leitura Parte 1: Princípios essenciais para transformar profundamente os traumas de seus clientes através da terapia de regressão. Aviso: este guia sobre hipnoterapia de regressão contém conteúdo de nível intermediário até avançado que o tornará uma força para o bem no mundo. Então, se você está procurando um conteúdo aprofundado em hipnoterapia de regressão para aumentar os seus atuais conhecimentos em hipnose, continue a leitura. Para facilidade de uso, este guia é dividido em duas partes. A parte 1 cobre os princípios essenciais e melhores práticas das quais você precisa estar ciente antes de fazer qualquer trabalho de regressão. Já na parte 2, o método de regressão de 12 passos é detalhado e ensinado, passo a passo. Nesta primeira parte você vai ver: Preparação Por que Terapia de Regressão? A verdade sobre regressão e memória De onde vem o trauma? Hipnoterapia e memória: conectando os pontos Regressão vs. Revivificação: Qual é a diferença? Lidando com uma Ab-reação 3 princípios essenciais de comportamaaento para a terapia de regressão o Comportamento vs. Intenção o Como as emoções negativas inibem a mudança o O perdão Criando a confiança do cliente através do tom da voz e da maneira de cabeceira Uma Questão de Privacidade: Quando Usar Terapia Livre de Conteúdo E se lembre, é apenas uma técnica!
Antes de você começar… Regressão é um grande tópico. Então é impossível condensar toda a informação relevante em dois artigos. Por isto nós focaremos nos princípios principais para que você possa utilizar desta informação para aumentar o seu conhecimento atual. Portanto, para entender este artigo completamente e profundamente, é recomendável que o seu conhecimento em hipnose esteja em nível avançado. A outra coisa que você precisa estar ciente é a seguinte: Qualquer trauma, fobia ou situação onde existam emoções fortes pode ser debilitante. E isso pode fazer pessoas sofrerem. Ao usar a hipnoterapia você está tentando acabar com este sofrimento, mostrando às pessoas que elas não precisam sofrer, que existe uma alternativa. Você está mostrando que eles estão usando a própria mente de uma forma que está trazendo sofrimento para eles mesmo. Então, se eles puderem mudar o modo que a mente deles opera, eles irão acabar com o sofrimento.
Às vezes você faz isso em 5 minutos, mas outras vezes, pode demorar muito mais. O segredo é não se prender aos passos envolvidos para a terapia de regressão, mas sim focar no que você está tentando atingir. Assim como você descobrirá na parte 2, os 12 passos simplesmente te dão a base para aprender o processo. Assim que você conhece o processo bem o suficiente, você pode adaptá-lo para a pessoa e situação.
Por que Terapia de Regressão? Todo cliente que você conhecer virá com um tipo problema. E cada um destes problemas começaram no passado e agora estão guardados na memória daquela pessoa, escondidos de algum modo, esperando pelo gatilho ou momento certo para surgir de novo. Quando você faz uso de hipnoterapia, você precisa de um modo para acessar as memórias traumáticas, mas sem traumatizar de novo o cliente no processo. Esta é a verdadeira arte (ou risco) do trabalho de regressão. O objetivo geral é dissolver o trauma emocional de seu cliente para ajudá-lo a seguir com sua vida. De certa forma, isto requer muita precisão porque como hipnoterapeuta você precisa ajudar o seu cliente a filtrar as suas memórias para achar a correta (a que gerou o trauma). Em seguida, você precisa estimular gentilmente esta memória para diminuir o trauma emocional dentro dela. É claro que este processo requer alguma habilidade, paciência e prática, mas o que eu posso te garantir é o seguinte: Uma vez que você dominar a terapia de regressão, você terá um super-poder de causar sérias transformações na vida de seus clientes. E a hipnoterapia não é justamente isso? Imagine ser capaz de… Ajudar um cliente a se livrar de uma fobia de infância que o perseguiu por décadas e o impediu de viver a sua vida livremente. Transformar uma memória de infância dolorosa ou abusiva que criou uma nuvem negra em todos os seus relacionamentos adultos devido às questões de segurança, confiança e amor. Dissolver emoções negativas que estão em volta de uma memória que faz com que alguém viva todos os dias com um sentimento persistente de que não vale nada. Se livrar da dor de uma memória de infância que fez alguém acreditar que ele era “burro” (aquela memória que o impediu de seguir a carreira que realmente queria). Imagine o profundo impacto que você teria na vida de seus clientes?! Tudo que eles poderiam finalmente atingir como resultado de superar as questões que os seguravam para trás? É por este motivo que a terapia de regressão é (de certa forma) o rei das técnicas de hipnose! A terapia de regressão tem o poder de transformar a história dolorosa de uma pessoa em algo positivo. …. e este seria um presente incrível, você não concorda?
A verdade sobre regressão e memória Quando você está lidando com regressão, você precisa entender duas coisas: A regressão pode ser incrivelmente poderosa. As pessoas podem ficar presas no passado, especialmente se houver uma emoção forte que já o está regredindo em certo nível. As memórias não são reais, elas são criadas. Elas parecem muito reais porque elas existem em nossas mentes em algum lugar. Mas o que é real, o evento ou a memória do evento? Naturalmente, é o evento. Nós costumávamos pensar que as memórias eram gravadas em nossas mentes como fotos com detalhes perfeitos. Ou salvas como filmes digitais que poderiam ser reproduzidos novamente, exatamente da mesma forma, sempre que quiséssemos. Mas a verdade é que quando você se lembra de algo a sua mente está juntando as peças novamente, mas não necessariamente exatamente da mesma forma. Isso funciona de forma parecida quando um livro é transformado em uma peça de teatro. Enquanto a história pode ser mais ou menos a mesma, existe a interpretação do diretor, a iluminação, cenários, fantasias e efeitos sonoros. A peça normalmente não segue a produção original fielmente. É basicamente a mesma história, porém a maior parte dela foi recriada. Para descobrir mais sobre o quão não confiáveis as memórias podem ser, confira o caso de estudo abaixo: ESTUDO DE CASO Criando memória falsas: Como estudantes inocentes foram levados à acreditar que haviam cometido um crime De acordo com pesquisas, em condições específicas, as memórias podem mudar. Por exemplo, alguns psicólogos do Reino Unido fizeram um experimento com 60 estudantes onde eles tentaram convencê- los de que estavam envolvidos em um crime, quando, de fato, os estudantes eram totalmente inocentes. Para começar, os pesquisadores entraram em contato com os pais dos estudantes para que estes preenchessem um questionário. Então, os estudantes fizeram 3 entrevistas de 40 minutos, com uma semana de intervalo entre elas. Os psicólogos usaram uma estratégia específica de questionamento onde eles implantaram uma ação criminal nas memórias reais. Esta memória falsa foi cercada de eventos reais do passado do estudante através das respostas dos questionários para fazer parecer mais realístico. No início os estudantes resistiram, mas quanto mais pensavam nisso mais eles convenciam a eles mesmos de que o crime havia realmente ocorrido. Os estudantes pareceram internalizar a história fabricada e, quanto mais eles eram perguntados sobre ela, a descrição ficava mais detalhada. Como resultado, os estudantes começaram a criar falsas memórias sobre um crime que não cometeram! Inacreditavelmente, 70% dos estudantes foram capazes de se enganarem desta forma, cercando as memórias falsas com muitas memórias reais. O estudo publicado no jornal Psychological Science mostra como más técnicas de entrevista podem levar pessoas à se lembrar de eventos que na verdade nunca ocorreram. Isto é parecido com a ideia de gaslighting (abuso psicológico), que é também o título de um filme de 1944, em que alguém pode ter suas memórias e percepção lentamente manipuladas para pensar que estava louco. Nos tempos modernos, este termo normalmente é citado como uma forma de controle mental, utilizado em relacionamentos como um meio de intimidação. Assim, ele acaba com a auto-estima e auto-confiança da vítima de forma que ela começa a acreditar que não é capaz de ser independente. É muito importante entender a evidência do caso de estudo acima. Antes que comece qualquer terapia de regressão, a primeira coisa que precisa estar ciente é que você não quer criar nenhuma memória falsa. A segunda coisa é que qualquer que seja a memória que a pessoa tenha, ela pode ser ou não baseada em eventos reais. E a terceira coisa é que, isto realmente não importa. O que é importante não é se a memória realmente aconteceu, mas o fato de que o seu cliente acredita que ela aconteceu. Porque assim que ele acredita que ela aconteceu, você tem a criação de um trauma.
