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FAVENI

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

JOELSON GONÇALVES

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL I

PARANAGUÁ

2020
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL I

JOELSON GONÇALVES 1

Declaro que sou autor (a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação
aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO

O objetivo deste artigo é ressaltar a discussão relacionada a um possível diálogo entre a Educação
Ambiental e a Escola, usando como metodologia a pesquisa bibliográfica. Trata-se de entender que
os docentes precisam empenhar-se na procura da melhoria do planeta perante a procura pela
melhoria da qualidade de vida e por melhores condições ambientais por meio da Educação
Ambiental. Compreende-se que a Educação Ambiental pode transformar comportamentos, mudar a
situação do planeta e oferecer uma qualidade de vida melhor as pessoas. E isso, só acontecerá com
a prática da Educação Ambiental, onde cada sujeito se sinta responsável em realizar algo para conter
o crescimento da degradação ambiental. Foram levados em consideração, diversos aspectos
educacionais e ambientais com o intuito de discutir os pontos inerentes a implementação da
Educação Ambiental na Educação Escolar, enfatizando valores como colaboração, igualdade de
direitos, autonomia, democracia e participação. Assim, o educando se oferece a aprender com o
próprio espaço em sala de aula, intermediado pelo professor que precisa relacionar o conteúdo
lecionado com as questões do dia a dia do aluno. Conclui-se que a Educação Ambiental desperta no
aluno a responsabilidade de preservar e de cidadania.

Palavras chaves: Educação Ambiental. Escola. Conscientização.

1- INTRODUÇÃO

Através de pesquisa bibliográfica, este artigo tem como objetivo geral


conscientizar pais, alunos, professores e gestores aimportância da Educação
Ambiental no Ensino Fundamental I – anos iniciais, perante a realidade social vivida
nos dias atuais. Pode-se compreender que a Educação Ambiental é um processo
pelo qual o aluno inicia a aquisição de conhecimentos relacionados a questões
ambientais, onde ele começa a ter uma nova visão sobre o meio ambiente, sendo
um gerador transformador voltado à conservação ambiental.
Os assuntos ambientais estão cada vez mais presentes no dia a dia da
sociedade, entretanto, a educação ambiental é importante em todos os níveis dos
1
Joelsongoncalves85@yahoo.com.br
processos educacionais e principalmente nos anos iniciais da escolarização, uma
vez que será mais fácil conscientizar as crianças pequenas sobre as questões
ambientes do que os adultos. “A educação ambiental deve ser um processo
contínuo e permanente, iniciando em nível pré-escolar e estendendo-se por todas as
etapas da educação formal ou informal”. (GUIMARÃES, 2004, p. 34)
Diante de um mundo cada vez mais modernizado, com uma sociedade tão
violenta e com o acelerado desenvolvimento das cidades que substituem os
ambientes verdes pelo concreto, vem reduzindo o contato direto da criança com
todos os agentes da natureza.
Nesta concepção a cada dia que passa as crianças começam a ter ambientes
cada vez mais limitados para o contato com os integrantes do ambiente e então as
crianças acabam sendo obrigadas a se manterem trancadas dentro de casa tendo
apenas como fonte de diversão as tecnologias, que em grande parte das vezes, elas
não sabem o que o meio ambiente e muito menos os problemas que o mesmo
encara. Assim sendo, Alves (1999, p. 24) ressalta que “há crianças que nunca viram
uma galinha de verdade, nunca sentiram o cheiro de um pinheiro, nunca ouviram o
canto do pintassilgo e não tem prazer em brincar com a terra. Pensam que a terra é
sujeira. Não sabem que terra é vida”.
A cada dia que passa o conteúdo meio ambiente tem sido compreendida
como um fato que necessita ser trabalhada com a sociedade no geral e
essencialmente nas instituições escolares, pois as crianças bem esclarecidas sobre
os problemas ambientais tendem a ser adultos mais responsáveis com o meio
ambiente, além de repassarem os conhecimentos que adquiriram na escola sobre as
questões ambientais em seu lar, na família e vizinhos.
As escolas já estão conscientes que necessitam trabalhar os problemas
ambientais e muitos procedimentos tem sido desenvolvido em volta desta questão,
onde já foi introduzida a temática do meio ambiente nos processos de ensino como
conteúdo transversal dos currículos escolares, mediando toda a ação educacional. A
educação ambiental nas instituições escolares ajuda na construção de cidadãos
conscientes, habilitados para decidirem e trabalharem na realidade socioeducacional
de uma forma responsável com a vida e como o bem-estar de cada pessoa e da
sociedade.
Para que isso aconteça, é importante que, mais do que conhecimentos e
definições, a instituição se coloque a trabalhar com comportamentos, com formação
de princípios e com mais práticas do que teoria para que os estudantes possam
aprender a amar, a respeitar, valorizar e praticar ações direcionadas à preservação
ambiental.
A instituição escolar é o espaço onde o educando irá dar continuidade ao seu
processo de socialização, porém, atitudes ambientalmente adequados precisam ser
aprendidos na prática, no correr da vida escolar com o objetivo de cooperar na
constituição de cidadãos responsáveis, entretanto a instituição precisa oportunizar
a seus alunos os conteúdos ambientais de maneira contextualizada com sua
realidade.
O trabalho com o meio ambiente nas instituições escolares traz a ela a
importância de estar capacitada para trabalhar essa temática e junto aos docentes
absorver conhecimentos e informações para que se consiga efetuar um trabalho
com qualidade com os estudantes. Os docentes tem a função de ser o intermediador
das questões ambientais, mais isso não quer dizer que ele precise saber tudo sobre
meio ambiente para realizar um trabalho de qualidade com seus estudantes, mas
que ele esteja capacitado e comprometido a procurar conhecimentos e repassar aos
seus alunos a ideia de que o processo de formação de conhecimento é contínuo.
O educador então, necessita procurar junto com os alunos mais
conhecimentos, visando desenvolver neles um comportamento critico frente a
realidade ambiental e de formarem uma consciência universal dos pontos relativos
ao meio ambiente para que consigam ganhar posições relativas aos valores alusivos
à sua proteção e sua melhoria.

