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"Estamos perfeitamente cônscios do fato de que, paralelos e contraditórios à difusão da

crítica ao manicômio, foram-se desenvolvendo e difundindo, durante estes anos, novos tipos
mais diferenciados de intervenção psiquiátrica. Dentro deles, o velho saber psiquiátrico,
ambiguamente suspenso entre terapia e ordem pública, pode readquirir força nova, pela
capacidade demonstrada no sentido de recuperar e valorizar a contaminação original do
"social" em seu âmbito, e ganhar novo poder, na incumbência de representar a
transformação e a racionalização de aparatos institucionais rígidos e envelhecidos. Essas
novas formas de intervenção, na quase totalidade das situações em que se vão
desenvolvendo, inserem-se em circuitos médico-assistenciais ainda centrados na sanção da
internação, da qual acabam utilizando a existência, ou pelo menos confirmando-a
indiretamente e não impedindo seu uso."

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