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Um Resumo Conciso da Visão Corporativa de Eleição e

Predestinação

Aqui está um excelente resumo conciso das doutrinas da


eleição e predestinação condicional a partir da perspectiva de
eleição corporativa, que difere da tradicional visão arminiana de
eleição individual baseada na fé prevista. Tanto a visão
tradicional quanto a visão corporativa de eleição são permitidas
na SEA, pois ambos concebem a eleição e predestinação
como condicionais à fé em Cristo. Este material vem da NIV
Life in the Spirit Study Bible da Zondervan. A descrição das
doutrinas da eleição e predestinação é seguida por alguns
comentários citados das notas da “Bíblia de Estudo” em 1Pe
1.2 e Rm 8.29 para mostrar como a perspectiva de eleição
corporativa pode tomar o lugar da presciência na eleição,
também muito diferente da tradicional visão arminiana, embora
totalmente consonante com a teologia arminiana, figurando-se
dentro de uma visão condicional da eleição e predestinação.

Eleição

A escolha Divina daqueles que creem em Cristo é um


importante ensinamento do apóstolo Paulo (veja Rm 8.29-33,
9.6-26, 11.5, 7, 28; Cl 3.12; 1Ts 1.4; 2Ts 2.13 e Tt 1.1). Eleição
(ἐκλογή - gr. ekloge) refere-se à escolha de Deus em Cristo de
um povo a quem ele destina a ser santo e irrepreensível aos
seus olhos (cf. 2Ts 2.13). Paulo vê essa eleição como a
expressão da iniciativa de Deus, como o Deus de amor infinito,
em nos dar como criação finita todas as bênçãos espirituais
através da obra redentora do seu Filho (1.3-5). O ensinamento
de Paulo sobre a eleição envolve as seguintes verdades:
(1) A eleição é cristocêntrica, ou seja, a eleição ocorre somente
em união com Jesus Cristo; "nos escolheu nele" (Ef 1.4; veja
1.1, nota). O próprio Jesus é o primeiro de todos os eleitos de
Deus. Concernente a Jesus, Deus declara: "Eis aqui o meu
servo, que escolhi" (Mt 12.18; cf. Is 42.1, 6 e 1Pe 2.4). Cristo,
como o eleito, é o fundamento da nossa eleição. Somente em
união com Cristo nos tornamos membros do eleito (Ef 1.4, 6-7,
9-10, 12-13). Ninguém é eleito à parte da união com Cristo
através da fé.

(2) A eleição é "nele... por meio do seu sangue" (NVI - Ef 1.7).


Deus propôs antes da criação (Ef 1.4) formar um povo através
da morte redentora de Cristo na cruz. Assim, a eleição é
fundamentada na morte sacrificial de Cristo para nos salvar dos
nossos pecados (At 20.28 e Rm 3.24-26).

(3) A eleição em Cristo é principalmente corporativa, ou seja,


eleição de um povo (Ef 1.4-5, 7 e 9). Os eleitos são chamados
de “corpo de Cristo" (4.12), "a minha igreja" (Mt 16.18), "povo
de propriedade exclusiva de Deus" (1Pe 2.9), e de “noiva” de
Cristo (Ap 19.7). Portanto, a eleição é corporativa e abrange
somente indivíduos que se identificam e se associam com o
corpo de Cristo, a verdadeira igreja (Ef 1.22-23; veja Robert
Shank, Elect in the Son, [Minneapolis: Bethany House
Publishers]). Isto já era verdade no Israel do Antigo Testamento
(cf. Dt 29.18-21, nota; 2Rs 21.14, nota; veja o artigo sobre
a Aliança de Deus com os Israelitas, 298p.).

(4) A eleição para a salvação e a santidade do corpo de Cristo


é sempre certa. Mas a certeza da eleição dos indivíduos
permanece condicional à sua fé viva e pessoal em Jesus Cristo
e perseverança na união com ele. Paulo demonstra isso da
seguinte maneira: (a) O propósito eterno de Deus para a igreja
é que sejamos "santos e irrepreensíveis perante ele" (Ef 1.4).
Isto se refere tanto ao perdão dos pecados (1.7) quanto à
pureza da igreja como a noiva de Cristo. A eleição do povo de
Deus está sendo conduzida pelo Espírito Santo em direção à
santificação e santidade (veja Rm 8.14; Gl 5.16-25). O apóstolo
enfatiza repetidamente esse propósito primordial de Deus (veja
Ef 2.10, 3.14-19, 4.1-3, 13-24, 5.1-18). (b) O cumprimento
desse propósito para o corpo da igreja é certo: Cristo
irá “apresentar a si mesmo igreja gloriosa,... santa e sem
defeito." (Ef 5.27). (c) O cumprimento desse propósito para as
pessoas na igreja é condicional. Cristo nos apresentará "santos
e irrepreensíveis perante ele" (Ef 1.4) somente se continuarmos
na fé. Paulo afirma isso claramente: Cristo irá "apresentar-vos
perante ele santos... se é que permaneceis na fé, alicerçados e
firmes, não vos deixando afastar da esperança do
evangelho..." (Cl 1.22-23).

(5) A eleição para a salvação em Cristo é oferecida a todos (Jo


3.16-17; 1Tm 2.4-6, Tt 2.11 e Hb 2.9), mas torna-se atual para
um contingente particular de pessoas no seu arrependimento
quando aceitaram o dom divino da salvação em Cristo (Ef 2.8,
3.17; cf. At 20.21; Rm 1.16 e 4.16). No ponto de fé, o crente é
incorporado no corpo eleito de Cristo (a igreja) pelo Espírito
Santo (1Co 12.13), tornando-se um dos eleitos. Assim, há tanto
a iniciativa de Deus quanto nossa resposta na eleição (veja Rm
8:29, nota; 2Pe 1.1-11).

