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MINISTERIO DA EDUCAGAO CONSELHO NACIONAL DE EDUCACAO CAMARA DE EDUCAGAO BASICA RESOLUCAO N° 4, DE 13 DE JULHO DE 2010 Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educagéo Basica. Presidente da Camara de Educagio Basica do Conselho Nacional de Educagio, no uso de suas atribuigdes legais, ¢ de conformidade com o disposto na alinea “c” do § 1° do artigo 9° da Lei n° 4.024/1961, com a redagdo dada pela Lei n” 9.131/1995, nos artigos 36, 36- A, 36-B, 36-C, 36-D, 37, 39, 40, 41 e 42 da Lei n° 9.394/1996, com a redagdo dada pela Lei n° 11,741/2008, bem como no Decreto n° 5.154/2004, © com fundamento no Parecer CNEICEB n° 7/2010, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educagao, publicado no DOU de 9 de julho de 2010. RESOLVE: Art. 1° A presente Resolugdo define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para 0 conjunto orginico, sequencial ¢ articulado das etapas ¢ modalidades da Educago Basica, baseando-se no direito de toda pessoa ao seu pleno desenvolvimento, 8 preparagio para 0 exercicio da cidadania ea qualificago para o trabalho, na vivéncia e convivéncia em ambiente educativo, e tendo como fundamento a responsabilidade que o Estado brasileiro, a familia e a sociedade tém de garantir a democratizagdo do acesso, a incluso, a permanéncia ¢ a conclusdo com sucesso das criangas, dos jovens e adultos na instituigdo educacional, a aprendizagem para continuidade dos estudos ¢ a extenso da obrigatoriedade e da gratuidade da Educagao Basica, TITULOL OBJETIVOS Art. 2° Estas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educagio Basica tém por objetivos: I - sistematizar os principios ¢ as diretrizes gerais da Educagio Basica contidos na Constituigdo, na Lei de Diretrizes e Bases da Educagdo Nacional (LDB) e demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientagdes que contribuam para assegurar a formagdo bisica comum nacional, tendo como foco os sujeitos que dio vida ao curriculo e a escola; IL - estimular a reflexo critica e propositiva que deve subsidiar a formulagio, a execugdo ¢ a avaliagdo do projeto politico-pedagégico da escola de Educacdo Basica; III - orientar os cursos de formagao inicial e continuada de docentes e demais profissionais da Educagio Basica, os sistemas educativos dos diferentes entes federados e as escolas que os integram, indistintamente da rede a que pertengam. Art. 3° As Diretrizes Curriculares Nacionais especificas para as etapas e modalidades da Educagio Basica devem evidenciar o seu papel de indicador de opses politicas, sociais, culturais, educacionais, ¢ a fungdo da educagdo, na sua relago com um projeto de Nagao, tendo como referéncia os objetivos constitucionais, fundamentando-se na cidadania e na dignidade da pessoa, o que pressupde igualdade, liberdade, pluralidade, diversidade, respeito, justiga social, solidariedade e sustentabilidade. Resolugdo CNE/CEB 4/2010, Diario Oficial da Unido, Brasilia, 14 de julho de 2010, Seeio 1, p. 824 TITULO TI REFERENCIAS CONCEITUAIS Art, 4° As bases que dio sustentagio ao projeto nacional de educagdo responsabilizam © poder piblico, a familia, a sociedade ¢ a escola pela garantia a todos os educandos de um ensino ministrado de acordo com os principios de 1 - igualdade de condigdes para o acesso, inclusdo, permanéncia e sucesso na escola; II-- liberdade de aprender, ensinar, pesquisar ¢ divulgar a cultura, 0 pensamento, a arte 0 saber; IIL - pluralismo de idcias ¢ de concepgdes pedagégicas; TV - respeito a liberdade e aos direitos; V - coexisténcia de instituigdes piiblicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino piblico em estabelecimentos oficiais; VII - valorizagao do profissional da educagio escolar; VII - gestio democratica do ensino piblico, na forma da legislagdo e das normas dos respectivos sistemas de ensino; IX - garantia de padrao de qualidade; X - valorizagio da experiéncia extraescolar, XI - vinculagio entre a educagdo escolar, 0 trabalho ¢ as priticas sociais. Art. 5° A Educago Basica é direito universal e alicerce indispensavel para 0 exercicio da cidadania em plenitude, da qual depende a possibilidade de conquistar todos os demais direitos, definidos na Constituigdo Federal, no Estatuto da Crianga e do Adolescente (ECA), na legislagio ordindria e nas demais disposigdes que consagram as prerrogativas do cidadio. Art. 6° Na Educagdo Basica, & necessirio considerar as dimensdes do educar e do cuidar, em sua inseparabilidade, buscando recuperar, para a fungiio social desse nivel da educagio, a sua centralidade, que é o educando, pessoa em formagdo na sua esséncia humana, TITULO II SISTEMA NACIONAL DE EDUCAGAQ Art. 7° A concepeio de educacio deve orientar a institucionalizagao do regime de colaboragao entre Unio, Estados, Distrito Federal e Municfpios, no contexto da estrutura federativa brasileira, em que convivem sistemas educacionais aut6nomos, para assegurar efetividade ao projeto da educago nacional, vencer a fragmentagdo das politicas publicas e superar a desarticulagao institucional § 1° Essa institucionalizagao € possibilitada por um Sistema Nacional de Educagao, no qual cada ente federativo, com suas peculiares competéncias, é chamado a colaborar para transformar a Edueagao Basica em um sistema orginico, sequencial e articulado, § 2° © que caracteriza um sistema ¢ a atividade intencional ¢ organicamente concebida, que se justifica pela realizagio de atividades voltadas para as mesmas finalidades ou para a concretizagio dos mesmos objetivos. § 3° O regime de colaboragdo entre os entes federados pressupde o estabelecimento de regras de equivaléncia entre as fungdes distributiva, supletiva, normativa, de supervisio e avaliago da educagio nacional, respeitada a autonomia dos sistemas e valorizadas as diferengas regionais. TITULO IV ACESSO E PERMANENCIA PARA A CONQUISTA DA QUALIDADE SOCIAL Art, 8° A garantia de padrdo de qualidade, com pleno acesso, incluso e permanéncia dos sujeitos das aprendizagens na escola e seu sucesso, com redugao da evasio, da retengao da distorgdo de idade/ano/série, resulta na qualidade social da educagdo, que ¢ uma conquista coletiva de todos os sujeitos do processo educativo, Art. 9° A escola de qualidade social adota como centralidade o estudante © a aprendizagem, o que pressupde atendimento aos seguintes requisitos: I - reviso das referéncias conceituais quanto aos diferentes espagos ¢ tempos educativos, abrangendo espagos sociais na escola e fora dela; II - consideragéo sobre a inclusdo, a valorizagio das diferencas ¢ 0 atendimento a pluralidade e & diversidade cultural, resgatando e respeitando as varias manifestagdes de cada ‘comunidade; III - foco no projeto politico-pedagégico, no gosto pela aprendizagem ¢ na avaliagdo das aprendizagens como instrumento de continua progressio dos estudantes; IV - inter-relagdo entre organizago do curriculo, do trabalho pedagégico ¢ da jornada de trabalho do professor, tendo como objetivo a