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ocasionar a ruína progressiva dos demais tramos acima provocando, assim, a ruína da
estrutura. Porém, as estruturas hiperestáticas podem redistribuir os esforços
solicitantes gerados pela ruína de um elemento sem que ocorra a ruína da estrutura,
porém pode ser necessária a intervenção no sentido de corrigir o problema e reforçar a
estrutura, se for o caso.
1.2 Classificação dos pilares segundo sua posição na planta de forma do pavimento
De acordo com a posição dos pilares na estrutura, eles são classificados em pilar
interno, de extremidade ou de canto.
Na forma estrutural do pavimento tipo de um edifício usual o pilar interno recebe
as ações provenientes de duas vigas do pavimento que se cruzam em duas direções
ortogonais, conforme figura 1a.
No pilar de extremidade, figura 1b, uma das vigas não tem continuidade por
causa da fachada do edifício.
Os pilares de canto têm duas vigas sem continuidade, de acordo com a figura 1c.
A análise da estrutura pode ser feita considerando a estrutura de barras como
pórtico espacial, de tal modo que os esforços solicitantes são calculados para as várias
combinações de ações. Nos pilares, os momentos fletores têm planos de ações
paralelos aos lados do pilar ocorrendo, portanto, nas seções de topo e base dos
pilares, entre dois andares seqüentes. A força normal também solicita os pilares,
criando nas seções transversais situações de flexão composta obliqua. Com essa
análise todos os pilares dos pavimentos ficam submetidos a tensões oriundas da flexão
composta obliqua, e, de acordo com essas solicitações têm que serem dimensionados.
Quando a análise estrutural é feita por processo simplificado de viga contínua ou
considerando os pórticos planos, os pilares de canto ficam submetidos a esforços
solicitantes relativos à flexão composta oblíqua, em virtude dos momentos fletores
atuantes nas seções de topo e base e oriundos das ligações com duas vigas
ortogonais.
Os pilares de extremidade ficam submetidos à ação de força normal relativa às
reações de apoio das vigas e a momento fletor em uma direção, pois na direção da
fachada do edifício os momentos fletores atuantes nos tramos da viga se equilibram.
PILAR INTERMEDIÁRIO
e
[1]
i
sendo que:
i é o raio de giração.
Ic
i [2]
Ac
sendo que:
e o h e e [3]
sendo que:
é a distância entre os eixos dos elementos estruturais (vigas) aos quais o pilar
está vinculado.
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Concreto armado: projeto de pilares segundo a ABNT NBR 6118:2003
Viga
Pilar
h
Viga
ex
x (equação 1)
ix
Icy h y h3x 1 h
ix x (equação 2)
A cx 12 hx hy 12
ex 12
x [4]
hx
ey 12
y [5]
hy
d4
Ic [6]
64
d2
Ac [7]
4
Icy d4 4 d
ix (equação 2) [8]
A cx 64 d 2
4
ex 4
x [9]
d
Do mesmo modo obtem-se a equação 10 para cálculo do índice de esbeltez na
direção do eixo y, portanto:
ey 4
y [10]
d
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Concreto armado: projeto de pilares segundo a ABNT NBR 6118:2003
sendo que:
RVT01,k e RVT04,k são as forças atuantes no tramo de pilar (no exemplo pilar P01)
relativas às forças de reações de apoio nas vigas tipo VT01 e VT04;
Gpp,k é a força atuante no tramo de pilar relativo ao peso próprio do tramo acima
e calculado pela equação 12;
Gpp,k h x h y pp c [12]
sendo que:
Analisando a figura 8 nota-se que os planos médios das vigas podem não conter
os centros geométricos dos pilares, em virtude de compatibilização da forma estrutural
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Concreto armado: projeto de pilares segundo a ABNT NBR 6118:2003
e fx
VT 01 VIGA y VIGA
VIGA
e fy e fy
x x
PILAR PILAR
VT 04
VIGA VIGA
a) b)
Figura 9 - Análise do equilíbrio de forças geradas pelas ações dos momentos fletores
em virtude das excentricidades de forma em pilares.
