Você está na página 1de 20

Construção Civil II

ENG 2333

Prof. M.Sc. Tatiana Jucá

Reboco interno

2/26

Função do Reboco

 Regularizar as superfícies de paredes – e


também de tetos, muros e fachadas -
resguardando-as das intempéries e do
desgaste de maneira geral.
 Como qualidades essenciais de um
revestimento podem ser citadas a resistência
ao choque e a esforços de abrasão, a
durabilidade e a impermeabilidade, quando
necessária.
 Auxilia na função termoacústica das vedações.

1
3/26

Não é função do Reboco

 Dissimular imperfeições
grosseiras da base. Na prática,
essa situação ocorre com muita
freqüência, devido à falta de
cuidado no momento da
execução da estrutura e da
alvenaria, que ficam
desaprumadas e desalinhadas.
Com isso é necessário
“esconder na massa” as
imperfeições, o que
compromete o cumprimento
adequado das reais funções do
revestimento.

4/26

O Problema em Goiás

Figura 1 - Distribuição das manifestações patológicas nas edificações de Goiás (BRANDÃO, 2007).

52% - habitações unifamiliares


33% - habitações coletivas

2
5/26

Propriedade das argamassas de


revestimento

6/26

Espessuras admissíveis e Resistência


de aderência
 De acordo com a ABNT NBR 13.749 - Revestimento de paredes e
tetos de argamassas inorgânicas - Especificação (2013)

3
7/26

Tipos de acabamento

 Grosso:
 para revestimentos em que a espessura global seja maior que 5 cm (com
cerâmica, por exemplo)
 superfície de acabamento regular e compacta (não muito lisa)

 Fino:
 acabamento de base para pintura aplicada diretamente sobre a argamassa
 textura final homogênea, lisa e sem imperfeições visíveis
 desempeno com madeira, seguido de desempeno com aço ou acamurçado,
dependendo da textura desejada;

 Feltrado (ou acamurçado):


 acabamento de base para massa corrida acrílica e posterior pintura
 textura final homogênea, lisa e compacta
 a superfície não admite fissuras
 desempeno com madeira, seguido de desempeno com feltro ou espuma
(densidade de 26 ou 28).

8/26

Composição das camadas

4
9/26

Composição das camadas

CHAPISCO (1ª camada):


 camada finíssima de argamassa
forte de cimento e areia grossa
lavada 1:3 (volume), para
aumentar a aderência da camada
posterior (emboço) na parede.
 Aplicada com colher de pedreiro
(através de uma peneira ou não),
lançando a argamassa de forma
a ficar bem espalhada.
 Espessura de 5mm.

10/26

Composição das camadas

EMBOÇO (2ª camada):  Dosagem da argamassa: deve


 Espessura 1,0 a 2,0 cm, de ser estudada para se obter
acabamento áspero; trabalhabilidade, baixa retração
 Aplicado somente após o na secagem, resistência
endurecimento total do chapisco mecânica, elasticidade adequada
e com as tubulações de e aderência suficiente à base
instalações elétricas e depois de endurecida. Agregado
hidráulicas, de esgoto, gás, etc., médio (máximo 2,0 mm).
já embutidas nas paredes;  Traços mais comuns em volume:
 Técnica de aplicação: cimento, cal e areia – 1:1:6 e
espalhamento da argamassa com 1:2:9 (em volume) – cimento: cal
colher e regularização com régua e areia grossa.
e desempenadeira, seguindo
faixas-guias de argamassa
("mestras") que definem um
plano;

5
11/26

Composição das camadas

REBOCO (3ª camada): "sarrafeada" - áspera, ideal para a


 Última camada, aplicada após o colagem de peças cerâmicas .
endurecimento do emboço, de  Em seguida, caso desejado, o
menor espessura - 0,5 cm - e acabamento é feito com uma
acabamento mais liso, desempenadeira, para obtenção
proporcionado pelos grãos finos de superfície mais bem acabada,
da areia utilizada na argamassa chamada "desempenada" (ainda
(máximo 0,6 mm); áspera, porém mais lisa do que
 Executado depois de peitoris e somente "sarrafeada"). Para um
guarnições de portas e janelas, acabamento mais liso usa-se
mas antes da instalação de uma camurça – acabamento
rodapés e alizares. "camurçado".
 Técnica de aplicação: com colher
de pedreiro, espalha-se a
argamassa fresca com o auxílio
de taliscas e, no momento
adequado, faz-se o acerto da
superfície com uma régua de
alumínio, obtendo-se uma textura

12/26

Camada única

 Revestimento de argamassa denominado "camada única" é aquele


aplicada em uma só camada sobre a alvenaria (com ou sem
chapisco, conforme a rugosidade da base).
 Argamassas: 1:1:6, 1:2:9,

6
13/26

Reboco – condições para início

 A alvenaria deve estar concluída e fixada (encunhada) há pelo


menos 15 dias;
 Peitoris, marcos e contra- marcos precisam estar chumbados;
 As instalações hidráulicas embutidas na alvenaria devem estar
preferencialmente testadas.