aprendizagem do estudante; V - preparagio dos profissionais da educago, gestores, professores, especialistas, técnicos, monitores e outros; VI - compatibilidade entre a proposta curricular ¢ a infraestrutura entendida como espaco formative dotado de efetiva disponibilidade de tempos para a sua ulilizagio € acessibilidade; VII - integragdo dos profissionais da educagdo, dos estudantes, das familias, dos agentes da comunidade interessados na edu VIII - valorizagao dos profissionais da educago, com programa de formagao continuada, critérios de acesso, permanéncia, remuneragdo compativel com a jornada de trabalho definida no projeto politico-pedagdgico; IX = realizagio de parceria com érgios, tais como os de assisténcia social e desenvolvimento humano, cidadania, ciéncia e tecnologia, esporte, turismo, cultura e arte, satide, meio ambiente. Art. 10. A exigéncia legal de definigdo de padrées minimos de qualidade da educagdo traduz a necessidade de reconhecer que a sua avaliagio associa-se 4 agdo planejada, coletivamente, pelos sujeitos da escola, § 1° O planejamento das agées coletivas exercidas pela escola supde que os sujeitos tenham clareza quanto: 1 - aos prineipios ¢ as finalidades da educago, além do reconhecimento e da andlise dos dados indicados pelo indice de Desenvolvimento da Educagao Basica (IDEB) e/ou outros indicadores, que 0 complementem ou substituam; I - a relevineia de um projeto politico-pedagdgico concebido ¢ assumido colegiadamente pela comunidade educacional, respeitadas as miltiplas diversidades ¢ a pluralidade cultural; III - a riqueza da valorizagdo das diferengas manifestadas pelos sujeitos do proceso educativo, em seus diversos segmentos, respeitados 0 tempo e 0 contexto sociocultural; IV - aos padrdes minimos de qualidade (Custo Aluno-Qualidade Inicial - CAQi); § 2° Para que se coneretize a educagdo escolar, exige-se um padrio minimo de insumos, que tem como base um inyestimento com valor calculado a partir das despesas enciais ao desenvolvimento dos processos e procedimentos formativos, que levem, gradualmente, a uma educagdo integral, dotada de qualidade social: I - creches e escolas que possuam condigdes de infraestrutura e adequados ‘equipamentos; IL- professores qualificados com remunerago adequada e compativel com a de outros profissionais com igual nivel de formagiio, em regime de trabalho de 40 (quarenta) horas em tempo integral em uma mesma escola; III - definigo de uma relagdo adequada entre o nimero de alunos por turma e por professor, que assegure aprendizagens relevantes; IV - pessoal de apoio técnico ¢ administrative que responda as exigéncias do que se estabelece no projeto politico-pedagdgico. TITULO V ORGANIZAGAO CURRICULAR: CONCEITO, LIMITES, POSSIBILIDADES Art. IL. A escola de Educagio Basica & 0 espago em que se ressignifica ¢ se recria a cultura herdada, reconstruindo-se as identidades culturais, em que se aprende a valorizar as raizes proprias das diferentes regides do Pais. Pardgrafo unico. Essa concepgao de escola exige a superagdo do rito escolar, desde a construgo do curriculo até os critérios que orientam a organizagao do trabalho escolar em sua multidimensionalidade, privilegia trocas, acolhimento e aconchego, para garantir 0 bem-estar de criangas, adolescentes, jovens ¢ adultos, no relacionamento entre todas as pessoas. Art. 12. Cabe aos sistemas educacionais, em geral, definir o programa de escolas de tempo parcial diurno (matutino ou vespertino), tempo parcial notumo, ¢ tempo integral (turno € contra-turno ou tumo iinico com jomada escolar de 7 horas, no minimo, durante todo 0 periodo letivo), tendo em vista a amplitude do papel socioeducativo atribuido ao conjunto organico da Educago Bésica, o que requer outra organizagio © gestio do trabalho pedagégico. § 1° Deve-se ampliar a jomada escolar, em tnico ou diferentes espagos educativos, nos quais a permanéncia do estudante vincula-se tanto 4 quantidade e qualidade do tempo diario de escolarizagao quanto A diversidade de atividades de aprendizagens. § 2° A jomada em tempo integral com qualidade implica a necessidade da incorporagao efetiva e organica, no curriculo, de atividades e estudos pedagogicamente planejados e acompanhados. § 3° Os cursos em tempo parcial notumno devem estabelecer metodologia adequada as idades, 4 maturidade e a experiéncia de aprendizagens, para atenderem aos jovens e adultos em escolarizagio no tempo regular ou na modalidade de Educagao de Jovens e Adultos. CAPITULO I FORMAS PARA A ORGANIZACAO CURRICULAR Art. 13. O curriculo, assumindo como referéncia os principios educacionais garantidos 4 educaco, assegurados no artigo 4° desta Resolugio, configura-se como o conjunto de valores e priticas que proporeionam a produgao, a socializagdo de significados no espago social e contribuem intensamente para a construgdo de identidades socioculturais dos educandos. § 1° 0 curriculo deve difundir os valores fundamentais do interesse social, dos direitos e deveres dos cidadios, do respeito ao bem comum e & ordem democratica, considerando as condigdes de escolaridade dos estudantes em cada estabelecimento, a orientagdo para o trabalho, a promogdo de priticas educativas formais e ndo-formais. § 2° Na organizagdo da proposta curricular, deve-se assegurar 0 entendimento de curriculo como experiéncias escolares que se desdobram em tomo do conhecimento, permeadas pelas relagdes sociais, articulando vivéncias e saberes dos estudantes com os conhecimentos historicamente acumulados e contribuindo para construir as identidades dos educandos, § 3° A organizacio do percurso formativo, aberto e contextualizado, deve ser construida em fungdo das peculiaridades do meio e das caracteristicas, interesses e necessidades dos estudantes, incluindo no s6 os componentes curriculares centrais obrigatérios, previstos na legislagdo ¢ nas normas educacionais, mas outros, também, de modo flexivel e varidvel, conforme cada projeto escolar, ¢ assegurando: I - concepgio ¢ organizagio do espaco curricular ¢ fisico que se imbriquem ¢ alarguem, incluindo espagos, ambientes ¢ equipamentos que ndo apenas as salas de aula da escola, mas, igualmente, os espagos de outras escolas e os socioculturais e esportivo- recreativos do entomno, da cidade ¢ mesmo da regio; II - ampliagdo ¢ diversificagdo dos tempos ¢ espacos curriculares que pressuponham profissionais da educagdo dispostos a inventar e construir a escola de qualidade social, com responsabilidade compartithada com as demais autoridades que respondem pela gestio dos érgaos do poder piblico, na busca de parcerias possiveis ¢ necessdrias, até porque educar & responsabilidade da familia, do Estado e da sociedade; MI = escolha da abordagem didético-pedagégica disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar pela escola, que oriente 0 projeto politico-pedagdgico e resulte de pacto estabelecido entre os profissionais da escola, conselhos escolares € comunidade, subsidiando a organizago da matriz curricular, a definigdo