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Mordomia Financeira: O Dízimo 1

INTRODUÇÃO:
As Igrejas históricas vivem um dilema. O receio de ser confundida como mais
uma entidade financista que explora a fé ingênua do povo arrancando-lhe a dignida-
de e o pouco dinheiro que resta, faz com que se omita de tratar sobre aspectos de
grande importância da vida cristã. Talvez o mais evidente seja sobre a mordomia fi-
nanceira, o dízimo. Com o medo da “aparência do mal”, caímos no mal da omissão
que envolve a responsabilidade de ensinar todo o desígnio revelado de Deus.

Deste modo, a Igreja tem corrido o sério risco de deixar de usufruir muitas bên-
çãos de Deus pelo simples fato de temer ser confundida com as seitas que fazem
um uso equivocado de determinado ensino bíblico. Como se tornou comum em nos-
so país, entre outras explorações, a exploração religiosa, fazendo com que os fiéis
entreguem às igrejas seus bens como forma de negociar com Deus, nós, às vezes
incorremos no erro de não falar de dízimo e ofertas em nossas igrejas, deixando as-
sim, de tratar deste maravilhoso ensinamento bíblico, tão abençoador para o povo
de Deus. Vamos ao estudo.

1) O DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO:


O Dízimo no Antigo Testamento está sempre relacionado com a fé em Deus, e
com a separação da décima parte de certas possessões para usos especiais, de a-
cordo com a ordem de Deus.

A) Entre os Patriarcas:

Abraão dizimou os despojos da guerra entregando-o a Melquisedeque (Gn


14.20). É importante observar que não há nenhuma explicação do fato nem se men-
ciona qualquer lei que obrigasse Abraão a dar o dízimo. No entanto, a evidência é
que essa prática fazia parte da vida religiosa de Abraão. Outro ponto importante, é
que Melquisedeque era um tipo de Cristo (Hb 7.4,8,17). Portanto, Abraão neste ato
não estava simplesmente honrando a Melquisedeque, mas, a Cristo, a Quem Mel-

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Estudo ministrado na Escola Dominical da Igreja Presbiteriana em São Bernardo do Campo, SP., no
dia 6 de dezembro de 2009.
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quisedeque tipificava, apontando assim, para o caráter eterno do Seu sacerdócio.

Jacó se dispõe a dar o dízimo. A sua atitude foi espontânea como resultado da
sua experiência com Deus em Betel (Gn 28.18-22). É provável que nessa época o
dízimo fosse um elemento esporádico na tradição religiosa dos patriarcas, ligado à
necessidade de retribuir a Deus as suas dádivas, como na vitória de uma batalha, ou
no sucesso de uma jornada importante.

B) Na Lei de Moisés:

Aqui o dízimo passa a exercer papel de grande relevância. Podemos observar


cinco pontos importantes com respeito ao dízimo:

1) O povo deveria dar os dízimos de todos os produtos da terra e dos rebanhos


(Lv 27.30). Vemos também aqui um fim espiritual pedagógico: “Para que aprendas a
temer ao Senhor teu Deus todos os dias” (Dt 14.22-23).

2) Os dízimos pertencem ao Senhor (Lv 27.30). Contudo, o seu propósito ime-


diato era o sustento dos levitas – que não teriam outra herança entre os filhos de Is-
rael –, em troca dos serviços prestados na Congregação. Por sua vez, os levitas da-
vam o dízimo dos dízimos ao sacerdote (Nm 18.21-32; Dt 12.12,19; 14.27).

3) Outro propósito dos dízimos era o auxílio aos necessitados – o estrangeiro,


órfão, a viúva – que assim não ficariam desamparados na terra de Israel (Dt 14.28-
29; 26.12-13).

