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A PANDEMIA DA COVID-19 NO COTIDIANO AMAZONENSE: HISTÓRICO,

DISSEMINAÇÃO E SEUS IMPACTOS NO SETOR ECONÔMICO DO


ESTADO.

Ana Paula Paiva Galvinho


Betânia Silva Sousa
Nayara Lima Maia
Sandy da Silva Feitosa
Suzi Danielle de Melo Silva

RESUMO

Neste estudo serão analisados os impactos da pandemia da Covid-19 na economia do


Estado do Amazonas, dando ênfase desde o surgimento do primeiro caso confirmado
pela Fundação de Vigilância em Saúde do Estado até ao atual cenário. O presente artigo
busca responder os seguintes questionamentos: Quais os impactos econômicos causados
pela pandemia no Estado do Amazonas? Quais medidas de contenção foram adotadas
pelo poder público Estadual e Municipal? Quais os efeitos do loockdown? Quantitativo
de desempregados e depoimento de moradores que vão do cidadão simples ao
empresário atingidos pela crise? O estudo é qualitativo e para tal baseou-se em
pesquisas bibliográficas. Como resultado descobriu-se que os efeitos desta crise são
incalculáveis podendo ser de curto, médio e longo prazo na esfera econômica de âmbito
global.

Palavras-chave: Covid-19, Amazonas, Impactos Econômicos, Loockdown.

ABSTRACT
In this study, the impacts of the Covid-19 pandemic on the economy of the State of
Amazonas will be analyzed, with emphasis from the emergence of the first case
confirmed by the Health Surveillance to the current scenario. This article seeks to
answer the following questions: What are the economic impacts caused by the pandemic
in the State of Amazonas? What containment measures were adopted by the State and
Municipal authorities? What are the effects of loockdown? Amount of unemployed and
testimony of residents ranging from simple citizens to entrepreneurs affected by the
crisis? The study is qualitative and for that it was based on bibliographic research. As a
result, it was discovered that the effects of this crisis are incalculable and can be of
short, medium and long term in the global economic sphere.

Keywords: Covid-19, Amazonas, Economic Impacts, Loockdown.


1. INTRODUÇÃO

A forte disseminação da pandemia da Covid-19 no Estado do Amazonas a princípio


apresentou-se de maneira silenciosa, mas não precisou de muito para se tornar o inimigo
mais ameaçador e destruidor da população. Ao contrário do que se divulgava sobre a
rede de assistência tanto do Estado quanto do interior, de que todas as medidas cabíveis
haviam sido adotadas em consonância com o Ministério da Saúde, infelizmente tudo foi
pequeno e insuficiente perto da avalanche que se alastrou em questão de dias.

Em 13 de Março de 2020 confirmava-se o primeiro caso da covid-19. “A paciente é


uma mulher de 39 anos, com histórico de viagem recente para Londres (Inglaterra). Em
coletiva, as autoridades de vigilância e saúde ressaltaram que a rede de assistência, em
todos os níveis (básica, média e alta complexidade), está preparada para o atendimento
caso haja pacientes infectados pelo novo vírus.” (FVS/AM, 2020). Apesar de, à medida
que os casos iam sendo notificados observou-se que aos mesmos não foi dado devida
atenção, nem por parte dos órgãos competentes e nem da população amazonense que até
então não se davam conta da dimensão do problema em iminência.

Devido à forma de transmissibilidade dos pacientes acometidos pela Covid-19


apresentar-se de forma rápida e inicialmente com sintomas gripais que poderiam ser
passadas através do contato pessoal com secreções contaminadas e mediante dados que
seguiam sucessivamente, várias medidas de contenção foram sendo adotadas por parte
das secretarias de saúde do Estado, visando conter o avanço do vírus, desde campanhas
educativas para o uso de álcool gel e máscaras, como medidas mais rígidas que
determinava o afastamento social dos moradores, o denominado de Loockdown, este
por sua vez, não mudara apenas hábitos corriqueiros da população, mas principalmente
adentrava no setor econômico do Estado, em virtude do fechamento do comercio em
geral, com exceção dos serviços essenciais à vida.

Com base nessa temática, o presente trabalho busca elencar as principais adversidades
econômicas vivenciadas pelos amazonenses no período pandêmico, situações de
instabilidade financeira para os indivíduos que dependiam literalmente dos serviços que
foram suspensos por ordem dos decretos, experiências inimagináveis que afetaram o
modo de sobrevivência da população, principalmente da classe menos favorecida, o que
levou o Governo do Estado a criar o Auxilio Manauara benefício público que visa
atender mais de 40 mil famílias amazonenses que ficaram desprovidas de suas
necessidades básicas, por conta da pandemia.