De onde vem o trauma? Duas pessoas tiveram a experiência da mesma situação terrível. Uma delas saiu aliviada da situação ter acabado e eles estavam seguros de novo. Enquanto isto, a outra pessoa sempre olhava para trás para o mesmo evento, revivendo ele de novo e de novo, ficando assustado a cada vez que pensava nele, e sendo traumatizada de novo repetidamente. Mas o trauma não vêm de um evento, e sim da revivência do evento e da forte emoção negativa associada à ele. Ao retirar a emoção forte você também retira o trauma. ESTUDO DE CASO Por que aliviar todo o trauma emocional com medicina de bloqueio Beta nem sempre é bom Dr. Merel Kindt, professora de psicologia clínica experimental da universidade de Amsterdã, teve um sujeito que foi passar férias no sul da África. Em uma noite durante as suas férias, um assaltante armado entrou na casa e ficou ao lado da cama com uma arma. A mulher achou que ia morrer. O assaltante apenas queria roubar os bens valiosos dela, mas a experiência deixou a mulher traumatizada. Ela sobreviveu, retornou à sua casa na Holanda e tentou seguir com sua vida. Mas ela não conseguia dormir e nem comer. Ela teve uma crise emocional e a sua vida se tornou miserável. Então, durante uma de suas sessões, a Dr. Kindt deu à ela uma dose de um remédio chamado propranolol, antes de reviver o evento passo a passo em detalhes gráficos. O propranolol é um bloqueador beta que inibe a resposta de medo e dilui todas as emoções. Então, a mulher estava revivendo o trauma porém sem conteúdo emocional. E adivinhe o que aconteceu? Ela foi pra casa e dormiu como uma pedra pela primeira vez depois de muito tempo. Quando ela acordou no outro dia, o trauma não existia mais. Ela ainda podia se lembrar do evento, porém, quando ela pensava nele ela não tinha nenhuma emoção e medo. A memória não faz ela se sentir diferente, então não existe trauma. Parece muito bom para ser verdade, certo? Mas é. O lado ruim de usar este beta- bloqueador é que ele remove todas as emoções, as ruins e as boas. Para experimentar com a droga a Dr. Kindt tomou quando a sua filha estava dando a luz à uma criança. Durante o trabalho de parto da sua filha, a Dr. Kindt ficou muito relaxada. Porém, quando ela se lembra hoje em dia isto parece estranho. Ela pode se lembrar do evento, mas sem nenhum tipo de emoção. Ela perdeu a experiência da felicidade de um dia tão belo. Como ela mesmo diz, a emoção “dá cor à experiência”. Aqui é onde a hipnose tem vantagem. Primeiro, como hipnotista, você não precisa recorrer à drogas para remover emoções. Mas o que é melhor ainda é você separar as emoções para deixar as positivas intactas enquanto protege as pessoas de suas emoções negativas para que elas possam aprender através destas experiências, mas sem serem traumatizadas. Então, em vez de desejar que algo nunca tivesse acontecido, de certo modo eles estavam felizes sobre o evento ter acontecido, pois eles podem aprender algo valioso a partir dele. E esta é a verdadeira essência da terapia de regressão.
Hipnoterapia e Memória: conectando os pontos Para acessar as memórias de alguém, você precisa falar com a mente inconsciente desta pessoa porque é onde as memórias estão salvas. Para entender como a memória realmente funciona, pense nela como uma escala contínua. Você tem a sua memória normal, mas além dela existem 3 níveis adicionais de intensidade. A ilustração abaixo explica cada um destes níveis:
Regressão vs. Revivificação: Qual é a diferença? Quando você está usando hipnoterapia é importante analisar como o seu cliente está vivenciando uma memória para que você usar isso e colocá-lo mais profundo na experiência (se necessário). Mas você vai se focar em atingir uma revivificação ou na regressão completa? Para descobrir vamos destrinchar estes termos em um pouco mais de detalhes. Revivificação, como mencionado anteriormente, se refere à reviver uma memória no presente. É ter uma memória na sua cabeça como se estivesse em uma TV ou tela de cinema, porém as emoções são sentidas no corpo como se a experiência estivesse ocorrendo agora. Você está observando o momento, mas agora você não está no momento. Você está trazendo a experiência de volta à vida, porém como um observador externo. Durante uma revivificação, por exemplo, o seu cliente poderia dizer algo como: “Ele está subindo em sua bicicleta nova”. A regressão, por outro lado, se refere à vivenciar totalmente uma memória em primeira pessoa. É como se você literalmente estivesse lá naquele tempo e local experimentando como se fosse a primeira vez, sem consciência do tempo presente. Você não está observando a memória; você está participando nela. O seu cliente está no momento atuando e falando como ele teria feito naquele momento. Durante a regressão, ele pode dizer algo como: “Eu estou subindo na minha nova bicicleta”. A verdade é que não há uma verdadeira diferença entre uma revivificação e uma regressão. Assim que você atinge a revivificação, a terapia irá funcionar. Não importa se a pessoa consegue se ver como criança ou não porque a revivificação é suficiente para fazer o trabalho. Quando as emoções e experiências revivificam e vêm para a vida, você é capaz de fazer o trabalho de mudança. Porém, é importante não se prender na idéia de uma regressão. Você precisa deixar as coisas simples e usar a mínima quantidade de esforço necessária para conseguir o máximo de resultados. Você está trabalhando no nível das emoções porque quando você muda o modo como alguém se sente, você o deixa livre para pensar e se comportar de forma diferente. Você também está trabalhando no nível dos pensamentos, das coisas que eles acreditam sobre o evento e porque estes pensamentos estão gerando as emoções. E você está usando metáforas e simbolismo para conseguir os resultados. Vamos pensar de outro jeito. Imagine que você está assistindo à um filme e está pensando que ele não faz sentido e nunca poderia acontecer na realidade. Você não está engajado, então isto te coloca fora da experiência e ela não te afeta. No entanto, um filme melhor te engaja emocionalmente. Você sabe que está assistindo à um filme, porém, quando o herói se assusta, você se assusta. Quando ele está em apuros, você fica preocupado. Quando algo bom acontece, você fica empolgado. E um filme ainda melhor é tão fascinante que você perde a noção de tudo ao seu redor. Você temporariamente esquece que você é você. Então você sente o que acontece com o herói como se estivesse acontecendo com você. Quando a vida do herói é ameaçada você sente como se a sua vida estivesse ameaçada. Quando o herói leva um tiro, você sente angústia e tristeza, como se isto tivesse realmente acontecido. E é assim que é uma regressão. É uma revivificação, porém é tão intensa, que você esquece da sua existência ao redor dela. NOTA IMPORTANTE: Durante uma revivificação clássica, não é incomum que as pessoas mudem o seu modo de falar como sussurros, gagueira, maneirismos e gestos nervosos que eles tiveram durante o momento do evento. Eles podem até mesmo começar a atuar e a falar como crianças se eles estão revivenciando uma memória de infância. Este é um bom sinal de que o processo se moveu de uma revificação para uma regressão. Vale ressaltar que existem pessoas que argumentam que regressão não existe. Eles dizem que tudo é revivificação e que quando alguém parece estar regredindo, na verdade eles estão atuando. Se fosse assim, nem mesmo um ator de Hollywood seria suficiente para este papel. Uma regressão não pode ser fingida. Seria incrivelmente difícil recriar precisamente a voz, maneirismos, nível de medo e de outras emoções de uma criança de 4 anos, por exemplo. Mas independentemente se você atingiu a regressão ou não, quando conseguir a revivificação você pode fazer qualquer trabalho que quiser. Outra coisa importante para se ressaltar é que em casos de trauma extremo, como um grave abuso físico, mental ou sexual, o hipnotista deve tomar cuidado e pode não querer levar o cliente além do nível de uma revivificação. Mover um cliente muito rapidamente em uma regressão poderia criar um nível de emoção do qual ele não é capaz de lidar e consequentemente causar uma grave ab- reação. Se você quer trabalhar com casos de traumas severos, é importante que você receba treinamento extra nestas áreas específicas.
