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MÓDULO 1 - AULA 1
Metas
Apresentar, sem demonstrar, os principais resultados sobre limites e deriva-
das de funções reais, com uma variável real, e definir velocidade e aceleração
em um movimento unidimensional.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
Pré-requisitos
Para ter bom aproveitamento desta aula, é importante que você saiba somar
frações e elevar expressões a potências, que conheça o conceito de funções,
que tenha noções de geometria plana (ângulos, geometria dos triângulos),
de trigonometria básica (seno, cosseno, tangente, cotangente) e que conheça
as definições das grandezas cinemáticas de um movimento unidimensional.
Esses conteúdos podem ser encontrados nos livros das disciplinas de Mate-
mática Básica, Geometria Básica, Cálculo I e Introduçào às Ciências Físicas
1.
7 CEDERJ
Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
Introdução
Desde o início, o homem tenta compreender os fenômenos naturais, tendo
como um dos objetivos principais melhorar as suas condições de existência
na Terra. Ele inicia tentando entender esses fenômenos de forma qualitativa
e lhes confere um caráter quantitativo, utilizando, para isso, ferramentas
matemáticas apropriadas. Uma dessas ferramentas é o cálculo diferencial e
integral de que precisamos: para obter as equações que descrevem os movi-
mentos dos corpos utilizados na construção dos carros, aviões, navios etc.;
para descrever os fenômenos eletromagnéticos necessários à produção de ener-
gia elétrica e dos eletrodomésticos, para descrever os fenômenos que envolvem
trocas de calor, utilizados na construção de máquinas térmicas, bem como
para descrever os fenômenos quânticos necessários à produção de equipamen-
tos eletrônicos.
Funções
As funções reais de uma variável real já foram estudadas em disciplinas
do Ensino Médio e em Pré-Cálculo. É preciso recordar que uma função
real consiste em uma tripla: o domínio, o contradomínio e a lei de definição
(fórmula).
Exemplo 1.1
1
Considere a função f : < − {2} −→ < definida por f (t) = t−2 . Determine o
domínio, o contradomínio e a lei de definição dessa função.
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
MÓDULO 1 - AULA 1
Resolução
1
A lei que define a função é f (t) = . Nesse caso, a fórmula que define a
t−2
função só não assume um valor real quando a variável t é igual ao número real
2, uma vez que o denominador da expressão que define a função se anula em
t = 2. Logo, o domínio da função, que é o maior subconjunto dos números
reais <, no qual a fórmula da função assume valores reais, é igual ao conjunto
{< − {2}}. A expressão que define a função pode assumir qualquer valor dos
números reais; logo, o contradomínio da função, que é o maior subconjunto
dos números reais < que contém os valores da função definidos pela fórmula,
é igual ao conjunto dos números reais {<}.
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Seja a função f definida por f (t) = sen(t), quais são o domínio e o contra-
domínio dessa função?
Resposta Comentada
Como a expressão sen(t) assume valores reais para todos os valores da variá-
vel t no conjunto dos números reais, o maior subconjunto dos números reais
<, no qual a fórmula da função assume valores reais, é igual ao conjunto dos
números reais {<}; logo, o domínio da função é o conjunto dos números reais
{<}. Como sen(t) só assume valores no intervalo dos números reais [−1, 1],
o contradomínio da função é o conjunto de números reais que pertencem ao
intervalo de números reais [−1, 1].
Atividade 2
Atende ao Objetivo 1
Seja a função f1 definida por f1 (t) = t + 1, quais são o domínio e o contra-
domínio dessa função?
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
Resposta Comentada
Como a expressão t + 1 assume valores reais para todos os valores da variável
t no conjunto dos números reais, o maior subconjunto dos números reais <,
onde a fórmula da função assume valores reais é igual ao conjunto dos núme-
ros reais {<}; logo, o domínio da função é o conjunto dos números reais {<}.
Como a expressão t + 1, que define a função, pode assumir qualquer valor
dentre os números reais, o contradomínio da função é o conjunto de números
reais {<}.
