PLANO DE INVESTIGAÇÃO

Juliana CARVALHO MIRANDA TEIXEIRA

TÍTULO:

A MULTIDÃO E O PROLETARIADO APÓS PORTO ALEGRE:

Elaboração, Atualização e Políticas de Emancipação

IDEIA DIRETRIZ: As políticas de emancipação sejam altermundialistas, sejam

anticapitalistas que se esboçam com o desenvolvimento da globalização
neoliberal, notadamente após a crise do capitalismo mundial, põe em xeque o
uso da categoria negrista de multidão e reafirma a pertinência da categoria
marxista do proletariado, como um ser explorado, dominado e humilhado.

PARTE 1: A ELABORAÇÃO DOS CONCEITOS DE MULTIDÃO E DE

PROLETARIADO

IDEIA MOTRIZ I: o pensamento de Spinoza foi o ponto de partida da

construção tanto da categoria do proletariado de Marx quanto da categoria da
multidão de Negri. Esta dupla herança se distingue pela construção,
respectivamente, de uma totalidade concreta dialética e de uma totalidade
abstrata antinômica.

Capítulo 1: A multidão como totalidade abstrata: Negri herdeiro de Spinoza

Capítulo 2: O proletariado como totalidade concreta: Marx herdeiro de Spinoza

PARTE 2: ATUALIZAÇÃO DOS CONCEITOS DE MULTIDÃO E DE

PROLETARIADO

IDEIA MOTRIZ II: A atualização estrutural-antinômica feita por Negri do

conceito de multidão encontra-se em dificuldade para apreender a nova
configuração da genericidade humana na era da globalização neoliberal. Em
contrapartida, através do método ontológico-genético (Lukács, Bloch, Lefebvre)
é possível atualizar o conceito de proletariado de maneira a fazer uma
abordagem crítica e revolucionária no que concerne a esse novo contexto.

Capítulo 3: A abordagem estrutural-antinômica da multidão

Capítulo 4: A abordagem ontológico-genética do proletariado

PARTE 3: AS POLÍTICAS DE EMANCIPAÇÃO DA MULTIDÃO E DO

PROLETARIADO APÓS PORTO ALEGRE
IDEIA MOTRIZ III: Para os negristas, e desde o fim do século XX, os
movimentos de resistência à mundialização neoliberal são a manifestação do
trabalho vivo da multidão. Entretanto, a concepção antinômica entre o Império
e a multidão torna-se cada vez mais incapaz de apreender a riqueza das
determinações das lutas contra a exploração, a dominação e a humilhação em
escala global.

Capítulo 5: A política de emancipação altermundialista da multidão

Capítulo 6: A política de emancipação anticapitalista do proletariado

BIBLIOGRAFIA

ARTOUS, Antoine. Démocratie, citoyenneté, émancipation. Marx, Lefort,

Balibar, Rancière, Rosanvallon, Negri… Paris: Éditions Syllepse, 2010.

ARTOUS, Antoine; BENSAÏD, Daniel (org.). Logiques de guerre. Dossier :

Émancipation sociale et démocratie. Contre Temps, Paris, n. 3, fev. 2002.

BALIBAR, Etienne. Individualité et transindividualité chez Spinoza.

In: MOREAU, Pierre François (dir.). Architectures de la raison: Mélanges
offerts à Alexandre Matheron. Lyon: ENS Editions, 1996. pp. 37-47.

BENJAMIN, Walter. Rêves. Paris: Éditions Gallimard, 2009.

BENSAÏD, Daniel. Multitude ventriloques. Revue Multitudes, 2004. Disponível

em: <http://multitudes.samizdat.net/Multitudes-ventriloques>.

______. Résistances: essai de taupologie générale. Paris : Fayard, 2001.

______. Éloge de la politique profane. Paris: Éditions Albin Michel, 2008.

BIDET, Jacques; DUMÉNIL, Gérard. Altermarxisme: un autre marxisme pour

un autre monde. Paris: PUF, 2007.

BLOCH, Ernst. Experimentum Mundi: question, catégories de l'élaboration,

praxis. Paris: Payot, 1981.

______. Droit naturel et dignité humaine. Paris: Payot & Rivages, 2002.

BORON, Atilio Alberto. Império & imperialismo: uma leitura crítica de Michael
Hardt e Antonio Negri. Buenos Aires: CLACSO, 2002.
BOURDIEU, Pierre et al. Les perspectives de la protestation. Paris: Éditions
Syllepse, 1998.

BROWN Nicholas, SZEMAN Imre. O que é a multidão? Entrevista com Michael

Hardt e Antonio Negri. Revista Novos Estudos CEBRAP, n. 75, pp. 93-108,
2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/nec/n75/a07n75.pdf>.

CADERNOS Diplô [do] Le Monde Diplomatique. Fórum Social Mundial 2002:

que outro mundo é possível? São Paulo, n.3, jan. 2002.

