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APOSTILA
Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Engenharia de Segurança do Trabalho
Sumário
1 OBJETIVOS DA DISCIPLINA ........................................................................................ 3
2 AGENTES QUÍMICOS ................................................................................................... 4
2.1 Introdução ................................................................................................................... 4
2.2 Higiene Ocupacional - Agentes Químicos ................................................................... 4
2.3 Vias de Ingresso dos Agentes Químicos no Organismo Humano................................ 5
2.4 Legislação ................................................................................................................... 7
2.4.1 Um Pouco da História sobre a Elaboração da NR 15............................................... 8
2.4.2 Alguns Aspectos Técnicos Interessantes dos Anexos da NR 15 ........................... 11
2.4.3 A INSALUBRIDADE E SEUS AGENTES INSALUBRES ....................................... 13
2.4.3.1 Introdução .......................................................................................................... 13
2.4.4 Os Agentes Químicos e os Limites de Tolerância da NR 15 .................................. 15
2.4.5 Limites de tolerância – NR 15 ................................................................................ 16
2.4.6 Limite de tolerância média ponderada ................................................................... 16
2.4.7 Limite de tolerância valor teto ................................................................................ 19
2.4.8 Substâncias com absorção pela pele .................................................................... 19
2.4.9 Asfixiantes simples ................................................................................................ 19
2.4.10 Limites de tolerância para poeiras minerais ........................................................... 20
2.4.10.1 Asbesto ou amianto............................................................................................ 20
2.4.10.2 Sílica livre cristalizada ........................................................................................ 20
2.4.10.3 Manganês .......................................................................................................... 21
2.4.10.4 Anexo 13 – Agentes Químicos ........................................................................... 21
2.4.10.5 Anexo 13 A– Benzeno........................................................................................ 21
2.5 Agentes Químicos como Fator de Periculosidade ..................................................... 22
2.6 Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ ....................... 23
3 VENTILAÇÃO INDUSTRIAL ........................................................................................ 26
3.1 Introdução ................................................................................................................. 26
3.2 A Ventilação como Conforto Humano........................................................................ 26
3.3 Ventilação geral para conforto térmico ...................................................................... 27
3.4 Ventilação Geral Diluidora ......................................................................................... 28
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
3.4.1 Princípios de exaustão........................................................................................... 30
3.4.2 DUTOS .................................................................................................................. 31
3.4.3 Ventiladores........................................................................................................... 31
4 PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA .......................................................... 33
4.1 Introdução ................................................................................................................. 33
4.2 Programa de Proteção Respiratória .......................................................................... 35
4.2.1 Equipamentos de Proteção Respiratória – EPR..................................................... 35
4.2.2 Os Tópicos Básicos de um PPR ........................................................................... 35
4.2.3 A Responsablidade pela Implantação do PPR ................................................... 38
4.2.3.1 Responsabilidade do empregador quanto ao PPR ......................................... 38
4.2.3.2 Responsabilidades do administrador .............................................................. 39
4.3 Filtros Químicos ........................................................................................................ 40
4.4 Respiradores Purificadores de Ar .............................................................................. 43
4.5 Respiradores purificadores de ar não motorizados .................................................... 43
4.6 Tipos de Respiradores de Adução de Ar ................................................................... 45
4.7 Seleção de Respiradores para uso em Atmosferas IPVS, Espaços Confinados ou
Atmosferas com Pressão Reduzida ..................................................................................... 47
4.7.1 Atmosfera IPVS.................................................................................................. 47
4.7.2 Respirador de Fuga............................................................................................ 48
4.8 Ensaios de Vedação ................................................................................................. 48
5 AGENTES BIOLÓGICOS ............................................................................................. 50
5.1 Introdução ................................................................................................................. 50
5.2 Classificação de Risco .............................................................................................. 51
5.3 Insalubridade Agentes Biológicos.............................................................................. 51
5.4 Esclarecendo o Anexo 14 da NR 15 .......................................................................... 52
LEITURA OBRIGATÓRIA ................................................................................................... 58
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
1 OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Dentro de agentes químicos, estudaremos também a questão dos produtos perigosos, que
representa um grande perigo no mundo do trabalho, mas que, seguindo corretamente os
procedimentos, os riscos são perfeitamente controlados.
Estudaremos por exemplo, a questão da Ventilação Industrial, que é uma execlente e efetiva
medida de controle coletiva que, se bem planejada, garante uma proteção efetiva no mundo
ocupacional, além da Proteção Respiratória, que são Equipamentos de Proteção Individual
destinados a proteção do trabalhador em ambientes com presença de agentes nocivos.
Por último, será visto a questão dos Agentes Biológicos que, além de serem muito perigosos
nos ambientes do trabalho, ainda tem a questão do adicional de insalubridade.
Essa apostila irá abordar os principais pontos, não tendo a intenção de simplesmente copirar
as normas e nem de esgotar a pesquisa no que se refere ao estudo desses agentes, mas sim,
servir como uma orientação, um norte para que o aluno possa continuar a pesquisar o assunto,
de um modo que agregue o máximo de conhecimento possível.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
2 AGENTES QUÍMICOS
2.1 Introdução
Você sabia que Agente Químico é uma categoria importante de fator de risco ocupacional
constituída por substâncias, compostos ou produtos, orgânicos ou inorgânicos, naturais ou
sintéticos que, durante a exploração, fabricação, manuseio, transporte, armazenamento ou
uso, tem potencial para comprometer a saúde e a integridade física dos seres vivos?
Pois bem, basicamente os mesmos agentes químicos que geram condições insalubres nos
ambientes de trabalho podem vir a constituir aspectos ambientais significativos quando
extrapolam os limites físicos da organização, afetando as comunidades vizinhas, o meio
ambiente e os recursos naturais. Daí a interação (comumente, as melhorias que são
implantadas na empresa para controlar estes riscos também favorecem o meio ambiente e
vice-versa) entre a Higiene Ocupacional e as disciplinas ambientais.
Esta conceituação legal já antecipa as formas como uma substância química pode adentrar
no organismo e a classificação destes agentes, de acordo com as suas características físico-
químicas. Também menciona a natureza da atividade de exposição, como pré- requisito para
a configuração do risco propriamente dito.
Do ponto de vista químico, substância (ou espécie química) é a porção de matéria formada
por moléculas quimicamente iguais, isto é, constituídas dos mesmos elementos, nas mesmas
proporções e dispostos do mesmo modo no espaço. Assim, por exemplo, são as substâncias
hidrogênio (H2), oxigênio (O2), ácido sulfúrico (H2SO4), álcool etílico (C2H6O), dentre outras.
As substâncias cujas moléculas são formadas por átomos do mesmo elemento químico são
substâncias simples (H2, O2). As que são formadas por átomos de elementos químicos
diferentes (H2O, H2SO4) são substâncias compostas. Já os compostos são substâncias
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
constituídas por dois ou mais elementos em que a existência de ligações químicas garante a
uniformidade de propriedades e a constância de composição.
A maioria das substâncias, porém, são absorvidas pelo sistema circulatório e distribuídas pelo
organismo e agem em local distante da via de entrada, isto é, provocando dano sistêmico em
tecidos, órgãos-alvo ou sistemas do corpo, distantes do ponto de entrada. São exemplos de
alvos: pele, pulmão, sistema nervoso central, sistema imunológico, fígado e rim.
O sistema circulatório em geral não está em contato direto com materiais nocivos como estão
a pele, os pulmões e o sistema digestivo. Todavia após uma substância prejudicial ter atingido
a corrente sanguínea, ela pode ser transportada a qualquer parte do corpo. O centro do
sistema circulatório é o coração. Ele bombeia sangue através de uma extensa rede de vasos
sanguíneos, os quais se ramificam como uma árvore e são cada vez menores. Portanto, para
que se dê uma ação sistêmica, é necessário que o agente se introduza no sangue, de onde é
transportado até o local em que exercerá a sua ação.