Atividade 3
Atende ao Objetivo 1
t2 − 1
Seja a função f2 definida por f2 (t) = . Quais são o domínio e o con-
t −1
tradomínio dessa função?
Resposta Comentada
t2 − 1
A lei que define a função é . Nesse caso, a fórmula que a define não
t −1
assume um valor real apenas quando a variável t é igual ao número real 1,
uma vez que o denominador da expressão que define a função se anula em
t = 1. Logo, o domínio da função, que é o maior subconjunto dos números
reais <, no qual a fórmula da função assume valores reais, é igual ao conjunto
{< − {1}}. O domínio de f2 é {< − {1}}.
A identificação do contradomínio da função f2 fica mais fácil quando simpli-
ficamos a fração.
t2 − 1 (t − 1)(t + 1)
f2 (t) = = = t + 1. (1.1)
t −1 t −1
A equação 1.1 mostra que, se t 6= 1, temos que f2 (t) = f1 (t) (a função f1
foi discutida na Atividade 2), cujo contradomínio é igual ao conjunto dos
números reais {<}. Como o valor da função f1 em t = 1 é igual a 2 e a
função f2 não é definida no valor t = 1, o número real 2 não pertence ao
contradomímio da função f2 . Logo, o contradomínio da função f2 , que é o
maior subconjunto dos números reais <, no qual a fórmula da função assume
valores reais, é igual ao conjunto {< − {2}}.
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
MÓDULO 1 - AULA 1
Gráficos de funções
Antes de iniciarmos o estudo dos limites de funções, é bom lembrar
mais um aspecto da teoria de funções: os gráficos. Você sabe que, dada uma
função f , digamos,
f = A −→ B (1.2)
t −→ f (t) (1.3)
podemos considerar
Exemplo 1.2
Seja a função definida por f (t) = −2 t + 3, escreva os pontos do gráfico
correspondentes ao conjunto de valores de t igual a A = {0, 1, 2, 3, 4}. Re-
presente os pontos do gráfico encontrados no plano cartesiano.
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
Resolução
O conjunto B, obtido com a regra y(t) = f (t) = −2 t + 3 e com o conjunto
A, é dado por B = {3, 1, −1, −3, −5}. Logo, os pontos do gráfico associados
aos conjuntos A e B são A × B = {(0, 3), (1, 1), (2, −1), (3, −3), (4, −5)}.
Atividade 4
Atende ao Objetivo 4
Seja a função f definida por f (t) = t + 1, esboce o gráfico da função, utili-
zando a informação de que ele é uma reta.
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Resposta Comentada
O gráfico de uma reta pode ser construído com dois pontos. O valor da
função em t1 = 0 é f (0) = 1. O valor da função em t2 = 1 é f (1) = 2. Logo,
os pontos {(0, 1), (1, 2)} pertencem à reta.
Atividade 5
Atende ao Objetivo 4
t2 − 1
Seja a função f2 definida por f2 (t) = . Faça o gráfico dessa função.
t −1
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Resposta Comentada
Essa função já foi tratada na Atividade 3, em que vimos que seu domínio é
{< − {1}} e seu contradomínio é igual a {< − {2}}. Logo, o gráfico de f2 é
igual ao gráfico da função f1 construído na Atividade 4, sem o ponto (1, 2),
conforme está mostrado na Figura 1.3.
t2 − 1
Figura 1.3: Gráfico da função f2 (t) = .
t −1
Atividade 6
Atende ao Objetivo 4
Seja a função f definida por f (t) = t2 − 6 t + 8, esboce o gráfico da função
f na vizinhança das raízes da equação f (t) = 0.
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Resposta Comentada
As raízes da equação f (t) = t2 − 6 t + 8 = 0 são
√
6 + 62 − 4.8)
t1 = = 4;
√2
6 − 62 − 4.8)
t2 = = 2.
2
O conjunto B, formado com os valores da função f quando t assume valores
no conjunto A = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}, é igual a
B = {8, 3, 0, −1, 0, 3, 8, 15, 24, 35}.
