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Lúcifer

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Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre o termo latino. Para a
personificação do mal, veja Diabo. Para outros significados, veja
Lúcifer (desambiguação).

O Anjo Caído (1877, Parque do Retiro, Madrid), obra de Ricardo


Bellver inspirada no O paraíso perdido de John Milton.
Lúcifer (do latim, lux-ferus, "portador da luz"[1]) é uma palavra em
latim derivada de termo de origem grega. (Do antigo grego:
Ἠωσφόρος ou Ἑωσφόρος, Hèosphóros ou Èos-phóros), identificada
pelos gregos com a estrela d’alva ou estrela da manhã ou planeta
vênus, é o filho de Éos, deusa da aurora, e irmão de Héspero (Do
antigo grego: Ἓσπερος, Hèsperos), a estrela Vésper. Mas tarde
adicionado o prefixo Lúx equivalente romano para Lúx-ferus "Que
carrega da luz"). No cristianismo, este termo ficou associado a Satã
(O Anjo do mal) devido à interpretação de uma profecia do livro de
Isaías[2] que fala sobre a queda de um dos reis da Babilônia,
possivelmente Nabucodonosor II.[3][4] Embora esta ligação tenha se
difundido na concepção popular, o termo não se referia
primordialmente ao nome original de um anjo do mal que teria
desafiado a Deus.[5][6][7]
Índice
1 Etimologia
2 Interpretação religiosa
2.1 Judaismo
2.2 Catolicismo
2.3 Teosofia
3 Lúcifer na cultura popular
4 Ver também
5 Referências
6 Ligações externas
Etimologia
O substantivo Lúcifer ("portador da luz") vem da junção das palavras
em latim lux (luz) e fero (carregar).[8] Ele provêm da Vulgata, versão
latina da Bíblia,[9][10][11] e aparece em algumas traduções da Bíblia
em língua portuguesa e na versão do Rei Jaime onde é citado como
"o brilhante, estrela da manhã, Lúcifer".[12] Pode referir-se à "Estrela
da Manhã" ou "Estrela d'Alva", à "luz da manhã",[13] aos "signos do
zodíaco",[14] à "aurora",[15] ao sumo sacerdote Simão, filho de
Onias,[16] à "Glória de Deus"[17] e a Jesus Cristo.[18][19]

Na Bíblia Hebraica é mencionado uma única vez[20] como Hêlêl[20]


ou Hêilel ben-Shahar, [21] (‫)שחר בן הילל‬, "Helel Filho da Alva"[12],
"Helel Filho da Brilhante"(‫)שחר בן הילל‬, "Helel o que brilha" e na
Septuaginta grega traduzido como heōsphoros[22][23][24]
(ἑωσφόρος),[25][26][27] que significa "o que traz o anoitecer",[28] "o
que leva a luz", representando o planeta Vênus ou Estrela D'Alva,
que é visível antes do alvorecer e a última estrela a desaparecer
durante a alvorada.[29][30] Jesus, no Livro de Apocalipse (22:16)
autodenomina-se "resplandescente estrela da manhã". O termo é
usado separadamente em Apocalipse 2:26, 28 e Isaías 14:12,[31] na
tradução de Figueiredo, "como caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao
ponto do dia parecias tão brilhante?".
E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em
estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que
o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.
2 Pedro 1:19 Tradução Almeida Fiel

Et habemus firmiorem propheticum sermonem cui bene facitis


adtendentes quasi lucernae lucenti in caliginoso loco donec dies
inlucescat et lucifer oriatur in cordibus vestris.
2 Pedro 1:19 na bíblia latina Vulgata[32]

Interpretação religiosa
Judaismo
A religião judaica não possui um ser todo malévolo, que combata
contra o criador. Por outro lado, o nome Hilel ben Shachar (‫בן הילל‬
‫שחר‬, filho d'alva), encontrado nos livros dos profetas Isaías e
Ezequiel a quem muitos interpretam a profecia como o Diabo, não
tem importância no contexto judaico pois trata-se de uma referência
ao rei da Babilônia, Nabucodonosor II, que assim era chamado e não
a um anjo. Atribui-se ao erro de interpretação, segundo a visão
hebraica, a leitura da frase fora do contexto geral, pelo qual o profeta
fazia uma exortação direta ao monarca.[33][34][35]