Predestinação
Predestinação (προορίζω - gr. proorizo) significa "decidir de
antemão" e se aplica aos propósitos de Deus compreendidos
na eleição. A eleição é escolha de Deus "em Cristo" de um
povo (a verdadeira igreja) para si. A predestinação compreende
o que acontecerá com o povo de Deus (todos os crentes
genuínos em Cristo).

(1) Deus predestina o seu eleito a ser: (a) chamado (Rm


8.30); (b) justificado (Rm 3.24, 8.30); (c) glorificado (Rm
8.30); (d) conforme a imagem do seu Filho (Rm 8.29); (e) santo
e irrepreensível (Ef 1.4); (f) adotado como filhos de Deus
(1.5); (g) redimido (1.7); (h) beneficiário de uma herança
(1.14); (i) para o louvor de sua glória (Ef 1.2; 1Pe
2.9); (j) receptor do Espírito Santo (Ef 1.13; Gl 3.14) e (k) criado
para as boas obras (Ef 2.10).

(2) Predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo de


Cristo (isto é, a verdadeira igreja espiritual), e compreende
somente indivíduos em associação com esse corpo através de
uma fé viva em Jesus Cristo (Ef 1.5, 7, 13; cf. At 2.38-41 e
16.31).

Resumo

Concernente à eleição e predestinação, podemos usar a


analogia de um grande navio no seu caminho para o céu. O
navio (a igreja) é escolhido por Deus para ser sua própria
embarcação. Cristo é o Capitão e o Piloto desse navio. Todos
os que desejam ser uma parte deste navio eleito e do seu
Capitão, pode fazê-lo através de uma fé viva em Cristo, pela
qual eles vêm a bordo no navio. Enquanto eles estão no navio,
em companhia do Comandante do navio, estão entre os
eleitos. Se eles escolherem abandonar o navio e o Capitão,
eles deixam de fazer parte dos eleitos. A eleição sempre está
em união com o Capitão e o seu navio. A predestinação nos diz
sobre o destino do navio e o que Deus tem preparado para
aqueles que permanecem nele. Deus convida a todos para
entrar a bordo do navio eleito mediante a fé em Jesus Cristo.
[Life in the Spirit Study Bible, 1854-1855pp.]

Life in the Spirit Study Bible nota sobre 1Pe 1.2

A PRESCIÊNCIA DE DEUS: Somos


"escolhidos" para ser o povo de Deus
de acordo com sua presciência, ou seja, de acordo com o
conhecimento exaustivo do seu plano de redenção em Cristo
para a igreja, mesmo antes da criação e da história humana ter
começado (veja Rm 8.29 nota). Presciência é praticamente um
sinônimo da soberania de Deus e do previdente propósito de
redimir conforme o seu eterno amor. Os "escolhidos" são a
companhia dos verdadeiros crentes, escolhidos em harmonia
com o plano determinado de Deus para redimir a igreja pelo
sangue de Jesus Cristo através da obra santificadora do
Espírito Santo (veja o artigo sobre a Eleição e Predestinação,
1845p.). Todos os crentes devem participar em sua eleição
pela sua resposta de fé e por estarem ansiosos em confirmar o
seu chamado e eleição (veja 2Pe 1.5 e 10, nota).

Life in the Spirit Study Bible nota sobre Rm 8.29

AQUELES QUE DEUS "Conheceu" neste versículo é


CONHECEU:

equivalente a "pré-amado" e é usado no sentido de "definir a


relação amorosa", "escolher a amar desde a eternidade" (cf. Ex
2.25; Sl 1.6; Os 13.5; Mt 7.23; 1Co 8.3; Gl 4.9; 1Jo 3.1).

(1) Presciência significa que Deus propôs desde a eternidade


amar e resgatar a raça humana por meio de Cristo (1Jo 5.8; Jo
3:16). O receptor da presciência de Deus ou o pré-amor é
indicado no plural e se refere à igreja. Isto é, o pré-amor de
Deus é primariamente do corpo de Cristo (Ef 1.4, 2.4 e 1Jo
4.19) e inclui apenas os indivíduos que se identificam com esta
corporação mediante a permanente fé e união com Cristo (Jo
15.1-6; veja o artigo sobre a Eleição e Predestinação, 1854p.)

(2) O corporativo corpo de Cristo alcançará a glorificação (v.


30). Crentes individuais cairão da glorificação se separarem-se
do pré-amado corpo e se não conseguirem manter sua fé em
Cristo (vv. 12-14, 17 e Cl 1.21-23).

Fim da Bíblia de Estudo

Outra interpretação corporativa da presciência em relação à


eleição além dessas mencionadas pela “Bíblia de Estudo” é
aquela que se refere ao reconhecimento prévio do povo
corporativo de Deus como o seu parceiro de aliança (veja Brian
Abasciano, "Clearing Up Misconceptions about Corporate
Election", Ashland Theological Journal 41 [2009] 67-102).

Correndo o risco de excessiva simplificação, todas estas visões


de presciência corporativa na eleição podem ser resumidas
dizendo que na visão de eleição corporativa, a eleição de
acordo com a presciência se refere à eleição baseada na
eleição prévia de Cristo e do povo corporativo de Deus nele.

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