Alguns sólidos e líquidos ficam retidos nesses tecidos podendo produzir uma ação localizada,
ou dissolvem-se para serem distribuídos através do sistema circulatório.
Algumas substâncias, como o chumbo tetraetila, apresentam tanto efeitos locais (pele) como
sistêmico (sistema nervoso central). As principais rotas de ingresso destes agentes no
organismo são:
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
A absorção pela pele é outra forma comum de entrada de substâncias tóxicas. A pele pode
ser considerada o maior órgão do corpo e sua extensa superfície pode entrar em contato
direto com substâncias nocivas.
A via cutânea inclui todo o tecido cutâneo que recobre o corpo humano, juntamente com
mucosas (lábios, conjuntiva ocular), pêlos e unhas. Representa 16% do peso do corpo
humano com uma área aproximada de 1,80 m² e espessura entre 0.15 a 1.4 mm. Constitui-
se fundamentalmente de epiderme (região mais externa) e derme que é constituída por tecido
conjuntivo, onde se encontram as glândulas sudoríparas, sebáceas, folículos pilosos, vasos
sanguíneos e linfáticos. A epiderme possui uma camada mais profunda, constituída por
células que se dividem continuamente (tecido vivo), originando a camada externa que está
em contato com o meio ambiente, chamada de camada córnea, onde as células se
queratinizam, morrendo e desprendendo-se pouco a pouco, sob a forma de escamas. As
mucosas não apresentam camada córnea. As glândulas sebáceas impregnam a pele de
graxa, formando uma camada que proporciona flexibilidade e proteção. As glândulas
sudoríparas, que formam o suor, com função de excreção e refrigeração.
Certos solventes usados na fabricação de tintas podem facilmente penetrar na pele, atingir a
corrente sanguínea e alcançar outros órgãos. Evitando-se estes solventes, a superfície da
pele pode ser considerada como praticamente impermeável.
Quando uma substância entra em contato com a pele, podem ocorrer as seguintes situações:
A pele e a gordura podem atuar como uma barreira protetora efetiva. O agente pode agir na
superfície da pele, provocando uma irritação primária. A substância química pode combinar
com as proteínas da pele e provocar uma sensibilização. Se a pele é penetrada por agentes
biológicos, as células brancas do sangue têm a capacidade de envolver bactérias e as
destruir. Após a penetração de um antígeno no organismo o sistema imunológico reage
produzindo anticorpos para neutralizar o efeito. O agente pode penetrar através dela, atingir
o sangue e atuar como um tóxico sistêmico.
A permeabilidade cutânea aos agentes químicos pode ser alterada por propriedades físico-
químicos, como hidrossolubilidade, lipossolubilidade, peso molecular, tamanho molecular;
sudorese (suor); espessura da pele; temperatura ambiente; circulação periférica; idade;
capacidade dos agentes químicos de se ligarem aos constituintes da pele; potencial de
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Alguns autores incluem uma quarta via de ingresso de agentes nocivos no organismo: a
injeção. Substâncias nocivas, normalmente de natureza biológica, podem penetrar no corpo
humano através de injeção. Por exemplo, trabalhadores de hospitais operando com seringas
contaminadas podem acidentalmente injetar vírus em seu próprio corpo. O processo de
imunização envolve a deliberada injeção de antígenos no corpo, de modo que o sistema
imunológico reaja produzindo anticorpos que neutralizem a invasão e protejam o organismo
da suscetibilidade de uma futura invasão pelo mesmo agente.
Existem outras rotas de entrada dos agentes químicos no organismo humano, porém com
importância bastante secundária em relação à inalação, absorção e ingestão, como através
de mucosas e outras cavidades do corpo (pálpebras dos olhos, lábios da vulva, vagina,
prepúcio, ânus) ou através da córnea, dos tímpanos e do orifício urinário.
2.4 Legislação
Os agentes físicos são, em última análise, alguma forma de energia, liberada pelas condições
dos processos e equipamentos, os quais os trabalhadores podem estar expostos. Esta
energia pode ocorrer na forma de: ruído, vibrações, temperaturas extremas (calor e frio),
radiações ionizantes e não ionizantes e pressões anormais.
Os agentes biológicos, que é objeto de nossos estudos, são representados por todas as
classes de microorganismos patogênicos (algumas vezes adicionados de organismos mais
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
complexos, como insetos e animais peçonhentos), por exemplo: vírus, bactérias e fungos.
Notar que merecem uma ação bem diversa em relação aos demais agentes ambientais e que
muitas formas de controle serão específicas.
Os agentes químicos, que também é objeto de nossos estudos, mais que por sua
característica individual, mas sim por sua dimensão físico-química, são classificados em
gases, vapores e aerodispersoídes (estes últimos são subdivididos ainda em poeiras, fumos,
névoas, neblinas, fibras).
O Dr. Eduardo Gabriel Saad, renomado jurista na área do Direito do Trabalho, à época
Superintendente da Fundacentro, idealizou a estrutura da Portaria, que lhe deu perenidade
até a presente data. Em vez de fazer apenas mais uma Portaria Ministerial, que
posteriormente seria revisada e substituída por outras mais recentes, propôs a criação de um
arcabouço jurídico na área de segurança, higiene e medicina do trabalho, composto de
Normas Regulamentadoras, cada uma delas regulamentando uma Seção do Capítulo V, do
Título II, da CLT, que trata dessa matéria. Assim surgiu a Portaria nº 3214, publicada em 08
de junho de 1978 (DOU 06/07/78 – Suplemento).
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Com a publicação da Portaria 3.214/78, passou-se a ter uma única referência na área de
prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, o que certamente permitiu um avanço na
proteção do trabalhador, pois não há mais risco de ter textos legais esparsos, perdidos, não
cumpridos e não fiscalizados. Toda a matéria jurídica está concentrada em uma única
normatização legal, da mesma forma que é feito nos códigos ou na própria CLT, com uma
estrutura que permite uma atualização dentro o seu próprio corpo.
Essa é uma breve história dessa importante Portaria, e em especial, de sua NR-15, que é
diretamente relacionada à Higiene Ocupacional, para podermos entender melhor sua origem,
ajudando, desta forma, a pensar no futuro.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Á época, tal Divisão era integrada pelos seguintes Higienistas Ocupacionais: José Manuel
Osvaldo Gana Soto, Irene Ferreira de Souza Duarte Saad, Leila Nadim Zidan, Eduardo
Giampaoli, Mário Luiz Fantazzini, e Marcos Domingos da Silva. Desses seis profissionais,
cinco hoje são Higienistas Ocupacionais Certificados pela ABHO, e participaram ativamente
da criação da entidade.
Após uma análise cuidadosa e criteriosa dos artigos da CLT diretamente relacionadas com
Higiene Ocupacional, o grupo envolvido na regulamentação dessa matéria optou por usar uma
única Norma Regulamentadora para abordar todos os agentes ambientais: a conhecida NR-
15. Assim, em lugar de criar diversas NRs, uma para cada agente ambiental, foram criados
Anexos ao corpo da NR-15, de modo que cada um deles fosse tratado de forma específica e
independente.
O grupo era liderado pelo Higienista José Manuel Gana Soto, Chefe da Divisão de Higiene do
Trabalho e atual Presidente da ABHO, que dava um incentivo enorme à sua jovem equipe de
trabalho. Segundo o próprio relato, assim foram conduzidas as primeiras decisões:
“Nas primeiras reuniões com o Dr. Saad, ficou claro que as NRs deviam se adequar à lei 6.514/77,
que tinha sido promulgada no ano anterior e na qual fora mantida o conceito de “insalubridade”.
