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HISTÓRIA – 3º ANO

REPÚBLICA VELHA
O período que se estende da queda da monarquia, em 1889, até a Revolução de 1930 é conhecido
como República Velha. Divide-se em República da Espada, controlada pelos militares, e República
Oligárquica, dominada pelos fazendeiros do café.

REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1894)


Com a derrubada da monarquia, formou-se um governo provisório (1889-1891), chefiado pelo
marechal Deodoro da Fonseca.
Esse governo adotou medidas para eliminar as estruturas monárquicas, como a expulsão da família
real do Brasil, o fim da subordinação da Igreja católica ao Estado, o reconhecimento da liberdade religiosa
no país, a "grande naturalização" (que oferecia a cidadania brasileira aos estrangeiros residentes no país), a
instalação do registro e do casamento civis e a instituição de uma bandeira republicana.
O regime político adotado foi a República Federativa, com a transformação das antigas províncias
em estados - tendo a União passado a se chamar Estados Unidos do Brasil.
Em 1891, foi promulgada a primeira Constituição republicana do Brasil, que determinava, entre
outras medidas, a instalação de uma República representativa presidencialista e federativa; a divisão do país
em vinte estados e um Distrito Federal; o direito ao voto a todos os homens maiores de 21 anos, excetuando-
se analfabetos, mendigos, militares de baixa patente, religiosos e mulheres (o voto era direto, mas não
secreto); o legislativo federal formava o Congresso Nacional, - dividido em Câmara dos Deputados e
Senado, que deixou de ser vitalício -, e o poder judiciário, o Supremo Tribunal Federal; o mandato do
presidente da República era de quatro anos. O primeiro presidente não seria escolhido pelo voto dos
eleitores, mas, sim, pelo Congresso Nacional, que manteve Deodoro na Presidência, enquanto para vice foi
escolhido outro militar, o marechal Floriano Peixoto.
Como na ocasião o Brasil não tinha uma burguesia com recursos suficientes para edificar um parque
industrial, o ministro Rui Barbosa decidiu emitir papel-moeda sem lastro em ouro, para incentivar os
empresários a buscar créditos nas casas bancá- rias. No entanto, os empréstimos foram concedidos, mas os
projetos industriais não saíram do papel. Os recursos que deveriam ser empregados na abertura de indústrias
foram emprestados a terceiros, com juros maiores que os cobrados pelos bancos.
A emissão em grande escala de papel-moeda provocou um aumento vertiginoso da inflação,
elevando os preços e atingindo, sobretudo, a população mais pobre. Esse conjunto de medidas resultou em
uma grave crise econômica, conhecida como encilhamento, marcada pela especulação financeira e pela
inflação descontrolada.
A convivência entre o presidente Deodoro da Fonseca e o Congresso Nacional foi muito difícil. A
reação oposicionista explodiu nos meios civis e nos círculos militares. Deodoro renunciou, e o cargo foi
ocupado pelo vice-presidente Floriano Peixoto.
De acordo com a Constituição de 1891, se o titular não houvesse cumprido dois anos de governo, o
vice-presidente deveria assumir e convocar novas eleições, porém Floriano Peixoto fez vistas grossas à lei e
manteve-se como presidente da República.
Por sua atuação enérgica contra opositores, Floriano Peixoto foi apelidado "marechal de ferro". Entre
as medidas adotadas durante seu governo, destacam-se o afastamento dos governadores estaduais leais ao ex-
presidente Deodoro da Fonseca, a reabertura do Congresso Nacional, o tabelamento de preços, a adoção de
medidas tarifárias protecionistas e de outras que facilitavam o acesso ao crédito. Durante seu governo
eclodiram duas revoltas; a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul e a Revolta da Armada, na baía da
Guanabara.

REPÚBLICA OLlGÁRQUICA (1894-1930)