Lidando com uma Ab-reação Uma ab-reação é uma resposta emocional intensa ao trauma ou à memória do trauma. Não é apenas uma grande descarga emocional, que geralmente é catártico, mas sim um descontrole completo! O cliente fica fora de controle emocionalmente e não está mais na realidade presente. Felizmente isso é raro de acontecer. As pessoas são sugadas para uma antiga experiência traumática e ficam revivendo ela bem na sua frente. Elas podem se perder do mundo externo completamente. Podem ficar com tanto pânico que podem começar a tremer como uma folha de árvore ao vento. Elas podem estar com tanta raiva ou mágoa que eles não conseguem aguentar. Eles estão revivendo ou revivificando o evento de uma forma que os está traumatizando de novo. Elas podem começar a soluçar sem cotrole, gritar ou se encolher completamente no medo, de um jeito que fica muito difícil alcançá-los. E o único jeito de lidar com isso é criando um mecanismo de segurança ou gatilho de segurança para que você possa puxá- los de volta se necessário. Para que ab-reações sejam terapêuticas elas precisam ser controladas, então elas são catárticas e liberam emoções, em vez de serem traumáticas e causarem mais emoções negativas. Então antes de fazer qualquer trabalho de regressão é sempre bom você explicar: 1. Durante o pre-talk, criar rapport, investigar os parâmetros do problema e então começar o procedimento padrão quando você estiver pronto para hipnotizar; 2. Deixar o cliente saber que a sua voz estará com ele durante todo o tempo da sessão de hipnose; 3. Pedir a seu cliente para sentir o seu corpo sentado na cadeira para saber que ele está seguro (uma sugestão hipnótica para ancorá-lo no momento presente, como um mecanismo de segurança); 4. Deixá-lo saber que ele pode falar com você durante o transe ou usar sinais de dedo, caso você prefira; 5. Explicar que durante a sessão ele pode sentir uma emoção forte, que pode ser intensa, mas vai durar apenas por um curto instante; 6. Perguntar se ele está de acordo com isto e se ele não tiver nenhuma pergunta ou preocupação, proceder para a indução. Existem algumas coisas que você precisa estar ciente para responder uma ab-reação como hipnotista. Primeiramente, se uma ab-reação está relacionada com o trabalho que você está fazendo e você pode dissociar a emoção para um nível em que seja possível lidar com ela sem traumatizar o cliente de novo, então você pode utilizá-la, continuar a regressão e lidar com o material traumático na hora. Se a ab-reação não é relacionada com o trabalho que você está conduzindo, então você precisa contê-la e trazer o cliente de volta com segurança. Para fazer isto, sempre siga o procedimento de 5 passos abaixo: 1. Sinta a cadeira e saiba que está seguro: Este é o gatilho de segurança que você instalou durante o pre-talk. Antes de fazer qualquer coisa você deve criar este gatilho. Você está dando a seu cliente um lugar seguro do qual ele pode visitar novamente quando precisar. De volta ao presente, sentindo a cadeira embaixo dele e se sentindo seguro. Não precisa ser a cadeira, poderia ser qualquer coisa que esteja associada com um sentimento de segurança. Por exemplo, se você está fazendo hipnose de rua, poderia ser “sinta os seus pés no chão e saiba que está seguro”. 2. Não toque: Em todo momento que você toca um cliente, este toque pode agir como um gatilho. Se você tocá-los durante uma ab-reação, mesmo que sem intenção, você poderia estar inadvertidamente criando um gatilho. Isto significa que qualquer um que o toque da mesma forma no futuro poderia disparar toda a ab-reação de novo. Então, para garantir que isto não aconteça, evite tocá-lo. 3. Fique Calmo: é importante que o seu cliente sinta que você está no controle, mesmo que ele não esteja. Você não quer prejudicá-lo ainda mais. Ao ficar calmo você dá a ele uma sensação de segurança, de que este tipo de coisa não é estranha ou incomum, e que é algo com o que você já lidou antes. Ou seja, você pode lidar com ela, o que lhe dá a confiança necessária para lidar com ela também. 4. Deixe a cena sumir: Você quer colocar uma distância entre ele e o que quer que seja que ele esteja vivenciando. A forma mais rápida e mais simples de fazer isto é dizer: “volte para a sala e deixe a cena sumir”. Não é mágico, é apenas uma instrução que diz para ele para parar de pensar sobre isto. Para deixar ir embora, afastar e colocar uma parede ou vidraça entre a cena e ele. Estes são exemplos que você pode utilizar para separá-lo do evento ou da cena que está causando o trauma. 5. Emergir: quando ele volta de um estado de ab-reação para o momento presente a segurança da cadeira, distraia-o falando de outra coisa, fazendo-o se levantar, oferecendo água, etc. Não toque no assunto. Se ele perguntar o que aconteceu, simplesmente diga que foi uma reação emocional. Diga que não foi nada incomum, que é algo que ocorre ocasionalmente durante uma sessão de hipnose. Diga que é algo que você pode ajudá-lo a lidar em algum momento, se e quando ele se sentir pronto. NOTA IMPORTANTE: calmamente repita os passos 3 e 4 quantas vezes for necessário, e por quanto tempo for necessário, até que o cliente tenha consciência do momento presente com você. Não pare de repetir as sugestões e, o que quer que você faça, nunca deixe alguém em sua própria ab-reação ficar em silêncio.
3 Princípios essenciais de comportamento para a terapia de regressão Já que a terapia de regressão lida com as memórias e as emoções associadas das pessoas, é essencial que você entenda como neutralizar e lidar com emoções fortes, como raiva e medo, quando elas surgirem. Na seção abaixo, você vai entender 3 dos mais importantes princípios de comportamento que você como um hipnotista precisa saber: 1. Comportamento vs Intenção; 2. Como as emoções negativas inibem a mudança; 3. Perdoando e deixando pra lá; Comportamento vs. Intenção Todo comportamento é motivado por uma intenção positiva. Não importa quão ruim ou danificado seja o comportamento, a intenção por trás dele sempre é positiva. Por exemplo, imagine alguém que é irritado, sempre perde a paciência com as pessoas, mas depois sempre se arrepende. Qual é a intenção por trás do comportamento? Se a pessoa estava com medo de rejeição, então os seus instintos farão com que ela queira se proteger da possibilidade de qualquer futura rejeição. A sua mente inconsciente colocaria o seu escudo protetor em volta dela antes que qualquer rejeição futura possa acontecer. Pode ser que esta pessoa não esteja ganhando o amor e atenção que precisa, então ela afasta inconscientemente as pessoas braço e se protege de qualquer rejeição futura. E isto é mostrado no seu comportamento de irritação e na sua expressão de raiva. Ela está agindo de um modo negativo, mas para tentar atingir alguma coisa. O resultado imediato é positivo – ela está realmente se protegendo – mas está fazendo isto de um jeito que certamente irá preveni-la de conseguir o amor que tão desesperadamente procura. Mas se você simplesmente tentar mudar este comportamento, a sua mente inconsciente vai tentar resistir porque ela pensa que o objetivo está sendo ameaçado. Então o seu objetivo não é mudar o comportamento, mas sim fazer com que o seu cliente aceite a intenção.
Então, assim que você fizer o cliente aceitar que a intenção é positiva, você poderá ajudá-lo a criar um comportamento benéfico e ainda permitirá que ele consigo aquilo que tanto queria. Ou seja, ele ainda será capaz de se proteger, mas sem afastar as pessoas! Como emoções negativas inibem a mudança Outra coisa que atrapalha a mudança são as emoções negativas. Dois dos maiores culpados são o medo e a raiva. E apesar de que a maioria das pessoas considerarem o medo e a raiva emoções negativas, eles possuem um propósito inegável. O medo existe para fazer você tomar uma ação que vai te proteger ou para não tomar uma ação que vai colocá-lo em perigo. Se você está caminhando no meio da rodovia e um caminhão vêm em sua direção muito rápido, o medo faz com que você pule para fora. Da mesma forma, se você está esperando para cruzar a rodovia e este caminhão está vindo muito rápido, o medo faz com que você fique paralisado até que o perigo passe. Existem duas coisas capazes de eliminar o medo completamente… Um é a extrema esperança, e o outro é a ausência de esperança. A esperança trás a ideia de expectativa, enquanto a falta de esperança significa que você pode aceitar o resultado. Dos dois jeitos, o medo não pode existir. ESTUDO DE CASO Na face da morte – Esperança extrema vs. ausência de esperança Olhe de volta para os eventos que ocorreram na igreja Emmanuel AME no terrível dia em junho de 2015. Deveria ser apenas outro dia de aula de bíblia, mas se tornou uma das mais chocantes e horríveis chacinas da história recente. Começou inocentemente. As pessoas se juntaram para rezar do mesmo jeito que faziam toda semana. Mas em cerca de uma hora tudo mudou. Dylann Storm Roof, que estava rezando junto com todo mundo, começou a atirar de repente. A congregação ficou atordoada. No início eles estavam com medo e tentaram pensar em um jeito de fugir. Eles queriam sair dali e viver o resto de suas vidas. Eles queriam manter as suas crianças, amigos e vizinhos seguros. Um por um, o atirador foi matando a todos. Para os sobreviventes, havia ainda um elemento de esperança de que eles seriam resgatados ou salvos. Mesmo assistindo os últimos suspiros de seus parentes e amigos. Eventualmente, no entanto, ninguém chegou e fugir era impossível, então eles entenderam a realidade da situação. A ameaça era inescapável, então eles começaram a aceitar o que estava por vir. Não havia mais nenhuma esperança, e por eles terem aceitado o inevitável, não havia nada mais para ter medo. Das 12 pessoas naquele dia, 9 perderam as suas vidas. Um dos 3 sobreviventes, Polly Sheppard, estava escondida debaixo de uma mesa. Quando o tiroteio parou, ela levantou e olhou o