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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”


FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
UNESP -CAMPUS BOTUCATU
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

AULA - Informações Básicas aos Projetos de Irrigação

Prof. Dr. Rodrigo M. Sánchez Román (rodrigo.roman@unesp.br)

Botucatu - SP
2do. semestre
CONTEÚDO
INTRODUÇÃO

QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

TOPOGRAFIA

SOLOS

CLIMATOLOGIA

CULTURA – AGROTECNIA

EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA – BALANÇO HÍDRICO

INFRAESTRUTURA DISPONÍVEL

SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO – MAIS APROPRIADO

MANEJO DA IRRIGAÇÃO

VISÃO SISTÉMICA DA OPERAÇÃO AGRÍCOLA


INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
• Uma das interrogantes que todo agricultor (produtor agrícola) que
utiliza irrigação deve enfrentar é quando e quanto irrigar para assim
manter a rentabilidade da atividade

• A programação das irrigações é uma metodologia importantíssima na


engenharia agrícola. Para fazer isto é preciso determinar a freqüência
das irrigações e a lâmina que tem que ser aplicada.

• Essa programação tem que considerar a disponibilidade de água e as


necessidades da cultura, e ainda a infra-estrutura disponível, a filosofia
de manejo dos sistemas agrícolas (solos, cultura, irrigação, mecanização,
comercialização, meio ambiente etc.), custo do sistema, incidência de
pragas e doenças
10 PONTOS PARA TER SUCESSO NO
MANEJO DOS SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO:

1. TER UMA VISÃO CLARA DO QUE VOCÊ ESPERA DE SUA


PLANTAÇÃO;

2. CONHECER AS POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DO SEU


SISTEMA DE IRRIGAÇÃO;

3. CONHECER O SOLO ONDE VAI A TRABALHAR E AS


VARIABILIDADES INERENTES;

4. CONHECER ONDE ESTARÃO LOCALIZADAS AS RAÍZES DA


CULTURA;

5. CONHECER QUANTA ÁGUA AS PLANTAS PRECISAM PARA


ATINGIR A USA META PRODUTIVA E DESENVOLVER UM
PLANO (BALANÇO HÍDRICO) PARA GARANTIR ESSA
DEMANDA;
10 PONTOS PARA TER SUCESSO NO MANEJO DOS
10 PONTOSSISTEMAS
PARA TER SUCESSO
DE IRRIGAÇÃO:
NO MANEJO
DOS SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO:
6. CONHECER A QUALIDADE DA ÁGUA QUE SERÁ
UTILIZADA;

7. DESENVOLVER UM PLANO DE FERTIRRIGAÇÃO


ABRANGENTE;

8. CONHECER COMO OPERAR E MANTER O SISTEMA DE


IRRIGAÇÃO;

9. CONHECER COMO LAVAR E DESINFETAR O SISTEMA


DE IRRIGAÇÃO;

10. DAR TREINAMENTO À EQUIPE DE IRRIGAÇÃO.


QUANTIDADE E
QUALIDADE DA ÁGUA
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

1.1 PERGUNTAS A SEREM RESPONDIDAS:

1. TENHO A ÁGUA GARANTIDA? – > OUTORGA


2. QUANDO E QUANTA? É ISSO DO QUE PRECISO?
3. CUSTO DA ÁGUA NA FONTE & NA PROPRIEDADE
4. A QUALIDADE QUÍMICA ME GARANTE IRRIGAÇÃO SEM
PROVOCAR DANOS NO SOLO E NA CULTURA?
5. A QUALIDADE MICROBIOLÓGICA NÃO COLOCA EM RISCO A
MÃO DE OBRA OU O CONSUMIDOR FINAL?
6. TEM COMPONENTES ORGÂNICOS QUE POSSAM DIMINUIR O
CONSUMO DE ADUBO NA PROPRIEDADE?
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

Em que,
Qsist = vazão do sistema (L/s) (m3/h)
A = área do projeto (ha) (m2)
Pe = precipitação efetiva esperada (mm)
PI = período de irrigação (dias) – dias gastos para
completar uma irrigação (PI = TR - 1)
TDF = tempo de funcionamento por dia (h/dia) (h/dia)
Ec = eficiência de condução (decimal)
EA = eficiência de aplicação do menor quartil ou da
menor mediana (decimal)
TR = turno de rega (dias), intervalo entre duas
irrigações sucessivas, num mesmo local
ITN = irrigação total necessária (mm)
ETc = evapotranspiração da cultura (mm) (m/dia)
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

Exemplo 1:
Determinar a vazão necessária para irrigar 20 ha de milho com ITN máxima é de 5 mm/ dia
sem precipitação efetiva. A eficiência do sistema é de 75%. Para irrigar a cultura com o
sistema de irrigação existente são precisos 6 dias com jornada laboral de 10 horas por dia.

Esta seria a vazão da outorga que tem


que solicitar
Exemplo 2:
Você tem uma vazão outorgada de 25 L/s para irrigar 20 ha de milho com ITN máxima é
de 5 mm/ dia sem precipitação efetiva. A eficiência do sistema é de 75%. Para irrigar a
cultura com o sistema de irrigação existente são precisos 6 dias com jornada laboral de 10
horas por dia. Que área pode ser irrigada com essa vazão sem mudar os outros
parâmetros?
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

Exercício 1:
Determinar a vazão necessária para irrigar 80 ha de cana-de-açúcar com ITN
máxima é de 6 mm/ dia sem precipitação efetiva. A eficiência do sistema é de
85%. Para irrigar a cultura com o sistema de irrigação existente são precisos 4
dias com jornada laboral de 18 horas por dia.

Exercício 2:
Você tem uma vazão outorgada de 85 L/s para irrigar uma plantação de soja
com ITN máxima é de 4,5 mm/ dia sem precipitação efetiva. A eficiência do
sistema é de 70%. Para irrigar a cultura com o sistema de irrigação existente
são precisos 8 dias com jornada laboral de 12 horas por dia. (i) Qual área
pode ser irrigada com essa vazão sem mudar os outros parâmetros? (ii) O
produtor quer irrigar 70 ha, se você mudar a jornada laboral, quantas horas
tem que trabalhar por dia?
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

• A agricultura irrigada é dependente de um adequado fornecimento de água


de qualidade utilizável.
• Geralmente, a qualidade da água tem sido negligenciada devido a que
sempre existiu alta disponibilidade do recurso.
• Qualidade da água refere-se ás características intrínsecas dela para um certo
uso. Usos diferentes demanda qualidade de água diferente.

PROBLEMAS COM QUALIDADE DA ÁGUA

• A qualidade da água para irrigação tem grande variação em função da


quantidade de sais dissolvidas nela. Estas sais são levadas na água a
qualquer lugar que é utilizada.
• Os problemas de solos associados com a qualidade da água são:
contaminação por patógenos, salinidade, taxa de infiltração, etc.
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

SALINIDADE
Salinidade reduz a disponibilidade da água às plantas influindo na produção
agrícola.

TAXA DE INFILTRAÇÃO
Taxas altas de sódio ou baixas de cálcio no solo ou na água reduz a taxa de
infiltração da água no solo.

ÍONS TÓXICOS ESPECÍFICOS


Certos íons (sódio, cloro ou boro) no solo ou na água acumulados em certos
valores danificam ou reduzem a produção agrícola.

VARIOS
Excesso de nutrientes reduz produção ou qualidade; pode-se produzir corrosão
dos equipamentos aumentando a necessidade de manutenção o reparos.
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

COMO AVALIAR A QUALIDADE DA ÁGUA

Existem vários procedimentos para avaliar a qualidade e


dependem do interesse da análise.