Vale ressaltar que o Estado do Amazonas foi duramente impactado pela segunda onda
da Covid-19, isso tudo em menos de um ano, o que acabou por agravar ainda mais os
aspectos econômicos, sociais e culturais, bem como, instalou-se um clima de
instabilidade mediante os números de empresas que fecharam as portas e o expressivo
número de desempregados.

1. DADOS DA COVID-19 NO ESTADO DOAMAZONAS

O primeiro caso foi registrado na sexta-feira dia 13 de março de 2020, desde então os
números de infectados, mortes, internações e testes feitos na população cresceram a
cada dia que se passava, e a primeira morte confirmada pelo vírus foi no dia 24 de
março 2020. O número foi só aumentando e um mês depois o Estado já tinha alcançado
a marca de 62 mortes e mais de 1.206 casos positivos. Conforme o aumento dos casos e
números de internações os hospitais começaram a ficar lotados e com a gravidade do
quadro clinico dos pacientes, precisaram de leitos na UTI e o número de internações
cresceu atingindo o percentual de 100% de ocupação de leitos na rede pública de saúde
durante a primeira onda.

Entre a primeira e a segunda onda do vírus, o Estado do Amazonas adotou algumas


medidas de restrições para combater a proliferação da Covid-19. Teve uma estabilidade
nos números, porém com o surgimento de uma nova variante brasileira (chamada de
P.1), que segundo os especialistas foi detectada no Estado do Amazonas houve a
necessidade de reforçar às medidas que até então, não haviam sido colocadas em
práticas e que se acredita que por conta desse fato os dados começaram a subir
drasticamente. Portanto, o Estado do Amazonas voltou a entrar em colapso no início de
janeiro de 2021, por conta das aglomerações desnecessárias como: período das eleições,
superlotação dos terminais e transportes públicos, festas de fim de ano e outros, dando
início a segunda onda que por sua vez veio ainda mais resistente, causando desde a falta
de oxigênio nos hospitais públicos e privados até óbitos em massa, colocando o Estado
em alerta nacional, o que acabara servindo de alerta para outros estados brasileiros,
segundo relata o pesquisador da Fiocruz Jesem Orellana, “a capital do Amazonas foi um
“evento sentinela” sobre o colapso que o Brasil passa a enfrentar agora com o segundo
avanço da doença” (G1Amazonas, 2021).
1.1 DADOS COLETADOS NAS ÚLTIMAS 24 HORAS

Os dados do Covid-19 não pararam de crescer no Amazonas, e eles mudam


inesperadamente. Desde o começo da pandemia até domingo dia 21 de março 2021,
mais de 11.791 pessoas morreram no estado com a doença. O número de casos
confirmados atualmente ultrapassa a marca de 339.050 mil, conforme mostra os dados
do gráfico abaixo:

ÓBTOS
(ultima
s24h)
4º Tri
1%
0%
RECU
PERAD CONFI
OS(ulti RMAD
mas24 OS(ulti
h) mas24
45% h)
53%

Fig.1. Dados obtidos do site da FVS do dia 21/03/21 www.fvs.com.br

• Confirmados 24h 674


• Recuperados 24h 572
• Óbitos 24h 15
• Mortalidade 284,5 óbitos /100mil

1.2 DADOS ACUMULADOS COVID-19


ÓBTO
S
(ACU
MUL
ADOS
);
REC 11,79 CON
UPER 1; 2% FIMA
ADOS DOS
(ACU (ACU
MUL MUL
ADOS ADOS
); );
289,6 339,0
76; 50;
45% 53%

Fig.2. Dados obtidos do site da FVS no dia 21/03/21 www.fvs.com.br

• Confirmados 339.050
• Recuperados 289.676
• Óbitos 11.791
 Letalidade 3,5%
2. MEDIDAS DE ENFRENTAMETO ADOTADAS PELO PODER
PÚBLICO ESTADUAL E MUNICIPAL.

Manaus foi uma das cidades mais atingidas pela pandemia em todo mundo e tornou-se
necessário a criação de medidas de enfrentamento contra o alastramento do vírus na
cidade, o governo foi alertado da necessidade de ações urgentes e foi criado o comitê de
enfrentamento da Covid-19.

Para conter o avanço da doença, o governador e os prefeitos dos municípios do


Amazonas decretaram medidas como: cancelamento de eventos com intuito de evitar a
aglomeração de pessoas, fechamento de rodovias, suspensão das aulas, toque de
recolher e o fechamento do comércio não essencial, culminando assim no grande
impacto na economia amazonense, com o número de casos elevando-se diariamente
forçando cada vez mais que a população ficasse em casa, saindo somente em casos de
extrema necessidade.

Diante do cenário em que se encontrava o Estado, não havia outro caminho a não ser o
fechamento do comercio não essencial para assim evitar aglomerações e a propagação
ainda maior do vírus, mesmo diante de protestos da parte trabalhista e empresarial.