4) Ainda outro propósito dos dízimos era a celebração de uma refeição cultual
pelas famílias do povo de Deus, juntamente com os levitas de suas respectivas ci-
dades (Dt 12.7,12). Certamente, nessa refeição seria consumida apenas uma parte
dos dízimos. Para evitar que os deuses cananitas fossem honrados na época da cei-
fa, insiste-se que toda cerimônia religiosa associada com a colheita e com o dízimo
seja celebrada no lugar determinado por Deus e não num santuário pagão (Dt
12.13,14; 14.23). Séculos depois, Deus recrimina o povo de Israel pela sua insensi-
bilidade espiritual em entender que era Ele mesmo Quem lhe dava bens e fartura
nas colheitas, não baal, a quem atribuíam estas bênçãos, retribuindo-as com culto
idólatra: “Israel é vide luxuriante, que dá o fruto; segundo a abundância do seu fruto,
assim multiplicou os altares; quanto melhor a terra, tanto mais belas colunas fizeram”
(Os 10.1); “Eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos meus braços, mas não atina-
ram que eu os curava” (Os 11.3). “Ela, pois, não soube que eu é que lhe dei o grão,
e o vinho, e o óleo, e lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal”
(Os 2.8/2.4). O povo preferia crer nos deuses cananitas, por serem em geral deuses
da fertilidade.

5) Havia duas maneiras diferentes de se entregar o dízimo:

a) Anualmente: Anualmente o dízimo era levado ao lugar determinado por

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Vd. Boanerges Ribeiro, Terra da Promessa, São Paulo: O Semeador, 1988, p. 60; João Calvino,
Exposição de Hebreus, São Paulo: Paracletos, 1997, in. loc.
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Deus para o culto (Dt 12.5,11; 14.22-23). No caso dos grãos e dos frutos, podiam
ser substituídos por um equivalente monetário; Porém, mais um quinto do valor de-
veria ser adicionado (Lv 27.31). Contudo, os dízimos dos gados e dos rebanhos não
podiam ser remidos (Lv 27.32-33).

b) Trienalmente: A cada três anos, há um direcionamento diferente do dí-


zimo, que então era utilizado para os necessitados de cada cidade ao invés de ser
levado ao santuário central. O dízimo permanece nas diferentes cidades de Israel
sendo entregue aos levitas e aos necessitados da cidade para seu sustento (Dt
14.28-29; 26.12-15). Contudo, quando o povo fosse ao santuário central a fim de
adorar, deveria fazer a sua confissão perante Deus, indicando ter cumprido fielmente
a ordem divina. (Cf. Dt 26.13-15).

C) Período Posterior ao Pentateuco:

O povo constantemente quebrava a Lei; Deus então o disciplinava e levantava


homens para promoverem reformas em Israel. A infidelidade na prática do dízimo
sempre esteve ligada a derrocada espiritual de Israel. Podemos mencionar alguns
fatos:

1) A Reforma de Ezequias teve como um dos elementos característicos, o res-


tabelecimento dos dízimos e ofertas, tendo o povo de Israel e de Judá superado às
expectativas (2Cr 31.4-12).

2) O povo quando volta do exílio babilônico renova sua aliança com Deus, pro-
metendo entregar seus dízimos e ofertas (Ne 10.37-38; 12.44-47; 13.10-12).

3) A Repreensão de Deus (Ml 3.6-12). Após o Cativeiro o povo voltou e recons-


tituiu a sua vida, os muros e o templo. Promessas foram cumpridas, votos foram fei-
tos e renovados. Contudo, o tempo passou, o conforto, ainda que mesclado com al-
guns dissabores, faz com que nos esqueçamos das angústias do passado. Malaqui-
as reflete um tempo posterior (c. 440 a.C.) quando o povo já se esquecera da fideli-
dade à aliança de Deus. Os líderes do povo – Esdras, Neemias – tinham morrido e
parecia que nada de novo acontecia. Deus se esquecera do Seu povo? Era uma
pergunta comum. Neste contexto a religiosidade nem sequer era aparente; o desca-
so era visível: ofereciam a Deus pão imundo (Ml 1.7); animal cego, coxo, enfermo,
dilacerado (Ml 1.8,13). A fé se esfriara, o povo perdera a dimensão da realidade da
presença e do poder de Deus. É neste contexto que nos deparamos com a profecia
de Malaquias. Aqui Deus mostra como este abandono tem reflexos na vida familiar.
A aliança tem como ingrediente incondicional a fidelidade. Deus mostra que o povo
de Judá o desonrava (Ml 1.6; 2.2): Nos seus pensamentos (1.7; 2.17); Nos sacrifí-
cios e ofertas (1.7,8); Nas palavras (1.2,13; 2.17; 3.13-15); Abandono da Lei e da
Instrução (2.6-9;3.7); Parcialidade (2.9); Profanaram a aliança (2.8,10,11); Visão
precipitada de Deus (2.17; 3.14,15); Infidelidade nos dízimos e ofertas (3.8-10)

2) O SIGNIFICADO DO DÍZIMO:
O dízimo baseia-se no fato de Deus ser o proprietário da terra e o originador de
todas as bênçãos (Lv 25.23; Sl 24.1; 100.3). Ao entregar o dízimo o israelita reco-
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nhecia que Deus era o dono da terra e de seus frutos (1Cr 29.11,14) e, o melhor de-
ve ser dado a Deus (1Sm 2.29; Ml 1.6-14).

