O Sistema de Custeio ABC
Perda de relevância do método tradicional:

Activity Based Costing

 Os sistemas tradicionais não oferecem informação útil em tempo
Algumas das razões do surgimento deste sistema: oportuno - O ABC surge como resposta às necessidades de
1. O ciclo de vida dos produtos é mais curto informação atempada e correcta sentidas nas empresas.

2. O cliente é cada vez mais exigente  Exagerado nível de agregação (centros de custos / secções /
departamentos) - No ABC os custos são consequência da
realização de determinadas actividades, as quais por sua vez são as
3. A teoria clássica em contabilidade de gestão (objectivo causas da produção dos produtos ou serviços que a empresa
principal é o custo por produto) comercializa.

4. Aumento dos custos não relacionados directamente com as Passa-se, então, da gestão de custos para a gestão de actividades.
"estruturas não produtivas”

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Fundamentos do ABC Princípio fundamental

todos os custos podem ser considerados directos a uma actividade e apenas a
O sistema ABC fundamenta-se em três premissas básicas:
uma.
1. Os produtos requerem actividades
2. As actividades consomem recursos
Conceito de actividade:
3. Os recursos custam dinheiro
Indutores Conjunto de tarefas elementares ou actos, realizadas por um indivíduo, grupos
de Custos de indivíduos, máquina ou grupo de máquinas, que supõem ou dão lugar a
um saber fazer específico.
Recursos Consumo
Actividades Produtos
de Consumo de
Características fundamentais para ser actividade:
Recursos Actividades
1. Ter uma finalidade, isto é uma "produção"(permite obter um output, são
dirigidas para a satisfação do cliente, quer interno quer externo)
Na operacionalização do ABC procura-se estabelecer a relação entre as 2. Consumir factores (usam uma determinada quantidade de inputs)
actividades e produtos, utilizando o conceito de "Cost drivers" ou Indutores de 3. Ter um sistema de condução, isto é, uma única forma de relacionar o
Custos. Apura-se o custo das diversas actividades que serão distribuídas pelos consumo de factores com a produção
produtos através dos indutores de custos.
Uma actividade terá que possuir duas características fundamentais:
Homogeneidade e estar associada a uma unidade de medida
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 Tipo de actividades:
As actividades podem ser relacionadas tecnologicamente com o processo de
fabricação ou serem simplesmente actividades administrativas.
Classificação das actividades
A) Quanto à sua actuação com respeito ao produto:
Actividades ao nível unitário (“Unit Level Activities”) - executam-se de cada
vez que se produz uma unidade de produto. Exemplos: incorporação de matéria
prima, incorporação de mão-de-obra;
Actividades ao nível do lote (“Batch Level Activities”) - realizam-se sempre
que se produz um lote de produto. Exemplos: preparação de máquinas,
inspecções;
Actividades de linha de produtos (“Facility-Level Activities”) - são executadas
para possibilitarem linhas de produtos. Exemplos: desenho da linha, engenharia
do produto. 78
B) Quanto à sua frequência na execução:
Actividades Repetitivas - realizam-se de forma sistemática e continuada na
empresa (exemplos: preparação de matérias, registos contabilísticos)
Actividades Não Repetitivas - têm caracter esporádico ou ocasional (exemplo:
modificações no produto)
C) Quanto à sua capacidade para acrescentar valor ao produto:
Actividades sem valor acrescentado:
– Qualquer actividade que não seja rentável;
– Aquelas que gastam tempo, dinheiro ou recursos, e não contribuem para o
incremento das vendas;
– Aquelas que aumentam desnecessariamente os custos num produto, em
qualquer momento do seu ciclo de vida;
– Aquelas que podem ser reduzidas ou eliminadas.
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Neste sentido podemos dividir as actividades em Actividades
Primárias e Actividades Secundárias:
As Actividades Primárias são as que contribuem directamente
para a realização dos objectivos da empresa, isto é, para a
obtenção dos outputs a serem vendidos ou a serem utilizados por
outra unidade produtiva no seio da empresa.
As Actividades Secundárias são as que lhes dão suporte, apoiam
as actividades primárias na realização dos seus objectivos.
Exemplos: administração, formação, pessoal, etc.
As actividades primárias são apoiadas pelas actividades
secundárias, pelo que o seu custo será o custo directo da
actividade mais o custo imputado das actividades secundárias.
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"Cost Drivers" ou Indutores de Custos
A literatura Anglosaxónica utilizou o termo "Cost driver" (indutor
de custos) para designar as unidades de medida e controlo definidas
como base de repartição dos custos indirectos. O indutor de custos
é o motivo pelo qual ocorre o custo.
No processo de imputação dos custos no modelo ABC, os
indutores de custos desempenham um papel análogo ao das
unidades de obra utilizadas nos processos de imputação no
modelo de custos completos por centros de responsabilidade. No
entanto, não são equivalentes pois:
– A homogeneidade atribuída à unidade de obra é mais genérica;
– Para cada Centro de actividade existirão muitos indutores de custos,
tantos quantas as actividades existentes no Centro;
– O indutor de custo representa mais claramente e melhor que a unidade de
obra a relação causa - efeito existente entre os custos e os seus causadores.
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 Vantagens do ABC
 É aplicável a qualquer tipo de organização, inclusivamente
entidades públicas sem fins lucrativos;
 Evidencia uma maior clareza nos processos;
 Preocupa-se com a relação de causalidade entre
factores/actividades/produtos;
 Permite a gestão das actividades sob dois pontos de vista:
– Identificando e suprimindo aquelas que são inúteis, isto é, aquelas que
não acrescentam valor ao produto;
– Melhorando o contributo das outras actividades.
 Proporciona uma maior compreensão da informação para a
contabilidade de gestão;
 O custo obtido pelo método ABC é um custo mais analítico e
preciso quando comparado com o custo obtido pelos métodos
tradicionais baseados no volume de produção;
 Serve de mecanismo de controlo que permite visualizar o grau de
eficiência e eficácia alcançado em função dos recursos utilizados.
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Criticas ao ABC
 Se bem que o ABC pretenda aclarar as relações entre as secções, contudo, isso
não ocorre na prática.
 Cada uma das críticas seguintes deve ser considerada na perspectiva da própria
empresa:
– Algumas vezes considera-se que o ABC é de difícil aplicação e que é
demasiado caro;
– O Sistema ABC é demasiado complexo para ser compreendido por quem o
utiliza;
– O número de actividades que se podem distinguir é demasiado grande;
– A informação obtida pelo ABC também pode levar à tomada de decisões
erradas.
 O sistema ABC não pode ser visto como o único sistema fiável para o cálculo
dos custos e fornecimento de informação para a tomada de decisões. Os outros
métodos também são úteis e continuam válidos para situações em que possam
fornecer uma resposta adequada.
 O gestor terá de avaliar a situação da sua empresa, quais as condições a nível da
produção, produtos que comercializa e produz, para que possa decidir sobre
qual o método que melhor se adequa ao seu caso.
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