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A LENDA DO BOTO COR DE ROSA

CENA 1
(A CENA ABRE COM UMA FESTA ACONTECENDO A NOITE, NELA ESTAO PRESENTE OS
CABOCLOS DA REGIÃO E OS DEMAIS QUE COMPOEM O ESPAÇO GEOGREFICO DA
HISTORIA AQUI NO CASO UM INTERIOR DO ESTADO DO PARÁ ONDE MORAM
RIBEIRINHOS. Á MUSICA QUE TOCA DURANTE A FESTA É O TIPICO MERENGUE
PARAENSE NO MEIO DA FESTA SURGEM OS DOIS IRMÃOS MARCOLINO E ZELITO QUE
ABREM O DIALOGO LOGO APÓS DANÇAREM NO MEIO DE TODO MUNDO DE UMA
FORMA BASTANTE TEATRAL)
Marcolino-Etá merengue por demais bom sumano.(pausa) Espia zelito, como a fêmea
do cumpadi mureno ta por demais pai´degua.( impresionado)
Zelito- Rum, eu já tava espiando essa fêmea faz tempo mas cuidado sumano, que é
pecado ficar de zoio na mulher dos utru.( advertindo)
Marcolino- E eu num sei? só tu dizendo sumano. Agora passa os pano na filha do tio
Parápará. Esta zinha ta pegando corpo de muça por demais rápido rapaz eu achu que
ela num tem nem 15 ano ainda.
Zelito- Axi porcaria agora tu deu de ficar suiando prim? E ainda mais criança non.
Marcolino-So to te dizendo que a pequena ta ajeitadinha, so isso sumano, ja ta de levar
pro matu.
Zelito- Ora si num da, terrinha boa pra plantar uma mandioca suhomem.
Marcolino- Mas rapaz deixa de saliencia nom( rindo) Falando em saliencia e nosso
irmom o antunio? Por donde deve de estar esse covarde? Bem já deve ter arrastado a
irmã da igreja non. A soraia.
Zelito-Essa já deve ta mordendo galho (risos). Agora desfarça que a filha do parente
jucemar ta vindo pra cá.
Mica - Oi zelito( bem sensual) oi marcolino. Que tar nos dar um vorta bem ali hein
zelito?
Zelito -Ali a onde já pequeno?(desconfiada)
Mica - Ali no matargal, vumbura que o meu pai ta bebendo com o padrinho pra li pra
trás da igreja pra mode a mamae não ver ele.
Zelito --Ixi pequena ,num vo não. Vai que teu pai resorve ti prercurar e ai eu num to
afim de apanhar huje non.
Mica- Vou ti contar hein medrusso que vucÊs são, num se garante que é, bando de
macho mole. (FAZENDO SINAL QUE NÃO QUER MAIS ELE E SAINDO)
Zelito-Viu parente ,ce viu como ela veio se aprochegando pro meu lado, isso ai na hora
que eu quiser eu pego rapa.
Marcolino-Rum eu vi sim,ela falando contigo mais num tirava os olho deu.
Zelito-Mais da onde já?uma mulher como essa vai ti dar confiança.
Marcolino- Bemmm tu ta até prosista nom.
Zelito-Espia.
(Entra Antonio que ao pisar no palco causa temor em todo mundo, inclusive a musica
deve parar e todos olham para ele, ele se aproxima de um caboclo e toma sua cachaça e
logo depois beija a mulher de outro)
Antonio- Por acaso eu mandei a festa parar? Arrupia esse som suhomem e deixa a
palha vuar. Quer tar meus irmões?
Zelito- Que tar irmom?
Antonio- Por demais pai´degua esse merengue non.
Marcolino-E tu ? onde tu tavas já?bem pro mato com uma dessas zinhas ae.
Antonio- Tava com a filha da dona Conó,negou negou,mais não resistiu o moreno
aqui.E vucês?