Dessa forma, consolidava-se aquilo que costumamos chamar de política do café com leite, numa
alusão à predominância de São Paulo e Minas Gerais sobre a presidência da República.
A eleição do civil Prudente de Morais marcou a passagem do controle político do país das mãos dos
militares para as mãos dos cafeicultores de São Paulo e de Minas Gerais. O governo de Prudente de Morais
(1894-1898), marcado pela instabilidade financeira e política do país, mostrou-se preocupado em atender às
demandas dos grandes proprietários e procurou restaurar as finanças públicas, ainda abaladas pelos efeitos do
encilhamento.
A estabilização política da República foi alcançada por meio de um pacto entre as elites agrárias, sob
a liderança de políticos paulistas e mineiros, que visavam unir as oligarquias de todo o país em torno do
princípio federalista, garantindo o exercício do poder central às elites dos estados mais fortes: São Paulo (o
mais rico) e Minas Gerais (o mais populoso).
O presidente Campos Sales (1898-1902), sucessor de Prudente de Morais, adotou a "política dos
estados", ou "política dos governadores", que garantia às elites dos dois estados mais fortes a eleição dos
candidatos da situação (representada pelos políticos que estavam no poder), quase sempre paulistas ou
mineiros. Os votos para a eleição do presidente eram garantidos pelas oligarquias dos estados menores por
meio da ação dos governadores, que, por sua vez, comandavam os chefes políticos locais, os coronéis,
responsáveis por controlar as eleições em suas respectivas regiões através do "voto de cabresto". A esse
fenômeno político damos o nome de coronelismo.
Dessa forma, consolidava-se aquilo que costumamos chamar de política do café com leite, numa
alusão à predominância de São Paulo e Minas Gerais sobre a presidência da República.
Em 1919, com a morte do recém-eleito presidente Rodrigues Alves (2 11 mandato), Rui Barbosa
lançou-se novamente candidato. Diante da fragilidade político-eleitoral de Delfim Moreira (o vice-
presidente), os grupos dominantes lançaram o nome do paraibano Epitácio Pessoa. Unindo as oligarquias,
Pessoa venceu as eleições, assegurando a hegemonia oligárquica.
Contudo, havia oposição a essa política, o que significa dizer que ela nem sempre funcionou como
paulistas e mineiros desejavam.
Nas eleições de 1910, por exemplo, São Paulo (sempre representado pelo PRP - Partido Republicano
Paulista) e Minas Gerais (PRM - Partido Republicano Mineiro) não se entenderam quanto ao candidato que
apoiariam para a presidência da República.
O baiano Rui Barbosa lançou-se candidato, com o apoio do PRP, e percorreu todo o país com uma
caravana - a chamada campanha civilista -, discursando contra a política do café com leite.
Do outro lado, apoiado pelo presidente Nilo Peçanha e pelo PRM, estava o militar gaúcho Hermes da
Fonseca, também contrário à predominância de algumas oligarquias no poder.
A campanha do candidato baiano e os votos urbanos não foram, porém, suficientes para derrotar a
máquina eleitoral das oligarquias representadas pelo marechal Hermes da Fonseca, que venceu as eleições.
O novo presidente, que governou entre 1910 e 1914, implantou o chamado salvacionismo, uma
política que visava desarticular a política dos governadores. Para tanto, contou com o apoio do senador
gaúcho Pinheiro Machado. O insucesso da política das salvações, entretanto, garantiu a permanência da
política do café com leite.
Em 1919, com a morte do recém-eleito presidente Rodrigues Alves (2 º mandato), Rui Barbosa
lançou-se novamente candidato. Diante da fragilidade político-eleitoral de Delfim Moreira (o vice-
presidente), os grupos dominantes lançaram o nome do paraibano Epitácio Pessoa. Unindo as oligarquias,
Pessoa venceu as eleições, assegurando a hegemonia oligárquica.

ECONOMIA E FINANÇAS
Os 36 anos da República Oligárquica foram marcados pela hegemonia econômica· do café, maior
produto de exportação do Brasil. O caráter ainda monocultor da produção
agrícola brasileira gerava crises frequentes de superprodução, provocando quedas vertiginosas dos preços do
café, que exigiam permanente controle por parte do governo.
Em 1906, por meio do Convênio de Taubaté, que pretendia evitar as quedas bruscas nos preços do
café no mercado internacional, o governo federal deveria comprar o excedente da produção, estocando-o até
que os preços internacionais voltassem a subir. Milhões de sacas de café foram compradas, conseguindo
evitar a queda dos preços, mantendo a estabilidade artificial da cotação, mas sempre à custa de
endividamentos.
O convênio foi celebrado pelos cafeicultores no final do mandato do presidente Rodrigues Alves (1902-
1906), que não aceitou os termos definidos; contudo, seu sucessor, Afonso Pena(1906-1909), colocou o
convênio em funcionamento, sendo seguido pelos seus sucessores.
É preciso ressaltar também a importância das exportações de borracha na primeira década do
século XX, que aqueceram a economia brasileira, especialmente da região norte do país, e que levaram
inclusive à compra do Acre pelo governo brasileiro junto ao governo da Bolívia (Tratado de Petrópolis,
1903).

A INDÚSTRIA
Nos primeiros anos do século XX, os brasileiros assistiram à intensificação do desenvolvimento
industrial do país, concentra- do na região sudeste, particularmente em São Paulo, e impulsionado pelos
capitais provenientes das exportações do café.
Houve a formação de uma nova classe social: o operariado, composto principalmente por
trabalhadores imigrantes, que era submetido a condições de trabalho degradantes e não recebia atenção dos
poderes públicos, os quais desenvolviam políticas atreladas aos interesses da elite agrária. Eram comuns as
longas jornadas de trabalho, a inexistência de descanso semanal e férias remuneradas, a exploração do
trabalho de mulheres e crianças e a ausência de assistência em caso de acidentes. Não havia piso mínimo
salarial nem direito à aposentadoria; além disso, os locais de trabalho costumavam ser escuros, sem
ventilação e insalubres.
Essa industrialização deu um grande salto durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918),
ocorrendo a primeira substituição de importações, o Brasil se viu privado das importações que fazia de
produtos industrializados dos países envolvidos no conflito (Inglaterra, França e Alemanha, por exemplo).