de cixos temiticos ¢ a constituigdo de redes de aprendizagem; IV - compreensio da matriz curricular entendida como propulsora de movimento, dinamismo curricular ¢ educacional, de tal modo que os diferentes campos do conhecimento possam se coadunar com o conjunto de atividades educativas; V - organizagio da matriz curricular entendida como alternativa operacional que embase a gestio do curriculo escolar e represente subsidio para a gestio da escola (na organizagao do tempo e do espaco curricular, distribuigdo e controle do tempo dos trabalhos docentes), passo para uma gestio centrada na abordagem interdisciplinar, organizada por eixos tematicos, mediante interlocugao entre os diferentes campos do conhecimento; VI - entendimento de que eixos teméticos so uma forma de organizar o trabalho pedagégico, limitando a dispersio do conhecimento, fornecendo 0 cendrio no qual se constroem objetos de estudo, propiciando a concretizagao da proposta pedagégica centrada na visio interdisciplinar, superando o isolamento das pessoas e a compartimentalizagio de contetidos rigidos; VII - estimulo a criagéo de métodos didatico-pedagdgicos utilizando-se recursos tecnoldgicos de informago e comunicagio, a serem inseridos no cotidiano escolar, a fim de superar a distincia entre estudantes que aprendem a receber informag3o com rapidez utilizando a linguagem digital e professores que dela ainda nao se apropriaram; VIII - constituigo de rede de aprendizagem, entendida como um conjunto de agdes didatico-pedagdgicas, com foco na aprendizagem € no gosto de aprender, subsidiada pela consciéncia de que o processo de comunicagao entre estudantes ¢ professores é efetivado por meio de priticas e recursos diversos; IX - adogdo de rede de aprendizagem, também, como ferramenta didético-pedagégica relevante nos programas de formagio inicial e continuada de profissionais da educago, sendo que esta opgdo requer planejamento sistematico integrado estabelecido entre sistemas educativos ou conjunto de unidades escolares; § 4° A transversalidade é entendida como uma forma de organizar o trabalho didatico- ‘reas ditas pedagégico em que temas ¢ eixos temiticos so integrados as disciplinas convencionais, de forma a estarem presentes em todas elas. § 5° A transversalidade difere da interdisciplinaridade e ambas complementam-se, ando a concepgdo de conhecimento que toma a realidade como algo estivel, pronto acabado. § 6° A transversalidade refere-se dimensio diditico-pedagégica, e a interdisciplinaridade, 3 abordagem epistemoligica dos objetos de conhecimento. CAPITULO TI FORMACAO BASICA COMUM E PARTE DIVERSIFICADA, Art. 14, A base nacional comum na Educagao Basica constitui-se de conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, expressos nas politicas piblicas e gerados nas instituigdes produtoras do conhecimento cientifico ¢ tecnolégico; no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas ¢ corporais; na produgdo artistica; nas formas diversas de exercicio da cidadania; e nos movimentos sociai § 1° Integram a base nacional comum nacional: a) a Lingua Portuguesa; b) a Matematica; ©) © conhecimento do mundo fisico, natural, da realidade social e politica, especialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da Histéria e das Culturas Afro-Brasileira e Indigena, 4d) a Arte, em suas diferentes formas de expressio, incluindo-se a misica; ¢) a Educaciio Fi 1) 0 Ensino Religioso. § 2° Tais componentes curriculares so organizados pelos sistemas educativos, em forma de dreas de conhecimento, disciplinas, eixos tematicos, preservando-se a especificidade dos diferentes campos do conhecimento, por meio dos quais se desenvolvem as habilidades indispensaveis ao exercicio da cidadania, em ritmo compativel com as etapas do desenvolvimento integral do cidadio. § 3° A base nacional comum e a parte diversificada no podem se constituir em dois blocos distintos, com disciplinas especificas para cada uma dessas partes, mas devem ser organicamente planejadas e geridas de tal modo que as tecnologias de informacio e comunicagao perpassem transversalmente a proposta curricular, desde a Educagao Infantil até © Ensino Médio, imprimindo diregao aos projetos politico-pedagégicos. Art. 15. A parte diversificada enriquece e complementa a base nacional comum, prevendo o estudo das caracteristicas regionais ¢ locais da sociedade, da cultura, da economia ‘e da comunidade escolar, perpassando todos os tempos e espagos curriculares constituintes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, independentemente do ciclo da vida no qual os sujeitos tenham acesso a escola. § I° A parte diversificada pode ser organizada em temas gerais, na forma de eixos temiticos, selecionados colegiadamente pelos sistemas educativos ou pela unidade escolar. § 2° A LDB inclui o estudo de, pelo menos, uma lingua estrangeira moderna na parte diversificada, cabendo sua escolha 4 comunidade escolar, dentro das possibilidades da escola, que deve considerar 0 atendimento das caracteristicas locais, regionais, nacionais © transnacionais, tendo em vista as demandas do mundo do trabalho e da intemacionalizagao de toda ordem de relagées. § 3° A lingua espanhola, por forga da Lei n° 11.161/2005, é obrigatoriamente ofertada no Ensino Médio, embora facultativa para o estudante, bem como possibilitada no Ensino Fundamental, do 6° ao 9° ano. Art. 16. Leis especificas, que complementam a LDB, determinam que sejam incluidos componentes nao disciplinares, como temas relativos ao transito, ao meio ambiente ¢ 4 condigio e direitos do idoso. ica; Art. 17. No Ensino Fundamental e no Ensino Médio, destinar-se-do, pelo menos, 20% do total da carga horiria anual ao conjunto de programas e projetos interdisciplinares eletivos criados pela escola, previsto no projeto pedagdgico, de modo que os estudantes do Ensino Fundamental e do Médio possam escolher aquele programa ou projeto com que se identifiquem e que hes permitam melhor lidar com o conhecimento e a experiéncia, § 1° Tais programas ¢ projetos devem ser desenvolvidos de modo dindmico, criativo e flexivel, em articulagio com a comunidade em que a escola esteja inserida § 2° A interdisciplinaridade ¢ a contextualizago devem assegurar a transversalidade do conhecimento de diferentes disciplinas e eixos tematicos, perpassando todo curriculo ¢ propiciando a interlocucZo entre os saberes e os diferentes campos do conhecimento, TITULO VI . ORGANIZACAO DA EDUCAGAO BASICA Art. 18. Na organizagdo da Educago Basica, devem-se observar as Diretrizes Curriculares Nacionais comuns a todas as suas etapas, modalidades e orientagdes tematicas, respeitadas as suas especificidades ¢ as dos sujcitos a que se destinam. § 1° As etapas e as modalidades do processo de escolarizaco estruturam-se de modo orginico, sequencial e articulado, de maneira complexa, embora permanecendo individualizadas ao logo do percurso do estudante, apesar das mudangas por que passam: 1 - a dimensio organica é atendida quando sio observadas