3. O NÚMERO DE DESEMPREGO NO AMAZONAS

Atualmente o Amazonas encontra-se na terceira posição entre os estados com maior


índice de desemprego do País, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).

No ano passado a taxa de desemprego no Amazonas alcançou uma média recorde de


18,2%, no mês de setembro, com esse resultado, o desemprego cresceu em média 0,3
pontos percentuais em relação a agosto. Isso mostra que os números contemplam sim os
possíveis impactos da pandemia no Estado, haja visto, que os setores que mais
demitiram nesse período foram da construção civil, com perda de 17 mil postos de
trabalho e da administração pública, com demissão de 15 mil trabalhadores, entre
outras.
4. LOCKDOWN E SEUS IMPACTOS NA ECONOMIA

O Lockdown foi a ampliação de medidas restritivas para reduzir a taxa de infecção pelo
novo coronavírus no Estado do Amazonas. As medidas foram anunciadas pelo
governador do Estado, Wilson Lima, após reunião do Comitê de Enfrentamento da
Covid-19 com representantes do comércio e serviços e de órgãos de controle.

Mediante essas determinações e com a divulgação de Fake News de que faltariam


mercadorias nos supermercados para atender a demanda da população, começou a
corrida por busca de suprimentos, causando aglomerações e grandes filas devido ao
medo da despensa vazia, o que obrigou o Estado reduzir o horário de funcionamento do
comercio local causando um impacto na economia amazonense.

Com a taxa de mobilidade reduzida, o número de compras também diminuiu refletindo


negativamente na categoria de lazer e varejo, que engloba lugares como restaurantes,
shoppings, cinemas, entre outros, gerando forte impacto nos setores da economia
ligados ao consumo das famílias.

5. UM BREVE RELATO DE UM COMERCIANTE ATINGIDO PELA CRISE

A entrevista foi realizada com um comerciante local, que prefere não ser identificado, a
primeira pergunta feita foi:

Diante do cenário em que se encontra nossa cidade de que maneira os impactos da


pandemia o afetaram?

“As vendas no comércio caíram muito, com início dessa pandemia. Houve momentos
em que as vendas subiram, no entanto, a partir do momento em que o Estado entrou em
calamidade total, o negócio caiu de vez. O capital não girou, tive que vender um dos
meus terrenos que ainda tinha em Careiro da várzea, para investir no comércio, mas
infelizmente, não deu certo no momento, pois até hoje estou tentando me reerguer.”
Qual a sua opinião em relação a reabertura do comércio não essencial?

“Sabemos que ainda não é um bom momento, mas precisamos sobreviver, as coisas não
podem parar total, porém é preciso de muita cautela. Essa doença não veio pra brincar
então precisamos ser conscientes.”

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma, destaca-se que a pandemia afetou e continua a afetar não só o aspecto


econômico como também o social dos habitantes do Estado do Amazonas, em face da
situação tão devastadora em que se encontra o Estado com relação a Covid-19 que
continua ameaçando a população.

Desse modo, convém pensar que uma das formas de conter a epidemia seria através da
vacinação, que infelizmente caminha a passos lentos tirando a perspectiva financeira e a
esperança de dias melhores para comerciantes e empresários da cidade.

Por fim, compreendemos que todas as medidas de restrições adotadas até então surtiram
efeitos, ainda que tenham comprometido o setor econômico do Estado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMAZONAS CONFIRMA 1º CASO DE COVID-19 E AUTORIDADES


GARANTEM QUE REDE DE ASSISTÊNCIA ESTÁ PREPARADA PARA
ATENDIMENTO. Fundação de Vigilância em Saúde, 2020. Disponível em:
http://www.fvs.am.gov.br/. Acesso em 22/03/2021.
EPIDEMIOLOGISTA DIZ QUE NOVO PICO DE COVID-19 EM MANAUS
DEVERIA TER SERVIDO DE ALERTA PARA RESTANTE DO PAÍS. | G1
AMAZONAS, 2021. Disponível em:
https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2021/03/06/epidemiologista-da-fiocruz-diz-
que-novo-pico-de-covid-19-em-manaus-deveria-ter-servido-de-alerta-para-restante-do-
pais.ghtml Acesso em 25/03/2021
http://www.saude.am.gov.br/visualizar-noticia
http://www.fvs.am.gov.br/
http://www.ibge.gov.br
https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2020/03/24/amazonas-tem-primeira-morte-
por-coronavirus-diz-susam.ghtml
NÚMERO DE MORTES REGISTRADAS EM 2021 NO AMAZONAS JÁ SUPERA
TOTAL DE 2020. SAÚDE – IG, 2020. Disponível em:
https://saude.ig.com.br/coronavirus/2021-02-24/mortes-por-covid-19-registradas-em-
2021-no-amazonas-ja-supera-total-de-2020 Acesso em: 18/03/2021

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