida = Leitura - Correção


EXEMPLOS RESOLVIDOS
2) Ensaio de Sedimentação
EXEMPLOS RESOLVIDOS
2) Ensaio de Sedimentação
EXEMPLOS RESOLVIDOS
2) Ensaio de Sedimentação
EXEMPLOS RESOLVIDOS
2) Ensaio de Sedimentação

Onde:
• N = % de material que passa na peneira
de 2,0 mm.
• V = volume da suspensão (mL).
• Ms = massa seca do material submetido à
sedimentação (g).
• γs = peso específico dos grãos (kN/m3).
• γL = peso específico do meio dispersor
(kN/m3).
• γw = peso específico da água na
temperatura de calibração do densímetro
(20°C) (kN/m3).
• Lcorr. = leitura corrigida do densímetro.
EXEMPLOS RESOLVIDOS
2) Ensaio de Sedimentação
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DO SOLO
Em muitos casos, os resultados do ensaio de peneiramento e de sedimentação de
determinado solo são combinados em um gráfico.

Curva Granulométrica
PLASTICIDADE DO SOLO
A presença de argilominerais em um solo granular fino
faz com que este possa ser remoldado na presença de
umidade sem desagregar (camada adsorvida formada
ao redor da partícula de argila).

Coesão Verdadeira.

As propriedades plásticas de um solo dependem da


forma das partículas, da sua composição química e
mineralógica, e do teor de umidade.
LIMITES DE ATTERBERG
Um cientista sueco chamado Atterberg desenvolveu um método para descrever a
consistência dos solos finos com teores de umidade variados.

• Sólido: O volume do solo varia bem pouco ou nada com a mudança de umidade.
• Semissólido: O solo apresenta fraturas e se rompe ao ser trabalhado.
• Plástico: O solo permite ser moldado sem apresentar fraturas ou variações volumétricas.
• Líquido: O solo possui propriedades e aparências de uma suspensão. Sua resistência ao cisalhamento é nula.
LIMITES DE ATTERBERG – Limite de Liquidez (LL)
Teor de umidade (%) no qual ocorre a transição do estado plástico para o líquido
de um solo.

• Determinado em laboratório segundo a NBR 6459: Método de Casagrande.


PREPARAÇÃO DA AMOSTRA:

1. Da amostra de solo que passa na peneira 40 (0,425


mm), separa-se cerca de 200 g (ensaios de LL e LP).
2. Colocar em uma cápsula de porcelana, umedecer com
água destilada e homogeneizar (15 – 30 min.).
LIMITES DE ATTERBERG – Limite de Liquidez (LL)
EXECUÇÃO DO ENSAIO: Antes do ensaio Depois do ensaio
1. Coloca-se a pasta de solo na concha.
2. Abre-se uma ranhura no centro da amostra com um cinzel padronizado.
3. Ergue-se a concha e derruba-se a mesma a uma altura de 1 cm, até que a ranhura se feche.
4. Transferi uma quantidade do material de junto das bordas que se uniram para recipiente para determinação da
umidade.
5. O LL é o teor de umidade no qual fecha-se a ranhura com 25 golpes.
6. Executa-se ao menos 3 testes com teores de umidade variados, com número de golpes N variando de 15 a 35.
7. Plota-se um gráfico semilogarítmico com o teor de umidade (%) e o número de golpes correspondentes

– Curva de Fluidez: linha reta formada no gráfico.