O homem é sempre responsável diante de Deus pelo que possui. Para recordar
ao homem esta responsabilidade, Deus estabeleceu certas leis com respeito:

a) Ao tempo: Ex 20.10; Lv 25.11.


b) À entrega do primogênito: Ex 13.11-13; 22.29.
c) A propriedade: Lv 25.25-28.

A não entrega do dízimo considerava-se como roubar a Deus (Ml 3.8,10), ou seja,
roubar-lhe o devido reconhecimento de que tudo pertence a Ele (Cf. Sl 50.1-23).
“Deus ordenou ao povo de Israel que Lhe oferecesse os primeiros frutos de
milho, como uma mostra solene de que lhe era ilegítimo gozar de uma bên-
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ção que primeiramente não houvesse sido oferecida a Ele”.

Como já vimos, os dízimos serviam para o sustento dos levitas e o socorro aos
necessitados de Israel; por isso, devem ser olhados prazerosamente como uma o-
portunidade que Deus nos concede de participar na obra de Deus e na Sua preocu-
pação para com os pobres e necessitados.

Entregar o dízimo traria a bênção divina (Dt 14.28-29; 26.14-15); retê-lo, traria
maldição (Ml 3.8-10).

3) O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO:


Na realidade, não encontramos nenhuma instrução no Novo Testamento da-
da à Igreja com respeito ao dízimo. Todavia, a prática é mencionada e incentivada
nos moldes da Lei. Devemos também nos lembrar que esta instituição fazia parte da
vida cotidiana do judeu, não sendo uma instituição nova ou caduca; o que precisava
ser feito e foi, era insistir quanto ao espírito que deveria acompanhar essa prática.

Paulo, ainda que não se referindo especificamente ao dízimo, ensinou que o cris-
tão deve contribuir conforme tiver proposto em seu coração (2Co 9.7) e, de acordo
com a sua prosperidade (1Co 16.2).

A contribuição parte da consciência de ser servo de Cristo (Rm 6.16; 1Co 7.22; Ef
6.6; 1Pe 2.16), sabendo que nem ele nem suas posses são realmente dele mesmo
para empregar como deseja (1Co 6.20), antes, é um mordomo encarregado com o
manejar responsável dos bens do Seu Mestre (1Co 4.2; 1Pe 4.10) a Quem deverá
prestar contas daquilo que faz com esses bens (Rm 14.12).

O cristão contribui porque tem a generosidade de Cristo como seu modelo (2Co
8.9) e, o poder impulsionador do Espírito de Deus dentro dele é sua motivação; por
isso, a sua contribuição não é feita com relutância ou compulsão (2Co 9.7), nem se
limita a um dízimo da renda de cada ano. O dízimo é o começo, não o fim!

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João Calvino, A Verdadeira Vida Cristã, São Paulo: Novo Século, 2000, p. 37.
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4) O DÍZIMO NA ATUALIDADE:

A) Desculpas dos não dizimistas:

1) “O dízimo é a Lei de Moisés, nós cristãos não somos legalistas”:

R. Abraão viveu quase 500 anos antes de Lei de Moisés, e a Bíblia nos diz que
ele pagou o dízimo a Melquisedeque (Gn 14.20). Notemos que Jesus não veio que-
brar a Lei (Mt 5.17).

2) “Eu administro o meu dízimo...dou até mais!...”:

R. O dízimo deve ser entregue na Casa do Senhor (Ml 3.10/Dt 12.5,11,13,14;


14.23). “Todo o dízimo deve ser levado à Casa de Deus onde damos adora-
ção. É parte dessa adoração. Não mandamos o hino para ser cantado num
hospital, nem escrevemos a oração para que a leiam num orfanato: damos
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a Deus adoração integral em Sua casa”. Outro ponto, é que não compete a nós
administrá-lo. Eu posso administrar o que é meu; no caso, o dízimo pertence ao Se-
nhor, nós apenas o devolvemos. As ofertas sim, essas são além do dízimo. Não há
ofertas sem fidelidade no dízimo!