2- O ENSINO NOS ANOS INICIAIS

A escola é uma das primeiras etapas para a conscientização dos futuros


cidadãos relacionada ao meio ambiente, desta forma, a Educação Ambiental é
inserida em todos os conteúdos (interdisciplinaridade), relacionando o ser humano
com a natureza. A introdução da Educação Ambiental na composição de jovens
pode ser uma maneira de sensibilizar os alunos para um relacionamento mais
saudável com a natureza. Esta temática precisa ser trabalhada frequentemente nas
escolas, porque é um espaço com que atravessam os futuros cidadãos, ou que pelo
menos deveriam passar e quando ainda crianças possuem mais facilidade em
aprender. Antes, de pensar que os problemas ambientais estão longe do homem, é
muito bom que se comece a notar com mais atenção o ambiente que o rodeia.
De acordo com Segura (2001, p. 21) “A escola foi um dos primeiros espaços a
absorver esse processo de “ambientalização” da sociedade, recebendo a sua cota
de responsabilidade para melhorar a qualidade de vida da população, por meio de
informação e conscientização”.
Para que se possa conscientizar um grupo, primeiro é necessário delimitar o
que se deseja conquistar. Para que o interesse aguce no aluno, é preciso que o
educador use os conhecimentos prévios trazidos de casa pelos educandos, como
salientava Freire (1987), assim, levando-se a notar que os problemas ambientais
está mais perto de todos, do que se pensa.
Logo após, explicar que as consequências ambientais que existem no mundo,
afeta todos os seres vivos, devido aos comportamentos de algumas pessoas que
pensam que apenas eles não promovem a preservação do planeta. A partir do
momento em que o sujeito notar a existência de um todo, deixar de lado a existência
ímpar e iniciar o conhecimento do outro, o planeta vai seguir um equilíbrio natural.
Já possui muitos professores trabalhando nesse tema de maneira bem
simples junto aos seus alunos, reflorestando os seus jardins, quintal da escola e
outras atividades. Essencialmente ensinando que preservar o meio ambiente é
habilitar um mundo melhor para a humanidade do futuro e preservá-lo dos descuidos
cometidos no passado, pondo o indivíduo como a imagem central das situações da
vida.
É refletir com inteligência e cooperar com a natureza para que o ser humano
consiga viver de forma harmônica e aprender com o próximo no incrível
cenárionatural que lhe foi ofertado. Compreende-se que esse objetivo pode ser
adquirido com a ajuda da educação que pode ser um instrumento essencial para o
desenvolvimento sustentável.
Mas ela não pode ser limitada aos muros da escola, senão chegar às famílias
e o trabalho. Precisa ser muito mais do que informação, senão assimilação,
compreensão e entendimento da vida humana em suas interações pessoais com o
meio ambiente. O meio social que cada sujeito forma precisa ser por ele
compreendido, tal como suas responsabilidades e deveres.
No meio ambiente onde o ser humano está introduzido está solicitando novos
pensamentos sobre ele. Porém, é preciso estudar mais sobre esses novos
pensamentos, essencialmente nas instituições escolares onde tudo se inicia, porque
para os adultos, que já tem sua visão solida, a chance de transformação é pequena,
infelizmente (porém isso não quer deixar para trás, os projetos ambientais onde
todos fazem parte).
Porém os fatos ambientais negativos vão crescendo todos os dias e os sujeitos,
por diversas vezes, como meros expectadores, assistem e utilizam o controle remoto
da televisão para trocar de emissora e faz de conta, então que nada está havendo e
não depende dele também a melhoria para este problema que não é singular, mas
sim, coletivo. Sem dúvidas, os sujeitos precisam estar cientes da sociedade em que
vivem. Realizar a parte incumbida ao homem da melhora forma possível é dever,
essencialmente em buscar expor aos outros que nenhum ser vivo está sozinho e/ou
melhor, encontra-se unidos a ela e com ela – a mãe natureza