as especificidades ¢ as diferengas de cada sistema educativo, sem perder o que lhes é comum: as semelhangas ¢ as identidades que the sao inerentes; 11 - a dimensio sequencial compreende os processos educativos que acompanham as exigéncias de aprendizagens definidas em cada etapa do percurso formative, continuo progressivo, da Educagdo Basica até a Educagdo Superior, constituindo-se em diferentes insubstituiveis momentos da vida dos educandos; III - a articulago das dimensdes organica e sequencial das etapas e das modalidades da Educagio Basica, e destas com a Educagio Superior, implica ago coordenada e integradora do seu conjunto. § 2° A transigdo entre as etapas da Educagdo Basica ¢ suas fases requer formas de articulagdo das dimensées organica e sequencial que assegurem aos educandos, sem tensdes ¢ rupturas, a continuidade de seus processos peculiares de aprendizagem e desenvolvimento. ‘Art. 19, Cada etapa € delimitada por sua finalidade, seus prineipios, objetivos ¢ diretrizes educacionais, fundamentando-se na inseparabilidade dos conceitos referenciais: cuidar e educar, pois esta é uma concepgio norteadora do projeto politico-pedagégico elaborado e executado pela comunidade educacional. Art. 20. O respeito aos educandos e a seus tempos mentais, socioemocionais, culturais ¢ identitérios & um principio orientador de toda a ago educativa, sendo responsabilidade dos sistemas a criagdo de condigdes para que criangas, adolescentes, jovens e adultos, com sua diversidade, tenham a oportunidade de receber a formacdo que corresponda idade propria de percurso escolar. CAPITULO I ETAPAS DA EDUCACAO BASICA Art, 21, So etapas correspondentes a diferentes momentos constitutives do desenvolvimento educacional: 1 - a Educagdo Infantil, que compreende: a Creche, englobando as diferentes etapas do desenvolvimento da crianga até 3 (trés) anos e 11 (onze) meses; e a Pré-Escola, com duragdo de 2 (dois) anos; Il - o Ensino Fundamental, obrigatério e gratuito, com duracao de 9 (nove) anos, & organizado e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais; III - 0 Ensino Médio, com duragao minima de 3 (trés) anos. Pardgrafo tnico. Essas etapas e fases tém previsdo de idades proprias, as quais, no entanto, sio diversas quando se atenta para sujeitos com caracteristicas que fogem & norma, como 0 caso, entre outros: 1 - de atraso na matricula e/ou no percurso escolar, IL- de retengdo, repeténcia ¢ retorno de quem havia abandonado os estudos; III - de portadores de deficiéncia limitadora; IV - de jovens e adultos sem escolarizagao ou com esta incompleta; V - de habitantes de zonas rurais; VI- de indigenas ¢ quilombolas; VI - de adolescentes em regime de acolhimento ou intemagio, jovens ¢ adultos em situagio de privagio de liberdade nos estabelecimentos penais. Segio 1 Educagao Infantil Art, 22. A Educagdo Infantil tem por objetivo o desenvolvimento integral da crianga, em seus aspectos fisico, afetivo, psicolégico, intelectual, social, complementando a agdo da familia e da comunidade. § 1° As criangas provém de diferentes e singulares contextos socioculturais, socioeconémicos ¢ étnicos, por isso devem ter a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas pela escola e pelos profissionais da educagdo, com base nos principios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e pluralidade. § 2° Para as criangas, independentemente das diferentes condigées fisicas, sensoriais, intelectuais, linguisticas, étnico-raciais, socioecondmicas, de origem, de religido, entre outras, as relagdes sociais e intersubjetivas no espago escolar requerem a atengo intensiva dos profissionais da educag3o, durante o tempo de desenvolvimento das atividades que Ihes sio peculiares, pois este € 0 momento em que a curiosidade deve ser estimulada, a partir da brincadeira orientada pelos profissionais da educagao, § 3° Os vinculos de familia, dos lagos de solidariedade humana e do respeito matuo em que se assenta a vida social devem iniciar-se na Educago Infantil e sua intensificago deve ocorrer ao longo da Educagdo Basica. § 4° Os sistemas educativos devem envidar esforgos promovendo agées a partir das quais as unidades de EducacZo Infantil sejam dotadas de condiges para acolher as criangas, em estreita relago com a familia, com agentes sociais © com a sociedade, prevendo programas ¢ projetos em parceria, formalmente estabelecidos. § 5° A gestio da convivéncia e as situagdes em que se toma necessiria a solugdo de problemas individuais e coletivos pelas criangas devem ser previamente programadas, com foco nas motivagées estimuladas e orientadas pelos professores e demais profissionais da educagio e outros de reas pertinentes, respeitados os limites ¢ as potencialidades de cada crrianga ¢ os vinculos desta com a familia ou com o seu responsivel direto. Segio I Ensino Fundamental Art, 23. O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duragdo, de matricula obrigatéria para as criangas a partir dos 6 (seis) anos de idade, tem duas fases sequentes com caracteristicas préprias, chamadas de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de durago, em regra para estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos duragdo, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos. Paragrafo Gnico. No Ensino Fundamental, acolher significa também cuidar e educar, como forma de garantir a aprendizagem dos contetidos curriculares, para que 0 estudante desenvolva interesses ¢ sensibilidades que lhe permitam usuftuir dos bens culturais disponiveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que the possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses bens. Art, 24. Os objetivos da formagdo basica das criangas, definidos para a Educagao Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino Fundamental, especialmente no primeiro, e completam-se nos anos finais, ampliando e intensificando, gradativamente, 0 proceso educative, mediante: I - desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios basicos 0 pleno dominio da leitura, da escrita e do célculo; I1- foco central na alfabetizagdo, ao longo dos 3 (trés) primeiros anos; III - compreensao do ambiente natural e social, do sistema politico, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores em que se fundamenta a sociedade; IV - 0 desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisigdo de conhecimentos e habilidades e a formagao de atitudes e valores; V - fortalecimento dos vinculos de familia, dos lagos de solidariedade humana e de respeito reciproco em que se assenta a vida social. Art, 25. Os sistemas estaduais ¢ municipais devem estabelecer especial forma de colaboragao visando 4 oferta do Ensino Fundamental ¢ & articulagdo sequente entre a primeira fase, no geral assumida pelo Municipio, e a segunda, pelo Estado, para evitar obstaculos a0 acesso de estudantes que se transfiram de uma rede para outra para completar esta ‘olaridade obrigatéria, garantindo a organicidade ¢ a totalidade do processo