Era, portanto, tarefa do grupo atualizar e amenizar o impacto desse conceito na Portaria, mas não
era possível eliminá-lo de vez, pois fazia parte da própria lei.”
Como lembra Gana Soto, tecnicamente, todo o grupo sempre foi contrário ao adicional de
insalubridade, mas esse adicional era previsto em lei. O desafio do trabalho era exigir medidas
preventivas para evitar a perpetuação do adicional.
Assim, na introdução da NR-15 incluiu-se um item que, se tivesse sido cumprido
adequadamente, teria acabado com a insalubridade desde aquela época:
1
A NR 27 – Registro Profissional do técnico de Segurança do Trabalho foi revogada pela Portaria nº 262 de 29
de maio de 2008, publicada no DOU DE 30/05/2008. Então, apesar de já terem sido publicadas 36 NRs,
atualmente existem 35 em vigor.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Assim ao examinar o texto criado originalmente, ficava muito claro que a insalubridade seria
eliminada com o tempo, pois as empresas, ao serem fiscalizadas pelo Ministério do Trabalho,
seriam obrigadas a adotar todas as medidas de controle para proteger seus trabalhadores,
eliminando ou, no mínimo, neutralizando os riscos ambientais.
No entanto, o Ministério do Trabalho e Emprego, em 1992, alterou a redação deste item, sem
nenhuma consulta à Fundacentro, deixando, em primeiro plano, a fixação do adicional de
insalubridade, e não a sua eliminação ou neutralização, como se pode ver de sua redação
vigente até os dias de hoje.
Qual foi a base de todo o trabalho? A insalubridade está sempre relacionada com a
conjugação de três elementos presentes à forma de exposição, quais sejam: agentes, tempo
de exposição, e concentração ou intensidade desse agente. Assim, os estudos científicos
buscam a condição ideal desse trinômio que, se cumprido, não deveria causar danos à saúde
do trabalhador. Trata-se do conhecimento “Limite de Exposição Ocupacional” (LEO).
A terminologia antiga, usada pela Lei 6.514/77 e, consequentemente, pela NR 15, é “Limite
de Tolerância” (LT). Na ocasião, como ainda se verifica atualmente, a principal referência para
o estabelecimento desses limites de exposição ocupacional era a ACGIH – American
Conference ou Governmental Industrial Hygienists. Foram esses limites que embasaram,
praticamente, todos os trabalhos técnicos realizados pela Fundacentro naquela época. Assim,
nada mais lógico do que utilizá-los na legislação brasileira.
A ACGIH publica seus limites com base nos estudos feitos por seus comitês no ano anterior.
Antigamente as propostas de adoção de limites e a Nota de Alterações Pretendidas para os
anos seguintes eram apresentadas para aprovação dos membros na Assembleia Geral
daquela Associação, durante a Conferência e Exposição Anual de Higiene Industrial, que
ocorre anualmente, em geral no mês de maio, nos Estados Unidos, e , às vezes no
Canadá. As proposições aprovadas eram , então, publicadas no livro TLVs e BEIS,
que ficavam disponíveis para o público em setembro/outubro de cada ano. Essa
sistemática operacional da Associação permanece até a presente data, só que hoje a
aprovação é feita apenas por seu corpo diretivo, e não mais pela Assembleia
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Geral. Com isso, a partir dessa alteração de procedimento, o livro passou a ser
disponibilizado ao público bem antes, geralmente no início do segundo trimestre do ano.
Os TLVs utilizados como base foram os disponibilizados no livro da ACGIH de 1976. E,
estabeleceu-se com diretriz que os limites da NR deveriam ser revisados a cada dois anos,
para evitar que ficassem defasados das pesquisas científicas desenvolvidas no período.
Os limites adotados pela ACGIH levaram em conta a jornada de trabalho de 40 horas/semana.
Contudo, de 1978 até a edição da Constituição de 1988, a jornada normal no Brasil era de 48
horas/semana. Diante desse fato, houve a necessidade de reduções de tais limites, a fim de
adequá-los à jornada existente em nosso país naquele período. Utilizou-se para essa redução
o critério de Brief & Scala, que já era indicado pela ACGIH para uso em jornadas diferentes
de 40 horas semanais.
Isso gerou uma redução nos limites estabelecidos pela ACGIH de 22%. Assim, por exemplo,
para o tolueno que possuía na época um TLV de 100 ppm na ACGIH, a NR 15 indicou um
limite de 78 ppm. Isso apenas para garantir sua adequação à jornada de trabalho brasileira.
Por esse motivo, algumas pessoas não muito familiarizadas com “Limites de Exposição”
diziam que o Brasil queria ser mais rigoroso que os Estados Unidos, esquecendo-se que a
ACGIH utilizava para o cálculo dos seus limites a jornada semanal de 40 horas.
Apenas os limites que tinham por base a jornada diária, como os ruídos, e os limites de
agentes químicos com efeito irritante sobre o organismo não sofreram nenhuma redução, pois
independiam da jornada semanal.
Outra grande preocupação do grupo técnico dizia respeito à possibilidade de avaliação dos
agentes ambientais, para os quais fossem estabelecidos limites. O Brasil não contava com
tecnologia em equipamentos de medição nem em metodologias analíticas para amostras
ambientais de agentes químicos em concentrações em níveis de PPM. E as dificuldades de
importação naquela época eram imensas.
Assim, apesar de a ACGIH ter naquele momento TLVs para mais de 500 substâncias químicas
e sete agentes físicos, só foram estabelecidos limites de tolerância para os agentes
ambientais que pelo menos a Fundacentro pudesse avaliar.
A NR-15 é composta de uma parte geral, introdutória, com considerações que se aplicam a
todos os agentes ambientais, e por Anexos votados a regulamentação específica dos agentes
físicos (Anexos 1 a 10), agentes químicos (Anexos 11 a 13) e agentes biológicos (Anexo 14).
Na parte introdutória da NR 15, vale destacar o conceito de Limite de Tolerância, que, por
razões de estrutura legal, não pode ser colocado com sua definição técnica tradicional.
Inicialmente, o grupo havia colocado a definição técnica, estabelecendo que sua observância
não causaria dano à saúde da maioria dos trabalhadores. No entanto, ao
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
passar pela revisão final no Ministério do Trabalho, a área jurídica daquele órgão informou
que do texto não poderia constar “a maioria”, pois a lei deveria ser taxativa.
Outro problema nessa definição decorre da inclusão dos níveis mínimos de iluminamento.
Naquela época, a iluminação era diretamente tratada pela Higiene Ocupacional. E, apesar
dos níveis de iluminamento inferiores aos recomendados não causarem necessariamente
danos diretos à saúde, muito contribuíam para a ocorrência de acidentes do trabalho.
Esse texto foi baseado na história da NR 15, que foi publicada na íntegra pela ABHO –
Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais, na edição de setembro de 2010, estando
disponível na íntegra para download no site da ABHO: www.abho.org.br. No texto dessa
apostila, foram atualizados alguns dados, pois essa história foi publicada em 2010, e de lá pra
cá, algumas NRs foram criadas, e outras tantas foram atualizadas.
