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Problemas Urbanos:
Devido ao aumento da população e das suas crescentes necessidades, temos como consequência
deste crescimento, o desajustamento entre as infraestruturas existentes e as necessidades da
população. Existem também problemas sociais, tais como, o desemprego, que, algumas das suas
consequências passam pelo aumento da criminalidade, da prostituição…
Problemas Socioeconómicos:
- Persistência de população em situação de pobreza e sem acesso condigno à habitação;
- Integração dos imigrantes, acentuando a segregação territorial e a exclusão social nas áreas
urbanas;
- A elevada vulnerabilidade do emprego no que toca aos movimentos de reestruturação da economia
e dos processos de deslocalização.
Problemas Urbanísticos:
- Habitação: *Sobrelotação dos edifícios e ausência de espaços verdes; *A degradação dos bairros
antigos; *A saturação das infraestruturas físicas.
Assim:
*A saturação do espaço urbano é visível: -Por um aumento da altura dos edifícios que se encontram
concentrados no interior do perímetro urbano; -Insuficiência de espaço livre, que se deve, em parte à
falta de planeamento e à especulação imobiliária.
- Saturação das infraestruturas físicas: *Problemas de fornecimento de água; *Problemas nos
coletores de esgotos; *Infraestruturas de energia elétrica.
Problemas Ambientais:
Alguns dos problemas do ambiente urbano passam pela impermeabilização do solo, construção em
leitos de cheia ou a escassez de espaços verdes.
Assim, os problemas ambientais resultam:
-Aumento da poluição atmosférica (aumento da circulação dos transportes rodoviários);
-Do aumento da poluição sonora (provocados pelo barulho dos transportes motorizados, fábricas…);
-Do aumento da poluição provocada pelo lixo doméstico e industrial e pelos esgotos (a falta ou
insuficiência de um sistema de tratamento de lixos e de esgotos, o que leva à contaminação do ar e
do solo).
Condições de vida urbana:
A reurbanização (caracterizada por uma nova capacidade atrativa do centro urbano, o que lhe
confere um novo interesse e procura), que traduz um desenvolvimento sustentável. Esta renovação
está contemplada no Ordenamento do território e do urbanismo e tem como objetivos:
-Melhoria das condições de vida e de trabalho das populações, no respeito pelos valores culturais,
ambientais e paisagísticos;
-A reconversão de áreas urbanas ilegais;
-A recuperação ou reconversão de áreas degradadas.
A renovação, a reabilitação e a requalificação estão presentes quando se fala de recuperação do
património urbano.
Renovação Urbana:
Renovação Urbana (demolição dos edifícios e construção de novos imóveis, o que implica uma
alteração das estruturas existentes). A renovação urbana:
-Implica a demolição total ou parcial de edifícios e estruturas de uma área que é reocupada com
outras funções e por uma classe social mais favorecida.
Está associada a uma mudança de estatuto económico e de estatuto funcional.
A renovação urbana presente na INTERVENÇÃO OPERACIONAL RENOVAÇÃO URBANA (IORU), tornou-
se um objeto importante na substituição total/parcial dos edifícios, ma também pela reconstrução de
novos.
Programa de Erradicação de Barracas (PER):
Este programa realoja a população residente em barracas. Visa a qualificação urbanística e ambiental,
tal como a segurança, o bem-estar e a qualidade de vida da população nas áreas envolventes. Integra
a terceira componente (valorização urbanística e ambiental) do programa POLIS.
Reabilitação Urbana:
Reabilitação urbana (quando se pretende manter um bairro com as todas as suas características
funcionais, pelo que, para além da melhoria das condições físicas, internas e externas, dos edifícios,
há uma dinamização das atividades, de forma a tornar uma área mais atrativa). Este processo:
-Implica uma intervenção nas áreas degradadas, visando melhorar as condições físicas do património
edificado, restaurando ou conservando os imóveis ou os espaços públicos;
-Implica uma intervenção em que as funções existentes se mantêm.