Os pontos {(0, 8), (1, 3), (2, 0), (3, −1), (4, 0), (5, 3), (6, 8), (7, 15), (8, 24), (9, 35)}
do plano cartesiano que estão na vizinhança das raízes da equação f (t) =
t2 − 6 t + 8 = 0 foram representados na Figura 1.4.
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Limites de funções
Nesta aula, apresentaremos alguns resultados relativos aos limites de
funções reais, com uma variável real. As demonstrações desses resultados
serão feitas na disciplina de Cálculo I.
O limite é uma ferramenta matemática que permite investigar o valor
de uma função na vizinhança de um ponto b do seu domínio.
A vizinhança de um número real b é o conjunto de números reais, defi-
nido por:
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MÓDULO 1 - AULA 1
lim f (t) = L .
t−→a
Essa frase matemática deve ser lida da seguinte maneira: o limite da função
f , quando t tende ao valor a, é L. Para que essa frase matemática ganhe
significado, é necessário definir uma vizinhança do número real a com raio δ
e uma vizinhança do número real L com raio ε.
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
Observe na Figura 1.6 que, por menor que seja o valor do raio ε da
vizinhança do número L, as imagens dos pontos localizados na vizinhança do
número a, com raio δ, sempre satisfazem à seguinte relação: ]f (t)−f (a)| < ε.
Logo, nesse caso, o limite da função f , quando t tende ao valor a, é igual a
L = f (a). Isto é, o limite coincide com o valor da função no ponto a. Você
vai verificar na Atividade 7 que o limite de uma função em um ponto a pode
ser diferente do valor da função no ponto a.
Atividade 7
Atende ao Objetivo 2
t2 − 1
Seja a função f2 definida por f2 (t) = , utilize o gráfico da função f2
t −1
obtido na Atividade 5, para descobrir o lim f2 (t).
t−→1
Resposta Comentada
Com a finalidade de descobrir o limite solicitado, vamos desenhar, no gráfico
da função f2 , representado na Figura 1.7, a vizinhança do ponto (1, 2) do
gráfico com raio ε, tão pequeno quanto se queira. Isso nos ajudará a verificar
se existe uma vizinhança do ponto (1, 0) do gráfico com raio δ, cujas imagens
de todos os pontos da vizinhança de (1, 0) e diferentes de (1, 0) estão na
vizinhança do ponto (0, 2) com raio ε.
t2 − 1
Figura 1.7: Limite da função f2 (t) = .
t −1
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MÓDULO 1 - AULA 1
A Figura 1.7 mostra que, qualquer que seja o valor do raio ε da vi-
zinhança do ponto (1, 2), as imagens de todos os pontos da vizinhança do
ponto (1, 0) e diferentes de (1, 0), estão na vizinhança do ponto (0, 2) com
raio ε. Logo, o limite lim f2 (t) vale 2. É importante ressaltar que, nesse
t−→1
caso, o limite da função não é igual ao valor de f2 no ponto, uma vez que ela
não é definida em t = 1, isto é, o ponto 2 não pertence ao contradomínio da
função f2 .
Atividade 8
Atende ao Objetivo 2
Seja a função f definida por
(
−1, se t < 0,
f (t) =
1, se t > 0,
Resposta Comentada
Com a finalidade de descobrir o limite solicitado, vamos desenhar, na Fi-
gura 1.8, a vizinhança do ponto (0, 1) do gráfico com raio ε, tão pequeno
quanto se queira. Faremos isso a fim de verificar se existe uma vizinhança
do ponto (0, 0) do gráfico com raio δ, cujas imagens de todos os pontos da
vizinhança de (0, 0) e diferentes de (0, 0) estão na vizinhança do ponto (0, 1)
com raio ε.
A Figura 1.8 mostra que, qualquer que seja o valor do raio δ, temos as
considerações seguintes:
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
Limites laterais
Os limites laterais investigam o comportamento das funções reais, com
uma variável real, nas suas vizinhanças do lado esquerdo e do lado direito de
um ponto.