Exercício – É hora de praticar


QUESTÃO 01 - A República Velha (1894-1930) foi caracterizada por:
a) Por um período de paz completa em todo território nacional.
b) Pela alternância de poder entre os partidos estaduais realizado pelo sufrágio universal masculino.
c) Por uma ascensão social dos libertos pela lei de 13 de maio de 1888.
d) Pela dominação das elites agrárias estaduais, especialmente as de São Paulo e Minas Gerais.

QUESTÃO 02 – "Ao fim de uma madrugada e confusa, de 14 para 15 de novembro de 1889, vários grupos
militares de oposição concentraram-se diante do Ministério do Exército do Rio de Janeiro (onde estava
reunido o governo imperial) e seu protesto culminou com a proclamação da República pela mais importante
figura militar do país, o marechal Deodoro da Fonseca." (100 Anos de República - Um retrato Ilustrado da História do Brasil. 1904-1918. vol.2.
Ed. Abril. São Paulo, 1989)

O início da República no Brasil foi descrito, desde sua fundação, como uma “proclamação”. No entanto,
cada vez mais, os historiadores preferem o termo “golpe de Estado”, pois:

a) A república foi implantada por grupos apoiados por forças internacionais.


b) Não houve participação popular e foi dirigido contra um governo constitucional.
c) A intenção primeira era derrubar o gabinete do visconde Ouro Preto e não proclamar um novo regime.
d) Foi realizada durante a madrugada e não à luz do dia.

QUESTÃO 03 – "Trata-se de uma estratégia muito usada em hábitos políticos coronelistas, em que, por
exemplo, os eleitores trocavam seu voto por um favor, como um bem material (sapatos, roupas, chapéus
etc.) ou algum tipo de serviço (atendimento médico, remédios, verba para enterro, matrícula em escola,
bolsa de estudos etc.)."
Adaptado de JusBrasil. Consultado em 05.08.2020.

O trecho acima descreve uma prática eleitoral da República Velha denominada:


a) Voto secreto
b) Voto de cabresto
c) Voto censitário
d) Voto aberto

QUESTÃO 04 - (Enem) O coronelismo era fruto de alteração na relação de forças entre os proprietários
rurais e o governo, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel.
Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, com base em barganhas entre o
governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a
professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de voto.
CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo Horizonte. Editora UFMG, 1998
(adaptado).
No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se na:
a) coação das milícias locais.
b) estagnação da dinâmica urbana.
c) valorização do proselitismo partidário.
d) disseminação de práticas clientelistas.
e) centralização de decisões administrativas.

AS REVOLTAS DA REPÚBLICA OLlGÁRQUICA


CANGAÇO
A crise decorrente da grande seca de 1877 a 1879 fez crescer o número de desempregados,
aumentando a miséria e a violência no nordeste. Bandos armados saqueavam propriedades rurais e eram
vistos pelas massas camponesas como "justiceiros" que vingavam os crimes cometidos pelos coronéis e pelo
Estado contra elas; pelas autoridades, eram considerados criminosos.
Temendo ser atacados, muitos coronéis estreitavam relações com grupos de cangaceiros, protegendo-
os, fornecendo-lhes munições e alimentos ou contratando seus serviços nas disputas contra outros coronéis.
Embora o cangaço tenha assombrado a elite oligárquica até 1940, foi a partir de 1920 que atuou o
mais famoso de todos os bandos, o de lampião (Virgulino Ferreira da Silva).

CANUDOS
No sertão do Nordeste, no fim do século XIX, era comum a atuação de líderes messiânicos,
dedicados a pregar e dar assistência à população carente.
Foi nesse ambiente que surgiu o beato Antônio Conselheiro (1828-1897). Reunindo numerosos
seguidores, passou a ser perseguido pela Igreja e pelo Estado, os quais contestavam o líder messiânico, que
prometia às massas um mundo mais justo e uma vida mais farta que a oferecida pelo sistema oligárquico.
Fugindo da polícia, Antônio Conselheiro organizou, no norte da Bahia, uma comunidade no arraial de Belo
Monte: o arraial de Canudos. De 1893 a 1897, a população de Canudos chegou a abrigar cerca de 30 mil
pessoas.
Como Antônio Conselheiro atacava a República, o govemo federal alegou que Canudos representava
um foco monarquista. Quatro expedições militares foram enviadas ao interior baiano com o intuito de
destruir o arraial; as três primeiras foram mas- sacradas pelos seguidores de Antônio Conselheiro. Em
setembro de 1897, a comunidade de Canudos foi destruída, e Antônio Conselheiro morrera um mês antes dos
últimos combates.