Requalificação Urbana:
Requalificação Urbana (Adaptação, tendo em conta a necessidade do momento, da estrutura física
dos imóveis e/ou espaço urbano para um uso diferente daquele para que inicialmente fora
concebido, sem que sofra alterações significativas). Implica uma intervenção:
-Assente numa alteração funcional dos edifícios e dos espaços devido à redistribuição da população e
das atividades económicas;
-Associada ao programa POLIS (Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das
cidades): valorização do património, a requalificação de espaços públicos nos centros das cidades…
Programa POLIS (Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das
Cidades):
Este programa surge na sequência do PROSIURB, que tinha como objetivo o apoio aos municípios na
recuperação de espaços patrimoniais. O POLIS visa a qualidade de vida nas cidades através de
intervenções ao nível urbanístico e ambiental, de forma a melhorar a atratividade e competitividade
das cidades. Os objetivos são os seguintes:
-Desenvolver grandes operações integradas de requalificação urbana com uma forte componente de
valorização ambiental;
-Apoiar iniciativas que visem aumentar os espaços verdes, promover áreas pedonais e condicionar o
trânsito automóvel em centros urbanos.
Têm sido elaborados planos de ordenamento do território que se inserem no âmbito regional,
nacional e municipal.
Características da rede urbana:
Hierarquia das funções e dos lugares centrais. Com efeito, e no geral, quanto mais elevado é o nível
de uma função, mais rara ela é e maior distância estão os consumidores dispostos a percorrer para
adquirir o bem, frequentemente de preço mais elevado. Uma rede urbana caracteriza-se pela
distribuição espacial das cidades; pela dimensão (nº de habitantes) e pela importância quanto às
funções que oferece.
Características da rede urbana nacional:
A rede urbana nacional caracteriza-se pela existência de 588 lugares com 2000 ou mais habitantes, o
que corresponde a cerca de 2,2% dos lugares nacionais. Caracteriza-se pela existência de apenas 7
lugares com dimensão igual ou superior a 100.000 habitantes que concentravam cerca de 14% da
população nacional. Os principais lugares com populações entre os 20 mil e os 100 mil habitantes
localizam-se fora das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e mais localizadas no interior do país ou
nas cidades do litoral. A rede urbana nacional caracteriza-se pela ausência de lugares com mais de 20
mil habitantes no litoral alentejano, como por exemplo Sines.
Distribuição Espacial:
As cidades portuguesas e, consequentemente, a população acabam por ter uma repartição
assimétrica, que se traduz no reforço das duas áreas metropolitanas, de Lisboa e do Porto e das
cidades de média dimensão, mas também a concentração da população ao longo da faixa litoral.
Esta repartição assimétrica das cidades traduz-se na concentração de cidades e população na faixa
litoral entre Setúbal e Viana do Castelo (com destaque para as áreas metropolitanas de Lisboa e do
Porto e no litoral algarvio) – Litoralização.
Nas regiões do interior, desde o Nordeste até ao interior algarvio possuem um baixo número de
cidades e reduzida população urbana, com exceção de alguns municípios que possuem cidades
médias, como por exemplo, sedes de distrito.
É também possível observar uma bipolarização, respetivamente nas áreas metropolitanas de Lisboa e
do Porto. O território está organizado em rede.
NOTA: NOS AÇORES E NA MADEIRA O Nº DE CIDADES TAMBÉM NÃO É MUITO ELEVADO
Da litoralização à bipolarização urbana:
Entre 2001 e 2011, assistiu-se ao reforço da concentração populacional no litoral – em particular, na
AML e na AMP – num processo de continuidade da tendência de litoralização e bipolarização da
população residente.
A menor densidade populacional regista-se:
-No interior do país e no litoral alentejano;
-Destacam-se: Beira interior sul, Alto Alentejo, Alentejo Litoral e Baixo Alentejo.
Nos arquipélagos: Na generalidade das ilhas dos Açores, sobretudo, dos grupos Ocidental e Central,
bem como Santa Maria, no grupo Oriental.
A maior densidade populacional regista-se:
-No litoral ocidental entre Setúbal e Viana do Castelo;
-Destacam-se: Grande Lisboa e Grande Porto e o litoral algarvio;
-Nas cidades médias localizadas no interior, como Évora, Castelo Branco, Guarda…
Nos arquipélagos:
-Na vertente sul da ilha da Madeira;
-No litoral das ilhas de S. Miguel e da Terceira (são as mais povoadas).
Apesar da litoralização e bipolarização, os municípios de Lisboa e do Porto têm vindo a perder
população residente e densidade populacional.
Para termos uma rede urbana ou sistema urbano, temos de ter em conta que estas só podem existir
se:
-Tivermos uma rede hierarquizada de cidades, ou relativamente hierarquizada;
-Uma relação de dependência ou complementaridade, em termos funcionais, entre as cidades e estas
e as áreas mais rurais.