Considere uma função f tal que, para algum r > 0, (a, a+r) ⊂ Dom(f ).
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
MÓDULO 1 - AULA 1
Dizemos que existe um limite lateral à direita representado pela frase mate-
mática
lim f (t) = L+
t−→a+
se, para cada vizinhança de L+ , por menor que seja o seu raio, encontramos
uma vizinhança de a de raio r, tal que as imagens dos pontos da vizinhança
de a − que estão à direita de a, e diferentes de a − pertencem à vizinhança
de L+ .
Considere uma função f tal que, para algum r > 0, (a−r, a) ⊂ Dom(f ).
Dizemos que existe um limite lateral à esquerda representado pela frase ma-
temática
lim f (t) = L−
t−→a−
se, para cada vizinhança de L− , por menor que seja o seu raio, encontramos
uma vizinhança de a de raio r, tal que as imagens dos pontos da vizinhança
de a − que estão à esquerda de a, e diferentes de a − pertencem à vizinhança
de L− .
A função analisada na Atividade 8 não tem limite no ponto t = 0.
Todavia, é fácil perceber que ela tem um limite lateral à direita igual a 1 e
um limite lateral à esquerda igual a -1.
Pelas definições de limites laterais de uma função real, com variável
real, é facil perceber que o limite da função só existe na vizinhança de um
ponto a se os limites laterais direito e esquerdo da função nesse ponto forem
iguais, isto é,
lim f (t) = lim f (t) ⇔ lim f (t).
t−→a− t−→a+ t−→a
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
Atividade 9
Atende ao Objetivo 2
Calcule os limites das seguintes funções:
t2 − 9
2. lim .
t−→3 t − 3
Resposta Comentada
t2 − 9 (t + 3).(t − 3)
2. lim = lim = lim t + 3 = 6
t−→3 t − 3 t−→0 t−3 t−→0
sen(t)
3. lim = 1.
t−→0 t
Atividade 10
Atende ao Objetivo 2
cos(h) − 1
Calcule o limite lim .
h−→0 h
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Resposta Comentada
O cálculo desse limite requer o conhecimento das seguintes identidades tri-
gonométricas:
sen2 h2
cos(h) − 1
Portanto, temos que lim = −2 lim .
h−→0 h h−→0 h
sen2 (h/2)
A expressão trigonométrica pode ser transformada em:
h
2
sen2 (h/2) h sen2 (h/2) h sen2 (h/2)
h sen(h/2)
= = = .
h 4 h h4 4 (h/2)2 4 h/2
2 2 2
sen(h/2) sen(u) sen(u)
lim = lim = lim = 1.
h−→0 h/2 u−→0 u u−→0 u
Funções deriváveis
A noção de função derivável é uma das noções fundamentais da Mate-
mática indispensável no estudo da Mecânica.
A derivada de uma função real, com uma variável real, é definida da
seguinte forma:
Sejam I um intervalo não trivial (é um intervalo que não se reduz a
um único elemento), f : I −→ < e t I, diz-se que f é diferenciável em t se
existe o limite
f (t2 ) − f (t1 )
lim .
t2 −→t1 t2 − t1
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
f (t2 ) − f (t1 ) ∆f
f 0 (t1 ) = lim = lim ,
t2 −→t1 t2 − t1 ∆t−→0 ∆t
df
f0 = .
dt
Exemplo 1.3
Seja a função definida por f (t) = C, sendo C uma constante, qual é a deri-
vada da função f em relação a t?
Resolução
f (t2 ) − f (t1 ) C −C
f 0 (t1 ) = lim = lim = 0.
t2 −→t1 t2 − t1 t2 −→t1 t2 − t1
Exemplo 1.4
Seja a função definida por f (t) = t. Qual é a derivada da função f em relação
at?
Resolução
Por definição, a derivada da função f no ponto t1 é dada por:
f (t2 ) − f (t1 ) t2 − t1
f 0 (t1 ) = lim = lim = 1.
t2 −→t1 t2 − t1 t2 −→t1 t2 − t1
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
MÓDULO 1 - AULA 1
Atividade 11
Atende ao Objetivo 3
Calcule as derivadas em relação a t das seguintes funções:
1. f (t) = t2 ;
2. f (t) = t3 .