Zelito- Tomo por aqui na ilharga da Matilde, se ela passar pra essas bandas daqui eu vu
me inxirir pru lado dela.
Antonio- Faz o seguinte pra mim, hoje nos vamu arrastar essas femea daqui tudinho.
Zelito- O meu irmão insina nois mesmo.
Antonio- Vu ensinar, eu não sou o irmom de vucÊs? Agura me da 5 cruzeiro ai rapido,
bora zelito.
Marcolino- O zelito da lugo pra ele que ele é nosso irmão cuitado.
Antonio- Tu tambem marculino, me da uma ponta ae, afinar vucês querem ou não
querem pegar femea huje?
(Antonio pega o dinheiro e some diante do povo da festa deixando os irmãos, ele
continuam procurando antonio ate que zeito meche com a mulher de um dos caboclos e
acaba arruamndo uma briga que faz a festa acabar, Antonio bota todo mundo pra ir
embora, restando apenas os trÊs irmãos na cena.)
Zelito- Rapaz um homi desse vem querer tirar barato comigo, mas rapaz.
Antonio- O cumpadi vardico não tirou o zoio da cumadi huje.
Marcolino-Rum esse ta cumedo de levar utra garlhada
Antonio- E cadê o Zé murais parente pu onde ele se meteu?
Marcolino-Uns dizem que ele viaju pra mocajuba, outros falam que ele foi pra capitar
trabalhar no ver-o-peso, já utros dizem que que ele foi corrido daqui purque
engravidou umas três.
Antonio-Mais da onde já?o Zé muraes ?
Marcolino- Este Zinho mesmo. Quem me contou esse precepada foi o Nicacio.
Antonio- Outro mintiroso. Mais num pode. Num creio nisso. Logo ele Zé muraes.
Marcolino- O Zé muraes mesmo, so não traçou a irmã dele por que ele não tinha.
Zelito- Há meu irmom eu acredito em tudo já, já vi tanta cuisa nesse mundo. Mas Puise
parente a cunversa ta bua mas vou me indo já, nun agüento mais birita.
Marcolino- Me espere parente, vu durmir também.
(NESSE MOMENTO ANTONIO MUITO BEBADO SE JOGA NO CHÃO, QUANDO COMEÇAR
O LUNDU O BOTO APARECERÁ VESTIDO TODO DE ROSA, ELE SE APROXIMA DOE
ANTONIO E COMEÇA A DANÇA DE ENCANTAMENTO, NO FINAL ,O BOTO LEVA
ANTONIO PARA FORA DA CENA)
CENA 2
(ENTRA MARCOLINO E ZELITO COMPLETAMENTE EMBREAGADOS, FAZENDO BARULHO
DANDO CONTINUIDADE A UMA APARENTE CONVERSA.)
Marcolino- Sumano, tô tifalando, esse ano é tudo nosso, quero só um gol do quaresma
e a tuna vai ser campeã.
Zelito- Mas rapaz, eu so quero saber como nois vamu de fazer pra chegar em belem
sem dinheiro.
Marcolino- Rapaz deixa de ser abestado que eu ja carculei tudo homi de Deus, nos
pega o dinheiro da mamae que ela guarda na gavetinha dela, aquela que fica em biaxo
da virgem maria nossa senhora de nazaré protetora de tudo nos imaculada da
conceição, e ai nos pega esse dinheiro, vai pra belem, se manda pro mangueiron, ver a
tuna se campeon e se manda pro lapinha, de lá nos vorta. Chegando aqui nos pega os
paneiro do velho chico, vende tudo pega a grna e coloca la de vorta.
Zelito- Mamae nem vai desconfiar.
Marcolino- Vai nada homi. E nos vamo ver.
Zelito- A tuna se campeon.
HINO DA TUNA AO FUNDO
Marcolino- Sumano pare, pare, pare, que o pessoar ja ta durmindo.
Zelito- Pior né, que horas tem?
Marcolino- Ja vai da 10h.