MSdxi,A
e iX,A [13]
Nd
MSdyi,A
eiy,A [14]
Nd
MSdxi,B
e ix,B [15]
Nd
MSdyi,B
e iy,B [16]
Nd
sendo que:
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Concreto armado: projeto de pilares segundo a ABNT NBR 6118:2003
Neste texto adota-se, de acordo com a ABNT NBR 6118:2003, para ei,A a
excentricidade de maior valor absoluto.
Nos casos de projetos em que se consideram o processo simplificado para a
determinação dos esforços solicitantes (força normal, momento fletor e força cortante),
por exemplo, o processo de viga contínua indicado na NBR 6118:2003, admite-se que
as excentricidades iniciais ocorrem nos pilares de extremidade e nos pilares de canto.
Lembra-se que para os pilares intermediários as excentricidades não são
consideradas.
É preciso realizar uma análise dos efeitos locais de 2.a ordem ao longo do eixo
do tramo do pilar. Normalmente, em pilares de edifícios, os máximos momentos iniciais
atuam em suas extremidades e os momentos fletores de 2.a ordem (M2d) ocorrem em
suas seções intermediárias. Por esse motivo, a ABNT NBR 6118:1978 especificava
que se considerasse uma excentricidade inicial na seção intermediária (meio do vão)
do pilar calculada pela equação 17.
Nd Nd
MB e i,B MB e i,B
M di,B
M di,B
e i,C e i,C
M di,A M di,A
MA e i,A MA e i,A
Nd Nd
MB MB
= positivo = negativo
MA MA
1
1 1,min com e medido em metros [18]
100 e
de tal modo que 1 não seja menor do que o ângulo 1,min , no caso de
imperfeições locais como as dos tramos de pilares, cujo valor é calculado por (equação
19).
1
1,min [19]
300
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e
e a 1 [20]
2
A ABNT NBR 6118:2003 estabelece que, o efeito das imperfeições locais pode
ser substituído em estruturas reticuladas pela consideração do momento de primeira
ordem calculado pela equação 21.
sendo que:
A ABNT NBR 6118:2003 não permite que se projete e construa pilar com índice
de esbeltez () maior do que 200. Nos casos de postes com força normal menor do
que 0,10 fcd A c valor maior do índice de esbeltez limite por ser considerado.
e1
25 12,5
1 h [22]
b
35 λ1 90 [23]
sendo que:
MB
b 0,60 0,40 0,40 [24]
MA
b.- para pilares biapoiados com forças transversais significativas ao longo da altura
b 1,0 [25]
sendo que:
MA é o momento de primeira ordem no engaste e MC é o momento de primeira
ordem no meio do pilar em balanço:
0,85 b 1,0 [27]
d.- para pilares biapoiados ou em balanço com momentos menores que o momento
mínimo, calculado pela equação 21
b 1,0 [28]
2.3.5 Critérios da ABNT NBR 6118:2003 para consideração dos efeitos de segunda
ordem
Quanto à esbeltez, os pilares podem ser classificados como:
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Concreto armado: projeto de pilares segundo a ABNT NBR 6118:2003
2e 1
MSd,tot b M1Sd,A NSd M1Sd,A [29]
10 r
sendo que 1/r é a curvatura na seção critica, calculada com a equação 30, que
fornece valores aproximados, por causa dos critérios adotados.
sendo que,
2e 1
e2 [31]
10 r
b Md1,A Md1,A
Md,tot [32]
2
M1d,min
1
120
M
32 1 5 d,tot [33]
h Nd
2e 12
2
[35]
h2
1
5 h Md2,tot [h2 Nd 2 Nd 5 h b M1d, A ] Md,tot h2 Nd b M1d, A 0 [36]
320
Considerando:
a 5 h ;
2 Nd
b h 2 Nd 5 h b M1d, A ;
320
c h2 Nd b M1d, A ;
a MSd
2
,tot b MSd,tot c zero [37]
que permite calcular o valor de MSd,tot quando se adota o método do pilar padrão
com rigidez aproximada.
c.- Método do pilar padrão para pilares da seção retangular submetidos à flexão
oblíqua composta
fluência não precisam ser considerados em pilares com índices de esbeltez menores
que 90.