formative do escolar. finais, com 4 (quatro) anos de Segao II Ensino Médio Art. 26. © Ensino Médio, etapa final do pro orientado por principios ¢ finalidades que preveem: 1 - a consolidagdo e 0 aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando prosseguimento de estudos; Il - a preparacdo basica para a cidadania eo trabalho, tomado este como principio educativo, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de enfrentar novas condigdes de ocupagdo ¢ aperfeigoamento posteriores; III - 0 desenvolvimento do educando como pessoa humana, incluindo a formacio ética e estética, o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento critico; IV - a compreensio dos fundamentos cientificos e tecnolégicos presentes na sociedade contemporanea, relacionando a teoria com a pritica. § 1° © Ensino Médio deve ter uma base unitiria sobre a qual podem se assentar possibilidades diversas como preparagdo geral para o trabalho ou, facultativamente, para profissdes técnicas; na ciéncia e na tecnologia, como iniciagdo cientifica e tecnolégica; na cultura, como ampliagao da formago cultural, § 2° A definigdo ¢ a gestdo do curriculo inscrevem-se em uma légica que se dirige aos jovens, considerando suas singularidades, que se situam em um tempo determinado. § 3° Os sistemas educativos devem prever curriculos flexiveis, com diferentes alternativas, para que os jovens tenham a oportunidade de escolher 0 percurso formativo que esso formativo da Educagio Basica, ¢ atenda seus interesses, necessidades ¢ aspiragSes, para que se assegure a permanéncia dos jovens na escola, com proveito, até a conclusio da Educagao Basica. CAPITULO II . MODALIDADES DA EDUCAGAO BASICA Art. 27. A cada etapa da Educagéio Basica pode corresponder uma ou mais das modalidades de ensino: Educagio de Jovens ¢ Adultos, Educagdo Especial, Educagio Profissional e Tecnolégica, Educagao do Campo, Educagao Escolar Indigena e Educagio a Distancia. Segiol Educagdo de Jovens e Adultos Art, 28. A Educagdo de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam na faixa etiria superior & considerada propria, no nivel de conclusio do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. § 1° Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos gratuitos aos jovens e aos adultos, proporcionando-lhes oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as caracteristicas do alunado, seus interesses, condigdes de vida ¢ de trabalho, mediante cursos, exames, ages integradas e complementares entre si, estruturados em um projeto pedagégico priprio. § 2° Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educagdo Profissional articulada com a Educagao Basica, devem pautar-se pela flexibilidade, tanto de curriculo quanto de tempo e espago, para que seja(m): T- rompida a simetria com o ensino regular para criangas e adolescentes, de modo a permitir percursos individualizados e conteiidos significativos para os jovens e adultos; II - providos © suporte e a atengdo individuais as diferentes necessidades dos estudantes no processo de aprendizagem, mediante atividades diversificadas; Ul - valorizada a realizago de atividades e vivéncias socializadoras, culturais, recreativas ¢ esportivas, geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes; IV - desenvolvida a agrega¢ao de competéncias para o trabalho; V - promovida a motivagdo e a orientago permanente dos estudantes, visando maior participagdo nas aulas e seu melhor aproveitamento e desempenho; VI - realizada, sistematicamente, a formacdo continuada, destinada, especi aos educadores de jovens e adultos. Serio II Educagao Especial Art. 29. A Educagfo Especial, como modalidade transversal a todos os niveis, etapas ¢ modalidades de ensino, ¢ parte integrante da educagdo regular, devendo ser prevista no projeto politico-pedagégico da unidade escolar. § 1° Qs sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiéncia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotagao nas classes comuns do ensino regular © no Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar a escolarizagdo, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede piiblica ou de instituigdes comunitérias, confessionais ou filantrépicas sem fins Jucrativos. § 2° Os sistemas e as escolas devem criar condigdes para que 0 professor da classe comum possa explorar as potencialidades de todos os estudantes, adotando uma pedagogia dialégica, interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na interface, 0 professor do AEE deve identificar habilidades e necessidades dos estudantes, organizar e orientar sobre os servigos recursos pedagégicos e de acessibilidade para a participagao e aprendizagem dos estudantes. § 3° Na organizagdo desta modalidade, os sistemas de ensino devem observar as seguintes orientagdes fundamentais: 1-0 pleno acesso ¢ a efetiva participagdo dos estudantes no ensino regular; II - a oferta do atendimento educacional especializado; Ill - a formago de professores para o AEE e para o desenvolvimento de praticas educacionais inclusivas; IV - a participagdo da comunidade escolar; V - a acessibilidade arquiteténica, nas comunicagies e informagées, nos mobilidrios e equipamentos ¢ nos transportes; VI - a articulagio das politicas pablicas intersetoriais. Sogo IIT Educagdo Profissional e Tecnolégica Art, 30. A Educagdo Profissional e Tecnologica, no cumprimento dos objetivos da ‘educagiio nacional, integra-se aos diferentes niveis e modalidades de educagao e is dimensdes do trabalho, da ciéncia e da tecnologia, ¢ articula-se com o ensino regular e com outras modalidades educacionais: Edueagdo de Jovens e Adultos, Educagdo Especial e Educagdo a Distancia. Art. 31, Como modalidade da Edu a Educagdo Profissional_e Tecnolégica ocorre na oferta de cursos de formagio inicial e continuada ou qualificagio profissional e nos de Educagdo Profissional Técnica de nivel médio. ‘Art. 32. A Educago Profissional Técnica de nivel médio é desenvolvida nas seguintes formas: 1 -articulada com o Ensino Médio, sob duas formas: a) integrada, na mesma instituigo; ou 'b) concomitante, na mesma ou em distintas instituigdes; 11 - subsequente, em cursos destinados a quem jé tenha concluido o Ensino Médio, § 1° Os cursos articulados com o Ensino Médio, organizados na forma integrada, sio cursos de matricula ania, que conduzem os educandos a habilitacao profissional técnica de nivel médio ao mesmo tempo em que concluem a tiitima etapa da Educagio Basica. § 2 Os cursos técnicos articulados com 0 Ensino Médio, ofertados na forma concomitante, com dupla matricula e dupla certificacfio, podem ocorrer: I - na mesma instituigo de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponiveis; II - em instituigdes de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponiveis; Il = em _instituigdes de ensino distintas, mediante __convénios de intercomplementaridade, com planejamento e desenvolvimento de projeto pedagégico unificado. § 3° Sio admitidas, nos cursos de Edueagdo Profissional Técnica de