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Preparação para o Teste de Geografia

Problemas Urbanos:
Devido ao aumento da população e das suas crescentes necessidades, temos como consequência
deste crescimento, o desajustamento entre as infraestruturas existentes e as necessidades da
população. Existem também problemas sociais, tais como, o desemprego, que, algumas das suas
consequências passam pelo aumento da criminalidade, da prostituição…
Problemas Socioeconómicos:
- Persistência de população em situação de pobreza e sem acesso condigno à habitação;
- Integração dos imigrantes, acentuando a segregação territorial e a exclusão social nas áreas
urbanas;
- A elevada vulnerabilidade do emprego no que toca aos movimentos de reestruturação da economia
e dos processos de deslocalização.
Problemas Urbanísticos:
- Habitação: *Sobrelotação dos edifícios e ausência de espaços verdes; *A degradação dos bairros
antigos; *A saturação das infraestruturas físicas.
Assim:
*A saturação do espaço urbano é visível: -Por um aumento da altura dos edifícios que se encontram
concentrados no interior do perímetro urbano; -Insuficiência de espaço livre, que se deve, em parte à
falta de planeamento e à especulação imobiliária.
- Saturação das infraestruturas físicas: *Problemas de fornecimento de água; *Problemas nos
coletores de esgotos; *Infraestruturas de energia elétrica.
Problemas Ambientais:
Alguns dos problemas do ambiente urbano passam pela impermeabilização do solo, construção em
leitos de cheia ou a escassez de espaços verdes.
Assim, os problemas ambientais resultam:
-Aumento da poluição atmosférica (aumento da circulação dos transportes rodoviários);
-Do aumento da poluição sonora (provocados pelo barulho dos transportes motorizados, fábricas…);
-Do aumento da poluição provocada pelo lixo doméstico e industrial e pelos esgotos (a falta ou
insuficiência de um sistema de tratamento de lixos e de esgotos, o que leva à contaminação do ar e
do solo).
Condições de vida urbana:
A reurbanização (caracterizada por uma nova capacidade atrativa do centro urbano, o que lhe
confere um novo interesse e procura), que traduz um desenvolvimento sustentável. Esta renovação
está contemplada no Ordenamento do território e do urbanismo e tem como objetivos:
-Melhoria das condições de vida e de trabalho das populações, no respeito pelos valores culturais,
ambientais e paisagísticos;
-A reconversão de áreas urbanas ilegais;
-A recuperação ou reconversão de áreas degradadas.
A renovação, a reabilitação e a requalificação estão presentes quando se fala de recuperação do
património urbano.
Renovação Urbana:
Renovação Urbana (demolição dos edifícios e construção de novos imóveis, o que implica uma
alteração das estruturas existentes). A renovação urbana:
-Implica a demolição total ou parcial de edifícios e estruturas de uma área que é reocupada com
outras funções e por uma classe social mais favorecida.
Está associada a uma mudança de estatuto económico e de estatuto funcional.
A renovação urbana presente na INTERVENÇÃO OPERACIONAL RENOVAÇÃO URBANA (IORU), tornou-
se um objeto importante na substituição total/parcial dos edifícios, ma também pela reconstrução de
novos.
Programa de Erradicação de Barracas (PER):
Este programa realoja a população residente em barracas. Visa a qualificação urbanística e ambiental,
tal como a segurança, o bem-estar e a qualidade de vida da população nas áreas envolventes. Integra
a terceira componente (valorização urbanística e ambiental) do programa POLIS.
Reabilitação Urbana:
Reabilitação urbana (quando se pretende manter um bairro com as todas as suas características
funcionais, pelo que, para além da melhoria das condições físicas, internas e externas, dos edifícios,
há uma dinamização das atividades, de forma a tornar uma área mais atrativa). Este processo:
-Implica uma intervenção nas áreas degradadas, visando melhorar as condições físicas do património
edificado, restaurando ou conservando os imóveis ou os espaços públicos;
-Implica uma intervenção em que as funções existentes se mantêm.