Resposta Comentada
f (t2 ) − f (t1 ) t2 1 + 2 h t1 + h2 − t1 2
⇒ f 0 (t1 ) = lim = lim
t2 −→t1 t2 − t1 h−→0 h
0
⇒ f 0 (t1 ) = lim (2 t1 + h) = 2 t1 ⇒ (t2 ) = 2 t.
h−→0
f (t2 ) − f (t1 ) t3 1 + 3 h2 t1 + 3 h t1 2 + h3 − t1 3
⇒ f 0 (t1 ) = lim = lim
t2 −→t1 t2 − t1 h−→0 h
0
⇒ f 0 (t1 ) = lim (3 h t1 + 3 t21 + h2 ) = 3 t1 ⇒ (t3 ) = 3 t2 .
h−→0
Exemplo 1.5
Seja a função definida por f (t) = sen(t). Qual é a derivada da função f em
relação a t?
Resolução
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
Atividade 12
Atende ao Objetivo 3
Seja a função definida por f (t) = cos(t), qual é a derivada da função f em
relação a t?
Resposta Comentada
Se t2 − t1 = h ⇒ f (t2 ) = cos(t1 + h) = cos(t1 ) cos(h) − sen(t1 ) sen(h) ⇒
f (t2 ) − f (t1 ) cos(t1 + h) − cos(t1 )
f 0 (t1 ) = lim = lim ⇒
t2 −→t1 t2 − t1 h−→0 h
cos(t1 ) cos(h) − sen(t1 ) sen(h) − cos(t1 )
f 0 (t1 ) = lim ⇒
h−→0 h
cos(t1 ) (cos(h) − 1) − sen(t1 ) sen(h)
f 0 (t1 ) = lim
h−→0 h
(cos(h) − 1) sen(h)
f 0 (t1 ) = cos(t1 ) lim − sen(t1 ) lim = −sen(t1 ).
h−→0 h h−→0 h
Logo, a derivada se reduz a f 0 (t1 ) = −sen(t1 ). Consequentemente, a derivada
do seno é menos o cosseno, isto é, (cos(t))0 = −sen(t).
1. (f + g)0 =f 0 +g 0 ;
2. para α ε <, (α f )0 = α f 0 ;
3. (f.g)0 =f 0 .g + f.g 0 ;
0
f f 0 .g − f.g 0
6 0, então temos que
4. se além disso, g = = .
g g2
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MÓDULO 1 - AULA 1
Resolução
Como (c)0 = 0 e a derivada da soma de funções é a soma das derivadas das
funções, temos que:
0 0 0
(a t2 + b t + c) =(a t2 ) +(b t)0 +(c)0 =(a t2 ) +(b t)0 .
Uma vez que (t)0 = 1, (t2 )0 = 2 t e a derivada de uma constante vezes a
função é a constante vezes a derivada da função, temos que:
0 0 0
(a t2 + b t + c) =(a t2 ) +(b t)0 +(c)0 =a (t2 ) +b (t)0 = 2 a t + b.
Exemplo 1.7
Seja a função f (t) = tn , em que n > 0 é um número inteiro, calcule a derivada
da função f em relação a t.
Resolução
0 0
As derivadas de (t)0 = 1, (t2 ) = 2 t e (t3 ) = 3 t2 podem ser obtidas da relação
(tn )0 = n tn−1 quando fazemos n igual a 1, 2 ou 3. Isso é um indicativo de
que a derivada (tn )0 pode ser obtida pelo método da indução.
0
Vamos supor que a expressão (tn−1 ) = (n − 1) tn−2 é verdadeira. Nesse caso,
podemos calcular a derivada da função f (t) = tn utilizando a propriedade
que fornece a derivada do produto de funções.
0 0
(tn )0 = (tn−1 .t) = (tn−1 ) .t + tn−1 .(t)0 ⇒
Atividade 13
Atende ao Objetivo 3
Seja a função f (t) = tan(t). Calcule a derivada da função f em relação a t.