2.4.3.1 Introdução
A palavra insalubre vem do latim e significa tudo aquilo que origina doença, sendo que a
insalubridade é a qualidade de insalubre. Segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa
a palavra insalubre significa “que não é bom para a saúde, que causa doença, capaz de
prejudicar de alguma forma a saúde do trabalhador”.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Com a publicação da Portaria MTB nº 3214, de 08 de Junho de 1978, foi criada também a NR
15 e seus anexos. Na verdade esses anexos da NR 15 são cópias da ACGIH desde 1978,
para jornadas semanais de trabalho de até 48h00min, não sofrendo atualizações em seus
limites de tolerância, exceção para o manganês e o benzeno. Veja a incoerência, uma norma
do MTE se referir a jornada semanal de trabalho de até 48h00min, sendo que no Brasil essa
jornada é de 44h00min.
Não Podemos falar em ética na segurança e saúde do trabalho enquanto existir uma pessoa que
seja que acredite que o adicional de insalubridade é algo lícito, Vida e saúde não podem ter preço.2
Realmente não podemos concordar com o referido adicional. A única justificativa plausível
para ainda existir o adicional de insalubridade é para forçar as empresas a investirem em
segurança, pois do contrário, terão seus encargos aumentados. A questão se tornou quase
que puramente financeira, sem discussão do que realmente importa que é a saúde do
trabalhador. O empregador está preocupado em diminuir seus custos e não sofrer qualquer
multa ou outra forma de punição, e não com a saúde e segurança dos seus empregados.
Infelizmente essa é a realidade, vedando qualquer possibilidade de discussão deste
vergonhoso adicional, que é único no mundo.
Até que esse tipo de adicional seja eliminado da legislação brasileira, além da proibição de
horas extras nesses ambientes, deveria ser aumentado o tempo de descanso dos
trabalhadores que executam suas atividades em ambientes insalubres. Aumentando o tempo
de descanso, diminui-se o tempo de exposição, preservando a saúde do trabalhador, sem
prejuízo nos seus vencimentos.
Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima
dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente
2
Soluções em Prevenção. Disponível em:
<http://www.cpsol.com.br/website/index.asp?novoserver1&start=1&endereco_site=www.cpsol.com.br&par=&cup
om=&email=>.Acesso em: 02 dez. 2013
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Veja que de acordo com o artigo 189 da CLT, para ser considerado um agente insalubre, para
efeito do recebimento do adicional de insalubridade, o trabalhador deverá estar exposto a
algum agente nocivo a saúde, que estejam acima dos limites de tolerância que são pré-
definidos levando em consideração a natureza, intensidade e tempo de exposição aos seus
efeitos.
Já o artigo 190 determina que o MTE aprovará como será abordado a questão da
insalubridade, sendo esse artigo o embasamento para a criação da NR 15, que estudaremos
neste capítulo.
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado
tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na
relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.
Então, por mais que um agente seja prejudicial ao trabalhador, se ele não constar nos anexos
da NR 15, o trabalhador não terá direito ao recebimento do adicional de insalubridade. Isso
não exime a empresa de tomar medidas para a proteção da saúde do trabalhador.
Outro fator importante a ser observado nos estudos dos anexos da NR 15, são as Normas de
Higiene Ocupacional elaboradas pela Fundacentro, disponíveis no site
www.fundacentro.gov.br. Essas normas fornecem maiores informações sobre como deve ser
os procedimentos para a medição dos agentes insalubres, já que o conteúdo dos anexos da
NR 15 são muito pobres em subsídios para nortear os profissionais de saúde e segurança em
relação aos procedimentos de medição.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Os Limites de Exposição, que no Brasil são conhecidos como Limites de Tolerância (LT),
previstos na NR 15, referem-se às concentrações ou intensidades dos agentes ambientais
nas quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente,
dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde.
Não é a intenção aqui copiar os anexos da NR 15, mas apenas mostrar alguns tópicos
principais. Para demais informações, é recomendado uma leitura completa da NR 15, além
de outras publicações, principalmente da Fundacentro.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Onde: C1, C2, ..., Cn = concentração em cada exposição (ppm ou mg/m³) t1, t2, ..., tn = tempo
de duração da exposição ao dado nível (min ou hora) tempo total = tempo de duração da
jornada (min ou hora), ou seja, t1 + t2 + ...+ tn
Entretanto, esses valores acima do limite de tolerância não deverão ultrapassar, em nenhum
momento da jornada, um valor denominado de valor máximo.
Uma exposição que tenha um valor que ultrapasse o valor máximo será considerada
situação de risco grave e iminente.
O Quadro 1 foi extraído do Anexo 11 da NR 15, que apresenta uma listagem de produtos
químicos e seus limites de tolerância.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Calcular o valor máximo que pode atingir uma determinada exposição ao ácido fórmico (LT
= 4 ppm segundo Quadro 1 da NR 15 em seu Anexo 11).
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Valor máximo = LT × FD
Uma exposição que tenha um valor que ultrapasse o valor teto será considerada situação de
risco grave e iminente.
Na prática, quando os valores ficarem um pouco abaixo do valor teto, medidas devem ser
tomadas para controlar a exposição, não só pela imprecisão do método de avaliação, mas
principalmente para resguardar a saúde dos trabalhadores.
Algumas normas, como a NR 33, e outras normas internacionais como a ACGIH, consideram
atmosfera com deficiência de oxigênio aquela onde a concentração de oxigênio por volume é
menor de 19.5 % de O2.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Muitos asfixiantes também podem apresentar risco de explosão e isso deve ser levado em
conta para limitar a concentração dos asfixiantes.
O limite de tolerância para poeira respirável, expresso em mg/m³ (miligramas por metro
cúbico), é dado pela seguinte fórmula:
O limite de tolerância para poeira total (respirável e não respirável), expresso em mg/m³ é
dado pela seguinte fórmula:
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
2.4.10.3 Manganês
Para o Manganês, são previstos 2 limites de tolerância para 08 horas de exposição por
jornada de trabalho. 1 mg/m³ para Fumo de Manganês e 5 mg/m³ para Poeira de Manganês.
A NR 15 traz, em seu Anexo 13, graus de insalubridade para operações que envolvam
atividades com os seguintes produtos químicos: arsênico, carvão, chumbo, cromo, fósforo,
hidrocarbonetos e outros compostos de carbono, mercúrio e silicatos, referindo-se ainda as
substâncias cancerígenas.
Outra particularidade do Benzeno é que ele possui o seu próprio programa de prevenção,
com o nome de Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno - PPEOB.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Casos graves de incêndios e explosões são bem conhecidos, como o desastre ocorrido pela
liberação de Metil-Isocianato que ocorreu em Bhopal (Índia) no ano de 1984, que resultou em
um número de mortos superior a 2000 e cerca de 20.000 atingidos. Outro exemplo, foi o
ocorrido em 1976 em Seveso (Itália) onde houve a liberação acidental de dioxina, atingindo
30 pessoas e provocou a evacuação de cerca de 22.000 habitantes. A explosão de
ciclohexano em Flixborough (Grã Bretanha) vitimou 28 pessoas e atingiu 89 habitantes.
A NBR 7502 da ABNT agrupa as substâncias químicas, como produtos químicos perigosos,
em 9 classes:
A palavra perigoso é originária do latim – periculosu –significa uma situação em que há perigo,
que causa ameaça ou ameaça perigo, situação em que pode ocorrer risco de vida. Daí a
origem do adicional de periculosidade regulamentado pela NR-16 da Portaria n.3.214/78 do
Ministério do Trabalho e Emprego.
Do ponto de vista legal, o artigo 193 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, considera
atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo então
Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Evidentemente que existem outros agentes no mundo do trabalho tão ou mais perigosos,
entretanto não são amparados legalmente para efeitos de direito à percepção do adicional de
periculosidade. O exercício do trabalho em condições de periculosidade assegura ao
trabalhador a percepção de adicional de 30%, incidente sobre o salário, sem os acréscimos
resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa.