14/26

Reboco – preparação da base

 Iniciar o preparo da base removendo sujeira ou incrustações, como


óleos, desmoldantes e efloresências, com vassoura de piaçaba,
escova de aço ou equipamento de água pressurizada como
também pregos, arames, pedaços de madeira e outros materiais
estranhos.
 Preencher os vazios provenientes de rasgos, quebra parcial de
blocos (por acidente), depressões localizadas (de pequenas
dimensões) e outros defeitos com argamassa de mesmo traço da
que será utilizada no revestimento.
 Em caso de rasgos maiores para embutimento de instalações, é
necessário colocar tela de aço zincada fio 1,65 mm malha 15 mm x
15 mm ou similar.

7
15/26

Reboco – Chapisco

 A aplicação deve ser feita sobre o substrato previamente


molhado com broxa, o suficiente para que não ocorra a absorção
de água necessária á curada argamassa;
 Chapiscar a superfície a ser revestida e aguardar o tempo mínimo
para a cura do chapisco (em geral três dias) antes de iniciar a
segunda demão do revestimento.
 O chapisco é feito com a argamassa fluida de cimento e areia, no
traço 1:3 (em volume), com aditivo adesivo (que é adicionado à
água de amassamento, na proporção indicada pelo fabricante). A
argamassa tem de ser projetada energicamente, de baixo para
cima, contra o substrato.
 O revestimento em chapisco se faz tanto nas superfícies verticais
da estrutura do concreto como também nas de alvenaria.
 A espessura máxima do chapisco é de 0,5 cm.
 Nas superfícies de concreto, poderá ser aplicado chapisco rolado
(com argamassa específica) ou com desempenadeira dentada
(com chapisco industrializado).

16/26

Reboco - chapisco

Fechado

Tela de aço

Aberto

8
17/26

Reboco - chapisco

Método de inspeção

Obra:
LOGO FVS - Ficha de Verificação de Serviço
Área 
Item de inspeção Método de verificação Tolerância
Verificar visualmente se foram removidas as
Preparação da base -
sujeiras, incrustações, pregos, etc.

Homogeneidade e Verificar visualmente se toda a superfície da


-
cobertura da superfície base foi coberta pelo chapisco.
Limpeza do ambiente
após a execução do Verificar visualmente -
serviço
Verificar se foi realizada a cura úmida do
Cura -
chapisco (3 dias)

18/26

Preparo da argamassa

Para o preparo manual da argamassa, recomenda-se:


 molhar o masseiro onde será virada a argamassa;
 adicionar cerca de 8l de água limpa para cada saco de 40 kg de
massa industrializada (ou outra proporção, atendendo ás
recomendações do fabricante); é importante obedecer à dosagem
de água pois o seu excesso ou a sua insuficiência altera a
resistência da argamassa;
 misturar bem até conseguir uma argamassa homogênea e
pastosa;
* deixar a argamassa em repouso por 10 min ou por tempo definido
pelo fabricante.
 remisturar a argamassa sem adicionar água.

9
19/26

Reboco – massa única

 Recomenda-se utilizar  se distribui facilmente e preenche


argamassa industrializada (pronta todas as reentrâncias do
paia uso), que é fabricada com substrato (base): não endurece
cimento portland, calcário e rapidamente quando aplicada.
aditivos (não contém cal),
necessitando adicionar apenas
água na quantidade requerida.
 A espessura do revestimento
deve ser entre 1,5 cm e 2,5 cm.
 Acima de 2,5 cm. a aplicação tem
de ser feita em duas camadas.
 A argamassa com boa
trabalhabilidade é aquela que: se
mantém coesa ao ser
transportada, mas não adere à
colher de pedreiro ao ser
projetada: deixa penetrar a colher
de pedreiro, porém sem ser
fluida;

20/26

Reboco – massa única

 Inicialmente, é preciso identificar


os pontos de maior e menor
espessura utilizando esquadro e
prumo. Depois, assentar, com a
mesma argamassa a ser utilizada
no revestimento, as taliscas de
cerâmica, de preferência nos
pontos de menor espessura.
 Transferir o plano definido por
essas taliscas para o restante do
ambiente, assentando então as
demais.

10
21/26

Reboco – massa única

 Posicionar e chumbar as
cantoneiras metálicas para
acabamento dos cantos vivos em
argamassa (dispensável, por
economia, em conjuntos
habitacionais de interesse social).