Uma aproximação ao problema pode ser:


i. Tipo e concentração das sais que causam o problema
ii. Interação solo – planta - água e a causa da perda de
produção agrícola
iii. Severidade dos efeitos, em longo prazo, do uso dessa água
iv. Opções de manejo para prevenir, corrigir ou adiar o
problema.
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA
TABELA DE ORIENTAÇÃO PARA INTERPRETAR A QUALIDADE DA ÁGUA
PARA IRRIGAÇÃO
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA
PARÂMETROS NECESSÁRIOS PARA AVALIAR PROBLEMAS COM A
ÁGUA DE IRRIGAÇÃO
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA
RELAÇÃO DE ADSORÇÃO DE SODIO (RAS)
– SODIUM ADSORTION RATIO (SAR) –

Onde Na, Ca e Mg são


sódio, cálcio e magnésio
em meq/L (dados da
análise da água)
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

TOLERANCIA ÀS SAIS PELAS CULTURAS

PARA ESTA SEÇÃO DEVERÁ CONSULTAR: FAO 29: WATER QUALITY


FOR AGRICULTURE. AYERS, R. S. & WESTCOT, D. W. (1994)
1. QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DA ÁGUA (ECw) E DO ESTRATO DE SOLO


SATURADO (ECe)

Usualmente, a condutividade elétrica é suficiente para avaliar quantas sais


estão dissolvidas na amostra.
Para a amostragem da água tem que se coletar de um a dois litros de água
e ser coletadas em garrafas de vidro ou plástico, bem limpas, e enviadas
para análise logo após serem coletadas.

LR – lâmina requerida para lixiviação (mm)


CEi – condutividade elétrica da água de irrigação
(dS/cm a 25oC)
CEd – condutividade elétrica da água de drenagem
(dS/cm a 25oC)
L – lâmina total de irrigação (mm)
TOPOGRAFIA
2. TOPOGRAFIA

•Relevos planos (0 a 1%): é possível aplicar qualquer tipo de


irrigação.

•Relevo com declividade acentuada em uma o várias direções:


irrigação por aspersão ou gotejamento. Cuidados devem ser
tomados para não causar erosão. O pivô central pode ser
aplicado em declividades até 30%.

Pode ser feita sistematização do solo. As máquinas fazem


cortes e jogam o aterro em outros locais previamente
planejados.
SOLOS
3. SOLOS

Existem alguns fatores que limitam ou alteram o desenvolvimento normal


das raízes. Os principais fatores são: camadas de solo compactadas ou pé
de arado; camadas de solo muito argilosas ou muito arenosas; camadas
de pedras e águas subterrâneas

Como uma generalização aproximada considera-se que a água retirada pelas


raízes é extraída assim: 40% no primeiro quarto das raízes, 30% no segundo
quarto, 20% no terceiro quarto e 10% no último quarto.
3. SOLOS

As partículas do solo, tanto minerais quanto orgânicas, permanecem


aglutinadas de forma a existir espaços abertos (poros) entre si, os quais
podem ser ocupados tanto por água quanto por ar.
A porosidade total dos solos argilosos é maior do que a de solos
arenosos. Isso ocorre porque como a argila é mais fina (colóides) do que
a areia, solos argilosos têm um número maior de pequenos poros em
comparação com areias que são partículas com dimensões maiores e,
portanto, criam buracos maiores, porém menos numerosos.
Em função desses maiores poros, o movimento da água livre é maior na
areia do que argila. No entanto, a retenção de água é maior em solos
argilosos do que em solos arenosos.
3. SOLOS
Por terem partículas muito finas, as argilas apresentam algumas
propriedades físico-químicas particulares, tais como: capacidade de
absorver água e inchar. A água é atraída pelas partículas do solo, e
esta atração é conhecida como força matricial.

A relação entre a
umidade do solo e o
potencial de energia com
que a água é mantida é
chamada de curva de
retenção da umidade.
3. SOLOS

As curvas de retenção são determinadas em laboratórios de solo ou


de irrigação, que tem a disposição a panela de Richards.
3. SOLOS

Segundo a capacidade de infiltração da água no solo, os métodos


recomendados são:

• MAIOR O IGUAL A 25 mm/h: Aspersão, gotejamento ou micro-


aspersão.

• ENTRE 12,5 & 25 mm/h: qualquer tipo de irrigação. Restrições para


valores próximos a 12,5 mm/h para aspersão e acima de 20 mm/h
para inundação.

• MENOR O IGUAL A 12,5 mm/h: irrigação por superfície (inundação


e sulcos) são recomendados, pois estes solos ‘gastam’ pouca água.
Aspersão e gotejamento também podem ser usados.
3. SOLOS

A umidade do solo expressa a quantidade de água presente na amostra


e é definida como a razão entre a massa de água e a massa de solo
seco, sendo expressa em percentagem em base de peso seco ou
gravimétrico (θ% bps –umidade em peso - Up). Assim:

A umidade gravimétrica de uma amostra de solo úmido é determinada


pela diferença entre a massa de solo úmido da amostra de solo e a
massa de solo seco da mesma amostra que foi seca em forno a 105°C
por 24 horas.
3. SOLOS

A umidade do solo pode ser expressa, também, como a razão entre o volume de água
e o volume do solo, denominado umidade em volume (Uv).

A vantagem de se trabalhar com a umidade em volume é que o valor obtido


corresponde á lâmina de água retida por camada de solo.
Por exemplo: se a Uv é de 0,2 = 20%, então em cada camada de solo de espessura L
existem 0,2L de água, ou seja, em cada centímetro de solo existem 2,0 mm de água.
3. SOLOS

Massa específica do solo (ρs -> densidade aparente: da) é a relação entre
a massa e o volume de uma amostra de solo seco:

A razão entre massa de solo seco e o volume das partículas sólidas é


denominada massa específica das partículas sólidas do solo (ρps):
3. SOLOS

Porosidade (P): a razão entre o volume de poros, que na realidade corresponde


ao volume de solução mais o volume de gases e o volume do solo.

Um outra forma de expressá-la:

(ds-densidade aparente; dps-densidade real do solo)

Dividindo a umidade em volume pela densidade aparente do solo, obtém-se a


umidade em peso:
3. SOLOS
• Determinação da umidade do solo: umidade do solo influencia o volume de água
armazenada nele, bem como a resistência e a compactação.
• Existem vários métodos para determiná-la:
✓Gravimétricos
✓Eletrométricos: resistência elétrica entre dois pontos
✓Tensiometros: tensão da água no solo
✓Sonda de nêutrons
✓TDR (reflectometria com domínio do tempo)

Disposição das sondas TDR


instaladas numa trincheira

Sonda de nêutrons: correlação


estreita entre a quantidade de
nêutrons e a quantidade de
Tensiometros hidrogênio no solo
Célula de Bouyoucos
3. SOLOS

GRAVIMÉTRICOS –> MÉTODO-PADRÃO DE ESTUFA

PROCEDIMENTO: Coletar a amostra; Amostra de solo úmida = M1; Estufa a 105 -110oC, após
24 h -> solo seco = M2; Peso do recipiente = M3
(Desvantagens: 24 horas após; balança, estufa)
A percentagem de umidade em peso será:

Para a determinação direta da umidade em volume é necessário saber qual o volume da


amostra que foi retirada do solo, ou pode-se determiná-la indiretamente com a densidade
aparente do solo (da).
3. SOLOS

Método das pesagens: é um método direto com uma precisão relativamente boa.

PROCEDIMENTO: Colocar 100 g de terra seca a 105-100 oC, proveniente da gleba de


interesse, em um balão de 500 mL; Completar o volume com água e pesar para obter o peso-
padrão M; Anotar o valor do peso-padrão M; Em qualquer época, retirar amostra de solo,
colocar 100 g da amostra no balão e completar o volume com água e pesar, obtendo-se o
peso M’

dps – densidade real do solo (~2,65 g/cc).