Não faz parte dos objetivos de aprendizagem desta unidade abordar os agentes químicos
como agentes de insalubridade e/ou periculosidade, por isso não aprofundaremos no assunto.
No entanto, recomendamos aos interessados consultar o Decreto Federal n. 96044, NBR
7.501 da ABNT, NR 15, NR 16 da Portaria n. 3.214/78, Decreto n. 93.412/86, Portaria n.
3.393/87 do Ministério do Trabalho e Emprego.
Para entender melhor o que é a FISPQ, segue algumas perguntas e respostas, para
esclarecer a maioria das dúvidas sobre este documento!
O que é a FISPQ?
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Em alguns países, essa ficha é chamada de Material Safety Data Sheet - MSDS.
A FISPQ tem como objetivo transferir informações essenciais sobre riscos do fornecedor de
um produto químico ao usuário desse produto. Não menos importante é sua função de
transferir essas informações para instituições e outras partes envolvidas com os produtos
químicos.
A norma NBR 14725 foi desenvolvida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
com base na ISO 11014:1994 e detalha todo o conteúdo da Ficha de Informação de
Segurança de Produto Químico (FISPQ).
As informações apresentadas em uma FISPQ não são confidenciais, porém, no Anexo A, que
trata das instruções para elaboração e preenchimento da FISPQ, há orientações de forma a
apresentar as informações confidenciais sobre ingredientes, de maneira diversa das
informações não confidenciais.
O fornecedor de uma FISPQ é responsável por disponibilizar aos usuários a ficha completa,
onde serão apresentadas as informações mais relevantes de segurança, saúde e meio
ambiente.
De acordo com a legislação, deve-se entender por fornecedor tanto os fabricantes como os
importadores e os distribuidores de produtos químicos.
Os usuários são responsáveis por agir de acordo com a avaliação de riscos, por tomar as
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
3 VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
3.1 Introdução
Por outro lado, a movimentação de ar natural, isto é, através dos ventos, é responsável pela
troca de temperatura e umidade que sentimos diariamente, dependendo do clima da região.
A movimentação do ar por meios não naturais constitui-se no principal objetivo dos
equipamentos de ventilação, ar condicionado e aquecimento, transmitindo ou absorvendo
energia do ambiente, ou mesmo transportando material, atuando num padrão de grande
eficiência sempre que utilizado em equipamentos adequadamente projetados. A forma pela
qual se processa a transferência de energia e que da ao ar capacidade de desempenhar
determinada função. A velocidade, a pressão, a temperatura e a umidade envolvem mudanças
nas condições ambientais, tornando-as propícias ao bem-estar do trabalhador.
A ventilação industrial tem sido e continua sendo a principal medida de controle efetiva para
ambientes de trabalho prejudiciais ao ser humano. No campo da higiene do trabalho, a
ventilação tem a finalidade de evitar a dispersão de contaminantes no ambiente industrial,
bem como diluir concentrações de gases, vapores e promover conforto térmico ao homem.
Assim sendo, a ventilação é um método para se evitarem doenças profissionais oriundas da
concentração de pó em suspensão no ar, gases tóxicos ou venenosos, vapores, etc. O
controle adequado da poluição do ar tem início com uma adequada ventilação das operações
e processos industriais (máquinas, tornos, equipamentos, etc.), seguindo-se uma escolha
conveniente de um coletor dos poluentes (filtros, ciclones, etc.). Todavia, ao se aplicar a
ventilação numa industria, é preciso verificar antes, as condições das máquinas,
equipamentos, bem como o processo existente, a fim de se obter a melhor eficiência na
ventilação. A modernização das industrias, Isto é, mecanização e/ou automação, além de
aumentar a produção melhora sensivelmente a higiene do trabalho com relação a poeiras,
gases, etc.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Para a classificação dos sistemas de ventilação, é preciso levar em conta a finalidade a que
se destinam. Dessa forma, os objetivos da ventilação são:
homem.
o Isolar cabines elétricas, não permitindo entrada de vapores, gases ou poeiras inflamáveis,
com a finalidade de se evitar explosão, por meio de faíscas elétricas.
Tipos de ventilação
Temperaturas extremamente baixas não ocorrem com freqüência no Brasil, com exceção de
alguns casos esporádicos, em algumas localidades no sul do país. Dessa forma, não nos
referiremos, em parte alguma do texto, a aquecimento de ar para promoção de conforto
térmico, uma vez que a simples utilização da vestimenta adequada soluciona os problemas
usualmente encontrados.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Aspectos gerais: o homem é um ser tropical por excelência, possuindo uma capacidade
bastante desenvolvida de: transpiração. Um grande numero de indivíduos está, parte do
tempo, exposto a temperatura, mais altas que a temperatura ambiente principalmente em seu
ambiente ocupacional, onde uma serie de fatores climáticos e não climáticos conduzem a um
ganho ou a uma menor dissipação de calor pelo organismo. A esse tipo de estímulo o
organismo responde fisiologicanente, refletindo a severidade da exposição ao calor, para cujo
equacionamento completo e adequado é necessário medir quantitativamente a ação do calor,
bem como a resposta do organismo,
correlacionando-as; essa é uma tarefa difícil em função de vários para metros intervenientes,
tais como temperatura do ar, umidade relativa, calor radiante, velocidade do ar, tipo de
trabalho exercido, aclimatação, roupa utilizada e outros.
Dessa forma, torna-se necessária a fixação de critérios que permitem estabelecer os limites
de exposição ao calor em diferentes tipos de trabalho e a redução da exposição para
respostas excessivas do organismo. Os critérios assim desenvolvidos devem levar em conta
não só a resposta fisiológica, mas também a psicológica, a produtividade e a ocorrência de
desordens devido ao calor.
A alternativa a este tipo de ventilação é a ventilação local exaustora (será vista no próximo
capítulo) que capta os poluentes junto à fonte de emissão antes que sejam emitidos ao
ambiente ocupacional. Este ultimo método e sempre preferível à ventilação geral diluídora,
especialmente quando o objetivo do sistema de ventilação é a proteção da saúde do
trabalhador.
ambiente.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Em casos que não é possível ou não é viável a utilização de ventilação local exaustora, a
ventilação geral diluídora pode ser usada.
A aplicação, com sucesso, da ventilação geral diluídora depende das seguintes condições
o não deve estar presente em quantidade que excede à que pode ser
diluída com um adequado volume de ar.
A ventilação geral diluídora, além de não interferir com as operações e processos industriais,
é mais vantajosa que a ventilação local exaustora, nos locais de trabalho sujeitos a
modificações constantes e quando as fontes geradoras de poluentes se encontrarem
distribuídas no local de trabalho, mas, pode não ser vantajosa, pelo elevado custo de
operação, sobretudo quando há necessidade de aquecimento do ar, nos meses de inverno;
contudo, seu custo de instalação é relativamente baixo quando comparado com o da
ventilação local exaustora. É conveniente a instalação de sistemas de ventilação geral
diluídora quando há interesse na movimentação de grandes volumes de ar na estação quente.
Diversas razoes levam a não utilização freqüente da ventilação geral diluídora para poeiras e
fumos. A quantidade de material gerado é usualmente muito grande, e sua dissipação pelo
ambiente é desaconselhavel. Além disso, o material pode ser muito toxico, requerendo,
portanto, uma excessiva quantidade de ar de diluição.