3) “Jesus aboliu o dízimo ou, não há base Neotestamentária para a prática do


dízimo”:

R. Jesus não o aboliu; simplesmente repreendeu os escribas e fariseus porque se


descuidavam de fazer toda a vontade de Deus (Mt 23.23). A prática do dízimo não
elimina as nossas outras responsabilidades para com Deus; o nosso Deus, Senhor
de todas as coisas não pode ser subornado. Como vimos, o Novo Testamento não
insiste na prática do dízimo, visto que o mesmo já era conhecido e praticado de um
modo geral pelos judeus.

4) “Ganho muito pouco... Meu dinheiro não dá... Quando termino de pagar mi-
nhas contas, não sobra nada”:

R. O dízimo não é do que sobra, antes, deve ser as primícias (Dt 18.4; 26.2/Ml
1.6-14). Quem não aprende a ser fiel no pouco não será no muito (Dt 16.17; Lc
16.10). A vida cristã é um compromisso de fé, no qual depositamos toda a nossa
confiança na Palavra de Deus; o dízimo é uma instituição divina e, a Palavra de
Deus nos diz que a vontade de Deus é boa (Rm 12.2). Deus nos desafia a prová-lo,
sendo-Lhe fiel (Sl 34.8/Ml 3.10).

B) Que a Bíblia diz dos que são infiéis no Dízimo:

1) Ajunta dinheiro em saco furado: Ag 1.2-10.

2) São amaldiçoados por estarem roubando a Deus: Ml 3.9-10.

4
Boanerges Ribeiro, Terra da Promessa, p. 63.
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3) Não podem manter comunhão com Deus: Ml 3.9/1Jo 3.22. Como poderemos
estar em comunhão com Deus se não fizermos o que Ele manda?

C) Razões para a nossa fidelidade na entrega dos dízimos:

1) Porque o dízimo está situado no contexto total da Lei Judaica; Lei esta que
Jesus veio cumprir, não destruir; o dízimo tem suas raízes na fé hebraica, conforme
dada por Deus segundo o testemunho infalível das Escrituras.

2) Mesmo que queiramos nos apartar da Lei Judaica, não podemos nos es-
quecer da necessidade de estabelecer um princípio para a mordomia; e o crente fará
bem se ao menos começar ali onde tem um precedente bíblico; e, devemos conside-
rar que Paulo quando nos fala sobre o assunto, não nos aconselha a fazer menos do
que a Lei requer.

3) Tudo foi criado por Deus e a Ele pertence:

a) Ele criou tudo (Gn 1; Sl 19.1-6). A Ele pertence a terra (Sl 24.1-2); o gado
(Sl 50.10); a prata e o ouro (Ag 2.8); os filhos que temos (Sl 127.3) e nós próprios
(1Co 6.19-20).

b) Deus permite que guardemos para nosso uso 9/10 do que ganhamos e só
exige 1/10. Podemos observar a generosidade de Deus.

c) O homem é apenas o administrador dos bens de Deus (Gn 1.28-30) e, te-


remos de prestar contas a Deus (Rm 14.10-12; 2Co 5.10). Quando Deus vê em nós
administradores fiéis, Ele, conforme Sua determinação e graça, nos confia mais da
Sua propriedade para administrar.

4) Deus deve ser glorificado com os nossos bens: Pv 3.9.

5) O Dízimo é o mínimo: A viúva pobre depositou no gazofilácio tudo o que ti-


nha (Mc 12.41-44). Observemos nessa passagem que Jesus Cristo se deteve em
observar como as pessoas entregavam as suas ofertas, não se impressionando com
as grandes quantias mas, com o significado da oferta para cada um.

6) O Dízimo é ordenado por Deus: Dt 14.22.

7) O Dízimo é santo ao Senhor: Lv 27.30.

8) Jesus Cristo deseja que o seu povo seja dizimista: Mt 22.21/Mt 23.23.

9) O Dízimo é agradável a Deus: 2Co 9.7/Hb 13.16.

10) É uma honra ter com que contribuir: Ex 35.22; 36.5; 1Cr 29.3-15; Ed 1.5-6;
2.68-69; 8.25; Lc 8.3; 2Co 8.3-4.