Para expressar o resultado em percentagem de umidade em base seca (em peso):


3. SOLOS

Exemplo: Peso-padrão M = 971,0 g com densidade do solo (dps) = 2,65 g/cc. Foi pesada
uma amostra com peso M’ = 960 g retirada de uma camada de 10 cm.
Qual é a umidade em base úmida e base seca;

17,8%(10 cm) = 0,178(100 mm) = 17,8 mm de água/10 cm de solo

A percentagem de umidade em base seca:


3. SOLOS
DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO

A frequência de irrigação requerida para uma cultura, sob determinado clima,


depende grandemente da quantidade de água que pode ser ‘armazenada’ no
solo, após uma irrigação.
Capacidade de campo:
PMP 1/10 atm para textura grossa
1/3 atm para textura fina
Potencial da Agua no solo

Ponto de murcha:
15 atm para qualquer solo

Água disponível

CC

PMP CC SAT
Unidade volumétrica (Ø)
3. SOLOS
3. SOLOS
DISPONIBILIDADE TOTAL DE ÁGUA NO SOLO (DTA)

DTA – Disponibilidade Total de Água no solo (mm/cm)


CC – Capacidade de Campo (%)
PMP – Ponto de Murcha (%)
da – Densidade aparente do solo (g/cm3)
3. SOLOS
DISPONIBILIDADE REAL DE ÁGUA NO SOLO (DRA)

f – fração de disponibilidade (depende


da cultura). Esta é uma decisão de
manejo da irrigação.
f Cultura DRA – Disponibilidade real de água no
solo (mm/cm)
0,2 – 0,8 Verduras e legumes
0,3 – 0,7 Frutas e forrageiras
0,4 – 0,8 Grãos e algodão

CAPACIDADE TOTAL DE ÁGUA NO SOLO (CTA)


z – profundidade efetiva do sistema
radicular (cm)
CTA – Capacidade total de água no
solo (mm)
3. SOLOS

CAPACIDADE REAL DE ÁGUA NO SOLO (CRA)

f – fração de disponibilidade (depende


da cultura)

z – profundidade efetiva do sistema


radicular (cm)

CTA – Capacidade total de água no solo


(mm)

DRA – Disponibilidade real de água no


solo (mm/cm)

CRA – Capacidade real de água no solo


(mm)
3. SOLOS

IRRIGAÇÃO REAL NECESSÁRIA (IRN)

É a quantidade real de água necessária à aplicação por irrigação.

a) Com irrigação total:

IRN ≤ CRA (mm ou m3/ha)

b) Com irrigação suplementar:

IRN ≤ CRA – Pe (mm ou m3/ha)


onde Pe é a precipitação efetiva (mm ou m3/ha)
3. SOLOS

IRRIGAÇÃO TOTAL NECESSÁRIA (ITN)

Ea – eficiência de aplicação da irrigação (decimal)


3. SOLOS

Exemplo:
Determinar a lâmina de irrigação que é necessário aplicar sabendo que:
•Características do solo
Capacidade de campo = 32% (% em peso)
Ponto de murcha = 18% (% em peso)
Densidade aparente = 1,2 g/cm3
•Cultura milho, com profundidade das raízes efetiva de 0,50 m e fator de
disponibilidade de 50%.
•Eficiência de aplicação do sistema de irrigação = 60%

✓PROCEDIMENTO A SEGUIR:
1. Determinar a disponibilidade total de água no solo (DTA)
2. Determinar a disponibilidade real de água no solo (DRA)
3. Determinar a capacidade real de água no solo (CRA)
4. Definir a irrigação real necessária (IRN)
5. Determinar a irrigação total necessária (ITN)
3. SOLOS

ØPROCEDIMENTO A SEGUIR:
1. Determinar a disponibilidade total de água no solo (DTA)

2. Determinar a disponibilidade real de água no solo (DRA)

3. Determinar a capacidade real de água no solo (CRA)


4. Definir a irrigação real necessária (IRN)
5. Determinar a irrigação total necessária (ITN)
3. SOLOS

ØPROCEDIMENTO A SEGUIR:
1. Determinar a disponibilidade total de água no solo (DTA)
2. Determinar a disponibilidade real de água no solo (DRA)
3. Determinar a capacidade real de água no solo (CRA)

4. Definir a irrigação real necessária (IRN)

5. Determinar a irrigação total necessária (ITN)


3. SOLOS
ØPROCEDIMENTO A SEGUIR:
1. Determinar a disponibilidade total de água no solo (DTA)
2. Determinar a disponibilidade real de água no solo (DRA)
3. Determinar a capacidade real de água no solo (CRA)
4. Definir a irrigação real necessária (IRN)
5. Determinar a irrigação total necessária (ITN)

Se acontecer uma precipitação efetiva de 14 mm, então a


ITN terá que ser re-calculada assim:

ITN = 70 – 14 = 56 mm
3. SOLOS

Na prática profissional cotidiana o que vocês


farão será:

Assim saberão quanta água tem que ser aplicada numa


‘certa’ irrigação
Lembrado que a retenção de
água pelo solo é estimada
pelas equações:

IRN = CRA !!!


A VERDADE QUE NÓS
QUEREMOS QUE SEJA
IRN ≤ CRA
3. SOLOS

Exercício # 1:
Determinar a lâmina de irrigação que é necessário aplicar sabendo que:
•Características do solo
‣Capacidade de campo = 50% (% em peso)
‣Ponto de murcha = 32% (% em peso)
‣Densidade aparente = 1,35 g/cm3
•Cultura feijão, com profundidade das raízes efetiva de 0,30 m e fator de
disponibilidade de 50%.
•Eficiência de aplicação do sistema de irrigação = 70%

✓PROCEDIMENTO A SEGUIR:
1. Determinar a disponibilidade total de água no solo (DTA)
2. Determinar a disponibilidade real de água no solo (DRA)
3. Determinar a capacidade real de água no solo (CTA)
4. Definir a irrigação real necessária (IRN)
5. Determinar a irrigação total necessária (ITN)
3. SOLOS

Exercício # 1:
Determinar a lâmina de irrigação que é necessário aplicar sabendo que:
•Características do solo
‣Capacidade de campo = 50% (% em peso)
‣Ponto de murcha = 32% (% em peso)
‣Densidade aparente = 1,35 g/cm3
•Cultura feijão, com profundidade das raízes efetiva de 0,30 m e fator de
disponibilidade de 50%.
•Eficiência de aplicação do sistema de irrigação = 70%
CLIMATOLOGIA
Evapotranspiração
Transpiração

+
Evaporação
4. CLIMATOLOGIA

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Qualquer planejamento e operação de um projeto de irrigação em
que se vise à máxima produção e à boa qualidade do produto,
usando de maneira eficiente a água, requer conhecimentos das inter-
relações entre solo – água – planta - atmosfera e manejo da
irrigação.

Infelizmente, as práticas irrigatórias em uso são, em geral, baseadas


em costumes herdados ou conveniência particular, em vez de corretas
análises para as condições presentes.
4. CLIMATOLOGIA

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

De modo geral, ao iniciar um projeto de irrigação deve-se ter em mente:

1. Aumentar a produção

2. Economizar trabalho

3. Economizar energia

4. Minimizar a deteriorização da estrutura do solo e a perda de nutrientes

5. Preservar o meio ambiente

6. Etc.
4. CLIMATOLOGIA

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A determinação da quantidade de água necessária para a irrigação é um
dos principais parâmetros para o correto planejamento, dimensionamento e
manejo de qualquer sistema de irrigação.

A água necessária é a quantidade de água requerida pela cultura, em


determinado período de tempo, de modo a não limitar seu crescimento e
sua produção, nas condições climáticas locais.

A evapotranspiração constitui a maior e mais importante parte da água


necessária.
4. CLIMATOLOGIA

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A irrigação total necessária (ITN) é a quantidade de água a ser suprida pela


irrigação, de modo a completar as precipitações efetivas, no atendimento à
quantidade de água necessária à cultura.