Catolicismo
De acordo com São Jerônimo, Lúcifer era o nome em latim do
principal anjo caído, e seu nome original em hebraico, Helel, que
provavelmente é derivado do verbo lamentar, pois ele lamenta a sua
queda e a perda do seu brilho. Esta visão prevaleceu entre os Padres
da Igreja, de forma que Lúcifer não fosse o nome original do próprio
do Diabo, mas apenas uma referência ao seu estado anterior à
queda.[36]
Segundo o teólogo Óscar Quevedo, Lúcifer passou a ser identificado
como Satã após Orígenes, lendo a passagem de Isaías 14:12 uma
representação da queda do reinado tirânico de Nabucodonosor II, rei
da Babilônia. Sendo assim, uma ameaça divina meramente
metafórica, sendo posteriormente difundida entre os cristãos
convertendo esses deuses pagãos em demônios. Inexiste qualquer
relação a um anjo caído, nem relação direta com as terminologias
Diabo, que vem do latim (Dia-Bolus: Aquele que separa), Satã,
oriunda do hebraico ("Shatan" ‫ שטן‬: Opositor) e do grego Δαίμονες
(Daímones: Demónio).[7]

"A queda de Lúcifer", ilustração de Gustave Doré para o livro O


Paraíso Perdido de John Milton.
Teosofia
O Glossário Teosófico de Helena Blavatsky diz que Lúcifer é a Estrela
da Manhã, o planeta Vênus, e menciona ainda a serpente suméria
que os hebreus usaram no mito da criação. Rejeita a atribuição a
Lúcifer dos defeitos do orgulho e da arrogância que o cristianismo lhe
imputou, não diz que ele é a origem do mal e tampouco o identifica
com o diabo e similares, considerando esta interpretação como
produto apenas da imaginação humana sem existência autônoma
real. Blavatsky também cita que o próprio Cristo, em Apocalipse
22:16, chama a si mesmo de "Estrela da Manhã".[37]

Lúcifer na cultura popular


Na Animação Cinderela da Disney, Lúcifer é o nome do gato da
Madrasta.[38]
No mangá Beelzebub, Lúcifer é o maior rei entre os demônios.
No mangá Hunter × Hunter, Lúcifer é o sobrenome de Kuroro, o líder
do Genei Ryodan.
Na obra de Neil Gaiman, Sandman, Lúcifer é um dos três reis do
Inferno, além de ser o primeiro dos caídos do paraíso.
Na obra literária de Eduardo Spohr, A Batalha do Apocalipse, Lúcifer
é o mais belo e carismático dentre os cinco arcanjos.
No anime Hataraku Mao-sama!, Lúcifer é um dos quatro generais do
rei demônio Satã.
Na série tokusatsu Cybercops, há um personagem com uma unidade
(armadura tecnológica) de mesmo nome.
Na série Lúcifer da Netflix, entediado e infeliz como o senhor do
inferno, Lúcifer abdica de seu trono e abandona seu reinado para ir
para Los Angeles.
Na série Supernatural da CW, Lucifer é um arcanjo caído, o Diabo, e
pai de todos os demônios.
Na série de jogos Shin Megami Tensei, Lúcifer aparece em várias
versões.
Na série Fallen, Lúcifer domina o inferno e busca a redenção para
retornar ao céu e conquistá-lo.
Na série O Mundo Sombrio de Sabrina, Lúcifer é chamado como
Senhor das Trevas e é adorado pelos bruxos. Sempre aparecia na
forma de uma besta com chifres até assumir novamente a forma
angelical.
Antes de o ser humano existir, no Céu existia um anjo chamado
Lúcifer o qual Deus colocou numa posição de querubim da guarda,
uma cargo de destaque em relação às demais criaturas celestes (Ez
28:14). Lúcifer era perfeito, sábio, belo e formoso, de vívido
resplendor e reluzente (Ez 28:15, Ez 28:17). Ele era alguém que
gozava de autoridade, privilégios e regalias concedidos por Deus.

Acontece que Lúcifer se rebelou contra Deus, desejando ser


semelhante ao Criador (Is 14:13-14), sendo a primeira criatura na
qual se originou o pensamento competitivo. Ele desejou competir
com Deus cobiçando para si a autoridade que Deus possui,
planejando, para isso, ocupar o lugar que é exclusivo do Criador,
querendo ser igual a Ele (Is 14:14), pretendendo possuir autoridade

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