atirador nos olhos, como que dizendo: “vá, atire, faça o seu pior”. Mas o atirador disse à ela que não iria atirar. Ele disse que a iria deixar viva para que ela pudesse contar a história do que aconteceu. A raiva, por outro lado, é sobre limites. Todo mundo possui os seus limites mentais, emocionais e físicos, e quando alguém os quebra eles ficam com raiva. Eles os afastam e definem os limites para que o senso de equilíbrio seja restaurado. A raiva deles lhes dá uma energia psicológica suficiente para afastar as pessoas à força e redefinir uma distância segura entre eles. Mas a raiva é uma emoção destrutiva para carregar além dos limites do evento invasivo. Se a pessoa continuar quebrando os limites sem parar, e a pessoa cujo limite foi quebrado não sair da proximidade desse invasor podem surgir problemas de raiva crônicos. Isso pode destrui- lo internamente, e levar à discussões, abuso físico, investidas e auto-destruição. Como outras emoções negativas, a raiva evoca a resposta de luta ou fuga do corpo, causando a liberação de hormônios de estresse, como adrenalina e cortisol. Muito estresse pode resultar em muitos problemas de saúde, incluindo ansiedade, depressão, insônia, hipertensão, ataque do coração e derrame. E o único modo de se livrar da raiva é praticando o perdão. No tribunal, em 5 de novembro de 2003, Gary Leon Ridgway assumia a culpa pelo assassinato de 48 mulheres nos Estados Unidos. Ridgway sentou e escutou cada um dos parentes das vítimas o condenarem. Eles o chamavam de animal, dizendo que queriam que ele sofresse uma longa e dolorosa morta, e esperavam que ele fosse para o inferno, que era onde ele pertencia. Apesar do óbvio ódio e antipatia, o homem ficou com o rosto imóvel e sem emoções porque esta era a raiva que ele esperava e que sentiu que ele merecia. Mas então, o pai de uma das vítimas começou a falar. O pai disse que Ridgway fez com que fosse muito difícil para ele continuar a viver do modo que ele acreditava. E o que ele acreditava era no poder do perdão. Então ele disse à Ridgway: “Você está perdoado, senhor.” Esta resposta inesperada fez com que o homem condenado despencasse em lágrimas. O peso e a enormidade da raiva de Ridgway foi liberada em um instante, por 4 palavras simples expressando perdão. O perdão Então, de onde o medo e a raiva crônicas vem? Eles são o resultado de um evento passado que está sendo emocionalmente revivido, de novo e de novo. Uma situação onde uma ou mais pessoas são percebidas como tendo feito algo à outra pessoa, ou as deixado para baixo. E mesmo que a situação tenha acontecido décadas atrás, ainda está causando problemas até hoje. Está latente na mente inconsciente, fornecendo o combustível que mantém o medo ou a raiva, escondidos abaixo da superfície, porém capazes de emergir a qualquer momento. É por isso que a terapia de regressão é uma ferramenta tão poderosa. Ela coloca o cliente de volta no evento inicial para que ele possa confrontá-lo e resolvê-lo. Ela o deixa soltar as suas emoções negativas de maneira saudável e positiva, eliminando as chamas que ameaçam emergir e tomar o seu corpo e mente com medo, raiva, mágoa ou culpa novamente. Este é o objetivo de uma regressão – liberar esta energia emocional de uma maneira saudável que permita ao cliente manter quaisquer lições que tenha aprendido, porém sem ficar preso à aquela emoção negativa. O processo de abandonar essas emoções negativas e destrutivas é chamado de perdão. Quando alguém pratica o perdão não quer dizer que ele precisa amar a pessoa em questão. Ou que ele aceita aquele comportamento. Mas para crescer e continuar vivendo, uma aceitação do que aconteceu é essencial. Isso aconteceu e nada pode mudar isso. Isto significa acabar com a ligação emocional entre emoções negativas e o objeto da emoção, e abandonar essa emoção oculta que está machucando aos poucos. Porque assim que a pessoa abandonar isso o problema desaparece. Quando eles são capazes de perdoar outra pessoa, esta pessoa não mais vai ocupar os seus pensamentos. Eles não vão ter mais um relacionamento “emocional” com eles. A menção dos seus nomes não vai mais ser capaz de ativar aquelas emoções negativas e trazer aqueles sentimentos destrutivos de volta para a superfície porque o problema não existe mais. Isto é o significado de perdão. É um modo de quebrar o circuito da dor. Cortar a raiz. É uma coisa que alguém faz só para a sua própria paz interior – e não para outra pessoa. Eles abandonam a emoção e mantém o aprendizado. E se houver uma ameaça no futuro, a raiva ou medo pode retornar por um instante para mantê-los seguros, mas irão embora em um instante, deixando-os em paz e sem problemas.
Criando a Confiança do Cliente Através do Tom de Voz e Ternura Como Hipnotista, você sempre deve estar confiante e calmo. Se você perder o controle das emoções isso é uma sugestão muito ruim para se dar à um cliente. Você está basicamente dizendo que a situação está tão bagunçada que nem você está conseguindo lidar com ela. Então, você precisa mostrar que não é complicado. Não menosprezando ou diminuindo o problema deles, mas sim garantindo à eles que você já viu algo parecido antes. Imagine que você está em uma aventura do Indiana Jones e você está preso em um ninho de cobras. Há dois Indiana Jones lá. O primeiro diz: “Ah, isto é realmente ruim, nós vamos morrer!” O segundo diz: “Oh, cobras, eu já passei por isso antes. Nada demais. Apenas me siga.” Qual dos dois você seguiria? O segundo. E como ele, você precisa de um ar de confiança. Confiança é um sinal de competência, de que você já viu e lidou com isto antes, que não é algo grande para você. E isto dá ao cliente uma sensação de que ele também será capaz de lidar com isto . Também é muito importante que você tenha um tratamento gentil e cuidadoso. De forma parecido com que uma boa mãe cuida de um machucado na perna do filho. Metaforicamente, você precisa beijar o machucado, colocar um band-aid mágico e garantir para ele que está tudo bem. É o mesmo tipo de atitude que você reconhece que eles estão com dor emocional. Você é gentil com eles por causa disso, então você não vai forçar a barra. A confiança mostra competência, e a gentileza mostra que você não vai empurrá-los para algo muito rápido e fazer as coisas piorarem. Tudo isso são sugestões simbólicas de que você está em controle. Elas dizem ao cliente que você pode lidar com a situação e possui mais poder do que o problema. Isto gera uma sensação de confiança no cliente de que você sabe o que está fazendo. Assim que eles tiverem confiança em você, eles também terão confiança neles mesmos porque são eles que geram a sensação de confiança. E assim que eles tiveram mais confiança, eles terão mais poder do que o problema.
Uma questão de privacidade: Quando utilizar terapia livre de conteúdo As vezes um cliente pode não querer divulgar os detalhes exatos relacionados ao problema pelo qual ele veio te ver. Isto pode ser porque ele sente vergonha ou porque o evento foi tão traumático que ele ainda não está pronto para falar sobre ele. Pode haver vários motivos pelo qual um cliente pode não ser capaz de compartilhar os detalhes de seu problema. Em alguns casos, as circunstâncias podem ser um fator contribuinte. Por exemplo, se ele está em público, como num curso de hipnose, então este ambiente pode fazê-lo se sentir pior. Se o curso está sendo gravado, então haverá um registro histórico que outras pessoas poderão ver, portanto, eles podem não querem compartilhar os detalhes do evento traumático nestas circunstâncias. Se a situação é privada, o que vai ser na maioria dos casos, você pode perguntar gentilmente à seu cliente porque ele não quer divulgar os detalhes para ver se há algum meio de ajudá-lo a aliviar a sua ansiedade. Se depois desta discussão ele ainda não se sentir confortável para revelar os detalhes de seu problema, você pode proceder para o que é conhecido como terapia livre de conteúdo. Enquanto saber exatamente o que é problema facilita o seu trabalho, você ainda pode ajudar o seu cliente prestando atenção em seu estado emocional e procurando por sinais de transe. Todo trabalho de regressão é feito usando linguagem metafórica e simbólica, não sendo necessário saber exatamente qual é o problema. Você pode ver quando um cliente fica irritado, bravo, nervoso ou amedrontado. Você pode continuar analisando que eles estão bem por meio de sinais verbais ou não-verbais, e tirá-los da memória quando necessário. Ao prestar atenção no cliente simplesmente fará com que você seja capaz de dizer quando alguma coisa mudou para eles. Mas uma das formas mais efetivas e eficaz para a terapia livre de conteúdo é pedir à eles para fazer uso de um símbolo como ponto focal. Por exemplo, alguém que é religioso poderia ir à um curandeiro religioso. O curandeiro então diria algo como o seguinte: ”Em algum momento o seu anjo da guarda virá para a sala. Me avise quando você sentir a presença dele. Ótimo. Agora deixe que o anjo te cure. Me diga quando estiver feito.” O cliente diz ao curandeiro que está feito, e o curandeiro diz ao cliente para ir para casa e ficar curado. O problema foi resolvido através de simbolismo. Você não precisa de uma regressão porque a atitude total do cliente fez a mudança. E, de novo, isto é simbolismo. São metáforas. O aspecto mais importante para o trabalho com mudanças generativas, que é hipnose sem conteúdo, é você achar o símbolo do seu cliente. Pergunte para ele qual símbolo representa uma forma poderosa o suficiente para lidar e resolver o seu problema. Alguns exemplos são o super-homem, a madre Teresa, o sol (ou outros elementos terrestres), uma poderosa espada, fada, um mago, etc. O motivo de achar o símbolo de seu cliente em vez de usar o que você acha que seria poderoso é que cada um de nós temos a nossa própria simbologia arquetípica que criamos ao longo de nossas vidas. E o significado dela é diferente para cada pessoa.