REVOLTA DA VACINA
Durante a segunda metade do século XIX, a população da cidade do Rio de Janeiro passou de 500
mil para cerca de um milhão de habitantes. Ladeadas por cortiços, ruas estreitas em áreas completamente
insalubres expunham a população a todo tipo de doença, como o tifo e a febre amarela.
No governo de Rodrigues Alves, houve um projeto de modernização e saneamento da ·cidade,
conduzido pelo engenheiro Pereira Passos (prefeito nomeado da capital federal) e pelo médico sanitarista
Oswaldo Cruz.
O programa de modernização gerou grande insatisfação à população, que se revoltou contra o
prefeito e contra os funcionários encarregados da evacuação e da demolição das habitações populares do
centro da cidade. Foram iniciadas campanhas de combate aos ratos, para prevenção da peste bubônica, e aos
focos de mosquitos, como forma de evitar a transmissão da febre amarela. Decretou-se a obrigatoriedade da
vacinação contra a varíola, o que provocou protestos e rejeição por parte da população, pois havia o temor de
que a vacina contaminasse as pessoas. Isso suscitou o início da Revolta da Vacina.
Inflamada pelos discursos de políticos oposicionistas, pressionada pela crise financeira e expulsa de
suas moradias, a população carioca rebelou-se. Os enfrentamentos resultaram em grande número de feridos e
em numerosas prisões.

REVOLTA DA CHIBATA
Na ausência de um serviço militar obrigatório, a Marinha, como o Exército, era obrigada a recrutar
tripulações e fuzileiros navais das camadas mais pobres da sociedade, especialmente os negros. O tratamento
dispensado aos marinheiros era o pior possível: alimentação de péssima qualidade, disciplina rígida, baixos
salários e punições violentas (em geral, as faltas eram punidas com chibatadas).
Em novembro de 1910, os marinheiros liderados por João Cândido dos Reis iniciaram um motim,
assumiram o controle dos navios de guerra e exigiram melhorias nas condições de trabalho.
Pressionado, Hermes da Fonseca cedeu às reivindicações dos revoltos os, que devolveram os navios
aos oficiais e depuseram as armas. No início de dezembro, depois de expulsar da Marinha os envolvidos, o
presidente decretou estado de sítio e ordenou a prisão de mais de 120 marinheiros.

MOVIMENTOS OPERÁRIOS
As precárias condições de vida e de trabalho a que os trabalhadores estavam submetidos resultaram
em reivindicações e lutas empreendidas pelas entidades representativas. Nos primórdios do movimento
operário brasileiro, os sindicatos de tendências anarquistas foram os mais influentes. A corrente sindical que
daí surgiu tornou-se conhecida como anarco-sindicalismo. Contrários a toda forma de autoridade, os
anarquistas condenavam a interferência de partidos políticos nas questões sindicais e defendiam a autonomia
dos sindicatos e a total independência do operariado na condução de suas lutas. A greve era considerada o
principal instrumento de luta contra o sistema capitalista.
Em 1907, o governo federal reagiu às manifestações das organizações operárias, instituindo a Lei
Adolfo Gordo, que previa a expulsão do imigrante que se envolvesse em movimentos trabalhistas.
Em 1917 eclodiu em São Paulo a Grande Greve Geral, que se alastrou para o Rio de Janeiro. Foi
uma das maiores manifestações grevistas da República Oligárquica. Aliás, de 1917 a 1920, somente os
estados de São Paulo e Rio de Janeiro assistiram a mais de 200 greves, que atestavam a força do movimento
operário. Em 1921, o então presidente Epitácio Pessoa aprovou a "lei de repressão ao anarquismo".
Em março de 1922, inspirado na Revolução Russa, foi fundado o Partido Comunista Brasileiro,
que foi posto na ilega'Iidade depois de apenas quatro meses de atuação. Em 1927, no governo do presidente
Washington Luís, entrou em vigor a Lei Celerada, que censurava a imprensa e restringia o direito de
reunião da população, atingindo os operários e outros grupos descontentes com o governo. Podemos então
perceber qual foi a postura da República Oligárquica frente às mudanças sociais e econômicas pelas quais o
Brasil passava nas duas primeiras décadas do século XX: o sistema político permanecia irredutíveL Basta
lembrarmo-nos da frase do próprio Washington Luís: "para mim, questão social é caso de polícia".

TENENTISMO
Mas o ano de 1922 teria ainda outros acontecimentos de extrema relevância para a oposição ao
regime oligárquico.
Além da fundação do PCB, tivemos a Semana de Arte Moderna, que criticou as estruturas arcaicas da
arte brasileira, defendendo o novo e moderno.
Nas forças armadas surgiu um movimento determinante para o desgaste do regime oligárquico: o
tenentismo, que contava com a participação de oficiais de baixa patente do Exército, na maioria tenentes.
Os militares condenavam os políticos civis, a quem acusavam de serem responsáveis pela corrosão
das estruturas republicanas. Combatiam o sistema eleitoral (que consideravam imoral), o "mandonismo" dos
coronéis e a descentralização política. O movimento tenentista mostrou-se autoritário, nacionalista e
moralizador.
A primeira revolta - conhecida como Revolta do Forte de Copacabana - eclodiu em 5 de julho de
1922, no Rio de Janeiro. Um grupo de militares e um civil (os 18 do Forte) saíram do Forte de
Copacabana e partiram para um confronto contra as tropas do governo.
Em 5 de julho de 1924, aniversário de dois anos da primeira revolta, eclodiu a revolta paulista (ou
rebelião de 1924). Os militares ocuparam a cidade de São Paulo por mais de 20 dias. Com o apoio das
tropas federais, o governo de São Paulo forçou a fuga dos rebeldes no dia 27 de julho. Os tenentes derrotados
puseram-se em marcha pelo interior do estado, rumo à região Sul.
Militares gaúchos e paulistas uniram-se e formaram uma frente rebelde: a Coluna Prestes.
Liderados por Luís Carlos Prestes, a Coluna percorreu aproximadamente 24.000 krn do território brasileiro,
entre 1925 e 1927. Durante o período, travou numerosos combates contra tropas do governo, jagunços dos
coronéis e até contra cangaceiros. Esgotados e sem apoio da população, os integrantes da coluna refugiaram-
se na Bolívia.