11) O dízimo é um ato de culto: O dízimo não é um ato frio, mecânico, distante
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do culto. Antes, ele é uma forma de culto, não devendo estar dissociado do mesmo
(Dt 26.10-11; 1Cr 16.29).

12) Fortalece o espírito comunitário (At 4.32-37). Na sua prática, revelamos


uma responsabilidade recíproca, nos estimulando mutuamente (2Co 9.2).

13) Proporciona melhor ambiente na Igreja, acabando com as campanhas, fes-


tinhas, bazares, listas, etc.

14) O dízimo é uma forma de contribuição. Todo membro da Igreja deve ser
voluntário, metódico e proporcional na sua contribuição. Se ele há de adotar algum
outro plano, fará melhor adotando o plano que o Senhor ensinou ao povo de Deus.
Por sua vez, a Igreja tem necessidades sistemáticas não meramente ocasionais.

15) A Igreja cresce: At 2.41-44.

16) Há amadurecimento espiritual do dizimista pela sua experiência com Deus:


Sl 37.23-25; Ml 3.10; Mt 6.25,33.

17) A entrega do dízimo torna a nossa consciência mais sensível à nossa de-
pendência de Deus, porque sem Ele nada teríamos, nem a própria vida.

18) É uma expressão de fé: Ml 3.10; Sl 23.1; 40.17; 2Co 9.8.

19) É uma expressão de gratidão: O dízimo expressa a nossa gratidão a Deus


pelas bênçãos dispensadas: Dt 16.17; 1Cr 29.14.

5) COMO DEVEMOS ENTREGAR O DÍZIMO:


1) Com amor: Mt 5.23-24; 1Co 13.3; 2Co 8.7-9.
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2) Com alegria: 2Co 8.2; 9.7. O texto sagrado diz que Deus ama a pessoa que
dá com alegria, não o dinheiro que foi dado.

3) Com espírito voluntário: Ex 25.2; 35.5; Ed 8.28; 2Co 8.3,4,12.

4) Com liberalidade: 1Cr 29.9; 2Cr 15.18; 31.2-12; Rm 12.8; 2Co 8.7; 9.11-13.

5) Regularmente:

a) Cada semana: 1Co 16.2.

b) Sem demora: Ex 22.29-30; Ne 13.10-12.

6) Segundo as nossas posses: Dt 16.17; Ed 2.69/2Co 8.12.

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Devemos nos lembrar que estas passagens (2Co 8-9) não se referem ao dízimo, no entanto, o espí-
rito que orienta esta contribuição deve ser o mesmo.
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7) Ser entregue no lugar determinado por Deus: Dt 12.5,6; Ml 3.10/Mc 12.31.

6) AS PROMESSAS DE DEUS PARA OS SEUS FIÉIS MORDOMOS:


1) Multiplica as Suas bênçãos: Ml 3.10b; Mt 25.21; 2Co 9.9-10.

2) Haverá mantimento na Casa do Senhor; não faltarão meios para dar prosse-
guimento ao Seu Trabalho: Ml 3.10a/2Cr 31.2-5;Ne 13.10-14.

3) Produtividade nos campos e nos negócios: Ml 3.11; Pv 3.9-10.

4) Reconhecimento das bênçãos por parte do mundo: Ml 3.12.

ANOTAÇÕES FINAIS:
Devemos ter em mente que somos nós que precisamos devolver aquilo que per-
tence a Deus. Deus não precisa de nossos dízimos e ofertas, nós é que carecemos
dizimar (Sl 50.1-23). Não pensemos que isto seja coisa secundária. Jesus Cristo, em
Seu curto e urgente Ministério terreno, ocupou-se em observar o como as pessoas
contribuíam e, diz o texto sagrado que Ele chamou os Seus discípulos e disse-lhes:
“Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o
fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela,
porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Mc 12.43-
44). Notemos o quão importante Jesus considerou a atitude daquela viúva a ponto
de reunir seus discípulos para comentar o assunto. Entregar nossos dízimos é um
testemunho de fé no cuidado providente de Deus e gratidão pela sua manutenção
diária. O desafio de Deus continua ressoando até nossos dias: “provai-me nisto” (Ml
3.10). “Oh! provai, e vede que o Senhor é bom; bem aventurado o homem que nele
se refugia” (Sl 34.8).

São Paulo, 4 de dezembro de 2009.


Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

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