Assim, a hierarquização urbana pressupõe sempre a relação entre a dimensão geográfica das cidades,
a sua especialização funcional e a capacidade de interação entre elas. Quando esta situação acontece
temos uma rede completa, logo, integra cidades de diversos níveis hierárquicos, numa sequência
relativamente regular. Quando isto não acontece, a rede urbana é incompleta, pois falta-lhe
categorias superiores, médias e/ou inferiores.
As redes urbanas podem ser:
-Monocêntricas/Macrocéfalas: Quando um país é dominado por uma grande metrópole que
monopoliza a vida económica, cultural e social. Ex.: concentração da população em Lisboa.
-Polarizadas policêntricas ou polinucleares: Quando em torno da capital regional e a uma distância
relativamente regular surgem cidades de diferentes níveis hierárquicos, dando origem a uma rede
mais ou menos densa. Ex.: circunscritas nas AMP e AML.
-Bipolares ou bicéfalas: Quando um país é dominado por duas grandes metrópoles, que ocupam o
topo da hierarquia e repartem entre si as funções de nível superior. Ex.: AML e AMP.
-Multipolares: Quando existem várias metrópoles no topo da hierarquia e repartem entre si as
funções superiores, de nível económico, político, financeiro, etc.…Ex.: Outros países. Alemanha,
França, etc.…
Rede urbana nacional:
A rede urbana nacional tem sido marcada pelo peso, não só demográfico, mas sobretudo funcional,
da AML:
-Pelo crescimento demográfico da AMP ser muito superior ao funcional;
-Pela ausência de um escalão significativo de cidades de média dimensão.
Assim, na década de 90 o país apresentava uma rede urbana macrocéfala, devido à importância que a
AML exercia, não só devido à qualificação da população, mas como na diversificação das atividades.
Contudo, Lisboa e Porto monopolizam a vida económica e social do país. Assim sendo, o modelo
macrocéfalo tem dado lugar ao modelo bicéfalo, contando com a emergência da AMP, que tem
procurado afirmar-se como polo sub-regional, através, por exemplo, das suas ligações com a Galiza e
da acessibilidade ao espaço europeu, contando com a fronteira de Villar Formoso. Desta forma,
Portugal está mais pequeno, mas mais articulado do ponto de vista funcional, simultaneamente, do
sistema bicéfalo.
A rede/sistema urbano nacional caminha para a existência de:
-Duas áreas metropolitanas com dinamismos e processos de estruturação interna diferenciados, que
aliam uma grande dimensão em termos nacionais com uma frágil projeção funcional em termos
internacionais;
-Uma extensa mancha litoral de urbanização difusa, onde emergem alguns sistemas polinucleados e
se destacam diversos centros urbanos de maior dimensão e dinamismo, embora sem o tamanho
demográfico de cidade média de acordo com os padrões europeus;
-Uma urbanização linear ao longo da costa algarvia;
-Uma rede de pequenas e médias cidades no interior, nalguns casos configurando eixos e sistemas
urbanos multipolares.
Características da rede urbana nacional:
O reforço demográfico e de emprego nas cidades tem levado à expansão da sua área de influência
para além dos limites do município. As cidades têm vindo a aumentar a sua importância e a sua
influência em áreas cada vez mais afastadas, onde a melhoria das acessibilidades e o aumento da
mobilidade da população justifica a formação de sistemas ou eixos urbanos, como por exemplo no
litoral, Leiria-Marinha grande ou no interior, Régua-Lamego.
De acordo com o PNPOT (Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território), o processo
de urbanização conduziu a um sistema urbano caracterizado por quatro tendências:
-Estabilização do peso das áreas metropolitanas no total da população residente, o reforço das
cidades médias, com destaque para os centros urbanos do litoral;
-A afirmação do dinamismo de alguns centros do interior em contexto de despovoamento rural;
-Reforço do policentrismo funcional e da suburbanização no interior das áreas metropolitanas.
CIDADES-ÂNCORA: SÃO CIDADES DINAMIZADORAS DE DESENVOLVIMENTO DE TERRITÓRIOS
ALARGADOS.
CIDADES-PORTA: SÃO CIDADES QUE CORRESPONDEM A CENTROS DE INTERNACIONALIZAÇÃO
URBANA E TERRITORIAL.
EIXO DE CIDADES: CORRESPONDE A DOIS OU MAIS CENTROS URBANOS QUE SE DISTRIBUEM
LINEARMENTE E SE ENCONTRAM ARTICULADOS E DISTANCIADOS DE FORMA SEMELHANTE.