E se lembre, é apenas uma técnica! E a última coisa que gostaríamos de compartilhar na primeira parte deste guia de terapia de regressão é a seguinte… Tente não ficar preso às técnicas! Se lembre de que regressão é simplesmente o processo, onde o seu trabalho é fazer o cliente reviver, obter recursos e reintegrar. Isto é basicamente tudo o que você precisa fazer. As técnicas irão te ajudar à aprender o processo o suficiente para se algo não estiver funcionando você será sempre capaz de voltar um ou dois passos (ou mais) para ajeitar e refinar tudo o que for necessário. A forma mais fácil de fazer uma regressão é apenas seguir a emoção. Se a emoção é realmente forte, então o cliente já regrediu de alguma forma. Apenas diga para ele para seguir a emoção para a primeira vez que ele a sentiu. Você vai ter o transe por pressuposição e a memória vai começar à vir. REGRESSÃO HIPNÓTICA: O GUIA PASSO A PASSO COMPLETO – PARTE 1 Neste artigo, os 12 passos do método de regressão será descrito passo a passo. Então, o mesmo método será mostrado em prática novamente, porém de modo conversacional! NOTAS: No exemplo abaixo, o cliente é muitas vezes referido como o “adulto” e “criança”. Isso é baseado na suposição de que a memória ou trauma emocional que você está tentando dissolver aconteceu na sua infância (então você está regredindo e avançando entre a idade adulta e a infância). É claro que isso pode não ser sempre o caso. Enquanto você faz cada um dos passos, é importante continuamente dar incentivo e coragem ao seu cliente. Diga que ele está indo muito bem, aumentando sua auto-confiança, comente como está lidando bem com aquilo e continuando aumentando a auto-crença dela em todas oportunidades que conseguir! O método de 12 passos da Hipnose Regressiva Passo 1: Induzir o transe e regredir Em uma conversa normal seu cliente te conta sobre o atual problema. Então, você irá decidir se a regressão (ou revivificação) será a melhor forma de terapia para ser usada. Neste passos você está procurando uma revelação de alguma forte ligação emocional com algum evento de seu passado que precisa ser considerado. Quando você decidir usar uma regressão: “Vá primeiro” e estabeleça uma intenção bem sucedida para a sessão de hipnose; Seja confiante e crie um forte rapport com o seu cliente para que ele confie em você o suficiente para estar disposto à lidar com seu problema; Deixe-o ciente que você possui as habilidades para ajudá-lo a resolver o seu problema – é muito importante que ele se sinta seguro com você. Então, comece pedindo um simples ato de cumplicidade, por exemplo, que ele olhe e preste atenção em você. Quando você conseguir isso, o próximo passo é criar um mecanismo de segurança para lidar com qualquer abreação que puder acontecer. Em seguida, diga a ele que todo e qualquer som que ele ouvir vai ajudá-lo a ir ainda mais profundo em sua experiência, relaxar ainda mais. Você quer que ele foque em sua voz e não no som de alguém trabalhando lá fora na rua, atrapalhando assim a experiência do cliente. Isto é sobre concentração. A sua voz o guiará o tempo todo e você estará sempre com ele. Esta é uma sugestão para que ele não se perca de você. Você o está fornecendo uma linha de vida, então não importa o quão imerso ele estiver em suas memórias, ele não vai se esquecer de te ouvir. Você estará ali guiando ele com isto e a sua voz vai acompanhar. Isso o dará uma sensação de segurança e o conhecimento de que ele não estará sozinho neste trajeto. Diga à ele para sentir a cadeira embaixo dele e ficar ciente que está seguro. Fazendo isto, você está criando uma âncora de segurança. Se as coisas ficarem muito feias, por exemplo, se ele começar uma abreação, você será capaz de trazê-lo de volta e lembrá-lo de sentir a cadeira embaixo dele, que foi associada com o sentimento de se sentir seguro. Ele irá se sentir seguro porque você fez a sugestão de que quando ele sentir a cadeira embaixo dele, então ele vai se sentir seguro. Não precisa ser a cadeira. Poderia ser a respiração dele, um toque no pulso ou até a pressão em seus pés se ele estiver em pé. Não importa qual é a conexão, desde que exista uma associação de segurança conectada à ela. Quando seu cliente estiver complacente e preparado, comece com a indução hipnótica de sua preferência. Por exemplo, você pode utilizar da indução de relaxamento ou guiá-los em uma descida por uma escada, dando as suas sugestões de transe à cada passo. Aprofunde o transe até que ele esteja relaxado e seguindo as suas sugestões com facilidade. Diga em voz alta que em algum momento você vai tocar o seu ombro e a emoção do evento do qual foi falado vai vir à tona. Ela será forte o suficiente para que seja sentida, mas fraca o bastante para não tomá-lo por completo. Então, confirme se o seu cliente está de acordo com isto. Porém, esta confirmação depende de sua abordagem. Algumas pessoas são mais permissivas, enquanto outras são mais autoritárias. A abordagem permissiva tem o objetivo de fazer o cliente se sentir bem cuidado, tratando-o de forma paterna ou materna. Isto o ajuda a construir novamente a sua confiança, dando-lhe escolhas. Dizendo- lhe para voltar à primeira experiência daquela emoção e lhe perguntando: “você está bem com isto?”. Isso dá poder para ele porque fazer uma escolha. Se ele disser “não”, você pode simplesmente dizer: ”Tudo bem. Você sente que não está preparado para isto ainda?” “Você precisa de alguma coisa primeiro?”, “Tem alguma coisa que você queira adicionar antes?” Ele pode fazer escolhas, que naturalmente vão dar poder para ele. No entanto, a abordagem autoritária poderia dizer algo como: “Vá agora para a sua primeira memória desta sensação.” Se o estilo de ser direto e autoritário for usado de forma forçada com alguém pode tirar o poder, mas mesmo assim vai funcionar. E em algumas situações, ele pode ser necessário. Mas use o seu próprio julgamento para fazer uso da melhor abordagem. Nos dois casos, o cliente precisa sentir que o terapeuta é mais forte do que o seu problema – assim ele terá fé no terapeuta, mesmo quando não terá mais fé nele mesmo. Assim, diga à ele que você irá contar de 3 até 1 e ele irá voltar para o primeiro momento em que ele experimentou daquela emoção. Garanta que assim que ele chegar lá, você vai trazê-lo de volta para que ele esteja sempre seguro. Será intenso por um momento, mas então terá acabado de novo. Confirme se ele está de acordo com isto. Então, pergunte se ele está pronto para começar. Passo 2: Oriente completamente Aqui, você toca o ombro de seu cliente e diz a ele para voltar no momento quando ele teve a experiência pela primeira vez da emoção da qual ele está tentando mudar. Pode ser que o seu cliente não vá direto ao evento inicial na primeira tentativa. Isso é normal. Então, continue fazendo ele regredir até o momento em que ele atinja o evento inicial, isto é, o ponto aonde a emoção apareceu pela primeira vez. Aqui estão alguns exemplos úteis de perguntas que você pode fazer para ajudá- lo a se orientar: Você está dentro ou fora? É dia ou noite? Quantos anos você tem? Você está sozinho ou com outros? O que você vê ou sente? Fazer estes tipos de perguntas é importante porque… Lembra-se da síndrome de falsas memórias mencionada na parte 1? O que você não quer é fazer perguntas que acidentalmente sugerem uma porção da experiência. Por exemplo, se você perguntar: “Qual a sua idade… por volta de 7 anos?” Você teria acabado de fazer uma sugestão que poderia estar alterando a memória. Perguntas neutras, como citadas acima, dão a escolha dele se lembrar de qualquer tipo de situação que possa ter ocorrido. Então quando você pergunta: “Você está dentro ou fora?”, a resposta precisa ser uma ou a outra; Mas você o está dando a escolha de responder baseado no que ele se lembra, ou pensa que se lembra, em vez de responder com base no que você poderia estar sugerindo. Por exemplo, se você perguntar: “Você está dentro?”, esta é uma sugestão. Da mesma forma, se você perguntar: “O seu abusador está presente?”, alguns podem dizer que não, enquanto outros irão colocar o seu abusador na cena porque eles estão agindo conforme as suas sugestões. Então, mais uma vez, você fez uma sugestão com potencial para alterar a memória. É muito importante que você nunca faça à seu cliente uma pergunta que dê sugestões sobre o que eles possam encontrar. Deixe as suas perguntas curtas e reduzidas para que você não implante um símbolo visual na experiência de transe do cliente, forçando-o à criar memórias falsas. Mantenha as suas perguntas limpas e trabalhe APENAS com base nas informações que seu cliente te der. Espere pela resposta de cada pergunta para determinar se ele regrediu ao evento inicial ou não. Se não ele não regrediu o suficiente, gentilmente toque o seu ombro novamente, repita a contagem de 3-2-1 e peça-o para voltar mais ainda no tempo para a primeira memória em que ele experimentou aquela emoção. Então, faça as mesmas perguntas de orientação novamente para ajudá-lo a localizar a memória correta. NOTA IMPORTANTE: Perguntar ao cliente a sua idade quando você o está orientando é útil porque se o seu cliente sofre de um problema particular desde a infância, mas durante a regressão