Requalificação Urbana:
Requalificação Urbana (Adaptação, tendo em conta a necessidade do momento, da estrutura física
dos imóveis e/ou espaço urbano para um uso diferente daquele para que inicialmente fora
concebido, sem que sofra alterações significativas). Implica uma intervenção:
-Assente numa alteração funcional dos edifícios e dos espaços devido à redistribuição da população e
das atividades económicas;
-Associada ao programa POLIS (Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das
cidades): valorização do património, a requalificação de espaços públicos nos centros das cidades…
Programa POLIS (Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das
Cidades):
Este programa surge na sequência do PROSIURB, que tinha como objetivo o apoio aos municípios na
recuperação de espaços patrimoniais. O POLIS visa a qualidade de vida nas cidades através de
intervenções ao nível urbanístico e ambiental, de forma a melhorar a atratividade e competitividade
das cidades. Os objetivos são os seguintes:
-Desenvolver grandes operações integradas de requalificação urbana com uma forte componente de
valorização ambiental;
-Apoiar iniciativas que visem aumentar os espaços verdes, promover áreas pedonais e condicionar o
trânsito automóvel em centros urbanos.
Têm sido elaborados planos de ordenamento do território que se inserem no âmbito regional,
nacional e municipal.
Características da rede urbana:
Hierarquia das funções e dos lugares centrais. Com efeito, e no geral, quanto mais elevado é o nível
de uma função, mais rara ela é e maior distância estão os consumidores dispostos a percorrer para
adquirir o bem, frequentemente de preço mais elevado. Uma rede urbana caracteriza-se pela
distribuição espacial das cidades; pela dimensão (nº de habitantes) e pela importância quanto às
funções que oferece.
Características da rede urbana nacional:
A rede urbana nacional caracteriza-se pela existência de 588 lugares com 2000 ou mais habitantes, o
que corresponde a cerca de 2,2% dos lugares nacionais. Caracteriza-se pela existência de apenas 7
lugares com dimensão igual ou superior a 100.000 habitantes que concentravam cerca de 14% da
população nacional. Os principais lugares com populações entre os 20 mil e os 100 mil habitantes
localizam-se fora das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e mais localizadas no interior do país ou
nas cidades do litoral. A rede urbana nacional caracteriza-se pela ausência de lugares com mais de 20
mil habitantes no litoral alentejano, como por exemplo Sines.
Distribuição Espacial:
As cidades portuguesas e, consequentemente, a população acabam por ter uma repartição
assimétrica, que se traduz no reforço das duas áreas metropolitanas, de Lisboa e do Porto e das
cidades de média dimensão, mas também a concentração da população ao longo da faixa litoral.
Esta repartição assimétrica das cidades traduz-se na concentração de cidades e população na faixa
litoral entre Setúbal e Viana do Castelo (com destaque para as áreas metropolitanas de Lisboa e do
Porto e no litoral algarvio) – Litoralização.
Nas regiões do interior, desde o Nordeste até ao interior algarvio possuem um baixo número de
cidades e reduzida população urbana, com exceção de alguns municípios que possuem cidades
médias, como por exemplo, sedes de distrito.
É também possível observar uma bipolarização, respetivamente nas áreas metropolitanas de Lisboa e
do Porto. O território está organizado em rede.
NOTA: NOS AÇORES E NA MADEIRA O Nº DE CIDADES TAMBÉM NÃO É MUITO ELEVADO
Da litoralização à bipolarização urbana:
Entre 2001 e 2011, assistiu-se ao reforço da concentração populacional no litoral – em particular, na
AML e na AMP – num processo de continuidade da tendência de litoralização e bipolarização da
população residente.
A menor densidade populacional regista-se:
-No interior do país e no litoral alentejano;
-Destacam-se: Beira interior sul, Alto Alentejo, Alentejo Litoral e Baixo Alentejo.
Nos arquipélagos: Na generalidade das ilhas dos Açores, sobretudo, dos grupos Ocidental e Central,
bem como Santa Maria, no grupo Oriental.
