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Aula 7: Desgaste da ferramenta de corte

Processos de fabricação II

Professor: Norimar de Melo Verticchio


INTRODUÇÃO 2

Existem, num processo de usinagem, duas causas fortes o


suficiente para a substituição da ferramenta de corte, que são:

Avarias ou falhas catastróficas

Desgaste excessivo
TIPOS DE AVARIA DE FERRAMENTA 3

Deformação
Quebra da
plástica da Lascamento Trincas
ferramenta.
aresta de corte
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DA ARESTA DE CORTE 4

Ocorrem devido a alta pressão e temperatura aplicadas na


ponta da ferramenta

PROBLEMAS: SOLUÇÕES
• Dificultam o controle do cavaco
• ferramentas com maior dureza a
• Deterioram o acabamento superficial
da peça
quente.
• Quebra da ferramenta • Geometria mais adequada.
• Redução da velocidade de corte.
LASCAMENTO 5

Resultante da quebra de pequenos fragmentos do gume


durante a operação de corte.

OCORRENCIA PROBLEMAS
• Ferramentas com material frágil. • prejudica o acabamento superficial
• Aresta de corte é pouco reforçada. da peça
• vibrações • quebra da ferramenta
• Variações microestruturais na peça
• Quebra do gume postiço
TRINCAS 6

Provem das variações térmicas e/ou dos esforços mecânicos.

OCORRENCIA SOLUÇÕES
• Corte interrompido. • Alterando os fatores causadores da
trinca
• Acesso irregular do fluído de corte.
• Escolhendo uma ferramenta mais
• Variação da espessura de corte. tenaz

O crescimento das trincas leva à quebra da ferramenta


QUEBRA DA FERRAMENTA 7

Todos os desgastes e avarias ao crescerem podem gerar a quebra


da aresta da ferramenta.

OCORRENCIA PROBLEMAS
• Ferramenta muito dura • Danifica a ferramenta e o porta
ferramenta
• Carga excessiva sobre a
ferramenta
• Raio de ponta, ângulo de ponta
ou ângulo de cunha pequenos
• Corte interrompido.
TIPOS DE DESGASTE DE FERRAMENTA 8

Desgaste Desgaste Desgaste


de flanco de cratera de entalhe.
DESGASTE DE FLANCO OU FRONTAL 9

Ocorre nas superfícies de folga, atingindo tanto a aresta principal de


corte como a secundária, ou ambas.
aresta principal de corte Aresta secundária de corte
• Aumento das temperaturas e
forças envolvidas no corte • Controle dimensional
• Pode causar vibrações tanto • Qualidade do acabamento
na ferramenta como na peça superficial da peça,

Costuma ser o mais usado na determinação de critérios de fim de vida de ferramenta.


DESGASTE DE CRATERA 10

O desgaste de cratera ocorre na superfície de saída da


ferramenta, onde se localiza, durante o corte, a zona de
deslizamento do cavaco.

Altas Altas Mecanismo de


velocidades de temperaturas desgaste por
corte geradas difusão.
DESGASTE DE ENTALHE 11

O desgaste de flanco ser mais pronunciado na região onde ocorre


o contato com a superfície externa da peça do que nas demais
regiões.

Ação das
taxa de mecanismo de
rebarbas dureza mais
encruamento aderência e
produzidas nas elevada
maior arrancamento
bordas do cavaco

Ação oxidante da atmosfera


MECANISMOS CAUSADORES DO DESGASTE DA FERRAMENTA 12

Desgaste por
Abrasão
Aresta Postiça Aderência
Mecânica
de Corte

Difusão Oxidação
DESGASTE POR ARESTA POSTIÇA DE CORTE 13

Ao romper-se, a aresta postiça arranca partículas da superfície de folga


da ferramenta, gerando um grande desgaste de flanco, mesmo em
velocidades muito baixas.