22/26

Reboco – massa única

11
23/26

Reboco – massa única

 Executar as mestras entre as


taliscas verticais e aplicar a
argamassa de revestimento em
chapadas ou com desempenadeira
de madeira, espalhando-a até a
espessura necessária e
comprimindo-a fortemente com a
colher de pedreiro.

24/26

Reboco – Método executivo

Método executivo
 A aplicação da argamassa sobre a superfície deve ser feita por
projeção enérgica do material sobre a base, de forma manual ou
mecânica (argamassa projetada).
 No caso do revestimento ser do tipo massa única para o
recebimento de pintura, a aplicação da argamassa deve ocorrer
logo após a execução das mestras;
 já nos revestimentos do tipo emboço e reboco para pintura ou
emboço para cerâmica, isso não é imprescindível.
 É aconselhável que a aplicação da argamassa seja feita de
maneira seqüencial, em cada trecho delimitado pelas mestras.
 Depois de aplicada a argamassa, deve ser feita uma compressão
com a colher de pedreiro, eliminando os espaços vazios e alisando
a superfície.

12
25/26

Reboco – massa única

26/26

Reboco – método executivo

13
27/26

Reboco – método executivo

ACABAMENTO
 Após ser aplicada a argamassa e atingido o tempo de sarrafeamento,
segue a atividade do sarrafeamento, que consiste no aplainamento da
superfície revestida, utilizado uma régua de alumínio apoiada nos
referenciais de espessura, descrevendo um movimento de vaivém de
baixo para cima. Concluída essa etapa, as taliscas devem ser retiradas
e os espaços deixados por elas, preenchidos. Depois de um intervalo de
tempo adequado, é feito o desempeno e o camurçamento.
 O desempeno consiste na movimentação circular de uma ferramenta,
denominada desempenadeira, sobre a superfície do emboço ou da massa
única, imprimindo-se certa pressão. Essa operação pode exigir a
aspersão de água sobre a superfície.
 O camurçamento consiste na fricção da superfície do revestimento (massa
única ou reboco) com um pedaço de esponja ou com uma
desempenadeira com espuma, através de movimentos circulares. O
camurçamento proporciona uma textura mais lisa e regular para as
superfícies, sendo recomendado no caso do acabamento final
especificado do revestimento ser uma pintura com tintas minerais, com
látex acrílico sobre massa acrílica ou com textura acrílica em uma única
demão.

28/26

Reboco – método executivo

ACABAMENTO

14
29/26

Reboco - detalhes

 As juntas de trabalho (juntas de dilatação) têm de ser executadas


logo após o desempeno da superfície.
 Deve-se fazer a marcação das juntas com auxílio de nível de
mangueira e, em seguida, realizar o risco do revestimento com um
frisador.
 reforços com tela de aço zincada: a ser obrigatoriamente feitos nos
encontros da alvenaria com a estrutura (excluindo-se os casos de
alvenaria estrutural). Devem ser realizados no pavimento sobre
pilotis e nos dois ou três últimos andares do prédio, A tela tem de
ser chumbada no substrato (alvenaria e estrutura com pinos,
grampos etc. É recomendável o uso sob a tela, de fita de
polietileno com largura de 7,5 cm recobrindo o encontro da
alvenaria com a estrutura). Utilizar tela metálica onde o
revestimento tiver espessura superior a 3 cm.

30/26

Reboco - detalhes

 As juntas de trabalho (juntas de dilatação) têm de ser executadas


logo após o desempeno da superfície.
 Deve-se fazer a marcação das juntas com auxílio de nível de
mangueira e, em seguida, realizar o risco do revestimento com um
frisador.

15
31/26

Reboco - detalhes

 peitoris não-metálicos: devem ser assentados com caimento para


fora, de cerca de 7%, salientes no mínimo 2,5 cm da fachada e
embutidos na alvenaria cerca de 2,5 cm de cada lado. Podem ser
confeccionados com pedra natural (preferencialmente granito) ou
pré-moldados de concreto (nesse caso, deve ter um canal na face
inferior formando uma pingadeira);
 pingadeiras: são saliências de no mínimo 2 cm do plano da
fachada, com caimento para fora de cerca de 45°. para interromper
o corrimento da água pluvial sobre a fachada. Podem ser
confeccionadas com a própria argamassa, com peças cerâmicas
ou com pedra natural e só devem ser executadas depois de
concluído o revestimento. Precisam ter a face de baixo nivelada
com uma junta de trabalho horizontal.