A maior densidade populacional regista-se:
-No litoral ocidental entre Setúbal e Viana do Castelo;
-Destacam-se: Grande Lisboa e Grande Porto e o litoral algarvio;
-Nas cidades médias localizadas no interior, como Évora, Castelo Branco, Guarda…
Nos arquipélagos:
-Na vertente sul da ilha da Madeira;
-No litoral das ilhas de S. Miguel e da Terceira (são as mais povoadas).
Apesar da litoralização e bipolarização, os municípios de Lisboa e do Porto têm vindo a perder
população residente e densidade populacional.
Para termos uma rede urbana ou sistema urbano, temos de ter em conta que estas só podem existir
se:
-Tivermos uma rede hierarquizada de cidades, ou relativamente hierarquizada;
-Uma relação de dependência ou complementaridade, em termos funcionais, entre as cidades e estas
e as áreas mais rurais.
Assim, a hierarquização urbana pressupõe sempre a relação entre a dimensão geográfica das cidades,
a sua especialização funcional e a capacidade de interação entre elas. Quando esta situação acontece
temos uma rede completa, logo, integra cidades de diversos níveis hierárquicos, numa sequência
relativamente regular. Quando isto não acontece, a rede urbana é incompleta, pois falta-lhe
categorias superiores, médias e/ou inferiores.
As redes urbanas podem ser:
-Monocêntricas/Macrocéfalas: Quando um país é dominado por uma grande metrópole que
monopoliza a vida económica, cultural e social. Ex.: concentração da população em Lisboa.
-Polarizadas policêntricas ou polinucleares: Quando em torno da capital regional e a uma distância
relativamente regular surgem cidades de diferentes níveis hierárquicos, dando origem a uma rede
mais ou menos densa. Ex.: circunscritas nas AMP e AML.
-Bipolares ou bicéfalas: Quando um país é dominado por duas grandes metrópoles, que ocupam o
topo da hierarquia e repartem entre si as funções de nível superior. Ex.: AML e AMP.
-Multipolares: Quando existem várias metrópoles no topo da hierarquia e repartem entre si as
funções superiores, de nível económico, político, financeiro, etc.…Ex.: Outros países. Alemanha,
França, etc.…
Rede urbana nacional:
A rede urbana nacional tem sido marcada pelo peso, não só demográfico, mas sobretudo funcional,
da AML:
-Pelo crescimento demográfico da AMP ser muito superior ao funcional;
-Pela ausência de um escalão significativo de cidades de média dimensão.
Assim, na década de 90 o país apresentava uma rede urbana macrocéfala, devido à importância que a
AML exercia, não só devido à qualificação da população, mas como na diversificação das atividades.
Contudo, Lisboa e Porto monopolizam a vida económica e social do país. Assim sendo, o modelo
macrocéfalo tem dado lugar ao modelo bicéfalo, contando com a emergência da AMP, que tem
procurado afirmar-se como polo sub-regional, através, por exemplo, das suas ligações com a Galiza e
da acessibilidade ao espaço europeu, contando com a fronteira de Villar Formoso. Desta forma,
Portugal está mais pequeno, mas mais articulado do ponto de vista funcional, simultaneamente, do
sistema bicéfalo.
A rede/sistema urbano nacional caminha para a existência de:
-Duas áreas metropolitanas com dinamismos e processos de estruturação interna diferenciados, que
aliam uma grande dimensão em termos nacionais com uma frágil projeção funcional em termos
internacionais;
-Uma extensa mancha litoral de urbanização difusa, onde emergem alguns sistemas polinucleados e
se destacam diversos centros urbanos de maior dimensão e dinamismo, embora sem o tamanho
demográfico de cidade média de acordo com os padrões europeus;
-Uma urbanização linear ao longo da costa algarvia;
-Uma rede de pequenas e médias cidades no interior, nalguns casos configurando eixos e sistemas
urbanos multipolares.
Características da rede urbana nacional:
O reforço demográfico e de emprego nas cidades tem levado à expansão da sua área de influência
para além dos limites do município. As cidades têm vindo a aumentar a sua importância e a sua
influência em áreas cada vez mais afastadas, onde a melhoria das acessibilidades e o aumento da
mobilidade da população justifica a formação de sistemas ou eixos urbanos, como por exemplo no
litoral, Leiria-Marinha grande ou no interior, Régua-Lamego.