A ventilação local exaustora tem como objetivo principal captar os poluentes de uma fonte
(gases, vapores ou poeiras toxicas) antes que os mesmos se dispersem no ar do ambiente
de trabalho, ou seja, antes que atinjam a zona de respiração do trabalhador. A ventilação de
operações, processos e equipamentos, dos quais emanam poluentes para o ambiente, é uma
importante medida de controle de riscos.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Um sistema de ventilação local exaustora deve ser projetada dentro das princípios de
engenharia, ou seja, de maneira a se obter maior eficiência com o menor custo possível. Por
outro lado devemos lembrar sempre que, na maioria das casos, o objetivo desse sistema é a
proteção da saúde do homem; assim, este fator deve ser considerado em primeiro lugar, e
todos os demais devem estar condicionados a ele.
A ACGIH possui padrões de exausto da maioria dos processos e operações industriais, com
forma e dimensões normalizadas.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
3.4.2 DUTOS
UMa linha de dutos deverá ser instalada de acordo com o layout geral da fábrica, interligando
captores ( coifas) ao sistema de coleta. Esta linha deverá ser do menor comprimento possível,
a fim de minimizar a perda de carga, consumindo dessa forma menos energia. Isto significa
que o sistema de coleta constituído por um exaustor-coletor deverá ser instalado o mais
próximo possível dos pontos de captação ( coifas ou captores).
Para o dimensionamento de dutos e captores, bem como das singularidades ao longo deles,
o projetista deverá levar em consideração as vazões necessárias para cada captor,
velocidade de transporte recomendada para o trecho principal dos dutos e as devidas perdas
de carga, a fim de determinar a potência do motor e ventilador, bem como das secções dos
dutos.
3.4.3 Ventiladores
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
A função básica de um ventilador é, pois, mover uma dada quantidade de ar por um sistema
de ventilação a ele conectado.
Assim o ventilador deve gerar uma pressão estática suficiente para vencer as perdas do
sistema e uma pressão cinética para manter o ar em movimento.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
– Axial
Ventiladores centrífugos
Centrífugo
4.1 Introdução
O objetivo principal deste tópico é conhecer os diversos tipos de respiradores que podem ser
utilizados como recurso adicional para a proteção dos trabalhadores expostos aos agentes
químicos ou a ambientes com deficiência de oxigênio, bem como a metodologia recomendada
para a adequada especificação de proteção respiratória.
O aluno observará que o PPR – Programa de Proteção Respiratória – pode ser considerado
como um complemento do PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e do
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e deve ser entendido como
um conjunto organizado de recomendações formais e medidas técnicas-administrativas
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Entendemos como níveis aceitáveis aquelas concentrações de agentes químicos que estejam
abaixo do nível de ação, ou seja, 50% dos limites de exposição do agente em estudo,
determinadas de acordo com uma estratégia de amostragem confiável, passível de
rastreabilidade e dentro de um padrão de exposição relativamente estável.
Criado pela Instrução Normativa 01, de 11 de abril de 1994, o PPR tem suas diretivas contidas
na publicação da Fundacentro – Programa de Proteção Respiratória – PPR: Recomendações,
Seleção e Uso de Respiradores, elaborada por especialistas integrantes da Comissão de
Estudos de Proteção Respiratória da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
O PPR tem por objetivo principal orientar o seu responsável em relação à elaboração,
implementação e administração do Programa, auxiliando-o na seleção utilização e a
manutenção corretas dos Equipamentos de Proteção Respiratória – EPR.
Importante ressaltar que o uso de EPR tem como objetivo principal prevenir a exposição por
inalação de substâncias perigosas que alteram as características de qualidade do ar e/ou ar
com deficiência de oxigênio, mas numa escala de medidas de controle adotadas para
combater o risco da exposição ocupacional, o uso de EPR é o último que deve ser implantado,
ou seja, quando forem adotadas medidas de controle de engenharia, como adoção de
medidas de proteção coletiva, substituição de substâncias por outras menos tóxicas, controle
dos agentes nas fontes (máquinas, processos produtivos, operações) e/ou na trajetória dos
agentes, implantar sistema de ventilação local ou geral, e medidas de controles
administrativos, como a redução do tempo de exposição ao agente, por exemplo, e essas não
surtirem o efeito desejado, é que o EPR será adotado, após uma cuidadosa avaliação dos
riscos.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Com o intuito de ampliar seus conhecimentos sobre este assunto, recomendamos a leitura
do livro Manual de Proteção Respiratória, dos pesquisadores Maurício Torloni e Antônio
Vladimir Vieira, que aborda de forma didática e abrangente os aspectos técnicos necessários
para a leitura completa do documento da Fundacentro.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Com filtro
químico
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Exames e rotinas médicas para avaliar o grau de aptidão dos usuários aos respiradores
selecionados. Cabe a um médico determinar se uma pessoa tem ou não condições
médicas de usar um respirador. O conteúdo e a frequência desse exame médico estão
especificados na regulamentação elaborada pela FUNDACENTRO. Com a finalidade de
auxiliar o médico na sua avaliação, o administrador do programa deve informá-lo sobre:
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
e) permitir ao empregado usuário do respirador que deixe a área de risco por qualquer motivo
relacionado com o seu uso. Essas razões podem incluir as seguintes, mas não se limitam a
elas:
f) investigar a causa do mau funcionamento do respirador e tomar providências para saná- la.
Se o defeito for de fabricação, o empregador deverá comunicá-lo ao fabricante e ao órgão
oficial de competência na área de Equipamento de Proteção Individual (EPI);
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
a) preparação dos procedimentos operacionais escritos para uso correto dos respiradores
em situações de rotina e de emergência;
Para que as medidas implantadas surtam efeito, o usuário é responsável, no mínimo, por:
b) no caso de uso de respirador com vedação facial, não apresentar pelos faciais (barba,
cavanhaque etc.) que interfiram na selagem do respirador em seu rosto;
c) guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo conveniente para que não se
danifique ou deforme;
e) comunicar à pessoa responsável qualquer alteração em seu estado de saúde que possa
influir na capacidade de uso seguro do respirador.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Como absorventes: compostos de hidróxido de potássio e sódio com carbonato de sódio e/ou
silicatos alcalinos.
O catalizador mais empregado é o Hopcalite, que é uma mistura de gráos altamente porosos
de óxidos de cobre e manganês, que forma o dióxido de carbono.
Vapores orgânicos,
Gases ácidos,
Amônia,
Metilamina,
Ácido Clorídrico,
Cloro,
Filtros múltiplos (combinação de dois ou
mais dos tipos citados anteriormente e que
atendem os requisitos de cada tipo),
Filtros especiais (uso contra contaminantes específicos, não incluídos nos tipos
anteriores),
Filtros combinados (utilizado em conjunto com um filtro para particulados).
Conforme a NBR 13696, os filtros químicos são classificados em tipos e classes, conforme
tabela abaixo:
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Cada classe de filtro químico somente pode ser utilizada abaixo da Máxima Concentração
de Uso (MCU) correspondente.
Algumas situações podem alterar os valores de MCU indicados. A própria NBR 13696, cita
as seguintes situações que podem alterar a MCU de um determinado filtro químico:
2 – menor que o valor indicado na tabela acima para o referido gás ou vapor;
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
3 – menor que o produto Fator de Proteção Atribuído do respirador purificador utilizado x limite
de exposição.
B) O uso contra vapores orgânicos ou gases ácidos com fracas propriedades de alerta, ou
que gerem alto calor de reação com o conteúdo do cartucho, É ESPECIFICADO NO Programa
de Proteção Respiratória – Recomendações, Seleção e Uso de Respriradores da
FUNDACENTRO.
É neste item que a referida publicação define as etapas para a seleção do respirador.
Exemplo:
Um filtro classe 1 para vapor orgânico, segundo a tabela pode ser utilizado até a concentração
de 1000 ppm. Porém, se o vapor orgânico a que o trabalhador está exposto tem concentração
IPVS = 100 ppm, pela nota(A) (1) a MCU do filtro ficará alterada para valor de 100 ppm e não
mais ao valor previsto pela tabela que era 1000 ppm.