O teor de umidade
correspondente a N = 25 é o
Limite de Liquidez do solo.
EXEMPLOS RESOLVIDOS
LIMITE DE LIQUIDEZ (ABNT NBR 6459:1984)
1)
CÁPSULA Nº 1 2 3 4 5
Nº DE GOLPES 33 27 22 16 12
MASSA DA CÁPSULA+ SOLO ÚMIDO (g) 19,79 20,59 21,01 20,64 19,49
MASSA DA CÁPSULA + SOLO SECO (g) 18,37 19,08 19,49 19,15 17,89
MASSA DA CÁPSULA (g) 10,29 10,71 11,17 11,47 9,94
MASSA DA ÁGUA (g) 1,42 1,51 1,52 1,49 1,6
MASSA DO SOLO SECO (g) 8,08 8,37 8,32 7,68 7,95
TEOR DE UMIDADE (%) 17,57 18,04 18,27 19,40 20,13

LIMITE DE LIQUIDEZ (ABNT NBR 6459:1984)


CÁPSULA Nº 1 2 3 4 5
Nº DE GOLPES 33 27 22 16 12
TEOR DE UMIDADE (%) 17,57 18,04 18,27 19,40 20,13
LIMITES DE ATTERBERG – Limite de Plasticidade (LP)
Teor de umidade (%) no qual ocorre a transição do
estado semissólido para o plástico de um solo.

• .
Determinado em laboratório segundo a NBR 7180.
• É o limite inferior do intervalo plástico do solo.
PREPARAÇÃO DA AMOSTRA:
1. Idem à preparação para o ensaio do Limite de Liquidez.
EXECUÇÃO DO ENSAIO:

1. Tomar cerca de 10g da amostra, rolando-a sobre placa de vidro formando um cilindro.
2. Se houver fragmentação antes de 3 mm, retornar à porcelana, adicionar mais água e amassar por mais 3 min.
3. Se atingir 3 mm sem se fragmentar, amassar o material e repetir o procedimento.
4. Ao se fragmentar com diâmetro de 3 mm e comprimento da ordem de 10 cm, determinar umidade.
5. Repetir o processo, obtendo pelo menos 3 determinações. Os valores serão aceitáveis se a variação for inferior a
5% da média.
(i) o cilindro rompe antes de φ = 3mm: h < LP (acrescentar água).
(ii) o cilindro rompe para φ = 3mm: h = LP.
(iii) o cilindro atinge φ = 3mm sem fissuramento: h > LP
EXEMPLOS RESOLVIDOS
2)
LIMITE DE PLASTICIDADE (ABNT NBR 7180:1984)
CÁPSULA Nº 6 7 8 9 10

PESO DA CÁPSULA + SOLO ÚMIDO (g) 12,96 12,26 13,22 11,45 13,76

PESO DA CÁPSULA + SOLO SECO (g) 12,8 12,08 13,02 11,25 13,58

PESO DA CÁPSULA (g) 11,75 11,02 11,84 10,08 12,45

PESO DA ÁGUA (g) 0,16 0,18 0,2 0,2 0,18

PESO DO SOLO SECO (g) 1,05 1,06 1,18 1,17 1,13

TEOR DE UMIDADE (%) 15,24 16,98 16,95 17,09 15,93

DESPREZADO LP = 16,7%
Índice de Plasticidade (IP)
Importante na classificação de solos granulares
finos. O IP é a diferença entre o limite de liquidez e
o limite de plasticidade de um solo:

Define a zona no qual o solo encontra-se no


estado plástico.

Máximo para as argilas e quase nulo


para as areias.
Índice de Liquidez (IL) e Índice de Consistência (IC)
Determinam a consistência relativa de um solo coesivo em estado natural:

O IC busca situar o teor de umidade Índice de Resistência à


Argilas
do solo no intervalo de interesse Consistência Compressão Simples
para a utilização na prática, ou seja, Muito moles IC < 0 R < 25 kPa
entre o limite de liquidez e o de Moles 0 < IC < 0,50 25 < R < 80
plasticidade.
Médias 0,50 < IC < 0,75 80 < R < 150
Rijas 0,75 < IC < 1,00 150 < R < 400
Duras IC > 1,00 R > 400 kPa
Gráfico de Plasticidade de Casagrande
Casagrande (1932) estudou a relação entre
o IP e o LL em uma grande variedade de
solos naturais.

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