ele regrediu apenas alguns anos, então você saberá que precisa voltar mais no tempo. As pessoas sempre perguntam se é necessário voltar ao evento inicial, aquele que causou o trauma inicialmente. O que é importante lembrar é que estes eventos iniciais são metáforas, e não realidades. Metaforicamente, as pessoas estão presas na ideia de que este evento é que causou o trauma. Se você voltar lá e consertá-lo, elas pensarão: “ah, que ótimo, está consertado agora. Não há necessidade agora para mim de ter as versões posteriores deste evento”. Mas não há mágica no evento inicial. Desde que o cliente acredite que lidou com a causa, então ele terá lidado com a causa. Passo 3: Faça Dissociação Quando um cliente chega ao ponto em que está experimentando a emoção pela primeira vez, você precisa trazê-lo de volta para que a emoção não o tome por completo. Deixe-o sentir a emoção muito brevemente, mas traga-o de volta para ele saber que está completamente seguro – e que ele continuará seguro durante o resto da sessão. Então conte 1-2-3, diga à ele que ele está de volta na sala, de volta para o seu “eu” adulto, seguro em sua cadeira e simplesmente deixe a cena sumir como se ele estivesse assistindo ela sumindo na distância. Há dois pontos muito importantes para considerar sobre este passo. Primeiro, o que é uma dissociação? Bem, o problema com o trauma é que as pessoas sentem as coisas erradas como medo ou raiva. Muita raiva faz com que as pessoas fiquem perdidas em suas emoções perdendo todos os seus recursos. A pessoa fica tão consumida por ela que perde o impulso de controle e age de forma violenta. Da mesma forma, o medo se torna um problema quando ele toma parte de você e faz com que você mude o seu comportamento. Por exemplo, você sobe 40 andares de escada para evitar pegar o elevador por causa do receio de que o mesmo quebre e você fique preso. O medo por si só é algo útil que o mantém seguro. Mas quando você está constantemente amedrontado, o seu corpo libera alguns reagentes químicos em excesso como o hormônio cortisol. Ele começa a se machucar e destruir porque algumas emoções são destrutivas. O medo e a raiva são reparos de curto prazo quando vale a pena pagar o preço para evitar uma consequência mais séria. Por exemplo, um pai iria correr para dentro de uma casa em chamas para salvar o seu bebê? Com certeza iria porque perderia muito mais do que alguns químicos em seu corpo se não fosse. De mesma forma, alguém iria pisar com força em seus freios e puxar o freio de mão para evitar uma batida de carro? Com certeza iria. Poderia acabar com os seus pneus, mas a alternativa seria consideravelmente pior. O problema ocorre quando estas emoções negativas se tornam crônicas, especialmente quando o evento não bate com a força mental e física da emoção. Não se engane, o medo e raiva habituais te destroem de dentro à fora. Para evitar que isto aconteça, você precisa de uma proteção deles e da tortura mental que eles geram. De acordo com vários pesquisadores, a assinatura química de uma emoção dura de 5 até 90 segundos. A versão de 90 segundos é a que tem mais pesquisas, então vamos utilizá-la como referência. O que isto nos diz é que qualquer emoção que dure mais do que 90 segundos precisa ser recriada. Uma boa analogia para descrever dissociação é a do dispensador de sabão no banheiro. Toda vez que você aperta o botão um pouco de sabão sai. Mas quando as pessoas estão emocionadas continuam apertando aquele botão. É como se o seu dedo estivesse preso à ele. Isso se torna um hábito inconsciente e eles continuam apertando o botão até que a pia esteja cheia e o sabão esteja vazando pelas beiradas, fazendo uma bagunça pelo chão. Então, uma dissociação é uma maneira de te desconectar do maquinário mental que aperta este botão mental. Ele coloca uma tampa no dispensador, de modo que apertar o botão não irá mais ativá-lo, então o medo não é mais acionado. E o melhor jeito de você fazer isso é através de simbolismo. Por exemplo, imagine que você esteja de frente para um tigre. O quão grande ele pareceria? Muito grande. Você está em perigo? Sim, você provavelmente está. Agora, imagine o tigre à 1 quilômetro de distância de você. O quão grande ele parece agora? Você está no mesmo tipo de perigo? Não, você não está. Então, as idéias de tamanho e distância podem ser utilizadas para nos ensinar de que tudo isto significa segurança. O modo de lidar com abreações, mencionado na parte 1, é basicamente sobre dissociação. Quando você diz para desaparecer com a cena à distância, ou deixar a cena sumir, isto é capaz de dissociá-la o suficiente para que ela pare de interferir, ajudando o seu cliente a conseguir os recursos para se livrar dela. E, em segundo lugar, por que fazer a contagem? Quando você conta 3-2-1 e diz à seu cliente para voltar para a primeira experiência da emoção você está lhe dando um gatilho para algo acontecer. É uma técnica clássica de hipnose. A vai acontecer, e como resultado, B irá acontecer. Você controla A e depois a mente inconsciente vai controlar B. É uma associação que você está criando através de sugestão. O gatilho poderia ser bater palmas, estalar os dedos ou tocar a testa dele. O dispositivo que você usa não é importante. O que importa é que a lógica e o significado de suas instruções sejam claras para a pessoa. É por isso que números funcionam bem aqui. 3-2-1 é como “preparar, apontar e já!” Você usa 3-2-1 para estar na memória e depois 1-2-3 para ficar dissociado da memória. 3-2-1 significa que você está avançando para o presente, e 1-2-3 significa que você regredindo ao passado. A magia está na sugestão e mais especificamente no modo com que o seu cérebro a interpreta. Então, não fique preso na técnica porque a magia não está na técnica, mas sim no cérebro da pessoa. NOTA IMPORTANTE: Para monitorar o estado de seu cliente, preste atenção aos sinais de transe como mudanças na cor da pele, pálpebras trêmulas ou imobilidade. Outros sinais de transe incluem dilatação de pupila, pulso desacelerado, mudanças nos padrões de respiração, um olhar fixo ou brilhante, mudanças no reflexo de piscar, no mecanismo de engolir, fatiga ou fechamento dos olhos, contrações involuntárias musculares, catalepsia de algum membro, mudanças na voz e aumento de respostas passivas. Passo 4: Ressignificação (reframe) Este passo é muito importante para suavizar a ansiedade durante a regressão. Apesar de seu cliente estar apenas experimentando a emoção por um momento muito breve, as chances são de que este momento seja muito intenso e acerte nervos emocionais. Então, é muito importante que você garante novamente de que, não importa o quão intenso foi, ele está completamente seguro agora. Por exemplo, em um exemplo de fobia de cobra, quando a mulher retornou para a primeira experiência, você poderia ouvir distintivamente o medo na voz dela. Ela estava quase chorando. O hipnotista perguntou a ela se ela estava dentro ou fora, se ela estava sozinha ou com outros. Então, ele imediatamente à trouxe de volta: “Isso mesmo, um dois três, adulto na sala, a cena está longe, deixe-a desaparecer na distância. Totalmente, você vê, totalmente desaparecendo – qual a sua idade agora? Qual a sua idade na sala comigo agora?” ”Você tem 42 anos, não é? Isto foi algo forte, não foi. Foi uma correria, você está se acalmando agora, está certo. Cumpri a minha promessa? Foi intenso, não foi? Mas você está bem agora, não está? Você superou isso, não importa o que passou lá atrás, não foi? Você está fazendo um ótimo trabalho, você deveria estar orgulhoso de si mesmo. Porque, acredite ou não, a parte mais difícil já foi, você sabia disso?” Ele a explicou que a sua versão mais nova pensou naquele tempo que ela não iria sobreviver. Então ele disse: “Mas você e eu sabemos que ela sobreviveu a isto, porque senão nós não estaríamos tendo esta conversa agora, certo?” Este é o reframe, dizer ao adulto que eles sabem de algo que a sua versão mais nova não sabe. Dizer a eles que não importa o quão intenso ou aterrorizante a experiência foi, eles superaram, sobreviveram a ela. Eles sabem que é verdade porque eles estão aqui agora. A sua versão mais nova provavelmente não pensou que ele sobreviveria, mas o adulto sabe que ele passou por isto porque aqui ele está, neste ponto de sua vida. Este estágio é sobre checar como o adulto está lidando porque para um cliente que teve uma fobia tão intensa, o hipnotista teve que garantir que a pessoa só entrasse um pouco na memória e experimentasse a intensa emoção por um período muito breve, em condições controladas. Passo 5: Ache dois pontos de segurança A ideia aqui é que o adulto/criança se lembre de uma experiência e do sentimento de segurança antes e depois do evento traumático inicial. Existem duas coisas para considerar nesse passo. Primeiro, o evento inicial se refere ao evento que causou o trauma em primeiro lugar. Você precisa voltar à aquele evento inicial? Não. Você pode usar qualquer memória porque elas são simplesmente representações metafóricas se seu passado. As razões para usar a memória inicial são: É algo sobre crença. Se a pessoa acredita que este evento é onde tudo começou, então ela acreditará que ali é onde termina. Quando