3- A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A questão ambiental é uma temática que vem sendo estudada com bastante
frequência nos dias atuais, seja nos meios de comunicação, nas instituições
escolares, nas empresas privadas e/ou até mesmo em conversas entre os amigos.
“Em um terreno altamente político e ideológico, a Educação Ambiental surgiu
comoproposta ao enfrentamento dessa crise através da articulação entre as
dimensõessocial e ambiental”.(VENTURA e SOUZA, 2010, p.14).
As várias espécies que existem no planeta merecem ser valorizadas. Além
disso, a conservação da biodiversidade é essencial para a sobrevivência, tendo em
vista que é preciso planejar a utilização e a ocupação do solo nas zonas urbanas e
rurais, levando em consideração que é relevante ter condições decentes de moradia,
de trabalho, lazer, transporte, espaços voltados à produção de alimentos e
conservação dos recursos naturais.
A instituição escolar é um lugar social e espaço onde poderá acontecer
sequência ao processo socialização. O que nela se fala e se valoriza representa um
exemplo do que a sociedade sonha e aceita. Condutas ambientalmente adequadas
precisam ser aprendidas na prática, no dia a dia escolar, ajudando na formação de
pessoas responsáveis. Desta forma a Educação Ambiental é uma forma de
determinar tais processos na mentalidade de cada criança, construindo cidadãos
cientes e preocupados com o tema ambiental. Leff (2001) ressalta que a escola é
um dos componentes para que a Educação Ambiental se concretize, mas afirma
também que:

Os princípios da gestão ambiental e de democracia participativa propõem a


necessária transformação dos Estados nacionais e da ordem internacional
parauma convergência dos interesses em conflito e dos objetivos comuns
dos diferentes grupos e classes sociais em torno do desenvolvimento
sustentável e da apropriação da natureza. O fortalecimento dos projetos de
gestão ambiental local e das comunidades de base está levando os
governos federais e estaduais, como também intendências e
municipalidades, a instaurar procedimentos para dirimir pacificamente os
interesses de diversos agentes econômicos e grupos de cidadãos na
resolução de conflitos ambientais, através de um novo contrato social entre
o Estado e a sociedade civil. (LEFF, 2001, p. 61-62)

E ainda:

A ideia de buscar que cada pessoa envolvida com o problema ecológico o


descreva ao mesmo tempo em que nos possibilita uma interpretação que
contemple a subjetividade individual abre espaços para a manifestação de
outras formas de conhecimento que não apenas o cientifico. Ao interpretar
cada pessoa o fará por meio de suas representações e, também, de seus
conhecimentos que podem vir permeados por outras formas de saberes,
como o saber ético e o saber popular. (GALIAZZI e FREITA, 2005 p.79)

Levando em consideração, a relevância do meio ambiente e a visão


globalizada de mundo, no tempo e espaço, a instituição escolar precisa oportunizar
formas concretas para o entendimento dos fenômenos naturais, as práticas
humanas e seus efeitos para sua própria espécie, para outros seres vivos e também
para o meio ambiente. É essencial que cada indivíduo melhore as suas aptidões e
priorize comportamentos pessoais e sociais construtivos, ajudando na formação de
uma sociedade justa, em um espaço saudável e sustentável.

