Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Endereço(1): Rua Vicente Batalha, 406, apt. 004 – Costa Azul – Salvador - BA - CEP: 41760-030 - Brasil - Tel: (71)
3342-1419 -- Fax: (71) 3373-7555 e-mail: rogerio.medeiros@embasa.ba.gov.br
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma metodologia utilizada pela equipe de Auditoria Interna
da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA) na análise de contratos de execução de obras de
implantação ou ampliação de Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) e de Sistemas de Esgotamento
Sanitário (SES). A metodologia ora proposta visa avaliar de forma rápida o prazo de execução, o custo de
execução, a qualidade do serviço, bem como o cumprimento das legislações trabalhista e tributária. Ao final
do trabalho, apresenta-se um quadro com as possíveis causas da ocorrência dos pontos objeto de verificação,
juntamente com as conseqüências para a concessionária dos serviços de água e esgoto que podem advir disto.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma metodologia utilizada pela equipe de Auditoria Interna
da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA) na análise de contratos de execução de obras de
implantação ou ampliação de Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) e de Sistemas de Esgotamento
Sanitário (SES).
De acordo com estimativas da Secretaria Nacional de Saneamento, o país necessita investir, até o ano de 2010,
84 bilhões de reais em expansão e outros 39 bilhões em reposição para universalizar os serviços de água e
esgoto. Para que este objetivo seja alcançado é necessário assegurar que os recursos, quer sejam públicos,
privados ou mistos; utilizados na ampliação/implantação desses sistemas sejam aplicados com eficácia e
eficiência.
A metodologia ora proposta visa avaliar de forma rápida a gestão de contratos de ampliação ou implantação
de SAA e SES em diversos aspectos, desde aqueles ligados diretamente à construção, tais como custo, prazo e
qualidade da execução dos serviços; até outros indiretos, como o cumprimento das legislações trabalhista e
tributária, que podem ter conseqüências econômicas e penais para a empresa contratante dos serviços. Além
da alta direção das concessionárias contratantes dos serviços, esta metodologia permite que organismos
financiadores, gestores de contratos ou outras pessoas e organismos que tenham interesses nas obras, possam
avaliar a gestão do contrato, de forma a ter subsídios que os auxiliam nas tomadas de decisões.
METODOLOGIA
A metodologia consiste na avaliação dos pontos listados a seguir, juntamente com as estratégias de controle
utilizadas para avaliá-los:
1.200.000,00
1.000.000,00
800.000,00 Adiantamento
R$ 600.000,00 Previsto
400.000,00 Atraso
200.000,00
0,00
1 3 5 7 9 11 13
Meses
Caso algum dos itens já esteja com o custo de execução superior ao previsto, deve-se buscar nas respectivas
planilhas as razões do aumento do custo, as quais poderão ser também esclarecidas junto aos responsáveis
pela execução dos serviços. O aumento do custo de execução, acima do previsto, indica que haverá
necessidade de aditivo de valor, ou então que nem todos os serviços previstos serão realizados, partindo do
pressuposto que os demais itens terão seus custos mantidos dentro do previsto. A fórmula 1 apresenta uma
estimativa do valor necessário, não previsto, para conclusão das obras
Vale ressaltar que, como dito anteriormente o valor calculado através da fórmula 1 é uma mera estimativa
inicial, já que a análise das informações contidas no quadro 1 não permite saber se os serviços que
ultrapassaram o valor previsto estão concluídos ou não. Outra limitação é que serviços que ainda não tenham
ultrapassado o valor total previsto, podem estar com o custo unitário de execução realizado superior ao
previsto, ou seja pode-se estar gastando mais do que o previsto para executar uma unidade de um serviço
qualquer, como o assentamento de um metro de tubulação.