nivel médio, a organizagio e a estruturagZo em tapas que possibilitem qualificago _profissional intermediiria. § 4° A Educagao Profissional e Tecnolégica pode ser desenvolvida por diferentes estratégias de educacio continuada, em instituigdes especializadas ou no ambiente de trabalho, incluindo os programas e cursos de aprendizagem, previstos na Consolidago das Leis do Trabalho (CLT), Art. 33. A organizagao curricular da Educagao Profissional e Tecnolégica por eixo tecnolégico fundamenta-se na identificagdo das tecnologias que se encontram na base de uma dada formagao profissional e dos arranjos logicos por elas constituidos, Art. 34, Os conhecimentos e as habilidades adquiridos tanto nos cursos de Educagao Profissional e Tecnolégica, como os adquiridos na pratica laboral pelos trabalhadores, podem ser objeto de avaliagdo, reconhecimento e certificagdo para prosseguimento ou conclusio de estudos Segio IV Educagao Basica do Campo Art, 35, Na modalidade de Educagdo Bésica do Campo, a educagao para a populagdo rural esta prevista com adequagdes necessarias as peculiaridades da vida no campo ¢ de cada regio, definindo-se orientagdes para trés aspectos essenciais 4 organizagio da ago pedagigica: I - conteiidos curriculares e metodologias apropriadas as reais necessidades e interesses dos estudantes da zona rural; 11 - organizagao escolar propria, incluindo adequagdo do calendatio escolar as fases do ciclo agricola ¢ as condigdes climaticas; III - adequago natureza do trabalho na zona rural, Art. 36, A identidade da escola do campo é definida pela vinculagdo com as questdes inerentes 4 sua realidade, com propostas pedagégicas que contemplam sua diversidade em todos os aspectos, tais como sociais, culturais, politicos, econdmicos, de género, geragdo ¢ etnia Pardgrafo imico, Formas de organizago e metodologias pertinentes a realidade do campo devem ter acolhidas, como a pedagogia da terra, pela qual se busca um trabalho pedagégico fundamentado no principio da sustentabilidade, para assegurar a preservacio da vida das futuras geragdes, e a pedagogia da alternincia, na qual o estudante participa, concomitante e alteradamente, de dois ambientes/situagdes de aprendizagem: 0 escolar ¢ 0 laboral, supondo parceria educativa, em que ambas as partes so corresponsaveis pelo aprendizado e pela formagio do estudante. Segdo V Educagio Escolar Indigena Art. 37. A Educagao Escolar Indigena ocorre em unidades educacionais inscritas em suas terras e culturas, as quais tém uma realidade singular, requerendo pedagogia propria em respeito a especificidade étnico-cultural de cada povo ou comunidade € formagdo especitica de seu quadro docente, observados os principios constitucionais, a base nacional comum e os prineipios que orientam a Educagdo Basica brasileira Pardgrafo nico. Na estruturagdo € no funcionamento das escolas indigenas, reconhecida a sua condigao de possuidores de normas e ordenamento juridico préprios, com censino intercultural e bilingue, visando jo plena das culturas dos povos indigenas e A afirmagdo e manutengdo de sua diversidade étnica. Art, 38. Na organizago de escola indigena, deve ser considerada a participagio da comunidade, na definigdo do modelo de organizagdo e gestio, bem como: I - suas estruturas sociais; II - suas praticas socioculturais e religiosas; III - suas formas de produgio de conhecimento, processos préprios ¢ métodos de censino-aprendizagem; IV - suas atividades econémicas; V - edificagao de escolas que atendam aos interesses das comunidades indigenas; VI - uso de materiais didatico-pedagdgicos produzidos de acordo com © contexto sociocultural de cada povo indigena, Segio VI Educagao a Distancia Art, 39. A modalidade Educagio a Distincia caracteriza-se pela mediagao didatico- pedagégica nos processos de ensino ¢ aprendizagem que ocorre com a utilizagdo de meios ¢ tecnologias de informacZo e comunicagio, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Art. 40, O credenciamento para a oferta de cursos ¢ programas de Educagdo de Jovens € Adultos, de Educago Especial e de Educagio Profissional Técnica de nivel médio e Teenoligica, na modalidade a distincia, compete aos sistemas estaduais de ensino, atendidas ‘a regulamentagao federal e as normas complementares desses sistemas. Segao VII Educagdo Escolar Quilombola Art. 41, A Educagdo Escolar Quilombola & desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras ¢ cultura, requerendo pedagogia propria em respeito a especificidade inico-cultural de cada comunidade e formagao especifica de seu quadro docente, observados 0s principios constitucionais, a base nacional comum e os principios que orientam a Educagao Basica brasileira. Pardgrafo tinico. Na estruturago ¢ no funcionamento das escolas quilombolas, bem com nas demais, deve ser reconhecida e valorizada a diversidade cultural. TITULO VII ELEMENTOS CONSTITUTIVOS PARA A ORGANIZACAO DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS PARA A EDUCACAO BASICA Art. 42, Sdo elementos constitutivos para a operacionalizagao destas Diretrizes o projeto politico-pedagégico e 0 regimento escolar; o sistema de avaliagio; a gestio democritica ¢ a organizagio da escola; o professor ¢ o programa de formago docente. CAPITULO I © PROJETO POLITICO-PEDAGOGICO E 0 REGIMENTO ESCOLAR Art. 43. © projeto politico-pedagégico, interdependentemente da autonomia pedagégica, administrativa e de gesto financeira da instituigo educacional, representa mais do que um documento, sendo um dos meios de viabilizar a escola democratica para todos e de qualidade social. § 1° A autonomia da instituigdo educacional baseia-se na busca de sua identidade, que se expressa na construgdo de seu projeto pedagégico e do seu regimento escolar, enquanto manifestagao de doe que permite uma nova e democritica ordenagdo pedagégica das relagdes escolares. § 2° Cabe a escola, considerada a sua identidade e a de seus sujeitos, articular a formulagio do projeto politico-pedagdgico com os planos de educagio — nacional, estadual, municipal -, 0 contexto em que a escola se situa ¢ as necessidades locais ¢ de seus estudantes. § 3° A missio da unidade escolar, 0 papel socioeducativo, artistico, cultural, ambiental, as questdes de género, etnia e diversidade cultural que compdem as agdes educativas, a organizagdo e a gestio curricular sio componentes integrantes do projeto politico-pedagdgico, devendo ser previstas as prioridades institucionais que a identificam, definindo 0 conjunto das agdes educativas proprias das etapas da Educagao Basica assumidas, de acordo com as especificidades que Thes correspondam, preservando a sua articulagdo sistémica. Art. 44. O projeto politico-pedagégico, instancia de construgao coletiva que respeita os sujeitos das aprendizagens, entendidos como cidadaos com direitos a proteco e a participagdo social, deve contemplar: I - © diagndstico da realidade conereta dos sujeitos do processo educative, contextualizados no espago ¢ no tempo; I - a concepgio sobre