De acordo com o PNPOT (Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território), o processo
de urbanização conduziu a um sistema urbano caracterizado por quatro tendências:
-Estabilização do peso das áreas metropolitanas no total da população residente, o reforço das
cidades médias, com destaque para os centros urbanos do litoral;
-A afirmação do dinamismo de alguns centros do interior em contexto de despovoamento rural;
-Reforço do policentrismo funcional e da suburbanização no interior das áreas metropolitanas.
CIDADES-ÂNCORA: SÃO CIDADES DINAMIZADORAS DE DESENVOLVIMENTO DE TERRITÓRIOS
ALARGADOS.
CIDADES-PORTA: SÃO CIDADES QUE CORRESPONDEM A CENTROS DE INTERNACIONALIZAÇÃO
URBANA E TERRITORIAL.
EIXO DE CIDADES: CORRESPONDE A DOIS OU MAIS CENTROS URBANOS QUE SE DISTRIBUEM
LINEARMENTE E SE ENCONTRAM ARTICULADOS E DISTANCIADOS DE FORMA SEMELHANTE.
Hierarquia dos lugares da rede - A área de influência:
A cidade estabelece sempre inter-relações diversificadas com o espaço envolvente, ao nível da
população, de produtos de capitais, de informações, etc… Contudo, apesar de as relações serem
recíprocas, a cidade desempenha sempre um papel atrativo e polarizador sobre as áreas ou regiões
limítrofes, estando estas dependentes da cidade.
A área dependente da cidade é tanto maior quanto mais importante for a cidade. Às regiões
dependentes das cidades num determinado número de funções, denominam-se área de influência ou
hinterland.
Assim:
-Quanto mais raro é o bem ou a função, maior é a área de influência da cidade, ou outro lugar central,
em relação a esse bem. Ex.: Uma consulta de especialidade tem uma maior área de influência do que
uma consulta no centro médico local.
-Quanto maior e mais importante for a cidade, ou outro lugar central, maior será a quantidade de bens
por ela oferecidos e, consequentemente, maior será a sua área de influência.
ÁREA DE INFLUÊNCIA: DOMÍNIO EXERCIDO POR UMA CIDADE SOBRE UM ESPAÇO ENVOLVENTE, E,
CONSEQUÊNCIA DA SUA OFERTA DE BENS E SERVIÇOS, QUANTIDADE E VARIEDADE DE EQUIPAMENTOS
COLETIVOS, ETC…OU SEJA, É DEFINIDA PELO TERRITÓRIO QUE SE ENCONTRA FUNCIONALMENTE
DEPENDENTE DE SI, PARA UM DETERMINADO NÚMERO DE FUNÇÕES.
LUGAR CENTRAL: QUALQUER LUGAR QUE OFERECE BENS À ÁREA ENVOLVENTE.
Hierarquia dos lugares da rede – Os bens:
Os bens podem ser agrupados por bens vulgares e por bens raros:
A diferença entre estes dois bens, está relacionada com o seu raio de eficiência.

Hierarquia dos lugares da rede – Lugares centrais e funções centrais:


As cidades, as vilas, as aldeias são lugares centrais. O lugar central, quer forneça bens ou serviços, exerce
funções centrais, isto é, independentemente da sua atividade fornece bens centrais (bens que adquiridos
numa zona central). A centralidade é a razão entre a quantidade de bens que o lugar fornece e a
quantidade de bens necessária aos seus habitantes. A centralidade está também associada ao seguinte
raciocínio: quanto maior a quantidade de produtos e serviços que oferece, maior será a centralidade de
um lugar. Por exemplo, a centralidade de Lisboa é maior do que a centralidade de Coimbra.
A hierarquia das funções centrais é classificação ordenada das funções desempenhadas pelos lugares
centrais, através de níveis ou escalões, relacionadas por vezes com o seu grau de importância. Por
exemplo, um Hospital é de um nível superior do que um centro de saúde local, assim como uma
universidade é de um nível superior em relação a uma escola de ensino secundário.