Reflexões sobre questões metodológicas, sobretudo pesquisa qualitativa,


vêm sendo cada vez mais necessárias e presentes no contexto acadêmico
e cientifico, indicando um movimento de ressignificação da prática de
investigação em Ciências Humanas e Sociais. Nesse cenário, a perspectiva
sócio-histórica constitui-se como um enfoque teórico-metodológico profícuo
para a área da educação... (GALIAZZI e FREITAS, 2005, p. 135)

A fundamentação teórico/prática dos projetos pode acontecer por intervenção


de pesquisa de temas originadores que abrangem palestras, oficinas e saídas de
campo. Esse processo oferta subsídios aos educadores e demais interessados em
transferir conhecimentos para trabalharem de forma a inserir toda a comunidade
escolar, e também, a sociedade, e desta forma, todos os sujeitos consigam ter
conhecimento sobre os problemas ambientais que os rodeiam, seja estes no bairro,
no município ou em outros lugares. Os conteúdos trabalhados serão importantes
para a compreensão dos problemas, e após a coleta de informações, à criação de
pequenos projetos de intervenção.
Levando em consideração a Educação Ambiental como sendo um processo
constante e cíclico, o recurso usado pelo Programa de Educação Ambiental para
criar os projetos e os cursoscapacitação acorda os princípios gerais essenciais da
Educação Ambiental. (SMITH, apud SATO, 1995, p. 56):

Princípios gerais da Educação Ambiental:


• Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o
pensamento sistêmico;
• Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que
regem os sistemas naturais;
• Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal
protagonista;
• Competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;
• Cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova
ética capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.

A Educação Ambiental, como elemento importante no processo de formação


e educação constante, com uma visão voltada para a solução de problemas, ajuda
no envolvimento ativo do público, fazendo do processo educativo mais importante e
mais realista e definindo uma ampla interdependência entre estes processos e o
ambiente natural e social, visando um aumento no bem estar das comunidades
humanas. (LEFF,2001)

O desenvolvimento de programas de educação ambiental e a


conscientização de seus conteúdos dependem deste complexo processo de
emergência e constituição de um saber ambiental, capaz de ser incorporado
às práticas docentes e como guia de projetos de pesquisa. (LEFF, 2001, p.
218)

Se há diversos problemas que falem a respeito do ambiente, isto acontece em


parte ao fato dos homens não serem sensibilizados para o entendimento do frágil
equilíbrio da biosfera e dos impasses da gestão de recursos naturais. Eles não estão
e não foram habilitados para delimitar e solucionar de uma forma eficiente os
problemas efetivos do seu ambiente rápido, isto acontece, porque a educação para
o ambiente como pensamento didático ou pedagógico, somente surge nos anos 80.
A partir de então, os sujeitos tem a chance de criarem consciência das
circunstancias que ocasionam problemas no seu espaço próximo ou para a biosfera
no geral, refletindo sobre as suas origens e estabelecerem as formas ou as práticas
adequadas na tentativa de buscar soluções. Os objetivos desta educação para o
ambiente foram elencados pela UNESCO (1994), depois da Conferência de
Belgrado (1975), sendo as seguintes:

Formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e


com os problemas com ele relacionados, uma população que tenha
conhecimento, competências, estado de espírito, motivações e sentido de
empenhamento que lhe permitam trabalhar individualmente e coletivamente
para resolver os problemas atuais, e para impedir que eles se repitam.

Ao executar um projeto de educação para o meio ambiente, se estará


favorecendo aos estudantes e a população um entendimento essencial dos
problemas que existem, da presença humana no ambiente, da responsabilidade e
da sua função crítica como cidadão e de um país e de um mundo.
Desenvolve-se desta maneira, as habilidades e os preceitos que irão ajudar a
repensar e avaliar de outra forma os seus comportamentos habituais e os seus
efeitos no meio ambiente em que vivem. A Educação Ambiental é grande relevância,
pois além da conscientização de pessoas, faz com que as mesmas desempenhem
projetos, ideias e trabalhos direcionados a sustentabilidade e também a preservação
ambiental.