educagdo, conhecimento, avaliagdo da aprendizagem ¢ mobilidade escolar; III - o perfil real dos sujeitos — criangas, jovens e adultos — que justificam e instituem a vida da e na escola, do ponto de vista intelectual, cultural, emocional, afetivo, socioeconémico, como base da reflexdo sobre as relagdes vida-conhecimento-cultura- professor-estudante e instituigo escolar; IV - as bases norteadoras da organizagdo do trabalho pedagdgico; V = a definigZo de qualidade das aprendizagens e, por consequéncia, da escola, no contexto das desigualdades que se refletem na escola; VI - os fundamentos da gestio democratica, compartilhada participativa (6r colegiados ¢ de representagio estudantil); VII - 0 programa de acompanhamento de acesso, de permanéncia dos estudantes ¢ de superagao da retengdo escolar; VIII - 0 programa de formaco inicial e continuada dos profissionais da educagio, regentes e ndo regentes; IX - as ages de acompanhamento sistematico dos resultados do proceso de avaliago interna e externa (Sistema de Avaliacdo da Educagio Basica — SAEB, Prova Brasil, dados estatisticos, pesquisas sobre os sujeitos da Educagdo Basica), incluindo dados referentes a0 IDEB e/ou que complementem ou substituam os desenvolvidos pelas unidades da federagio outros X - a concepgao da organizagao do espaco fisico da instituigdo escolar de tal modo que este seja compativel com as caracteristicas de seus sujeitos, que atenda as normas de acessibilidade, além da natureza e das finalidades da educagao, deliberadas e assumidas pela comunidade educacional, Art. 45. © regimento escolar, discutido © aprovado pela comunidade escolar e conhecido por todos, constitui-se em um dos instrumentos de execugao do projeto politico pedagégico, com transparéncia e responsabilidade. Pardgrafo Gnico, O regimento escolar trata da natureza e da finalidade da instituigdo, da relagio da gestiio democratica com os érgiios colegiados, das atribuigdes de seus drgdos e (0, das suas normas pedagégicas, incluindo os eritérios de acesso, promogiio, mobilidade do estudante, dos direitos e deveres dos seus sujeitos: estudantes, professores, técnicos ¢ funcionarios, gestores, familias, representacdo estudantil e fungdo das suas instincias colegiadas, CAPITULO II AVALIACGAO, Art. 46, A avaliagao no ambiente educacional compreende 3 (trés) dimensées basicas: 1 - avaliagdo da aprendizagem; I1- avaliagao institucional interna ¢ externa; III - avaliagdo de redes de Educagao Basica, Segio I Avaliagao da aprendizagem Art. 47. A avaliagio da aprendizagem bascia-se na concepgao de educacao que norteia a relagdo professor-estudante-conhecimento-vida em movimento, devendo ser um ato reflexo de reconstrugio da pritica pedagégica avaliativa, premissa basica e fundamental para se questionar o educar, transformando a mudanga em ato, acima de tudo, politico, § I° A validade da avaliagdo, na sua fungdo diagnéstica, liga-se 4 aprendizagem, possibilitando o aprendiz a recriar, refazer 0 que aprendeu, criar, propor e, nesse contexto, aponta para uma avaliagdo global, que vai aktm do aspecto quantitativo, porque identifica 0 desenvolvimento da autonomia do estudante, que é indissociavelmente ético, social, intelectual § 2° Em nivel operacional, a avaliagdo da aprendizagem tem, como referéncia, 0 conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e emogdes que os sujeitos do processo educativo projetam para si de modo integrado ¢ articulado com aqueles prineipios definidos para a Educagdo Basica, redimensionados para cada uma de suas etapas, bem assim no projeto politico-pedagégico da escola § 3° A avaliagZo na Educagdo Infantil é realizada mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento da crianga, sem 0 objetivo de promogao, mesmo em se tratando de acesso ao Ensino Fundamental § 4° A avaliagdo da aprendizagem no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, de carater formativo predominando sobre 0 quantitativo ¢ classificatério, adota uma estratégia de progresso individual e continuo que favorece o crescimento do educando, preservando a qualidade necesséria para a sua formagao escolar, sendo organizada de acordo com regras ‘comuns a essas duas etapas. Seco II Promogiio, aceleragao de estudos e classificagao Art. 48. A promogio e a classificago no Ensino Fundamental e no Ensino Médio podem ser utilizadas em qualquer ano, série, ciclo, médulo ou outra unidade de pereurso adotada, exceto na primeira do Ensino Fundamental, alicergando-se na orientagdo de que a avaliagdo do rendimento escolar observard os seguintes critérios: 1 avaliagdo continua ¢ cumulativa do desempenho do estudante, com prevaléncia dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos ¢ dos resultados ao longo do perfodo sobre os de eventuais provas finais; IL - possibilidade de aceleragao de estudos para estudantes com atraso escolar; III - possibilidade de avango nos cursos e nas séries mediante verificagio do aprendizado; TV - aproveitamento de estudos concluidos com éxito; V - oferta obrigatéria de apoio pedagégico destinado a recuperagdo continua e concomitante de aprendizagem de estudantes com déficit de rendimento escolar, a ser previsto no regimento escolar. Art, 49. A aceleragio de estudos destina-se a estudantes com atraso escolar, Aqueles que, por algum motivo, encontram-se em descompasso de idade, por razSes como ingresso tardio, retengo, dificuldades no processo de ensino-aprendizagem ou outras. Art. 50. A progressfo pode ser regular ou parcial, sendo que esta deve preservar a sequéncia do curriculo e observar as normas do respectivo sistema de ensino, requerendo redesenho da organizagdo das agdes pedagdgicas, com previsio de horirio de trabalho ¢ espaco de atuago para professor e estudante, com conjunto proprio de recursos diditico- pedagégicos Art, 51. As escolas que utilizam organizagao por série podem adotar, no Ensino Fundamental, sem prejuizo da avaliago do processo ensino-aprendizagem, diversas formas de progressio, inclusive a de progressio continuada, jamais entendida como promogio automatica, 0 que supde tratar o conhecimento como processo ¢ vivéncia que no se harmoniza com a ideia de interrupgio, mas sim de construgo, em que o estudante, enquanto sujeito da agdo, esta em processo continuo de formagao, construindo significados. Seco IIL Avaliagdo institucional Art, 52. A avaliagio institucional interna deve ser prevista no projeto politico- pedagégico e detalhada no plano de gestio, realizada anualmente, levando em consideragdo as orientagdes contidas na regulamentagao vigente, para rever o conjunto de objetivos e metas a rem coneretizados, mediante ago dos diversos segmentos da comunidade educativa, o que pressupde delimitagio de indicadores compativeis com a miss4o da escola, além de clareza quanto ao que seja qualidade social da aprendizagem e da escola. Seco IV Avaliagdo de redes de Educagaio Basica Art. 53. A avaliagdo de redes de Educagao Basica ocorre periodicamente, é realizada por drgios extemnos a escola e