CALLINICOS, Alex. Toni Negri, théoricien de l’Empire. Europe solidaires sans

frontière, 2006. Disponível em: <http://www.europe-
solidaire.org/spip.php?article1848>.

CARVALHO M. T., Juliana. La genèse et la puissance de la multitude : pour

la critique de l’altermondialisme chez Negri. [Mémoire de recherche] soutenu à
l’Université Paris Ouest Nanterre La Défense pour obtenir le grade de Master
Recherche en Sciences Humaines et Sociales, 2011, 85 p.

CARTA de Princípios do Fórum Social Mundial, 2001. Disponível em:

<http://www.forumsocialmundial.org.br/main.php?id_menu=4&cd_language=1>.

CECEÑA, Ana Esther (org.). Hegemonias e emancipações no século XXI.

Buenos Aires: CLACSO, 2005.

CHÂTELET, François. Logos et praxis: Recherches sur la signification

théorique du marxisme. Paris: Hermann Éditeurs, 2009.

CINGOLANI, Patrick. Destin de la multitude ou évènements de la politique. A

propos des deux derniers livres de Hardt et Negri. In: Variations. Revue
internationale de théorie critique. Paris, n. 1, pp. 31-44, 2006. Disponível em:
<http://theoriecritique.free.fr/pdf/v7/V7.pdf>.

COCCO, Giuseppe; LAZZARATO, Maurizio. Ruptures dans l’Empire, puissance

de l’exode. Entretien avec Toni Negri. Revue Multitudes, n. 7, pp. 75-84,
2001c.

COURS-SALIES, Pierre; VAKALOULIS, Michel (dir.). Les mobilisations

collectives: une controverse sociologique. Paris: P.U.F., 2003.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian; MOUHOUD, El Mouhoub. Sauver Marx ?
Empire, multitude, travail immatériel. Paris: La Découverte, 2007.

Dossier Le déclin de l’Europe, Revue Philosophie magazine. Paris, n. 42, pp.

36-57, 2010.

FARIAS, Flávio Bezerra de. Au-delà de l’Empire. In: JORNADAS DE

ECONOMÍA CRÍTICA, 8., 2002. Valladolid, Anais… Disponível em:
http://www.ucm.es/info/ec/jec8/Datos/documentos/comunicaciones/Fundament
os/Bezerra%20Flavio%202.PDF>.

______. Do capital ao império: miséria da filosofia política. Revista de

Políticas Públicas. São Luís, v. 9, n. 1, pp. 31-76, 2005.

______. La critique et la crise du capitalisme global. In: CONGRÈS MARX

INTERNATIONAL, 6., 2010. Nanterre, Anais… Disponível em:
<http://actuelmarx.u-paris10.fr/cm6/index6.htm>.

GOLDMANN, Lucien. Lukács et Heidegger. Pour une nouvelle philosophie.

Paris: Éditions Denoël, 1973.

GRET, Marion; SINTOMER, Yves. Porto Alegre: l’espoir d’une autre

démocratie. La Découverte et Syros, 2002.

GUATTARI, Félix; NEGRI, Toni. Les nouveaux espaces de liberté. Paris:

Dominique Bedou, 1985.

HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Empire. Paris: Exils Éditeur, 2000.

______. Multitude: guerre et démocratie à l’âge de l’Empire. Paris: La

Découverte, 2004.

HOLLOWAY, John. Mudar o mundo sem tomar o poder: o significado da

revolução hoje. São Paulo: Editora Viramundo, 2003.

LAZZERI, Christian. Droit, Pouvoir et Liberté: Spinoza critique de Hobbes.

Paris: PUF, 1998.

LEFEBVRE, Henri. Problèmes actuels du marxisme. Paris: P.U.F, 1975.

______. Éléments de rythmanalyse: introduction à la connaissance des

rythmes. Paris: Éditions Syllepse, 1992.

______. La production de l’espace. Paris : Anthropos, 2000.

______. La survie du capitalisme : la reproduction des rapports de
production. Paris: Anthropos/Economica, 2002.

LORDON, Frédéric. Capitalisme, désir et servitude. Paris: La Fabrique

Éditions, 2010.

LÖWY, Michel. Negatividade e utopia do movimento altermundialista. Revista

Lutas Sociais, n. 19/20, pp. 32-38, jun./dez. 2008.

LÖWY, Michel ; BENSAÏD, Daniel. Marxismo, modernidade e utopia. São

Paulo: Xamã, 2000.

LUKÁCS, Georges. Prolégomènes à l’ontologie de l’être social. Paris:

Éditions Delga, 2009.

______. Ontologie de l’être social: le travail, la reproduction. Paris: Éditions

Delga, 2011.

MARX, Karl. Le Capital. Paris: Sociales, 1976.

______. Contribution à la critique de l’économie politique. Paris: Sociales,

1977.

______. Manuscrits de 1844. Paris: GF-Flammarion, 1996.

MASSIAH, Gustave. L’altermondialisme et la crise de la mondialisation.