Zelito- Então simbora adurmir.
SAEM DE CENA
SOM DO GALO CANTANDO AMANHECE E ENTRA KERELYN CATANDO AS ROUPAS DO
CHÃO. LiGA O RADIO E PASSA AS ESTAÇÕES, ONDE TERÃO MUSICA DOS ANOS 80
SENDO TOCADAS ATÉ O MOMENDO EM QUE UMA DAS ESTAÇÕES É SOBRE UMA
NOITICA DA POSE DO PRESINDENTE TANCREDO NEVES. kERELYN DESLIGA O RADIO E
CHAMA OS DOIS IRMÃOS QUE ESTÃO JOGADOS FORA DA CENA.
Krelym- Mas rapaz vucÊs ~soa por demais priguisuço, vumbora acordar seus nojuento.
Marcolino- Pelo amor de deus que diacho que tu ta gritando essa hora
Zelito- Que horas tem?
Marcolino- Quase 10h já.
Zelito- Kerelin, vai buscar um tira resaca pra nois vai, daquele pai degua vai, pra tirar
esse gusto de catuaba que ta na nossa buca.
Krelym- Vou buscar um porreta pra vucês perai.
Marcolino- Vai logo, mas rapaz não sei onde a mamae foi arranjar essa cristã, não faz
nada a besta.
Zelito- Mas suhomem o merengue porreta esse non?
Marcolino- Hu sumano, por demais pai´degua, muita femea muita cachaça.
Krelym- Ta aqui, olha, tomem e depois vão arrumar o que fazer antes que a titia acorde.
Zelito- Ta sumana, vai timbora, deixa com a gente. Mas sim sumano. muita piriquita.
Marcolino- Rapaz tinha piriquita de tudo quanto era cor, era piriquita, preta, rosa,
branca, lilas, cor de creme, cor de vinho, cor de açai, escura, esbranqueada, morena,
memeluca, indigina, loira....
Entra sebastiana
Sebastiana- Mas que historia é essa de tanta piriquita já?
Marcolino- Hu mamae é piriquita, ha é, a piriquita do cumpadre nicolar mamae, a ele
tem uma piriquita que canta por demais lá mame cata bunito na gaiola, e eu acho que
nem é dele é da mulher dele né zelito?
Zelito- É a piriquita da mulher dele é por demais bonita.
Sebastiana- Mas vocês tão saliente paquisó. Mais sim, o irmon de vuces nun vorto.
Zelito- Saimo de lá e ele ainda ia beber com os pião que tavo por lá na beira do rio
Sebastiana- Acaba esse café de vuces e vão chamar ele que teu pai vai pra roça huje e
vocês duis vão na casa da cumadi buscar os paneiro que o filho dela o mais Zinho levo e
sesqueceu de traze de vorta.
Marcolino- E donde ta o casquito enton?onti nos viemo da festa e num vimo esse
casquito no porto.
Zelito-Pior né
Sebastiana-O pai de vuces tava jogando tarrafa.
Marcolino-Há sim, vumbora sumano, vumbora prorcurar esse antonio logo.
Sebastiana-Vão rapido antes que o sor esquente.
Zelito-Ta ralado enton por que desde que me intendo por gente o sol é quente(risos)
Esmeraldino-Dexa de gracinha seu gracento e vai logo prercurar este pequeno bora
antes que eu ti jogue minha havaina na tuas costas saliente,e diz pra ele vim rápido.
(os dois saem de cena)
Esmeraldino- Isto é manha deste ordinário,onti pela buca da noite eu falei pra ele que
nos ia ruçar huje.Ai ele foi se meter na cachorrada pra num vim cedu.
Sebastiana-Mais deixa ele vim e ir pra roça contigo que quando vuces chegarem mais
tarde eu vu puxa a orelha dele.
Esmeraldino-Num carece puxar mais,já ta por demais purruda esse orelha dele de tantu
tu puxar.