Resposta Comentada
sen(t)
A tangente de t é . A sua derivada pode ser calculada utilizando-se a
cos(t)
0
(sen(t))0 cos(t) − sen(t)(cos(t))0
0 sen(t)
(tan(t)) = = ⇒
cos(t) cos2 (t)
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cos(t)cos(t) − sen(t)(−sen(t))
(tan(t))0 = ⇒
cos2 (t)
Atividade 14
Atende ao Objetivo 3
Sejam as funções definidas por f1 (t) = sen(t) e f2 (t) = cos(t), quais são as
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MÓDULO 1 - AULA 1
Resposta Comentada
As derivadas do seno e do cosseno, que foram encontradas no Exemplo 1.5
e na Atividade 12, são (sen(t))0 = cos(t); (cos(t))0 = −sen(t). Por isso, as
derivadas segundas do seno e do cosseno são dadas por:
(sen(t))00 = (cos(t))0 = −sen(t); (cos(t))00 = (−sen(t))0 = −cos(t).
f
(t
2)
Δf
f
(t
1)
Δt
t
1 t
2 t
f (t2 ) − f (t1 ) ∆f
msec = = .
t2 − t1 ∆t
f (t2 ) − f (t1 ) ∆f
mtan = lim = lim .
t2 −→t1 t2 − t1 ∆t−→0 ∆t
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
f
(t
)
t
1 t
2 t
3 t
4 t
Figura 1.10: Função que é crescente nos intervalos (t1 , t2 ) e (t4 , ∞) e decres-
cente no intervalo (t2 , t4 ). Estão desenhadas retas tangentes à função em três
pontos, cada uma em um dos intervalos mencionados.
Considerando f uma função real, com uma variável real, que assume
valores em um intervalo I, dizemos que f é crescente em um intervalo A ⊂ I
quando os valores de f aumentam com o crescimento dos valores de t ⊂ A e
decrescente quando os valores de f diminuem com o crescimento dos valores
de t.
A Figura 1.10 mostra que a função f é crescente nos intervalos abertos
(t1 , t2 ) e (t4 , ∞) e decrescente no intervalo (t2 , t4 ).
Na disciplina de Cáculo I, a seguinte proposição vai ser demonstrada:
Seja f uma função derivável em um intervalo não trivial I. Então:
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
MÓDULO 1 - AULA 1
Essa proposição pode ser visualizada na Figura 1.10, uma vez que os
coeficientes angulares das retas tangentes são positivos nos intervalos abertos
(t1 , t2 ) e (t4 , ∞) e negativos no intervalo (t2 , t4 ).
Figura 1.11: Concavidades dos gráficos das funções reais, com uma variável
real.
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
f
(t
)
r2 r
4
t
1 t
2 t
3 t
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MÓDULO 1 - AULA 1
Figura 1.13: O ponto (c, f (c)) é um ponto de inflexão pois é onde a concavi-
dade do gráfico muda.
33 CEDERJ
Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
Exemplo 1.9
Esboce o gráfico da função f (t) = t3 − 3 t2 + 2 t para valores de t no subin-
tervalo [0, ∞).
Resolução
Com a finalidade de encontrar os pontos onde o gráfico corta o eixo Ot, vamos
encontrar as raízes da equação: f (t) = t3 − 3 t2 + 2 t = t (t2 − 3 t + 2) = 0.
Uma das raízes da equação f (t) = 0 é t = 0. As outras são as raízes da
equação de segundo grau t2 − 3 t + 1 = 0, isto é,
√ √
3+ 32 − 4.2 3+ 1 3+ 1
t+ = = = = 2;
2 2 2
√ √
3 − 32 − 4.2 3− 1 3− 4
t− = = = = 1.