CRISE DA REPÚBLICA VELHA


Em 1926, em São Paulo, foi fundado o Partido Democrático, basicamente uma dissidência da
oligarquia paulista. No mesmo ano, o presidente Arthur Bernardes foi sucedido por Washington Luís.
Embora derrotados em movimentos anteriores, os tenentes continuavam conspirando nos quartéis contra as
oligarquias.
Em 1929, durante as articulações para a sucessão de Washington Luís, foi rompido o pacto "café
com leite". Nesse mesmo ano, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, o Brasil começava a sentir
os efeitos da crise, já que os Estados Unidos eram os principais compradores do nosso café.
Mineiros, gaúchos e paraibanos organizaram uma frente de oposição que contava até mesmo com a
simpatia do Parti- do Democrático de São Paulo. A união dessas forças resultou na Aliança Liberal, que
lançou Getúlio Dornelles Vargas como candidato a presidente, tendo como vice-presidente o paraibano João
Pessoa. Ambos eram verdadeiros representantes das velhas oligarquias insatisfeitas.
Os habilidosos políticos da Aliança Liberal conseguiram o apoio de vários setores sociais, porém,
nas eleições realizadas em março de 1930, a "máquina oligárquica" funcionou mais uma vez, dando a vitória
aos governistas, com Jú- lio Prestes, candidato do PRP apoiado pelo presidente.
Em julho de 1930, o movimento conspiratório - denominado Revolução de 1930 - já estava em
curso quando um acontecimento precipitou sua eclosão: João Pessoa foi assassinado. Os conspiradores
fizeram do crime o pretexto para desfechar o golpe contra Washington Luís.
Washington Luís foi deposto em 24 de outubro e partiu para o exílio. Em 3 de novembro de 1930,
Getúlio Vargas tomou posse como chefe do governo provisório.
Exercício – É hora de praticar
QUESTÃO 01 – (IFCE 2020) Observe a passagem do texto, do escritor e jornalista Euclides da Cunha
(1866-1909).
 “Ao passo que as caatingas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta. Entram também de certo
modo na luta. Armam-se para o combate; agridem. Trançam-se, impenetráveis, ante o forasteiro, mas abrem-
se em trilhas multívias, para o matuto que ali nasceu e cresceu.
E o jagunço faz-se o guerrilheiro-tugue, intangível...
As caatingas não o escondem apenas, amparam-no.” 
(2002, p. 352). CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 2002. Coleção intérpretes do Brasil,
vol.01.
Em Os Sertões, obra que o autor definiu como um “livro vingador”, Euclides ofereceu aos leitores um
panorama de um dos massacres mais sangrentos do Estado brasileiro, ocorrido sob o regime
republicano. Esse movimento da última década do século XIX foi denominado por Guerra 
a) dos Emboabas.   
b) de Canudos.    
c) da Cisplatina.   
d) do Paraguai.    
e) dos Mascates.   

QUESTÃO 02 - (Uece 2020) A Revolta da Vacina, que foi uma importante manifestação social,
a) ocorreu entre marinheiros oriundos das classes sociais baixas que se negavam a ser vacinados contra a
febre amarela, já que os oficiais não eram obrigados.   
b) aconteceu nos sertões do Cariri cearense devido à decisão do governo de impor aos seguidores do Padre
Cícero a vacinação contra a peste bubônica.   
c) foi motivada pelo apoio da Igreja Católica aos seguidores de Antônio Conselheiro, que se opunham à
República e à vacinação obrigatória por ela estabelecida.   
d) ocorreu no Rio de Janeiro devido à obrigatoriedade da vacina contra a varíola e às reformas urbanas e
sanitárias iniciadas pelo presidente Rodrigues Alves.   