Embora a avaliação precisa dos efeitos da fluência seja uma tarefa complexa, a
ABNT NBR 6118:2003 apresenta uma expressão simplificada para o cálculo da
excentricidade ec, calculada pela equação 38.
φNSg
MSg
ec e a 2,718 1
Ne NSg
[38]
N
Sg
sendo
ea é a excentricidade acidental;
φ é o coeficiente de fluência;
10 Eci Ic
Ne 2
[39]
e
Quando < 1, os efeitos locais de segunda ordem podem ser desprezados na
direção em análise. Consideram-se as excentricidades inicial e a relativa à falta de
retilinidade criando-se, assim, as situações de cálculo indicadas na figura 13.
Nos casos de projetos de pilares em que > 1, os efeitos locais de segunda
ordem precisam ser obrigatoriamente considerados. A determinação dos efeitos de
segunda ordem pode ser feita por métodos aproximados, como os métodos do pilar-
padrão. Os efeitos da fluência do concreto não precisam ser considerados nos pilares
medianamente esbeltos (1<≤90). A excentricidade de segunda ordem pode ser vista
na figura 12.
B
ei B VIGA
Ponto indeslocável
PILAR
e2
Ponto indeslocável
ei A VIGA
A
Nestes casos, para a consideração dos efeitos de segunda ordem, adota-se para
o dimensionamento o Método Geral, que consiste na análise não-linear de segunda
ordem feita com a discretização adequada do tramo de pilar em análise, considerando
a relação momento-curvatura real em cada seção e a não-linearidade geométrica de
maneira não aproximada.
As
[40]
Ac
sendo que As é a soma das áreas das seções transversais das barras
longitudinais e Ac é a área da seção transversal do pilar.
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Concreto armado: projeto de pilares segundo a ABNT NBR 6118:2003
y y y
Pilares intermediários
Nd
Nd Nd eay
x x x
eax
y y y
Pilares de extremidade
Nd
Nd Nd eay
x x x
y y y
Nd
Nd Nd eay
Pilares de canto
y y y
e2y Nd
Pilares intermediários
Nd Nd eay
x x x
eax e2x
y y y
Nd
Pilares de extremidade
e2y
Nd Nd x eay
x x
y
y y
e2y Nd
Nd Nd eay
Pilares de canto
NSd
A s,min 0,15 0,004 A c 0,4% A c [41]
f yd
A s,max 8% A c [42]
Nas regiões fora das emendas por traspasse a taxa máxima das barras da
armadura longitudinal tem que ser, portanto, igual a 4%, pois, nas regiões de emendas
têm-se o dobro do número de barras.
2 1
smáx 9000 t [43]
fyk
A figura 15 indica, resumidamente, os valores dos espaçamentos máximos e
mínimos das armaduras transversais e longitudinais recomendados pela ABNT NBR
6118:2003.
t t t t
sendo que:
A A
traspasse
oc
Seção A-A
V1 (20x62)
P1 P2 P3
25/60 25/60
4,00 m
L1 L2
V2 (20x62)
P4 P5 P6
25/70 35/60
V4 (12x52)
V5 (20x52)
4,00 m
V6
L3 L4
V3 (20x62)
P7 P8
5.1.2 Cálculo das excentricidades relativas aos momentos atuantes nas seções de topo
e base do pilar P1
1823
Mdix,A Mdix,B 1,4 1302 1.823kNcm e ix,A e ix,B 0,70 cm
2590
983
Mdiy,A Mdiy,B 1,4 702 983kNcm e iy,A e iy,B 0,38 cm
2590
a.- direção x
Md1x,mín NSd 0,015 0,03 h x 2.590 0,015 0,03 0,25 58,28 kNm 5.828 kNcm
b.- direção y
ex 12 423 12
x 58,6
hx 25
eix 0,70
25 12,5 25 12,5
1 x hx
25 25,4 35
bx 1,0
com bx 1,0 , pois os momentos iniciais de topo e base são menores que o
momento mínimo (equação 28).