Para o dimensionamento do sistema de irrigação, a ITN deve ser determinada


para o período de máxima demanda de irrigação da cultura.
4. CLIMATOLOGIA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A quantidade total de irrigação necessária (ITN) para determinado período


pode ser estimada pela equação de balanço de água simplificada:

ITN: lâmina total de irrigação necessária; ΣET: somatório da


evapotranspiração; Pe: precipitação efetiva; Ws: água proveniente do
lençol freático; ΔS: variação do teor de umidade do solo; Ea: eficiência de
aplicação da irrigação
4. CLIMATOLOGIA
4.1 ELEMENTOS CLIMATOLÓGICOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DA
EVAPOTRANSPIRAÇÃO

As características do clima
que afetam a quantidade de
água demandada pela
atmosfera e que por tanto
criam condições para definir
os requerimentos hídricos das
plantas são: radiação,
temperatura, umidade do ar,
vento e precipitação
4. CLIMATOLOGIA
4.1 ELEMENTOS CLIMATOLÓGICOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DA
EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Existem métodos diretos e indiretos para a determinação da


evapotranspiração. Os métodos indiretos são aqueles que não dão
diretamente a evapotranspiração. Para isso é preciso ter um fator que
multiplicara o valor medido e proporcionará o valor da ET.

Onde K é o coeficiente do evaporímetro, ETo é a evapotranspiração


potencial de referência, ET é a evaporação medida no evaporímetro.
Estes métodos indiretos serão divididos em dois grandes grupos: a)
evaporímetros e b) equações.
4. CLIMATOLOGIA
★ Normalmente os dois
processos (evaporação
e transpiração) ocorrem
juntos.
★ Em áreas relativamente
grandes é difícil saber
cada parcela em
separado.
★ O fluxo total de calor
latente para a
atmosfera é a
evapotranspiração.
4. CLIMATOLOGIA
Transpiração (T): A transpiração é um processo biofísico pelo qual a
água que passou pela planta, fazendo parte de seu metabolismo, é
transferida para a atmosfera.
4. CLIMATOLOGIA

Evapotranspiração (ET):
Processo simultâneo de
transferência de uma
quantidade de água para a
atmosfera através da
evaporação (E) e da
transpiração (T) por uma
superfície (como vegetal),
durante determinado período.
4. CLIMATOLOGIA

Evapotranspiração Potencial de Referência (ETo) segundo a FAO 56:


“Evapotranspiração de uma cultura hipotética que cobre todo o solo, em
crescimento ativo, sem restrição hídrica nem nutricional (ótimas condições de
desenvolvimento), com altura média de 0,12 m, albedo de 0,23 e resistência
da superfície de 70 s m-1 “. Utiliza-se a equação de Penman-Monteith como
padrão.
Evapotranspiração Potencial da Cultura (ETpc): é a evapotranspiração de
determinada cultura quando há ótimas condições de umidade e nutrientes no
solo, de modo a permitir a produção potencial desta cultura no campo.
A relação entre ETpc e a ETo pode ser expressa pela seguinte equação:
ETpc = Kc x ETo
4. CLIMATOLOGIA

Evapotranspiração da Cultura (ETc)


A quantidade de água evapotranspirada por uma determinada cultura, sob as
condições normais de cultivo, isto é, sem a obrigatoriedade do teor de
umidade permanecer sempre próximo à capacidade de campo, o que leva a
concluir que a ETc é menor ou, no máximo, igual à ETpc (ETc ≤ ETpc).
A relação entre as duas é :
ETc = Ks x ETpc

Ks – coeficiente que depende da umidade do solo; LAA – lâmina atual de água


no solo (mm); CTA – capacidade total de água no solo (mm); ln - loge:
4. CLIMATOLOGIA
4.2 DETERMINAÇÃO DA ETo – Classificação

✦ Lisímetro

Métodos para Diretos ✦ Parcelas experimentais


determinar a
✦ Controle da umidade do solo
ETo

Indiretos ✦ Evaporímetros

✦ Equações
4. CLIMATOLOGIA
4.2 DETERMINAÇÃO DA ETo – Métodos diretos

LISÍMETROS – São tanques enterrados no solo, dentro dos quais se


mede a evapotranspiração. É o método mais preciso para a
determinação direta da ETo, desde que instalados corretamente.

Pontos básicos para sua instalação:


• Área mínima de 2 m2
• Volume mínimo de terra de 2 m3
• Solo no lisímetro deve aproximar-se às
condições externas
• Vegetação no lisímetro: mesma espécie,
altura e densidade da vegetação externa,
nunca em área sem vegetação
• Instalado em área plana, com condições
homogêneas em 2 ha (no mínimo) Lisímetro de passagem de 4 m de
diâmetro com uma árvore de citrus
4. CLIMATOLOGIA
4.2 DETERMINAÇÃO DA ETo – Métodos diretos

LISÍMETROS – quanto a sua instalação podem ser Não-pesáveis


(de drenagem ou de percolação) e Pesáveis (pesagem mecânica,
flutuante, hidráulico)

Equação fundamental dos lisímetros:

ETo – evapotranspiração potencial de referência (mm); I – irrigação; P – precipitação; D


– drenagem; S – área do tanque

PARCELAS EXPERIMENTAIS - para determinar a ET total, durante todo o ciclo da cultura,


nunca para valores semanais ou diários. Omite a água percolada e não pode ser
determinado o período crítico da cultura.

CONTROLE DA UMIDADE DE SOLO - controla-se a umidade do solo por amostragem e


camadas de solo, útil para determinar ETo , ETpc , ETc
4. CLIMATOLOGIA
4.2 DETERMINAÇÃO DA ETo – Métodos indiretos

Evaporímetros: são equipamentos usados para medir a


evaporação da água.

Existem dois tipos:


a) com a superfície da água livremente exposta
(tanques de evaporação), e
b) a evaporação se dá através de uma superfície
porosa (atmômetros).
4. CLIMATOLOGIA
4.2 DETERMINAÇÃO DA ETo – Métodos indiretos

a) Tanques de evaporação: Tanque USWB Classe A

• Este evaporímetro tem 121cm de


diâmetro e 25,5cm de
profundidade.
• Pode ser construído em aço
inoxidável o galvanizado, com
chapa No. 22. É colocado num
estrado de madeira de 15cm de
altura e cheio de água até 5 cm
da borda superior.
• Num poço tranqüilizador com um
tripé sobre parafuso são
realizadas as medições cada dia.
a) Tanques de
evaporação:
Tanque USWB
Classe A

A evapotranspiração
potencial de referencia
é calculada assim:
ETo = EV * Kt
4. CLIMATOLOGIA
• 4.2 DETERMINAÇÃO DA ETo – Métodos indiretos
b) Atmômetros: são evaporímetros nos quais a evaporação de água se dá
através de uma superfície porosa.

i) Evaporímetro de Piche: Um tubo de 22,5


cm de comprimento e 1,1 cm de diâmetro
interno, graduado em décimo de
milímetro, com uma extremidade fechada
ii) Evaporímetro de Livingston: consiste numa
esfera oca de porcelana porosa de 5cm de
diâmetro, com parede de 3mm de
espessura
iii) Evaporímetro Bellani: consiste em um disco
de porcelana porosa, em geral preto, de
8,5cm de diâmetro, conectado à boca de
um funil
4. CLIMATOLOGIA
• 4.2 DETERMINAÇÃO DA ETo – Métodos indiretos
b) Atmômetros: são evaporímetros nos quais a evaporação de água se dá
através de uma superfície porosa.

i) Evaporímetro de Piche: Um tubo de 22,5


cm de comprimento e 1,1 cm de diâmetro
interno, graduado em décimo de milímetro,
com uma extremidade fechada
ii) Evaporímetro de Livingston: consiste numa
esfera oca de porcelana porosa de 5cm de
diâmetro, com parede de 3mm de
espessura
iii) Evaporímetro Bellani: consiste em um disco
de porcelana porosa, em geral preto, de
8,5cm de diâmetro, conectado à boca de
um funil
4. CLIMATOLOGIA
• 4.2 DETERMINAÇÃO DA ETo – Métodos indiretos
b) Atmômetros: são evaporímetros nos quais a evaporação de água se dá
através de uma superfície porosa.

i) Evaporímetro de Piche: Um tubo de 22,5


cm de comprimento e 1,1 cm de diâmetro
interno, graduado em décimo de milímetro,
com uma extremidade fechada
ii) Evaporímetro de Livingston: consiste numa
esfera oca de porcelana porosa de 5cm de
diâmetro, com parede de 3mm de
espessura
iii) Evaporímetro Bellani: consiste em um
disco de porcelana porosa, em geral preto,
de 8,5cm de diâmetro, conectado à boca
de um funil
4. CLIMATOLOGIA
4.3 DETERMINAÇÃO DA ETo – Métodos indiretos - Equações

Existem várias equações baseadas em dados meteorológicos, para o cálculo


da ET.
A maioria delas é de difícil aplicação: i) complexidade do cálculo, ii) por
exigir grande número de elementos meteorológicos.
As equações mais divulgadas:

i) Método de Blaney-Criddle
ii) Método de Hargreaves
iii) Método de Penman-Monteith
4. CLIMATOLOGIA
4.3 Equações para a determinação da evapotranspiração

Método de Blaney-Criddle: desenvolvido para valores mensais,


considerando a percentagem mensal das horas anuais de luz solar

Em que, ETo é a evapotranspiração potencial de referência (mm/mês);


c é o coeficiente regional de ajuste da equação; T é a temperatura
média mensal (oC); P é a percentagem mensal das horas anuais de
luz solar
ETo = 1,06[(0,457(20o)+8,13)*8,59]=157,25mm/mês=5,07mm/dia

ETo = 0,72[(0,457(20o)+8,13)*8,59]=106,81mm/mês=3,45mm/dia
4. CLIMATOLOGIA
4.3 Equações para a determinação da
evapotranspiração

Método de Hargreaves: aplicou análise de regressão de dados diários em


Davis - California.

Em que, ETo é a evapotranspiração potencial de referência (mm/dia);


Tmed, Tmax e Tmin são a temperatura média, máxima e mínima diária
(oC) respectivamente; Ra é a radiação no topo da atmosfera (MJ m-2 dia-
1).
4. CLIMATOLOGIA
4.3 Equações para a determinação da
evapotranspiração
Método de Penman-Monteith: é o método padrão para determinação da ETo
promovido pela FAO.

Em que, ETo é a evapotranspiração potencial de referência (mm/dia); Rn saldo


de radiação à superfície (MJ m-2 dia-1); G é fluxo de calor no solo (MJ m-2 dia-
1); T é temperatura do ar a 2 m de altura (oC); U2 é a velocidade do vento à

altura de 2m (m/s); es é a pressão de saturação de vapor (kPa); ea é pressão


de vapor atual do ar (kPa); (es-ea) é o déficit de pressão de vapor (kPa); Δ é
a declividade da curva de pressão de vapor de saturação (kPa/oC); γ e
constante psicrométrica (kPa/oC).
4. CLIMATOLOGIA
4.4 Precipitação

Do total de precipitação que incide em uma área, uma parte é


retida pela cobertura vegetal, outra parte escoa sobre a
superfície do solo e o restante infiltra no solo. Da quantidade que
infiltra no solo, uma parte e retida na zona radicular e a outra
percola para as camadas mais profundas.
A distribuição da precipitação entre estas quatro partes depende,
principalmente, do total precipitado, da intensidade e da
freqüência da precipitação, da cobertura vegetal, da topografia
local, do tipo de solo e do teor de umidade no solo antes da
chuva.
4. CLIMATOLOGIA
4.4 Precipitação

Quanto à irrigação, interessa, principalmente, a parte da precipitação


que será utilizada pela cultura (precipitação efetiva), a freqüência e a
magnitude de precipitação que se podem esperar na área do projeto
(precipitação provável) e a quantidade de água que abastecerá os rios
e represas.
Precipitação efetiva (Pe) – em irrigação é a parcela da precipitação que
é utilizada pela cultura para atender sua demanda
evapotranspirométrica; ou seja, é a precipitação total menos a parte
que escoa e a parte que percola abaixo do sistema radicular.
4. CLIMATOLOGIA
4.4 Precipitação

Normalmente, no cálculo da demanda máxima de irrigação para


fins de dimensionamento de projeto, não se considera a
precipitação efetiva; mas, para as condições do Brasil a fim de
compensar a não-inclusão da precipitação efetiva no cálculo da
demanda máxima de irrigação, podem-se dimensionar os
projetos baseados em 100% da ETpc para a região do
Nordeste e em 80 a 90% da ETpc para as outras regiões do
País, ou considerar a precipitação efetiva.
4. CLIMATOLOGIA
4.4 Precipitação

Existem vários métodos para determinar a Pref:


1. Método do Balanço de Umidade no Solo
2. Método do Lisímetro
3. Método de USBR
4. Método do SCS

Método do SCS – estima com a precipitação média mensal


regional e a ETpc
4. CLIMATOLOGIA
4.4 Precipitação Efetiva estimada pelo Método SCS
Precipitação efetiva mensal (Pe), em função da média mensal da precipitação e da
evapotranspiração potencial da cultura (ETpc), em mm, quando a capacidade total
da água do solo (CTA) for 75 mm, segundo USDA-SCS

ETpc PRECIPITAÇÃO MÉDIA MENSAL (mm)


MÉDIA
MENSAL
(mm) 12,5 25 37,5 50 62,5 75 87,5 100 112,5 125 137,5 150 162,5 175 187,5 200
25 8 16 24
50 8 17 25 32 39 46
75 9 18 27 34 41 48 56 62 69
100 9 19 28 35 43 52 59 66 73 80 87 94 100
125 10 20 30 37 46 54 62 70 76 85 92 98 107 116 120
150 10 21 31 39 49 57 66 74 81 89 97 104 112 119 127 133
175 11 23 32 42 52 61 69 78 86 95 103 111 118 126 134 141
200 11 24 33 44 54 64 73 82 91 100 109 117 125 134 142 150
225 12 25 35 47 57 68 78 87 96 106 115 124 132 141 150 159
250 12 25 37 50 61 72 84 92 102 112 121 132 140 150 158 167
4. CLIMATOLOGIA
4.4 Precipitação Efetiva estimada pelo Método SCS

Fator de correção quando a capacidade total da água do solo


(CTA) for diferente de 75 mm, segundo USDA-SCS
CTA (mm) FATOR CTA (mm) FATOR CTA (mm) FATOR

10.00 0.620 31.25 0.818 70.00 0.990

12.50 0.650 32.50 0.826 75.00 1.000

15.00 0.676 35.00 0.842 80.00 1.004

17.50 0.703 37.50 0.860 85.00 1.008

18.75 0.720 40.00 0.876 90.00 1.012

20.00 0.728 45.00 0.905 95.00 1.016

22.50 0.749 50.00 0.930 100.00 1.020

25.00 0.770 55.00 0.947 125.00 1.040

27.50 0.790 60.00 0.963 150.00 1.060

30.00 0.808 65.00 0.977 175.00 1.070


4. CLIMATOLOGIA
4.4 Precipitação Efetiva estimada pelo Método SCS

Exemplo:
Calcular a precipitação efetiva média mensal na região com as condições:
Mês – novembro ETpc em novembro = 150 mm
Precipitação média mensal = 125 mm
Capacidade total do solo = 50 mm

Pref = 89 x 0,93 = 83 mm
4. CLIMATOLOGIA
4.4 Precipitação Efetiva estimada pelo Método SCS
Exemplo:
Calcular a precipitação efetiva média mensal na região com as condições:
Mês – julho ETpc em julho = 175 mm
Precipitação média mensal = 50 mm
Capacidade total do solo = 75 mm (usar a tabela sem correção)

Pref = 42mm
4. CLIMATOLOGIA
4.4 Precipitação Efetiva estimada pelo Método SCS
Exemplo para resolver pelos alunos na sala de aula:
Calcular a precipitação efetiva média mensal na região com as condições:
Mês – maio ETpc em maio = 125 mm
Precipitação média mensal = 75 mm
Capacidade total do solo = 40 mm

Pref = 54 x 0,876 = 47,3 mm ≈ 47 mm


4. CLIMATOLOGIA
4.5 Cálculo da Evaporação e Precipitação da
probabilidade ‘p’ – Análise de Frequência
Distribuição de Frequência acumulada
✓ Método Califórnia:

✓ Método de Kimball:

Onde: m = número de ordem do evento;


n = n° de dados.
4. CLIMATOLOGIA
4.5 Cálculo da Evaporação e Precipitação da
probabilidade ‘p’ – Análise de Frequência
4. CLIMATOLOGIA
4.5 Cálculo da Evaporação e Precipitação da
probabilidade ‘p’ – Análise de Frequência
4. CLIMATOLOGIA
4.5 Cálculo da Evaporação e Precipitação da
probabilidade ‘p’ – Análise de Frequência
4. CLIMATOLOGIA
4.5 Cálculo da Evaporação e Precipitação da
probabilidade ‘p’ – Análise de Frequência
4. CLIMATOLOGIA
4.5 Cálculo da Evaporação e Precipitação da
probabilidade ‘p’ – Análise de Frequência
Exercício em aula:
Determinar a evaporação do 20% da serie apresentada a seguir:
CULTURA -
AGROTECNIA
5. CULTURA - AGROTECNIA

O adequado manejo agronômico que contemple práticas de


irrigação, adubação, controle da salinidade, manejo fito-
sanitário etc. vai ser fundamental para o melhor
desenvolvimento da cultura.

O processo de definição e planificação das irrigações a ser


realizadas durante o ciclo agrícola, deverão estar em
consonância com as outras atividades (cultivo, controle de
doenças, adubação, colheita etc.).
5. CULTURA - AGROTECNIA

Isso representa uma grande vantagem no manejo da cultura, se


estabelece antes de iniciar ainda a preparação de solos, um
plano diretor das atividades que precisam ser realizadas.
Em geral uma cultura crescendo viçosa apresenta maiores taxas
de evapotranspiração, o que se traduz em melhores resultados
produtivos.
Sendo assim, a folhagem é o elemento que retorna à atmosfera
mais de 90% da água que a planta absorve através da
transpiração e da respiração das folhas.
5. CULTURA - AGROTECNIA

Na fase de maior desenvolvimento da


cultura, as plantas necessitam de maior
quantidade de água.
A água necessária corresponde à água
evaporada a partir do solo e à água que
as plantas transpiram, a este conjunto
denomina-se de evapotranspiração.

No manejo da irrigação, existe um outro elemento a considerar, no balanço


geral da água a ser fornecida à cultura: as perdas (ineficiências) de água
por inadequada distribuição espacial (horizontal e vertical). Essa
consideração (eficiências de uniformidade e de distribuição) permitira definir
a lâmina bruta de irrigação.
EVAPOTRANSPIRAÇÃO –
BALANÇO HÍDRICO
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.1 EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL DE REFERENCIA

Penman, em 1956, definiu a evapotranspiração potencial de


referencia (ETo) como “a quantidade de água transpirada por
uma cultura curta verde que cobre completamente a superfície
do solo, de altura uniforme e que não sofreu falta de água por
unidade de tempo”.

Em 1990 foi proposto um novo conceito onde a cultura tem que


ter altura igual a 0,12 m, albedo de 0,23 e resistência da
superfície igual a 70 s m-1. O método de Penman-Monteith foi
o método determinado como padrão pela FAO.
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.2 EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL DA CULTURA

•A evapotranspiração real (ETreal) determina a quantidade de


água consumida pela cultura entre duas irrigações consecutivas, e
define-se como a soma da transpiração realizada pela planta e a
evaporação da água acontecida desde a superfície do solo
•A ETreal depende de muitos fatores, os quais se associam ao
clima, o solo, as características da cultura e ao manejo agronômico
DETERMINADO POR
METODOS INDIRETOS
•A evapotranspiração da cultura (ETc) pode ser determinada a
partir da evapotranspiração potencial de referencia (ETo) segundo
DEMANDA A SUPRIR
a expressão TABELAS
Cálculo da ETc

Kp * Evap.Classe A

ETo

Kc * ETc
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.3 COEFICIENTE DA CULTURA

Fonte: Demanda de Água pelas Culturas. Doorembos e Pruitt; 1976.


6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.3 OUTROS FATORES QUE AFETAM A ETc

Sistema radicular, área foliar e manejo agronômico


O adequado manejo agronômico
que contemple práticas de
irrigação, adubação, controle da
salinidade, manejo fito-sanitário,
etc., vai ser fundamental para o
melhor desenvolvimento da
cultura.
Em geral uma cultura crescendo
viçosa apresenta maiores taxas de
evapotranspiração, o que se traduz
em melhores resultados
produtivos.
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO

DETERMINAÇÃO DA ETc

• A DETERMINAÇÃO DA ETc É FATOR DE CAPITAL IMPORTÂNCIA PARA SE PODER


CALCULAR A QUANTIDADE DE IRRIGAÇÃO NECESSÁRIA (ITN) NO PERÍODO DE
MÁXIMA DEMANDA DE IRRIGAÇÃO.
• A ITN É FUNDAMENTAL PARA O DIMENSIONAMENTO DE QUALQUER SISTEMA
DE IRRIGAÇÃO
• PARA O CALCULO DA ITN, NO PERIODO DE MÁXIMA DEMANDA, EM NOSSAS
CONDIÇÕES, DEVEM-SE USAR PERÍODOS COM COMPRIMENTO DE 5, 10 OU 15
DIAS, EVITANDO OS PERÍODOS MUITO CURTOS E OS MUITO LONGOS, COMO
PERÍODOS DIÁRIOS OU MENSAIS.
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO

DETERMINAÇÃO DA ETc

• POR DEFINIÇÃO, A ETc É A EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE DETERMINADA CULTURA, SOB


AS CONDIÇÕES NORMAIS DE CULTIVO.
• ETc SERÁ MENOR OU, NO MÁXIMO, IGUAL A ETpc (EVAPOTRANSPIRAÇÃO
POTENCIAL DA CULTURA)
• QUANDO A UMIDADE DO SOLO ESTÁ PROXIMA DA CC, A EVAPOTRANSPIRAÇÃO
DE UMA CULTURA É MANTIDA NA SUA POTENCIALIDADE E É DETERMINADA PELO
TIPO DE CULTURA E PRINCIPALMENTE PELAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
PREDOMINANTES.
• À MEDIDA QUE O SOLO PERDE UMIDADE, A ETc APRESENTA VALORES ABAIXO DA
ETpc, A PARTIR DE DETERMINADO TEOR DE UMIDADE DO SOLO.
Lembrado que a retenção de
água pelo solo é estimada
pelas equações:

IRN = CRA !!!


A VERDADE QUE NÓS
QUEREMOS QUE SEJA
IRN ≤ CRA
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO

EXEMPLO 1:
DETERMINAR O BALANÇO HÍDRICO PARA UMA CULTURA DE MILHO CULTIVADA
NUM SOLO COM CAPACIDADE DE CAMPO DE 44% E PONTO DE MURCHA DE
31%, DENSIDADE APARENTE DE 1,2 g/cm3.

SABE-SE QUE A MÁXIMA DEMANDA ACONTECE ENTRE O PRIMEIRO DE JANEIRO E


O 15 DO MESMO MÊS. OS PRIMEIROS 10 DIAS DO MÊS A ETo REPORTADA É DE 6
mm/dia E NO RESTANTE DO PERIODO DA ANÁLISE É DE 7 mm/dia

CONSIDERAR A PROFUNDIDADE EFETIVA DAS RAÍZES IGUAL A 50 cm E FATOR DE


DISPONIBILIDADE DE 50%. O Kc DA CULTURA É 1,1.

O SISTEMA DE IRRIGAÇÃO TEM UMA EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE 65%.


6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO

45 - 6,6 = 38,4
< 39
TEMOS QUE IRRIGAR!!!!
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO

Este valor é maior do


que o CRA (39mm),
não está certo!!!!
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO

• 6.4 BALANÇO HÍDRICO


6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO

EXEMPLO 2:
DETERMINAR O BALANÇO HÍDRICO PARA UMA CULTURA DE FEIJÃO CULTIVADA NUM
SOLO COM CAPACIDADE DE CAMPO DE 48% E PONTO DE MURCHA DE 35%,
DENSIDADE APARENTE DE 1,26 g/cm3.

SABE-SE QUE A MÁXIMA DEMANDA ACONTECE ENTRE O PRIMEIRO DE JANEIRO E O 15


DO MESMO MÊS. OS PRIMEIROS 10 DIAS DO MÊS A ETo REPORTADA É DE 6 mm/dia E
NO RESTANTE DO PERIODO DA ANÁLISE É DE 6,5 mm/dia

CONSIDERAR A PROFUNDIDADE EFETIVA DAS RAÍZES IGUAL A 40 cm E FATOR DE


DISPONIBILIDADE DE 50%. O Kc DA CULTURA É 0,9.

O SISTEMA DE IRRIGAÇÃO TEM UMA EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE 75%.


Este valor é maior do
que o CRA (32,76mm),
não está certo!!!!

Este valor é maior do


que o CRA (32,76mm),
não está certo!!!!
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO

EXEMPLO 3:
DETERMINAR O BALANÇO HÍDRICO ANUAL PARA UMA
CULTURA DE CANA-DE-AÇÚCAR CULTIVADA NUM
SOLO COM CAPACIDADE DE CAMPO DE 44% E
PONTO DE MURCHA DE 28%, DENSIDADE APARENTE
DE 1,21 g/cm3.
CONSIDERAR A PROFUNDIDADE EFETIVA DAS RAÍZES
IGUAL A 50 cm E FATOR DE DISPONIBILIDADE DE 50%.
O SISTEMA DE IRRIGAÇÃO TEM UMA EFICIÊNCIA DE
APLICAÇÃO DE 70%.
SABE-SE QUE A EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL E
COEFICIENTE DE CULTURA SE COMPORTAM SEGUNDO
A TABELA EM ANEXO.
6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
• 6.4 BALANÇO HÍDRICO

EXERCICIO EM SALA DE AULA:

DETERMINAR O BALANÇO HÍDRICO PARA UMA CULTURA DE SOJA CULTIVADA NUM


SOLO COM CAPACIDADE DE CAMPO DE 41% E PONTO DE MURCHA DE 32%,
DENSIDADE APARENTE DE 1,23 g/cm3.

SABE-SE QUE A MÁXIMA DEMANDA ACONTECE ENTRE O PRIMEIRO DE FEVEREIRO E O 15


DO MESMO MÊS. OS PRIMEIROS 10 DIAS DO MÊS A ETo REPORTADA É DE 5,8 mm/dia E
NO RESTANTE DO PERIODO DA ANÁLISE É DE 6,3 mm/dia

CONSIDERAR A PROFUNDIDADE EFETIVA DAS RAÍZES IGUAL A 40 cm E FATOR DE


DISPONIBILIDADE DE 60%. O Kc DA CULTURA É 0,85.

O SISTEMA DE IRRIGAÇÃO TEM UMA EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE 85%.


INFRA-ESTRUTURA
DISPONÍVEL
7. INFRA-ESTRUTURA DISPONÍVEL
• 7.1 AVALIAÇÃO DOS MEIOS DISPONÍVEIS

É preciso avaliar os meios disponíveis para realizar a


irrigação (estado físico e utilidade):
✓Outorga
✓Equipamento de bombeamento
✓Sistema de irrigação
✓Estruturas para a distribuição da água no campo
✓Sistema de conservação de solos
✓Sistema de controle de umidade dos solos
7. INFRA-ESTRUTURA DISPONÍVEL
• 7.1 AVALIAÇÃO DOS MEIOS DISPONÍVEIS

Logo, da avaliação precisa ser definido se esses serão os


meios que terá para trabalhar ou poderá contar com
algumas mudanças que considere necessárias.

Nenhuma mudança recomendada, por você, poderá ser


realizada sem uma correta avaliação dos custos envolvidos
para realizar essa recomendação.

Todos os custos a ser realizados terão que ter um retorno de


capital garantido.
SISTEMAS DE
IRRIGAÇÃO
8. SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO – MAIS
APROPRIADO

SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO 1. ASPERSÃO : convencional,


PRESSURIZADOS fixa, semi-fixa
2. ASPERSÃO: movimento
continuo: pivô central, linear;
auto-propelido
3. MICROASPERSÃO
SISTEMAS DE 4. GOTEJAMENTO
IRRIGAÇÃO

SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO 1. INUNDAÇÃO (intermitente ou


NÃO PRESSURIZADOS continua)
2. SULCOS
3. FAIXAS
4. CONTROLE DO NÍVEL DAS
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
8. SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO – MAIS
APROPRIADO – CONSIDERAÇÕES:

• MÃO DE OBRA DISPONÍVEL (TEMPORÁRIA/PERMANENTE)

• EXPERIÊNCIA NO USO DE DETERMINADO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO


(OBREROS /GERENTE)

• FONTE DE ÁGUA DISPONÍVEL (QUALIDADE E QUANTIDADE DA ÁGUA)

• FONTE DE ENERGIA PARA O SISTEMA DE IRRIGAÇÃO FUNCIONAR


(ELÉTRICA/COMBUSTÍVEL)

• GERENCIAMENTO DA UMIDADE DO SOLO (FATOR DE MANEJO DA


IRRIGAÇÃO, CONTROLE DA UMIDADE, FUNÇÃO PRODUTIVIDADE)

• COEFICIENTES DE UNIFORMIDADE (CUC, CUD)


MANEJO DA IRRIGAÇÃO
9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO

BALANCE HÍDRICO EN EL ÁREA IRRIGADA


9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO COM BASE
EM MÉTODOS CLIMÁTICOS
9.1 DEMANDA HÍDRICA DA CULTURA

• A demanda de água por uma cultura plantada em um hectare é


determinada dividindo-se a evapotranspiração potencial da cultura pela
eficiência de aplicação da água de irrigação, de acordo com o método de
irrigação utilizado. Isto é conhecido tecnicamente como a lâmina (ou taxa)
de irrigação.

• Lâmina de irrigação corresponde à quantidade de água a ser fornecida à


cultura para suprir um déficit hídrico durante a época de cultivo, na ausência
de precipitação efetiva.

• A lâmina de irrigação pode ser expressa em L s-1 ha-1, m3 ha-1 mês-1, ou m3


ha-1 ano-1.
9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO COM BASE
EM MÉTODOS CLIMÁTICOS
9.2 LÂMINA DE IRRIGAÇÃO A SER APLICADA E SUA FREQÜÊNCIA

A lâmina neta corresponde a uma altura de água que é capaz de armazenada


no solo até certa profundidade

Onde,
ITN – irrigação total necessária (mm)
IRN – irrigação real necessária (mm)
Ea – eficiência de aplicação da irrigação (decimal)
CC – capacidade de campo (% em peso)
PMP – ponto de murcha (% em peso)
da – densidade do solo (g cm-3)
Z – profundidade efetiva do sistema radicular (cm)
f – fator de manejo da irrigação (decimal)
TR – turno de rega (dias)
ET real – evapotranspiração real (mm dia-1)
Pe – precipitação efetiva (mm dia-1)
9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO COM BASE
EM MÉTODOS CLIMÁTICOS

9.3 CONTROLE DE UMIDADE NO SOLO

• A programação da irrigação é realizada baseada em parâmetros


climáticos, sendo uma boa aproximação para determinar as necessidades
de água das culturas e o momento de sua aplicação.

• Porém, para comprová-lo e ter certeza que a irrigação no campo é oportuna e


efetiva, é necessário monitorar a umidade do solo explorando o volume de solo
onde encontram se as raízes. Isto pode ser realizado com instrumentos muito
simples.