PRIMEIRA GRANDE GUERRA


Às vésperas da Primeira Guerra Mundial, os principais problemas das relações entre as potências
europeias que desencadearam o conflito eram:
 o neocolonialismo, pois a partilha da África e da Ásia beneficiou principalmente a Inglaterra
e a França com maior número de colônias em áreas economicamente mais interessantes;
o rompimento do equilíbrio do poder político entre os países europeus. Depois da unificação, a
Alemanha passou por um rápido crescimento industrial, capaz de fazer frente ao poderio inglês; além disso, a
Alemanha cobrava o redirecionamento do mundo colonial na África e na Ásia, pois os poucos domínios
territoriais do país não cobriam as necessidades de suas indústrias;
 o sentimento revanchista antigermânico na França, que perdeu as regiões da Alsácia e
Lorena (ricas em carvão mineral) para a Alemanha durante o processo de unificação daquele país;
 as questões balcânicas, que envolviam disputas entre os impérios Austro-Húngaro e Russo
pelo controle dos países da região.
 A tensão reinante entre as potências imperialistas europeias empurrou-as para um sistema de
alianças. Em 1882, Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália formaram a Tríplice Aliança. Em 1907, do
outro lado, formou-se a Tríplice Entente, que reunia Inglaterra, França e Rússia.
 O pretexto para a eclosão da guerra foi o assassinato do herdeiro do Império Austro-
Húngaro.
 O alastramento do conflito levou outros países a apoiar um ou outro bloco. A Itália, que
mantivera uma postura neutra logo após o início do conflito em meados de 1914, aderiu à Entente em 1915.
O Japão, interessado nas possessões alemãs no Oriente, declarou guerra aos países da Tríplice Aliança. Em
1916, Portugal e Romênia e, em 1917, Brasil, Grécia, Estados Unidos e outras nações aliaram-se à Entente.
Necessitando de apoio para combater a Rússia, o Império Turco Otomano assumiu posição ao lado
da Alemanha;
a Bulgária, sufocada pelas pretensões russas, tomou a mesma atitude em 1915.
A primeira etapa da guerra estendeu-se pelo ano de 1914 e pelo início de 1915 e foi marcada por
intensos desloca- mentos e combates entre as tropas em luta, sendo chamada guerra de movimentos.
Essa movimentação de tropas deu lugar ao posicionamento dos exércitos em linhas definidas e
fortificadas. Foram cavadas enormes extensões de trincheiras. De 1915 ao início de 1918, os exércitos
ficaram praticamente estacionados nesses locais, garantindo conquistas e evitando avanços do inimigo.
Em 1917, a Rússia saiu da guerra e os Estados Unidos entraram. Com essa adesão, a Entente se
fortaleceu econômica e militarmente, com a chegada de mais de um milhão de soldados, além da ajuda
complementar de países como Brasil, Peru e Equador, levados à guerra por pressão estadunidense.
Com a derrota de turcos, austríacos e búlgaros, a Alemanha isolou-se e passou a lutar sozinha. Diante
da derrota iminente, oficiais e soldados pressionavam o governo alemão pela rendição. Era o fim do Segundo
Reich alemão. Foi assinado um armistício, pelo qual eram aceitas a rendição e todas as condições impostas
pelos países vencedores.
Em 9 de novembro de 1918, foi proclamada na Alemanha a República de Weimar, fundada na
cidade de mesmo nome. O novo governo foi uma imposição dos países vencedores, que temiam o avanço
dos movimentos populares, fortalecidos pela vitória dos socialistas na Rússia. Em 1919, por iniciativa dos
países vencedores da Primeira Guerra, foi criada a Sociedade das Nações, mais conhecida como Liga das
Nações: tratava-se de uma organização internacional, cujo papel principal seria o de assegurar a paz.
Os tratados de paz do pós-guerra resultaram das negociações da Conferência de Paris (de 1919 a
1921), quando os países da Entente consideraram a Alemanha a principal responsável pela guerra e, em
junho de 1919, impuseram a esse país os termos do Tratado de Versalhes.
As principais determinações do Tratado de Versalhes - que pretendiam impedir o desenvolvimento
econômico e o
reerguimento militar dos alemães - representaram uma das maiores humilhações a que uma nação já havia
sido submetida. Entre as decisões destacavam-se:
 a devolução da Alsácia e Lorena para a França;
 a perda de colônias alemãs para países vencedores, como Japão, França e Inglaterra;
 a cessão à Polônia do "corredor polonês", que incluía as regiões da Pomerânia e da Posnânia,
dividindo o território alemão em duas porções: a Alemanha, propriamente dita, e a Prússia oriental
(praticamente um enclave em território polonês);
 a supressão do serviço militar obrigatório e a redução do exército alemão a apenas 100 mil
homens, com permissão de uso apenas de armas leves;
 a proibição de manter marinha de guerra, artilharia pesada, aviões, tanques de guerra e de
produzir qualquer tipo de material militar;
 o pagamento de indenizações na ordem de US$ 30 bilhões ao longo de 30 anos.
Pelo tratado, a Alemanha perdeu mais de 12% do território e 12% da população.
Os Estados Unidos, tendo à frente o presidente Woodrow Wilson, não concordaram com os termos
do Tratado de Versalhes, adotando, assim, uma postura isolacionista no pós-guerra.
Em outros tratados que se seguiram ao de Versalhes, o Império Austro-Húngaro e o Império Turco
foram desmembrados. A Bulgária também perdeu territórios, assim como foram criados novos Estados que
"separavam" a Rússia socialista da Europa capitalista (o "cordão sanitário").
A instituição propunha que o Estado criasse meios de proteção aos trabalhadores e estabelecesse
medidas que garantissem direitos mínimos, como a limitação das jornadas de trabalho, a regulamentação do
trabalho de mulheres e crianças e a definição de salários mais dignos.