Sebastiana-Estes piquenu tão por demais reberde,ulha esmerardino o zelito antes tudo
que nos mandava ele fazer ele ia de bua vuntade agora tem que pagar este piqueno pra
ele ir.
Esmeraldino-Ti acarma Sebastiana, antes eles eram Zinho, a gente prumetia purrada
eles iam e faziam, agura não da mais.Ja viste sór o tamanho do Antonio? Antes era
antes, no tempo que a gente respeitava pai e mãe agura esses piqueno não tumo nem
bença mais, tar tudo avacalhado.
Sebastiana- Mas cumigo esmerardino nun tem dessa mesmo,eu coloquei nu mundo
posso muito bem tirar que Deus me perdoe eu ta falando bubagem.
(Volta zelito e marcolino)
Sebastiana- Que tar meus filhos?Quedê o irmom de vucês?
Marcolino- Nós saimo atras dele naquela hora e procuramos ele na beira ai tava por
demais quente, ai nos rudamo, rudamo, rudamo...
Zelito- Ai paramo pra tomar um gole de vinho...
Marcolino- Ai nos rudamo la pro centro, rudamo, rudamo, rudamo...
Zelito- Ai paramo pra tomar um gole de catuaba...
Marcolino- ... ai depois nos vortamos pra bera e nos ruda, rudamo, rudamo.
Zelito- Ai nos não queria mais beber mas o pessoar do arinelson coloco a bebeida de
com força na nossa buca num foi meu parente?
Marcolino- O pior é que o persoar já ta na cachaça de nuvo lá, tem garrafa de Duelo
pra tudo quanto é canto, mais num achemo o Antonio pur lá não.
Sebastiana- O que vuces estão escundendo, falu logo.Bora zelito fala.( desconfiando)
Fala logo zelito( puxando a orelha de zelito)
(os dois irmãos se olham intrigados)
Zelito- O Filho do finado doca, o Nicacio , falu que ontem quando ele pasu de
madrugada pelu caminho, viu o Antonio jogado na beira do rio,ele acha que como o
Antonio sumio,ele teve di ter caído porre nu rio mamãe.
Sebastiana-Ai minha nossa senhora de Nazaré,murreu meu filho.me acuda
esmerardino.
Esmeraldino-Rum quietá,tu ainda ta churando,vumbora cuidar de fazer utro que é.
Sebastiana- E agora meu deus do cer.
(Nesse momento entra vadico, amigo da família que soube da noticia do sumiço de
Antonio)
Vadico-Bum dia gente,bom dia cumadre,cumpadre.
Sebastiana-O cumpadi vardico me de um abraçu que meu filhu murreu.
Vadico- Olha cumadre, eu já tu sabendo da estória, mas o antunio num murreu
não,sinto muito em lhe dizer isso.
Sebastiana- Como assim cumpadi?
Vadico- Eu achei u Antonio mais eu lhe digo logo cumpadi esmerardino.ele num
murreu,mais o senhor vai querer mata ele agura.
Esmeraldino- Mas que cunversa é essa já,vamu vardico fala lugo.
Vadico- Antunio?? Entra,vem tomar bença dos teus pais.
(ANTONIOS ENTRA TODO PRODUZIDO DANÇANDO UMA MUSICA BEM SEXY A MUSICA
PARA E A CENA DO DIALOGO VOLTA)
Antonio- A bença meu pai(com voz afeminada)
Esmeraldino- Mas que porra é essa rapa.?
Vadico-O negucio é o seguinte cumpadi eu acho que o rapaz foi introduzido pelo buto
cur de rosa.
Antonio-AI vardico nem me lembre.
Esmeraldino-Marcolino va rápido buscar o cabo da minha inchada que ele vai já já
virar humem.
Vadico-Seu esmeraldino essas cuisas acontece é normal aqui pelo interior
Antonio- poise papai quer fui já,num era o senhur que sempre reclamava que queria ter
uma fêmea?