ATTAC, 2008. Disponível em:
<http://www.france.attac.org/archives/spip.php/www.attac.info/spip.php?article9
287>.

______. Une stratégie altermondialiste. Paris: Éditions La Découverte, 2011.

MÉSZÁROS, István. O desafio e o fardo do tempo histórico. São Paulo:

Boitempo Editora, 2007.

NEGRI, Antonio. Marx au-delà de Marx. Paris: Christian Bourgois Éditeur,

1979.

______. La classe ouvrière contre l’État. Paris: Galilée, 1978.

______. Spinoza subversif: variations (In)Actuelles. Paris: Éditions Kimé,

1994.
______. Ainsi commença la chute de l’Empire. Revue Multitudes, n. 7, pp. 17-
26, 2001a.

______. L’Empire, stade suprême de l’impérialisme. Le Monde Diplomatique,

2001b. Disponível em : <http://www.monde-
diplomatique.fr/2001/01/NEGRI/14678>.

______. Pour une définition ontologique de la multitude. Revue Multitudes, n.

9, pp. 36-48, 2002.

______. Cinco lições sobre Império. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

______. L’anomalie sauvage: puissance et pouvoir chez Spinoza. Paris:

Éditions Amsterdam, 2007.

______. Spinoza : Une sociologie des affects. In: CITTON, Yves; LORDON,
Frédéric (dir.). Spinoza et les sciences sociales: de la puissance de la
multitude à l’économie des affects. Paris: Amsterdam, 2008.

______. Spinoza et nous. Paris: Éditions Galilée, 2010.

NIELSBERG, Jérôme-Alexandre (dir.). Violences impériales et lutte de

classes. Paris: P.U.F., 2004.

POLANYI, Karl. A grande transformação. Rio de Janeiro: Campus, 1980.

QUEVEDO, Júlio; GRÌCOLI IOKOI, Zilda Márcia (org.). Movimentos sociais

na América Latina: desafios teóricos em tempos de globalização. Santa Maria:
MILA, CCSH, Universidade Federal de Santa Maria, 2007.

REVEL, Judith; NEGRI, Antonio. Inventer le commun des hommes. Revue

Multitudes, n. 31, pp. 5-10, 2007. Disponível em: <www.cairn.info/revue-
multitudes-2007-4-page-5.htm>.

CAHIERS Documentaires. De Porto Alegre à Mumbai: à l’heure de

l’altermondialisme. Montreuil, n. 3, 200-.

SANTOS Boaventura de Souza. A esquerda no século XXI: as lições do Fórum

Social Mundial. Fórum Social Mundial, 2007. Disponível em:
<http://www.forumsocialmundial.org.br/noticias_textos.php?cd_news=431>.

______. Um Fórum para durar. Fórum Social Mundial, 2002. Disponível em:
<http://www.frumsocialmundial.org.br/dinamic/por_balanco_Boaventu.php>.
______. O futuro do Fórum Social Mundial: O trabalho da tradução. Fórum
Social Mundial, 2005. Disponível em:
<http://www.forumsocialmundial.org.br/noticias_textos.php?cd_news=52>.

SARFATI, Georges-Elia. Figures et ferveur de la multitude: la rhétorique muette

de la démocratie. Revue Controverses, n. 1, pp. 40-57, 2006. Disponível em:
http://www.controverses.fr/pdf/n1/ferveur_multitude.pdf>.

SEOANE, José; TADDEI, Emilio (comp.). Resistencias Mundiales: de Seattle

à Porto Alegre. Buenos Aires: CLACSO, 2001.

SERGI, Vittorio; TARI, Marcello. Entrevista a John Holloway y Toni Negri.

Uninomade, 2006. Disponível em:
<http://encontrarte.aporrea.org/pdf.php?art=6588&ej=38>.

SPINOZA, Baruch de. Éthique. Paris: P.U.F., 1990.

______. Traité politique / Lettres. Paris: GF-Flammarion, 2007.

TRIGANO, Shmuel. Comment aborder la notion d’ « esprit des lumières » ? In:

WEILL, Nicolas (dir.). L’esprit perdu des lumières est-il perdu ? Rennes:
P.U.R., 2006.

VAKALOULIS, Michel; VINCENT, Jean-Marie; ZARKA, Pierre. Vers un nouvel

anticapitalisme: pour une politique d’émancipation. Paris: Éditions du Félin,
2003.

VERGNE, Francis. Pousser Negri au-delà de lui-même ? Du sujet en politique

et des difficultés stratégiques qui persistent dans leur être. Europe Solidaire
sans frontières, 2011. Disponível em: <http://www.europe-
solidaire.org/spip.php?article7262>.

VINCENT, Jean-Marie. Critique du travail: le faire et l’agir. Paris: P.U.F., 1987.

______. Le trotskysme dans l’histoire. Revue Critique Communiste, n. 172,

pp. 48-64, 2004.

ZARKA, Pierre. Oser la vraie rupture: gauche année zéro. Paris : Éditions de
l’Archipel, 2011.