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4.

ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA (ISC) OU CBR (CALIFÓRNIA)

Esse ensaio foi concebido pelo Departamento de Estradas de Rodagem da California


(USA) para avaliar a resistência dos solos.
No ensaio de CBR, é medida a resistência à penetração de uma amostra saturada
compactada segundo o método Proctor. Para essa finalidade, uma pistão com seção
transversal de 3 pol2 penetra na amostra à uma velocidade de 0,05 pol/min.
O valor da resistência à penetração é computado em porcentagem, sendo que 100% é
o valor correspondente à penetração em uma amostra de brita graduada de elevada
qualidade que foi adotada como padrão de referência.

4.1 Ensaio de Capacidade de Suporte CBR (Índice de Suporte Califórnia – ISC)

O ensaio é composto por três etapas:


a) compactação do corpo de prova: são compactados com cinco teores de
umidade uma amostra, segundo o método Proctor, utilizando-se o molde grande
(diâmetro de 6 polegadas - aproximadamente150 mm), em cinco camadas, com
o soquete grande, sendo que o número de golpes depende da energia de
compactação (norma – 12, intermediária – 26 e modificada – 55 golpes),
obtendo a curva de compactação (γs x h).

Figura 4.1 - (a)_ compactação do corpo de prova, (b) pesagem e (c) curva de
compactação.
b) obtenção da curva de expansão: após a compactação, o corpo de prova dentro
do molde cilíndrico é colocado imerso por 4 dias, medindo-se a expansão.
c) medida da resistência à penetração:

1.1 Ensaio de Capacidade de Suporte Mini CBR


1.1.1 Generalidades
Esse ensaio, aliado aos ensaios de expansão e contração, gera resultados que
possibilitam o dimensionamento de pavimentos e a escolha de solos para reforço do
subleito, sub-bases, bases e acostamentos. O ensaio pode ser realizado com ou sem
imersão e sobrecarga e dependendo da finalidade para a qual o solo estudado será
utilizado, emprega-se energia de compactação “normal”, “intermediária” ou
“modificada”.
O ensaio Mini CBRic com imersão (i) e sobrecarga (c) é realizado para se estudar o
comportamento de solos do subleito ou solos para a execução de aterros.
Quando do estudo da capacidade de suporte de solos para bases, realiza-se o ensaio
sem sobrecarga e sem imersão, pois bases de pavimentos econômicos não recebem
camadas espessas de revestimento, ou seja, sem sobrecarga. Medidas do teor de
umidade de bases em serviços por vários anos têm revelado ser a condição não imersa
a mais representativa. Estudos revelam que mais de 95% das bases analisadas
apresentam umidade de trabalho (umidade de equilíbrio) inferior, em torno de 20% à
umidade ótima de compactação, quando de sua execução. Este fato demonstra a não
necessidade de execução do ensaio Mini CBR em condições imersas.
A metodologia MCT contempla também um coeficiente empírico denominado RIS, o
qual é definido pela relação Mini CBRis / Mini CBRhm para corpos de prova moldados na
energia intermediária. O emprego da energia intermediária se deve ao fato de que
quando adotada a energia modificada ocorre uma laminação da parte superficial da
camada de base para alguns tipos de solos.
O coeficiente RIS indica o quanto o solo perde de suporte após um longo período de
exposição à água. Quanto maior for o RIS, melhor é o solo, havendo uma menor
variação de suporte em contato com a água. Este coeficiente foi incorporado à
Metodologia MCT, pois serve como indício do comportamento laterítico ou não do solo,
sendo mais evidenciado em solos arenosos finos.
1.1.2 Execução do ensaio
Este ensaio foi desenvolvido na Iowa State University, sendo que o valor obtido foi
designado por IBV (Iowa Bearing Value). O mesmo caracteriza-se por utilizar corpos de
prova de dimensões reduzidas, com 50 mm de diâmetro, e pistão de penetração de 16
mm de diâmetro.
Nogami efetuou adaptações no método de ensaio de Iowa, a fim de poder correlacionar
seus resultados com o CBR obtido segundo a norma do DNER. Os motivos que
levaram ao desenvolvimento dessa adaptação foram as limitações dos procedimentos
tradicionais de previsão do CBR, sobretudo com base nas propriedades índices dos
solos (granulometria e limites de Atterberg), e a sugestão do prof. Carlos de Souza
Pinto, da EPUSP e IPT.
Mais tarde verificou-se que o ensaio Mini CBR permitia uma grande flexibilidade nas
variáveis que influenciam o valor de suporte. Assim, é possível se determinar a
capacidade de suporte, sem imersão em água, com vários tipos de sobrecarga, com
vários teores de umidade e energias de compactação, com lâmina d’água na ocasião
da penetração do pistão, etc. Com essas variações, foi possível se caracterizar melhor
as peculiaridades dos solos tropicais, sem contudo aumentar, proibitivamente, a
quantidade da amostra necessária, o esforço físico para a execução dos ensaios e o
seu custo.
Muitas das peculiaridades dos solos tropicais, penosamente determinadas com uso do
CBR tradicional, foram facilmente confirmadas com o uso do Mini CBR. Observe-se
que o Mini CBR pode ser determinado utilizando-se corpos de prova compactados
segundo o procedimento Mini MCV, de amostras indeformadas (tanto de solos naturais
como compactados) e, inclusive, através de ensaios “in situ” (ou de campo).
Uma correlação do Mini CBR com o CBR foi desenvolvida empiricamente por Nogami
em 1972, considerando os solos mais típicos do Estado de São Paulo e a condição de
teor de umidade ótima e massa específica aparente máxima da energia normal.
Em 1987, verificou-se, no Laboratório de Tecnologia de Pavimentação da EPUSP, que
essa correlação poderia ser substituída pelo uso da carga padrão. Para o Mini CBR,
utilizam-se as mesmas cargas padrões adotadas para o CBR tradicional (72,6 e 108,9
kgf/cm2, respectivamente para penetrações de 2,54 e 5,08mm. Devido à menor
dimensão do pistão do Mini CBR, contudo, essas cargas devem corresponder a 1/3
dessas penetrações, isto é, respectivamente 0,84 e 1,7 mm.
Analogamente ao procedimento CBR tradicional, constitui rotina a determinação da
expansão, nos corpos de prova submetidos à imersão em água. O procedimento
adotado no caso do ensaio Mini CBR é similar ao tradicional, menos o tempo de
imersão, que é reduzido para 20 horas, e outras adaptações decorrentes do uso de
corpos de prova de pequenas dimensões.
O Quadro 2 ilustra o equipamento, as características e procedimentos do ensaio e suas
aplicações práticas e Figura 8 a penetração do corpo de prova.

Quadro 1 - Ensaio de Capacidade de Suporte – Mini CBR


APLICAÇÕES DOS
APARELHAGEM CARACTERÍSTICAS
RESULTADOS

RELÓGIO
COMPARADOR
COMPACTADOR: Método de Ensaio
CARGA DNER – ME 254/89
ÁGUA
PISTÃO: Mini (∅ 16 mm); Sub DER/SP – M 192
PISTÃO
Mini (∅ 8 mm)
Dimensionamento
SOBRECARGA CARGA: de pavimentos.
Estática, penetr. de 1,25
PLACA SOLO mm/min. Escolha de solos
SO O
POROSA
Dinâmica, 1 golpe soquete para reforço do
compactador. subleito, bases e
2 PENETR 1 EXPA acostamentos.
NSÃO
AÇÃO
IMERSÃO: 24 horas ou sem

Figura 1 – Penetração do ensaio mini CBR.


O ensaio Mini CBR apresenta uma dispersão menor de valores de capacidade de
suporte em relação ao ensaio convencional.
A capacidade de suporte dos solos pode ser aferida “in situ” através do penetrômetro
Sul-Africano e da utilização de equipamentos portáteis acoplados a veículos (prensa
Mini CBR). Os resultados “in situ” apresentam valores de capacidade de suporte
superiores aos obtidos nos corpos de prova moldados na umidade ótima em
laboratório. Este fato reforça a constatação de que as bases e camadas do substrato,
em ambientes tropicais, trabalham numa umidade inferior à umidade ótima de
compactação.

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