• Para o caso das culturas irrigadas por métodos tradicionais, tais como sulcos e
superfície, é conveniente comprovar se a irrigação atingiu a zona radicular.
Para isto se amostra o solo com trado.
9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO COM BASE
EM MÉTODOS CLIMÁTICOS

9.3 CONTROLE DE UMIDADE NO SOLO

• Para comprovar o momento de aplicação pode se utilizar o tensiômetro, que é


um instrumento que mede a força com que a água é retida pelo solo.

• Este instrumento está graduado entre 0 e 100 centibares. Quando o


instrumento marca 0 cbar, significa que o solo está recém irrigado e que
ainda está saturado. Valores entre 10 e 30 cbar indicam que o solo está
a capacidade de campo e não precisa ainda de irrigação. Valores
maiores indicarão que a água está retida no solo mais fortemente e em
função das características da cultura, haverá que determinar se é preciso o
não irrigar.
9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO:
ENERGIA, MÃO DE OBRA, INSUMOS AGRÍCOLAS, MEIO AMBIENTE = LUCRATIVIDADE
9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO: MÃO DE
OBRA

• A quantidade e qualidade da mão de obra disponível no local que se deseja


fazer irrigação é muito importante na escolha do método. Quanto mais
mecanizado o método, menos quantidade de mão de obra é necessário e
menos experiência pode ter o operador:

§ Um homem opera até 15 ha de aspersão convencional

§ Até 1.000 ha/ homem para micro-aspersão o pivô central

§ Para sistemas de irrigação por sulcos: 1 homem/10 ha (com 100 sulcos/ha)

§ Para um sistema de irrigação com o método de inundação é necessário 1


homem/50 ha.
9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO: ENERGIA

• A disponibilidade de energia também é importante na escolha do método de


irrigação. A maioria dos sistemas utiliza a energia elétrica.

• Os métodos superficiais consomem menos energia que os pressurizados.

• Para compararmos os custos de funcionamento dos dois motores, diesel e elétrico,


faremos um rápido cálculo.
9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO:
LUCRATIVIDADE
• Aparentemente, a fonte de energia que está mais em conta é o motor
de combustão. Mas precisamos ter em conta a vida útil do
equipamento e fazer a análise econômica da operação.

• A relação custo/beneficio consiste na relação entre o valor presente


dos benefícios e o valor presente dos custos.

VPL - valor presente; VF – valor futuro; i – taxa de juros; t – tempo da


análise
9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO:
LUCRATIVIDADE

• O projeto com C/B < 1, o projeto é considerado não rentável e será descartado.

• O cálculo é realizado assim: Benefícios/Custos; ainda que o nome seja ao


contrário.

• A relação C/B é conhecida também, como Índice de Lucratividade (IL).

• Outros índices importantes para definir a viabilidade econômica de um empreendimento


são: Taxa Interna de Retorno (TIR) eTempo de Retorno do Capital (TRC)
9. MANEJO DA IRRIGAÇÃO: MEIO
AMBIENTE

• A primeira coisa que se deve levar em conta é se a área que se


deseja irrigar não é uma área de preservação permanente ou que
não prejudique uma reserva próxima à área irrigada.

• Tem que ter a outorga de uso do recurso hídrico e a infra-


estrutura para controlar os volumes de água a ser utilizados e
retornados. (Boas obras hidrométricas).

• Outro impacto da irrigação é a salinização dos solos causada pela


utilização de água de qualidade inferior. A salinização causa
degradação do solo e abandono da área irrigada.
VISÃO SISTÉMICA DA
OPERAÇÃO AGRÍCOLA
10. VISÃO SISTÉMICA DA OPERAÇÃO
AGRÍCOLA
10.1 ELEMENTOS INICIAIS

✓A industria de alimentos e a agricultura são dependentes de muitos e


complexos sistemas, automáticos e mecânicos, e naturais para uma
operação bem sucedida.
✓O manejo destes sistemas demanda de profissionais que tenha a
capacidade de compreender os princípios físicos destes sistemas
incluindo a utilização da energia em suas diferentes formas.
Igualmente tem que compreender os sistemas mecânicos e o uso de
computadores.
✓Adicionalmente, tem que ter a capacidade de realizar analise de
custos aplicados à planificação e o manejo dos diferentes sistemas
agrícolas.
10. VISÃO SISTÉMICA DA OPERAÇÃO
AGRÍCOLA
10.1 ELEMENTOS INICIAIS

✓O visão sistêmica, alem de ter que ter uma rentabilidade econômica


tem que garantir uma sustentabilidade ecológica.
✓A visão sistêmica tem que ser útil e aplicável tanto para pequenos
quanto grandes operações agrícolas.
✓O foco de um manejo ambiental efetivo é o uso de um sistemática
aproximação à planificação, controle, medida e melhoramento do
ambiente operativo. Um ponto importante a destacar é que nem todos
os problemas ambientais necessitam de soluções ou equipamentos
muito caros para atingir a sustentabilidade ambiental.
10. VISÃO SISTÉMICA DA OPERAÇÃO
AGRÍCOLA
10.2 NECESSIDADE DE UM NOVO MODELO

Os gerentes de agronegócios modernos tem que balancear a demanda de recursos


limitados com muitos sistemas complexos e interdependentes. Exemplos de esses
sistemas incluem:
§ Sistemas de colheita
§ Sistemas de manejo de produção pecuária
§ Sistemas de irrigação e drenagem
§ Sistemas de controle de pestes
§ Sistemas de conservação de recursos
§ Sistemas para a manutenção e substituição de equipamentos
§ Armazenamento de produtos agrícolas
§ Transporte
§ Sistemas de marketing, e
§ Sistemas de manejo financeiro
10. VISÃO SISTÉMICA DA OPERAÇÃO
AGRÍCOLA
• 10.3 O MODELO BÁSICO

Tem que se considerar as etapas seguintes:


1. Metas e Avaliação inicial: requerimentos regulatórios, financiamento
das operações, procedimentos e práticas administrativas, fontes de
contaminação, controle ambiental, avaliação da gestão atual,
equipamento, pessoal, treinamento, estimativa de custos e benefícios
2. Planificação dos sistemas a ser utilizados
3. Implementação
4. Avaliação dos resultados obtidos
5. Revisão dos objetivos propostos e logros atingidos
10. VISÃO SISTÉMICA DA OPERAÇÃO
AGRÍCOLA
10.3 O MODELO BÁSICO
Cada um dos sistemas tem:
✴Processos
Sistema Econômico Agrícola ✴Produtos (quantidade e
qualidade)
✴Impactos

Sistema de Agricultura Irrigada É preciso estar constantemente


avaliando os sistemas para melhorar o
desempenho e orientar as decisões na
obtenção dos objetivos estabelecidos.
Sem a presença da avaliação os
sistemas funcionam baseados na
Sistema de Irrigação
improvisação e não na planificação!
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
1. Notas em sala de aula.
2. Material suporte às aulas
3. Allen, R.G.; Pereira, L.S.; Raes, D.; Smith, M. 2006. Evapotranspiración del cultivo. Guías
para la determinación de los requerimientos de agua de los cultivos. Organização das
Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Coleção Irrigação e Drenagem, Paper
24, FAO, Roma. 332 p.
4. Allen, R.G.; Wright, J.L.; Pruitt, W.O.; Pereira, L.S.; Jensen, M.E. 2007. Water
requirementes. IN: Design and Operation of Farm Irrigation Systems. 2nd. Ed. ASABE, St.
Joseph, MI, USA. 862p.
5. Bernardo, S.; Soares, A.A.; Mantovani, E.C. 2005. Manual de Irrigação. 7 ed. Viçosa., Ed.
UFV. 611p.
6. Doorenbos, J. y Pruitt, W.O. 1976. A necessidade de água das culturas. Organização das
Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Coleção Irrigação e Drenagem, Paper
24, FAO, Roma. 190 p.
7. Pizarro, F. 1996. Riego localizado de alta frecuencia. Mundi-Prensa, España. 513 p.

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