Já a superfície de saída da ferramenta é protegida, pois o cavaco atrita


com a aresta postiça, fazendo com que o desgaste de cratera seja
mínimo.
DESGASTE POR ARESTA POSTIÇA DE CORTE 14

Temperatura de Não existe mais a


Velocidade de Temperatura recristalização do possibilidade de
corte aumenta aumenta material do cavaco encruamento do
é ultrapassada cavaco

A velocidade acima da qual não ocorre mais a formação da


aresta postiça, chamada velocidade crítica.
DESGASTE POR ARESTA POSTIÇA DE CORTE 15

Como reduzir a velocidade crítica?


• Aumentando a temperatura de corte
• Aumento do avanço e da profundidade de usinagem
• Diminuição dos ângulos de saída e de inclinação da ferramenta
• Retirada da refrigeração.

Ductilidade da peça Decresce ocorrência


diminui da aresta postiça.
DESGASTE POR ARESTA POSTIÇA DE CORTE 16

Com aresta Sem aresta


postiça postiça
• Desgaste • Desgaste
inclinado em paralelo ao
relação ao plano de
plano de corte
corte
ABRASÃO MECÂNICA 17

A abrasão mecânica ou atrito é uma das principais causas dos


desgastes, frontal e de cratera.

Desgaste frontal

• É mais intenso
• A superfície de folga da ferramenta atrita com a peça que
é rígida
• A superfície de saída atrita com o cavaco que é flexível.

Fatores que aumentam • A presença de partículas duras na peça


o desgaste por abrasão • Aumento da temperatura de corte
ADERÊNCIA 18

Fatores que provocam aderência:


• Duas superfícies metálicas
• Em contato
• Cargas moderadas
• Baixas temperaturas
• Baixas velocidades de corte.

Na tentativa de separar as superfícies, ocorre ruptura em um dos


metais e não na superfície de contato.

É importante na formação do
desgaste de entalhe.
ADERÊNCIA 19

Como diminuir a aderência?

• Utilização adequada do fluido de corte (efeito lubrificante)


• Recobrimento da ferramenta com materiais de baixo
coeficiente de atrito como o nitreto de titânio.
DIFUSÃO 20

Transferência de átomos devido a alta temperatura, a duração do


contato e a afinidade química.

Na superfície de saída há
condições favoráveis a ocorrência
da difusão

Desgaste de cratera
OXIDAÇÃO 21

Altas temperaturas e o contato com o ar e a água (lubrificante)


geram oxidação da ferramenta.

Tungstênio e
Metal duro sem cobalto formam Alumínio forma
revestimento óxidos porosos óxidos duros e Metal duro com
resistentes revestimento

É importante na formação do
desgaste de entalhe.
MEDIÇÃO DO DESGASTE DA FERRAMENTA 22

Conforme a norma ISO 3685, convencionou-se medir os desgastes no


plano ortogonal da ferramenta, onde se distinguem os desgastes na
superfície de saída e na superfície de folga da ferramenta.
CRITÉRIOS DE FIM DE VIDA DE FERRAMENTA SEGUNDO A NORMA ISO 3685 /1993 23

Defina até onde uma ferramenta de corte pode ser útil, e quando esta
começa a perder suas características operacionais, ou seja, quando a
ferramenta deverá ser reafiada ou substituída.

Vida útil

• Esta norma estabelece ensaios de usinabilidade para determinar o


período de tempo no qual uma ferramenta de corte pode trabalhar,
até que seja necessária a sua substituição.
• Este período, denominado de “tempo de vida da ferramenta de
corte” (T), é determinado através do tempo de trabalho necessário
para que se desenvolva um defeito crítico.
CRITÉRIOS DE FIM DE VIDA DE FERRAMENTA SEGUNDO A NORMA ISO 3685 /1993 24

Defeitos críticos segundo a Norma

Metal duro:

Desgaste de flanco médio: VB = 0,3 mm


Desgaste de flanco máximo: VBmax = 0,6 mm
Profundidade da cratera: KT = 0,06 + 0,3f
Distância frontal entre cratera e flanco: KF = 0,02 mm
Falha catastrófica

Cerâmico e aço rápido


Desgaste de flanco médio: VB = 0,3 mm
Desgaste de flanco máximo: VBmax = 0,6 mm
CRITÉRIOS DE FIM DE VIDA DE FERRAMENTA SEGUNDO A NORMA ISO 3685 /1993 25

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