3.1- A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS

Os assuntos ambientais vêm sendo inseridos paulatinamente no processo de


ensino e aprendizagem. A promulgação da Lei nº 9.795 e do seu regulamento, o
Decreto nº 4.281, que determina a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA),
gerou a esperança aos educadores e ambientalistas.
A educação brasileira cuida de todas as questões ambientais em conteúdo de
ensino das matérias como Ciências, Química e Biologia. A ausência de
transversalidade pode ser entendida como um dos grandes desafios da educação
ambiental. (GUIMARÃES, 1995), pois faz a sociedade a acreditar que o meio
ambiente faz parte do campo de ciências da natureza, meio o qual poucos fazem
parte, condicionando-se afastados e sem preocupação com o tema ambiental.
A instituição escolar precisa promover a formação cidadã crítica e trabalhem
de forma coletiva, ajudando na procura de soluções para os problemas ambientais.
A escola, nos dias atuais, não pode se determinar ao repasse de conteúdo, mais sim
reconhecer a sua função na formação de agentes eficientes a terem
comportamentos permanentes frente às questões ambientais, com questionamentos
e pesquisas.
A escola precisa ofertar, em todos os níveis, essencialmente aos estudantes
da educação básica, a assimilação de que são ao mesmo tempo em que, integrante,
dependente e responsável transformador do meio em que se vive. (BRASIL, 1997)
Lima (2004) ressalta que a educação formal ajuda no desenvolvimento de
princípios e comportamentos que sejam envolvidos com a sustentabilidade social e
ecológica. A instituição escolar pode desenvolver possibilidades que incentivem os
educandos a condutas cidadãs, de responsabilidade, como elementos do meio
ambiente.
A educação ambiental precisa virar uma filosofia da educação, que esteja
presente em todos os assuntos, para deixar de ser apenas uma ação educativa.
Quando se alcançar tal patamar, viabilizará uma definição mais extensa da função
da escola no meio ecológico e mundial contemporâneo, como ressalta Reigota
(1999).

3.2-FUNÇÃO E A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O relevante papel do professor é incentivar o estudante, promover a


interdisciplinaridade e levá-lo a refletir. Ao possuir uma consciência crítica sobre tudo
que o rodeia. Não apenas o meio natural (plantas e animais), mas é preciso
demonstrar a relevância do meio socioeconômico, cultural e outras formas que os
sujeitos estão introduzidos. Expor a relevância do estudante e sua aptidão de
intervir no meio em que vive.
Não basta defender espécies, denominadas inferiores, como por exemplo, o
mico-leão-dourado, se o educando observa que não existe respeito entre sujeitos de
sua própria espécie. (BERNA, 2001). O educador também precisa estar atento para
não tecnificar muito a maneira de repassar saberes para os educandos. Para que
seja de fácil entendimento e para que não afaste o aluno da prática transformadora
que ele necessita executar como cidadão de seu tempo. (BERNA, 2001).
O profissional da educação tem ainda como função incentivar a reflexão,
construir cidadãos pensantes e críticos. Eficientes em ter opiniões próprias para
proteger os seus direitos e executar seus deveres. Precisa saber unir teoria, conflito
e prática, para que o educando se sinta valorizado e que ele tem relevância no seu
meio.
O profissional de Educação Ambiental necessita estar sempre ligado as
transformações e acontecimentos, pois é ele o responsável por incentivar os
estudantes. Precisa praticar habitualmente o que realiza em sala de aula. E
atualmente os educandos estão mais espertos e antenados de forma geral com o
mundo todo através da internet, rádios e televisão, entre outros meios de
comunicação.
As crianças são vistas internacionalmente como flores a serem cultivadas e
zeladas em um jardim, para eclodirem em indivíduos plenos, para chegarem ao
máximo da plenitude e beleza a que a educação pode levá-las (RIZZO, 1999).
Por essa razão, precisa-se de uma imediata qualificação e profissionalização
de todos os profissionais do campo educacional. O meio ambiente, não apenas
natural, pede socorro e tem-se que estar qualificados para mediar esse socorro.
Uma Educação Ambiental que se afirme transformadora e crítica
recomendam-se a não apenas se ocupar da preservação da natureza, mas indaga
as circunstâncias de vida dos indivíduos e a composição social em vigência
(AB’SABER, 1991). Dias (1998, p. 47), ainda ressalta que a Educação Ambiental é
um “processo pelo meio do qual as pessoas aprendem como funciona o ambiente,
como dependemos dele, como afetamos e como promovemos a sustentabilidade”.
O ensino sobre o meio ambiente deve contribuir principalmente para o
exercício da cidadania, estimulando a ação transformadora, além de buscar
aprofundar os conhecimentos sobre as questões ambientais de melhores
tecnologias, estimularem a mudança de comportamentos e a construção de novos
valores éticos monos antropocêntricos.
A educação ambiental é fundamentalmente uma pedagogia da ação. Não
basta se tornar mais consciente dos problemas ambientais sem se tornar também
mais ativo, crítico, participativo. Em outras palavras, o comportamento dos cidadãos
em relação ao seu meio ambiente é indissociável do exercício da cidadania
(BERNA, 2001).
Berna (2005, p.53) ainda relata que “assim como milhares de mentiras juntas
não tornam uma verdade, a união de muitas pessoas sem consciência ecológica não
vai formar um grupo consciente. Por isso a consciência precisa nascer no interior de
cada indivíduo.” É preciso que todos os professores tenham ciência da importância
da difusão desse saber de maneira formal. Para que no futuro, esses, atualmente,
pequenos cidadãos acabem se comportando.

