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Esta matéria aborda o conceito e propriedades de sequência ou sucessão, com ênfase nas
que possui uma fórmula bem definida que permite calcular qualquer um de seus termos.
Ou seja, das sequências que possuem uma lei de formação que estabelece uma relação
entre o valor de seus termos e sua posição.
Mas antes precisamos conhecer a definição do que seja uma sequência ou sucessão.
Sequências ou Sucessões
se e , então ;
transitividade: se e , então .
Formalmente, uma sequência ou sucessão numérica pode ser definida como uma função
dos números naturais menos o zero em R:
Três termos consecutivos qualquer de uma sequência podem ser representados por:
Lei de Formação
Interessam à Matemática as sequências numéricas para as quais é possível estabelecer
uma lei de formação, ou seja uma fórmula que permita calcular qualquer um de seus
termos. Ou em outras palavras as sequências numéricas em que seus termos se sucedem
obedecendo a uma regra.
a) Por Recorrência
São dadas duas ou mais regras: uma (ou mais) que define os termos iniciais da
sequência e outra para calcular os demais termos a partir de antecessores.
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Define-se progressão aritmética como toda sequência numérica em que cada termo, a
partir do segundo, é igual à soma de seu antecessor por um número constante r. r é
denominado a razão da PA. Em símbolos:
an = an-1 + r (n >= 2)
Uma PA é crescente quando r > 0, ou seja, quando cada termo é maior do que seu
antecessor (claro, a partir do segundo). De fato, da definição decorre que:
Uma PA é decrescente quando r < 0, ou seja, quando cada termo é menor do que seu
antecessor:
Seja (a1; a2; a3; …; an-1; an; …) uma PA qualquer de razão r. Então seu enésimo termo
(an) é:
an = a1 + (n – 1)r
Demonstração:
Sabemos, da definição de uma PA, que a diferença entre cada termo e seu antecessor é
igual a razão, isto é:
a2 – a1 = r, a3 – a2 = r, a4 – a3 = r, …, an – an-1 = r
Observações:
Dados os dois termos ap e aq de uma PA finita com n termos, dizemos que eles são
equidistantes dos extremos se o número de termos que antecedem ap – (p – 1) termos – é
igual ao número de termos que sucedem aq – (n – q) termos.
Essa relação nos permite dizer, por exemplo, que em uma PA finita com 30 termos, o
termo 6 é equidistante do 25, uma vez que 6 + 25 = 30 + 1.
Antes de deduzir a fórmula da soma dos n primeiros termos de uma PA finita, vamos
demonstrar a seguinte propriedade:
PA1. Em uma PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à
soma dos extremos.
Demonstração:
Sejam ap e aq dois termos equidistantes dos extremos de uma PA finita com n termos. O
que vamos provar é:
ap + aq = a1 + an
ap = a1 + (p – 1)r e aq = a1 + (q – 1)r
ap + aq = a1 + a1 + (n + 1 – 2)r = a1 + a1 + (n – 1)r
ap + aq = a1 + an
Demonstração:
Pela propriedade PA1 temos que (note que a soma de todos os índices de cada parcela é
igual a n + 1, e portanto, equidistantes dos extremos):
a2 + an-1 = a3 + an-2 = … = a1 + an
Demonstração:
Progressões – Parte II
Newton de Góes HortaMatemática, PA, PG Matemática, Técnico21 Comments
Definição
Uma progressão geométrica (PG) é uma sequência numérica em que cada termo, a
partir do segundo, é igual ao antecessor multiplicado por uma constante q denominada a
razão da PG. Ou seja:
an = an-1.q (n >= 2)
Observe que se a1 e q são diferentes de zero podemos escrever q = an/an-1, uma vez que,
nessas condições, todos os termos da PG são também diferentes de zero.
Exemplos:
a) Crescentes:
São as PG em que cada termo é maior do que o seu antecessor (exemplo 1. acima) e
ocorre nas duas situações seguintes:
Demonstração de 1:
b) Decrescentes
São as PG em que cada termo é menor do que o seu antecessor (exemplo 2.) e ocorre
nas duas situações abaixo indicadas:
c) Constantes
1. a1 = 0 e q qualquer;
2. a1 = c e q = 1, onde c é um número real qualquer.
d) Alternantes
São as PG em que cada termo tem o sinal contrário ao de seu antecessor (exemplo 4.).
Ocorre quando q < 0 e a1 é diferente de zero.
e) Estacionárias
São as PG em que seu termo inicial a1 é diferente de zero e todos os demais são iguais a
zero (exemplo 5.). Ocorre quando q = 0, e, claro, a1 é diferente de zero.
Seja (a1; a2; a3; … ; an-1; an; …) uma PG de razão q, então seu enésimo termo (an) é:
an = a1.qn-1
Demonstração:
i) Verdadeira para n = 1:
Da definição de PG:
ap+1 = ap.q
Da hipótese, vem:
Interpolação Geométrica
Como temos os extremos definidos, para interpolar meios em uma PG basta calcular sua
razão. Assim, da definição de PG temos:
Note que se o índice da raiz é par, teremos como solução duas PG distintas
correspondente a q positivo e q negativo, respectivamente.
Demonstração:
Temos:
Sn = a1 + a2 + a3 + … + an-1 + an
Multiplicando os membros da igualdade por q obtemos
Na última passagem foi utilizada a definição de PG. Subtraindo membro a membro esta
igualdade da anterior e cancelando os termos comuns:
(q – 1)Sn = a1(qn – 1)
Inicialmente, deixemos claro que a fórmula da soma a seguir só se aplica quando -1 < q
< 1. Isto porque, somente nessas condições, uma PG infinita converge, ou seja, à
medida que n tende para infinito, qn tende a zero.
Caso contrário, quando q > 1 ou q < -1, qn cresce indefinidamente à medida que n
cresce, e, portanto, é impossível calcular a soma dos termos da PG. Lembre-se que em
uma PG seus termos crescem ou decrescem em função da razão.
cuja soma dos seus n primeiros termos, aplicando-se a fórmula é (deixo os cálculos para
você):
Dessa forma, podemos agora estabelecer a definição da soma dos termos de uma PG
infinita.
Seja (a1; a2; a3; … ; an-1; an; …) uma PG infinita de razão q, -1 < q < 1, então a soma de
seus termos é dada por:
Demonstração:
Retomo com uma questão de Progressão Aritmética relativamente simples, pelo menos
para mim ;-), agregando à solução em si o detalhamento de um método de como penso
se deva proceder para interpretar e resolver questões de matemática.
Proponente
Marcelo Augusto
Questão
Quantos números inteiros compreendidos entre 1 e 500 são divisíveis por
3 e por 7 ao mesmo tempo?
Parece óbvio esse passo, e é na maioria das vezes, mas se trata de um procedimento
essencial da solução.
a) Analisando a Condição 1:
Para que um número inteiro seja divisível por outros dois números inteiros ao mesmo
tempo é suficiente que ele seja divisível pelo mínimo múltiplo comum entre eles. Como
os números 3 e 7 são primos entre si, uma vez que o m.d.c.(3,7) = 1, os números que
satisfazem essa condição devem ser múltiplos de 3 x 7 = 21 = m.m.c.(3,7).
e que essa sequência é uma PA de razão r = 21, pois a diferença entre um termo, a partir
do segundo, e seu antecedente é sempre 21 e onde, por enquanto, desconhecemos
quanto valem an e n, os quais serão determinados a partir da condição 2. Note que n é a
quantidade procurada.
b) Analisando a condição 2: