Você está na página 1de 74

Estrutura Comum de Avaliação

Melhorar as organizações
públicas através da auto-avaliação

CAF 2006

Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público


Março 2007
FICHA TÉCNICA

Estrutura Comum de Avaliação

CAF 2006

Nota do European Institute of Public Contactos do Centro de Recursos CAF no


Administration EIPA:

A Estrutura Comum de Avaliação (Common Assess- European Institute of Public Administration


ment Framework ou CAF) resultou da cooperação
entre os Ministros da União Europeia responsáveis P. O. Box 1229
pela Administração Pública.
NL-6201 BE Maastricht
A CAF foi construída para ajudar as organizações do
sector público dos países europeus a utilizar as técni- Tel: + 31 43 3296 317
cas da gestão da Qualidade. Constitui um instrumento
simples e fácil de utilizar, que está adequado à auto- Fax: + 31 43 3296 296
-avaliação das organizações públicas.
E-mail: caf@eipa.eu
A presente versão da CAF foi divulgada durante a 4.ª
Conferência da Qualidade das Administrações Públicas Website: www.eipa.eu
da União Europeia, que decorreu em Tampere, Finlân-
dia, nos dias 27 a 29 de Setembro de 2006.

EDIÇÃO PORTUGUESA

Tradução e adaptação: Maria Inês Nolasco (responsável)


Cristina Evaristo • Cristina Cardoso • Paulo Saraiva

Revisão: Cecília de Jesus • Phillipe Magnan Gariso

Coordenação: Luís Evangelista

Edição: Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público

Concepção gráfica: Elsa Ho


Madalena Castel-Branco (capa)

Impressão: Notiforma

ISBN: 978-972-9120-73-2

Depósito Legal: 191 023/03

Tiragem: 5 000 exemplares


ÍNDICE

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Critérios de Meios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Critério 1: Liderança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Critério 2: Planeamento e Estratégia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Critério 3: Pessoas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Critério 4: Parcerias e Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Critério 5: Processos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Critérios de Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Critério 6: Resultados orientados para os Cidadãos/Clientes . . . . 30
Critério 7: Resultados relativos às Pessoas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Critério 8: Impacto na Sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Critério 9: Resultados do Desempenho-Chave . . . . . . . . . . . . . . 35

Sistema de Pontuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

Linhas de Orientação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

Bench learning . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
INTRODUÇÃO A versão piloto da CAF foi apresentada em
Maio de 2000 e em 2002 foi apresentada a
primeira versão revista. O Centro de Recur-
Definição
sos CAF (CAF Resource Centre ou CRC) – foi
A Estrutura Comum de Avaliação (Common criado no Instituto Europeu de Adminis-
Assessment Framework ou CAF) é uma fer- tração Pública (European Institute of Public
ramenta da Gestão da Qualidade Total Administration ou EIPA), em Maastricht, de
inspirada no Modelo de Excelência da Fun- acordo com uma decisão dos Directores-
dação Europeia para a Gestão da Quali- -Gerais responsáveis pela AP. Numa decla-
dade (European Foundation for Quality ração estratégica o EIPA especificou qual o
Management ou EFQM) e no modelo da papel que pretende para o Centro Europeu
Speyer, Universidade Alemã de Ciências de Recursos CAF e quais os objectivos que
Administrativas. tem a este respeito.
A CAF baseia-se na premissa de que as Em conjunto com a rede dos correspon-
organizações atingem resultados exce- dentes nacionais da CAF, e com a colabo-
lentes ao nível do desempenho, bem como ração da EFQM e da Universidade de Spey-
na perspectiva dos cidadãos / clientes, cola- er, o Centro de Recursos CAF acompanhou
boradores e sociedade quando têm lide- a implementação do modelo de várias for-
ranças que conduzem a estratégia, o planea- mas e avaliou a sua utilização.
mento, as pessoas, as parcerias, os recursos Entre 2000 e 2005, cerca de 900 serviços
e os processos, pelo que este modelo ana- públicos europeus utilizaram a CAF para
lisa a organização simultaneamente por dife- melhorar o seu desempenho. De igual
rentes ângulos, promovendo uma análise modo, fora da Europa, existe muito inte-
holística do desempenho da organização. resse em utilizar esta ferramenta, desig-
nadamente na China, Médio Oriente, Re-
Origem e evolução
pública Dominicana e Brasil. Mais de 300
A Estrutura Comum de Avaliação resultou utilizadores da CAF reuniram-se no 1.º e 2.º
da cooperação desenvolvida entre os Mi- Evento Europeu da CAF, em Roma, em
nistros da União Europeia (UE) responsáveis 2003 e no Luxemburgo em 2005. Os dois
pela Administração Pública (AP). Foi desen- estudos realizados pelo EIPA no contexto
volvida em conjunto sob a égide do Grupo destes eventos, proporcionam informações
dos Serviços Públicos Inovadores (Innova- detalhadas acerca do uso da CAF na Europa
tive Public Service Group ou IPSG), um tendo inspirado a revisão feita para a CAF
grupo de trabalho de peritos nacionais cria- 2006.
do pelos Directores-Gerais com o objectivo Está em curso, no EIPA, o desenvolvimento
de promover permutas e cooperação onde e aperfeiçoamento de uma base de dados
existam formas de governação e de presta- sobre os casos de aplicação da CAF, de
ção de serviços públicos modernas e ino- modo a poder admitir a integração das
vadoras nos Estados-membros da UE. boas práticas existentes nas administrações

5
públicas de toda a Europa e, possivel- pela utilização de técnicas de gestão da
mente, até de fora da Europa. Em breve, qualidade. Baseia-se numa estrutura de
será disponibilizada para a comunidade auto-avaliação conceptualmente seme-
CAF uma ferramenta electrónica da CAF. O lhante aos principais modelos de Gestão da
portal da Internet dedicado à CAF contém Qualidade Total (TQM), particularmente o
toda a informação disponível sobre o mo- da EFQM, embora tenha sido especial-
delo CAF a nível europeu. A versão CAF mente concebida para as organizações do
2002 encontra-se actualmente traduzida sector público, tendo em conta as suas
em 19 idiomas. Também a nível nacional especificidades.
muitos países desenvolveram estruturas de
O modelo CAF tem quatro objectivos prin-
apoio incluindo cursos de formação, ferra-
cipais:
mentas electrónicas, brochuras, eventos
para os utilizadores da CAF e base de dados 1. Introduzir na Administração Pública os
CAF. Todas estas actividades asseguram a princípios da Gestão da Qualidade To-
todos os actores envolvidos neste projecto tal (Total Quality Management / TQM)
que o objectivo de 2000 registos de apli- e orientá-la progressivamente, através
cação da CAF em 2010 — estabelecido da utilização e compreensão da auto-
pela Presidência do Reino Unido — será -avaliação, da actual sequência de
alcançado. actividades «Planear-Executar» para
um ciclo completo e desenvolvido
Os Ministros responsáveis pela Adminis- «PDCA» – Planear (fase de projecto);
tração Pública na UE expressaram, a 8 de Executar (fase da execução); Rever
Junho de 2005, no final da Presidência do (fase da avaliação) e Ajustar (fase da
Luxemburgo, o seu apreço pela proveitosa acção, adaptação e correcção);
troca de ideias, experiências e boas /me-
2. Facilitar a auto-avaliação das organi-
lhores práticas entre as Administrações
zações públicas com o objectivo de
Públicas dos Estados-membros da UE no
obter um diagnóstico e um plano de
seio da Rede Europeia de Administração
acções de melhoria;
Pública (European Public Administration
Network ou EPAN) e pelo desenvolvimento 3. Servir de ponte entre os vários mode-
e uso de ferramentas como a Estrutura los utilizados na gestão da qualidade;
Comum de Avaliação. Os Ministros solici- 4. Facilitar o «bench learning» entre orga-
taram uma integração mais estreita da nizações do sector público.
abordagem à Qualidade com a Agenda de Para tal, foram criados vários suportes apre-
Lisboa. A revisão da CAF 2006 teve em con- sentados ao longo desta brochura: uma
sideração este pedido. estrutura composta por 9 critérios, 28 sub-
critérios com listas de exemplos; painéis de
Fundamentos e principal
avaliação para os critérios de meios e de
finalidade
resultados; linhas de orientação para a
A CAF foi criada como uma ferramenta fácil auto-avaliação, planos de melhoria e pro-
de utilizar para ajudar as organizações jectos de bench learning e, finalmente, um
públicas da UE a melhorar o desempenho glossário.

6
Organizações destinatárias Os exemplos apresentados e o proces-
so de auto-avaliação, tal como descrito nas
A CAF foi concebida para ser utilizada em
linhas de orientação, são flexíveis; recomen-
todos os sectores da Administração Pública e da-se, porém, ter em conta os princípios
para ser aplicada em organizações públicas fundamentais das linhas de orientação.
de nível nacional/federal, regional ou local.
Os critérios 1 a 5 dizem respeito aos meios
Pode, também, ser utilizada em diversas cir-
próprios de uma organização e determi-
cunstâncias, nomeadamente como parte de
nam o que a organização faz e como rea-
um programa de reforma sistemático, ou
liza as suas actividades para alcançar os
como forma de alcançar melhorias num
resultados desejados.
serviço público específico. Em alguns casos, e
especialmente em organizações de grande Nos critérios 6 a 9, os resultados alcança-
dimensão, a auto-avaliação pode, ainda, ser dos ao nível dos cidadãos/clientes, pessoas,
realizada numa parte da organização, como sociedade e desempenho-chave são avalia-
por exemplo numa determinada divisão ou dos através de medidas de percepção e
departamento seleccionado para o efeito. indicadores internos.
Cada critério está decomposto num con-
Flexibilidade da ferramenta junto de subcritérios (28) que identificam
Sendo a CAF uma ferramenta modelo, as principais questões a considerar aquan-
recomenda-se o seu uso de forma flexível, do da avaliação de uma organização. Estes,
mas respeitando obrigatoriamente os seus por sua vez, são ilustrados com exemplos
elementos básicos: que descrevem o conteúdo dos mesmos e
sugerem possíveis áreas de abordagem
• Os 9 critérios;
tendo em vista explorar a forma como a
• Os 28 subcritérios; gestão das organizações responde às
• O sistema de pontuação. exigências expressas nos subcritérios.

Estrutura da CAF
MEIOS RESULTADOS
Resultados
Pessoas relativos
às Pessoas
Resultados
Planeamento Resultados do
orientados
Liderança e Processos para os Desempenho-
Estratégia Cidadãos/clientes -chave

Parcerias
Impacto
e
na Sociedade
Recursos

APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO

A estrutura com as nove caixas identifica os principais aspectos a ter em conta numa
análise organizacional.
7
Principais características tados, focalização no cliente, liderança e
constância de objectivos, gestão por
A utilização da CAF proporciona à organi-
processos e factos, envolvimento de pes-
zação uma poderosa ferramenta de traba-
soas, melhoria contínua e inovação, parce-
lho para iniciar um processo de melhoria
rias com benefícios mútuos e responsabili-
contínua.
dade social corporativa, e visa melhorar o
A utilização da CAF: desempenho das organizações públicas
• Permite uma avaliação baseada em com base nestes conceitos.
evidências através de um conjunto de A gestão pública e a qualidade no sector
critérios amplamente aceites no sector público apresentam um conjunto de condi-
público dos países europeus; ções especiais se comparadas com o sector
• Cria oportunidades para identificar o privado. As organizações públicas pressu-
progresso e os níveis de realização põem pré-condições básicas, comuns à
alcançados; nossa cultura política, social e administra-
• Constitui um meio para alcançar con- tiva europeia: legitimidade (democrática,
sistência de direcção e consenso no parlamentar); imperativo da lei e comporta-
que é necessário ser feito para melho- mento ético baseado em valores e princípios
rar a organização; comuns tais como transparência, respon-
• Proporciona uma ligação entre os dife- sabilidade, participação, diversidade, equi-
rentes resultados a serem alcançados e dade, justiça social, solidariedade, colabo-
as práticas ou meios que os suportam; ração e parcerias.
• Constitui um meio para criar entusias- Embora a CAF se focalize principalmente na
mo entre colaboradores através do avaliação do desempenho da gestão e na
envolvimento destes no processo de identificação das possibilidades organiza-
melhoria; cionais para tornar possíveis as melhorias, o
• Gera oportunidades para promover e seu fim último é contribuir para a boa go-
partilhar boas práticas entre diferen- vernação.
tes sectores de uma organização e
Assim, a avaliação do desempenho reporta-
com outras organizações;
-se às seguintes especificidades de uma
• Permite integrar nos processos normais organização do sector público:
de trabalho as diversas iniciativas para
a qualidade; • responsabilidade democrática/account-
ability;
• Constitui uma forma de medição do
progresso ao longo do tempo através • actuação dentro do quadro legal, legis-
de auto-avaliações regulares. lativo e regulamentar;
• comunicação com o nível político;
Conceitos e princípios da CAF
• envolvimento das partes interessadas
Enquanto ferramenta de Gestão da Quali- e conciliação das necessidades destas;
dade Total, a CAF subscreve os conceitos
• excelência na prestação de serviços;
fundamentais da excelência tal como são
definidos pela EFQM: orientação por resul- • eficiência;

8
• realização dos objectivos; organização, as diferentes causas (meios)
• gestão da modernização, inovação e interagem mutuamente quando produzem
mudança. resultados.

Ligações funcionais no modelo De qualquer modo, a existência de infor-


CAF mação de retorno (feedback) adequada,
entre os resultados alcançados e os critérios
A abordagem holística da TQM e da CAF de meios apropriados, deverá ser verificada
não significa apenas que todos os aspectos durante a avaliação.
respeitantes ao funcionamento de uma
organização sejam cuidadosamente avalia- Ligações entre os critérios de meios:
dos; significa, também, que todos os ele-
Como a qualidade dos resultados é, em
mentos que a compõem têm um impacto
grande medida, determinada pelo tipo e
recíproco. Deve fazer-se uma distinção
intensidade das relações existentes entre os
entre:
meios, este tipo de relação tem de ser
• relação de causa-efeito entre a parte explorada na auto-avaliação. De facto, a
esquerda do modelo (meios – causas) e sua intensidade difere significativamente de
a parte direita (resultados – efeitos), e organização para organização e a sua
• a relação holística entre as causas natureza determina, em larga medida, a
(meios). qualidade de uma organização.
Somente à última (meios) poderá ser apli- Organizações excelentes são, por exemplo,
cada totalmente a natureza holística do caracterizadas por terem fortes interacções
modelo. entre o critério 1 e os critérios 2/3/4, e entre
o critério 3 e os critérios 4/5. As relações
Ligações entre os critérios de meios e não estão obviamente limitadas ao nível
de resultados: do critério. Na realidade, fortes interac-
Consiste na relação de causa-efeito entre os ções / relações ocorrem com frequência ao
meios (causas) e os resultados (efeitos), nível dos subcritérios.
assim como na informação de retorno
(feedback) dos últimos sobre os primeiros. A importância das evidências e
das medições
A verificação das ligações causa-efeito
adquire fundamental importância na auto- A auto-avaliação e melhoria das organiza-
-avaliação durante a qual o avaliador de- ções públicas tornam-se extremamente difí-
verá sempre verificar a consistência entre ceis sem informação fiável proveniente das
um resultado apresentado (ou conjunto de diferentes áreas funcionais da organização.
resultados homogéneos) e as «evidências» A CAF estimula as organizações do sector
recolhidas relativamente aos critérios e sub- público a recolherem e usarem a infor-
critérios de meios relevantes. Porém, tal mação, mas muitas vezes esta informação
consistência é por vezes difícil de verificar, já não está disponível numa primeira auto-
que, em razão da natureza holística da -avaliação. É por este motivo que a CAF é

9
frequentemente considerada como sendo Ver o capítulo sobre o sistema de pontua-
uma medição de base zero que indica as ção para informação mais pormenorizada.
áreas nas quais é essencial começar a
medir. Quanto maior for o progresso de Linguagem gestionária e
uma organização no sentido da melhoria glossário
contínua, tanto mais esta receberá e gerirá Muitas organizações do sector público que
informação de forma sistemática e progres- utilizam a CAF pela primeira vez são con-
siva, quer a nível interno, quer externo. frontadas com uma terminologia de difícil
compreensão; a experiência e a formação
O papel do sistema de em gestão pública ajudam certamente a
pontuação vencer este obstáculo, mas algumas pes-
Um dos elementos obrigatórios da CAF é o soas que participam na auto-avaliação com
sistema de pontuação. Embora os pontos base na CAF podem não ter este tipo de
fortes e áreas de melhoria identificadas e as antecedentes. O glossário existente no final
consequentes acções de melhoria sejam os desta publicação tem como objectivo aju-
resultados mais importantes da auto-ava- dar estas pessoas através da apresentação
liação, as organizações, por vezes, centram- de definições mais precisas relativamente
-se demasiado nas pontuações. A atribuição aos principais vocábulos e conceitos.
de uma pontuação a cada subcritério e
Todavia, dada a natureza dos «clientes» no
critério do modelo CAF tem 4 objectivos
sector público, queremos, desde o início,
principais:
esclarecer o que entendemos por cidadão/
1. Dar uma indicação sobre a orientação /cliente. Este termo é usado para realçar a
a seguir para as acções de melhoria; relação dupla existente entre a Adminis-
2. Medir o progresso da organização; tração Pública e
3. Identificar boas práticas tal como indi- • os utilizadores dos serviços públicos, e
cado pela pontuação elevada nos • todos os membros da sociedade que
critérios de meios e resultados; como cidadãos e contribuintes têm
4. Ajudar a encontrar parceiros válidos interesse nos serviços prestados e nos
com quem aprender. seus resultados.
O sistema de pontuação foi revisto para a
nova versão da CAF e uma novidade intro- Principais diferenças entre a
duzida na CAF 2006 é a possibilidade de CAF 2002 e a CAF 2006
pontuar de duas formas: Os utilizadores das versões anteriores da
• Através do «classical CAF scoring», CAF não terão grandes dificuldades em
traduzido para «sistema de pontua- encontrar o seu caminho na nova versão.
ção clássico»; e No contexto da Estratégia de Lisboa é dada
• Com o «fine-tuned scoring», adaptado maior ênfase à modernização e inovação.
para «sistema de pontuação avança- Esta preocupação está presente de forma
do». mais explícita nos critérios sobre liderança e

10
estratégia enquanto que a necessidade de
permanente inovação dos processos é
apresentada no critério 5.
A introdução e reformulação de muitos
exemplos ilustram melhor a contribuição
da gestão da qualidade no sector público
para uma melhor governação.
O sistema de pontuação permite à organi-
zação aprofundar o conhecimento que
resulta da avaliação e focalizar com mais
precisão as acções de melhoria.
As linhas de orientação sobre auto-ava-
liação e planos de melhoria fornecem con-
selhos adicionais.
O recente sucesso do bench learning com a
CAF serviu de inspiração para as novas li-
nhas de orientação nesta área.
Em suma, a auto-avaliação segundo o mo-
delo CAF oferece à organização a oportu-
nidade de aprender mais acerca de si
mesma. Comparada com um modelo de
Gestão da Qualidade Total completamente
desenvolvido, a CAF foi concebida para ser
um modelo introdutório de utilização
amigável. Parte-se do princípio de que
qualquer organização que pretenda ir mais
além irá seleccionar um modelo mais
desenvolvido. A CAF apresenta a vantagem
de ser compatível com esses modelos e, por
conseguinte, ser um primeiro passo para
uma organização que deseje avançar para a
gestão da qualidade.
Nós sabemos que «a CAF resulta!»
A CAF está no domínio público e é gratui-
ta. As organizações são livres de utilizar o
modelo da forma como desejarem.

11
Critérios de Meios

Os critérios 1 a 5 referem-se aos meios da organização. Estes determinam o que a orga-


nização faz e como realiza as suas actividades para obter os resultados desejados. A ava-
liação das acções relacionadas com os meios deverá ser baseada no Quadro de Pontuação
dos Meios (ver os sistemas de pontuação da CAF e os quadros de avaliação).
CRITÉRIO 1: LIDERANÇA das políticas fornecendo pareceres técni-
cos, propondo cenários alternativos ou
prospectivos, sendo igualmente responsá-
Definição
vel pela implementação e realização dessas
O comportamento dos líderes de uma mesmas políticas.
organização pode ajudar a criar clareza e
Como tal, no sector público deve-se distin-
unidade nos objectivos, bem como um
guir o papel da liderança política do papel
ambiente no qual a organização e os seus
dos líderes / gestores das organizações. A
colaboradores sejam excelentes.
CAF centra-se na gestão das organizações
Os líderes dão uma orientação à organiza- públicas e não na «qualidade» das políticas
ção. Os líderes desenvolvem a missão, a públicas — responsabilidade do foro políti-
visão e os valores necessários para o suces- co.
so da organização a longo prazo; motivam Para além dos seus valores específicos, as
e apoiam as pessoas da organização organizações do sector público europeu
actuando como modelo de conduta e com partilham um conjunto de valores comuns,
um comportamento adequado e consentâ- tais como a legalidade, transparência, equi-
neo com os valores expressos e implícitos. dade, diversidade e a rejeição de conflitos
Os líderes desenvolvem, implementam e de interesse. Os líderes transmitem estes
monitorizam o sistema de gestão da orga- valores à organização, podendo, também,
apresentá-los sob a forma de códigos de
nização e revêem o desempenho e os resul-
conduta que guiam o comportamento pro-
tados. São responsáveis pela melhoria do
fissional dos colaboradores.
desempenho e preparam o futuro pro-
movendo as mudanças necessárias para Os líderes criam as condições óptimas para
realizar a sua missão. que as suas organizações se adaptem con-
tinuamente às mudanças da sociedade que
No sector público, os líderes são o principal
servem. Eles próprios procuram oportu-
interlocutor entre a organização e o poder nidades para inovar e modernizar, e inte-
político, gerindo as suas responsabilidades gram cada vez mais soluções de e-govern-
partilhadas. São, também, responsáveis ment.
pela gestão das relações com as partes
Nas organizações de serviço público, geral-
interessadas, assegurando que as necessi-
mente, exige-se que os gestores trabalhem
dades destas sejam satisfeitas.
com determinados recursos para atingir
Principais implicações objectivos e metas, o que, por vezes, requer
um equilíbrio relativamente às necessidades
Num sistema de democracia representativa, dos cidadãos, políticos e outras partes
os políticos eleitos fazem escolhas estraté- interessadas. Por conseguinte, os gestores
gicas e definem os objectivos que preten- devem demonstrar um claro conhecimento
dem alcançar nos diferentes sectores políti- de quem são os seus clientes, as suas
cos. A liderança das organizações do sector exigências, e de que forma estas po-
público apoia os políticos na formulação dem ser conciliadas com os imperativos

14
políticos, demonstrando um claro compro- f. Rever, periodicamente, a missão, visão
misso com os cidadãos/clientes, bem como e valores, ajustando-os às mudanças
com as demais partes interessadas. do ambiente externo;
g. Gerir «conflitos de interesse» identifi-
cando as áreas de conflito potenciais
SUBCRITÉRIOS e transmitindo linhas de orientação
Na avaliação deve evidenciar o que a lide- aos colaboradores.
rança da organização faz para: Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
pontuação referente aos meios.

1.1. Dar uma orientação à


organização desenvolvendo 1.2. Desenvolver e implementar
a visão, missão e valores um sistema de gestão da
organização, do desempenho
Exemplos: e da mudança
a. Formular e desenvolver a missão (qual Exemplos:
a nossa razão de ser) e a visão (para
onde queremos ir) da organização en- a. Desenvolver processos e promover a
volvendo as partes interessadas rele- criação de estruturas organizacionais
vantes e os colaboradores; em conformidade com a estratégia,
planeamento, necessidades e expecta-
b. Transformar a visão e a missão em
tivas das partes interessadas, utilizan-
objectivos estratégicos (longo e médio
do as tecnologias disponíveis;
prazo) e em objectivos e acções opera-
cionais (concretos e de curto prazo); b. Definir formas de gestão apropriadas
(níveis, funções, responsabilidades e
c. Estabelecer um quadro de valores,
competências) e assegurar um sistema
nele incluindo a transparência, a ética,
de gestão dos processos;
o princípio do serviço público, bem
como um código de conduta da orga- c. Desenvolver e acordar objectivos e
nização, envolvendo todas as partes metas mensuráveis para todos os
interessadas; níveis da organização;
d. Reforçar a confiança mútua e o res- d. Orientar os resultados e o impacto da
peito entre os líderes/gestores/colabo- actividade para a satisfação das ne-
radores (ex. definindo normas de boa cessidades e expectativas das partes
liderança); interessadas;
e. Criar condições para uma comunica- e. Formular e alinhar a estratégia de go-
ção eficaz. Assegurar uma comunicação verno electrónico com os objectivos
alargada da missão, visão, valores, estratégicos e operacionais da organi-
objectivos estratégicos e operacionais zação;
a todos os colaboradores da organiza- f. Estabelecer um sistema de informação
ção bem como às restantes partes para a gestão, incluindo auditorias
interessadas; internas;

15
g. Promover a utilização de ferramentas d. Ajudar os colaboradores a realizarem
apropriadas para a gestão de projec- os seus deveres, planos e objectivos
tos e para o trabalho em equipa; na prossecução dos objectivos globais
h. Aplicar de forma permanente os prin- da organização;
cípios da Gestão da Qualidade Total, e. Estimular, encorajar e criar condições
como são exemplos o Modelo CAF ou para a delegação de poderes, respon-
o Modelo de Excelência da EFQM; sabilidades e competências, incluindo a
i. Desenvolver um sistema de medição prestação de contas (empowerment);
do desempenho estratégico e opera- f. Promover uma cultura de inovação e
cional da organização (ex. Balanced melhoria encorajando e apoiando os
Scorecard); colaboradores a apresentarem suges-
j. Implementar sistemas de gestão da tões para a inovação e melhoria e a
Qualidade, tal como a ISO 9001-2000, serem proactivos no dia-a-dia de tra-
Service Level Agreements (SLA)1 ou balho;
outro tipo de certificações; g. Reconhecer e premiar os esforços indi-
k. Identificar e estabelecer prioridades viduais e das equipas;
para as mudanças necessárias tendo h. Respeitar e gerir as necessidades indi-
em conta o desenho organizacional e viduais e as situações pessoais dos
o tipo de serviço; colaboradores.
l. Comunicar as iniciativas de mudança Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
pontuação referente aos meios.
e as razões para a mudança aos cola-
boradores e às partes interessadas.
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
1.4. Gerir as relações com os
pontuação referente aos meios. políticos e com as outras
partes interessadas de
forma a assegurar uma
1.3. Motivar e apoiar as pessoas
responsabilidade partilhada
da organização e servir de
modelo Exemplos:

Exemplos: a. Identificar as políticas públicas que


afectam a organização;
a. Liderar através do exemplo, actuando
b. Interagir regular e proactivamente com
de acordo com os objectivos e valores
os responsáveis políticos das áreas exe-
estabelecidos;
cutiva e legislativa correspondentes;
b. Demonstrar vontade pessoal para a mu- c. Assegurar que os objectivos e metas
dança solicitando críticas construtivas; da organização estão alinhados com
c. Informar os colaboradores com regu- as políticas públicas;
laridade sobre assuntos importantes d. Desenvolver e manter parcerias e redes
relacionados com a organização; de trabalho com as partes interes-
1
Nota do tradutor: Service Level Agreements são acordos formais entre duas partes (ex. serviços e clientes) e
abrangem geralmente a identificação dos serviços prestados, compromissos em termos de desempenho ou
características dos serviços, bem como os deveres e garantias das partes.

16
sadas relevantes (cidadãos, organizações çando por recolher informação sobre as
não governamentais, grupos de interes- necessidades presentes e futuras das partes
se, outros organismos públicos, etc.); interessadas e também acerca dos resul-
e. Promover o envolvimento dos políticos tados e impactos, com o objectivo de
e de outras partes interessadas na fi- fornecer informação destinada ao processo
xação de resultados e impactos a atin- de planeamento. Isto implica a utilização
gir e no desenvolvimento do sistema de informação credível, incluindo a per-
de gestão da organização; cepção de todas as partes interessadas para
contribuir para a formulação das políticas
f. Procurar a divulgação pública, a repu-
operacionais, do planeamento e orientação
tação e o reconhecimento da organi-
estratégica. O feedback ou informação de
zação e dos seus serviços;
retorno de um processo de análise interno
g. Desenvolver o conceito de marketing é igualmente fundamental para o planea-
(produtos e serviços-chave) e divulgá- mento da melhoria do desempenho orga-
-lo junto das partes interessadas; nizacional.
h. Participar em actividades de associa-
Identificar os factores críticos de sucesso —
ções profissionais, organizações repre-
condições que devem ser reunidas para se
sentativas e grupos de interesse.
alcançarem os objectivos estratégicos — e
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de fixar objectivos, é crucial para assegurar o
pontuação referente aos meios. acompanhamento eficaz e a medição dos
resultados. Os objectivos devem ser formu-
lados de tal forma que seja possível distin-
CRITÉRIO 2: PLANEAMENTO guir os resultados dos impactos.

E ESTRATÉGIA As organizações devem monitorizar de


forma sistemática e crítica a implementação
Definição da sua estratégia e planeamento, e actua-
lizá-los e adaptá-los sempre que necessário.
A forma como uma organização combina
eficazmente as suas actividades determina
o seu desempenho global. A organização
SUBCRITÉRIOS
implementa a sua missão e visão através de
uma estratégia claramente orientada para Na avaliação deve evidenciar o que a orga-
as partes interessadas alinhando as políti- nização faz para:
cas públicas/objectivos e as necessidades
das mesmas, apoiada por uma melhoria
contínua da gestão dos recursos e proces-
2.1. Obter informação relacionada
sos. A estratégia é transformada em com as necessidades
planos, objectivos e metas mensuráveis. O presentes e futuras das
planeamento e a estratégia reflectem a abor- partes interessadas
dagem da organização para implementar a
Exemplos:
modernização e a inovação.
a. Identificar todas as partes interessadas
Principais implicações relevantes;
A estratégia e o planeamento fazem parte b. Recolher e analisar de forma sistemá-
do ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act), come- tica informação sobre as partes inte-

17
ressadas, respectivas necessidades e e. Avaliar a necessidade de reorganizar e
expectativas; melhorar as metodologias e estraté-
c. Recolher e analisar regularmente a infor- gias de planeamento.
mação, as fontes, o rigor e a qualidade Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
da mesma. Pode incluir informação pontuação referente aos meios.
sobre variáveis importantes, tais como
alterações sociais, ecológicas, econó-
2.3. Implementar o planeamento
micas, jurídicas e demográficas; e a estratégia em toda a
d. Analisar de forma sistemática os pon- organização
tos fortes e os pontos fracos internos
Exemplos:
(ex. diagnósticos TQM com os modelos
CAF ou EFQM; análises SWOT). a. Implementar o planeamento e a estra-
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de tégia através da negociação e do con-
pontuação referente aos meios. senso, da fixação de prioridades, do
estabelecimento de calendários, de
2.2. Desenvolver, rever processos adequados e de uma estru-
e actualizar o planeamento tura organizacional apropriada;
e a estratégia tendo em b. Envolver as partes interessadas no pro-
conta as necessidades das cesso de implementação do planea-
partes interessadas e os mento e estratégia e dar prioridade às
recursos disponíveis suas necessidades e expectativas;
c. Materializar os objectivos estratégicos e
Exemplos:
operacionais da organização em planos
a. Desenvolver e utilizar metodologias para e actividades relevantes para as unidades
monitorizar, medir e/ou avaliar o de-
orgânicas e pessoas da organização.
sempenho da organização a todos os ní-
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
veis, assegurando o acompanhamen-
pontuação referente aos meios.
to da implementação da estratégia;
b. Analisar sistematicamente os riscos e
as oportunidades (ex. análises SWOT) e 2.4. Planear, implementar
identificar os factores críticos de su- e rever a modernização
cesso através da avaliação regular e a inovação
destes factores no ambiente da organi-
Exemplos:
zação (incluindo mudanças políticas);
c. Avaliar as actividades existentes em a. Criar e desenvolver uma nova cultura —
termos de saídas (resultados) e efeitos aberta à inovação — através de for-
(impactos) e a qualidade dos planos mação, acções de benchmarking e
estratégicos e operacionais; bench learning, criação de laboratórios
d. Articular actividades e recursos, pres- de aprendizagem e pela focalização na
sões de curto e longo prazo e exigên- importância do planeamento estratégi-
cias das partes interessadas; co;

18
b. Monitorizar de forma sistemática os tar o planeamento e a estratégia e a asse-
indicadores / condutores internos da gurar o eficaz funcionamento dos proces-
mudança e as exigências externas sos.
para a modernização e inovação;
Principais implicações
c. Planear as mudanças conducentes ao
processo de modernização e inovação O critério 3 avalia se a organização alinha
(ex. criação de serviços on-line) com os objectivos estratégicos e os recursos
base no diálogo com as partes inte- humanos de que dispõe, ou seja, se os
ressadas; objectivos estão identificados, desenvolvi-
dos, desdobrados e tratados de forma a se
d. Utilizar ferramentas de gestão e indi-
atingir uma utilização óptima dos recursos
cadores (ex. utilização dos princípios
e o sucesso da organização. A gestão das
da Gestão da Qualidade Total);
pessoas deve ser alargada de forma a se
e. Assegurar o desenvolvimento de um obterem vantagens para ambas as partes: a
sistema de gestão da mudança efi- organização e os seus colaboradores. As
ciente, que inclua a monitorização do pessoas devem ser apoiadas para desen-
progresso ao nível da inovação; volverem todo o seu potencial. Cuidar do
f. Assegurar a disponibilidade dos recur- bem-estar dos colaboradores constitui um
sos necessários para implementar as aspecto importante da gestão de pessoas.
mudanças planeadas.
Quando as organizações criam sistemas
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de para permitir que os trabalhadores desen-
pontuação referente aos meios.
volvam continuamente as suas competên-
cias, assumam mais responsabilidades e
CRITÉRIO 3: PESSOAS tenham mais iniciativa, os colaboradores
contribuem para o desenvolvimento do
Definição posto de trabalho. Isto pode ser possível se
a organização conseguir assegurar que os
As pessoas são a organização e constituem
colaboradores alinhem o seu desempenho
o seu activo mais importante. A forma
individual com os objectivos estratégicos da
como os colaboradores interagem uns com
organização e, também, pelo envolvimento
os outros e gerem os recursos disponíveis
destes na fixação de políticas relacionadas
influencia decisivamente o sucesso da orga-
com o recrutamento, formação e recom-
nização. O respeito, o diálogo, o empower-
pensa das pessoas.
ment, bem como um ambiente seguro e
saudável são fundamentais para assegurar Finalmente, o critério 3 sublinha a capaci-
o empenho e a participação das pessoas no dade dos gestores / líderes e colaboradores
caminho da organização para a excelência. cooperarem activamente no desenvolvi-
A organização gere, desenvolve e utiliza as mento da organização, quebrando bar-
competências e todo o potencial dos seus reiras organizacionais através do diálogo,
colaboradores, tanto ao nível individual dando espaço à criatividade, inovação e
como organizacional, de forma a implemen- sugestões para a melhoria do desempenho.

19
Tal contribui, igualmente, para aumentar a b. Desenvolver e divulgar a política de
satisfação dos colaboradores. gestão de recursos humanos baseada
no planeamento e estratégia da orga-
A execução das políticas de recursos hu-
nização;
manos não diz apenas respeito ao depar-
tamento de recursos humanos, dependen- c. Assegurar que a gestão previsional dos
do, também, de todos os líderes, gestores e recursos humanos (selecção, recruta-
responsáveis pelos departamentos em toda mento, integração, desenvolvimento
a organização, os quais devem demonstrar a de carreiras) seja adequada à realiza-
ção das actividades, e caracterizada
sua preocupação com os assuntos rela-
pelo equilíbrio entre as actividades e
cionados com as pessoas, e promover, acti-
respectivas responsabilidades;
vamente, uma cultura de comunicação
aberta e de transparência. d. Monitorizar os recursos humanos res-
ponsáveis pela concepção e desen-
As organizações, na avaliação do seu volvimento de serviços on-line;
desempenho, podem ter em consideração
e. Desenvolver e acordar uma política
quaisquer restrições sobre a sua liberdade
clara que contenha critérios objectivos
de acção resultantes de políticas públicas
nos domínios do recrutamento, pro-
de pessoal de âmbito nacional / regional /
moção, remuneração, avaliação e dele-
/local, políticas remuneratórias, etc., e indi-
gação de competências;
car a forma como lidam com estas restrições
f. Assegurar boas condições de trabalho
para optimizar o potencial dos seus cola-
em toda a organização, incluindo o
boradores.
respeito pelas exigências ao nível da
saúde e da segurança;
SUBCRITÉRIOS g. Gerir o recrutamento e o desenvolvi-
mento das carreiras com respeito pela
Na avaliação deve evidenciar o que a orga-
equidade no emprego, igualdade de
nização faz para:
oportunidades e diversidade (género,
orientação sexual, deficiências, idade,
3.1. Planear, gerir e melhorar os
raça e religião);
recursos humanos de
h. Assegurar que as condições existentes
forma transparente em
sintonia com o planeamento permitem aos colaboradores conciliar
e a estratégia a vida profissional e familiar;
i. Prestar particular atenção às necessi-
Exemplos:
dades dos colaboradores desfavoreci-
a. Analisar, regularmente, as carências dos e com deficiências ou incapacida-
actuais e futuras de recursos humanos, des.
tendo em conta as necessidades e Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
expectativas das partes interessadas; pontuação referente aos meios.

20
3.2. Identificar, desenvolver e multimédia, formação profissional no
usar as competências das posto de trabalho, e-learning);
pessoas, articulando os h. Planear acções de formação e desen-
objectivos individuais e volver técnicas de comunicação sobre
organizacionais o risco e a gestão de conflitos de
Exemplos: interesse;
i. Avaliar os impactos dos programas de
a. Identificar as competências actuais das
formação e de desenvolvimento de
pessoas no plano individual e organi-
zacional, em termos de conhecimen- competências e o custo das acções,
tos, habilitações e atitudes; através de análises custo / benefício.

b. Debater, estabelecer e comunicar a Atribuir a pontuação utilizando o quadro de


pontuação referente aos meios.
estratégia para o desenvolvimento de
competências. Tal inclui um plano de
formação aceite por todos baseado 3.3. Envolver as pessoas através
nas necessidades individuais e organi- do diálogo e da delegação
zacionais, actuais e futuras (pode in- de responsabilidades
cluir, por exemplo, programas de for-
Exemplos:
mação obrigatórios e opcionais);
c. Desenvolver e acordar planos de a. Promover uma cultura de diálogo e
desenvolvimento e de formação pes- de comunicação aberta e incentivar o
soal para todos os colaboradores, trabalho de equipa;
com especial enfoque nas capaci- b. Criar de forma proactiva um ambiente
dades de gestão e liderança para lidar propício para obter ideias e sugestões
com a diversidade de cidadãos /clien- dos colaboradores e desenvolver os
tes e parceiros. Esta formação tam- mecanismos apropriados para acolher
bém pode incluir o desenvolvimento os seus contributos (sistemas de su-
de competências para prestar serviços gestões, grupos de trabalho, brain-
on-line; storming …);
d. Desenvolver as competências de c. Envolver os colaboradores e os seus
gestão e de liderança, bem como as representantes no desenvolvimento
competências comportamentais dos de planos, estratégias, objectivos, con-
gestores da organização para melho- cepção de processos e na identifi-
rar as relações com os colaboradores, cação e implementação de acções de
clientes e parceiros; melhoria;
e. Apoiar e acompanhar os novos cola- d. Procurar o consenso entre os gestores
boradores (ex. através de orientação, e os colaboradores sobre os objectivos
formação individual, tutoria); a atingir e as formas de medir a sua
f. Promover a mobilidade interna e exter- execução;
na dos colaboradores; e. Realizar, periodicamente, questionários
g. Desenvolver e promover métodos de de pessoal, incluindo a publicação dos
formação modernos (ex. abordagem resultados/resumos/conclusões;

21
f. Assegurar que os colaboradores te- nizações públicas têm necessariamente de
nham oportunidade de fornecer infor- se relacionar com outras organizações,
mação de retorno ou feedback sobre tanto do sector público como do privado
os respectivos gestores /dirigentes de de modo a realizarem os seus objectivos
primeiro nível; estratégicos.
g. Consultar os representantes dos tra- Uma outra consequência desta complexi-
balhadores (ex. sindicatos). dade é a necessidade de aumentar o papel
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de activo dos cidadãos/clientes enquanto par-
pontuação referente aos meios. ceiros-chave. O termo cidadão /cliente é atri-
buído ao cidadão que pode ser utilizador
do serviço ou mera parte interessada. Neste
CRITÉRIO 4: PARCERIAS critério, a CAF focaliza-se no envolvimento
E RECURSOS dos cidadãos nos assuntos de natureza
pública e no desenvolvimento das políticas
Definição públicas, bem como na receptividade das
Como a organização planeia e gere as organizações públicas às suas necessidades
parcerias-chave — especialmente com os e expectativas.
cidadãos /clientes — de forma a apoiar o Quando se trata de gerir recursos finan-
planeamento e a estratégia, bem como o ceiros, as organizações públicas estão
eficaz funcionamento dos processos. Deste geralmente sujeitas a vários constrangi-
modo, as parcerias são importantes recursos mentos e pressões muito superiores às que
para o bom funcionamento da organização. vigoram no sector privado. A capacidade
Para além das parcerias, as organizações das organizações públicas para gerar recur-
necessitam dos recursos tradicionais — tais sos financeiros adicionais pode ser limitada,
como recursos financeiros, tecnologia, sendo igualmente limitada a sua liberdade
infra-estruturas — para assegurar o seu de afectação ou reafectação de verbas para
funcionamento eficaz. Estes são utilizados os serviços que deseja prestar. Assim, é
e desenvolvidos para apoiar a estratégia da essencial que as organizações públicas
organização e os seus processos mais meçam a eficiência e eficácia dos serviços
importantes, tendo em vista atingir os que são pagos para serem prestados. Os
objectivos da organização da forma mais sistemas de controlo interno e de contabili-
eficiente possível. Funcionando de forma dade de custos são a base de uma gestão
transparente, as organizações podem asse- financeira sã. Embora as organizações
gurar aos cidadãos /clientes que a utilização públicas muitas vezes tenham pouco a
legítima dos recursos disponíveis se faz de dizer sobre a afectação de recursos, a
forma responsável. demonstração de que estas têm capaci-
dade para prestar «mais e melhores serviços
Principais implicações a um custo inferior», cria oportunidades
Numa sociedade marcada pela constante para introduzir mais rapidamente serviços
mudança e crescente complexidade, as orga- ou produtos inovadores.

22
É importante identificar os conhecimentos e. Promover e organizar parcerias para
e a informação de que a organização dis- tarefas específicas, bem como desen-
põe, devendo estes contribuir para os volver e implementar projectos conjun-
processos de revisão do planeamento e da tos com outras organizações públicas;
estratégia. A organização deve assegurar
f. Criar condições para o intercâmbio de
que a informação e o conhecimento apro-
colaboradores com os parceiros;
priado é disponibilizado em tempo útil e de
forma acessível, para permitir aos colabo- g. Estimular actividades na área da res-
radores realizarem as suas tarefas eficaz- ponsabilidade social corporativa.
mente. Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
pontuação referente aos meios.
A organização deve, também, assegurar a
partilha de informação e conhecimentos
importantes com os seus parceiros-chave e 4.2. Desenvolver e implementar
com outras partes interessadas em função parcerias com os
das suas necessidades. cidadãos/clientes
Exemplos:

SUBCRITÉRIOS a. Incentivar o envolvimento dos cida-


dãos / clientes nas questões públicas e
Na avaliação deve evidenciar o que a orga- nos processos de tomada de decisão
nização faz para: política (ex. comissões de utentes,
inquéritos, sondagens de opiniões, cír-
4.1. Desenvolver e implementar culos de qualidade);
relações de parceria b. Demonstrar receptividade às ideias,
relevantes sugestões e reclamações dos cida-
Exemplos: dãos /clientes e desenvolver e utilizar os
mecanismos apropriados para a sua
a. Identificar potenciais parceiros estra-
recolha (ex. por meio de caixa de suges-
tégicos e a natureza das relações (ex.
fornecedor-comprador, co-produção, tões, caixa de reclamações, inquéritos,
serviços on-line); comissões de utentes, etc.);

b. Estabelecer acordos de parceria apro- c. Assegurar uma política de informação


priados, tendo em conta a natureza das proactiva (ex. sobre as competências
relações (ex. fornecedor-comprador, dos diversos organismos públicos,
co-fornecedor ou co-produtor de pro- sobre os processos da organização,
dutos /serviços, serviços on-line); etc.);
c. Definir as responsabilidades de cada d. Assegurar a transparência da organi-
parte na gestão das parcerias, incluin- zação, bem como das suas decisões e
do os controlos; acções (ex. publicação de relatórios
d. Monitorizar e avaliar regularmente os anuais, realização de conferências de
processos, os resultados e o tipo de imprensa, disponibilização de infor-
parceria; mação na Internet);

23
e. Incentivar os cidadãos /clientes a se or- j. Assegurar a gestão flexível de verbas
ganizarem, a expressarem as suas ne- orçamentais (ex. reforço e anulação
cessidades e exigências e apoiar a cons- de verbas);
tituição de comissões de utentes. k. Incluir nos documentos orçamentais
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de dados sobre o desempenho não
pontuação referente aos meios. financeiro da organização;
l. Introduzir análises comparativas (ex.
4.3. Gerir os recursos financeiros benchmarking) entre diferentes unida-
Exemplos: des da organização e entre diferentes
organizações.
a. Articular a gestão financeira com os
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
objectivos estratégicos da organização; pontuação referente aos meios.
b. Assegurar a transparência financeira e
orçamental; 4.4. Gerir o conhecimento e a
c. Assegurar a eficiência na afectação informação
dos recursos financeiros;
Exemplos:
d. Introduzir sistemas inovadores de pla-
a. Desenvolver sistemas para recolher,
neamento orçamental e de custos (ex.
armazenar, avaliar e divulgar a infor-
orçamentos plurianuais, orçamentos-
mação e o conhecimento na organi-
-programa);
zação em conformidade com os objec-
e. Monitorizar sistematicamente o custo
tivos estratégicos e operacionais;
padrão dos produtos e serviços pres-
b. Assegurar que a informação relevante
tados pela organização incluindo as
disponível no exterior seja obtida,
despesas com recursos materiais e
processada e utilizada eficazmente;
humanos envolvidos;
c. Monitorizar regularmente a infor-
f. Delegar e descentralizar as respon-
mação e o conhecimento da organi-
sabilidades financeiras de forma equi-
zação, assegurando a relevância,
librada com o controlo centralizado;
exactidão, fiabilidade e segurança dos
g. Basear as decisões de investimento e o mesmos. Articulá-los, ainda, com o
controlo financeiro em análises de planeamento estratégico, tendo em
custo-benefício; conta as necessidades actuais e fu-
h. Desenvolver e introduzir um controlo turas das partes interessadas;
financeiro moderno (ex. através de d. Desenvolver canais internos para a di-
auditorias financeiras internas, etc.) vulgação em cascata da informação
e divulgar junto dos colaboradores dentro da organização de forma a
a informação relativa ao controlo assegurar que todos os colaboradores
financeiro; tenham acesso à informação e ao
i. Criar, em simultâneo, sistemas de con- conhecimento necessários para o cum-
tabilidade financeira e orçamental primento das suas tarefas e objec-
incluindo balancetes orçamentais; tivos;

24
e. Assegurar o acesso e a permuta de in- b. Assegurar a utilização segura, eficien-
formação relevante com todas as par- te e ergonómica dos materiais e equi-
tes interessadas e apresentar a infor- pamentos, tendo em conta: os objec-
mação e os dados de forma amigável; tivos estratégicos e operacionais da
f. Assegurar, na medida do possível, que organização; as necessidades pessoais
a informação e os conhecimentos- dos colaboradores; a cultura local; os
-chave dos colaboradores perma- constrangimentos do espaço físico
neçam na organização, na eventuali- (ex. espaços abertos com múltiplas
dade dos colaboradores deixarem a secretárias versus gabinetes indivi-
organização. duais) e os equipamentos técnicos
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de necessários (ex. número de computa-
pontuação referente aos meios. dores pessoais e fotocopiadoras por
serviço);
4.5. Gerir os recursos tecnológicos c. Assegurar uma eficiente, eficaz, pla-
Exemplos: neada e sustentável manutenção dos
a. Desenvolver uma política integrada de edifícios, escritórios e equipamentos;
gestão das tecnologias em conformi- d. Assegurar uma eficiente, eficaz e sus-
dade com os objectivos estratégicos e tentável utilização dos recursos ener-
operacionais da organização; géticos e meios de transporte;
b. Utilizar eficientemente tecnologias e. Assegurar a existência de acessos
apropriadas para:
adequados aos edifícios, tendo em
— Gerir tarefas; conta as necessidades e expectativas
— Gerir o conhecimento; dos colaboradores e cidadãos /clientes
— Apoiar as actividades de apren- (ex. acesso de deficientes a parques
dizagem e de melhoria; de estacionamento ou a transportes
— Apoiar a interacção com as partes públicos);
interessadas e os parceiros; f. Desenvolver uma política integrada
— Apoiar o desenvolvimento e a ma- para a gestão dos recursos materiais,
nutenção de redes de trabalho incluindo a reciclagem / tratamento
internas e externas.
de resíduos, por exemplo através de
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de gestão directa ou subcontratação.
pontuação referente aos meios.
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
pontuação referente aos meios.
4.6. Gerir os recursos materiais
Exemplos:
CRITÉRIO 5: PROCESSOS
a. Gerir de forma eficaz e eficiente os
espaços físicos, tendo em conta as
Definição
necessidades e expectativas dos utiliza-
dores (ex. centralização versus descen- Como a organização identifica, gere, me-
tralização dos edifícios/serviços); lhora e desenvolve os seus processos-chave

25
de modo a implementar o planeamento e a lação das actividades económicas, até
estratégia. A inovação e a necessidade de actividades muito concretas relacionadas
gerar valor acrescentado para os cidadãos / com a prestação de serviços. Em qualquer
/clientes e outras partes interessadas são caso, uma organização deve ser capaz de
dois dos principais impulsionadores no identificar os processos-chave que executa
desenvolvimento dos processos. de forma a produzir os resultados e im-
pactos esperados, tendo em conta as expec-
Principais implicações tativas dos cidadãos /clientes e bem assim
As organizações que funcionam correcta- de outras partes interessadas.
mente são geridas por inúmeros processos,
O papel dos cidadãos / clientes pode ser
cada um deles constituído por um conjun-
desenvolvido a 3 níveis:
to de procedimentos que transforma os
recursos ou inputs em resultados ou outputs • Envolvimento de representantes de
e em impactos ou outcomes, proporcio- cidadãos / clientes, associações ou
nando assim valor acrescentado. Os proces- painéis de referência de cidadãos/
sos podem ser de natureza variada: /clientes para a concepção dos produ-
• Os processos-chave — essenciais para tos e serviços de uma organização;
prestação de serviços ou fornecimen- • Colaboração dos cidadãos/clientes na
to de produtos; implementação de serviços e produtos;
• Os processos de gestão — conduzem • Atribuição de poderes aos cidadãos/
a organização e apoiam os processos- /clientes (empowerment) com o intuito
-chave; de eles próprios realizarem ou pro-
• Os processos de suporte — fornecem porem serviços e produtos.
os recursos necessários. Existem processos transversais comuns na
Somente os processos mais importantes, os Administração Pública, sendo vital uma
processos-chave, são objecto de avaliação integração bem sucedida da gestão desses
através da CAF. A chave para a identifica- processos, visto que dessa integração
ção, avaliação e melhoria dos processos- depende muito a eficiência e eficácia dos
-chave está em saber como estes contri- referidos processos. Para atingir esse fim,
buem efectivamente para o cumprimento devem ser introduzidas formas de inte-
da missão da organização. Envolver os gração organizacional testadas com suces-
cidadãos / clientes nas diferentes fases da
so, tais como a criação de equipas transver-
gestão do processo e ter em linha de conta
sais para a gestão de processos com
as suas expectativas contribui para a sua
coordenadores designados.
qualidade global.
Seguem-se alguns exemplos de processos
A natureza dos processos nas organizações
da Administração Pública:
de serviço público pode variar muito,
abrangendo desde actividades relativa- • Processos-chave:
mente abstractas, como as que suportam — Prestação dos serviços essenciais rela-
as políticas de desenvolvimento ou regu- cionados com a natureza e a missão

26
da organização. Por exemplo: co- b. Identificar os “donos” dos processos e
brança de impostos; pagamento de atribuir-lhes responsabilidades;
benefícios da segurança social; c. Envolver os colaboradores e as demais
— Prestação de serviços aos clientes partes interessadas externas na con-
através do esclarecimento de questões; cepção e desenvolvimento dos proces-
— Formulação e implementação da polí- sos-chave;
tica legislativa;
d. Afectar recursos aos processos com
• Processos de gestão: base na importância relativa do seu
— Avaliação da qualidade do serviço de contributo para os objectivos estraté-
cobrança de impostos;
gicos da organização;
— Processos de tomada de decisão;
e. Recolher, registar e compreender os
• Processos de suporte:
requisitos legais e outros mecanismos
— Orçamentação e planeamento; de regulação relevantes para os pro-
— Processos para a gestão de recursos cessos da organização, analisá-los e
humanos.
elaborar propostas para agilizar os
Nas unidades de apoio, os processos-chave procedimentos legais integrados nos
são ligados às funções de suporte da orga-
processos de forma a eliminar bar-
nização que é responsável pela actividade
reiras administrativas desnecessárias e
principal.
as disfunções da burocracia;
A revisão contínua dos processos é essen-
cial, uma vez que a inovação e as novas tec- f. Definir indicadores para os processos e
nologias surgem no mercado a um ritmo estabelecer objectivos de desempe-
acelerado. De forma a tirar partido das me- nho orientados para os cidadãos/
lhorias potenciais, as organizações públicas /clientes;
têm de assegurar mecanismos que permi-
g. Coordenar e sincronizar os processos
tam receber das partes interessadas infor-
da organização;
mação de retorno ou feedback sobre o
valor dos produtos e serviços. h. Monitorizar e avaliar os impactos dos
serviços on-line nos processos da
organização (ex. eficiência, qualidade,
SUBCRITÉRIOS eficácia);

Na avaliação deve evidenciar o que a orga- i. Juntamente com as partes interessadas


nização faz para: relevantes melhorar os processos de
acordo com a eficiência, eficácia e
5.1. Identificar, conceber, gerir resultados avaliados (outputs e out-
e melhorar os processos de comes);
forma sistemática j. Analisar e avaliar os processos-chave,
os riscos e os factores críticos de
Exemplos:
sucesso, tendo em consideração os
a. Identificar, descrever e documentar os objectivos da organização e o respec-
processos-chave de forma regular; tivo ambiente de mudança;

27
k. Identificar, conceber e implementar de responder às necessidades dos
mudanças nos processos que con- cidadãos /clientes;
duzam os serviços para a filosofia do f. Promover mecanismos de acessibili-
«quiosque único» (one-stop-principle dade na organização: horários de
services); abertura flexíveis e documentos em
l. Medir e rever a eficácia das mudan- diversos formatos e suportes (ex.
ças introduzidas nos processos e diferentes línguas, disponíveis na
desenvolver processos de benchmark- Internet, cartazes, brochuras, Braille);
ing e bench learning para conduzir as g. Promover a comunicação electrónica e
melhorias. a interacção com os cidadãos/clientes;
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de h. Desenvolver mecanismos de resposta
pontuação referente aos meios.
automática a dúvidas e procedimen-
tos, e sistemas de gestão das recla-
5.2. Desenvolver e fornecer mações.
produtos e serviços orientados
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
para os cidadãos/clientes
pontuação referente aos meios.
Exemplos:
a. Envolver os cidadãos/clientes na con- 5.3. Inovar os processos
cepção e melhoria dos serviços e pro- envolvendo os cidadãos /
dutos (ex. através de sondagens; infor- /clientes
mação de retorno/feedback; grupos de
Exemplos:
controlo; inquéritos para averiguar a
conformidade dos serviços e produtos a. Aprender com as inovações de outras
com os padrões de qualidade e para organizações nacionais e internacio-
averiguar se os mesmos salvaguardam nais, demonstrando disponibilidade e
as questões relacionadas com o género iniciativa;
e a diversidade); b. Envolver as partes interessadas na ino-
b. Envolver os cidadãos / clientes e outras vação dos processos, por exemplo
partes interessadas no desenvolvi- através da avaliação de novos serviços
mento de padrões de qualidade para e soluções de administração pública
os serviços, produtos e informação electrónica;
disponibilizada aos mesmos; c. Envolver os cidadãos/clientes na ino-
c. Elaborar orientações e legislação sim- vação dos processos;
ples e clara utilizando linguagem d. Afectar os recursos necessários para a
acessível; inovação dos processos;
d. Envolver os cidadãos / clientes na con- e. Identificar, analisar e superar constan-
cepção e desenvolvimento de canais e temente os obstáculos para a ino-
fontes de informação; vação.
e. Assegurar a existência de informação Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
adequada e rigorosa com o objectivo pontuação referente aos meios.

28
Critérios de Resultados

A partir do critério 6 o enfoque da avaliação desloca-se dos meios para os resultados. Nos
critérios de resultados medem-se as percepções, ou seja, o que os colaboradores, cida-
dãos / clientes e sociedade pensam da organização. Existem igualmente indicadores inter-
nos de desempenho que demonstram a forma como a organização está a actuar em
relação às metas fixadas — os resultados e impactos. A avaliação dos resultados exige um
conjunto de respostas diferente. Assim, a partir deste ponto, a avaliação do diagnóstico
será baseada no Quadro de Pontuação dos Resultados.
CRITÉRIO 6: RESULTADOS ou não, ser orientados para os cidadãos /
/clientes. A avaliação do grau de satisfação
ORIENTADOS PARA OS
dos cidadãos /clientes baseia-se, geral-
CIDADÃOS/CLIENTES mente, em áreas consideradas importantes
pelos clientes e naquilo que é susceptível de
Definição ser melhorado pela organização no âmbito
do serviço específico que presta.
Que resultados a organização atinge em
relação à satisfação dos cidadãos /clientes É importante para todos os tipos de orga-
com os produtos /serviços que presta. nizações do sector público medir directa-
mente a satisfação dos cidadãos /clientes
Principais implicações acerca da imagem global que têm da orga-
As organizações do sector público têm uma nização, dos produtos e serviços que pres-
relação complexa com o público, caracte- ta, do grau de receptividade da organiza-
rizando-se, por vezes, como uma relação ção e de envolvimento dos mesmos. As
de clientela — em particular, no caso dos organizações utilizam, geralmente, ques-
serviços prestados directamente por orga- tionários ou inquéritos para medir os níveis
nismos públicos; noutros casos deve ser de satisfação, podendo, contudo, utilizar
descrita como uma relação com os outros instrumentos complementares co-
cidadãos pelo facto da organização parti- mo, por exemplo, grupos focalizados ou de
cipar na determinação das condições em controlo ou painéis de referência.
que é conduzida a vida económica e social.
Como estas duas situações nem sempre são Alguns exemplos de informação que pode
dissociáveis, esta relação complexa é descri- ser recolhida incluem dados sobre os pro-
ta como uma relação com o cidadão/ dutos e serviços, a imagem da organização,
/cliente. Os cidadãos/clientes são os recep- a afabilidade, disponibilidade e cortesia dos
tores ou beneficiários das actividades, pro- colaboradores.
dutos ou serviços prestados pelas organiza-
ções do sector público. É necessário definir
quem são os cidadãos /clientes, embora SUBCRITÉRIOS
estes não se restrinjam aos utilizadores
Na avaliação tenha em consideração os re-
primários dos serviços prestados.
sultados que a organização atingiu para
As organizações públicas prestam serviços satisfazer as necessidades e expectativas
em função das políticas definidas pela dos cidadãos/clientes através de:
administração central, regional ou local, e
são responsáveis pelo seu desempenho
6.1. Resultados de avaliações
face aos seus interlocutores políticos. O da satisfação dos
desempenho relativo às exigências legais é cidadãos /clientes
avaliado no âmbito dos resultados organi-
zacionais do critério 9. Os objectivos da Exemplos:
política pública são fixados pela adminis- a. Resultados relativos à imagem global
tração central, regional e local e podem, da organização (ex. cortesia e igual-

30
dade no tratamento; flexibilidade e Indicadores relativos ao envolvimento:
autonomia para resolver problemas
f. Grau de envolvimento das partes inte-
extraordinários / situações invulgares);
ressadas na concepção e modo de
b. Resultados relativos ao envolvimento e prestação dos produtos e serviços
participação; e /ou na concepção dos processos de
c. Resultados relativos à acessibilidade tomada de decisão;
(ex. horários de abertura e tempos de g. Sugestões recebidas e registadas;
espera; quiosque único);
h. Implementação e grau de utilização
d. Resultados relativos aos produtos e de meios inovadores para lidar com os
serviços (ex. qualidade, fiabilidade, cidadãos /clientes.
conformidade com padrões de quali-
Indicadores relativos aos produtos e serviços:
dade, tempo de resposta às solici-
tações, qualidade dos esclarecimentos i. Respeito pelos padrões de qualidade
prestados aos cidadãos /clientes). do serviço (ex. cartas do cidadão ou
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
cartas da qualidade);
pontuação referente aos resultados. j. Número de produtos devolvidos ou
serviços prestados incorrectamente
6.2. Indicadores das medidas e/ou situações que implicaram a
orientadas para os repetição do processo ou a compen-
cidadãos/clientes sação pelos erros cometidos;

Exemplos: k. Grau do esforço desenvolvido para


melhorar a disponibilidade, o rigor e a
Indicadores relativos à imagem global da transparência da informação.
organização:
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
a. Número e tempo de tratamento das pontuação referente aos resultados.
reclamações (ex. resolução de casos de
conflitos de interesse);
CRITÉRIO 7: RESULTADOS
b. Grau de confiança dos cidadãos/clien-
tes na organização e nos respectivos
RELATIVOS ÀS PESSOAS
serviços e produtos;
Definição
c. Tempos de espera;
Os resultados que a organização atinge rela-
d. Tempo de tratamento /processamento
tivamente à competência, motivação, satis-
dos produtos /serviços; fação e desempenho das pessoas.
e. Quantidade de acções de formação
dos colaboradores para o tratamento Principais implicações
eficaz das relações com os cidadãos/ Este critério trata da satisfação de todas as
/clientes (ex. comunicação cordial e pessoas pertencentes à organização. As
profissionalismo na relação com os organizações utilizam, tradicionalmente,
cidadãos/clientes). inquéritos de pessoal para registar os níveis

31
de satisfação dos colaboradores, contudo, 7.1. Resultados das medições
podem, também, utilizar outras ferramen- da satisfação e motivação
tas complementares tais como grupos foca- das pessoas
lizados ou de controlo, entrevistas e avalia- Exemplos:
ções. Podem, ainda, analisar o desempenho
Resultados relativos à satisfação global com:
das pessoas e o nível de desenvolvimento
de competências. a. A imagem global e o desempenho
global da organização (para a socie-
Os constrangimentos externos limitam
dade, cidadãos/ clientes, outras partes
muitas vezes a liberdade de acção das
interessadas);
organizações neste domínio; por isso, os
esforços internos visando superar ou influ- b. O nível de percepção dos colaborado-
enciar essas limitações devem ser clara- res (no sentido de tomada de cons-
mente apresentados. ciência) relativamente aos conflitos de
interesse;
É importante para todos os tipos de orga-
c. O nível de envolvimento das pessoas
nizações do sector público registar directa-
na organização e na respectiva missão.
mente os resultados relativos às pessoas no
Resultados relativos à satisfação com a
que respeita à imagem que os colabo-
gestão e sistemas de gestão:
radores têm da organização e da respectiva
missão, do ambiente de trabalho, da lide- d. Capacidade da gestão de topo e de
rança e sistemas de gestão da organização, nível intermédio para conduzir a or-
do desenvolvimento de carreiras, do desen- ganização (ex. estabelecer objectivos,
volvimento das competências individuais, e afectar recursos, etc.) e para comu-
dos produtos e dos serviços que a organi- nicar;
zação presta ou disponibiliza. e. Recompensa dos esforços individuais e
de grupo;
As organizações também devem ter um
conjunto de indicadores internos relaciona- f. Postura da organização face à inova-
dos com as pessoas, através dos quais ção.
podem medir os resultados que alcançam Resultados relativos à satisfação com as
em relação aos objectivos e expectativas condições de trabalho:
nas áreas que englobam a satisfação glo- g. Clima organizacional e a cultura da
bal das pessoas, o desempenho, o desen- organização (ex. como lida com os
volvimento de competências, a motivação e conflitos, queixas ou problemas pes-
o grau de envolvimento na organização. soais);
h.Tratamento de questões sociais (ex. fle-
xibilidade do horário de trabalho de for-
SUBCRITÉRIOS ma a conciliar o trabalho com assuntos
Na avaliação tenha em consideração os re- pessoais e questões de saúde);
sultados que a organização atingiu para i. Igualdade de oportunidades e o senti-
satisfazer as necessidades e expectativas do de justiça no comportamento da
dos seus colaboradores através de: organização.

32
Resultados ao nível da motivação e satis- inquéritos de pessoal, número de pro-
fação das pessoas com o desenvolvimento postas para a inovação, participação
da carreira e das competências: em grupos internos de discussão);
j. Capacidade da gestão para promover h. Quantidade/frequência de reconheci-
uma estratégia de gestão de recursos mento individual e das equipas;
humanos e o sistemático desenvolvi- i. Número de casos de conflito de inte-
mento de competências, bem como o resse registados.
conhecimento dos objectivos da orga- Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
nização pelos colaboradores; pontuação referente aos resultados.
k. Resultados relativos à disponibili-
dade dos colaboradores para aceitar
mudanças. CRITÉRIO 8: IMPACTO NA
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de SOCIEDADE
pontuação referente aos resultados.
Definição
7.2. Indicadores de resultados
Os resultados que a organização atinge na
relativos às pessoas
satisfação das necessidades e expectativas
Exemplos: da comunidade local, nacional e interna-
a. Indicadores relativos à satisfação (ex. cional. Este critério inclui a percepção da
níveis de absentismo ou doença; sociedade relativamente à conduta da
rácios de rotação de pessoal; número organização e contributo para a qualidade
de reclamações); de vida, a preservação do meio ambiente e
b. Indicadores relativos ao desempenho dos recursos globais, bem como os indi-
(ex. medidas de produtividade; resul- cadores internos da própria organização
tados de avaliações);
sobre a eficácia do seu contributo face à
c. Níveis de utilização das tecnologias de sociedade.
informação e comunicação pelos
colaboradores; Principais implicações
d. Indicadores relativos ao desenvolvi-
As organizações do sector público têm um
mento de competências (taxas de par-
ticipação e de sucesso nas actividades impacto na sociedade em que se inserem
de formação, eficácia da utilização devido à natureza da sua missão ou estatu-
dos orçamentos de formação); to legal e pelo facto dos resultados das suas
e. Evidências da capacidade para lidar actividades principais terem beneficiários
com os cidadãos /clientes e responder directos e indirectos. As análises dos efeitos
às suas necessidades; imediatos sobre os beneficiários devem ser
f. Grau de mobilidade de pessoal dentro apresentadas no âmbito da satisfação dos
da organização; cidadãos/clientes (critério 6) e no critério
g. Indicadores relativos à motivação e dos resultados do desempenho-chave (cri-
envolvimento (ex. taxas de resposta a tério 9).

33
O critério 8 mede os impactos intencionais, empregadora /contribuinte para a so-
ou não, na sociedade, como por exemplo ciedade local /global);
os efeitos globais das políticas da organi- c. Impacto económico na sociedade a
zação para além da sua missão essen- nível local, regional, nacional, e inter-
cial /mandato legal ou actividades princi- nacional;
pais. Neste sentido, a análise irá considerar
d. Percepção quanto à conduta da orga-
os impactos provenientes de objectivos
nização relativamente às questões
planeados, bem como as consequências
ambientais (ex. protecção contra a
não pretendidas, como por exemplo efeitos
poluição sonora e atmosférica);
secundários que podem ter implicações
positivas e/ou negativas na sociedade. e. Impacto ambiental na sociedade nos
planos local, regional, nacional e inter-
As medições abrangem medidas qualitativas
nacional;
de percepção e indicadores quantitativos.
f. Impacto na sociedade relativamente à
Estas podem ser relacionadas com: sustentabilidade a nível local, regio-
• Impacto económico; nal, nacional e internacional;
• Dimensão social; g. Impacto na sociedade relativamente à
• Qualidade de vida; qualidade da participação democrática
a nível local, regional, nacional e inter-
• Impacto ambiental;
nacional;
• Qualidade da democracia.
h. Percepção quanto à receptividade e
transparência da organização;
SUBCRITÉRIOS i. Percepção quanto ao comportamento
Na avaliação tenha em consideração os re- ético da organização;
sultados que a organização atingiu no que j. A tendência dos artigos /comentários
respeita ao impacto na sociedade, com da imprensa / comunicação social.
referência a:
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
pontuação referente aos resultados.
8.1. Percepções das partes
interessadas relativamente 8.2. Indicadores de desempenho
aos impactos sociais
social estabelecidos pela
Exemplos: organização
a. Percepção relativamente ao impacto Exemplos:
de como o desempenho da organiza-
ção afecta a qualidade de vida dos a. Relações com entidades relevantes,
cidadãos /clientes; grupos e associações representativas;

b. Percepção relativamente à credibili- b. Grau de cobertura dos meios de


dade geral da organização (ex. como comunicação social;

34
c. Apoio destinado a cidadãos social- ção alcança no que respeita à respectiva
mente desfavorecidos/excluídos; gestão e processos de melhoria (resultados
d. Apoio à integração e aceitação das internos).
minorias étnicas;
Principais implicações
e. Apoio a projectos internacionais para
o desenvolvimento; Este critério relaciona-se com tudo o que a
organização definiu como sendo resultados
f. Apoio à participação cívica dos
mensuráveis essenciais para o sucesso da
cidadãos /clientes e colaboradores;
organização, no curto e longo prazo.
g. Intercâmbio profícuo de conhecimen-
to e informação com outros; Os resultados representam a capacidade
h. Programas para prevenção de riscos das políticas e dos processos para alcan-
de saúde e acidentes destinados aos çarem os objectivos, incluindo as metas
cidadãos /clientes e colaboradores; específicas definidas politicamente (agenda
política, estratégia dos governos).
i. Resultados das acções para preservar
e sustentar os recursos (ex. grau de Os resultados do desempenho-chave
compromisso com padrões ambien- podem ser divididos em:
tais; utilização de materiais reciclados;
1. Resultados externos — os resultados
utilização de meios de transporte ami-
das avaliações da eficácia das políticas
gos do ambiente; redução dos incó-
e dos serviços /produtos no que respei-
modos, danos e ruídos; redução do
ta à capacidade para melhorar as
consumo dos recursos energéticos e
condições dos beneficiários directos: a
naturais, como por exemplo água, gás
realização dos objectivos das activi-
e electricidade).
dades principais em termos de resul-
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
pontuação referente aos resultados. tados — serviços e produtos — e
impactos — efeitos das actividades
principais da organização ao nível das
CRITÉRIO 9: RESULTADOS DO partes interessadas externas (eficácia).
DESEMPENHO-CHAVE 2. Resultados internos — os resultados
das avaliações do funcionamento
Definição interno da organização: a sua gestão,
Os resultados que a organização atinge re- melhoria e desempenho financeiro
lativamente ao planeado no que respeita à (eficiência e economia).
realização dos objectivos e satisfação das Estes resultados devem apresentar uma
necessidades e expectativas das diferentes relação estreita com a política e estratégia
partes interessadas externas (resultados (critério 2), parcerias e recursos (critério 4)
externos); e os resultados que a organiza- e processos (critério 5).

35
SUBCRITÉRIOS c. Evidências da capacidade da organiza-
ção em satisfazer e conciliar as neces-
Na avaliação deve evidenciar o cumprimento sidades de todas as partes interes-
dos objectivos definidos pela organização sadas;
em relação a:
d. Evidências do sucesso das estratégias
de melhoria e inovação organizacio-
9.1. Resultados externos
nal, estruturas e /ou processos;
Exemplos: e. Evidências da melhor utilização de
a. Grau de cumprimento dos objecti- tecnologias de informação (na gestão
vos em termos de resultados (forneci- do conhecimento interno e /ou no tra-
mento dos produtos ou prestação de balho em rede e comunicação interna
serviços); e externa);
b. Melhoria da qualidade do produto f. Resultados de inspecções e auditorias;
fornecido ou serviço prestado tendo g. Desempenho dos processos.
em conta os resultados de avaliações;
Resultados financeiros:
c. Eficiência (resultados conseguidos ao
menor custo possível); h. Graus de realização dos objectivos
financeiros e/ou orçamentais;
d. Resultados de inspecções e auditorias;
i. Número de sectores da organização
e. Resultados da participação em concur-
financiados por recursos provenientes
sos, prémios de qualidade e certifi-
de: receitas fiscais; taxas; venda de
cação do Sistema de Gestão da Qua-
produtos/serviços;
lidade (Prémios de Excelência);
j. Evidências da capacidade para satis-
f. Resultados de acções de benchmark-
fazer e conciliar os interesses finan-
ing / bench learning;
ceiros de todas as partes interessadas;
g. Custo-eficácia (impacto alcançado ao
k. Medidas relacionadas com a utilização
menor custo possível).
eficaz dos recursos financeiros /orça-
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
pontuação referente aos resultados. mentais;
l. Resultados de inspecções e auditorias
9.2. Resultados internos financeiras.
Atribuir a pontuação utilizando o quadro de
Exemplos: pontuação referente aos resultados.
Resultados na área da gestão e inovação:

a. Evidências da participação de todas as


partes interessadas na organização;
b. Resultados das parcerias estabelecidas
e resultados de acções conjuntas;

36
SISTEMA DE PONTUAÇÃO Como pontuar?
DA CAF A novidade da CAF 2006 consiste na
apresentação de duas modalidades de
Porquê pontuar? pontuação:

Pontuar cada subcritério e critério do mo- • O «sistema de pontuação clássico» ou


delo CAF visa 4 grandes objectivos: classical CAF scoring que constitui a
versão revista e actualizada das
• Fornecer informação e indicar o cami- tabelas de pontuação da CAF 2002;
nho a seguir para as acções de me-
• O «sistema de pontuação avançado»
lhoria;
ou fine-tuned CAF scoring destinado
• Medir o progresso da organização,
a organizações que pretendem reflec-
caso a CAF seja aplicada com regula-
tir mais pormenorizadamente a aná-
ridade, anualmente ou com intervalos
lise feita aos subcritérios. Este sistema
de dois anos, o que constitui uma boa
permite pontuar — para cada sub-
prática de acordo com a maior parte
critério — todas as fases do ciclo Plan-
das abordagens sobre qualidade;
-Do-Check-Act (PDCA / Planear-Execu-
• Identificar boas práticas que resultem tar-Rever-Ajustar) em simultâneo.
de pontuações elevadas nos critérios
O ciclo PDCA constitui o fundamento das
de meios e resultados. Pontuações
elevadas nos critérios de resultados duas formas de pontuar.
indiciam a existência de boas práticas Relativamente à CAF 2002, em que a escala
no contexto dos critérios de meios; variava entre 0 e 5, a versão 2006 prevê um
• Ajudar a encontrar parceiros com os intervalo de 0 a 100, por ser um intervalo
quais seja útil aprender (Benchmark- mais utilizado e aceite a nível internacional.
ing — como comparar e aprender —
Bench learning — o que se aprende 1. Sistema de pontuação clássi-
com os outros). co (classical CAF scoring)
Relativamente ao bench learning, importa A existência de duas modalidades de pon-
referir que a comparação da pontuação tuação permite que as organizações se
obtida com a CAF tem um valor reduzido e
familiarizem mais facilmente com o ciclo
implica riscos, particularmente se esta for
PDCA, direccionando as organizações, de
feita sem a colaboração de consultores
forma gradual, para uma abordagem de
externos experientes e com formação para
gestão da qualidade.
validar, de uma forma homogénea, as pon-
tuações atribuídas pelas organizações Os níveis de pontuação, tal como apresen-
públicas envolvidas. O principal objectivo tados na CAF 2002, encontram-se expres-
do bench learning consiste em comparar as sos na coluna «CAF 2002» do quadro 1.
diferentes formas de gerir os meios e os
resultados alcançados. A pontuação, quan- No quadro de pontuação dos meios, do sis-
do validada, pode ser um ponto de partida tema de pontuação clássico, a fase PDCA
para este processo. Desta forma, o bench (91-100) apenas é concretizada quando
learning pode contribuir para melhorar a acções de bench learning integram o ciclo
organização. de melhoria contínua.

37
QUADRO 1

FASE QUADRO DE PONTUAÇÃO DOS MEIOS PONTUAÇÃO CAF 2002


Não temos acções nesta área. 0-10 0
Não temos informação ou esta não tem expressão.
PLAN Existem acções planeadas nesta área. 11-30 1
Planear

DO Existem acções em curso ou estão a ser implementadas. 31-50 2


Executar

CHECK Revimos /avaliámos se fizemos o acertado de forma correcta. 51-70 3


Rever

ACT Com base na revisão/avaliação fizemos os necessários 71-90 4


Ajustar ajustamentos.
Tudo o que fizemos nesta área é planeado, implementado,
revisto e ajustado regularmente e aprendemos com outras
PDCA organizações. Estamos num ciclo de melhoria contínua nesta 91-100 5
matéria.

Instruções:
• Escolher o nível alcançado: Plan, Do, Check • Pontuar entre 0 e 100 cada subcritério de
ou Act. Esta forma de pontuação é cumula- acordo com o nível alcançado dentro de
tiva: é necessário ter realizado a fase ante- cada fase. A escala de 100 permite especi-
rior (ex. Check) para se poder alcançar a fase ficar o grau de realização e implemen-
seguinte (ex. Act). tação das acções.

No quadro de pontuação dos resultados, deste sistema, é feita uma distinção entre a
tendência dos resultados alcançados e a concretização das metas.
QUADRO 2

QUADRO DE PONTUAÇÃO DOS RESULTADOS PONTUAÇÃO CAF 2002


Não há resultados e/ou não há informação disponível 0-10 0

Os resultados estão avaliados e demonstram uma tendência negativa 11-30 1


e/ou não foram alcançadas metas relevantes.
Os resultados demonstram uma tendência estável 31-50 2
e/ou algumas metas relevantes foram alcançadas.
Os resultados demonstram uma tendência de melhoria 51-70 3
e/ou a maior parte das metas relevantes foram alcançadas.
Os resultados demonstram um progresso substancial 71-90 4
e/ou todas as metas relevantes foram alcançadas.
Foram alcançados resultados excelentes e sustentáveis. Todas as metas
relevantes foram alcançadas. Foram feitas comparações sobre os 91-100 5
resultados-chave com outras organizações relevantes.

Instruções:
• Atribuir uma pontuação entre 0 e 100 a pontuação dos resultados da CAF 2002).
cada subcritério de acordo com a escala • Para cada nível é possível ter em conta quer
composta por 6 níveis (correspondendo a tendência, quer o resultado alcançado,
aos níveis apresentados no quadro de ou ambas as possibilidades.

38
2. Sistema de pontuação pode ser representado como uma espiral
avançado (CAF fine-tuned onde, em cada curva deste ciclo, podem ser
scoring) encontradas todas as fases: Plan, Do, Check
e Act.
O sistema de pontuação avançado constitui
uma forma de pontuar mais próxima da As acções de bench learning são geral-
realidade, uma vez que avalia situações em mente realizadas quando todas as fases do
que, por exemplo, as organizações estão a ciclo têm o mais elevado nível de pontua-
implementar acções (Do) carecendo, por ção.
vezes, de suficiente planeamento (Plan). Esta forma de pontuar proporciona mais
No quadro de pontuação dos meios so- informação sobre as áreas onde as melho-
bressai a importância do ciclo PDCA. Neste rias são mais necessárias.
contexto, o ciclo de melhoria de uma acção

QUADRO 3

QUADRO DE PONTUAÇÃO DOS MEIOS


ESCALA 0-10 11-30 31-50 51-70 71-90 91-100
Não há Acções Acções exce-
Acções Acções Acções
acções ou pouco lentes, compara-
importantes importantes muito
existem importantes das com outras
Fase Evidências apenas sobre
sobre sobre a importantes
organizações,
algumas maior parte sobre todas
algumas algumas relacionadas com
áreas das áreas as áreas
ideias áreas todas as áreas
O planeamento é baseado nas
necessidades e expectativas das
PLAN partes interessadas. O planeamento
Planear é realizado, de forma regular, por
todas as partes interessadas rele-
vantes* da organização.
Pontuação
Áreas de melhoria
A execução das acções é feita com
base em processos e responsabili-
DO dades definidas. Existe divulgação
Executar das acções, de forma regular, junto
das partes interessadas relevantes*
da organização
Pontuação

Os processos definidos são moni-


torizados com base em indicadores
CHECK e são revistos, de forma regular,
Rever com a colaboração das partes
interessadas relevantes*
da organização.
Pontuação

As acções correctivas e de melhoria


são tomadas de acordo com os
ACT
Ajustar resultados apurados na revisão
feita junto das partes interessadas
relevantes* da organização.
Pontuação

Total /400
Pontuação /100

* Para cada acção, devem ser ponderados pela equipa de auto-avaliação quem são as partes interessadas relevantes.
Se para alguns casos estes compreendem os cidadãos/clientes, noutros casos apenas serão relevantes os gestores e
colaboradores da organização; noutros casos ainda podem incluir, também, os parceiros e/ou os fornecedores.

39
Instruções: Foram solicitadas pelo director-geral
• Ler a definição de cada fase (Plan, Do, e a discussão envolveu todos os diri-
Check e Act). gentes de primeiro nível. Foi dis-
tribuído a todos os colaboradores
• Encontrar evidências dos pontos fortes
um cartão com um grafismo estético
e áreas de melhoria e proceder a uma
e colorido contendo as declarações
apreciação global para cada fase na
de missão e visão.
caixa apropriada (linha/coluna). Esta
apreciação pode ser ilustrada por 1.1.b. Até ao presente, nada foi feito no
alguns exemplos de acções/evidências que respeita aos valores e código
de forma a não complicar demasiado de conduta.O Gestor de Recursos
Humanos desenvolveu um projecto
o exercício de pontuação. Contudo,
para criar os valores e códigos de
aqueles que pretenderem ser mais
conduta da organização. A gestão
exaustivos podem registar todas as de nível intermédio será convidada a
acções e evidências encontradas para participar num seminário para re-
as diferentes caixas das 4 fases e cal- flectir em conjunto sobre os valores
cular a média para cada fase. da organização. Os valores serão
• Calcular o somatório das pontuações exemplificados em práticas concre-
tas que ajudem a organização a
das quatro fases e dividir por 4 de
tomar posições em situações compli-
forma a obter uma pontuação sobre
cadas.
100 para cada subcritério. Esta pon-
tuação deve ser fiável e consistente, 1.1.c. Os colaboradores, cidadãos/clientes
por exemplo: o total da pontuação e outras partes interessadas não
não deve exceder 40 pontos se algum foram, até à data, envolvidos no
dos 4 critérios de avaliação (Plan, Do, processo de definição da missão e
Check e Act) for inferior ou igual a 20; visão. Contudo, a consciência da
não deve exceder 60 pontos se algum importância desse tipo de envolvi-
dos 4 critérios for inferior a 30. mento surgiu há dois anos, quando
alguns dos gestores da nossa organi-
zação participaram em seminários
Exemplo de uma pontuação obtida sobre Gestão da Qualidade Total, em
pela aplicação do sistema de pon- particular o que foi dedicado ao mo-
tuação avançado delo CAF. Foi adoptada, na altura, a
Meios – Subcritério 1.1: decisão de realizar inquéritos inter-
Dar uma orientação à organização nos e externos para recolher a per-
desenvolvendo e comunicando a mis- cepção dos colaboradores e dos
são, visão e valores. cidadãos. Os resultados indicaram
que os gestores de nível intermédio
e os colaboradores consideraram
Diagnóstico da organização (ponto
que a visão e a missão constituem
de partida para plano de melhorias
declarações «de fachada» completa-
e base para pontuação).
mente afastadas da realidade e que
1.1.a. A visão e a missão para a organiza- os objectivos, na maioria das vezes,
ção foram definidas há 3 anos. não se relacionam com tais decla-

40
rações. Quanto às preocupações dos 1.1.d. Os questionários acima referidos
clientes, os inquéritos indicaram que devem garantir que, no futuro, as
é necessário um alinhamento entre a declarações de missão e visão serão
percepção dos gestores e a per- revistas periodicamente e actua-
cepção dos cidadãos. Foram planea- lizadas tendo em conta as necessi-
das reuniões entre os gestores e os dades e expectativas dos clientes/
colaboradores com os represen- /partes interessadas; e que o envolvi-
tantes dos cidadãos, as quais irão
mento dos colaboradores irá au-
decorrer em breve. Foi também
mentar, assim como a comunicação
tomada a decisão de realizar inquéri-
no seio da organização.
tos para colaboradores e cidadãos
todos os anos. Também está planea- As acções encontradas e acima referidas
da uma auto-avaliação alargada a foram registadas no quadro de pontuação
toda a organização. dos meios que se apresenta em seguida

QUADRO 4

QUADRO DE PONTUAÇÃO DOS MEIOS


ESCALA 0-10 11-30 31-50 51-70 71-90 91-100
Não há Acções Acções exce-
Acções Acções Acções
acções ou pouco lentes, compara-
importantes importantes muito
existem importantes das com outras
Fase Evidências apenas sobre
sobre sobre a importantes
organizações,
algumas maior parte sobre todas
algumas algumas relacionadas com
áreas das áreas as áreas
ideias áreas todas as áreas
O planeamento é baseado nas
necessidades e expectativas das
PLAN partes interessadas. O planeamento
Planear é realizado, de forma regular, por 1b
todas as partes interessadas
relevantes da organização.
Pontuação 50 50
A execução das acções é feita com
base em processos e responsabili-
DO dades definidas. Existe divulgação
Executar das acções, de forma regular, junto 1a
das partes interessadas relevantes
da organização
Pontuação 40 40
Os processos definidos são moni-
torizados com base em indicadores
CHECK e são revistos, de forma regular,
Rever 1c
com a colaboração das partes
interessadas relevantes
da organização.
Pontuação 85 85

As acções correctivas e de melhoria


são tomadas de acordo com os
ACT
Ajustar resultados apurados na revisão 1d
feita junto das partes interessadas
relevantes da organização.
Pontuação 5 5

Total /400 180


Pontuação /100 45

41
para ajudar a encontrar uma pontuação quadro devem ser utilizadas como um guia
global para o subcritério. que permite fazer a ponte entre as evidên-
cias recolhidas durante a auto-avaliação e a
Nota: o registo das acções na grelha não pontuação global do subcritério; constitui,
significa necessariamente que a pontuação também, uma forma de orientar a dis-
deva ser atribuída a cada um dos exemplos cussão da equipa de auto-avaliação no
do modelo CAF. As caixas em branco no processo de obtenção de consenso.

O quadro de pontuação dos resultados lada pelos resultados, ou se é mais impor-


indica se é necessário que a organização tante investir no alcance das metas.
invista primordialmente na tendência reve-
QUADRO 5

QUADRO DE PONTUAÇÃO DOS RESULTADOS


Escala 0-10 11-30 31-50 51-70 71-90 91-100
Comparações
Não há Tendência Tendência Progresso Progresso positivas sobre
resultados negativa estável ou pro- sustentável considerável todos os resul-
TENDÊNCIA avaliados gresso pouco tados com ou-
significativo tras organiza-
ções relevantes

Pontuação

Não há resulta- Os resultados Algumas metas Algumas metas A maior parte Todas as metas
dos avaliados não foram relevantes das metas rele- relevantes
METAS e/ou não há alcançaram as alcançadas foram vantes foram foram
informação metas alcançadas alcançadas alcançadas
disponível
Pontuação
Total /200
Pontuação /100

Instruções:
• Considerar separadamente a tendên- • Calcular o somatório das pontuações
cia dos resultados dos últimos 3 anos atribuídas à tendência e às metas
e as metas alcançadas no ano anterior. alcançadas e dividir por 2 de forma a
• Atribuir uma pontuação para a ten- obter uma pontuação sobre 100 para
dência entre 0 e 100 com base numa cada subcritério de resultados.
escala dividida em 6 níveis.
• Atribuir uma pontuação para as
metas alcançadas entre 0 e 100 com
base numa escala dividida em 6 níveis.
42
administração sobre os resultados de desem-
Exemplo de uma pontuação obtida penho-chave do ano anterior de forma a
pela aplicação do sistema de pontua- optimizar o planeamento estratégico para o
ção avançado ano seguinte. As conclusões do relatório
Resultados — Subcritério 9.1:
são claras: o grau de realização dos objec-
Resultados de desempenho-chave —
tivos excedeu os 50% e, em comparação
— Resultados externos.
com o ano anterior, foi conseguido um pro-
gresso de 10%. A apreciação deste resulta-
Diagnóstico da organização (ponto do não foi consensual e gerou intensas dis-
de partida para plano de melhorias cussões entre os membros do conselho.
e base para pontuação).
Durante a preparação da reunião estra-
tégica, no início do novo ano de trabalho, foi
elaborado um relatório para o conselho de

QUADRO 6

QUADRO DE PONTUAÇÃO DOS RESULTADOS


Escala 0-10 11-30 31-50 51-70 71-90 91-100
Comparações
Não há Tendência Tendência Progresso Progresso positivas sobre
resultados negativa estável ou pro- sustentável considerável todos os resul-
TENDÊNCIA avaliados gresso pouco tados com ou-
significativo tras organiza-
ções relevantes

Pontuação 45

Não há resulta- Os resultados Algumas metas Algumas metas A maior parte Todas as metas
dos avaliados não foram relevantes das metas rele- relevantes
METAS e/ou não há alcançaram as alcançadas foram vantes foram foram
informação metas alcançadas alcançadas alcançadas
disponível
Pontuação 65
Total /200 110/200
Pontuação /100 55/10

43
LINHAS DE ORIENTAÇÃO que a decisão da gestão seja clara e toma-
da com base num processo consultivo de
PARA MELHORAR AS
auscultação junto das partes interessadas
ORGANIZAÇÕES ATRAVÉS da organização. A decisão deve ilustrar
DA CAF claramente a vontade da gestão em estar
activamente envolvida no processo, reco-
Um processo de melhoria contínua pode nhecendo a mais-valia da auto-avaliação e
ser planeado e levado a cabo de inúmeras garantindo uma abertura de ideias, res-
formas. A dimensão da organização, a cul-
peito pelos resultados e prontidão para ini-
tura e a experiência prévia com ferramentas
ciar as acções de melhoria subsequentes.
de Gestão da Qualidade Total constituem
Inclui, ainda, o compromisso para reservar
alguns dos parâmetros que ajudam a deter-
os recursos necessários à concretização do
minar a forma mais apropriada para intro-
processo de forma profissional.
duzir um processo TQM na organização.
Os potenciais benefícios de uma auto-ava-
Neste capítulo estão identificados os 10
liação com base na CAF, bem como infor-
passos do processo de melhoria contínua
mação sobre a estrutura do modelo e sobre
com a CAF, que podem ser considerados
relevantes para a maioria das organizações. o processo são elementos que devem ser
fornecidos à gestão como base para o
É importante sublinhar que as recomen- processo de tomada de decisão. É muito
dações aqui apresentadas se baseiam na importante que todos os gestores tenham
experiência das inúmeras organizações que a convicção destes benefícios desde o início.
já aplicaram a CAF. Contudo, cada processo
de melhoria é único, pelo que esta des-
crição deve ser entendida como uma inspi- Estudo 2005 — os principais benefí-
ração para as pessoas responsáveis pelo cios da auto-avaliação com base na
processo de auto-avaliação e não como se CAF
de um rigoroso manual ou de uma cartilha O inquérito aplicado em 2005 aos utiliza-
se tratasse para o processo. dores da CAF demonstrou que os principais
benefícios incluem:
FASE 1 — O INÍCIO DA CAMINHADA — A identificação clara dos pontos fortes da
organização e das áreas onde é necessário
Passo 1
melhorar;
Decidir como organizar e
— Identificação de acções de melhoria rele-
planear a auto-avaliação
vantes;
Um elevado grau de envolvimento e — Aumento do grau de consciencialização e
responsabilidade partilhada entre a lide- de comunicação na organização;
rança de topo e as pessoas da organização — As pessoas começaram a ficar atentas e
constituem os elementos mais importantes interessadas pelos assuntos relacionados
para assegurar o sucesso do processo de com a Qualidade;
auto-avaliação. — Em relação a outros instrumentos TQM, os
Para se obter envolvimento e responsabili- utilizadores consideraram a CAF mais sim-
dade partilhada, a experiência de inúmeras ples de utilizar, com um custo reduzido e
organizações demonstra que é necessário bem adaptada ao sector público.

44
Nesta fase, é vital que uma ou mais pessoas desta colaboração resultam potenciais van-
da organização assumam a responsabili- tagens no que respeita às acções de melho-
dade de assegurar o arranque do processo. ria que possam vir a ser identificadas.
Poderá ser interessante contactar a organi-
zação responsável no país por divulgar a Planeamento inicial da
auto-avaliação
CAF (ver esta informação em www.eipa.eu)
solicitando a colaboração para a apresen- Depois de tomada a decisão de desenvolver
tação do modelo CAF, ou recolher infor- um processo de auto-avaliação, pode ini-
mação junto de outras organizações que já ciar-se o planeamento. Um dos primeiros
utilizaram o modelo e que manifestem von- aspectos a definir — e que pode estar
tade de partilhar a respectiva experiência. incluído na decisão da gestão — é a identi-
ficação do âmbito e metodologia da auto-
Para que os colaboradores da organização
-avaliação.
apoiem o processo de auto-avaliação é
importante que a consulta ocorra antes de Uma questão recorrente consiste em saber
ter sido tomada a decisão final relativa à se a auto-avaliação tem de abranger toda a
implementação de um processo de auto- organização ou se a CAF pode ser aplicada
sectorialmente, isto é, ao nível apenas de
-avaliação. Para além dos benefícios gerais
divisões ou departamentos. A resposta é
que resultam da auto-avaliação, a experiên-
afirmativa; contudo, para uma avaliação
cia demonstra que a maior parte das pes-
substancial de todos os critérios e sub-
soas vêem na CAF uma excelente oportu-
critérios, a unidade avaliada deve ter
nidade para estreitarem a relação com a
autonomia suficiente para ser considerada
organização e se envolverem activamente
uma organização quase autónoma, com a
no seu progresso.
sua própria missão e com responsabili-
Para algumas organizações pode também dades significativas ao nível dos recursos
ser relevante procurar a aceitação ou humanos e processos financeiros. Neste
aprovação de partes interessadas externas tipo de situações, as relações clientes /forne-
antes de decisão de desenvolver um proces- cedores mais relevantes, bem como as
so de auto-avaliação. Esta necessidade po- relações de parceria entre a unidade selec-
de surgir quando se trata de políticos ou cionada e as restantes unidades da organi-
gestores de topo de organizações de um zação devem ser avaliadas.
nível hierárquico superior que estão tradi- Recomenda-se, ainda, incluir na decisão da
cionalmente envolvidos, de forma estreita, gestão a escolha do sistema de pontuação
no processo de decisão da gestão, sendo a ser utilizado.
necessário obter o apoio institucional antes
Existem duas modalidades de pontuação, e
de iniciar o processo.
a organização deverá optar tendo em conta
As partes interessadas relevantes podem ter o tempo disponível para investir na pontu-
um papel a desempenhar, particularmente ação e o respectivo nível de experiência e
na recolha e tratamento da informação e maturidade.

45
Uma acção de extrema importância nesta muito longe da experiência dos serviços, o
fase por parte da gestão de topo é a desig- que dificulta a compreensão pela leitura
nação de um líder do projecto para o directa do modelo. Se este problema não
processo de auto-avaliação cujas tarefas for resolvido na fase de compreensão do
incluem, de um modo geral: modelo, posteriormente poderá transfor-
1. Planeamento detalhado do projecto, mar-se num obstáculo à auto-avaliação. O
incluindo o plano de comunicação; que pode ser feito nestes casos, como com-
2. Comunicação e consulta de todas plemento às acções de formação referencia-
as partes interessadas relativamente das mais adiante, é «adaptar» o modelo à
ao processo; linguagem da organização; porém convirá
previamente aferir se esta adaptação já foi
3. Preparação da formação da equipa de
auto-avaliação; feita por outra organização idêntica. Esta
aferição pode ser feita através da organiza-
4. Recolha de documentos de apoio e de
ção responsável por divulgar a CAF a nível
evidências;
nacional ou através do Centro de Recursos
5. Participação activa na equipa de auto-
CAF existente no EIPA.
-avaliação;
6. Facilitação do processo de obtenção Passo 2
do consenso; Divulgar o projecto de
7. Elaboração do relatório de auto-ava- auto-avaliação
liação;
Uma vez definidas as linhas gerais do pro-
8. Apoio à gestão na prioritização das jecto, e ainda no âmbito das actividades de
acções de melhoria e elaboração do planeamento, é muito importante elaborar
esboço do plano de melhorias. um plano de comunicação que deve incluir
Ao líder do projecto são exigidas elevadas a comunicação dirigida a todas as partes
competências; deverá possuir cumulativa- interessadas, com particular ênfase à ges-
mente um elevado grau de conhecimento tão de nível intermédio e colaboradores da
organização.
da organização, do modelo CAF e do modo
de orientação do processo de auto-avalia- A comunicação é uma área-chave em todos
ção. Saber designar um líder de projecto os processos de mudança, mormente
que reúna estes conhecimentos e que seja quando a organização está a desenvolver
da confiança da gestão e das pessoas da um processo de auto-avaliação. Se a comu-
organização, é uma das decisões-chave da nicação sobre os objectivos e as actividades
gestão que pode afectar a qualidade e os relacionadas com a auto-avaliação não for
resultados da auto-avaliação. Existe for-
clara e adequada, o processo será entendi-
mação adequada para líderes de projecto,
do como «mais um projecto» ou «apenas
tanto a nível nacional como europeu.
um exercício da gestão». Corre-se o risco de
Para algumas organizações, a linguagem e que essas apreciações sejam profecias auto-
os exemplos de práticas apresentados no destrutivas/demolidoras da realização ou
modelo CAF não são familiares e estão desempenho do processo e que a gestão

46
de nível intermédio e as outras pessoas da Assim, uma comunicação clara e coerente
organização deixem de estar empenhadas e visando todas as partes interessadas du-
envolvidas no projecto de aplicação da CAF. rante as principais fases do projecto é a
chave para o êxito do processo e das acções
subsequentes. O líder do projecto, junta-
Estudo 2005 — A importância da mente com a gestão de topo da organi-
comunicação para criar uma partilha zação, deve garantir que a política de
de responsabilidades é geralmente comunicação se centralize nos seguintes
desvalorizada objectivos:
1. Como a auto-avaliação pode fazer a
Uma importante conclusão do último inqué-
diferença;
rito aos utilizadores da CAF é que estes con-
sideram não ter dado a prioridade necessá- 2.Porque razão foi considerada uma
ria à comunicação com os colaboradores
prioridade;
durante o processo. 3. Como está relacionada com o planea-
As lições aprendidas demonstram que um mento estratégico da organização;
dos maiores benefícios da CAF é o aumento 4. Como está relacionada com o esforço
do nível de consciencialização e de comuni- global para melhorar o desempenho
cação pela organização. Mas isto apenas da organização (por exemplo, como
pode ser conseguido se a gestão e as pessoas primeiro passo para), designada-
responsáveis pela auto-avaliação actuarem, mente através da implementação de
desde o início do processo, no envolvimento
um programa inovador de reforma
operacional.
dos colaboradores e da gestão de nível inter-
médio, e na comunicação sobre os objectivos O plano de comunicação deve ser autono-
e os potenciais benefícios da auto-avaliação. mizado e conter os seguintes elementos:
grupos-alvo; mensagens; meios de comuni-
cação; responsáveis; frequência de envio e
Um dos objectivos de uma comunicação instrumentos utilizados.
activa desde o início do processo consiste
em desenvolver o interesse de alguns dos FASE 2 — O PROCESSO DE AUTO-
colaboradores e gestores a participarem -AVALIAÇÃO
directamente na equipa de auto-avaliação.
Passo 3
Desejavelmente este envolvimento deve ser
Criar uma ou mais equipas
conseguido através da motivação individual de auto-avaliação
— elemento base que une as pessoas ao
A equipa de auto-avaliação deverá ser,
processo de auto-avaliação. As pessoas
tanto quanto possível, representativa da
devem ter uma visão totalmente clara do
organização. Geralmente, incluem-se pes-
objectivo da auto-avaliação: a melhoria
soas de diferentes sectores, funções, expe-
do desempenho global da organiza- riências e níveis hierárquicos da organiza-
ção. A política de comunicação durante o ção, sendo o objectivo criar uma equipa
processo de auto-avaliação deve focalizar eficaz e simultaneamente apta a transmitir
os ganhos para todas as partes interes- uma perspectiva tão exacta e detalhada
sadas, colaboradores e cidadãos/clientes. quanto possível da organização.

47
A experiência dos utilizadores da CAF ser incluída na equipa de auto-avaliação. A
demonstra que as equipas são constituídas resposta dependerá da cultura e tradição
entre 5 e 20 participantes. Contudo, para da organização. O envolvimento da gestão
assegurar um trabalho eficaz e relativa- poderá traduzir-se num contributo de infor-
mente informal, deverá preferir-se equipas mação adicional e incrementar o empenho
com cerca de 10 pessoas. da gestão na fase posterior de implemen-
tação de acções de melhoria identificadas,
Tratando-se de uma organização complexa
alargando, ainda, a diversidade /representa-
e de grande dimensão, pode ser necessário
tividade da equipa. Contudo, se a cultura
constituir mais do que uma equipa de auto-
não está preparada para este tipo de envol-
-avaliação. Neste caso é muito importante
vimento, a qualidade da auto-avaliação
que o projecto tenha em consideração
pode ser posta em causa se um ou mais ele-
como e quando terá lugar a coordenação
mentos da equipa se sentirem inibidos e
das equipas.
incapazes de contribuir ou de falar aberta-
Os participantes devem ser seleccionados mente.
com base no conhecimento que têm da
organização e nas respectivas compe- Passo 4
tências pessoais (ex. capacidade analítica e Organizar a formação
comunicativa) mais do que nas competên-
cias profissionais individualmente conside- Formação e informação da
radas. Poderão ser seleccionados de forma gestão
voluntária, embora o líder do projecto e a
Pode ser útil a participação da gestão de
gestão continuem responsáveis pela quali-
topo e de nível intermédio, bem como de
dade, diversidade e credibilidade da equipa
outras partes interessadas numa acção de
de auto-avaliação.
formação sobre auto-avaliação, de forma
O líder do projecto também poderá ser o voluntária, para aumentar o conhecimento
líder da equipa, o que facilitará a condução e a compreensão sobre os conceitos da
do processo; contudo deverá ter-se o cuida- Gestão da Qualidade Total (TQM), em
do de evitar conflitos de interesse. O impor- geral, e sobre a auto-avaliação com base
tante é que o líder da equipa tenha a con- no modelo CAF, em particular.
fiança de todos os elementos do grupo
para liderar as discussões de forma justa e Formação e informação da
eficaz e permitir que todos dêem o seu con- equipa de auto-avaliação
tributo. O líder da equipa pode ser desig-
O modelo CAF deve ser apresentado à
nado pelo próprio grupo e é fundamental a
equipa, bem como devem ser explicados os
constituição de um secretariado eficiente
objectivos e a natureza do processo de
para o apoiar e organizar as reuniões, pre-
auto-avaliação. Se o líder do projecto já
vendo as instalações e tecnologias de infor-
recebeu uma formação antes desta fase é
mação e comunicação adequadas.
fundamental que este tenha um papel pri-
Uma questão que frequentemente se le- mordial na formação. Como complemento
vanta é a de saber se a gestão de topo deve às apresentações teóricas a formação deve

48
incluir exercícios práticos para abrir os hori- Passo 5
zontes dos participantes aos princípios da Realizar a auto-avaliação
Qualidade Total e também para experimen-
tar a construção do consenso uma vez que Concretizar a avaliação
os conceitos e práticas associados à CAF individual
podem ser estranhos à maior parte dos par-
A cada membro da equipa de auto-avalia-
ticipantes.
ção é solicitado que, utilizando os docu-
O Centro de Recursos CAF, no EIPA, organi- mentos e informação relevante fornecida
za, anualmente, acções de «formação de pelo líder do projecto, proceda a uma ava-
formadores», bem como são realizadas liação rigorosa da organização com base
acções deste tipo em diversos países em cada subcritério. Esta avaliação é basea-
europeus. da no conhecimento e experiência indivi-
dual de trabalho na organização. Cada ele-
Deve ser disponibilizado pelo líder de pro- mento regista de forma sintética os pontos
jecto à equipa de auto-avaliação um conjun- fortes e as áreas de melhoria suportadas nas
to de documentos e informação relevantes evidências das acções e resultados encon-
necessários para avaliar a organização de trados na organização. Recomenda-se que
forma eficaz. as áreas de melhoria sejam formuladas,
tanto quanto possível, de forma precisa
Pode ser avaliado em comum um subcri-
para facilitar, posteriormente, a identifi-
tério dos meios e outro dos resultados. Esta
cação de acções de melhoria. Após o regis-
acção conferirá ao grupo um melhor conhe-
to, cada elemento deve rever os pontos
cimento de como a auto-avaliação se execu- fortes e áreas de melhoria identificadas e
ta. Deve ser definido o modo de avaliar as pontuar cada subcritério de acordo com o
acções, resultados, pontos fortes e áreas de sistema de pontuação que foi escolhido.
melhoria e como atribuir a pontuação.
Durante a avaliação individual, o líder da
Outra acção relevante que posteriormente — equipa deve estar disponível para respon-
— durante a fase de obtenção de con- der às questões dos membros da equipa de
senso — poderá economizar tempo consiste auto-avaliação. O líder pode também
em elaborar um esquema das principais apoiar a preparação da reunião de consen-
partes interessadas da organização, aque- so na fase de identificação das acções e
las que têm mais interesse nas actividades resultados.
da organização: cidadãos /clientes; políti-
cos; fornecedores; parceiros; gestores e Alcançar o consenso na equipa
colaboradores. Também devem ser clara- Depois da avaliação individual, e logo que
mente identificados os serviços /produtos possível, a equipa deve reunir e chegar a
mais importantes fornecidos e recebidos acordo sobre os pontos fortes, as áreas de
pelas partes interessadas identificadas, bem melhoria e a pontuação de cada sub-
como os processos-chave que os suportam. critério. É necessário um processo de diálo-

49
go e discussão como parte essencial do
processo de aprendizagem, para alcançar o Estudo 2005 — O valor acrescentado
das discussões
consenso, assim como é muito importante
No geral, a prática para chegar aos resultados
compreender porque é que existem dife-
finais foi a mesma que a observada em 2003:
renças relativamente aos pontos fortes, a maioria das equipas alcançou o consenso
áreas de melhoria e pontuação. depois da discussão. A discussão por si só é
muitas vezes vista como o valor acrescentado
A sequência para avaliar os 9 critérios
efectivo da auto-avaliação: quando o con-
pode ser estabelecida pela equipa de auto- senso é alcançado, os resultados finais são
-avaliação, não sendo necessário respeitar a mais que a mera soma das opiniões indivi-
ordem numérica. duais. Estes reflectem a visão comum de um
grupo representativo e desta forma corrigem
O processo de obtenção de e ultrapassam a subjectividade das opiniões
individuais.
consenso
Como pode ser alcançado o consenso?
O líder da equipa é o responsável e tem um
No processo de obtenção do consenso papel fundamental na condução deste pro-
pode ser utilizado o seguinte método de 4 cesso de obtenção do consenso. Em todas
passos: as situações, a discussão deve ser baseada
em evidências claras sobre as acções
1. Apresentar os pontos fortes, as áreas planeadas ou implementadas e os resul-
de melhoria e as evidências por sub- tados alcançados. No modelo CAF, está
critério identificado por cada elemento; incluída uma lista de exemplos relevantes
2. Obter o consenso sobre os pontos for- para ajudar a identificar as evidências apro-
tes e áreas de melhoria. Este é geral- priadas. Esta lista não é exaustiva nem é
necessário encontrar acções /resultados
mente alcançado depois de considera-
para todos os exemplos, mas apenas para
da alguma evidência ou informação
aqueles que são considerados relevantes
adicional; para a organização. A equipa deve ser esti-
3. Apresentar a escala de pontuação mulada a encontrar outros exemplos adi-
atribuída individualmente a cada sub- cionais que sinta que são relevantes para a
critério; organização.

4. Obter o consenso sobre a pontuação O papel dos exemplos é explicar o conteú-


final. do dos subcritérios de forma mais deta-
lhada de modo a:
Uma boa preparação da reunião pelo líder
da equipa (ex. recolha de informação 1. Explorar como a gestão responde às
importante, coordenação das avaliações exigências expressas nos subcritérios;
individuais) pode facilitar o desenrolar da 2. Ajudar a encontrar evidências;
reunião bem como pode ajudar a econo- 3. Ser um indicador de boa prática numa
mizar tempo. área em particular.

50
Como pontuar lização no processo. Demorando mais
tempo, corre-se o risco da diminuição da
O modelo CAF apresenta duas formas de
motivação e do interesse de todas as partes
pontuar: o sistema clássico e o sistema
envolvidas. Acresce que a situação da orga-
avançado. Os dois sistemas de pontuação
nização pode ter sido modificada entre o
são explicados em detalhe nesta publi-
início e o fim do processo de auto-avalia-
cação. Recomenda-se que seja utilizado o
ção. Neste caso, a avaliação e a pontuação
sistema clássico quando a organização não
podem deixar de ser exactas. Isto demonstra
está familiarizada com o processo de auto-
que melhorar uma organização usando
-avaliação e /ou não possui qualquer expe-
CAF é um processo dinâmico, de melhoria
riência com as técnicas da Gestão da Qua-
contínua, pelo que actualizar os dados e a
lidade Total.
informação faz parte do processo.
Duração do exercício de
auto-avaliação
Passo 6
Elaborar um relatório que
Comparando a realidade e o desejável, com descreva os resultados da
base no Estudo de 2005, 2 a 3 dias é con- auto-avaliação
siderado pouco para realizar uma auto-
-avaliação credível, enquanto que 10 dias Um relatório de auto-avaliação comum
ou mais é um período demasiado longo deve respeitar a estrutura da CAF (como
para a fase do diagnóstico da equipa. É apresentado na Grelha A) e contém, no
difícil sugerir um período ideal para uma mínimo, os seguintes elementos:
auto-avaliação com o modelo CAF, uma vez 1. Os pontos fortes e as áreas de melho-
que existem inúmeras variáveis em causa, rias para cada subcritério suportadas
designadamente os objectivos da gestão, o em evidências relevantes;
tempo, recursos e competências disponí-
2. Uma pontuação justificada por sub-
veis para investir no processo, a disponibi-
critério;
lidade dos dados, a informação e prazos
3. Tópicos /sugestões para as acções de
dos parceiros e as pressões políticas. Contu-
do, para a maior parte das organizações a melhoria.
norma é uma duração até 5 dias. Este perío- De forma a utilizar o relatório como base
do inclui a avaliação individual e a reunião ou para as acções de melhoria, é fundamental
reuniões de consenso. que a gestão de topo receba oficialmente o
relatório e aprove o mesmo. Se o processo
A grande maioria das organizações inquiri-
de comunicação funcionou correctamente,
das para o referido estudo completou todo
este procedimento não constituirá proble-
o processo de aplicação da CAF em 3
ma. A gestão de topo deve reconfirmar o
meses, incluindo a preparação, a auto-ava-
seu compromisso em implementar as
liação, a elaboração das conclusões e a for-
acções de melhoria. Também é essencial,
mulação do plano de melhorias.
nesta fase, comunicar os resultados aos
Três meses parecem ser o período de tempo colaboradores da organização bem como
ideal para que se mantenha o grau de foca- às restantes partes interessadas.

51
FASE 3 — PLANO DE MELHORIAS/ 3. Realça as forças, aponta as fraquezas
/PRIORITIZAÇÃO da organização e responde a cada
uma destas com acções de melhoria
Passo 7 apropriadas.
Elaborar o plano de melhorias
Prioritizar as áreas de melhoria
Estudo 2005 — Falta de medições / Na preparação do plano de melhorias, a
/avaliação
gestão pode considerar a utilização de
Muitas organizações encontraram obstáculos
uma abordagem estruturada, incluindo as
durante a primeira aplicação da CAF. A re-
duzida prática de avaliação e a consequente seguintes questões:
inexistência de medidas do desempenho — Onde queremos estar daqui a 2 anos
foram obviamente o maior problema em
na prossecução da visão e estratégia
muitas organizações públicas que realizaram
geral da organização?
uma auto-avaliação pela primeira vez, resul-
tando, muitas vezes, na implementação de — Quais são as acções necessárias para
sistemas de medição como a primeira acção alcançar estes objectivos (estratégia/
de melhoria. /definição de actividades)?
O processo para a criação de um plano de
O processo de auto-avaliação deve ir além
melhorias pode ser estruturado da seguinte
do relatório final dos resultados de modo a forma:
realizar o objectivo da implementação da
CAF. Este deve conduzir directamente ao A equipa responsável pela elaboração do
plano de acções para melhorar o desem- plano — auscultando as partes interes-
sadas relevantes:
penho da organização.
1. Extrai do relatório de auto-avaliação as
O plano de melhorias é um dos principais
sugestões de melhoria e agrega essas
objectivos da auto-avaliação com a CAF e é
sugestões por temas mais abrangentes;
também uma forma de recolher infor-
mação vital para o planeamento e estraté- 2. Analisa as áreas a melhorar e as suges-
tões de melhoria e formula acções de
gia da organização. Deve ser elaborado um
melhoria, abrangentes e relevantes,
plano integral para a organização melhorar
tendo em conta os objectivos estra-
todo o seu funcionamento. A lógica funda-
tégicos da organização;
mental deste plano reside no seguinte:
3. Prioritiza as acções de melhoria — uti-
1. Integra um plano de acções sistemáti- lizando os critérios acordados para
cas para melhorar a funcionalidade e calcular o seu impacto (baixo, médio,
operatividade de toda a organização; alto) nas áreas de melhoria, tais
2. Surge como resultado do relatório da como:
auto-avaliação, baseando-se, assim, — Importância estratégica da acção
em evidências e dados provenientes (uma combinação do impacto
da própria organização e, sobretudo, junto das partes interessadas, nos
na perspectiva das pessoas da organi- resultados da organização e na
zação; visibilidade interna e externa);

52
— Capacidade de implementação das
acções (com base no nível de difi- Estudo 2005 — Os membros das
culdade, nos recursos necessários equipas de auto-avaliação (EAA)
Os membros da EAA investiram muita ener-
e no prazo da realização);
gia no exercício, muitas vezes fora dos
4. Atribui responsabilidades para cada respectivos horários de trabalho. Frequente-
acção, bem como um calendário e mente, começam o seu trabalho na EAA com
alguma desconfiança acerca da utilidade do
identifica os recursos necessários (ver
exercício, do empenho da gestão, dos peri-
Grelha B).
gos de serem abertos e honestos, etc. Após
Pode também ser necessário relacionar as algum tempo, quando vêem que tudo está
acções de melhoria em curso com os cri- a ser feito com seriedade, cresce a motivação
térios da CAF, com o objectivo de manter e até algum entusiasmo, e no final, apode-
ram-se dos resultados. Os membros da EAA
uma visão geral clara.
têm potencial para se tornarem nos can-
Uma das formas para prioritizar consiste didatos mais motivados para equipas de me-
em combinar: lhoria e devem ser tratados como tal.

— O nível de pontuação por critério Finalmente, o plano de melhorias decor-


ou subcritério, o que dá uma ideia rente da auto-avaliação deve ser integrado
do desempenho da organização no planeamento estratégico da organiza-
em todos os campos, e ção e tornar-se parte da gestão global da
— Os objectivos estratégicos-chave. organização.

Recomendações Passo 8
Apesar de se reconhecer que a auto-ava- Divulgar o Plano de Melhorias
liação com a CAF constitui o início de uma Tal como mencionado anteriormente, a
estratégia de melhoria de longo prazo, comunicação é um dos factores críticos de
inevitavelmente, a avaliação vai identificar sucesso da auto-avaliação e também da
algumas áreas que podem ser melhoradas fase de implementação das acções de me-
no curto prazo e de forma simples. Investir lhorias que lhe segue. As acções de comu-
nestas acções irá contribuir para dar credi- nicação devem fornecer a informação apro-
bilidade ao plano de melhorias e constitui priada, do modo apropriado, para o
um retorno imediato do investimento em grupo-alvo apropriado e no momento
termos de tempo e formação realizada,
apropriado: não apenas antes ou durante a
constituindo, também, um incentivo para
auto-avaliação, mas também após a
continuar – o sucesso gera sucesso.
mesma. A organização deve decidir indivi-
É importante envolver as pessoas que con- dualmente se quer ou não disponibilizar o
duziram a auto-avaliação nas acções de relatório de auto-avaliação e plano de me-
melhoria. Isto é pessoalmente gratificante lhorias; contudo, constitui uma boa prática
para a equipa de auto-avaliação e aumenta informar todos os colaboradores acerca
a sua confiança e moral. Estes elementos dos resultados da auto-avaliação, desig-
podem também transformar-se em coorde- nadamente as principais conclusões da
nadores de outras acções de melhorias. auto-avaliação, as áreas nas quais é mais

53
importante intervir e as acções de melhoria muito importante. Muitos dos exemplos
planeadas. Caso contrário, a possibilidade constantes no modelo da CAF podem ser
de se criar uma plataforma de entendimen- considerados como sendo a primeira inspi-
to para mudar e melhorar corre o risco de ração para as acções de melhoria. As boas
se perder. Em qualquer comunicação acer- práticas e ferramentas de gestão existentes
ca dos resultados é sempre boa prática podem ser relacionadas com os diferentes
destacar o que a organização faz bem e critérios do modelo. Apresentam-se, no
como pretende melhorar ainda mais — quadro abaixo, exemplos destas ligações.
— existem muitos exemplos de organiza-
A implementação destas acções de melho-
ções que tomam por garantidos os seus
ria deve ser baseada numa abordagem ade-
pontos fortes e, por vezes, esquecem-se, ou
quada e consistente, num processo de
até desconhecem, como é importante cele-
monitorização e avaliação; os prazos e os
brar o sucesso.
resultados esperados devem ser claros;
Passo 9 deve ser atribuído um responsável para
Implementar o Plano cada acção (o «dono» ou coordenador da
de Melhorias acção), assim como devem ser considera-
Tal como foi descrito no passo 7, a elabo- dos diferentes cenários para as acções mais
ração do plano de melhorias prioritizado é complexas.

Acções de Melhoria
Desenvolvimento Manual Inquéritos Inquéritos
Balanced de competências do de de satisfação do
Scorecard dos colaboradores ISO 9000 Utilizador Pessoal Cidadão/Cliente Auditorias

Estrutura da CAF
MEIOS RESULTADOS

Gestão Resultados
das das
Pessoas Pessoas
Gestão Resultados
dos Resultados do
Planeamento orientados
Liderança e Processos para os Desempenho-
Estratégia e da Cidadãos/clientes -chave
Liderança
Parcerias Impacto
e
Recursos na Sociedade

APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO

Gestão Desenvol- Cartas do Cidadão Orçamento ISO 14 000


do vimento da ou Cartas Contabilístico
Desempenho Missão da Qualidade

54
Qualquer processo de gestão da qualidade Passo 10
deve ter por base uma monitorização regu- Planear a próxima
lar da implementação e a avaliação dos auto-avaliação
resultados e impactos. Através da monito-
rização é possível ajustar o que foi planea- Utilizar o ciclo PDCA para gerir o plano de
do no decurso da implementação e poste- melhorias implica uma nova avaliação com
rior avaliação (resultados e impactos), e o modelo CAF.
verificar o que foi alcançado e qual o seu
impacto total. Para melhorar, é necessário Monitorizar o progresso
estabelecer formas de medir o desempenho e repetir a avaliação
das acções (indicadores de desempenho, Uma vez formulado o plano de melhorias e
critérios de sucesso, etc.). As organizações iniciada a implementação das mudanças, é
podem utilizar o ciclo Plan-Do-Check-Act importante ter a certeza de que essas
(PDCA) para gerir as acções de melhoria. mudanças têm um efeito positivo e de que
Para retirar o máximo proveito das acções não irão ter o efeito oposto nas acções que
de melhoria estas devem ser integradas nos a organização tem vindo a fazer bem.
processos habituais da organização.
Algumas organizações integraram auto-
Tendo por base a auto-avaliação realizada -avaliações regulares no planeamento dos
com o modelo CAF, cada vez mais países seus processos-chave: as avaliações são
estão a organizar esquemas de reconheci- agendadas de forma a contribuir para o
mento. A auto-avaliação com a CAF pode estabelecimento de objectivos anuais e de
também servir de base ao reconhecimento recursos financeiros a afectar.
através dos Níveis de Excelência da EFQM
(www.efqm.org).1 Os quadros de pontuação da CAF são sim-
ples, sendo embora poderosas ferramentas
A implementação de planos de melhoria na avaliação intercalar do plano de melho-
promove a utilização permanente de ferra- rias.
mentas de gestão, como o Balanced Score-
card, inquéritos de satisfação dos clientes e
Estudo 2005 — A CAF é geralmente
colaboradores, sistemas de gestão do
repetida de 2 em 2 anos
desempenho, entre outros.
As organizações concordam que para ser
realmente efectiva, a CAF deve ser aplicada
Estudo 2005 — A CAF como uma várias vezes. Existe uma preferência para uti-
introdução à TQM lizar a CAF de 2 em 2 anos (44%). Os investi-
O estudo mostra que a utilização de instru- mentos no exercício e o tempo necessário
mentos de gestão ou de qualidade era limita- para gerar resultados na melhoria de acções
do antes dos utilizadores aplicarem a CAF. Os são a base para esta visão.
instrumentos mais utilizados são os inquéritos
de satisfação dos clientes e colaboradores,
auditorias internas e externas, Norma ISO
9000:2000 com e sem certificação, gestão
de projectos e Balanced Scorecard. A am-
bição para uma maior utilização destas ferra-
mentas no futuro é muito elevada.

1
Nota do tradutor: o parceiro nacional da EFQM é a Associação Portuguesa para a Qualidade (www.apq.pt).

55
10 PASSOS PARA MELHORAR
AS ORGANIZAÇÕES COM A CAF

Fase 1 — O início da caminhada CAF


— Definir as partes interessadas relevantes,
os produtos e serviços que são prestados e
1.º Passo: Decidir como organizar e
os processos-chave.
planear a auto-avaliação (AA)
— Assegurar a existência de uma decisão 5.º Passo: Realizar a auto-avaliação
clara por parte da gestão na sequência de — Realizar a avaliação individual;
um processo de consulta à organização; — Obter o consenso de grupo;
— Definir o âmbito e a metodologia da AA; — Pontuar.
— Escolher o sistema de pontuação;
6.º Passo: Elaborar um relatório
— Designar um líder do projecto.
que descreva os resultados da AA
2.º Passo: Divulgar o projecto de
auto-avaliação
Fase 3 — Plano de melhorias / prioriti-
— Definir e implementar um plano de comu- zação
nicação;
— Estimular o envolvimento da organização 7.º Passo: Elaborar o plano de me-
na AA; lhorias
— Comunicar durante as várias fases com — Prioritizar as acções de melhoria;
todos as partes interessadas. — Planear as acções no tempo de forma rea-
lista;
Fase 2 — O processo de auto-avaliação — Integrar o plano de melhorias no planea-
mento estratégico.
3.º Passo: Criar uma ou mais
equipas de auto-avaliação (EAA) 8.º Passo: Divulgar o plano de me-
lhorias
— Decidir o número de equipas de auto-
-avaliação;
9.º Passo: Implementar o plano de
— Criar uma EAA que seja relevante para
melhorias
toda a organização, respeitando um con-
junto de critérios; — Definir uma metodologia consistente para
— Escolher o líder da equipa; monitorizar e avaliar as acções de melho-
— Decidir se o gestor deve ou não fazer ria, com base no ciclo Plan-Do-Check-Act;
parte da EAA. — Designar uma pessoa responsável por
cada acção;
4.º Passo: Organizar a formação — Implementar as ferramentas de gestão
— Organizar a informação e a formação para mais apropriadas de forma permanente.
os gestores;
10.º Passo: Planear a auto-avalia-
— Organizar a informação e a formação para ção seguinte
a EAA;
— O gestor do projecto deve fornecer à EAA — Avaliar as acções de melhoria através de
os documentos relevantes da organiza- uma nova auto-avaliação.
ção;

56
Grelha A — Pró-forma da grelha de AA para apresentação de resultados

Critério 1. Liderança
Avaliação do Critério 1
O que a liderança da organização faz para:
Subcritérios
1.1. Dar uma o orientação à organização, desenvolvendo a sua missão, visão e os valores
1.2. Desenvolver e implementar um sistema para a gestão, desempenho e mudança da organização
1.3. Motivar e apoiar as pessoas da organização e agir como um modelo de conduta
1.4. Gerir as relações com o nível político e outras partes interessadas com o objectivo de assegurar a partilha
de responsabilidades

Sub- Pontos fortes Áreas de melhoria Pontuação e justificação Tópicos /Sugestões


critério (0-100) de melhoria (opcional)

1.1

1.2

1.3

1.4

Total
(0- 400)

Média

Grelha B — Ficha de acção de melhoria

Ficha de acção de melhoria


Acção 1.1 Descrição da acção
Responsável: Dirigente máximo responsável pelo sector que incentiva e suporta
uma acção específica. Pode ser considerado o utilizador final
Coordenador da acção: Pessoa ou serviço responsável pela acção
Equipa operacional: As pessoas identificadas para trabalhar na implementação da acção;
podem ser pessoas de dentro ou de fora da organização
Âmbito
Partes interessadas
Pontos fortes identificados na AA
Contexto
Cenários alternativos
Constrangimentos
Recursos humanos
(Custo por pessoa/dia)
Orçamento
(recursos materiais e financeiros)
Data de início
Data de conclusão
Prazo estimado

57
BENCH LEARNING As boas práticas estão frequentemente
associadas, de modo intrínseco, ao bench
learning. Os parceiros escolhidos para o
Definição
bench learning devem ser organizações
O principal objectivo para desenvolver que têm boas práticas que — quando
actividades de bench learning e /ou bench- adaptadas e implementadas na organiza-
marking é o de encontrar melhores formas ção — conduzem à melhoria do desem-
de fazer as coisas, com a finalidade de me- penho. É importante notar que quando se
lhorar o desempenho global da organiza- procura um parceiro para bench learning, a
ção, tendo por base geralmente melhores escolha não se deve limitar a organizações
resultados alcançados por outras organiza- similares. Na verdade, a inovação é inspira-
ções. De forma simples, o benchmarking é da frequentemente através da aprendiza-
um processo pelo qual uma organização gem com parceiros de outros sectores. Ao
encontra outras organizações com as quais implementar, na organização, aquilo que
pode comparar, ou benchmark, o desem- aprendeu através do processo de bench
penho da sua organização. Esta técnica learning, está inevitavelmente a criar as
pode ser uma ferramenta poderosa e eficaz suas próprias boas práticas.
para o progresso da organização, pois
CAF e Bench learning
explora princípios básicos como «não rein-
ventar a roda» e «aprender com os outros». A auto-avaliação é o primeiro passo para o
A CAF, bem como outras ferramentas de processo de bench learning e para as
análise organizacional, pode ser utilizada mudanças subsequentes a serem imple-
com esta finalidade. mentadas, que resultaram do diagnóstico
da organização o qual permite compreender
Contrariamente ao benchmarking clássico, e conhecer os pontos fortes e as áreas a
o bench learning não inclui necessaria- melhorar. Antes de introduzir o bench
mente a procura de organizações com- learning é importante ter uma visão clara
paráveis e a utilização de indicadores para do desempenho geral da organização de
estabelecer comparações directas. O bench modo a decidir as áreas /critérios que serão
learning enfatiza mais o processo de apren- utilizados como base para o processo de
dizagem do que o estabelecimento de melhoria.
comparações com outras organizações. O
O bench learning através da CAF implica
objectivo do bench learning é aprender que uma organização tenha avaliado o seu
com os pontos fortes de outras organiza- desempenho em pelo menos quatro áreas-
ções, aprender com estas aquilo que fazem -chave:
bem, é procurar inspiração para o seu
1. As pessoas da organização;
próprio trabalho e aprender com os erros,
evitando os erros cometidos pelas outras 2. Os clientes;
organizações. É um processo activo e con- 3. O ambiente no qual a organização
tínuo e não apenas uma comparação de actua;
indicadores: factos e medidas. 4. O desempenho total da organização.

58
Uma avaliação dos resultados nestas áreas- de melhoria do desempenho a longo
-chave dar-nos-á uma visão detalhada prazo.
sobre o que a organização está a alcançar e
Dado o crescimento da utilização da CAF
fornecerá dados e indicadores de desem-
na Europa, tornou-se mais fácil encontrar
penho apropriados.
parceiros para bench learning com a CAF. O
No entanto, e tendo em vista aproveitar Centro de Recursos CAF do EIPA, com a
todos os benefícios que podem ser obtidos ajuda dos correspondentes nacionais e as
através da actividade de bench learning, é respectivas redes de organizações, segue os
também necessário considerar a questão passos dos utilizadores da CAF no espaço
da governação e a forma como é gerida a europeu e convida a introduzir as suas boas
organização. Estas questões estão reflecti- práticas na base de dados especialmente
das nos critérios de Meios do modelo CAF, criada para os casos de aplicação da CAF.
que descrevem a abordagem da organiza- Quando as organizações se registam como
ção relativamente a estas questões, desig- utilizadores da CAF no sítio Web do Institu-
nadamente a definição de objectivos, o to Europeu de Administração Pública (EIPA)
desenvolvimento dos recursos humanos, as — www.eipa.eu — têm a possibilidade de
funções da liderança, a gestão de recursos registar informações detalhadas sobre a
e processos, entre outros. organização, as pontuações da auto-ava-
liação (opcional e confidencial) e infor-
Todas as funções, processos e actividades
mações acerca das suas boas práticas.
de uma organização podem ser objecto de
bench learning. A vantagem de fazer a liga- Através da cedência da informação-chave a
ção entre as iniciativas de bench learning e base de dados pode ajudar as organizações
a CAF reside no facto da estrutura da CAF públicas a identificar possíveis parceiros de
com 9 critérios e 28 subcritérios poder ser bench learning, como por exemplo permite
utilizada para identificar as áreas pro- a pesquisa de utilizadores da CAF num país,
blemáticas da organização e para procurar sector ou actividade em particular, ou por
áreas de boas práticas.
parceiros de bench learning adequados que
tenham tido um bom desempenho nas
Ciclo e projecto bench learning
áreas em causa.
Esquematicamente, o bench learning pode
A utilização da auto-avaliação através da ser apresentado como um ciclo de 5 pas-
CAF deve conduzir à elaboração de um sos:
plano de acção que incida nas áreas que
1. Planeamento
requerem melhorias. O bench learning com
2. Recolha, medição e comparação
outras organizações é apenas uma das for-
mas de realizar essas acções de melhoria. É 3. Análise
inerente ao bench learning, assim como à 4. Adaptação
auto-avaliação, a ideia de continuidade e 5. Avaliação e repetição

59
1. Planeamento também elaborar um código de conduta
que pode incluir acordo sobre os prazos,
No primeiro passo dos projectos bench
regras de confidencialidade, gestão e segu-
learning – o planeamento – a organização
rança de informação.
tem de procurar, identificar e contactar os
possíveis parceiros. Os projectos bench
2. Recolha, medição
learning podem ser desenvolvidos por dois
e comparação
ou mais parceiros. É muito importante desig-
nar, em cada organização, um gestor do Durante a segunda etapa, recolhem-se pro-
projecto. Entre os vários participantes no cedimentos e sugestões importantes das
projecto deve ser escolhido um coorde- organizações parceiras para colmatar os
nador. Os parceiros devem chegar a acordo problemas identificados, assim como os
sobre as áreas e/ou resultados em que resultados alcançados em áreas relevantes.
incidirá o projecto tendo em conta os Esta recolha pode ser feita através de ques-
papéis e os contributos dos vários par- tionários, reuniões e consulta de websites.
ceiros. Devem ter sempre em mente o equi- Toda a informação recolhida — informação
líbrio entre os contributos dados e os bene- acerca dos sucessos e fracassos — deve ser
fícios recebidos pelos parceiros, de modo a comparada e/ou medida, e devem ser iden-
criar situações win-win (vencer-vencer) para tificadas as diferenças e os requisitos para o
todos os participantes. Os parceiros devem sucesso.

5. AVALIAR OS 1. IDENTIFICAR AS
RESULTADOS E ÁREAS A MELHORAR E
REPETIR A PLANEAR O BENCH
AUTO-AVALIAÇÃO LEARNING

CICLO DE BENCH LEARNING

2. RECOLHER, MEDIR
4. ADAPTAR E E/OU COMPARAR
IMPLEMENTAR procedimentos
boas práticas na interessantes, pontos
organização fortes e resultados
3. ANALISAR
as causas dos
problemas e as
soluções para o sucesso

60
3. Análise avaliação dos resultados do projecto bench
learning e tomam-se decisões sobre os pas-
O terceiro passo é a análise. É solicitado às
sos seguintes. Estes passos podem incluir a
organizações participantes que definam as
melhoria de processos em curso, incluindo
causas dos problemas que ocorreram em
novas sugestões e ideias. A questão funda-
cada área. É também solicitado às organi-
mental, nesta fase, é que a melhoria con-
zações que, na medida do possível, deter-
tínua é um processo dinâmico que afecta
minem a origem desses problemas e perce-
— e por isso necessita do seu envolvimen-
bam como essas razões podem ser a chave
to — todas as partes interessadas. Para
para o sucesso dos primeiros passos na reso-
fazer o acompanhamento das melhorias
lução dos problemas. Uma vez determi-
alcançadas é importante avaliar o progres-
nadas as causas dos problemas, é neces-
so, pelo que se recomenda que as organi-
sário escolher ou adaptar boas práticas ou
zações repitam a auto-avaliação com base
identificar outras soluções possíveis para o
no Modelo CAF.
sucesso. É, também, recomendado que os
participantes no projecto determinem o 6. Potenciais armadilhas
porquê de alguns procedimentos, resulta-
dos e métodos serem mais apropriados e • Procurar parceiros de bench learning
mais bem sucedidos do que outros, deven- apenas no sector da organização.
do registar as conclusões. Alguns processos, tais como a avalia-
ção da satisfação dos clientes ou dos
4. Adaptação e implementação colaboradores — apesar de diferentes
sectores — são comuns e podem
A quarta etapa é a implementação. Inclui a
efectivamente ser comparados com
selecção de boas ideias, sugestões, proce-
diferentes tipos de organizações. É
dimentos, soluções e a sua adaptação e
como «alargar os horizontes».
introdução nas práticas diárias da organiza-
ção. O acordo total, envolvimento e parti- • Focalizar apenas as medidas de com-
cipação dos colaboradores nesta fase é cru- paração do desempenho, sem ter em
cial para o sucesso da implementação. Os conta os processos e as actividades
colaboradores devem igualmente ter o co- que levam à realização de boas práti-
nhecimento acerca do progresso do projecto cas.
durante todas as fases, através dos canais • Esperar que o bench learning seja
de comunicação existentes na organização. rápido e fácil.
Deve ser redigido um relatório final que • Despender demasiado tempo e recur-
inclua uma lista com as sugestões de boas sos numa fase específica do processo.
práticas, a sua implementação e os resulta- • Ter a expectativa de que todas as áreas
dos /impactos esperados. da organização podem ser compara-
das com outras organizações.
5. Avaliação e repetição
• Solicitar informações e dados sem
A última etapa consiste na avaliação dos estar preparado para partilhar as suas
resultados do projecto. Procede-se a uma próprias informações com os outros,

61
e, inversamente, esperar que as outras lho com um verdadeiro espírito de
organizações vão partilhar aberta- parceria é fundamental para o suces-
mente a informação que lhes é so dos projectos bench learning.
valiosa. De acordo com a nossa expe-
• Quanto mais longos forem os proces-
riência, a maioria das organizações
sos de bench learning, mais difícil é
deseja partilhar a maior parte da
informação quando é estabelecida manter o entusiasmo e o compro-
uma verdadeira parceria desde o iní- misso das pessoas responsáveis pela
cio. O respeito pelos outros e o traba- sua promoção e implementação.

62
GLOSSÁRIO Auditoria
Acto de apreciação independente que visa
Accountability analisar e avaliar as actividades e os resul-
tados de uma organização. As auditorias
É a obrigação de prestar contas pelas
mais comuns são: auditoria financeira,
responsabilidades assumidas e de justificar auditoria operacional, auditoria às tecnolo-
a utilização e gestão dos recursos gias de informação e comunicação, audito-
empregues. As pessoas que aceitam esta ria de gestão, etc.
obrigação são responsáveis pelos recursos e
Existem 3 níveis de controlo das activi-
operações que controlam perante quem
dades:
tem a competência de fiscalizar esta obri-
gação. Assim cada uma das partes é • Controlo interno realizado pela gestão;
responsável pelo seu dever. • Auditoria interna realizada por uma
unidade independente da organiza-
Ambiente de aprendizagem ção. Entre outras funções, deve con-
trolar a eficácia da gestão interna;
O ambiente no interior da organização
• Auditoria externa realizada por uma
onde a aprendizagem assume um lugar de
entidade externa independente.
destaque através da aquisição de compe-
tências, partilha de conhecimentos, troca Avaliação
de experiências e diálogo sobre as melhores Acto de examinar se as acções desenvol-
práticas. vidas tiveram os resultados esperados e se
outras acções podiam ter tido melhores
Análise SWOT resultados e a mais baixo custo.
Análise dos pontos fortes (Strengths), dos
Avaliação do desempenho
pontos fracos (Weaknesses), das oportu-
nidades ou vantagens potenciais (Opportun- A avaliação do desempenho necessita de
ities) e das ameaças ou dificuldades poten- ser entendida no contexto da gestão.
Geralmente, o sistema de gestão de uma
ciais (Threats) de uma organização.
organização inclui a avaliação do desem-
Aprendizagem penho individual dos colaboradores. Esta
prática ajuda a monitorizar o desempenho
A aquisição e compreensão de conheci- do departamento e da organização medi-
mento e informação que podem conduzir à ante a agregação do desempenho indivi-
melhoria ou mudança. Como exemplos de dual pelos diferentes níveis de gestão da
actividades de aprendizagem organiza- organização. A entrevista de avaliação indi-
vidual entre o colaborador e o seu/sua direc-
cional temos o benchmarking, o bench
tor/a é a forma mais comum de fazer a ava-
learning, avaliações externas e internas
liação. No decorrer da entrevista, como
e /ou auditorias e estudos de boas práticas. complemento à avaliação do desempenho,
Os exemplos de aprendizagem individual podem ser avaliados outros aspectos dos
incluem a formação e o desenvolvimento colaboradores, incluindo o nível de conheci-
de competências. mentos e competências relativas à actividade

63
desempenhada, podendo ser identificadas junto de indicadores quantitativos que per-
aqui as necessidades de formação. mitem avaliar a capacidade da organização
Numa abordagem TQM, que visa a melho- para cumprir a sua missão e objectivos
ria contínua, é possível utilizar o ciclo PDCA estratégicos. Estes indicadores estruturam-
a nível individual: -se em torno de 4 perspectivas: inovação e
liderança; processos internos; clientes e
• Planeie o trabalho para o ano seguinte
gestão financeira. Os indicadores de cada
(PLANEAR);
uma das perspectivas estabelecem entre si
• Realize o trabalho (EXECUTAR); relações de causa-efeito, as quais são
• Faça uma revisão do trabalho realizado baseadas em hipóteses que permanente-
durante a entrevista de avaliação mente têm de ser revistas.
(REVER), e
O Balanced Scorecard é também muito útil
• Adapte, se necessário, para o próximo
como uma ferramenta de comunicação da
ano, os objectivos, os meios e as com-
gestão, como via para informar os colabo-
petências (AJUSTAR). radores da organização e outras partes
Existem várias formas de aumentar a objec- interessadas em que medida a organização
tividade da avaliação do desempenho: está a cumprir o planeamento estratégico.
• Avaliação da gestão, onde estes são O Balanced Scorecard é cada vez mais uti-
avaliados directamente pelos colabo- lizado no sector público da Europa. É
radores que dirigem; importante salientar que o Balanced Score-
card pode ser utilizado no contexto da
DIRECTORES- avaliação com o modelo CAF.
CLIENTES
-GERAIS
Benchmark
Um resultado alcançado com elevada pon-
tuação (por vezes definida como sendo
GESTOR
«best-in-class /melhor prática», ver Bench-
marking em seguida); referência ou medida
padrão para comparação; ou um nível de
desempenho que é reconhecido como
PARES/COLEGAS COLABORADORES sendo o padrão de excelência para um
processo específico.

Benchmarking
• Avaliação a 360 graus onde os ges-
tores são avaliados mediante diferen- Existem inúmeras definições de bench-
tes pontos de vista: directores-gerais, marking mas as palavras-chave são «com-
pares ou colegas na gestão da organi- parar com os outros».
zação, colaboradores e clientes. O benchmarking consiste simplesmente em
«fazer comparações com outras organiza-
Balanced Scorecard
ções e depois aprender as lições retiradas
O Balanced Scorecard é um instrumento de dessas comparações». (Fonte: European
gestão que visa a construção de um con- Benchmarking Code of Conduct).

64
Na prática, o benchmarking geralmente Bottom-up
engloba:
Direcção do fluxo da informação ou da
• Comparação regular de aspectos do decisão, no seio de uma organização, dos
desempenho (funções ou processos) níveis hierárquicos inferiores para os níveis
com as organizações que se conside-
hierárquicos superiores. O oposto designa-
ram ter boas práticas. Por vezes, essa
-se por top-down.
referência é feita para best in class/me-
lhor prática, mas como nunca se pode
Brainstorming
ter a certeza de qual a melhor, é prefe-
rível a expressão «boa prática»; Ferramenta para trabalho em equipa que é
• Identificação de deficiências no de- utilizada para gerar ideias, de forma livre,
sempenho; num curto período de tempo, provenientes
• Procura de novas abordagens para de um grupo de pessoas. A regra mais
introduzir melhorias no desempenho; importante é evitar qualquer tipo de críticas
• Implementação de melhorias; durante a fase de produção de ideias.
• Monitorização do progresso alcança-
Ciclo PDCA
do e avaliação dos benefícios.
Nas administrações públicas europeias, o É um ciclo de quatro fases que têm de ser
benchmarking centra-se geralmente nos ultrapassadas para se conseguir a melhoria
aspectos da aprendizagem, sendo hoje em contínua, tal como Deming descreve:
dia mais comum falar-se em «Bench learn- Plan- Planear (fase do projecto)
ing» como sendo uma forma de aprender a
melhorar através da partilha do conhe- Do- Executar (fase da execução)
cimento, da informação e, por vezes, dos Check- Rever (fase do controlo)
recursos. Reconhece-se que constitui um
modo eficaz para introduzir a mudança Act- Ajustar (fase da acção, adap-
organizacional. Reduz os riscos, é eficiente tação e correcção)
e poupa tempo. Estas quatro fases reforçam a ideia de que
os planos de melhoria devem começar com
Benchmarking estratégico um planeamento cuidadoso que deve
O benchmarking estratégico é utilizado resultar numa acção eficaz que deve ser
quando as organizações procuram melho- revista e eventualmente ajustada, e por últi-
rar o seu desempenho global através da mo deve voltar à fase de planeamento ini-
análise de estratégias de longo prazo e ini- cial, dando continuidade ao ciclo.
ciativas gerais que tenham conduzido a ele-
vados níveis de desempenho e sucesso. Cidadão/Cliente
Envolve a comparação de aspectos funda-
mentais, nomeadamente as competências A expressão «cidadão /cliente» é utilizada
essenciais; o desenvolvimento de novos para realçar o relacionamento duplo que
produtos e serviços, a mudança nas activi- existe por um lado: entre a Administração
dades ou a melhoria da capacidade para Pública e os utilizadores dos serviços públi-
lidar com mudanças no ambiente envol- cos; e, por outro lado, entre a Adminis-
vente. tração Pública e todas as pessoas, que

65
enquanto cidadãos e contribuintes, têm com a definição da pontuação e avaliação
interesse nos serviços e nos seus resultados. global da organização.

Código de conduta Controlo da Qualidade


Regras ou linhas de orientação, que podem Controlo sistemático da capacidade da
ser expressas ou implícitas, para regular o organização para criar qualidade nos
comportamento das pessoas, grupos profis- serviços que presta. É sistemático, uma vez
sionais, equipas ou organizações. O código que os resultados emergem de um esforço
de conduta pode também aplicar-se a planeado e deliberado. Algumas organiza-
actividades específicas, tais como a audito- ções escolhem sistemas de controlo da
rias e ao benchmarking, e geralmente qualidade baseados em manuais da quali-
fazem referência a padrões éticos. dade ou manuais de processos. Os sistemas
de controlo da qualidade contêm um con-
Competência junto de linhas de orientação para imple-
A competência inclui os conhecimentos, mentar, na prática, os controlos da quali-
aptidões e atitudes de um indivíduo postos dade e a forma como essa qualidade deve
em prática no exercício da sua actividade. ser medida e melhorada.
Quando um indivíduo está apto a desem-
Cultura organizacional
penhar correctamente uma actividade é
visto como tendo alcançado uma determi- Toda a variedade de comportamentos, éti-
nada competência. cas e valores que são transmitidos e prati-
cados pelos membros das organizações
Conflito de interesse influenciados pelas tradições e sistemas
Um «conflito de interesse» no sector públi- legais e sócio-políticos nacionais.
co diz respeito ao conflito existente entre o
Desempenho
dever público e o interesse particular de um
funcionário público, no qual o seu interesse Medida de realização alcançada por um indi-
pessoal pode influenciar o desempenho do víduo, equipa, organização ou processo.
serviço público. Mesmo que não existam
evidências de acções impróprias, um conflito Diagrama/desenho do processo
de interesse pode originar uma imagem falsa Representação gráfica do conjunto de
que pode minar a credibilidade dessa pessoa, acções que ocorrem num processo.
mesmo quando age correctamente.
Diversidade
Consenso
Diversidade diz respeito a diferenças. Pode
Tal como a palavra indica, consiste na referir-se a valores, atitudes, cultura, con-
procura e obtenção do acordo e é utilizado vicções filosóficas ou religiosas, conheci-
frequentemente na auto-avaliação, quando mentos, aptidões, experiência e estilo de
os avaliadores se reunem para comparar e vida entre grupos ou indivíduos no seio de
discutir a avaliação e pontuação realizadas um grupo. A diversidade pode estar tam-
individualmente. Este processo termina bém relacionada com o género, origem
geralmente com o acordo entre as partes e étnica ou nacional, deficiências ou idade.

66
Na Administração Pública, uma organiza- • Construção da visão do processo: Qual
ção caracterizada pela diversidade é consi- a visão a longo prazo do processo e o
derada uma organização que reflecte a que é que a organização necessita de
sociedade que serve. fazer para alcançar esse cenário?

Dono do processo • Elaboração do relatório de desempenho


do processo: O que é que pode ser me-
Pessoa responsável pela concepção, melho- lhorado? Quais são as fraquezas e como
ria e desempenho do processo, bem como
é que estas podem ser ultrapassadas?
pela coordenação e integração do processo
dentro da organização. As suas respon- Aplicando estes passos o dono do processo
sabilidades incluem: tem a possibilidade de melhorar continua-
mente o processo.
• Compreensão do processo: como é
realizado na prática?
Economia
• Definição do objectivo do processo:
de que forma se enquadra na visão da «Economia» e «economizar» referem-se à
organização? Quem são as partes gestão financeira prudente, que inclui a
interessadas quer a nível interno, quer redução de custos através do desenvolvi-
externo, e quais são as suas expectati- mento mais eficiente dos processos e a
vas? Como é que um processo se rela- poupança de recursos sem afectar a quali-
ciona com outros processos? dade dos resultados ou objectivos.
• Comunicação do processo às partes
interessadas internas e externas. Eficácia
• Monitorização e avaliação do proces- É a relação entre o objectivo definido e o
so: Qual o grau de eficiência e eficácia impacto, efeito ou resultado alcançado.
do processo?
Eficiência
• Submissão do processo a bench
learning: Qual é o desempenho de É a relação entre os resultados alcançados e
outras organizações e o que podemos os recursos utilizados para o efeito. A «efi-
aprender com elas? ciência» e a «produtividade» podem ser

Eficiência — Eficácia — Economia

RELAÇÃO CUSTO-EFICÁCIA

OBJECTIVOS RECURSOS ACTIVIDADES RESULTADOS IMPACTO

ECONOMIA EFICIÊNCIA EFICÁCIA

RESULTADOS
ALCANÇADOS

67
consideradas como um único conceito. A morais, as normas estabelecem, também, o
produtividade deve ser medida de forma a que é legal e moralmente correcto numa
incluir quer os custos de todos os factores determinada situação.
de produção (produtividade total dos fac-
tores), quer apenas os custos de um factor
Evidência
específico (produtividade do trabalho ou Informação que comprova uma declaração
produtividade do investimento). ou um facto. As evidências são conside-
radas essenciais na formação de conclusões
Empowerment e julgamentos correctos/objectivos.
É o processo pelo qual se atribui autoridade A evidência pode ser obtida através de
ou poder acrescido a um indivíduo ou grupo pesquisa documental, observação ou con-
senso1.
de pessoas no processo de tomada de
decisão. Pode aplicar-se a cidadãos/clientes
Excelência
ou colaboradores através do envolvimento
de uma pessoa/grupo e da garantia de um Práticas de gestão da organização, bem
grau de autonomia nas suas acções/decisões. como resultados alcançados de grande
relevância, com base nos conceitos funda-
Estratégia mentais da Gestão da Qualidade Total, tal
como formulados pela EFQM. Inclui a ori-
Um plano de longo prazo de acções priori- entação por resultados, a focalização no
tizadas para alcançar os objectivos globais cliente, a liderança e constância de propósi-
ou cumprir a missão de uma organização. tos, a gestão por processos e factos, o
envolvimento das pessoas, a melhoria con-
Estrutura organizacional
tínua, inovação, parcerias com benefícios
A forma como a organização está estrutu- mútuos e, ainda, a responsabilidade social
rada, como por exemplo a divisão por áreas corporativa.
de trabalho ou funções, vias formais de
comunicação entre gestores e colabo- Factores críticos de sucesso
radores, e a forma como as actividades e
As principais condições que têm de ser
responsabilidades estão divididas pela
preenchidas para que os objectivos estra-
organização.
tégicos possam ser alcançados. Apontam
Ética as actividades ou resultados-chave em que
o bom desempenho é essencial para o
Por ética no serviço público entende-se o
sucesso da organização.
conjunto de valores e normas comuns que
devem reger a actividade do funcionário
Follow-up
público no desempenho das suas funções.
A natureza moral desses valores /normas, Na sequência do processo de auto-ava-
que podem ser declaradas ou implícitas, liação e das mudanças da organização, o
referem-se ao que é considerado ser correc- follow-up consiste na verificação do grau
to, errado, bom ou mau comportamento. de realização dos objectivos préviamente
Enquanto os valores definem os princípios estabelecidos. Desta análise deve resultar o
1
Nota do tradutor.

68
lançamento de novas iniciativas, o ajusta- organização (geralmente impulsionadas
mento da estratégia e, ainda, o planeamen- pelas Agendas da Modernização e Refor-
to de acordo com as novas circunstâncias. ma) e liderar a dinâmica da mudança
através da preparação, implementação e
Fornecedor apoio à mudança.
Organização ou pessoa que fornece um
Gestão da Qualidade
produto ou serviço1.
Método para assegurar que todas as activi-
Gestão do conhecimento dades necessárias à concepção, desenvolvi-
A gestão do conhecimento é a gestão mento e implementação de um produto ou
explícita e sistemática do conhecimento serviço são eficientes e eficazes, respeitan-
vital, que está associada aos processos de do o sistema da qualidade.
criação, organização, difusão, utilização e
exploração do conhecimento. Gestão de recursos humanos

É importante salientar que o conhecimento Gerir, desenvolver e utilizar os conhecimen-


envolve quer o conhecimento tácito (o que tos, competências e todo o potencial dos
está contido na mente das pessoas), quer o colaboradores de uma organização, com o
conhecimento explícito (codificado e ex- intuito de apoiar as políticas e o planea-
presso em informação contida em bases de mento das actividades, bem como o funcio-
dados, documentos, etc.). Um bom progra- namento eficaz dos processos.
ma de conhecimento utiliza estas duas for-
mas básicas de conhecimento na condução Governance / boa governação
dos processos de desenvolvimento do co-
Os elementos essenciais para uma boa go-
nhecimento. Na maioria das organizações,
vernação são determinados pela estrutura
os conhecimentos mais importantes são os
de autoridade e controlo. Esta estabelecerá
conhecimentos sobre: clientes, processos,
produtos e serviços, as necessidades dos a obrigatoriedade de divulgar os resultados
clientes, os conhecimentos das pessoas, a alcançados, a transparência das acções e
memória organizacional, as lições extraídas dos processos de tomada de decisão relati-
do passado ou provenientes da organiza- vamente às partes interessadas, a eficiência
ção, conhecimento das relações, avaliações e eficácia, a resposta às necessidades da
do conhecimento e da gestão e medição sociedade, a antecipação dos problemas e
do capital intelectual. Uma grande varie- a orientação e respeito pela Lei e normas.
dade de práticas e processos é utilizada na
gestão do conhecimento. Algumas das Governo electrónico
mais comuns são: criação e descoberta, (eGovernment)
partilha e aprendizagem (comunidade de
práticas), organização e gestão. Expressão que se refere à utilização das Tec-
nologias de Informação e Comunicação
Gestão da mudança (TIC) na Administração Pública. Quando
A gestão da mudança implica saber gerar/ combinadas com mudanças organizacionais
/promover as mudanças necessárias numa e com as novas aptidões, as TIC ajudam a
1
Conceito introduzido pelo tradutor. Fonte: ISO9000:2000 “Fundamentos e Vocabulário”.

69
melhorar os serviços públicos e os processos Indicadores de desempenho-
democráticos, servindo também de apoio -chave
às políticas públicas. O governo electróni- São as medidas mais críticas e as medidas de
co é visto como um meio para realizar e desempenho dos processos-chave, essen-
tornar mais eficiente a gestão. Pode melho- cialmente apresentados nos critérios 4 e 5
rar o desenvolvimento e a implementação da CAF, que são capazes de influenciar
das políticas públicas e ajudar o sector grandemente a eficiência e a eficácia dos
público a dar resposta às exigências para a resultados do desempenho-chave.
prestação de mais e melhores serviços com
Um bom exemplo de indicadores de satis-
menos recursos.
fação do cidadão /cliente podem ser os
Impacto (ver outcome) resultados das medições do desempenho
dos processos relativos aos cidadãos/clientes
Indicadores que a organização põe em prática para
prestar os serviços aos cidadãos.
Medidas que são indicativas, ou seja, que
demonstram os resultados de uma acção.
Inovação
Indicadores de desempenho Inovação é o processo de transformação de
novas ideias em novos serviços, processos,
São as diversas medidas operacionais uti-
ferramentas, sistemas e relações humanas.
lizadas pela Administração Pública para
Uma organização pode ser considerada
ajudar as organizações a:
inovadora quando realiza uma actividade já
• Monitorizar existente de uma forma diferente / inova-
• Compreender dora para esse local de trabalho, ou quan-
• Prever do a organização oferece aos clientes um
serviço novo ou presta o mesmo serviço
• Melhorar
mas de uma forma diferente, como por
o modo como funcionam e o desempenho exemplo via Internet.
que alcançam.
Input (entrada)
São utilizados vários conceitos para medir o
desempenho da organização: resultados, Qualquer tipo de informação, conhecimen-
medidas, indicadores, parâmetros. No en- to, matéria ou outro tipo de recursos uti-
tanto, a terminologia sobre as medições é lizado na produção de bens ou serviços.
pouco importante, pelo que devemos usar
termos que nos sejam familiares. Se seguir- ISO
mos o princípio de Pareto, apercebemo-nos ISO ou Organização Internacional para a Nor-
de que 20% do que fazemos irá produzir malização (International Organization for
80% dos nossos resultados. Por isso, é Standardization) é uma rede global que:
importante medir pelo menos o desem- identifica as normas internacionais exigidas
penho dos processos que são essenciais às empresas, governos e sociedade; as
para a produção dos resultados esperados. desenvolve com os contributos nacionais

70
em parceria com os sectores que as adop- através do benchmarking. É preferível uti-
tam mediante procedimentos transpa- lizar a expressão «boa prática» quando não
rentes; e as divulga para serem implemen- é possível assegurar que não existe uma
tadas em todo o mundo. melhor.

Líder Missão

A expressão líder é tradicionalmente asso- A descrição do que uma organização deve


ciada às pessoas responsáveis pela organi- alcançar para satisfazer as necessidades das
zação. partes interessadas. A missão do sector
público resulta de políticas públicas e/ou
Liderança mandatos estatutários.

A forma como os líderes desenvolvem e A missão é a razão de ser da organização.


prosseguem a missão e visão da organiza- Os objectivos finais que a organização esta-
ção. Reflecte como os líderes desenvolvem belece no contexto da sua missão são for-
os valores necessários para o sucesso a mulados com base na visão.
longo-prazo, e os implementam através de
acções e comportamentos adequados. Modelos de comportamento
Indica como os líderes estão pessoalmente
Pessoas ou organizações que servem de
empenhados em garantir que o sistema de
modelo de comportamento individual ou
gestão seja desenvolvido, implementado e
social para que outras pessoas aprendam
revisto e que a organização aposte perma-
ou repitam essas condutas.
nentemente na inovação e na mudança.
Network
Mapa de processos
Uma organização informal que une pes-
Representação gráfica da sequência de
soas ou organizações que podem, ou não,
acções que ocorrem entre processos.
ter uma linha de comando. Os membros
Medidas de percepção destas redes de trabalho partilham fre-
quentemente valores e interesses.
Medição de impressões e de opiniões sub-
jectivas de um indivíduo ou grupo de pes- Objectivos
soas, como por exemplo a percepção do
A formulação de uma situação desejada,
cliente acerca da qualidade de um produto
especificando os resultados ou efeitos pre-
ou serviço.
tendidos, em consonância com a missão da
organização.
Melhores / Boas práticas
Elevados desempenhos, métodos ou abor- Objectivos estratégicos
dagens que conduzem a organização a
resultados excepcionais. O conceito «Me- São os objectivos globais de médio e longo
lhor Prática» é relativo, uma vez que pode prazo. Indicam a direcção pretendida para
estar relacionado com práticas de gestão a organização e definem os resultados e
inovadoras ou interessantes, identificadas efeitos finais a prosseguir.

71
Objectivos operacionais Outcome (impacto)
A formulação mais concreta de um objecti- São todos os efeitos que os resultados (out-
vo estratégico, como por exemplo ao nível puts) provocam nas partes interessadas ou
da unidade orgânica. Um objectivo opera- na sociedade.
cional pode ser imediatamente transforma-
do num conjunto de actividades e acções. Output (resultado)
É o resultado imediato da produção, que
Objectivos SMART pode incluir bens ou serviços. No entanto,
Os objectivos definidos pela organização há que ter em conta a distinção entre resul-
devem ser SMART: tados intermédios e finais. No primeiro
caso, os produtos ou serviços são forneci-
• Specific — devem ser precisos quanto
dos por um departamento a outro departa-
ao que a organização visa alcançar;
mento, na mesma organização; no segun-
• Measurable — devem poder ser medi- do caso, o resultado tem como destinatário
dos/quantificáveis; uma entidade externa à organização.
• Achievable — devem ser atingíveis;
Exemplo de Output e Outcome: elevadas
• Realistic — devem ser exequíveis e reais; restrições no acesso às licenças para posse
• Timed — devem ser calendarizados. de armas de fogo. O output /resultado final
é a redução do número de armas em circu-
Organização aprendente
lação, o qual conduz ao outcome / impacto
Uma organização onde as pessoas aumen- que se consubstancia no sentimento colec-
tam continuamente as suas capacidades tivo de maior segurança.
para alcançar os resultados pretendidos,
onde novos e elevados padrões de pensa- Parcerias
mento são estimulados, onde as aspirações Colaboração com outras entidades, numa
colectivas emergem e onde as pessoas se base comercial ou não, e que visa um objec-
encontram em aprendizagem contínua no tivo comum, criando assim uma mais-valia
contexto da própria organização. para a organização, para os seus clientes e
outras partes interessadas.
Organização pública
A organização pública é qualquer institui- Partes interessadas
ção, serviço ou sistema dirigido e controla- Designa todos aqueles que têm um inte-
do politicamente pelo governo eleito (na- resse, financeiro ou não, nas actividades da
cional, federal, regional ou local), incluindo, organização, por exemplo os decisores
também, organizações que lidam com o políticos, os cidadãos / clientes, os colabo-
desenvolvimento das políticas e aplicação radores, o público em geral, as entidades
da lei, como por exemplo assuntos que reguladoras, os meios de comunicação social,
não podem ser considerados estritamente os fornecedores, etc. As organizações gover-
como serviços. namentais também são partes interessadas.

72
Pessoas pactos e, deste modo, acrescentam valor.
A natureza dos processos nas organizações
Todos os colaboradores da organização,
de serviço público podem variar muito,
incluindo os que trabalham a tempo inteiro,
abrangendo desde actividades relativa-
a tempo parcial e temporariamente.
mente abstractas, como as que suportam
Plano de Acção as políticas de desenvolvimento ou regu-
lação das actividades económicas, até
Documento no qual se indicam o plano das actividades muito concretas relacionadas
actividades, a definição das responsabili- com a prestação de serviços. Podemos dis-
dades, os objectivos para implementação tinguir entre:
do projecto (ex. metas /prazo limite) e os
recursos necessários (ex. recursos humanos, • Os processos-chave, essenciais para
materiais e financeiros). prestação de serviços ou fornecimen-
to de produtos;
Política pública • Os processos de gestão, que con-
Designa a orientação seguida pelos orgãos duzem a organização e apoiam os
políticos na resolução de problemas ou processos-chave;
matérias de interesse público, nomeada- • Os processos de suporte, que forne-
mente acções e omissões, decisões e não cem os recursos necessários.
decisões, o que implica escolhas entre De entre os anteriormente referidos, os
várias alternativas. processos-chave são os mais importantes
para a organização.
Prazo
Período de tempo em que os resultados Processo de melhoria contínua
devem ser alcançados:
Trata-se da melhoria sistemática dos
• Curto prazo — refere-se, geralmente, a processos de trabalho em termos de quali-
um período inferior a 1 ano; dade, economia ou duração. O envolvi-
• Médio prazo — refere-se, geralmente, mento de todas as partes interessadas de
a um período compreendido entre 1 e uma organização é, geralmente, um pré-
5 anos; -requisito neste processo.
• Longo prazo — refere-se, geralmente,
Qualidade
a um período superior a 5 anos.
A qualidade no sector público está rela-
Procedimento
cionada com a maximização do valor dos
Descrição objectiva e detalhada de como as produtos e serviços para todas as partes
actividades devem ser executadas. interessadas no âmbito de uma estrutura
política e financeira. A Gestão da Qualidade
Processo Total (TQM) centra-se nos procedimentos e
Conjunto de procedimentos que transfor- processos que são considerados instrumen-
mam as entradas em resultados ou im- tais na promoção da qualidade.

73
Recursos contribuírem para o desenvolvimento sus-
tentável, trabalhando com os seus colabo-
Os recursos incluem o conhecimento, o tra-
radores, as suas famílias, comunidades locais
balho, o capital, os equipamentos, as insta-
e com a sociedade em geral para melhorar
lações e as tecnologias que a organização
a qualidade de vida. O objectivo é trazer be-
utiliza para desenvolver as suas actividades.
nefícios, tanto para as organizações como
para sociedade.
Reengenharia de Processos
(BPR — Business Process Re-engineering)
Resultado (ver output)
Podemos sempre fazer melhorias num
processo existente através de pequenas Resultados de desempenho-
adaptações (abordagem Kaizen). Em alguns -chave
casos, esta abordagem deixa de ser ade- Os resultados que a organização atinge em
quada para a realização dos objectivos e relação ao planeamento e estratégia na sa-
poderá ser necessário redesenhar todo o tisfação das necessidades e expectativas
processo. Chama-se a esta abordagem BPR das várias partes interessadas (resultados
(Business Process Re-engineering) ou sim- externos); e os resultados que a organiza-
plesmente reengenharia de processos. A ção alcança no que respeita à respectiva
ideia do BPR é a de redesenhar totalmente o gestão e processos de melhoria (resultados
processo, permitindo dar um grande passo internos).
em frente ou realizar grandes rupturas.
Uma vez implementada a mudança, deve- Sistema de Gestão da Qualidade
-se retomar o processo de procura de opor- O sistema que define as políticas e os pro-
tunidades para a introdução gradual de cedimentos necessários para melhorar,
melhorias contínuas para optimizar o avaliar e integrar os processos que podem
processo. conduzir a um melhor desempenho.

Relação custo-eficácia Top-down


É a relação entre os impactos que resultam Direcção do fluxo de informação ou das
dos objectivos da organização e os custos decisões, dentro de uma organização, dos
— incluindo também os custos sociais — níveis hierárquicos superiores para os níveis
para os alcançar. Ver também eficácia. hierárquicos inferiores. O oposto designa-
-se por bottom-up.
Relatório de auto-avaliação
TQM (Total Quality Management/
O relatório que descreve os resultados da
/ Gestão da Qualidade Total)
auto-avaliação. Este relatório deve incluir os
pontos fortes e as áreas a melhorar na O Sistema da Gestão para a Qualidade Total
organização. Pode também incluir (opcional) designa uma filosofia de gestão focalizada
sugestões de melhorias. no cliente, que procura continuamente
melhorar os processos através da utilização
Responsabilidade social de ferramentas analíticas e trabalho em
corporativa equipa envolvendo todos os colaboradores.
Existem diversos modelos de TQM, sendo
É o compromisso estabelecido pelas orga- os mais utilizados os seguintes: EFQM, CAF,
nizações do sector público e privado para Malcolm Baldrige (USA), ISO 9004.

74
Transparência
A transparência implica receptividade,
comunicação e prestação de contas. É uma
expressão metafórica do significado utiliza-
do nas ciências sociais: um objecto «trans-
parente» significa que se consegue ver
através do mesmo. Procedimentos trans-
parentes incluem reuniões abertas, divul-
gação de relatórios financeiros, acessibili-
dade da informação e da legislação,
publicação do orçamento, auditorias, etc.

Valores
Este conceito refere-se aos valores culturais,
morais e de bem-estar. Os valores morais
tendem a ser universais, enquanto que os
valores culturais podem mudar de organi-
zação para organização e de país para país.
Os valores culturais de uma organização
devem ser transmitidos e postos em prática
e devem ainda estar relacionados com a
respectiva missão. Podem ser muito dife-
rentes entre organizações sem fins lucra-
tivos e empresas privadas.

Visão
É a fotografia do futuro. É o sonho alcan-
çável ou aspiração do que uma organiza-
ção pretende fazer e onde pretende chegar.
O contexto deste sonho e aspiração é
determinado pela missão da organização.

75

Você também pode gostar