2 2 1
Agora, com a finalidade de analisar as propriedades do gráfico da função f ,
vamos encontrar suas derivadas primeira e segunda:
0 0 0
f 0 = (t3 − 3 t2 + 2 t) = (t3 ) − 3 (t2 ) + 2 (t)0 = 3 t2 − 6 t + 2
0
f 00 (t) = (3 t2 − 6 t + 2) = 6 t − 6.
f 0 (t) = 3 t2 − 6 t + 2 = 0 e f 00 (t) = 6 t − 6 6= 0.
As raízes da primeira
( derivada
√
foram calculadas
√
a seguir:
6+ 62 −4.3.2 3
t+ = √ 6 =1+ 3 ;
3 t2 − 6 t + 2 = 0 6− 62 −4.3.2
√
3
t− = 6
= 1 − 3
.
Os valores da segunda derivada em t+ √e t− são: √
00
f (t+ ) = 6 t − 6 = 6 1 + 33 − 6 = 33 > 0;
√ √
f 00 (t− ) = 6 t − 6 = 6 1 − 33 − 6 = − 33 < 0.
Como em t+ a derivada primeira de f é nula e a derivada segunda é positiva,
√ √ √ √
existe um mínimo relativo no ponto (1 + 33 , f (1 + 33 )) = (1 + 33 , − 2 9 3 ).
Já em t− , uma vez que a derivada primeira de f é nula e a derivada segunda
√ √
é negativa, existe um máximo relativo no ponto (1 − 33 , f (1 − 33 )) = (1 −
√ √
3 2 3
3
, 9
).
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
MÓDULO 1 - AULA 1
Atividade 15
Atende ao Objetivo 4
Esboce o gráfico da derivada da função f (t) = t3 − 3 t2 + 2 t para valores de
t no subintervalo [0, ∞).
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
Resposta Comentada
Com a finalidade de analisar as propriedades do gráfico da derivada h = f 0
da função f , vamos encontrar suas derivadas de primeira e segunda ordem:
h = f 0 = 3 t2 − 6 t + 2,
h0 = f 00 (t) = 6 t − 6,
h0 = f 00 (t) = 6 t − 6 = 0 ⇒ t = 1.
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MÓDULO 1 - AULA 1
f
’(t
)
dx
vx = .
dt
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x
(t)
x
2
x
1
t
1 t
2 t
Figura 1.16: A velocidade média entre dois instantes é o coeficiente angular
da reta secante ao gráfico entre esses instantes.
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MÓDULO 1 - AULA 1
x
x
4
x
3
2
x
1
Δt1
2
Δt1
3
Δt1
4
t
1 t
2t3t
4
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
vx (t2 ) − vx (t1 )
média da partícula, isto é, amx (t1 , t2 ) = . Portanto, no gráfico
t2 − t1
de vx versus t, a aceleração média entre os instantes t1 e t2 é representada
geometricamente pelo coeficiente angular da reta secante que passa pelos
pontos (t1 , vx (t1 )) e (t2 , vx (t2 )).
v
x(t
)
v
x2
Δv
x
v
x1
Δt
t
1 t
2 t
Figura 1.18: A aceleração média entre dois instantes de tempo é o coeficiente
angular da reta secante ao gráfico da velocidade versus tempo, entre esses
instantes.
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
MÓDULO 1 - AULA 1
v
x(t
)
v
v
x4
v
x3
x2
v
x1
Δt12
Δt13
Δt14
t
1 t
2t 3t
4
Atividade 16
Atende ao Objetivo 5
Uma partícula se desloca sobre o eixo OX. A sua posição sobre o eixo é
x(t) = t3 − 3 t2 + 2 t.
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Resposta Comentada
A velocidade da partícula é a derivada da sua posição, isto é,
0
vx = (t3 − 3 t2 + 2 t) = 3 t2 − 6 t + 2.
A aceleração da partícula é a derivada da velocidade. Logo, temos que:
ax = (3 t2 − 6 t + 2)0 = 6 t − 6.
O gráfico da coordenada x(t) fornece muitas informações sobre o movimento
da partícula, uma vez que as propriedades geométricas do gráfico estão re-
lacionadas com as derivadas de primeira e segunda ordens da função, que,
nesse caso, são a velocidade e a aceleração da partícula.