aquilo não o incomodar mais, então ele acreditará que aquilo não precisa mais afetá-lo. É a crença que muda e não necessariamente a memória. E quando as crenças mudam, tudo muda. Você poderia trabalhar com a memória mais recente e liberá-la, mas se eles tiverem outras memórias sobre o mesmo sentimento, eles podem acidentalmente recriar o problema pensando nelas. Ao voltar e limpar todas a memórias se cria a sensação de que ele resolveu todos os eventos, em vez de que eles resolveram apenas o último. Você pode fazer regressão em algo que aconteceu recentemente, mas o que realmente importa é a atitude da pessoa no fim da sessão. Ela sente que o problema foi resolvido? A segunda coisa para é que não existe um adulto ou criança dentro do cliente, só ele mesmo. Isto é apenas um símbolo que é útil para mudar o modo com que a pessoa se relaciona à memória. Com o ciclo de segurança à segurança, você precisa identificar um momento de segurança antes e um depois do evento. Houve um momento antes do incidente e depois do mesmo em que o cliente estava seguro. Consiga esta informação perguntando ao adulto quando ele estava em um momento seguro antes e depois do evento. No exemplo da fobia de cobra, a pessoa se sentiu segura logo antes do incidente acontecer. No entanto, ela só foi se sentir segura novamente horas depois quando estava sentada no colo de seu pai na cozinha. Aqui vai outro exemplo. Se o seu cliente revela que enquanto criança, uma vez ele se perdeu quando estava brincando com um amigo no parque, então esta é sua âncora. É o momento logo antes em que sua diversão se transformasse em medo e trauma. E então, depois do evento traumático, se ele estava sendo abraçado pelos pais e se sentindo seguro de novo, então esta é sua outra âncora. Ajudar o seu cliente a encontrar estes pontos de segurança durante uma regressão é muito importante, pois os ajuda a colocar o evento e suas emoções associadas em contexto, fazendo-o menos traumático. NOTA IMPORTANTE: Em alguns raros casos, onde o trauma foi significante ou recente, pode ser que o cliente nunca tenha se sentido seguro de novo, então você pode usar a situação de estar na sala com você agora como o momento seguro após o evento traumático. Passo 6: Explique o ciclo de segurança à segurança ao adulto Explique que você vai pedir à seu cliente para entrar na cena no ponto onde ele estava seguro antes do evento traumático. Então, peça a ele para avançar rapidamente pela parte intensa da cena até o momento de segurança depois do evento. É importante dizer a ele que não será nada próximo da intensidade que ele sentiu da primeira vez. Quando seu cliente estiver pronto, instrua- o a fazer o que você explicou, pedindo à ele para entrar na cena no local de segurança antes do evento, e depois peça para ele se mover rapidamente pelo evento traumático, para o local de segurança depois do evento. Então, conte 1-2-3 e traga-o de volta ao presente, na sala, à salvo com você. Você está preparando a expectativa do cliente, deixando-o na cena, movendo rapidamente por ela e está feito. Depois ele está seguro de novo e sai da cena. Para a moça da fobia de cobra, estar no ônibus, e depois estar em casa de novo com seu pai, eram os momentos em que ela se sentiu segura. Apesar do fato de que ela ainda estava se sentindo aterrorizada após o evento, o pensamento de sentar no colo de seu pai e ficar confortável fez com que ela sorrisse e risse. Tecnicamente ela estava segura muito tempo antes disso, mas ela não se sentia segura. O ciclo de segurança à segurança é uma forma de ressignificar a memória para dar à ela um significado diferente. É uma questão de contexto simbólico. Mudar o significado de algo muda a experiência inteira. Por exemplo, se alguém perguntasse se poderia queimar a sua mão, você diria que não. Mas se ele mostrasse que iria queimar a sua mão ou a de seu filho – e você tivesse que decidir qual a mão que se queimaria – você escolheria a sua própria mão porque simbolicamente a situação tem um significado diferente agora. Outro ponto para considerar é este: Durante este passo com a mulher da fobia de cobra ela ficava amedrontada pela memória da experiência. Assim que o hipnotista notava a mudança em sua expressão facial e em seu tom de voz, ele imediatamente a trazia de volta, dizendo que ela estava segura na sala, para deixar a cena sumir. Então, é importante continuamente monitorar o seu cliente e responder à qualquer mudança similar, porque senão você arrisca deixar o trauma ainda pior. Você pode fazer este ciclo algumas vezes, entrando e saindo mais rápido da experiência. À cada iteração, a emoção se tornará menos e menos intensa porque o seu cliente perceberá que tudo termina de forma completamente segura. Passo 7: O hipnotista orienta o adulto e o adulto orienta a criança O próximo passo envolve o hipnotista explicar ao adulto que, enquanto a criança não sabe que sobreviveu à experiência, o adulto sabe. O adulto está aqui seguro com você na sala hoje. Isto deve ser feito enquanto ele está em transe, e pode ser feito perguntando ao adulto como a sua versão mais nova reagiria se soubesse que ele passaria por uma experiência muito desagradável em breve, mas que ele estaria à salvo de novo depois dela. Pergunte à ele como isto teria o impactado em sua versão mais nova? Naturalmente, isto teria feito ele se sentir muito melhor. Então, neste passo, o hipnotista orienta o adulto, então o adulto orienta a criança, e então faz uma outra iteração da experiência. Mas desta vez, a criança sabe que ficará bem novamente após a experiência. Então, você poderia dizer: “E se você dissesse à sua versão mais nova que ele estaria seguro novamente após a experiência? Isto não faria uma grande diferença? Então vá e diga à ele deste modo especial que só você sabe, que ajudaria a sua versão criança.” Depois peça ao adulto para entrar novamente na iteração, para o momento seguro antes do evento, passando pelo evento, até o momento depois do evento quando ele se sentiu seguro, e então de volta ao presente com você. Por se mover rapidamente pela iteração, de segurança à emoção intensa até a segurança novamente, o evento inteiro começa a se misturar como uma única memória, que apenas aconteceu de possuir uma reação incomum no meio. Tente passar por esta iteração 3 ou mais vezes, dizendo ao sujeito que a cada vez que ele passa por isso de novo, a emoção se torna menos e menos intensa. Você quer que ele passe pelo evento até que a emoção tenha reduzido significativamente. Isto pode ser feito muito rapidamente, apenas dizendo: “Volte para lá, passe pela experiência, e saia da experiência novamente.” Passo 8: Ressignifique o Adulto Enquanto ele ainda está em transe, traga o adulto de volta à sala para que a cena desapareça. Neste momento, você quer deixar o adulto pronto para ajudar a sua versão mais nova, já que eles viveram mais e sobreviveram ao evento traumático, além de terem ganho mais recursos que não possuíam quando criança. Explique ao adulto que ele irá voltar novamente para a época do evento e falar com a criança, com a versão mais nova dele mesmo, para ajudá-lo a entender o que vai acontecer e que ele estará seguro novamente após o evento. O evento pode ter acontecido, mas a criança estava a salvo antes, e ficou a salvo depois. Passo 9: o Adulto orienta a Criança Depois da ressignificação, faça o ciclo de novo e deixe com que o adulto ajudar a sua versão mais nova. A ideia é que o adulto ajude a criança a entender que tudo estava seguro e bem antes do evento, e que tudo estará seguro novamente após o evento. Isto é porque, não importa quão traumático foi o evento, ele sobreviveu. Depois coloque o adulto de novo no ciclo, de volta no tempo, regredindo no tempo para entrar no clico rapidamente, do momento de segurança ao segundo momento de segurança, porém tendo o adulto dizendo à criança que está tudo bem. O evento durou algum tempo, mas acabou agora. A criança estava a salvo antes e depois do evento. Ela sobreviveu. Isto é terapia cognitiva. A palavra orientar implica em empoderamento e sucesso. Quando o adulto está falando com a sua versão criança, isto é só um simbolismo. Ele está lá apenas para falar com ele mesmo. Orientando a criança, o adulto está assumindo uma posição de poder, e se você tem poder como adulto, você também tem poder como criança porque ambos estão coexistindo na mesma pessoa. O adulto está reunindo recursos assim como uma boa mãe ou pai faz para ser um modelo para o filho, o que ajuda a criança. Então, quando a criança vai passar pela experiência novamente, isto se torna uma memória que dá poder. O que costumava traumatizá-lo agora se torna algo que o empodera. Passo 10: Faça esses ciclos várias vezes e ressignifique cada um deles Faça o ciclo até que a emoção tenha sido completamente sugada e substituída por paz ou até mesmo alívio. Você pode fazer isto confirmando com o adulto que: ele se sente seguro; sabe que tudo acabou bem; está fazendo um ótimo trabalho; a emoção está menos e menos intensa à cada vez que ele experimenta de novo; E como hipnotista, você vai notar uma diferença física significativa como resultado de paz, alívio ou até mesmo do empoderamento que ele sente agora.