Existem, no entanto, funções que, devido à sua procura só encontramos nas grandes cidades, tais como
sedes de bancos, hospitais especializados, etc… Assim sendo, a quantidade, a diversidade e a qualidade
das funções acaba por levar à existência de lugares centrais de importância desigual.
Os bens/serviços de ordem inferior oferecem apenas bens vulgares (e onde os bens raros são, em regra,
inexistentes), os de ordem superior apresentam um leque relativamente diversificado de bens raros.
Vantagens e limitações da dispersão ou da concentração do povoamento:
A expansão urbana está associada a um processo de concentração e de desconcentração demográfica e
funcional. A rede urbana nacional não é equilibrada, uma vez que existe um número muito reduzido de
centros de média dimensão para combater as assimetrias entre uma elevada concentração das
aglomerações urbanas no litoral, nomeadamente na AML e na AMP. As cidades e as aglomerações
urbanas junto ao litoral, foram, desde sempre, as áreas preferenciais de localização da indústria e dos
serviços, o que contribuiu para o decréscimo demográfico no interior.
A concentração acarreta condições representativas à população por gerarem emprego, por aproveitarem
uma diversidade de funções centrais. Assim, a decisão de concentração tem como base:
-Vantagens que as aglomerações oferecem às empresas, as quais beneficiam de economias de escala
(redução do custo médio unitário à medida que aumenta o volume médio de produção, até um limite
máximo determinado pela obtenção do custo unitário médio mínimo);
-A diminuição dos custos de produção e o surgimento das chamadas economias de aglomeração.
A progressiva concentração das atividades económicas leva ao crescimento demográfico das cidades e à
formação das economias de aglomeração, que traduzem um conjunto de vantagens para as empresas:
-Facilitam o intercâmbio de atividades, reduzindo os custos de transporte;
-Beneficiam de um maior número de fornecedores e de clientes;
-Facilitam e promovem a investigação científica.
As grandes aglomerações urbanas acarretam uma elevada manutenção, principalmente no que toca aos
serviços públicos, como por exemplo, esgotos.
Gera-se uma situação de deseconomias de escala, ou seja, de deseconomias de aglomeração, quando
podemos afirmar que a aglomeração acaba por promover simultaneamente, a descentralização e as
deseconomias de aglomeração.
Quando se ponderam as vantagens ou desvantagens dos padrões de localização industrial, verifica-se
que a dispersão não beneficia das vantagens das economias de aglomeração. Contudo, apresenta
também vantagens que se traduzem em mais-valias para a região, tais como:
-Diminui os movimentos pendulares;
-Fixa a mão de obra autóctone;
-Reduz os impactos negativos da população.
DESCENTRALIZAÇÃO: EM TERMOS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO, CORRESPONDE A UMA
MIGRAÇÃO DE ATIVIDADES E FUNÇÕES DO CENTRO PARA A PERIFRIA, PROCESSO QUE VISA CONTRIBUIR
PARA A MELHOR DISTRIBUIÇÃO E EFICIÊNCIA DOS SERVIÇOS E EQUILÍBRIO DA REDE URBANA.
Papel das cidades médias:
Uma rede urbana equilibrada encontra-se associada à existência de um certo número de cidades de
média dimensão. As cidades médias constituem polos de atração, de desenvolvimento regional e de
dinamização de toda a sua área de influência, podendo mesmo alargar-se para lá desta. As cidades
médias são palco de uma boa rede de equipamento e infraestruturas que servem de forma eficiente a
sua população, fazendo com que esta usufrua de um nível de vida mais alto. As cidades médias são,
muitas vezes, servidas de hospitais regionais, universidades, institutos politécnicos, etc…
Cidade média em Portugal:
Para uma cidade portuguesa ser considerada de média dimensão deve ter entre 10.000 e 100.000
habitantes, uma vez que segundo os valores estabelecidos pela Comissão Europeia (100.000 a
250.000), Portugal não teria praticamente cidades médias, uma vez que só uma minoria das cidades
portuguesas tem os valores estabelecidos pela CE.