Para se obter esta informação é necessário efetuar-se a análise do valor agregado em cada medição. No caso
dos serviços que envolvam tubulação, tais como adutora, emissário, interceptores e rede coletora; esta análise
é feita calculando-se o custo unitário de assentamento da tubulação, que é obtido dividindo-se o somatório dos
valores pagos nas medições referente aos serviços de assentamento (incluindo escavação, reaterro etc.) e
material (tubos), pela respectiva extensão de tubo assentada, como exemplificado no quadro 2. Não
necessariamente tem-se que calcular este custo para todas as medições, porém recomenda-se no mínimo três,
para que se possa avaliar a tendência da evolução do custo unitário, se crescente, estável ou decrescente, como
apresentado na Figura 2.
O valor do aditivo pode ser estimado multiplicando-se o custo realizado de execução da última medição pelo
saldo remanescente de extensão de tubos a assentar. Neste caso, tem-se uma estimativa conservadora, já que
pressupõe-se que este custo não será alterado nas medições subseqüentes. Outra forma de se estimar o aditivo,
seria calcular o valor do custo unitário ao final dos serviços, o qual pode ser obtido através da equação da
linha de tendência, fornecida pelos programas de planilhas eletrônicas, como o EXXEL. A partir deste valor,
pode-se estimar o valor do aditivo como indicado na fórmula 2.
120,0 16,5
16
100,0 15,5
80,0 15 % de Assentamento
14,5
% 60,0 R$/m
14 Custo Unitário de
40,0 13,5 Assentamento
13
20,0
12,5
0,0 12
BM 06 BM 07 BM 08 BM 09Previsto
Meses
Caso se queira fazer esta análise para outro serviço qualquer, adota-se o mesmo procedimento, apenas
substituindo as quantidades referentes a extensão de tubulação assentada pelas referentes a unidade do serviço
que se deseja avaliar. Caso seja Ligações Domiciliares, considera-se a quantidade de ligações prevista e
executada.
Uma das possíveis causas de aumento do custo de execução das obras é o pagamento de serviços não
executados ou executados em quantidade inferior àquela indicada na medição, o que caracteriza fraude.
Geralmente, os itens de maior peso nos contratos de execução de obras de SAA e SES são aqueles relativos a
assentamento de tubulação, incluindo o material, ou seja, os custos de aquisição da tubulação, aos quais todos
os demais serviços se relacionam, direta ou indiretamente. A avaliação pode ser feita levando-se em
consideração os seguintes aspectos:
pela tubulação, abatendo-se também o volume dos materiais eventualmente utilizados em berço ou
envoltória;
• Volume de expurgo de material escavado (bota-fora) – considerando-se que os volumes de escavação
e reaterro estejam corretos (avaliação feita conforme descrito nos itens anteriores), ao dividir-se o volume do
bota-fora pela diferença entre os volumes escavado e retaerrado, com material da própria vala, obtêm-se um
índice que representa o aumento do volume do material escavado devido a diminuição da densidade. Vale
ressaltar que caso haja escavação de solo e de rocha, a que se calcular um índice para cada um destes materiais
CONCLUSÃO
O quadro 3 apresenta possíveis causas para ocorrência dos pontos objeto de verificação, juntamente com as
conseqüências que podem advir disto para a concessionária dos serviços de água e esgoto. Vale ressaltar que
as causas e conseqüências apontadas não esgotam todas as possibilidades, podendo ter outras não apontadas
neste trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. KINNEY JR., Willian R.. Auditing Risk Assessment and Risk Management Process. In: The Institute
of Internal Auditors. Research Opportunities in Internal Auditing. Disponível
em:http://www.theiia.org/iia/index.cfm?doc_id=3993. Acesso em: 12 julho 2004.
2. DINSMORE, Paul Campell. Gerência de Programas e Projetos. 1. ed. São Paulo: PINI 2001.
3. BARROS NETO, José de Paula. Gerenciamento de Contratos de Obras Públicas. Disponível em:
<http://www.infohab.org.br>. Acesso em: 5 novembro 2004.
4. SILVA, Daniel Dias Moreira da; FRACCARI, Pedro Luis. Gerência de Projetos e Análise de Valor
Agregado (Earned Value Analysis) Disponível em: <
http://www.simpep.feb.unesp.br/anais10/gestaodaproducao/arq33.PDF>. Acesso em: 8 julho 2004.