Em primeiro lugar, uma vez que o coeficiente angular da reta tangente na
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
MÓDULO 1 - AULA 1
origem é positivo, podemos dizer que a partícula parte da origem com a ve-
locidade vx positiva. Ou seja, ela se afasta da origem no sentido positivo do
eixo OX. No intervalo dos tempos (0, 1), a curva é côncava para baixo, o
que significa que a aceleração da partícula é negativa nesse intervalo. Essa
informação poderia ter sido retirada da percepção de que, nesse intervalo dos
tempos, o coeficiente angular da reta tangente está diminuindo. Isso significa
que a velocidade vx está diminuindo. A velocidade se anula em t ∼
= 0,5s, que é
o instante no qual a componente x da velocidade muda de sinal. Concluímos,
então, que nesse instante de tempo há uma inversão do movimento.
No instante t = 1s, a partícula passa pela origem com velocidade ne-
gativa. A aceleração da partícula muda de sinal em t = 1s, porque a conca-
vidade da curva muda. Como no intervalo de tempo (1, 2) a velocidade vx é
negativa e a aceleração é positiva, o módulo da velocidade diminui, até que
a partícula para novamente em t = 2s. Esse é o outro ponto de inversão do
movimento da partícula.
Para tempos superiores a 2 s, a partícula tem velocidade vx positiva e acele-
ração ax positiva. Logo, ela retorna à origem e dela se afasta, aumentando a
componente x da sua velocidade.
Resumo
Nesta aula, você aprendeu que a velocidade e a aceleração de uma par-
tícula que está se deslocando em uma dimensão são derivadas. Por isso, é
fundamental dominar o conceito de derivada e conhecer as suas proprieda-
des. Além disso, é preciso aprender as relações entre as derivadas primeira
e segunda de uma função e as propriedades do gráfico da função, uma vez
que o gráfico da coordenada da partícula em um movimento unidimensional
fornece informações importantes sobre a sua cinemática. A seguir, estão as
principais informações desta aula.
Definição de derivada:
df f (t2 ) − f (t1 )
(t1 ) = lim .
dt t2 −→t1 t2 − t1
Derivadas simples:
C 0 = 0;
tn0 = n tn−1 ;
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Aula 1 - As derivadas utilizadas no movimento unidimensional
1. (f + g)0 =f 0 +g 0 ;
2. para α ε <, (α f )0 = α f 0 ;
3. (f.g)0 =f 0 .g + f.g 0 ;
0
f f 0 .g − f.g 0
6 0, então temos que
4. se, g = = .
g g2
Derivadas de ordem superior:
Se k é um inteiro positivo, então f (k) denota a derivada de ordem k de f ,
que é obtida derivando-se f , sucessivamente, k vezes.
As relações entre as propriedades dos gráficos das funções reais,
com uma variável real, e as derivadas primeira e segunda das fun-
ções:
A derivada f 0 (t) é o coeficiente angular da reta tangente ao ponto (t, f (t))
do gráfico da função.
Se a derivada f 0 (t) é positiva em um intervalo (t1 , t2 ), ela é crescente nesse
intervalo.
Se a derivada f 0 (t) é negativa em um intervalo (t1 , t2 ), ela é decrescente nesse
intervalo.
Se f 00 (t) > 0, o gráfico da função é côncavo para cima ( ) e se f 00 (t) < 0, o
S
T
gráfico da função é côncavo para baixo ( ).
Nos pontos de inflexão (t, f (t)) do gráfico de f , temos que f 00 (t) = 0.
No ponto de máximo local, temos que: f 0 (t) = 0 e f 00 (t) < 0.
No ponto de mínimo local, temos que: f 0 (t) = 0 e f 00 (t) > 0.
Velocidade e aceleração em um movimento unidimensional sobre o
eixo OX:
dx dvx
vx = e ax = .
dt dt
Referências bibliográficas
ALMEIDA, Maria Antonieta Teixeira. Introdução às ciências físicas I. v. 2,
4. ed. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2010.
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