Objetivos do PROSIURB:
-Promover a requalificação e melhoria do ambiente urbano e reforçar a coesão económica e social
das cidades;
-Reestruturar e modernizar o sistema urbano, no quadro de uma estratégia concertada de
ordenamento do território;
-Promover a revitalização económica dos centros urbanos, modernizando as suas estruturas e
potenciando a sua eficácia funcional no contexto da rede urbana europeia.
As cidades médias estabelecidas no PROSIURB eram: Braga, Évora, Guarda, Coimbra…
Apesar de tudo, Portugal continua a apresentar uma rede de cidades médias deficiente, tornando as
poucas existentes muito dependentes das AML e AMP. Tudo isto leva à ausência de uma rede urbana
portuguesa hierarquizada.
No entanto, a existência de cidades médias é importante porque permite criar fora das AM de Lisboa
e do Porto polos:
-De atração e de iniciativa empresarial;
-De fixação demográfica, com capacidade para gerar efeitos difusores das AM e manter relações com
o exterior.
Este facto já vai sendo, apesar de tudo, visível devido:
-A uma nova configuração das bacias de emprego;
-À expansão das áreas urbanas;
-Afirmação das cidades como centros de emprego.
Em Portugal, o desenvolvimento dos transportes e sobretudo a utilização mais frequente do
automóvel tem permitido:
-O alargamento da amplitude das deslocações (movimentos pendulares) que ocorrem entre as AM e
as regiões envolventes;
-O crescimento urbano das cidades de média dimensão, como Évora, Guarda…e das áreas de caris
mais rural, mas com fortes níveis de industrialização ou que se encontram inseridas na área de
influência das respetivas cidades médias, como Belmonte ou Batalha.
Atenuação do crescimento das grandes aglomerações:
O atenuar das grandes aglomerações e a diminuição da grande polarização das duas Grandes AMP e
AML acabam por ser uma necessidade crescente para a coesão do território e para o aumento da
competitividade das regiões nacionais.
A rede urbana policêntrica – O ideal para o país:
A rede urbana policêntrica, apesar de ser a mais difícil de atingir é a mais desejável porque:
-Traduz uma rede urbana equilibrada;
-Permite uma visão estratégica quer ao nível do ordenamento do território nacional, quer ao nível do
reposicionamento do País ao nível ibérico, europeu e mesmo intercontinental;
-Permite a reorganização do espaço urbano, numa perspetiva de sistema policêntrico, vital para a
coesão do território e para a competitividade, não só nacional e do sistema urbano, mas também
ibérica, europeia e intercontinental;
-Permite que se criem polos regionais que constituam uma mais-valia para o desenvolvimento
harmonioso e sustentável da região, em particular, e do País em geral.
Neste sentido, o PNPOT (Plano Nacional da Política de Ordenamento do Território) teve como
objetivos estratégicos:
-Reforçar a competitividade territorial de Portugal e a sua integração nos espaços ibéricos, europeu e
global;
-Promover o desenvolvimento policêntrico dos territórios e reforçar as infraestruturas de suporte à
integração e à coesão territoriais.
Ficou também previsto um novo agrupamento de municípios devido à descentralização de
competências dos municípios, tais como:
-Pelas AM, que incluem as GAM (Grandes Áreas Metropolitanas) e as Comunidades Urbanas
(ComUrb);
-Pelas Comunidades Intermunicipais (ComInt).
Este processo teve como objetivo o desenvolvimento das regiões nacionais.
Inserção na rede urbana europeia:
Os sistemas urbanos territoriais devem ser assumidos como um elemento estratégico do
desenvolvimento de forma a organizar a promover as economias de aglomeração.
A região de fronteira – Benefícios da adesão às comunidades:
O desenvolvimento das cidades médias nacionais no interior do país, nomeadamente nas regiões de
fronteira tem permitido uma maior coesão da rede ibérica e consequentemente o desenvolvimento
regional. A melhoria das acessibilidades, as atividades culturais e o turismo impulsionam também o
desenvolvimento deste género de cidades.