[...] como empreendedores, venham a agir de modo responsável e com


sensibilidade, conservando o ambiente saudável no presente e para o
futuro; como participantes do governo ou da sociedade civil, saibam cumprir
suas obrigações, exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda a
comunidade, tanto local como internacional; e como pessoas, encontrem
acolhidas para ampliar a qualidade de suas relações intra e interpessoais
com o ambiente tanto físico quando social (BRASIL, 1998).

A educação ambiental, conforme se assume como educação mais política do


que técnica, ganha também o procedimento de formação de identidade política e
cultural de uma sociedade. Neste contexto, ordena-se a todos os conflitos e
movimentos da sociedade em prol a cidadania.
Assim, é essencial que o professor ambiental fale numa linguagem que seja
compreendida por todos, impossibilitando reforçar um aspecto romântico de meio
ambiente ou a ideia que ecologia é um tema secundário, inquietação de elites e de
fragmentos da população que já solucionaram seus problemas essenciais para
sobrevivência. (BERNA, 2001).
Não é suficiente apenas formar sujeitos ecologicamente corretos, é
necessário ser também social, político, cultural, justo e espontaneamente,
socialmente e economicamente executável, objetivando a garantia de auto se
sustentar. Nos dias atuais, tão falados a alternativa para a mitigação e para redução
das consequências que o meio vem suportando. (BERNA, 2005)

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho foi voltado às crianças porque elas estão num período de
desenvolvimento, a qual vem a ser a melhor idade para se aprender, ressaltando
ainda que elas sejam o futuro do planeta. As crianças farão história, pois quando
pequenas, é mais fácil habituá-las a novos conhecimentos, caso contrário, os
adultos já detêm comportamentos concretizados e de complicada reorientação.
Assim sendo, vale ressaltar que a educação tem a competência de ofertar
valores, não sendo apenas uma forma de repassar informações, trata-se de um
processo que abrange mudanças no indivíduo que aprende e atinge sobre sua
identidade e comportamentos frente ao mundo. Desenvolvendo aptidões como mais
colaboração e menos competitividade, desta forma se terá grandes perspectivas
sobre a recuperação do meio ambiente, ou a paralisação da destruição dos bens
naturais que ainda não estão em extinção no mundo.
Na educação, pode-se achar suporte para melhoria do vínculo
homem/natureza/homem, pois é conscientizando o sujeito que relação entre ele e o
meio ambiente pode melhorar. Pois é, ainda pequeno que se aprende a preservar e
conservar; os adultos que possuem grande dificuldade em adquirirem hábitos
saudáveis, pois já estão acostumados com os hábitos antigos. É através de diversos
argumentos, realização de atividades e experiências que se consegue conscientizar
os grupos. Esse espaço, certamente é a instituição escolar, mas não
obrigatoriamente, apenas ela precisa ensinar e conscientizar que para melhorar é
necessário que se unam e cooperem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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