Neste ponto, você deve ser positivo, incentivando e lembrando o cliente do bom trabalho que ele está fazendo, além dele estar perfeitamente seguro. Este passo é basicamente sobre repetição. Quando ele aceitar o ciclo de segurança à segurança como uma metáfora para ficar seguro no geral, você apenas continua à fazê-lo, enfatizando a segurança à segurança e desenfatizando o problema. Repetindo o ciclo você está condicionando a nova resposta, de modo que ele tenha uma experiência de referência forte de não ter mais o problema. Continue repetindo o ciclo até que não haja mais dúvidas, para depois ele se lembra da nova memória como uma em que o trauma não é mais traumático, mas ao contrário, empoderador. Voltando ao exemplo da fobia de cobra, após fazer 2 ou 3 ciclos ela começa a rir. “Você esperava que você pudesse rir daquele evento?” (Não.) “Mas você está aqui. Aqui você está aproveitando o tempo de sua vida. “ Ela está começando a gostar da experiência, e então ela se torna um recurso real. De fato, algum tempo depois, depois da sessão, ela enviou ao hipnotizador uma foto. Era uma foto dela, em uma loja de animais, com uma jibóia enrolada no pescoço e um enorme sorriso no rosto. Passo 11: Perdão Este passo envolve fazer o adulto perdoar a todos que ele possa ter culpado no passado pelo evento traumático. Perdoando ele pode liberar a emoção negativa que esteve latente na sua mente inconsciente por anos. O adulto pode também falar à criança como está orgulhoso dela, como corajosa ela é. A criança era pequena quando o evento aconteceu. Não tinha muitos recursos. Talvez haviam pessoas naquela época que tinham mais recursos, como irmãos, pais ou outros adultos. Talvez tenha sido possível que eles tivessem protegido a criança, feito alguma coisa diferente que faria toda a situação menos amedrontadora ou a eliminaria totalmente. Porém, é hora do adulto perdoar a todos os envolvidos no evento. O que quer que tenha acontecido pode ter resultado na criança um sentimento de ressentimento ou raiva em direção à outras pessoas – então é importante ouvir o adulto perdoar cada um deles em voz alta. Ou, se ele se sentir mais confortável, ele pode fazer isso apenas mentalmente. Mas é importante que ele vá à cada pessoa individualmente e diga à ela: como ele se sentiu sobre o que aconteceu; o quão irritado ou assustado ele se sentiu; o que ele pensou que a outra pessoa deveria ter feito, mas não fez; Depois perdoar à cada pessoa na melhor forma possível. E por fim, o adulto deve perdoar à criança.
O evento não foi culpa da criança porque ela era apenas uma criança na época. O adulto pode ter sofrido como resultado do que aconteceu, mas não foi culpa da criança. Como no passado ele era apenas uma criança, o adulto precisa aceitar este fato, e perdoar a criança tendo uma conversa aberta e franca sobre o evento. O papel do perdão não é tecnicamente importante em uma regressão. A regressão pode ser feita com sucesso só removendo o trauma da memória. Porém, o propósito do exercício de perdão é evitar que a pessoa crie um novo trauma, se torturando mentalmente após tudo isso, pensando: “eu sou estúpido. Por que tive que sofrer este tempo todo?”. Ele pode se lamentar tanto que pode acabar criando um novo problema. No exemplo da fobia de cobra, a mulher passou 30 anos aterrorizada por cobras e quase morria cada vez que via uma, mesmo no pensamento. Ao final da sessão de uma hora de duração, ela de repente não estava mais com medo de cobras. Muita gente seria tentada a dizer: “Como eu fui idiota. Por que eu não consegui resolver isso sozinho naquela época?” Estes pensamentos farão ele se sentir tão mal sobre o evento que podem recriar alguma forma de trauma só por se sentir mal sobre ele de uma forma diferente. Então, o perdão é basicamente uma ressignificação que desenha na areia e diz: “Você sabe, nós não precisamos mais pensar sobre isso.” Não é necessário mais retornar ao assunto, reviver o passado. A mulher com a fobia de cobra tinha um relacionamento conturbado com sua mãe. Então, usando o simbolismo, sua mãe tinha o rosto gravado para que ela não pudesse criticá-la. A mulher achava que sua mãe e seu pai deveriam tê-la ajudado com o evento, mas eles não estavam lá. Assim, seu sentimento de descontentamento se tornou outro tipo de problema. Toda esta estratégia de perdão é apenas uma metáfora para mudar o significado. Dizer que o que aconteceu, aconteceu, mas você não precisa mais ficar preso à isto. “O que eu quero que você faça quando eu digo para perdoar à esta pessoa em termos do evento é o seguinte: não estou pedindo para que você ame esta pessoa, respeite-a ou aceite qualquer coisa que ela tenha causado. Você pode fazer qualquer uma destas coisas se quiser, ou nenhuma delas, certo? Quando eu digo perdão, é uma questão especificamente de cortar estes laços. Você não precisa se apegar a mais nada disso. Você está além disto, faz sentido?” NOTA IMPORTANTE: quando o adulto está falando com a criança sobre o evento (e a perdoando), é importante que ele sempre fale de forma gentil. Se ele está tendo problemas para fazer isto, é um sinal de que ele precisa passar mais tempo neste passo praticando o perdão para que ele possa deixar isto para trás e seguir em frente. Passo 12: Reintegração O passo final no processo é reintegrar a criança e o adulto permitindo que a criança “cresça” com os novos recursos que o adulto ganhou através de sua vida e como resultado do processo de hipnoterapia. O adulto perdoou a criança e deu à ela um abraço para mostrar que não há mais nenhuma culpa, ressentimento ou sentimentos difíceis sobre o que aconteceu. Para começar a reintegração peça ao adulto para imaginar se juntando com o corpo da criança e se tornando um só com a criança. É importante que este processo não seja acelerado, que ele use o tempo que for preciso para que ele sinta este emergir mental de criança e adulto. O próximo passo envolve guiar o adulto/criança integrado por todos os estágios de sua vida – começando da época em que o evento aconteceu, mas desta vez em sua nova posição cheia de recursos.
Quando fizer isso, tenha certeza de nomear os estágios de desenvolvimento pelos quais você o está conduzindo. E depois, para acabar a reintegração, dê à ele um presente hipnótico no final. Isto depende do tipo de trauma pelo qual o seu cliente passou. Mas sempre enfatize a segurança e o fato de que eles sobreviveram até agora. Quando der o presente hipnótico você pode contá-lo para fora do transe, trazendo-o de volta para a sala, se sentindo refrescado, relaxado e cheio de energia. É importante não apressá-lo, mas deixá-lo voltar ao estado normal devagar e confortavelmente. Isto pode demorar apenas alguns segundos ou alguns minutos, dependendo de como ele se sente e em sua prontidão para retornar. NOTA IMPORTANTE: como sempre, teste, teste e teste o seu trabalho, quando a pessoa sair do transe! Isto é para confirmar que não há alguma emoção deixada para trás ou algo mais com que você precise lidar durante a sessão.