Exercício – Agora é hora de praticar.


QUESTÃO 01 – (ENEM - 2009 ) A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos
que a inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana.
Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do
século XX estão:

a) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.


b) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.
c) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.
d) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.
e) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.

CRISE DE 1929

Após o fim da Primeira Guerra, a economia dos Estados Unidos foi aquecida pela necessidade que os
países europeus envolvidos na guerra tinham de se reconstruírem. O aquecimento da economia foi sentido
internamente, e os estadunidenses passaram a consumir em larga escala, criando aquilo que chamamos de
american way of !ife. Politicamente, o Estado era movido por uma política liberal, procurando, portanto, não
intervir sobre o mercado. Entretanto, na segunda metade da década de 1920, esse modelo econômico já dava
sinais de desgaste.
A crise de 1929 foi resultado da excessiva produção de bens de consumo que saturou o mercado
estadunidense, provocando um desequilíbrio entre a oferta e a demanda.
As empresas passaram a acumular prejuízos incalculáveis e muitas faliram. A Bolsa de Valores de
Nova York quebrou (grande crack). Os efeitos do crack da Bolsa - a "Grande Depressão" - foram trágicos:
mais de 85 mil empresas faliram, quatro mil bancos foram fechados e 17 milhões de pessoas perderam os
empregos. A crise internacionalizou-se rapidamente, por causa da dependência entre os diversos países do
mundo capitalista em relação aos Estados Unidos.
Nas eleições de 1932, o Partido Democrata elegeu o presidente Franklin Delano Roosevelt, que
adotou um plano de recuperação econômica chamado new deal.
Entre as principais medidas adotadas pelo governo Roosevelt, destacam-se a concessão de subsídios
aos esta- dos para pagamento do seguro-desemprego; a elaboração de um programa de obras públicas capaz
de absorver mão de obra; a abolição do trabalho infantil, a fim de ampliar a oferta de emprego aos pais de
família; o aumento geral de salários; a legalização das organizações de trabalhadores (sindicatos), para que
pudessem negociar os contratos de trabalho; a concessão de créditos aos bancos e aos proprietários de terras;
a concessão de créditos para os consumidores; a criação de um organismo estatal para controlar preços e
salários e regular a produção industrial; o estabelecimento dos preços para produtos agrícolas, petróleo e
carvão.
Os resultados do neva deal foram expressivos. A produção industrial cresceu, as exportações
aumentaram, o número de desempregados foi reduzido e a renda média nacional aumentou. Contudo, a
eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, seria um fator determinante para a total recuperação da
economia estadunidense.
Exercício – Agora é hora de praticar.
QUESTÃO 01 - (Unitau-SP) O crack da Bolsa de valores de Nova Iorque, em outubro de 1929,
além de colocar os Estados Unidos numa situação de calamidade, arrastou consigo quase todos os países do
mundo. Apenas um país europeu não foi diretamente afetado pela crise:
a) Itália
b) Inglaterra
c) França
d) Alemanha
e) União Soviética

O NAZIFASCISMO
As doutrinas políticas totalitárias de direita, que se desenvolveram no período entreguerras (1919-
1939), atendiam aos anseios burgueses; apresentavam-se, ao mesmo tempo, como antiliberais (por causa da
crise de 1929) e antissocialistas (por conta do sucesso da Revolução Russa). A oposição ao libera- lismo
clássico evidenciava-se na defesa de um Estado forte, capaz de manter a sociedade em ordem, livre da
ameaça do comunismo.
Os casos italiano e alemão são os mais notáveis no desenvolvimento desse extremismo de direita.
Além dos fatores descritos até aqui, a Itália não recebeu as terras que lhe foram prometidas por Inglaterra e
França a fim de que os italianos entrassem ao seu lado na Primeira Guerra; a Alemanha, por sua vez, foi
humilhada pelo Tratado de Versalhes, de 1919.
O totalitarismo baseava-se no preceito de que nada de- veria existir acima, contra ou fora do
Estado. Competia aos cidadãos servir ao Estado e seguir a autoridade que os representava - o guia (führer ou
duce).
A valorização extremada da pátria e a expectativa de construção de uma potência imperial
despertavam o nacionalismo e garantiam o apoio da população para políticas expansionistas e
militaristas. A difusão da ideia de superioridade fazia aflorar o racismo, no caso alemão.