O Programa de Ação do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Territorial (PNPOT)
considerou vital o reforço da competitividade do território nacional para a sua integração quer na
Península Ibérica, quer na Europa, quer mesmo a uma escala intercontinental, presente no objetivo
estratégico 2, que tem como objetivos:
-Reforçar a capacidade de as cidades se afirmarem como motores de internacionalização e
desenvolvimento;
-Promover polos regionais de competitividade e qualificar o emprego.
A entrada de Portugal e Espanha na EU contribuiu de forma significativa para o reforço da coesão da
Península Ibérica e do espaço comunitário.
O ZASNET 2020:
Para o período 2014-2020, a UE assume a Cooperação Territorial Europeia como central para a
construção de um espaço comum europeu:
-Que aproxime os cidadãos;
-Ajude a resolver problemas comuns;
-Facilite a partilha de ideias e de recursos;
-Incentive a colaboração estratégica para alcançar objetivos.
De forma a criar uma Europa mais inteligente, mais sustentável e mais inclusiva, elaborou-se um
plano estratégico de cooperação e desenvolvimento territorial para 2014-2020, o ZASNET 2020, tem
como missão:
-Facilitar e promover a cooperação transfronteiriça, transnacional e inter-regional entre os seus
membros, com o intuito de reforçar a coesão económica e social;
-Engloba cinco sub-regiões (NUTS III): três do lado português (Bragança, Vila Real e Guarda) e duas do
lado espanhol (Zamora e Salamanca).

Complementaridades funcionais:
Atualmente, fruto dos crescentes processos, como a suburbanização e a suburbanização, a cidade e o
campo tornaram-se espaços complementares. Independentemente da sua dimensão e do seu grau de
desenvolvimento, a cidade não é um espaço geográfico isolado e independente, mas cria com o espaço
periférico, uma panóplia de relações de interdependência/complementaridade.
A cidade mantém na sua área de influência e, consequentemente, de dependência de uma região
relativamente vasta. A sua importância resulta então de uma inter-relação de fatores, como, por
exemplo:
-A existência de mão de obra qualificada;
-A maior oferta cultural;
-O maior dinamismo dos serviços.
Estes fatores transformam a cidade num lugar de trocas comerciais com o espaço rural envolvente e com
outras cidades. Desta forma, as cidades são o palco da venda e da divulgação dos produtos oriundos do
campo. Percebemos que existe uma relação de complementaridade uma vez que o campo precisa de
fertilizantes e de máquinas para trabalhar que se encontram nas cidades e as cidades precisam dos
produtos oriundos do campo.

No entanto, uma nova relação cidade/campo pode levar a um espaço rural marginalizado, devido, em
parte, ao abandono demográfico e ao crescente envelhecimento populacional, conjugado com a falta de
infraestruturas e equipamentos. É também importante referir que 75% da população europeia é
citadina.
Estratégias de cooperação institucional:
A política de desenvolvimento rural 2007-2013 centrou-se:
-No aumento da competitividade dos setores agrícola e florestal;
-Na melhoria do ambiente e paisagem rural;
-Na melhoria da qualidade de vida nas áreas rurais e promoção da diversificação do ambiente e
economia rural;
-No quarto eixo, que se baseia na experiência adquirida com as Iniciativas Comunitárias Leader, e
introduz abordagens locais visando o desenvolvimento rural.
O reconhecimento da agricultura como fulcral para a economia do espaço rural, as ajudas financeiras
e o não isolamento das regiões são aspetos que devem estar sempre presentes para a integração
ambicionada no espaço rural.
Em suma, o espaço rural deve basear-se numa estratégia que vise:
-Um desenvolvimento apoiado na exploração racional, na valorização e na promoção dos recursos
endógenos de cada região e na diversificação da economia local;
-A igualdade de oportunidades, ou seja, que as populações residentes nas áreas rurais tenham
oportunidades de acesso aos serviços que caracterizam a vida quotidiana das cidades, o que se traduz
numa melhor qualidade de vida.
O desenvolvimento do turismo, do comércio e das novas tecnologias, tal como a agricultura, o
artesanato e a qualidade do espaço rural, são fundamentais para o desenvolvimento rural e para a
integração de novas relações cidade-campo.

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