É necessário esclarecer que existe uma máxima concentração de uso do filtro químico e uma
máxima concentração de uso do respirador. A MCU relacionada na tabela acima se refere ao
filtro isoladamente e não ao respirador completo (peça facial e filtro).
A seleção do tipo de filtro (ácido, vapor orgânico, etc.) exige o conhecimento da natureza
química da substância, que nem sempre é fácil, uma vez que existe a possibilidade de o
agente químico pertencer a duas categorias simultaneamente.
A vida útil de um filtro químico depende dos seguintes fatores ligados ao:
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
43
Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Geralmente este tipo de respirador, quando utilizado em indústria, é utilizado apenas em uma
jornada de trabalho, motivo pelo qual são também conhecidos como respiradores
descartáveis.
Respiradores purificadores com peça facial inteira: Estes respiradores protegem os olhos
do usuário contra substâncias irritantes, dispensando o uso de
óculos de proteção e permitindo o uso de lentes corretivas. São
disponibilizadas com filtros de vários tamanhos. Existe uma maior
resistência ao uso quando fornecidas a usuários não treinados, o que
caracteriza uma condição de risco significativa, conforme a concentração
do contaminante no local.
A vantagem deste tipo de respirador é que, quando a ventoinha está acionada continuamente
e a vazão do ar é alta, cria-se uma pressão positiva no interior do respirador (pressão no
interior da cobertura das vias respiratórias maior que a pressão atmosférica interna), mesmo
durante a inspiração, o que reduz a possibilidade de entrada de ar contaminado na zona de
contato entre o respirador e o rosto do usuário
(capacidade de vedação). Há que se atentar para a questão de a vazão
de ar, geralmente maior que o consumo pode não garantir sempre
pressão positiva.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
De acordo com a variação da vazão de ar que chega ao usuário com a fase do ciclo
respiratório, estes respiradores podem ser de fluxo contínuo ou de demanda. Se o ar chega
continuamente à cobertura das vias respiratórias, isto é, durante a inspiração e a expiração,
é denominado fluxo contínuo. Se chegar somente durante a inalação, é chamado de
demanda.
Os de demanda podem operar com pressão positiva, ou sem pressão positiva. Os modelos
de demanda economizam ar.
b) Máscaras Autônomas:
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Nas máscaras de circuito fechado o ar exalado é reutilizado, onde o oxigênio consumido pode
ser reposto de três maneiras diferentes: oxigênio gasoso comprimido, oxigênio líquido e
geração química.
As máscaras autônomas de demanda sem pressão positiva não são mais eficientes que o
respirador purificador de ar com o mesmo tipo de peça facial.
Este tipo de respirador é uma combinação de um de linha de ar comprimido com uma máscara
autônoma de pequena autonomia. O cilindro com autonomia de até 15 minutos pode ser
usado somente para escape.
No respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape, quando o cilindro
auxiliar está em uso, o respirador é considerado como uma máscara autônoma.
Os respiradores de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar devem ser apenas do tipo de
demanda, para economizar ar quando o cilindro estiver em uso, e com pressão positiva.
Conforme o item 4.3 da publicação PPR-FUNDACENTRO, estes respiradores e as máscaras
autônomas de demanda com pressão positiva são os únicos EPR que podem ser utilizados
para situações IPVS.
d) Respiradores de Ar Natural:
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Neste tipo de respirador o usuário inspira o ar isento de
contaminante vindo de outro ambiente, através de uma
mangueira que apresenta baixa resistência à respiração.
Observações:
III. Respiradores não devem ser usados com gorros ou bonés com abas que interfiram
com a vedação da peça facial no rosto.
c) é um espaço confinado com teor de oxigênio menor que o normal (20,9% em volume
ao nível do mar ou ppO2 = 159 mmHg), a menos que a causa da redução do teor de
oxigênio seja devidamente monitorada e controlada; ou
e) o teor de oxigênio é menor que 12,5% ao nível do mar (ppO2 menor que 95 mmHg);
ou
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Onde for distribuído respirador de fuga devido a riscos potenciais em uma emergência, os
usuários dessa área de risco devem ser treinados no seu uso.
As pessoas que não realizam tarefas nessa área, ou os visitantes, devem receber instruções
breves sobre o seu uso. Para estas pessoas, não é obrigatório o treinamento detalhado e o
exame médico para verificar sua compatibilidade com o respirador.
O ensaio de vedação objetiva avaliar se o respirador selecionado veda bem o rosto do usuário.
Por esta razão, ao se conduzir o ensaio de vedação, é necessário que exista disponível mais
de um tamanho ou formato de respirador para que o usuário escolha aquele que proporcione
melhor vedação e o menor desconforto.
Ensaios Qualitativos:
Ensaios Quantitativos:
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Os ensaios quantitativos não dependem da resposta do usuário. São de dois tipos básicos: o
que utiliza aerossol de teste e o que mede o vazamento que ocorre na zona de selagem no
rosto, controlando a pressão dentro da peça facial.
Os ensaios de vedação devem ser feitos no mínimo uma vez por ano, com o arquivamento
dos os respectivos registros.
A verificação de vedação é um ensaio rápido feito pelo próprio usuário antes de entrar na área
de risco, ou na própria área, sem o uso de nenhum agente químico.
O ensaio de vedação é feito numa sala, fora da área de risco onde uma pessoa espalha um
agente químico ao redor do rosto do usuário e observa as suas respostas.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
5 AGENTES BIOLÓGICOS
5.1 Introdução
O conceito de Biossegurança e sua respectiva aplicação têm como objetivo principal dotar os
profi ssionais e as instituições de ferramentas que visem desenvolver as atividades com um
grau de segurança adequado seja para o profi ssional de saúde, seja para o meio ambiente
ou para a comunidade.
A avaliação de risco incorpora ações que objetivam o reconhecimento ou a identifi cação dos
agentes biológicos e a probabilidade do dano proveniente destes. Tal análise será orientada
por vários critérios que dizem respeito não só ao agente biológico manipulado, mas também
ao tipo de ensaio realizado, ao próprio trabalhador e, quando pertinente, à espécie animal
utilizada no ensaio. Deve contemplar as várias dimensões que envolvem
a questão, sejam elas relativas a procedimentos (boas práticas: padrões e especiais), a infra-
estrutura (desenho, instalações físicas e equipamentos de proteção) ou informacionais (qualifi
cação das equipes).
Portanto, o estabelecimento de uma relação direta entre a classe de risco do agente biológico
e o nível de biossegurança (NB) é uma difi culdade habitual no processo de defi nição do nível
de contenção. Por exemplo, estabelecer que para os agentes biológicos de classe de risco 3
deve-se trabalhar em um ambiente de trabalho NB-3, sem levar em conta a metodologia
diagnóstica que será utilizada.
Por outro lado, há situações em que o diagnóstico é de um agente biológico de classe de risco
2, que deve ser trabalhado em áreas de contenção NB-2. Porém, se para algum estudo
específi co houver a necessidade de um aumento considerável de sua concentração ou de
seu volume, produção em grande escala, este então deverá ser realizado numa área NB-3.
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
• Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade): inclui os agentes biológicos
conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplo:
Lactobacillus sp.
• Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui os
agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de
propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais
existem medidas terapêuticas e profi láticas eficazes. Exemplo: Schistosoma mansoni.
• Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): inclui os
agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que
causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem
usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam risco se disseminados
na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo:
Bacillus anthracis.
• Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): inclui os agentes biológicos
com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão
desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida profi lática ou terapêutica efi caz
contra infecções ocasionadas por estes. Causam doenças humanas e animais de alta
gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta
classe inclui principalmente os vírus. Exemplo: Vírus Ebola.
51
Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada
pela avaliação qualitativa.
Insalubridade de grau máximo
Trabalho ou operações, em contato permanente com:
- pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de seu uso,
não previamente esterilizados;
- carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de animais portadores
de doenças infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose);
- esgotos (galerias e tanques); e
- lixo urbano (coleta e industrialização).
Insalubridade de grau médio
Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material
infecto-contagiante, em:
- hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros
estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal
que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses
pacientes, não previamente esterilizados);
- hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao
atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais
animais);
- contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros
produtos;
- laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técnico);
- gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente ao
pessoal técnico);
- cemitérios (exumação de corpos);
- estábulos e cavalariças; e
- resíduos de animais deteriorados.
Antônio Carlos Vendrame, renomado perito judicial, traz uma explicação sobre os dizeres do Anexo
14, em relação ao direito de receber ou não o adicional de insalubridade por exposição aos Agentes
Biológicos:
* Médio;
* Máximo.
52
Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
ESTUDO DO ANEXO 14 DA NR 15
Este item enquadra como insalubre de grau máximo exclusivamente o labor em contato com
pacientes portadores de moléstias infecto-contagiosas e o contato com objetos contaminados
por moléstias infecto-contagiosas não esterilizados.
Este item trata das atividades com exposição a carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos,
couros, pelos e dejeções de animais portadores de moléstias infecto-contagiosas, inclusive
especifica quais são as doenças (carbunculose, brucelose e tuberculose).
Não se verifica atividade compatível com este enquadramento, vez que não temos hospitais
veterinários para animais portadores de moléstias infecto-contagiosas, como existe para
humanos.
Este enquadramento também não se aplica aos matadouros, frigoríficos, abatedouros e outras
empresas que se dediquem ao processamento de carne, vez que não se verifica a existência
de animais portadores de moléstias infecto-contagiosas de forma generalizada no abate.
Este item abriga os trabalhos com exposição ao esgoto, no entanto, delimita como passíveis
de enquadramento os trabalhos realizados em galerias e tanques. As galerias de esgotos são
encontradas nas ruas e logradouros. Os tanques são encontrados nas estações de tratamento
de esgoto.
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Este enquadramento é aplicável aos trabalhadores que realizam limpeza em bocas de lobos,
ingressando em tais recintos. Também é aplicável o enquadramento para operadores de
estação de esgoto que tenham exposição ao esgoto, bem como encanadores, manutentores
que tenham contato com esgoto.
Este enquadramento também não se aplica aos faxineiros, auxiliares de limpeza, auxiliares de
serviços gerais e outros que realizam limpeza em banheiros, especificamente em sanitários. O
vaso sanitário pode ser conceituado como início da rede de esgoto, no entanto, não se encontra
devidamente previsto na legislação.
Este item contempla a coleta e industrialização de lixo urbano. A coleta é aquela realizada pelos
garis ou coletores nas ruas e logradouros públicos. A industrialização é representada pela
compostagem ou separação dos componentes do lixo para futura reciclagem. Lixo urbano é
aquele recolhido nas residências dos moradores de uma cidade ou mesmo aquele oriundo do
comércio e indústria também recolhido nas ruas e logradouros. Não é lixo urbano aquele
recolhido numa residência ou num escritório, bem como também não é lixo urbano as aparas
resultantes da produção de uma indústria ou a sucata ou os resíduos.
O lixo urbano se caracteriza pela mistura de matéria orgânica constituída por restos de
alimentos, embalagens em geral de papel e plástico, papel higiênico utilizado, latas, vidros e
outros materiais.
Este enquadramento não se aplica aos faxineiros, auxiliares de limpeza, auxiliares de serviços
gerais e outros que recolhem lixo em escritórios, banheiros de residência ou empresas.
Este item enquadra como insalubre de grau médio o labor em contato com pacientes comuns,
exceto os portadores de moléstias infecto-contagiosas e o contato com material infecto-
contagiante (e não infecto-contagioso).
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Higiene Ocupacional – Agentes Químicos e Biológicos
Com relação às roupas de cama ou do paciente, é preciso esclarecer que a área de lavanderia
tem exposição direta aos materiais infecto-contagiantes; no entanto, a área que passa as
roupas não tem exposição pelo fato da lavanderia esterilizar todos os materiais que por lá
passam.
O enquadramento se aplica aos veterinários, zootécnicos, agrônomos, biólogos que lidem com
saúde animal de forma habitual. Também se aplica o enquadramento aos profissionais que
vacinam animais durante as campanhas de vacinação.
O enquadramento não se aplica, por falta de previsão legal, aos pesquisadores, cabeleireiros
de cães e gatos, passeadores de cães, domadores de animais, treinadores de animais,
atendentes de pet shop, vigilantes acompanhados com cães de segurança, alimentadores de
animais etc. No caso de preparo de vacinas e soro, há enquadramento específico previsto no
anexo 14.
Este enquadramento trata do trabalho em contato com animais destinados ao preparo de soro
e vacinas. Apesar de tais animais se encontrarem saudáveis e com ausência de doença, não
podendo trazer qualquer doença a quem tenha contato com o animal, não é do nosso mérito
questionar o porquê do enquadramento.
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Este item trata dos trabalhos técnicos em laboratórios de análise clínica e histopatologia. Os
laboratórios de análise clinica realizam as mais diversas análises em fluídos corpóreos, tais
como (1) sangue, (2) urina, (3) sêmen, (4) escarro, (5) fluído cérebro espinhal, (6) fluido sinovial,
(7) fluido pleural, (8) fluido peritonial, (9) fluido pericardial, (10) fluido amniótico e tantos outros.
Os laboratórios de histopatologia lidam com tecidos e realizam estudo (biópsia) de como uma
doença específica afeta o tecido.
As duas atividades implicam o manuseio de fluídos corpóreos e tecidos por aqueles que
conduzem a análise.
Nos gabinetes de anatomia são preparadas as peças anatômicas ou até mesmo o corpo inteiro,
os quais são conservadas em formol (formaldeído). Todo o sangue da peça é retirado e
substituído por outro líquido. O preparo da peça anatômica envolve a exposição aos fluidos
corpóreos. No entanto, após o preparo da peça e conservação em formol, esta não oferece
mais qualquer risco de contaminação, ainda que a peça seja oriunda de vítima portadora de
moléstia infecto-contagiosa.
Também não está enquadrado o simples trabalho em cemitérios tais como a manutenção de
túmulos, a preparação das covas e outros trabalhos similares.
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ESTÁBULOS E CAVALARIÇAS
Usando dos critérios de hermenêutica, que ditam que onde o legislador não dispôs, não cabe
ao interprete fazê-lo, o anexo faz menção somente a estábulos e cavalariças, não havendo
previsão legal de outros locais tais como chiqueiros, granjas, currais etc.
Num destes acórdãos, o Magistrado justifica a analogia citando o mestre Vicente Rao:
No entanto, se o corpo não for retirado imediatamente, após algum tempo se deteriorará, e
exigirá alguns cuidados adicionais daquele encarregado de retirar tais resíduos.
Concluímos então que o Anexo 14 da NR 15 somente tem a função de determinar algumas categorias
que tem direito ao adicional de insalubridade por exposição aos riscos biológicos, sem ter um
compormisso com a prevenção de doenças no ambiente ocupacional. É a Monetização do Risco.
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LEITURA OBRIGATÓRIA
ABNT; Equipamentos de proteção respiratória; peça semifacial filtrante para partículas, NBR
13698.1996.
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