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Psicologia Ciência e Profissão- Psicol. cienc.

prof. vol.23 no.1 Brasília Mar. 2003

RIBEIRO DO VALLE, Luiza Helena de Almeida. Psicologia Escolar- Um


duplo desafio ( Artigo Científico). Portal Scielo Brasil.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932003000100004

A autora do artigo parte do princípio que a educação é a parte da construção do


futuro de uma nação. E essa ação não vem do acaso e sim de um esforço expressivo e
constante. A Psicologia Escolar tem o papel de facilitar o desenvolvimento humano,
mas sua atuação é pouco conhecida. O psicólogo escolar precisa ter claro seus
objetivos- enfrentando os desafios como: ser aceito na escola (sem que sua função fique
limitado, pois isso atrapalha o seu trabalho na busca da promoção do desenvolvimento
infantil. O profissional ainda precisa buscar apoio para realizar suas atividades, seja elas
de forma preventiva ou de intervenção.
Os países desenvolvidos valorizam a educação, investem maciçamente na
formação dos professores e procuram superar as dificuldades. “A criança é o elo mais fraco
e exposto da cadeia social. Nenhuma nação conseguiu progredir sem investir na infância. A viagem pelo
conhecimento da infância é a viagem pela profundeza de uma nação. A situação da infância é um fiel
O
espelho de nosso estágio de desenvolvimento econômico, político e social” (Dimenstein,1994, p. 8-9).
desenvolvimento psicossocial é um estudo fundamental para criar estratégias que
transcendem a realidade educacional, o psicólogo não pode ser alienado nessa questão.
O psicólogo escolar luta pela compreensão social da sua função, mas esbarra em dois
desafios.
• Tem que fazer parte do papel de inclusão na escola para que seu trabalho não termine
distorcido ou limitado, assim como sua participação, com o corpo docente, em
programas de intervenção para que juntos promovam o desenvolvimento infantil, de
forma que Psicologia e Pedagogia se complementem, alcançando os objetivos
idealizados.

• Sua atuação preventiva tem que ser ampla, envolvendo a escola e a família, que
precisam valorizar e compreender a necessidade de sua participação, não apenas
remediativa .

Segundo os integrantes do EFA (Education for All, Tailândia, 1990), o Brasil foi
um dos países que apresentaram alta taxa de analfabetismo e reprovação escolar. É
necessário mudanças no ensino e esforços tem sido feito para diminuir a defasagem
existente nas diversas regiões mas, mesmo obtendo resultados positivos, como o
crescimento do número de matrículas e queda na distorção idade-série, houve uma
tendência geral de rebaixamento dos resultados na avaliação dos testes de português e
matemática, conforme conclui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

Segundo a análise dos dados da pesquisa do SAEB, a cultura da repetência,


inexistente em países avançados, ainda permanente aqui, e na maioria das vezes pais e
professores responsabilizam o aluno pelas dificuldades em seu aprendizado, isso gera
uma desmotivação no aluno e pode levar a evasão escolar e a repetência. A Pesquisa
educacional traz muitas hipóteses que influenciam a aprendizagem do aluno. E é aí que
entra o papel do psicólogo escolar pois com o seu olhar crítico no ambiente escolar pode
fazer a ponte entre professores, pais e alunos, porque as dificuldades podem estar no
ambiente escolar como a didática do professor, ou esse aluno pode estar se sentindo
intimidado no grupo da sala ou problemas sociais, tudo isso só professores e pais não
conseguem reconhecer.

Apesar disso o campo de psicólogo escolar é pouco valorizado e sua atuação


pouco conhecida. Antigamente o psicólogo dessa área tinha um papel só remediativo
voltado para aplicação de testes. Porém, problemas como repetência, evasão escolar,
diferenças sociais aliados ao avanço da ciência fizeram o psicólogo escolar abriu seu
leque de opções e trazer resoluções mais eficazes. O modelo clínico passou a ser
criticado e desatualizado.

O psicólogo escolar vai ajudar o aluno na construção de seu conhecimento,


ajudar professores com suas práticas pedagógicas orientando-os em suas dificuldades e
mediando possíveis conflitos entre professores, pais e alunos no ambiente escolar.
Como pudemos ver no artigo o desfaio do psicólogo escolar é amplo, não está
delimitado apenas no modelo clínico e aplicação de testes, vai muito além disso.
Compreende-se que a escola é um espaço vital para a promoção da saúde e necessita
construir práticas que conversem com outras áreas de conhecimento. Nesse contexto
estamos envolvendo a saúde ao fim da miséria, fome e opressão e ignorância. E o
compromisso do psicólogo só pode se dar através da mudança social.

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