1 x 35 x 58,6 90
tem-se, assim, pilar medianamente esbelto na direção x, havendo necessidade de
considerarem-se os momentos de segunda ordem nesta direção.
Analogamente:
ey 12 460 12
y 26,6 35
hy 60
eiy
25 12,5 25 12,5
0,38
hy
1 y 60 25,1 35
by 1,0
Portanto, 1 y 35
e, como
y 26,6 1 y 35
Neste item faz-se o cálculo da área das barras da armadura longitudinal para o
pilar P1 considerando o método do pilar-padrão com rigidez ( ) aproximada.
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Concreto armado: projeto de pilares segundo a ABNT NBR 6118:2003
Na flexão composta oblíqua pode-se adotar o método do pilar padrão com rigidez
aproximada, processo indicado pela ABNT NBR 6118:2003 e neste texto estudado no
item 3.2.5 alínea b, cujo procedimento consiste na amplificação dos momentos de
primeira ordem, em cada direção simultaneamente.
5.1.4.1 Cálculo dos momentos totais nas duas direções x e y usando as equações do
momento total (Md,tot) e da rigidez aproximada ( )
a 5 h 5 0,25 1,25
sendo que o momento total na direção do eixo x tem que ser maior do que o
momento mínimo, assim tem-se:
a Mdy
2
,tot b Mdy ,tot c zero (equação 37)
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vem:
a 5 h 5 0,60 3,00
3,00 Mdy
2
,tot 731,65 Mdy ,tot 9.156,49 zero
sendo que o momento total na direção do eixo y tem que ser maior do que o
momento mínimo, assim tem-se:
Para cálculo da área das barras da armadura longitudinal relativas aos momentos
totais nas direções x e y consideraram-se (ver ábaco A-17, anexo, elaborado por
Pinheiro et al.,1994):
d' x 4,0
0,16 0,15
hx 25
d' y 4,0
0,07 0,05
hy 60
sendo que a medida d’ pode ser avaliada por, considerando cobrimentos iguais a
2,5cm, diâmetro dos estribos de 5,0mm (CA-60) e diâmetro das barras longitudinais de
20,0mm:
2,0
d' 2,5 0,5 4,0 cm
2
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O valor da força normal reduzida é igual a (ver ábaco A-17, anexo, elaborado por
Pinheiro et al.,1994):
2.590
d 0,81
3,0
25 60
1,4
Os momentos fletores reduzidos são iguais a (ver ábaco A-17, anexo, elaborado
por Pinheiro et al.,1994):
ex 2,25
dx d 0,81 0,07
hx 25
ey 3,30
dy d 0,81 0,04
hy 60
No ábaco citado para a flexão oblíqua composta com d 0,8 resulta taxa
mecânica das barras da armadura igual a:
0,26 .
NSd 2.590
A s,min 0,15 0,15 8,93cm 2 0,004 A c 0,004 25 60 6,00cm 2
f yd 43,5
A taxa geométrica das barras da armadura longitudinal tem que respeitar o valor
máximo que é igual a 4%, ou seja:
As 20,10 8,0%
1,34 % 4,0%
A c 25 60 2
lon 16,0
est 4,0 mm 5,0 mm
4 4
Adota-se, portanto, estribos de diâmetro ( est ) 5,0mm de aço categoria CA-60.
Conforme já estudado os espaçamentos entre os estribos tem que atender a
menor medida calculada entre as seguintes condições:
20 cm
s h x 25cm h y 60cm
12 12 1,6 19,2 cm
P1 (25 x 60)
i + 460
53
25
20
N1 - 10 Ø 16,0 (513)
25 N2 C/19
60
50