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Università Ca’ Foscari – Lingua Portoghese e Brasiliana 2

Cognome: DI LORENZO Nome: MARTINA Matricola: 876968


Tarefa: Assista ao vídeo do professor Carlos Faraco ‘Bases para uma Pedagogia da variação linguística’ e
faça um resumo da sua palestra.

1O tema que Faraco apresenta é o da variação linguística e os desafios que ela coloca no ensino do
2português. O centro do discurso fala do espaço para uma pedagogia da variação linguística num
3contexto sob vigilância constante da média, legitimado pela repressão e censura que perturbam as
4práticas didáticas, desmascaram e desacreditam a figura dos professores. A base da perspetiva do
5Faraco é comum, é pela defesa de uma pedagogia sociolinguística bem informada da língua
6portuguesa.

7Faraco explica que o ensino da língua portuguesa envolve claramente diferentes dimensões e,
8portanto, requer diferentes pedagogias que se cruzam e se relacionam. A pedagogia da variação
9linguística tenta fornecer o fenómeno da variação linguística e todas as dimensões do português de
10forma positiva e produtiva e isso pressupõe uma compreensão consistente do fenómeno da variação
11linguística.

12Para uma compreensão consistente da variação linguística, deve ser incluído aquele conhecimento
13que reconhece a variação linguística com a realidade intrínseca de qualquer idioma. Ou seja,
14conhecimento, que entende que não existe uma linguagem homogénea num dado imaginário social
15e que a linguagem é sempre heterogénea e em múltiplas dimensões.

16A variação linguística tem factores condicionantes: o território e a sua história demográfica;
17hierarquias socioeconómicas e os seus efeitos na educação e no acesso ao património cultural; as
18diferentes faixas etárias; o género de cada um; atividades de engajamento; o contexto da interação.

19Reconhecer a variação linguística e ser capaz de dar-lhe uma explicação científica deve levar ao
20espanto e à superação crítica das atitudes negativas gerais. Uma pedagogia da variação linguística
21que não escapa à realidade heterogénea da linguagem, mas também pode agregá-la de forma
22coerente ao conjunto de outras pedagogias linguísticas.

23Os objetivos da proposta de uma pedagogia da variação linguística são: conhecer e compreender;
24compreender e respeitar; compreender e mover-se com segurança no universo da variação
25linguística. Devemos apresentar a realidade heterogénea da linguagem, que é um espelho da
26heterogeneidade da sociedade em que vivemos, sua história, sua situação socioeconómica,
27sociocultural e devemos entendê-la criticamente, sem os estigmas da sociedade. Uma sociedade que
28não superou o que a história trouxe com a colonização, que é, portanto, uma sociedade fronteiriça e
29morta, mesmo linguisticamente. A sociedade brasileira acolheu muitos imigrantes europeus e
30asiáticos entre 1880 e 1920 e em 1950 experimentou um dos maiores movimentos populacionais do
31mundo contemporâneo. Por isso, sofreu um profundo redesenho demográfico e isso se reflete na sua
32realidade linguística. Esses mesmos projetos transdisciplinares podem demonstrar que a educação
33nunca foi um projeto sociopolítico nacional, tudo decorre da nossa história de analfabetismo, com
34impacto na nossa realidade.

35Segundo Faraco, o objetivo, que deve ser almejado, deve ser: o desenvolvimento de práticas
36pedagógicas que permitam aos alunos serem conquistados por uma atitude de respeito linguístico
37incondicional; no entendimento de que toda forma de falar de cada pessoa reflete a sua história
38socioeconómica, sociocultural e classe social.
39Somos todos os seres históricos, social e culturalmente situados e, quando falamos, revelamos a
40porção da sociedade onde vivemos, em que também encontramos os estigmas (que têm uma base
41sociocultural).

42Alcançar esses objetivos levariam a uma compreensão da diversidade e inclusão cultural e


43linguística. É necessária uma compreensão teórica e prática consistente das variações linguísticas.
44Os alunos são incapazes de desenvolver uma atitude suficientemente crítica em relação às crenças
45do senso comum. Existe uma inconsistência no conhecimento da variação linguística em linguistas,
46profissões, alunos, etc. Não é fácil desenvolver uma pedagogia de variação linguística porque o
47imaginário social é muito forte, estigmatiza parte das variedades linguísticas da sociedade. É a
48escola básica que deve ensinar a norma padrão.

49A pedagogia da variação linguística é uma utopia e as nossas condições sócio-históricas não são
50favoráveis. É difícil obtê-lo, mas é mais importante que falemos dele pelo menos como um
51contraponto a uma língua, aos estigmas.

52Além da pedagogia da variação linguística, Faraco também defendeu a necessidade de desenvolver


53uma pedagogia do padrão de referência (estabelecido com regras).Cada variedade é importante, mas
54cada uma depende do contexto, há uma adequação do idioma. Ou seja, o ideal seria ensinar o
55português, sem conflitos ou estigmas, garantindo o domínio das formas mais controladas de
56linguagem. Cada variedade é um património cultural. Não existe hierarquia, mas existe uma
57hierarquia construída histórica e socialmente, uma construção sociocultural. O padrão de referência
58deve se referir ao padrão falado em português brasileiro, composto por variedades.

59Os meios de comunicação, como o rádio e a televisão, são amplificados porque não são
60estigmatizados, têm efeitos uniformes para as variações . A Internet, por outro lado, tem um efeito
61de dispersão, com esse meio, se usa muito mais a forma escrita.

62Existem diferentes variações: a variação estigmatizada do português brasileiro falado; a variação do


63português brasileiro padrão falado; a variação escrita; uma variação normalizada com restrições.

64A escola deve oferecer acesso e domínio do português falado padrão e variação normalizada e deve
65ter três objetivos: apresentar e explicar a variação linguística; ensinar respeito linguístico
66incondicional; fornecer condições de acesso para o português padrão e uma variação normalizada
67da escrita monitorada.

68A dificuldade em fazer isso acontecer é: no constrangimento da dificuldade de compreensão; na


69confusão terminológica e concetual; em contradições normativas. Trata-se de construir um consenso
70a partir de um estudo empírico coerente para uma linguagem livre de contradições.

71Em conclusão, trata-se de desenvolver um conceito flexível de padrões de referência a partir de


72normas cultas, com continuidade na fala escrita, com monitoramento ou atenção ao estilo, e a
73diferentes géneros textuais como referência.

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