Sebastiana-Meu filho mais deste tamanhu vuce se prestando pra essas cuisas , que
vergunha meu filho, que me matar de desgosto?
Vadico-Cumadre, cumpadi, deve ti ter uma explicação pru casu dele,fui o buto,o rapaz
ta imundiado.O buto arrastu ele.Tambem um moreno desse forte,bonito,olhos bilhantes
pernas grossas e normal que qualquer animal desses ai tenha se engraçado pelo rapaz.
Sebastiana- Senta aqui meu filho conte pra mame o que fui que sucedeuse.
Antoniu- Nom me lembro mame direito cumo acunteceu, so sei que fui bom de mais.
Agora minha cabeça ta duendo to muito tonto.
Vadico-Acontece quando se dança essas musica assim antunio, não ti bate que depois
essa tontera passa e a viadagem também.
Zelito- tu muito decepiconado com vuce,num diria que meu irmom iria se dar pra
essas cuisas.
Marcolino-Zelito tu num ver que o pequeno ta imundiado,num é cupa dele,é Du buto.
Sebastiana-Zelito?,vai na casa da prima Concita e diz que o tonio fui imundiado pra ela
vim aqui rápido. E vai rapido mulque.
Zelito- Ha mãe.
Sebastiana- Não reclama mulque*( batendo nele)
Sebastiana- E marculino, coloca um sorriso nesse rosto e vai na casa do parente Chico
Marcolino-O bento?
Sebastiana- Este dito mesmo, e diz pra ele vim benzer o tonio e vão rápido muleque,
Que eu vou colocar ele pra deitar na rede La dentro.
Vardico- Mas minha suprima non precisa chamar esses pai de santo tudo, a gente
ressolver nos mesmo aqui( aguniado)
Sebastiana sai de cena com antonio
Esmeraldino-Meu cumpadre essa historia de buto ta por demais mal cuntada.
Vardico- Isso é assim mesmo suprimo ,eu vou da uma olhada por aqui pelo rio com o
casquinho pra ver se eu encontro o rastro desse buto viado.
Esmeraldino-Pera ai vardico, vorte aqui suhomi.
(Sebastiana volta)
Sebastiana- Quede vardico, agura que eu ia preparar um café pra ele.
Esmeraldino- Minha velha espia só
Sebastiana- O que meu velho.?
Esmeraldino-Ta por demais estranha essa historia, o vardico saiu aguniado currendo ai
pra fora.
Sebastiana- O homi desconfiado, tu so pensa besteira dos utro, acha que os utro são
tudo igual tu, rapaz. Pare de pesnar besteira.
Esmeraldino- Besteira é que eu quero fazer agura mesmo. ( se levanta para agarras
sebastiana) Os três Zinho sairu e o Antonio deve de estar desmaiado agura na rede, que
tar a gente num se emboleta um bucado agura?
Sebastiana-Maisuuu meu velho que idéia tu tirastes lugo aguro que nosso filho ta
judgado La dentro .
Esmeraldino- VenHa lugo e me der um aperto que faz tempo que nos num bota uma
carne pra cuzinhar.
( PAUSA )
(ZELITO ENTRA BATENDO PALMA OLHANDO A CENA DOS DOIS)
Zelito-Muito bem vucÊs dois ai, muito bem.
Sebasstiana- Mais o muleque prescisa assustar os utru assim diacho.
Zelito- A não vocês estão nessas cuisas de vuces de gente nova ai e eu sou u cupado,e
u dizia que vuces nem fazim mais essas artes.
Esmeraldino-Espia muleque me respeita eu e tua mãe seu ordinário.
Sebastiana-Cade a prima Concita?
Zelito-Ta aqui Du lado de fora.
Sebastiana-E pur que ti num colacaste ela pra dentro muleque saliente.sai da frente,
entre prima, entre a casa e sua e num repare na bargunça que eu ainda to mei zuada
dessa historia do tonio e nem deu tempo pra limpar nada ainda.