Hierarquia dos lugares da rede - A área de influência:
A cidade estabelece sempre inter-relações diversificadas com o espaço envolvente, ao nível da
população, de produtos de capitais, de informações, etc… Contudo, apesar de as relações serem
recíprocas, a cidade desempenha sempre um papel atrativo e polarizador sobre as áreas ou regiões
limítrofes, estando estas dependentes da cidade.
A área dependente da cidade é tanto maior quanto mais importante for a cidade. Às regiões
dependentes das cidades num determinado número de funções, denominam-se área de influência ou
hinterland.
Assim:
-Quanto mais raro é o bem ou a função, maior é a área de influência da cidade, ou outro lugar central,
em relação a esse bem. Ex.: Uma consulta de especialidade tem uma maior área de influência do que
uma consulta no centro médico local.
-Quanto maior e mais importante for a cidade, ou outro lugar central, maior será a quantidade de bens
por ela oferecidos e, consequentemente, maior será a sua área de influência.
ÁREA DE INFLUÊNCIA: DOMÍNIO EXERCIDO POR UMA CIDADE SOBRE UM ESPAÇO ENVOLVENTE, E,
CONSEQUÊNCIA DA SUA OFERTA DE BENS E SERVIÇOS, QUANTIDADE E VARIEDADE DE EQUIPAMENTOS
COLETIVOS, ETC…OU SEJA, É DEFINIDA PELO TERRITÓRIO QUE SE ENCONTRA FUNCIONALMENTE
DEPENDENTE DE SI, PARA UM DETERMINADO NÚMERO DE FUNÇÕES.
LUGAR CENTRAL: QUALQUER LUGAR QUE OFERECE BENS À ÁREA ENVOLVENTE.
Hierarquia dos lugares da rede – Os bens:
Os bens podem ser agrupados por bens vulgares e por bens raros:
A diferença entre estes dois bens, está relacionada com o seu raio de eficiência.
Complementaridades funcionais:
Atualmente, fruto dos crescentes processos, como a suburbanização e a suburbanização, a cidade e o
campo tornaram-se espaços complementares. Independentemente da sua dimensão e do seu grau de
desenvolvimento, a cidade não é um espaço geográfico isolado e independente, mas cria com o espaço
periférico, uma panóplia de relações de interdependência/complementaridade.
A cidade mantém na sua área de influência e, consequentemente, de dependência de uma região
relativamente vasta. A sua importância resulta então de uma inter-relação de fatores, como, por
exemplo:
-A existência de mão de obra qualificada;
-A maior oferta cultural;
-O maior dinamismo dos serviços.
Estes fatores transformam a cidade num lugar de trocas comerciais com o espaço rural envolvente e com
outras cidades. Desta forma, as cidades são o palco da venda e da divulgação dos produtos oriundos do
campo. Percebemos que existe uma relação de complementaridade uma vez que o campo precisa de
fertilizantes e de máquinas para trabalhar que se encontram nas cidades e as cidades precisam dos
produtos oriundos do campo.
No entanto, uma nova relação cidade/campo pode levar a um espaço rural marginalizado, devido, em
parte, ao abandono demográfico e ao crescente envelhecimento populacional, conjugado com a falta de
infraestruturas e equipamentos. É também importante referir que 75% da população europeia é
citadina.
Estratégias de cooperação institucional:
A política de desenvolvimento rural 2007-2013 centrou-se:
-No aumento da competitividade dos setores agrícola e florestal;
-Na melhoria do ambiente e paisagem rural;
-Na melhoria da qualidade de vida nas áreas rurais e promoção da diversificação do ambiente e
economia rural;
-No quarto eixo, que se baseia na experiência adquirida com as Iniciativas Comunitárias Leader, e
introduz abordagens locais visando o desenvolvimento rural.
O reconhecimento da agricultura como fulcral para a economia do espaço rural, as ajudas financeiras
e o não isolamento das regiões são aspetos que devem estar sempre presentes para a integração
ambicionada no espaço rural.
Em suma, o espaço rural deve basear-se numa estratégia que vise:
-Um desenvolvimento apoiado na exploração racional, na valorização e na promoção dos recursos
endógenos de cada região e na diversificação da economia local;
-A igualdade de oportunidades, ou seja, que as populações residentes nas áreas rurais tenham
oportunidades de acesso aos serviços que caracterizam a vida quotidiana das cidades, o que se traduz
numa melhor qualidade de vida.
O desenvolvimento do turismo, do comércio e das novas tecnologias, tal como a agricultura, o
artesanato e a qualidade do espaço rural, são fundamentais para o desenvolvimento rural e para a
integração de novas relações cidade-campo.