32/26

Reboco - detalhes

Tela poliester

16
33/26

Reboco - detalhes

34/26

Reboco - inspeção Obra:


LOGO FVS - Ficha de Verificação de Serviço
Unidade 

Item de Tolerância
Método de verificação
inspeção
 Método de inspeção
Preparaçã Verificar visualmente se foram removidas as sujeiras, incrustações, pregos, etc. e se o chapisco foi
-
o da base executado
Fixação de
Verificar visualmente se as telas metálicas no encontro entre a alvenaria e a estrutura se encontram
tela Tela conforme projeto
afixadas, esticadas corretamente e com traspasse em conformidade com o projeto.
metálica

Estar entre os parâmetros


Espessura
da Tabela 1

Prumo das Após a execução das taliscas, verificar por meio de prumo de face e não pode exceder a tolerância ≤ H/900
taliscas normativa (verificada por meio de paquímetro) (H em metros)

Ondulações ≤3 mm em
relação a uma régua com
Verificar a planeza do revestimento interno em argamassa, após a eliminação dos grãos de areia soltos 2m
Planeza
na superfície com auxílio de réguas metálicas de 2m e de 20 cm de comprimento. Irregularidades abruptas ≤
2 mm em relação a uma
régua com 20 cm

Acabamen Sem fissuras e sem


Após o término do serviço, verificar o acabamento final do revestimento e execução das juntas.
to desagregação
Avaliar 1 m2, para cada 100 m2concluídos, através de impactos leves, não contundentes, com martelo
Não apresentar som cavo
de madeira ou outro instrumento rijo

Aderência Sempre que for julgado necessário, a cada 100 m2 ou menos da área suspeita. O revestimento desta
área deve ser aceito se de cada grupo de 12 ensaios realizados (com idade igual ou superior a 28 dias) Ra ≥ valores da tabela 2
pelo menos oito valores forem iguais ou superiores aos indicados na Tabela 2.

17
35/26

Reboco - inspeção

36/26

Reboco projetado

 A projeção mecanizada de argamassas permite a execução de


chapisco e a aplicação do emboço ou camada única, agilizando a
produção dos revestimentos verticais de argamassa de cimento,
permitindo a redução de mão- de-obra e de desperdícios, como
também uma maior uniformidade de características do produto
final, quando bem-utilizada.
 Cabe salientar que a otimização efetiva do processo só é
conseguida, se houver racionalização dos outros subsistemas do
edifício, principalmente as alvenarias e as estruturas de concreto.
Como exemplo disso, observa-se que se a projeção mecanizada
for feita em uma alvenaria sem prumo, a tendência é precisar-se
de várias camadas de argamassa para corrigir tal defeito,
diminuindo assim a produtividade do processo.

18
37/26

Reboco projetado

38/26

Reboco projetado

 MÉTODO EXECUTIVO – BOMBA HELICOIDAL


 Execução das mestras que servirão de guias para as etapas de
sarrafeamento;
 Projeção mecanizada da argamassa na base de revestimentos
(substituição ao processo de aplicação no sistema convencional);
 Logo após o procedimento de projeção mecanizada, o operário
executa uma espécie de sarrafeamento inicial, com uma régua
mais conhecida como régua H, com o objetivo principal de retirar o
excesso de material projetado na parede, como também de fazer
uma regularização inicial;
 Depois do procedimento descrito acima, o operário espera até que
a argamassa “puxe”, para então iniciar o processo de
sarrafeamento, de forma similar ao que é feito no sistema
convencional;
 Após o sarrafeamento, inicia-se a etapa de desempeno, realizada
primeiramente com uma desempenadeira de madeira, e depois
com outra desempenadeira metálica, dependendo do caso.

19
39/26

Reboco projetado - peculiaridades

 Processo é altamente dependente do bom funcionamento do equipamento


de projeção, bem como do suprimento contínuo da argamassa, quer seja
industrializada ou por silos.
 Deve-se tomar cuidado quanto à espessura do revestimento projetado
(que não deve superar 2 cm), sendo que para espessuras de revestimento
maiores que 2 cm, este deve ser executado em duas ou mais camadas de
no máximo 2 cm – até a etapa de sarrafeamento com a régua H –
comprometendo-se assim a produtividade do sistema;
 Nota-se claramente que há um retrabalho, ocasionado essencialmente do
processo: primeiramente, projeta-se uma quantidade maior que a
necessária para depois retirar o excesso com a régua H (como descrito
acima), o que caracteriza um desperdício e o decréscimo de
produtividade;
 Uma parede com muitos “recortes” devido a detalhes arquitetônicos,
também pode prejudicar a produtividade da projeção mecanizada;
 É mais recomendável a utilização do processo de projeção mecanizado
em obras de médio a grande porte.

40/26

Reboco projetado

 Vídeo

 Atividade – dupla

Obra:
LOGO FVS - Ficha de Verificação de Serviço
Área 
Item de inspeção Método de verificação Tolerância

20

Você também pode gostar