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JOÃO FILGUEIRAS LIMA

“ João Filgueiras Lima (Lelé)


é um dos poucos arquitetos
brasileiros que goza de respeito e
admiração unânimes em sua
categoria. Não é à toa. Sua
trajetória justifica todos os
louros colhidos em mais de
meio século de carreira.”

Biografia cronológica

João Filgueiras Lima, conhecido popularmente pela alcunha Lelé


nasceu no Rio de Janeiro em 10 de janeiro de 1932. Arquiteto brasileiro cuja
obra é reconhecida especialmente pelo conjunto de projetos que desenvolveu
junto à Rede Sarah de hospitais. A maior parte das obras de Lelé encontra-se
fora do eixo Rio-São Paulo (regiões tradicionalmente abordadas pela crítica e
pela historiografia da arquitetura nacional), especialmente nos estados da
região Nordeste do país e em Brasília, cuja construção acompanhou. Apesar de
ter nascido no Rio de Janeiro, passou a maior parte da vida em Brasília e em
Salvador.
Formou-se arquiteto pela Universidade do Brasil (atual Universidade
Federal do Rio de Janeiro-UFRJ), em 1955 e sob influência de Oscar Niemeyer
e Nauro Esteves, mudou-se para Brasília ainda recém-formado, em 1957, ano
em que foi iniciada a implantação do plano piloto de Lucio Costa. Neste
período, construiu, projetou e colaborou com Oscar Niemeyer na construção da
cidade. A necessidade de racionalização na construção de Brasília, despertou
em Lelé o interesse na tecnologia de racionalização do uso do concreto
armado, levando-o ao leste europeu para conhecer as tecnologias de
construções pré-fabricadas aplicadas em países como União Soviética,
Tchecoslováquia e Polônia, em meados da década de 1960.
Seu apuro construtivo, revelado no canteiro de obras, levou Oscar
Niemeyer a convidá-lo, em 1962, a integrar o quadro técnico do Centro de
Planejamento da UnB. Ali, deu início às experiências com pré-fabricação
pesada, aplicada, mais tarde, em prédios públicos e privados. Mas a fase mais
rica e significativa de seu trabalho ocorreu a partir dos anos 1980, quando
passou a utilizar a pré-fabricação leve em argamassa armada. Esse sistema
construtivo, empregado em inúmeros projetos da esfera pública no Rio de
Janeiro e em Salvador, exigiu a montagem de uma fábrica na capital baiana,
onde o arquiteto está radicado até hoje. São escolas, creches, equipamentos
urbanos, sistemas de drenagem e, mais recentemente, com a Rede Sarah,
hospitais espalhados em diversas cidades brasileiras. Um dos princípios básicos
desses projetos hospitalares é a sustentabilidade - assunto que está na ordem
do dia e que acompanha o trabalho de Lelé há mais de 20 anos, como mostra
nesta entrevista a Ledy Valporto Leal.

Conceito de arquitetura para Lele

A extensibilidade e de flexibilidade, evolução técnica, arquitetura


industrializada.

A visão integrada da arquitetura ainda realiza outro tento: torna o fato


técnico em um fato estético.

A obra de Lelé é hoje exemplo vivo usado como objeto de estudo nas
escolas de arquitetura e urbanismo do Brasil e também no exterior, servindo
como objeto raro de investigação sobre a atuação do arquiteto no campo da
produção industrial da construção na atualidade, aos moldes do que o foram
Nervi e os grandes mestres da Bauhaus.

Intervenção do arquiteto na comunidade para João Filgueiras

Soluções arquitetônicas adequadas a cada contexto e programa, e


sempre com grande enraizamento cultural ao coletivo que atende. Vê-se,
assim, que o conhecimento profundo sobre as características dos materiais é
uma meta em sua trajetória.
Lelé escapa da mesmice das formas ortogonais e massivas que
normalmente vemos nos sistemas pré-fabricados e nos surpreende
continuamente com volumetrias variadas e seções elegantes a serviço do
diálogo do edifício com ambiente. Utiliza dos recursos naturais o máximo
possível.

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