Concita- Mas zu sebastiana, essa tua casa ta por demias avacalhada, num vo tirar nem a
sandalia.
Marcolino-Ta aqui o parente Chico bento.
Chico bento-Que tar cumadre ?Cumpadre? Dona Concita.
Sebastiana-Tudo na mesma NE cumapadre?vu explicar a situçon pra vuces,o antunio
disque fui emudiado pelo buto,isso saiu homem de casa e vortou muça.
Marcolino- O Galu negro da família agura.
TODOS-Cala a boca marculino. (marcolino sai de cena)
Chico-Va buscar o infeliz, muito estranho esse historia de buto,nunca tinha visto isso
antes, com mulher sim agura com homem non,esse mundo ta por demais mudado
mesmo. Venha cá preto?(pausa)
Ritual musica de candomblé
Chico- Esse é o pau do Chico, que eu ti passo que ti arrepiu, se o buto de cuisu ti
martrator ou fez Amur, o mal já vai passar e um bom rapaz voltarar. Pronto cumadre
Sebastiana agura é so a Concita da mais uma completada pra nos ter o tar do
diaguiostico nér.
Concita-Vamu La pequeno. Se no pau do buto esse menino se esfregou que esse
mesmo buto agura caia de dur,se esse buto é valente e rosado que cai agura mesma
por terra ou por água dizendo que é viado.
Chico-Pronto agura é so esperar o buto varar ai pela beira do rio se for de ter será.
Concita-Vou lugo ti avisando sebatiana e seu esmerardino,essa mundiação fui das
porrudas chega que o menino ta mufino agura.
(MARCOLINO E ZELITO ENTRAM DESESPERADOS)
Marcolino-Mamae o que vuces deram pro vardico?
Sebastiana-Nos num demo nada por que .que diacho de pergunta é essa agura?
Zelito-É por que nos vimo um grito e escutamo alguém jogado no caminho aqui perto
da roça do tio parápará.
(TODO MUNDO SEM INTENDER)
Marcolino-dispois que OUVIMO o grito(olhando pro zelito) Curremo pra ver o que era.
Zelito-E era o vardico mamãe.
(Todos SE OLHam)
Marcolino-Gritando de dur.
Chico-Pronto cumadre já sabemos quem é o tar de buto
Concita-Ou melho, isso não fui buto,fui praga viado encubado
Chico-U vardico é muça, fez uma macumba pro Antonio e encarcou o pequeno.
Esmeraldino-Pur isso ele veio trazer o Antonio com uma estória mar cuntada.
Sebastiana-E agura prima,o que vai acuntecer cum meu filho?
Concita-Agura parenta vai ter que segurar o garuto,purque depois dessa mandiga
braba pelo que sei o rapaz vai ficar imundiado por uns dias
Chico-Ou melhor Sebastiana, ele vai ter um chama pra mulher desgraçado a partir de
huje, vai ser mulher em bando batendo na purta agura ataras dele. Com esse pitiu de
boto que ficou nele
Esmeldino-Assim que eu gusto,meu filho honrrando o sobrenume que tem.
Sebastiana-Chico,concita,Vamo na cuzinha tumar um café enquanto a nos espera o
antunio acurdar,enquantu isso nus conta mais sobre esse negucio de imundiaçon
mulher.
Esmeraldino-Vumbura,vumbura.
Zelito-Tio Chico, venhacá .É verdade mesmo que depois que a imundiaçon do buto
rosa, o cara ficando com o petiu do buto e tem chama pra fêmea?
Chico-É verdade meu filho seu irmom vai ficar mais danado agura com esse pituo de
buto.
Marcolino-Zelito, vumbura atrás do parente vardico.
Zelito-So se fur agura meu irmon.
(OS DOIS SAEM CORRENDO DE CENA)
Chico-Etaa, essa historia de buto na minha juventude, ja me deu femea pa qui só.
FIM

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