FASCISMO ITALIANO
Na Itália, em março de 1919, na cidade de Milão, foi fundado por Benito Mussolini o primeiro
núcleo do que viria a ser o Partido Fascista. Em outubro de 1922, após a Marcha sobre Roma (movimento
que reuniu milhares de fascistas, conhecidos como "camisas negras"), Mussolini foi convidado para formar e
liderar com plenos poderes um ministério. a prática, assumia o cargo de primeiro-ministro da Itália.
Lentamente, Mussolini concentrou em suas mãos poderes ditatoriais. Nas eleições de 1924, o Partido
Fascista chegou ao poder, caracterizado pelo totalitarismo, militarismo e nacionalismo e mostrando-se
antiliberal e anticomunista.
Em 1927, foi colocada em vigor a Carta do Trabalho (Carta deI Lavara), instrumento de regulação e
controle de questões trabalhistas. Em 1929, Mussolini assinou o Tratado de Latrão, pelo qual a Igreja
católica reconhecia o Estado fascista e este reconheceria a criação do Estado do Vaticano. Com esse tratado,
a Igreja católica recebeu uma
indenização pelos territórios perdidos durante o processo de unificação do país, e o ensino católico tomou-se
obrigatório
nas escolas italianas.
Durante a década de 1930, o regime recrudesceu definitivamente. O Parlamento foi fechado,
substituído por uma Assembleia cuja função era apenas referendar as decisões do duce; a censura foi
instituída para todos os setores da imprensa e das artes; a educação foi colocada sob controle estatal.
O Estado passou a intervir diretamente na economia, e houve grande desenvolvimento industrial,
estimulado pelo
crescimento do setor bélico. A aliança com a Alemanha nazista de Hitler selaria o projeto expansionista da
Itália fascista.

NAZISMO ALEMÃO
A grave crise econômica e financeira na Alemanha no período entreguerras propiciou a formação de
grupos de extrema direita; dentre eles destacava-se o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores
Alemães, de Hitler, que, em 1923, tentou um golpe contra o governo republicano, o chamado Putsch de
Munique. Apesar do fracasso, o parti- do tomou-se popular. Hitler foi condenado a cinco anos de prisão,
que não cumpriu integralmente.
As dificuldades e o desencanto atraíram as camadas populares para a pregação nazista. O apoio
popular levou o Partido Nazista a expressivas votações nas eleições de 1930 e 1932. No pleito de 1932,
Hitler candidatou-se à Presidência da República e, embora derrotado, obteve expressiva votação.
Em 1933, em razão dos 13 milhões de votos, Hitler foi convidado pelo presidente Hindemburg para
assumir o cargo de primeiro-ministro. Imediatamente, o líder nazista assumia poderes extraordinários. povo
alemão. Um verdadeiro Estado terrorista foi estruturado, baseado no Partido Nazista e em suas forças
paramilitares, e atingia todos os segmentos da sociedade.
O Estado assumiu o controle da economia. Investimentos maciços foram destinados à indústria
bélica, e o desemprego foi reduzido de modo significativo, ampliando o apoio popular ao governo. Tinha
inicio a escalada militarista e expansionista alemã rumo à construção do Terceiro Reich.

GUERRA CIVIL ESPANHOLA


As eleições de fevereiro de 1936 na Espanha foram vencidas por uma coligação de partidos de
esquerda denomina-
da Frente Popular, que pretendia aprofundar as reformas estabelecidas pelo governo republicano, em 1931.
As forças conservadoras reagiram violentamente, por meio do Partido Nacional Socialista (Partido
da Falange), de inspiração fascista, fundado em 1931. Em torno da Falange aglutinaram-se a grande
burguesia, os latifundiários, a Igreja católica, os militares conservadores e os nacionalistas do Exército.
Em julho de 1936 ocorreu uma sublevação dos militares contra o governo da Frente Popular,
chefiada pelo general Francisco Franco, dando início a uma guerra civil, envolvendo republicanos e
falangistas, que se estendeu até 1939.
A vitória das forças falangistas, leais ao general Franco, e com o apoio militar da Alemanha e da
Itália, consumou-se com a tomada de Madri, em 1939.
Francisco Franco instituiu na Espanha uma ditadura de direita; seu governo foi marcado pelo
clericalismo (forte vinculação com a Igreja católica) e por não se voltar ao expansionismo externo. No plano
econômico, deu mais ênfase ao setor agrícola que à indústria.

Exercício – Agora é hora de praticar.


QUESTÃO 01 - (Unesp) "Guernica", a obra-prima de Pablo Picasso, é uma representação das atrocidades
fascistas cometidas na 
a) Primeira Grande Guerra. 
b) Guerra Civil Espanhola. 
c) Revolta dos Boxers. 
d) Guerra Franco-Prussiana. 
e) Batalha de Estalingrado.

QUESTÃO 02 -  (Uel) 
I. "Quem tem aço tem pão!" 
II. "Nada jamais foi ganho na história sem derramamento de sangue!" 
III. "É melhor um dia de leão do que cem anos de carneiro!" 
IV. "Um minuto no campo de batalha vale por uma vida inteira de paz!"

Os itens, I, II, III e IV referem-se a "slogans" da doutrina 


a) socialista. 
b) comunista. 
c) nazi-fascista. 
d) neo-capitalista. 
e) social-democrática.

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