Você está na página 1de 55

EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Capítulo 10

Excitação Senoidal e Fasores


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

10.1 Propriedades das Senóides:

Onda senoidal: Vm
v(t ) = Vm sen (ωt )

π/ω 2π/ω t
Amplitude = Vm
-Vm
Freqüência angular = ω [rad/s]

Senóide é uma função periódica:

v(t + T ) = v(t )

Período: T = 2π/ω

Freqüência: f = 1/T = ω/2π

Expressão geral: v(t ) = Vm sen (ωt + φ )

onde φ é o ângulo de fase.


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Curva de uma senóide defasada de φ radianos:

v(t ) = Vm sen (ωt + φ )

v(t ) = Vm sen (ωt )

π/ω 2π/ω t
φ/ω

Note que:
 π
cos ωt −  = sen (ωt )
 2

 π
sen ωt +  = cos(ωt )
 2
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Determinação de quanto uma senóide antecede ou segue outra da


mesma freqüência.

v1 = 4 cos(ωt + 30°)

v2 = −2 sen (ωt + 18°) v2 = 2 sen (ωt + 18° + 180°)

v2 = 2 cos(ωt + 18° + 180° − 90°)

v2 = 2 cos(ωt + 108°)

Portanto, v1 antecede v2 de 30º − 108º = −78º, ou v1 está defasada em relação a


v2 de 78º.

Soma de uma senóide com uma cossenóide de mesma freqüência:


2 A B 
A cos(ωt ) + B sen (ωt ) = A + B 
2
cos(ωt ) + sen (ωt )
 A + B
2 2 2
A +B 2 
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

A2 + B 2

θ
A

A cos(ωt ) + B sen (ωt ) = A2 + B 2 [cos(ωt ) cos(θ ) + sen (ωt )sen (θ )]

ou A cos(ωt ) + B sen (ωt ) = A2 + B 2 [cos(ωt − θ)]

 B
θ = tan −1 
 A

Obs.: cos(a)cos(b) + sen(a)sen(b) = cos(a − b)

cos(a)cos(b) − sen(a)sen(b) = cos(a + b)


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo:

− 5 cos(3t ) + 12 sen (3t ) = (− 5)2 + 122 [cos(3t − θ)]

 12 
θ = tan −1  = 112,6°
 − 5

− 5 cos(3t ) + 12 sen (3t ) = 13[cos(3t − 112,6°)]


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

10.2 Exemplo de um Circuito RL

Encontrar if .
R

vg = Vm cos(ωt) +
i L di
− L + Ri = Vm cos(ωt )
dt

Por tentativa, temos: i f = A cos(ωt ) + B sen (ωt )

L
d
[A cos(ωt ) + B sen(ωt )] + R[ A cos(ωt ) + B sen(ωt )] = Vm cos(ωt )
dt
− LωA sen (ωt ) + LωB cos(ωt ) + RA cos(ωt ) + RB sen (ωt ) = Vm cos(ωt )

Então: LωB + RA = Vm

− LωA + RB = 0
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Assim, RVm
A=
2 2 2
R +ω L

ωLVm
B=
R 2 + ω2 L2
Portanto,

RVm ωLVm
if = cos(ωt ) + sen (ωt )
2 2 2 2 2 2
R +ω L R +ω L
mas
A cos(ωt ) + B sen (ωt ) = A2 + B 2 [cos(ωt − θ)]

 B
θ = tan −1 
 A
Portanto,
  ωL 
cos ωt − tan −1
Vm
if = 
2 2 2
R +ω L   R 
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Então, podemos escrever a corrente forçada como:

i f = I m cos[ωt + φ]

onde
Vm
Im =
R 2 + ω2 L2

 ωL 
φ = − tan −1 
 R 
Resposta natural:
 R 
in = A1 exp − t 
 L 
A corrente se estabiliza em seu valor de regime permanente c.a. dado pela
corrente forçada.

Método muito trabalhoso para a obtenção das equações de corrente!


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

10.3 Método Alternativo utilizando Números Complexos

Para a análise de circuitos com excitação senoidal.

Propriedades dos números complexos:

Representação na forma retangular de um número complexo:

A = a + jb

onde j = − 1, a = parte real de A e b = parte imaginária de A.

Representação na forma polar:


Im

A = Ae = A ∠α
A = a + jb
onde b
2 2 A
A = a +b
α
b
α = tan −1  a Re
a
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: A = 4 + j 3
A = 42 + 32 = 5

(4 )
α = tan −1 3 = 36,9°

A = 5∠36,9°

Exemplo: A = −5 −j 12
Im

A= (− 5)2 + (− 12)2 = 13
α
( )
-5
α = 180º + tan −1 − 12 = 247,4°
−5 Re

A = 13∠247,4° A
-12
A = −5 − j12
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Outras relações úteis:

j = 1∠90°

2
j = −1 = 1∠180°
Fórmula de Euler:
jωt
Vm cos(ωt ) + jVm sen (ωt ) = Vme

jωt 
Re Vme  = Vm cos(ωt )
 

jωt 
ImVme  = Vm sen (ωt )
 
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Retomando o exemplo do circuito RL:


R

vg = Vm cos(ωt) +
i L

Seja v1 = Vmejωt a excitação complexa do circuito, então

vg = Vm cos(ωt) = Re{v1}

Componente forçada da corrente i1 na forma complexa deve resolver a equação:

onde v1 = Vme jωt


di
L 1 + Ri1 = v1
dt
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Para resolver a equação vamos tentar:

jωt
i1 = Ae

Então,
di jωt jωt jωt jωt
L 1 + Ri1 = Vme jωLAe + RAe = Vme
dt

( jωL + R ) Ae jωt = Vme


jωt

Logo,

Vm
A=
R + j ωL

 ωL 
− j tan −1 
Vm  
= e R
R 2 + ω2 L2
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Então:  −1  ωL  
− j tan  
jωt  Vm  R   jωt
i1 = Ae = e e
2 2 2
 R +ω L 
 

  ωL  
j ωt − tan −1 
Vm  
i1 = e  R
2 2 2
R +ω L

mas if = Re{i1}, assim

  −1  ωL   
j ωt − tan  
 Vm   R    Vm  −1 ωL  
i f = Re  e = cos ωt − tan  
2
 R +ω L2 2
 2 2 2   R 
R +ω L
 

Portanto, se i1 é a resposta complexa para a função excitação complexa v1,


então if = Re{i1} é a resposta para a excitação vg = Re{v1}.
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Note que:
 di  jωt
Re  L 1 + Ri1  = Re Vme 
 dt   

pode ser escrita como:


d
L (Re{i1}) + R(Re{i1}) = Vm cos(ωt )
dt
e, portanto, de
di
L + Ri = Vm cos(ωt )
dt
temos:

i = i f = Re{i1}

Portanto, é mais fácil usar a função excitação complexa v1 para encontrar a


resposta complexa i1.

A função excitação real é Re{v1} ⇒ a resposta real é Re{i1}.


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

10.4 Excitações Complexas

Sem perda da generalidade, vamos considerar a entrada como sendo uma fonte
de tensão e a saída como sendo uma corrente através de um elemento.

Em geral, a excitação é da forma:

v g = Vm cos(ωt + θ)

Enquanto que a resposta forçada é da forma:

i = i f = I m cos(ωt + φ )

Portanto, sabendo-se os valores de ω, θ e Vm, podemos calcular Im e φ.


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

i = I m cos(ωt + φ )
vg = Vm cos(ωt + θ) +
Circuito

Para resolver i no circuito, vamos considerar a excitação complexa:

v1 = Vme j (ωt + θ )

i1
j (ωt + θ ) +
v1 = Vme Circuito

Pois sabemos que i = Re{i1}


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

A equação representativa do circuito pode ser resolvida para a resposta forçada,


visto que

v1 = Vme jθe jωt

a solução tentativa é:

i1 = Ae jωt

Comparando i = I m cos(ωt + φ ) com i = Re{i1}, temos

jωt
I m cos(ωt + φ) = Re Ae 
 
Assim,

A = I me
Re{ }
e jφ jωt
i1 = I me e i = I m cos(ωt + φ )
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Cálculo da resposta forçada if de


d 2i di
+2 + 8i = 12 2 cos(2t + 15°)
dt 2 dt
Troca para a excitação complexa:

v1 = 12 2e j (2t +15° )

Resposta complexa i1 deve satisfazer:


d 2i1
+ 2 1 + 8i1 = 12 2e j (2t +15° )
di
dt 2 dt
Então, i1 pode ter a seguinte forma:

i1 = Ae j 2t
Substituindo, obtemos

(Ae j 2t ) + 2 (Ae j 2t ) + 8(Ae j 2t ) = 12


d2
2e j (2t +15° )
d
dt 2 dt
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Assim,

(− 4 + j 4 + 8) Ae j 2t = 12 2e j15°e j 2t

Logo,

12 2e j15° 12 2∠15°
A= = = 3∠ − 30°
4 + j4 4 2∠45°
Portanto,

i1 = A e j 2t = (3∠ − 30°) e j 2t = 3 e j (2t −30° )

E a resposta real é:

{
i = Re{i1} = Re 3 e j (2t −30° ) } = 3cos(2t − 30°)
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exercício: Calcular a resposta forçada v:


10 Ω
a)
i
1/20 F +
vg = 10e
j8t
[V] +

5Ω v
-

v − vg 1 dv
+i+ =0 5i = v
10 20 dt

v − vg v 1 dv
+ + =0
10 5 20 dt

dv dv j8t
+ 6v = 2vg + 6v = 20e
dt dt
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Resposta forçada:
v = Ae j8t

dv j8t
+ 6v = 20e j8 Ae
j8t
+ 6 Ae
j8t
= 20e
j8t
dt

(6 + j8) Ae j8t = 20e j8t

20 20∠0°
A= = = 2∠ − 53,1°
6 + j8 10∠53,1°

(
v = 2e− j 53,1°e j8t = 2e j 8t −53,1°
)

b) Se vg = 10 cos(8t) [V], então:

{ }
v = Re 2e j (8t −53,1°) = 2 cos(8t − 53,1°)
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

10.5 Fasores

Fasores permitem colocar os resultados obtidos anteriormente em uma forma


mais compacta.

Tensão senoidal:

v = Vm cos(ω t + θ )

Forma fasorial

V = Vme = Vm∠θ

Razão para a definição de fasor (fórmula de Euler):

{
Vm cos(ωt + θ ) = Re Vme
jθ j ω t
e }
Assim,

{
v = Re Ve
jω t
}
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Dado v = 10 cos(4t + 30°) [V]


Representação fasorial:

V = 10∠30° [V ]

Visto que ω = 4 rad/s, v é prontamente obtida de V.

Representação fasorial para corrente:


i = I m cos(ω t + φ )


I = I me = I m∠φ

Exemplo: Dado ω = 6 rad/s, e I = 2∠15º, então temos:

i = 2 cos(6 t + 15°)
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Representação fasorial para tensão e corrente é feita a partir da representação


temporal na forma de cosseno.

Exemplo: Dada a função: v = 8 sen (3t + 30°) [V]


Podemos mudá-la para:

v = 8 cos(3t + 30° − 90°)


= 8 cos(3t − 60°)

Assim, a representação fasorial é:

V = 8∠ − 60° [V ]
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: R

vg = Vm cos(ωt) +
i L

di
L + Ri = Vm cos(ω t )
dt

jω t jω t
v1 = Vme = Ve

pois θ = 0 e portanto, V = Vm ∠0º. Substituindo este valor e fazendo i = i1 na


equação representativa, temos:
di jω t
L 1 + Ri1 = Ve
dt
onde i = Re{i1}
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Tentando a solução: i1 = Ie jω t

obtemos:
jωLIe jω t + RIe jω t = Ve jω t

j ωL I + R I = V
Assim,
Vm∠0º ω L 
∠ − tan −1
V Vm
I= = = 
R + jω L ω L 
R 2 + ω 2 L2 ∠ tan −1 R +ω L  
2 2 2 R

 R 
Substituindo na expressão de i1, obtemos

Vm   −1 ω L  
i1 = exp j ω t − tan   
2 2 2
R +ω L    R  

Tomando a parte real desta expressão temos:

  ω L 
cos ω t − tan −1
Vm
i= 
2 2 2
R +ω L   R 
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Note que podemos ir da equação característica do circuito:

di
L + Ri = Vm cos(ω t )
dt

direto para a equação fasorial:

j ω L I + RI = V
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

10.6 Relações Tensão-Corrente para Fasores

Tensão-Corrente para resistores:

v = Ri

onde
v = Vm cos(ωt + θ )

i = I m cos(ωt + φ )

Tensão e corrente complexas:

v1 = Vme j (ω t +θ ) i1 = I me j (ω t +φ )

Substituindo na lei de Ohm e eliminando o fator ejωt:

Vme j (ω t +θ ) = RI me j (ω t +φ ) Vme

= RI me
jφ V = RI
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Da equação:
jθ jφ
Vme = RI me

podemos verificar que


Vm = RI m

θ =φ

Portanto, a tensão e a corrente senoidais para um resistor possuem o mesmo


ângulo de fase, isto é, estão em fase.
v,i
v

t
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: R = 5 Ω, v = 10 cos(100t + 30º) [V]

i I

+ +

v R=5Ω V = RI R=5Ω

− −

V = 10∠30° [V ]

V 10∠30°
I= = = 2∠30° [A ]
R 5
No domínio do tempo:

i = 2 cos(100t + 30°) [A]


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Tensão-Corrente para indutores:

i I

+ +

v = Ldi/dt L V = jωLI jωL

− −

di
v=L
dt

Tensão e corrente complexas: v1 = Vme j (ωt +θ ) i1 = I me j (ωt +φ )

Vme j (ωt +θ ) = L
d
dt
[ ]
I me j (ωt +φ ) = jωLI me j (ωt +φ )

jθ jφ V = j ωL I
Vme = jωLI me
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Se a corrente no indutor é dada pela a equação i = I m cos(ωt + φ )

Então, como j = 1∠90º, temos:


V = jωLI = jωL(I m∠φ )

= ωL( I m∠φ + 90°)

Portanto, no domínio do tempo temos: v = ωLI m cos(ωt + φ + 90°)

Comparando com i = I m cos(ωt + φ ) , verificamos que a corrente está atrasada da


tensão de 90º.
v,i v

t
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Tensão-Corrente para capacitores:

i = Cdv/dt I= jωCV

+ +

v C V 1/jωC

− −

i = C dv
dt

Tensão e corrente complexas: v1 = Vme j (ωt +θ ) i1 = I me j (ωt +φ )

I me j (ωt +φ ) = C
d
dt
[ ]
Vme j (ωt +θ ) = jωCVme j (ωt +θ )

jφ jθ I = jωCV
I me = jωCVme
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Se a tensão no capacitor é dada pela a equação v = Vm cos(ω t + θ )

Então, como j = 1∠90º, temos:

I = jωCV = jωC (Vm∠θ )


= ωCVm∠(θ + 90°)

Portanto, no domínio do tempo temos: i = ω CVm cos(ω t + θ + 90°)

Comparando com v = Vm cos(ωt + θ ) , verificamos que a corrente está adiantada


da tensão de 90º.
v,i v i

t
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Capacitor C = 1 µF e tensão igual a v = 10 cos(100t + 30°) [V]

i = Cdv/dt

v C = 1 µF

( )
I = j ω C V = ( j100 ) ⋅ 10−6 ⋅ (10∠30°) [A]
= 1∠120° [mA]

Corrente no domínio do tempo:

i = cos(100t + 120°) [mA]


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

10.7 Impedância e Admitância

Circuito geral com grandezas fasoriais:


I

+
Circuito
V
Fasorial
_

V = Vm∠θ

I = I m∠φ
Impedância Z do circuito:
V
Z= [Ω]
I
V
Z= m
Im
V
Z = Z ∠θ z = m ∠(θ − φ )
Im θz = θ − φ
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Impedância Z segue as mesmas regras dos resistores em circuitos.

A impedância é um número complexo mas não é um fasor.

Impedância na forma retangular:

Z = R + jX

onde R = Re{Z} = componente resistiva (resistência)

X = Im{Z} = componente reativa (reatância)

Em geral, Z = Z(jω) é uma função complexa de jω mas R = R(ω) e X = X(ω) são


funções reais de ω.

Note que
Z = R2 + X 2 |Z|
X
θ z = tan −1
X θz

 
R
R
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: V = 10∠56,9º e I = 2 ∠20º


I

+
Circuito
V
Fasorial
_

V 10∠56,9°
Z= = = 5∠36,9° [Ω]
I 2∠20°
Forma retangular:

Z = 5[cos(36,9°) + j sen (36,9°)]


= 4 + j3 [Ω]
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Impedância Z de resistores, indutores e capacitores:

ZR = R

Z L = jωL

1 1 1
ZC = =−j = ∠ − 90°
jω C ωC ωC
No caso do resistor, a impedância é puramente resistiva, sendo a reatância
zero.

No caso do indutor e do capacitor, a impedância é reatância pura, sem


componente resistiva.

Reatância indutiva: X L = ωL Z L = jX L
1
Reatância capacitiva: X C = − ZC = jX C
ωC
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

A reatância indutiva é positiva e a reatância capacitiva é negativa.

No caso geral, Z = R + jX podemos ter as seguintes situações:

• X = 0 ⇒ circuito resistivo.

• X > 0 ⇒ circuito indutivo.

• X < 0 ⇒ circuito capacitivo.

A recíproca da impedância é chamada de admitância:


1
Y=
Z
Y = G + jB

onde G = Re{Y} é a condutância e B = Im{Y} é a susceptância.

1 1
Y = G + jB = =
Z R + jX
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Relação entre as componentes de Y e Z:

1  R − jX 
G + jB = × 
R + jX  R − jX 

R − jX R X
G + jB = = −j
R2 + X 2 R2 + X 2 R2 + X 2
Assim,

R
G=
R2 + X 2

X
B=−
R2 + X 2

Importante: R e G (X e B) não são recíprocos!!!


1 1
G= B=
R X
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Z = 4 + j 3

Então,
1 4 − j3 4 3
Y= = = −j
4 + j 3 42 + 32 25 25

Portanto,
4
G=
25
3
B=−
25
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

10.8 Leis de Kirchhoff e Associações de Impedâncias

As leis de Kirchhoff são válidas para fasores, assim como para as tensões e
correntes correspondentes no domínio do tempo.

A lei de Kirchhoff de tensões aplicada em um laço típico resulta na equação:

j (ωt +θ1 ) j (ωt +θ 2 ) j (ωt +θ N )


V1e + V2e + L + VN e =0
Dividindo por e jω t, temos:

V1 + V2 + L + VN = 0

onde

Vn = Vn∠θ n , n = 1, 2,L, N
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

A lei de Kirchhoff de correntes aplicada em um nó típico resulta na equação:

j (ωt +φ1 ) j (ωt +φ2 ) j (ωt +φ N )


I1e + I 2e +L+ INe =0

Dividindo por e jω t, temos:

I1 + I 2 + L + I N = 0

onde

I n = I n∠φn , n = 1, 2,L, N

Se as excitações são senoidais com freqüência comum em um circuito,


podemos encontrar as tensões e correntes fasoriais para todos os elementos e
utilizar as leis de Kirchhoff para a análise.

A análise em regime permanente c.a. é idêntica à análise para circuitos


resistivos, com a impedância no lugar da resistência.
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo:

I
Z1 Z2 ZN
+
+ V1 − + V2 − + VN −
V

Zeq V1 = Z1I V2 = Z 2I VN = Z N I

Lei de Kirchhoff de tensões:


V = V1 + V2 + L + VN

V = (Z1 + Z 2 + L + Z N ) I

V = Z eq I

Z eq = Z1 + Z 2 + L + Z N
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

De maneira análoga, temos para N admitâncias em paralelo:

I1 I2 IN
+
V Y1 Y2 YN

I1 = VY1 I 2 = VY2 I N = VYN


Yeq

Lei de Kirchhoff de correntes:


I = I1 + I 2 + L + I N

I = (Y1 + Y2 + L + YN ) V

I = Yeq V

Yeq = Y1 + Y2 + L + YN
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

No caso particular de apenas dois elementos em paralelo, temos:

1 1 ZZ
Z eq = = = 1 2
Yeq Y1 + Y2 Z1 + Z 2

Obs.: Regras de divisão de tensão e de corrente também são válidas para


circuitos fasoriais, com a impedância e as quantidades no domínio da
freqüência.
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Circuito RL.


R R

+ Vm ∠0º +
vg = Vm cos(ωt) i L I jωL
− −

Lei de Kirchhoff de tensões no circuito fasorial:

RI + Z L I = Vm∠0°

(R + jωL )I = Vm∠0°
Vm∠0°  ωL 
∠ − tan −1
Vm
I= = 
R + j ωL 2 2 2
R +ω L  R 
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

No domínio do tempo:

 ωL 
∠ − tan −1
Vm
I= 
R +ω L
2 2 2  R 

  ωL 
cos ωt − tan −1
Vm
i= 
2 2 2
R +ω L   R 

Método alternativo de solução:

Impedância vista pelos terminais da fonte é:

Z = R + jωL
e a corrente:
V Vm∠0°
I= =
Z R + jωL

como obtida anteriormente.


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

10.9 Circuitos Fasoriais

Equação representativa de um circuito fasorial é uma equação fasorial.

Resolvendo esta equação obtemos uma resposta na forma de fasor, que é


convertida para uma resposta no domínio do tempo.

Exemplo: Cálculo de i no circuito.

i1 1Ω i

3Ω
vg = 5 cos(3t) +
1/9 F

1H
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

I1 1Ω I

3Ω
+
5∠0º −j3 Ω

j3 Ω

Impedância vista dos terminais da fonte:

Z =1+
(3 + j3)(− j 3) = 4 − j3
3 + j3 − j3
Portanto, temos:
5∠0° 5∠0°
I1 = = = 1∠36,9°
4 − j 3 5∠ − 36,9°

Por divisão de corrente, temos:


3 + j3
I= I1 = (1 + j ) ⋅ (1∠36,9°) = ( 2∠45°) ⋅ (1∠36,9°) = 2∠81,9°
3 + j3 − j3

Corrente no domínio do tempo: i = 2 cos(3t + 81,9°) [A]


EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Exemplo: Cálculo de i no circuito com fonte de tensão dependente.


1/8 F
a

i
+ +
3cos(4t) [A] 4Ω (1/2)v1
v1 −

-j2 Ω
a

I
+ +
3∠0º [A] 4Ω (1/2)V1
V1 −

Lei de Kirchhoff de correntes em a: 1 1


V1 − V1 V1
I+ 2 = 3∠0° I+ 2 = 3∠0°
− j2 − j2
EA-513 – Circuitos Elétricos I DECOM-FEEC-UNICAMP

Pela lei de Ohm, temos V1 = 4I, logo

1

Ι+ 2 = 3∠0°
− j2

− j 2Ι + 2Ι = − j 6

− j6 6∠ − 90° 3
Ι= = = ∠ − 45°
2 − j 2 2 2∠ − 45° 2
Portanto, temos:

i=
3
cos(4t − 45°) [A]
2

Obs.: O método fasorial de obter i, calculando primeiramente I = V/Z e


trocando I por i, não funciona se Z(jω) = 0. Pois, neste caso, o circuito é
excitado na freqüência natural jω.

Você também pode gostar