engloba os resultados da avaliago institucional, sendo que os resultados dessa avaliagdo sinalizam para a sociedade se a escola apresenta qualidade iente para continuar funcionando como esta. CAPITULO IIL GESTAO DEMOCRATICA E ORGANIZACAO DA ESCOLA Art, 54. E pressuposto da organizagao do trabalho pedagégico ¢ da gestio da escola conceber a organizagiio ¢ a gestio das pessoas, do espago, dos processos ¢ procedimentos que viabilizam o trabalho expresso no projeto politico-pedagogico e em planos da escola, em que se conformam as condigdes de trabalho definidas pelas instancias colegiadas. § I° As instituigdes, respeitadas as normas legais e as do seu sistema de ensino, tem incumbéncias complexas ¢ abrangentes, que exigem outra concepgio de organizago do trabalho pedagégico, como distribuigdo da carga horaria, remuneragdo, estratégias claramente definidas para a aco didatico-pedagégica coletiva que inclua a pesquisa, a criagio de novas abordagens e priticas metodologicas, incluindo a produgio de recursos didaticos adequados 4s condigdes da escola ¢ da comunidade em que esteja ela inserida, § 2° E obrigatéria a gestiio democratica no ensino piblico e prevista, em geral, para todas as instituigdes de ensino, 0 que implica decisdes coletivas que pressupdem a participagdo da comunidade escolar na gestdo da escola e a observancia dos prinefpios finalidades da educacio. § 3° No exercicio da gestiio democratica, a escola deve se empenhar para constituir-se em espago das diferengas ¢ da pluralidade, inscrita na diversidade do proceso tornado possivel por meio de relagdes intersubjetivas, cuja meta é a de se fundamentar em principio educativo emancipador, expresso na liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte ¢ o saber. Art. 55, A gestio democritica constitui-se em instrumento de horizontalizagio das relagdes, de vivéncia e convivéncia colegiada, superando o autoritarismo no planejamento ¢ na concepgao © organizagao curricular, educando para a conquista da cidadania plena ¢ fortalecendo a aco conjunta que busca criar ¢ recriar o trabalho da e na escola mediante: I- a compreensio da globalidade da pessoa, enquanto ser que aprende, que sonha e ‘ousa, em busca de uma convivéncia social libertadora fundamentada na ética cidada; II - a superagio dos processos e procedimentos burocriticos, assumindo com pertinéncia e relevancia: os planos pedagdgicos, os objetivos institucionais e educacionais, ¢ as atividades de avaliagdo continua; III - a prdtica em que os sujcitos constitutivos da comunidade educacional discutam a propria praxis pedagégica impregnando-a de entusiasmo e de compromisso com a sua propria comunidade, valorizando-a, situando-a no contexto das relagdes sociais ¢ buscando solugdes conjuntas IV - a construgdo de relagdes interpessoais solidérias, geridas de tal modo que os professores se sintam estimulados a conhecer melhor os seus pares (colegas de trabalho, estudantes, familias), a expor as suas ideias, a traduzir as suas dificuldades e expectativas pessoais ¢ profissionais; 'V ~ a instauragdo de relagdes entre os estudantes, proporcionando-Ihes espagos de convivéncia e situagdes de aprendizagem, por meio dos quais aprendam a se compreender ¢ se organizar em equipes de estudos ¢ de praticas esportivas, artisticas e politicas; VI - a presenga articuladora e mobilizadora do gestor no cotidiano da escola e nos espagos com os quais a escola interage, em busca da qualidade social das aprendizagens que Ihe caiba desenvolver, com transparéncia e responsabilidade, CAPITULO IV O PROFESSOR E A FORMACAO INICIAL E CONTINUADA Art, 56. A tarefa de cuidar e educar, que a fundamentagdo da ago docente e os programas de formagao inicial e continuada dos profissionais da educagao instauram, reflete- se na elei¢ao de um ou outro método de aprendizagem, a partir do qual é determinado o perfil de docente para a Educagdo Basica, em atendimento as dimensdes técnicas, politicas, éticas € estéticas. § 1° Para a formagao inicial e continuada, as escolas de formagio dos profissionais da educagio, sejam gestores, professores ou especialistas, deverdo incluir em seus curriculos programa: a) © conhecimento da escola como organizagio complexa que tem a fungdo de promover a educago para e na cidadania; b) a pesquisa, a andlise e a aplicagdo dos resultados de investigagdes de interesse da rea educacional; ©) a patticipagao na gestio de processos educativos e na organiz: de sistemas e instituigdes de ensino; 4) a tematica da gestio democritica, dando énfase & construgdo do projeto politico- pedagégico, mediante trabalho coletivo de que todos os que compdem a comunidade escolar so responsaveis. jo ¢ funcionamento Art, 57. Entre os prineipios definidos para a educago nacional est a valorizagio do profissional da educagdo, com a compreensio de que valorizé-lo & valorizar a escola, com qualidade gestorial, educativa, social, cultural, ética, estética, ambiental. § 1° A valorizagdo do profissional da educagdo escolar vincula-se a obrigatoriedade da garantia de qualidade ¢ ambas se associam & exigéneia de programas de formagao inicial ¢ continuada de docentes e ndo docentes, no contexto do conjunto de miltiplas atribuigdes definidas para os sistemas educativos, em que se inscrevem as fungdes do professor, § 2° Os programas de formagao inicial continuada dos profissionais da educagdo, vineulados as orientagdes destas Diretrizes, devem prepard-los para o desempenho de suas atribuigdes, considerando necessério: a) além de um conjunto de habilidades cognitivas, saber pesquisar, orientar, avaliar ¢ elaborar propostas, isto é, interpretar e reconstruir 0 conhecimento coletivamente; b) trabalhar cooperativamente em equipe; ©) compreender, interpretar ¢ aplicar a linguagem e os instrumentos produzidos a0 longo da evolugo tecnolégica, econdmica e organizativa; 4) desenvolver competéncias para integrasio com a comunidade e para relacionamento com as familias Art. 58. A formagao inicial, nos cursos de licenciatura, néo esgota o desenvolvimento dos conhecimentos, saberes ¢ habilidades referidas, razo pela qual um programa de formago continuada dos profissionais da educagdo sera contemplado no projeto politico-pedagdgic Art, 59. Os sistemas educativos devem instituir orientagdes para que o projeto de formagao dos profissionais preveja: a) a consolidago da identidade dos profissionais da edue: escola e com 0 estudante; b) a criagdo de incentivos para 0 resgate da imagem social do professor, assim como da autonomia docente tanto individual como coletiva; c) a definigao de indicadores de qualidade social da educagao escolar, a fim de que as agéncias formadoras de profissionais da educagdo revejam os projetos dos cursos de formagao inicial e continuada de docentes, de modo que correspondam as exigéncias de um projeto de Nagao. Art. 60. Esta Resolugdo entrara em vigor na data de sua publicagao. 0, nas suas relagd coma FRANCISCO APARECIDO CORDAO

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